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Artigo
original
Tratamento
cirúrgico
da
fratura
avulsão
na
inserc¸ão
tibial
do
ligamento
cruzado
posterior:
resultado
funcional
夽
Marcos
Alexandre
Barros,
Gabriel
Lopes
de
Faria
Cervone
∗e
André
Luis
Serigatti
Costa
HospitalUniversitáriodeTaubaté,Taubaté,SP,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem24desetembrode2014
Aceitoem14denovembrode2014
On-lineem29demaiode2015
Palavras-chave:
Fraturasósseas
Ligamentocruzadoposterior
Joelho
r
e
s
u
m
o
Objetivo:Avaliaroresultadofuncionalpréepós-cirúrgico,deformaobjetivaesubjetiva,dos
pacientescomdiagnósticodefraturaavulsãoisoladadoligamentocruzadoposteriorque
foramtratadoscirurgicamente.
Método:Foramavaliadoscincopacientespormeioderevisãodeprontuários,aplicac¸ãodo
questionáriodeLysholm,examefísicoeexameradiológico.Paraaestatísticafoiusadonível
designificânciade0,10eintervalodeconfianc¸ade95%.
Resultados: SegundooscritériosdeLysholm,todosospacientesforamclassificadoscomo
ruins(<64pontos)nopré-operatório,evoluíramparamédiade96pontosemseismeses
depós-operatório.Observamosanegativac¸ãode100%dagavetaposterior,umavezque
consideramosnegativoovalormenordoque5mm.
Conclusão:Afraturaavulsãodoligamentocruzadoposteriornainserc¸ãotibialquando
tra-tadacommétodoscirúrgicosefixac¸ãoestávelproduzresultadosfuncionaisaceitáveisdo
pontodevistaclínicoeradiológicoparaumasignificânciade0,042.
©2015SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora
Ltda.Todososdireitosreservados.
Surgical
treatment
of
avulsion
fractures
at
the
tibial
insertion
of
the
posterior
cruciate
ligament:
functional
result
Keywords:
Bonefractures
Posteriorcruciateligament
Knee
a
b
s
t
r
a
c
t
Objective:Toobjectivelyandsubjectivelyevaluatethefunctionalresultfrombeforetoafter
surgeryamongpatientswithadiagnosisofanisolatedavulsionfractureoftheposterior
cruciateligamentwhoweretreatedsurgically.
Method:Fivepatientswereevaluatedbymeansofreviewingthemedicalfiles,applyingthe
Lysholmquestionnaire,physicalexaminationandradiologicalexamination.Forthe
statis-ticalanalysis,asignificancelevelof0.10and95%confidenceintervalwereused.
夽
TrabalhofeitonoDepartamentodeOrtopediaeTraumatologia,ComplexoHospitalarUniversitáriodeTaubaté,Taubaté,SP,Brasil.
∗ Autorparacorrespondência.
E-mails:cervone84@bol.com.br,gabinha77@hotmail.com(G.L.F.Cervone).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2015.04.012
Results:AccordingtotheLysholmcriteria,allthepatientswereclassifiedaspoor(<64points)
beforetheoperationandevolvedtoameanof96pointssixmonthsaftertheoperation.We
observedthat100%oftheposteriordrawercasesbecamenegative,takingvalueslessthan
5mmtobenegative.
Conclusion: Surgicalmethodswithstablefixationfortreatingavulsionfracturesatthetibial
insertionoftheposteriorcruciateligamentproduceacceptablefunctionalresultsfromthe
surgicalandradiologicalpointsofview,withasignificancelevelof0.042.
©2015SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora
Ltda.Allrightsreserved.
Introduc¸ão
Aslesõesligamentaresdojoelhoconstituemtemas
frequen-tesdepesquisasepublicac¸õesnaáreasaúde.Háalgunsanos
osestudoscomoligamentocruzadoposterior(LCP)dividem
aatenc¸ãodospesquisadores.Entreaslesõesdosligamentos
cruzadosestãoincluídasasfraturasavulsõesqueserãoobjeto
destapesquisa.
Fraturas avulsões do esqueleto apendicular são
comu-mente vistas nos cenários da emergência ortopédica.
A prevalência dessas continua a aumentar à medida que
a populac¸ão progressivamente se envolve com atividades
atléticas1eacidentesautomobilísticos.2
Afraturaavulsãoéodestacamentodofragmentodeosso
resultado de uma trac¸ão doligamento, tendão ou cápsula
articular doseu ponto de inserc¸ão óssea.1 Apesar de esse
tipodelesãoestaraumentando,aindasãoraras,segundoa
literatura,especialmenteasdoLCP,quesãoocasionalmente
subdiagnosticadas.3-5AavulsãodoLCPchegaaser10vezes
menosfrequentedoqueadoLCA,mesmoemcrianc¸as.6,7
O ligamento cruzado posterior tem atuac¸ão importante
nabiomecânicadojoelho, desempenhapapelfundamental
naestabilidadeda articulac¸ãoporserrestritor primárioda
translac¸ão posterior da tíbia em relac¸ão ao fêmur.2,8-11 As
característicasda fratura,como tamanhoe desviodo
frag-mentoósseo,regiãoacometidanatíbiaeidadedopaciente,
são informac¸ões importantes na escolha do tratamento e
podeminfluenciarnoresultadofuncional.
Tendo emvista a importânciadotema, otrabalho tem
comoprincipalobjetivoavaliaraqualidadefuncionaldos
joe-lhoscomfraturaavulsãodoLCPanteseapósotratamento
cirúrgicocomparativamentecomaliteratura.
Material
e
métodos
Estudoretrospectivo,observacional,de cincopacientes que
foramavaliadosemnossodepartamento,dejaneirode2013
ajulhode2014.O estudo,previamente, passouporanálise
eautorizac¸ãodocomitê de ética da nossainstituic¸ão com
inscric¸ãonaPlataformaBrasilsobaprovac¸ão.
Foramincluídossomentepacientescomdiagnósticofinal
de fratura avulsão do ligamento cruzado posterior
diag-nosticados por meio de radiografia simples e tomografia
computadorizada(fig.1),isoladaefechada,quefizeram
tra-tamentocirúrgico,semrestric¸ãodesexoouidade;excluídos
pacientes tratadosdeformaconservadora, comlesãohavia
maisde30diasdeevoluc¸ão,pseudoartrose,comdiagnóstico
delesãoligamentarintrassubstancialdoLCPoucomfratura
avulsãodoligamentocruzadoanterior.
Duranteasconsultasclínicasospacientesforam
subme-tidosàsavaliac¸õessubjetiva(Lyshlom)eobjetivacomexame
físico(testedagavetaposterior)eradiografiasobestresse.
Lysholmdivideoresultadoentreexcelente(95-100),bom
(84-94), regular(65-83)eruim(menordoque64)deacordo
comosomatóriodepontosobtidosnofimdoquestionário,na
comparac¸ãodopréedopós-operatório.6
O testeda gaveta posterior foi considerado positivo ou
negativocomparativamentecomaclínicadojoelho
contra-lateralnapresenc¸aounãodestop,respectivamente.
Paraaradiografiasobestresse,naincidêncialateral,
usa-mospacienteemdecúbitodorsalhorizontal,comomembro
em80◦ com apoioapenasnaregiãodocalcâneoeforc¸ade
49Newtons(N)aplicadanaregiãodatuberosidadeanteriorda
tíbia(TAT).Depoisfoiquantificadacomréguaatranslac¸ão
pos-teriordatíbiaemrelac¸ãoaofêmur,consideradanegativoou
zeroparadesvioinferiora4mm,umacruz(+)se5mma9mm
eduascruzes(++)semaiorouiguala10mm;ecomparadacom
ocontralateraldecadaindivíduo(fig.2).8-10,12
Nasconsultasaosprontuáriosforamretiradasinformac¸ões
inerentesaoatocirúrgicocomo:durac¸ãodacirurgia,
osteosín-teseeviadeacessocirúrgicousada;bemcomoinformac¸ões
complementares,tempodecorrentedalesãoatéotratamento,
lesões associadas,mecanismodotrauma, idadeesexodos
pacientes(tabela1).
Todosospacientesforamposicionadosemdecúbito
ven-tralhorizontal,raquianestesiaeusodegarrotepneumático
naraizdacoxaaseroperadaeabordagemposteriorao
joe-lhoemtopografiada fossapoplítea.Avia deTrickey13 (em
forma de S)foi usada emtrês pacientes enos outrosdois
optou-sepelaincisãoreduzidaconformedescritoporBurks
eSchaffer14(emLinvertido)ilustradasnafiguras3e4.Após
aincisão,foramfeitasadissecc¸ãoporplanos,identificac¸ão
dofeixevasculonervosoentreosgastrocnêmiosmediale
late-ral,comafastamentocuidadoso,artrotomiacentraleposterior
comidentificac¸ãodofragmentoósseoavulsionadodoseuleito
tibial.
Nenhumdosfragmentosósseosfoipequenoosuficiente
para impedira fixac¸ãocommaterialrígido enecessitarde
amarrilhaousuturatransóssea.Noscincocasosforam
usa-dososprincípiosdaestabilidadeabsoluta,reduc¸ãoanatômica
ecompressãodofocodefratura comsínteserígida(umou
Figura1–Radiografiasimplesetomografiacomputadorizada,pré-operatória.
Figura2–Técnicausadapararadiografiasobestressea80◦deflexãodojoelhocom49NewtonssobreaTATeimagem
radiológica.
Tabela1–Dadosreferentesàdescric¸ãodoscasos:sexo,idade,mecanismodelesão,presenc¸adelesãonafaceanterior, durac¸ãodacirurgia,tempodalesão,arcodemovimentopréepós-operatório,ladolesionado,resultadoLysholm,RXsob estresse,incisãoecomplicac¸ão
Paciente 01 02 03 04 05
Sexo Masc Masc Masc Masc Masc
Idade(anos) 21 15 46 31 48
Mecanismodalesão moto bicic moto moto moto
Lesãonafaceanterior (pernaoujoelho)
sim não sim sim não
Durac¸ãodoatocirúrgico (emminutos)
40 35 55 40 30
Tempoentrelesão ecirurgia (emdias)
22 06 07 21 16
Arcomovimento-flexão Pós-operatório direito/esquerdo
125◦/145◦ 130◦/120◦ 140◦/140◦ 135◦/135◦ 145◦/135◦
Arcomovimento-flexão Pré-operatório direito/esquerdo
Bloqueadoem 40◦/preservado
em145◦
Preservadoem 130◦/bloqueado
em10◦
Bloqueadoem 20◦/preservado
em140◦
Preservadoem 135◦/bloqueado
em15◦
Preservado 145◦/bloqueado
em20◦
Joelholesionado Direito Esquerdo Direito Esquerdo Esquerdo
QuestionárioLysholm antes/depois Ruim (0)/Excelente(95) Ruim (25)/Excelente (99) Ruim (27)/Excelente (97) Ruim (25)/Excelente (95) Ruim(2)/Bom (94)
Distânciatíbiarelac¸ão fêmurno
RXemestressedir/esq (emmilímetros)
3/0 0/1 2/0 0/2 0/1
Incisãonapele Trickey Trickey Trickey Burks Burks
Complicac¸ões pós-operatório
Não Não Deiscênciada
sutura
Não Não
40%
60%
Burks
Distribuição de incisão na pele
Trickey
Figura4–Ilustrac¸ãodadistribuic¸ãodeincisãonapele.
Respeitamosa fise de crescimento mesmocom fragmento
pequeno.
Operíodopós-operatóriofoiconduzidocomtalagessada
cruromaleolaremextensão,semcarga;retornonasegunda
semana aoambulatóriopara retiradade pontos etrocada
talagessadaporbrace, parapermitir iníciode mobilizac¸ão passivaecrioterapia;aocompletarummêsfoifeitocontrole radiográficoparaliberac¸ãodecargaprogressivaeretirada defi-nitivadaimobilizac¸ão;apartirdosegundomêsopacientefoi
Tabela2–Descritivacompletaparaidade,durac¸ão dacirurgiaetempodalesãoàcirurgia
Descritiva Idade(anos) Durac¸ãodo atocirúrgico
(min)
Tempoentre lesãoe cirurgia(dias)
Média 32,2 40 14,4
Mediana 31 40 16
Desvio padrão
14,7 9,4 7,6
CV 46% 23% 53%
Min 15 30 6
Max 48 55 22
N 5 5 5
IC 12,9 8,2 6,6
CV,coeficientedevariac¸ão;Mín,valormínimo;Máx,valormáximo; N,amostra;IC,intervalodeconfianc¸a.
autorizado ainiciarotrabalhode fortalecimentomuscular; noterceiromêsretornoaotrabalhoecomseismeses,após reavaliac¸ãoclínicaeradiológica,altamédica.
Ametodologiaestatísticafoifeitacomométodode Wil-coxon paraumnívelde significânciade0,10 eintervalode confianc¸ade95%.
Resultados
Figura5–Radiografiadoadolescentesínteseparalelaafise
decrescimento,preservando-a.
ecirurgia(tabela2).Ressaltamosque100%dospacienteseram
dosexomasculino.
OmétododeWilcoxonnospermitiuconsiderarquehouve
diferenc¸aestatísticasignificativa(p=0,042)entreoresultado
deLysholmantesda cirurgiade15,8pontos (ruim)para96
(excelente)emmédia;apresentou-seapenasumcasode
resul-tadobom(94pontos)apóscirurgia,emqueopacienteperdeu
umponto(decincopontos)noquesitoagachamentodevidoa
discretaassimetriaemflexão(10◦)aoagachar-secomparado
comocontralateral(fig.6etabela3).
Foifeitaumacomparac¸ãocommédiadatranslac¸ão
poste-riordatíbiaemrelac¸ãoaofêmurnoRXemestressecomtrês
Compara mamentos para lysholm
120
100
80
60
40
20
Média
Antes Depois
15,8
96
0
Figura6–Ilustrac¸ãoquecomparamomentosparaLysholm.
Tabela3–Comparac¸ãodemomentosparaLysholm
Lysholm Antes Depois
Média 15,8 96
Mediana 25 95
Desviopadrão 13,6 2
Min 0 94
Max 27 99
N 5 5
IC 11,9 1,8
Pvalor 0,042
CV,coeficientedevariac¸ão;Mín,valormínimo;Máx,valormáximo; N,amostra;IC,intervalodeconfianc¸a.
Tabela4–Comparac¸ãodeRXemestressecomvalores dereferência
RXemestresse
Média 1,80
Mediana 2
Desviopadrão 0,84
Min 1
Max 3
N 5
IC 0,73
Pvalor(0) 0,009
Pvalor(2,5) 0,621
Pvalor(5) 0,001
CV,coeficientedevariac¸ão;Mín,valormínimo;Máx,valormáximo; N,amostra;IC,intervalodeconfianc¸a.
Tabela5–Distribuic¸ãodomecanismodalesão
Mecanismodalesão N % Pvalor
Moto 4 80% 0,058
Bicicleta 1 20%
Tabela6–Distribuic¸ãodotestegaveta
Testegaveta N % Pvalor
Negativo 5 100% 0,002
Positivo 0 0%
valoresdereferência(zero,umecinco)emmilímetros,uma vezquetodosestavamnolimiteparazerocruzounegativo (tabela4).
VerificamosqueamédiadoRXemestressefoide1,80mme
queessamédiaéestatisticamentediferentedezeroedecinco,
maséconsideradaigualaovalorde2,50;eabaixode5mm,que
éovalorparaumacruz(+)detranslac¸ãoposteriordatíbiaem
relac¸ãoaofêmur,queindicariaalgumgraudeinstabilidadeda
articulac¸ão(tabela4).
Concluímosaindaqueexistesignificâncianadistribuic¸ão
de complicac¸ões pós-operatórias, mo mecanismo da lesão
(tabela 5) e no teste da gaveta posterior (tabela 6). Em
complicac¸õespós-operatórias,80%nãoapresentaramcontra
20%queapresentaram,sendoessa umadiferenc¸a
significa-tiva(p=0,058);acomplicac¸ãoobservadafoideiscênciadepele,
significado(0,527)paraoladocommaiorpredominânciade
serafetado.
Quandoperguntados,100%dospacientesreferiramestar
satisfeitoscom oresultado funcionaldojoelho após o
tra-tamento,nenhumtemsequelaousintomasqueprovoquem
limitac¸ãoouincapacitac¸ãodasatividadesfísicas,profissionais
ediárias.Mesmoemumdoscasosemqueopacienteé
profis-sionaldoramodoatletismoeprofessordeeducac¸ãofísicanão
houvelimitac¸ãoincapacitanteresidual.Atualmenteparticipa
decompetic¸õescomnívelprofissional.
Discussão
A lesão ligamentar do cruzado posterior é incomum e
quandoocorregeralmenteestácombinadacomoutraslesões
ligamentaresdojoelho.AlesãoisoladadoLCPacomete
apro-ximadamente3%daslesõesagudasdojoelho.9
Algunsautoresrelatamincidênciamédiadetrêscasosde
fraturaavulsãodoLCApara100.000equeoscasosdeavulsão
doLCPsãomaisrarosainda,chegamaserdezvezesmenos
frequentes,mesmoemcrianc¸as.6,7
O LCPé o maisforte dosligamentos cruzados e
restri-torprimáriodatranslac¸ãoposteriordatíbiaduranteaflexão
dojoelho.Quandolesionadoocorresubluxac¸ãoposteriorque
provoca alterac¸ão napressão da articulac¸ão femoropatelar
comconsequente dorcrônica edegenerac¸ãoda cartilagem
articular.8,15
Estudosanteriores8,9observaramqueatranslac¸ão
poste-riordatíbiaémaiorquantomaiorograudeflexãodojoelho
naradiografiasobestresse,a10◦,20◦,60◦,80◦.StäublieJakob8
concordaramqueodesvioposteriornormalemmilímetrosera
emmédia3,7±2,1doladointactoe10,4±2,4(significância
dep<0,001)quandolesionado,8,9informac¸ãoquenosgarante
maiorcredibilidadenaavaliac¸ãoobjetivadafunc¸ãopormeio
doRXsobestresse80◦.
Apesar de ainda não haver consenso quanto ao reparo
primárionaslesõesdoLCP,jáestáclaroqueosmelhores
resul-tados,noscasosdefraturasavulsões,sãoobtidosapósfixac¸ão
estável.Estudosseriadostêmdemonstradodeforma
consis-tenteresultadossatisfatórioscomfixac¸ãoeuniformemente
pobresresultadoscommétodosnãocirúrgicos.6,8,13,16,17
Omecanismomaiscomumdalesãosãoacidentes
motoci-clísticos,seguidosportraumacontraopaineleatropelamento,
entre outros.3,17 Observamos um caso de acidente com
bicicleta enquanto todos os outros foram motociclísticos
(tabela5). Oque ocorreéimpacto da faceanterior do
joe-lhoemflexãodeaproximadamente90◦queprovocaalesão.
Emalgunscasoslesõesdaregiãoanteriordojoelhoestão
pre-sentes,comolacerac¸õesouferimento cortocontusoda pele
(observadosem60%doscasos nesteestudo),ilustrado nas
figuras7 e8. Outras lesõespodem estar associadas, como
fratura da patela,fêmuripsilateral,ossos docarpoearcos
costais.3
Independentemente da via, da técnica ou do material
usado a fratura avulsão do LCP deve ser tratada
cirurgi-camente, como sugerem Veselko e Saciri16 e outros.2,3,17
A melhor técnica a ser aplicada ainda é discutida, porém
deve ser a com que o cirurgião especialista estiver mais
familiarizado ou ter melhor condic¸ões e estrutura para
40%
60%
Não
Distribuição de lesão na face anterior
Sim
Figura7–Ilustrac¸ãodadistribuic¸ãodelesãonaface anterior.
Figura8–Imagemdeferimentocortocontusoextenso
esuturanaregiãoanteriordaperna.
aplicá-la,6,8,12,13,16,17umavezqueastécnicasartroscópicaou
abertasãoigualmenteconfiáveis.18
Conclusão
AlesãoosteoligamentardoLCPcausadoreprejuízofuncional,
comlimitac¸ãodoarcodemovimentoassociadaainstabilidade
dojoelho.Otratamentocirúrgicoobteveresultados,subjetivos
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
r
e
f
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r
ê
n
c
i
a
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