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Arte e beleza na estética medieval

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Academic year: 2017

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Professor Doutor | Universidade Estadual Paulista Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação

Av. Eng. Luiz Edmundo Corrijo Coube, 14-01, Vargem Limpa, 17033-360, Bauru, SP, Brasil

civitas-campinas@uol.com.br

Resenha

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por Luiz Cláudio Bittencourt

ARTE E BELEZA NA ESTÉTICA MEDIEVAL

de Umberto Eco. Rio de Janeiro: Editora Record, 2010. 351p.

F

oto:

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O C U L U M E N S A I O S 1 1 _ 1 2 |C a m p i n a s |p . 1 1 6 - 1 1 8 |J a n e i r o _ D e z e m b r o 2 0 1 0

Escritor prodigioso, Umberto Eco está presente no universo da arte e da arquitetura,

oferece esse texto dos anos 1950 traduzido agora para o Brasil através da editora Record.

É obra significativa para os interessados na compreensão dos valores estéticos

da arquitetura e urbanismo do colonizador durante os primeiros séculos, momento

em que, apesar do Renascimento, Maneirismo e Barroco, a tradição ainda sinaliza

para sobrevivências da cultura medieval na colônia, principalmente onde a presença

do Estado é tênue.

A obra coloca-se entre as principais referências sobre o tema da arquitetura

góti-ca pontuada pelas grandes basíligóti-cas, constructo do sentido de beleza do espaço religioso

e suas implicações urbanísticas diante do modelo da cidade medieval que já encontra

com seus limites formais e funcionais.

Texto relativamente áspero, diante das obras ficcionais do autor, conjugando

ci-tações em latim ao correr da leitura, além de cobrar o mínimo de repertório filosófico

clássico, metafísico e hermético. Ainda adverte para atualizações e reparos em relação

à publicação de 1959 com destaque para o inédito capítulo 12 “Depois da Escolástica”.

De saída, alerta sobre a estrutura do texto: “trata-se de compêndio histórico” sobre

estética a partir da literatura artística do longo período medieval, tomando como núcleo

sua etapa final com o pensamento de “Tomás de Aquino”.

Do ponto de vista histórico, vale destacar as colocações instigantes de

perma-nências e rupturas em relação às teorias e as percepções, assim como as ponderações

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E S T É T I C A M E D I E VA L| R e s e n h a

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tradicionais visões sobre luz, cor e proporção presentes nas catedrais, e refinando

dife-renças sutis entre símbolo e alegoria com precisão específica para o período em foco.

Está claro que o referencial sobre a estética não é a leitura arquitetônica — como

no caso de Panofsky (1991), nem a leitura histórica como Le Goff (1989), mas a

litera-tura artística, sobretudo os filósofos, porém transposições e associações são inevitáveis

e sinalizadas pelo autor.

Aspecto caro aos arquitetos é a autoria da obra nesse amplo período anterior ao

caso paradigmático da cúpula de Santa Maria das Flores de Filippo Brunelleschi, o

texto deixa claro essa dificuldade minimizada no campo da literatura em que evidencia

duas obras largamente conhecidas pela cultura latina medieval, o “Roman de La Rose”

de autoria controversa e “Tratado do Amor Cortês” de André Capelão. “É verdade que,

enquanto o miniaturista é, geralmente, um monge, e o mestre pedreiro, um artesão

ligado à corporação, o poeta do novo tipo é quase sempre um artista áulico, ligado à

vida aristocrática, tido em grande consideração pelo senhor junto ao qual vive” (p.240).

O belo filtrado pela Igreja e Deus é amor de “Diotima de Mantinea”, transcende

a matéria e a forma porque antes é bom, dilema enfrentado pelo aristotelismo de Tomás

de Aquino, galgando o pensamento de Aurélio Agostinho para os esboços nascentes de

beleza renascentista.

Arte e beleza na estética medieval de Umberto Eco pode ser adicionada à

biblio-grafia básica e complementar dos cursos de Arquitetura e Urbanismo, juntamente como

outras referências aqui indicadas.

REFERÊNCIAS

LE GOFF, J. Os intelectuais na Idade Média. São Paulo: Brasiliense, 1989.

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Referências

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