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Caracterização das atividades educativas de trabalhadores de enfermagem na ótica da educação permanente

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Academic year: 2016

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Ar t ig o Or igin a l

Ca r a ct e r iz a çã o da s a t iv ida de s e du ca t iv a s de t r a ba lh a dor e s de e n fe r m a ge m n a ót ica da e du ca çã o pe r m a n e n t e

Ch a r a ct e r iz a t ion of t h e e du ca t ion a l a ct iv it ie s of n u r sin g w or k e r s in t h e v ie w of con t in u in g e du ca t ion Ca r a ct e r iz a ción de la s a ct iv ida de s e du ca t iv a s con los t r a ba j a dor e s de e n fe r m e r ía de sde la ópt ica de

la e du ca ción pe r m a n e n t e

Adr iana Mar ques da Silv aI, Mar ina PeduzziI I

I Enfer m eir a. Dout or anda em Enferm agem em Adm inist r ação - Depar t am ent o de Orient ação Pr ofissional, Escola de Enferm agem da

Universidade de São Paulo ( EE/ USP) . E- m ail: enfadriana@usp.br.

I I

Pr ofessor Associado do Depar t am ent o de Orient ação Pr ofissional da EE/ USP. E- m ail: m arinape@usp.br. RESUM O

Est e est udo discut e a r ecipr ocidade ent re pr át icas de saúde e educat ivas e obj et iva car act er izar os t r abalhador es de enfer m agem e suas at ividades educat ivas em r egião do m unicípio de São Paulo. Est udo explor at ór io- descr it ivo quant it at ivo, r ealizado em 18 ser viços de saúde ent r e 2005/ 2006, cuj a colet a de dados foi feit a por m eio de ent r evist a e aplicação de dois for m ulár ios. I dent ificou- se que 84,8% dos t r abalhador es de enfer m agem at uam nos hospit ais e pr ont o socor r o ( PS) ; 22,5% são enferm eiros, 15,2% , t écnicos de enferm agem ( TE) e 62,3% , auxiliar es de enfer m agem ( AE) . Das 245 ações educat ivas m apeadas, 78,4% são r ealizadas nos hospit ais e PS, pr edom inant em ent e, focadas na r ecuper ação da saúde; 46,9% est ão dir ecionadas aos enfer m eir os, 39,6% aos enferm eir os, TE e AE e 13,5% , aos TE e AE; 21,2% ações ut ilizam est r at égias t r adicionais de ensino e 15,1% , as par t icipat ivas; 69% t êm dur ação de 01- 20h; 55,5% são r ealizadas for a do ser viço. Apesar de pr edom inar at ividades educat ivas volt adas aos enfer m eir os, orient adas par a r ecuper ação da saúde, com ut ilização de est r at égias de ensino t r adicionais, a pr esença de ações ancor adas no cot idiano de t r abalho, r em et e à concepção de educação per m anent e e assinala possibilidades de m udança da abor dagem das pr át icas educat ivas de t r abalhador es na per spect iva da int egr alidade da saúde e do cuidado int egr al de enfer m agem .

D e scr it or e s: Educação cont inuada em enfer m agem ; Recur sos hum anos de enfer m agem ; Tr abalho.

ABSTRACT

This st udy r equir es t he r ecipr ocit y bet ween healt h and educat ional pr act ices and aim s t o char act er ize t he nur sing w or ker s and t heir educat ional act ivit ies in t he cit y of São Paulo ar ea. A quant it at ive- descr ipt ive explor at ory st udy, conduct ed in 18 healt h ser vices bet w een 2005 and 2006, w hich t he dat a collect ion w as accom plished t hr ough int er view s and t he applicat ion of t w o for m s in 18 healt h ser vices. I t w as ident ified t hat 84.8% of nur sing w or ker s w or k in hospit als and em er gency assist ance ( EA) ; 22.5% are nur ses, 15.2% , nur sing t echnicians ( NT) and 62.3% , nur sing assist ant s ( NA) . Ther e w er e 245 ident ified act ions, 78.4% ar e per for m ed in hospit als and EA, pr edom inant ly focused on t he healt h r ecov er y , 46.9% ar e dir ect ed t o t he nur ses, 39.6% t o t he nur ses, NT and NA and 13.5% , t o NT and NA; 21.2% of t he act ions use t r adit ional t eaching st r at egies and 15.1% , t he par t icipat or y; 69% last 01- 20h; 55.5% ar e per for m ed out of t he ser v ice. Despit e of t he predom inance of educat ional act ivit ies direct ed t o t he nur ses which are or ient at ed for t he healt h r ecover y, w it h t he use of t eaching t r adit ional st r at egies, t he pr esence of r elat ed act ions in t he daily w or k r efer s t o t he concept ion of cont inuing educat ion and point s out t he possibilit y of changing t he w or ker s educat ional pr act ices appr oach in t he view of t he healt h int egr alit y and ent ir e nur sing car e.

D e scr ipt or s: Educat ion, Nur sing, Cont inuing; Nur sing st aff; Wor k.

RESUM EN

Est e est udio pr opone la r ecipr ocidad ent re pr áct icas de salud y educat ivas y obj et iva car act er izar los t r abaj ador es de enfer m er ía y sus act ividades educat ivas en una r egión de la ciudad de São Paulo. Est udio explor at or io- descr ipt ivo cuant it at ivo, r ealizado en 18 ser vicios de salud ent r e 2005/ 2006, cuya r ecolección de dat os fue r ealizado por m edio de ent r evist a y aplicación de dos for m ular ios en 18 ser vicios. Se ident ificó que 84,8% de los t r abaj ador es de enfer m er ía act úan en los hospit ales y em er gencia; 22,5% son enfer m er os, 15,2% , t écnicos de enfer m er ía ( TE) y 62,3% , auxiliar es de enfer m er ía ( AE) . De las 245 acciones educat ivas m apeadas, 78,4% son r ealizadas en los hospit ales y Em er gencia, pr edom inant em ent e enfocadas en la recuper ación de la salud; 46,9% est án dir eccionadas a los enferm er os, 39,6% a los enfer m er os, TE y AE y 13,5% , a los TE y AE; 21,2% acciones ut ilizan est r at egias t r adicionales de enseñanza y 15,1% , las par t icipat ivas; 69% t ienen dur ación de 01- 20h; 55,5% son r ealizadas fuer a del ser vicio. A pesar de pr edom inar act ividades educat ivas enfocadas a los enfer m er os, or ient adas par a la r ecuper ación de la salud, con ut ilización de est r at egias de enseñanzas t r adicionales, la pr esencia de acciones ancor adas en el cot idiano de t r abaj o, r em it e a la concepción de educación per m anent e y señalan la posibilidad de cam bios del abor dagem de las pr áct icas educat ivas de t rabaj ador es desde una per spect iva de la int egridad de la salud y del cuidado int egr al de enfer m er ía.

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I N TROD UÇÃO

A análise das at iv idades educat iv as de t r abalhador es de enfer m agem de um a r egião do Município de São Paulo é o t em a cent r al dest e ar t igo. Ent ende- se que as at ividades educat iv as em ser viço pr om ovem r eflexões sobr e a pr át ica quando ancor adas no exer cício cot idiano do t r abalho e em um a visão crít ica baseada na r ealização das ações, de m odo que devem ser per m anent es na inst it uição. O t r abalho ent endido com o pr át ica social pr essupõe um a r elação r ecípr oca, de m út ua influência, ent r e as pr át icas educat iv as que capacit am e for m am os pr ofissionais de saúde e de enfer m agem e sua inser ção concr et a nos ser viços de saúde( 1).

Obser va- se, por t ant o, que o t r abalho colet ivo, em especial a m odalidade de t r abalho em equipe e educação de t r abalhador es, concebida com o educação per m anent e em saúde ( EP) , configur a dois aspect os nuclear es da gest ão da saúde e de enfer m agem , t endo em vist a a qualidade da at enção à saúde e do cuidado de enfer m agem( 2).

No cam po da saúde e enfer m agem , as at ividades educat iv as são abor dadas com base na concepção da EP adot ada pelo Minist ér io da Saúde com o polít ica pública de for m ação e desenv olv im ent o de t r abalhador es par a o Sist em a Único de Saúde ( SUS) , segundo a Por t ar ia GM/ MS nº . 1.996 de 20 de agost o de 2007( 3). Essa pr opõe um a visão pedagógica do pr ocesso educat iv o que per m it e analisar o cot idiano de t r abalho e da for m ação em saúde t om ando em consider ação as r elações concr et as que oper am a r ealidade e a const r ução de espaços colet ivos no int er ior das equipes par a a r eflexão e avaliação do sent ido das pr át icas no cot idiano do t r abalho( 4).

Vale r essalt ar que o t r abalho é o elo que une e ar t icula o conhecim ent o e o desem penho do t r abalhador , or iginando um novo saber , e a apr endizagem é um a dinâm ica cont ínua de ação– r eflexão–nova ação e de valorização da par t icipação do t r abalhador no pr ocesso educat iv o( 5).

Na pesquisa adot ar am - se com o r efer encial t eór ico os est udos sobr e o pr ocesso de t r abalho em enfer m agem , bem com o o t r abalho em equipe, a int egr alidade da saúde e a educação per m anent e em saúde.

O pr ocesso de t r abalho consist e em um a im por t ant e cat egor ia de análise e t em apoiado vár ios est udos sobr e t r abalho em saúde e em enfer m agem , com base no conceit o do t r abalho com o o agir do hom em sobr e as for ças da nat ur eza, no qual t r ansfor m a t ant o os r ecur sos nat ur ais em for m as út eis à vida, com o t am bém t r ansfor m a a si m esm o, um a vez que, sobr e o m at er ial m anuseado foi idealizado pr eviam ent e um pr oj et o, at r ibuindo, assim , um significado ao seu pr ópr io t r abalho( 6- 7).

Nesse pr ocesso, os seus elem ent os const it uint es são: a at iv idade adequada a um fim , que é o t r abalho

pr opr iam ent e dit o; o obj et o de t r abalho, ou sej a, aquilo sobr e o que incide a at iv idade e que ser á t r ansfor m ado no decor r er do pr ocesso; e os m eios de t r abalho, os inst r um ent os ut ilizados pelo t r abalhador no pr ocesso( 6 ,8).

O agent e t am bém é consider ado com o um dos elem ent os const it uint es do pr ocesso de t r abalho. Por isso, deve ser analisado no int er ior das r elações r ecípr ocas ent r e o obj et o de t r abalho, os inst r um ent os e as at ividades, bem com o no int erior do pr ocesso da divisão do t r abalho. É por m eio dele que se t or na possível obser var e expr essar a exist ência concr et a de um a dinâm ica ent r e saber es, inst r um ent os m at er iais e at ividades do pr ocesso de t r abalho( 8- 9).

Na saúde, o pr ocesso de t r abalho t em com o finalidade at ender às necessidades de saúde. Nessa per spect iva, ent ende- se que na enfer m agem , o obj et o de t r abalho são as necessidades de cuidado de enfer m agem e seu ger enciam ent o, pelo qual se pode alcançar a pr om oção, a pr evenção e a r ecuper ação da saúde, sendo os últ im os, a r eal finalidade do t r abalho de enfer m agem . Já os inst r um ent os const it uem - se com o m at er iais e im at er iais, com o os saber es t écnicos que infor m am e fundam ent am , im ediat am ent e, a ação r ealizada( 8,10- 11).

No que se r efer e ao pr ocesso de t r abalho ger encial de enfer m agem est e est udo r ecor t a, em especial, o inst r um ent o da EP, r efer ido ant er ior m ent e, em bor a se r econheça a pr edom inância da concepção de educação cont inuada ( EC) t ant o na ár ea de enfer m agem com o no cam po da saúde.

Nesse sent ido, as concepções de EP e de EC são difer ent es ent r e si. A EC r eduz as capacit ações a t r einam ent os e r eciclagens dos conhecim ent os, pois envolv em at ividades de ensino com t em pos det er m inados, uso de m et odologia t r adicional. Car act er iza- se t am bém pela t r ansm issão de

conhecim ent os de for m a passiva, r ealização em

t em po e lugar específicos, e os invest im ent os em at ividades educat iv as não r esult am necessar iam ent e em m udanças na pr est ação dos ser viços, sit uação que t em sido quest ionada pelos est udiosos dos pr ocessos educat iv os em saúde( 4- 5,12- 13).

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t r abalhador es da saúde um pr ocesso per m anent e de desenvolvim ent o de com pet ências, no qual o t r abalhador r ealiza suas at ividades, inser ido em um a equipe m ult ipr ofissional( 3,5,12,14).

Nesse cont ex t o, a EP t r az consigo aspect os ligados ao ger enciam ent o em saúde e enfer m agem , quando coloca a necessidade de gest ão das capacit ações e conhecim ent os, dos pr ocessos de avaliação e de t r abalho consider ando a cult ur a do ser viço, bem com o, a adequação do am bient e par a a pr om oção da saúde.

A concepção de EP em saúde t am bém agr ega os conceit os de t r abalho em equipe e de int egr alidade. A cor r elação da EP com o t r abalho em equipe pode ser com pr eendida pela sua ancor agem no t r abalho que pr essupõe um a r ede de pr ocesso de t r abalho int er disciplinar e m ult ipr ofissional, m esm o que na pr át ica cot idiana pr edom ine o t r abalho

individualizado de cada área pr ofissional( 2). A

int egr alidade da saúde, ent endida com o a ar t iculação das ações de pr om oção, pr evenção e r ecuper ação da saúde, bem com o, a apr eensão am pliada e cont ext ualizada das necessidades de saúde dos usuár ios é, por sua vez, um a concepção or ient ador a da EP e do t r abalho em equipe( 15).

Com base nesses conceit os, o ar t igo t em o obj et ivo de analisar o per fil dos t r abalhador es de enfer m agem e das at iv idades educat iv as r ealizadas por eles em um a r egião m et r opolit ana do Município de São Paulo.

CAM I N H O M ETOD OLÓGI CO

Tr at a- se de um est udo explor at ór io descr it ivo r ealizado em 18 ser viços de saúde da r ede pública de um a r egião do Município de São Paulo: 10 unidades básicas de saúde ( UBS) , 4 ser viços especializados, 3 hospit ais e 1 pr ont o socor r o ( PS) . A r egião est udada t em um t ot al de 22 est abelecim ent os de saúde, m as houve a r ecusa por par t e de 1 ser viço de par t icipação no est udo e a im possibilidade de colet a de dados em out r os 3, por pr oblem as est r ut ur ais das unidades.

A r ealização da pesquisa foi apr ovada pelos Com it ês de Ét ica em Pesquisa da Escola de Enfer m agem da Univ er sidade de São Paulo ( pr ocesso no 729/ 2008/ CEP- EEUSP) , da Secr et ar ia Municipal de Saúde ( par ecer no 181/ 08 CAAE: 00807.0.162.196-08) e do hospit al de ensino da r egião, t am bém foi apr ovada pela Com issão de Pesquisa da Secr et ar ia Municipal de Saúde, pela Super int endência da Aut ar quia Hospit alar Municipal e pela Super v isão Técnica de Saúde da r egião de est udo, além de aut or izada pelos r espect ivos dir et or es de cada ser viço. Todos os suj eit os de pesquisa que par t icipar am do est udo assinar am o Ter m o de Consent im ent o Livr e e Esclar ecido, com pondo, assim , as exigências da Resolução 196/ 96 do Conselho Nacional de Saúde par a pesquisas envolv endo ser es hum anos.

O levant am ent o de dados foi r ealizado em t r ês unidades básicas de saúde ent r e j ulho e novem br o de 2005, com levant am ent o de dados das at iv idades educat iv as que ocor r er am no per íodo de j ulho de 2004 a j unho de 2005. Após obt enção do apoio de agência de fom ent o a colet a foi est endida par a os dem ais ser viços de saúde da r egião, no per íodo de abr il a novem br o de 2006, r efer ent e aos dados de t odo o ano de 2005.

A colet a de dados pr ocessou- se por m eio de dois for m ulários específicos. A aplicação do pr im eir o per m it iu o levant am ent o de dados secundár ios no set or ou com a pessoa r esponsável pelos r ecur sos hum anos de cada ser viço. For am levant adas infor m ações sobr e as v ar iáveis: local de t r abalho, sex o, idade, v ínculo em pr egat ício, t em po no ser v iço, escolar idade e cat egor ia pr ofissional. O segundo for m ulário foi aplicado por m eio de ent r ev ist a com infor m ant es chave r epr esent ant es de t odas as cat egor ias pr ofissionais e equipes de t r abalho dos r espect ivos ser viços, indicados pelo dir igent e da unidade em ent r ev ist a inicial par a solicit ação de aut or ização e definição da est r at égia de pesquisa de cam po.

Os infor m ant es chave for am convidados a r elat ar os pr ocessos educat ivos de t r abalhador es de enfer m agem r ealizados no ano ant er ior à colet a e descr ev er cada at iv idade segundo: nom e e t em as abor dados ( infor m ação que per m it iu classificar as at ividades segundo t ipos ou eixos) ; t ipo de ser viço ( nív el de at enção) em que as ações educat iv as são r ealizadas; público alvo; est r at égia de ensino; t em po de dur ação da at iv idade educat iv a, local de r ealização e de quem par t iu a dem anda.

As ent r evist as for am gr avadas e t r anscr it as. As infor m ações sist em at izadas em for m ulário pr ópr io e ar m azenadas em banco de dados no soft w ar e Micr osoft Office Excel ver são 2003 par a ser em subm et idas à análise est at íst ica por m eio do pr ogr am a Est at ist ic Package for Social Science ( SPSS) ver são 12.0, par a ident ificação das fr eqüências absolut as e r elat ivas da am ost r a. Par a possibilit ar a análise est at íst ica, as infor m ações do banco de dados for am classificadas segundo cat egor ias baseadas no r efer encial t eór ico- conceit ual adot ado.

RESULTAD OS E D I SCUSSÃO

Ca r a ct e r iz a çã o dos t r a ba lh a dor e s de e n fe r m a ge m da r e giã o de e st u do

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pr edom inam nos hospit ais e no PS ( 1. 247 – 84,8% ) , seguidos pelos ser viços de at enção pr im ár ia ( 183 – 12,4% ) e ser v iços especializados ( 41 – 2,8% ) .

O m aior núm er o dos t r abalhador es de enfer m agem per t ence ao sexo fem inino ( 1.324 – 90% ) , at é por que hist or icam ent e a enfer m agem é um a pr ofissão essencialm ent e fem inina desde o seu início e m ant ém esse per fil com 89,7% dos pr ofissionais de enfer m agem no m er cado for m al de t r abalho at ual( 16).

Quant o à idade, a faixa et ár ia m ais fr eqüent e é a com pr eendida ent r e 41 a 50 anos, com 535 ( 36,4% ) t r abalhador es, seguida pelo int er valo de 31 a 40 anos, com 356 ( 24,2% ) , am bos som ados at ingem o índice de 891 ( 60,6% ) r egist r os de t r abalhador es com idade ent r e 31 a 50 anos. Esse dado pode est ar associado ao gr au m ais elevado de par t icipação de pr ofissões r egulam ent adas no set or saúde, à m aior par t icipação do set or público no m er cado for m al do set or e ao aum ent o dos anos de escolar ização da for ça de t r abalho em saúde( 16).

O t ipo de vínculo em pr egat ício pr edom inant e na r egião é o r egim e CLT ( Consolidação das Leis Tr abalhist as) com 929 ( 63,2% ) pr ofissionais, seguido pelos t ipos efet iv o e cont r at o Lei 500/ 74 que em pr egam , r espect ivam ent e, 371 ( 25,2% ) e 105 ( 7,1% ) . Som ent e 22 ( 1,5% ) dos t r abalhador es de enfer m agem t êm cont r at o de em er gência com validade de um ano, r evelando um núm er o r eduzido de t r abalhador es de enfer m agem com r elações de t r abalho em m odalidades que expr essam o pr ocesso de flexibilização e de pr ecar ização do t r abalho nos ser viços est udados.

A m édia de per m anência no t r abalho dos pr ofissionais de enfer m agem é de 8,4 anos, e apr oxim a- se da m édia ident ificada na lit er at ur a sobr e o m er cado de t r abalho assalar iado das pr ofissões de saúde( 16).

Relacionado à escolar idade, ver ifica- se que 736 ( 50% ) t r abalhador es possuem o ensino m édio com plet o, o que cor r esponde à escolar idade exigida por lei par a os t écnicos de enfer m agem . Com ensino super ior com plet o ident ificam - se 354 ( 24,1% ) t r abalhador es que cor r espondem aos enfer m eir os e aos t r abalhador es de enfer m agem de nível m édio com super ior com plet o, que ainda não ingr essar am na nova pr ofissão, sej a pela dificuldade de absor ção pelo m er cado de t r abalho, pela m anut enção do salár io at ual, que, às vezes, é m aior do que o m er cado ofer ece ao iniciant e na pr ofissão ou, ainda pelo direit o de est abilidade do t r abalho público conquist ado por m eio de concur so.

Dent r e os enfer m eir os, 212 ( 64% ) não possuem nenhum a especialização, ao passo que 108 ( 32,6% ) t êm pelo m enos um a, evidenciando que a busca pela cont inuidade do seu apr endizado, não se dá pr efer encialm ent e pelo cam inho da especialização. Dent r e os que possuem essa for m ação, os t r ês

cur sos m ais fr eqüent es são r elacionados à r ecuper ação da saúde, sendo a enfer m agem obst ét r ica e a t er apia int ensiv a, am bas com 26 ( 7,9% ) r egist r os cada um a, e a puer icult ur a e pediat r ia com 25 ( 7,6% ) . As pós- gr aduações associadas às ações de pr om oção e pr evenção são r efer idas por m eio dos cur sos de m edicina pr event iva e social ( saúde colet iva/ saúde pública) com fr eqüência de 13 ( 3,9% ) r egist r os, e de m edicina da fam ília e com unidade com 2 ( 0,6% ) . A busca pela especialização r elacionada à ár ea de pr om oção e pr evenção da saúde é m enor quando com par ada à de r ecuper ação da saúde, cuj os índices são de 15 ( 4,5% ) e 87 ( 26,3% ) r espect ivam ent e.

Na enfer m agem , a cat egor ia pr ofissional m ais fr eqüent e é a do auxiliar de enfer m agem , com 917 ( 62,3% ) t r abalhador es, seguida pela dos enfer m eir os com 331 ( 22,5% ) , e dos t écnicos de enfer m agem , que cor r espondem a 223 ( 15,2% ) do quadr o da enfer m agem dos ser viços da r egião. Esse alt o núm er o de auxiliar es de enfer m agem na r egião est udada, assim com o nos r egist r os do Conselho Feder al de Enfer m agem , pr ovavelm ent e, se deve à subst it uição dos at endent es de enfer m agem por auxiliar es, sobr et udo, a par t ir do ano de 2001, com a im plant ação do Pr oj et o de Pr ofissionalização de Tr abalhador es de Enfer m agem ( PROFAE) desenvolvido pelo Minist ério da Saúde em t odo o t er r it ór io nacional( 17).

Ca r a ct e r iz a çã o da s a t iv ida de s e du ca t iv a s dos t r a ba lh a dor e s de e n fe r m a ge m

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Ta be la 1 : Dist r ibuição das at ividades educat iv as de t r abalhador es de enfer m agem da r egião de est udo

segundo det alham ent o do eixo de análise baseado no quadr o t eór ico do est udo, São Paulo – 2006

Eix o de a n á lise At ivida de s e du ca t iv a s N º %

I n t e gr a lida de

at ividade de r ecuper ação da saúde 33 13,5

at ividade de pr evenção e r ecuper ação 28 11,4

at ividade de pr evenção 12 4,9

at ividade de pr om oção e pr evenção 10 4,1

at ividade de pr om oção, pr evenção e r ecuper ação da saúde 3 1,2

Con gr e ssos, sim pósios, se m in á r ios e sim ila r e s 64 26,1

r euniões ent r e pr ofissionais ( at enção à saúde) 7 2,9

r euniões ent r e pr ofissionais ( at enção à saúde, ger encial) 7 2,9

r euniões ent r e pr ofissionais ( ger encial) 1 0,4

ger encial ( de unidade, gest ão de pessoas, ...) 7 2,9

ger encial – sist em a de infor m ação 4 1,6

ger encial – fluxo 2 0,8

m edidas de segur ança par a o t r abalhador e usuár io 7 2,9

saúde do t r abalhador 1 0,4

at ividade educat iv a ( t r abalhador es – pr ocesso educat iv o) 2 0,8

par t icipação na dinâm ica de out r os ser v iços 2 0,8

at ividade com alunos ( pr ocesso educat iv o) 1 0,4

pesquisa com o at ividade educat iv a par a os t r abalhador es 1 0,4

r elação ser viço/ gest ão/ univer sidade/ usuár io 1 0,4

m anuseio e m anut enção de equipam ent os 23 9,4

pr ofissionalização, difusão cult ur al/ pós- gr aduação,

aper feiçoam ent o 17 6,9

super visão ( quando r efer enciado) 2 0,8

t r einam ent o adm issional – hospit al/ r ede básica 1 0,4

t r oca infor m al de saber es 1 0,4

out r os 8 3,3

Tot a l 2 4 5 1 0 0

As at ividades educat iv as do eix o ‘int egr alidade’ for am classificadas segundo cat egor ias que cont em plam a pr om oção, a pr evenção e a r ecuper ação da saúde.

Esse eix o foi dividido em dois: ‘int egr alidade pr opr iam ent e cit ada’ que é com post a pelas at ividades que possuem est r it am ent e a concepção da int egr alidade, t endo em vist a as polít icas de saúde, ou sej a, da ar t iculação das ações de pr om oção, pr evenção e r ecuper ação da saúde, e ‘dem ais cat egor ias do eixo int egr alidade’ for m ada pelas ações de r ecuper ação à saúde, pr evenção e pr om oção que se apr esent ar am de for m a isolada ou associada ent r e si.

Os r esult ados m ost r am que na dist r ibuição das at ividades educat iv as dos t r abalhador es de enfer m agem , apenas 3 ( 1,2% ) car act er izam - se segundo o sent ido adot ado de int egr alidade e, em cont r apar t ida, há o pr edom ínio de at iv idades de r ecuper ação da saúde, com 33 ( 13,5% ) r egist r os do t ot al nesse eixo, seguidas de 28 ( 11,4% ) at ividades de pr ev enção e r ecuper ação da saúde que r eunidas som am 61 ( 24,9% ) pr ocessos educat iv os or ient ados pela concepção biom édica.

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saúde, pois são nesses ser viços que se concent r am as at iv idades assist enciais de m aior densidade t ecnológica, bem com o, o m aior núm er o de t r abalhador es de enfer m agem . Cont udo, vale dest acar que t am bém nos ser viços hospit alar es cabe a or ganização do t r abalho e execução das at iv idades or ient adas pela int egr alidade t endo em vist a a ar t iculação da pr om oção, pr ev enção e r ecuper ação( 18).

As ações de pr om oção apar ecem associadas às de pr evenção, com um a fr eqüência de 10 ( 4,1% ) r egist r os. Não for am apont adas at iv idades educat iv as que cont em plassem apenas as ações de pr om oção de for m a isolada, m as sim , r elacionadas às de pr evenção.

As at ividades de ‘congr essos, sim pósios, sem inár ios e sim ilar es’ apar ecem de for m a expr essiva, 64 ( 26,1% ) , r epr esent ando o segundo eixo m ais fr eqüent e ent r e as at iv idades educat iv as dos t r abalhador es de enfer m agem . Cham a at enção que esses ev ent os est ão volt ados, especialm ent e, par a os t r abalhador es de enfer m agem de nível super ior - enfer m eir os, com r eduzida par t icipação dos t r abalhador es de nível m édio. Esse r esult ado confir m a o enfer m eir o com o público alvo pr efer encial das ações educat iv as de t r abalhador es de enfer m agem , o que ser á analisado adiant e.

No eixo ‘r euniões’ for am classificadas as r euniões ent r e pr ofissionais volt adas às quest ões r elacionadas à assist ência e ao ger enciam ent o, e a am bas as t em át icas som adas r esult ar am em 15 ( 6,1% ) at iv idades educat iv as. Em bor a apr esent e baix a fr eqüência do t ot al de at iv idades educat iv as, esse r esult ado apont a que as r euniões são consider adas com o espaços educat iv os. Consider ando- se que o pr ocesso educat iv o t am bém acont ece em m om ent os de discussão do t r abalho e de t om ada de decisão em equipe, vai- se ao encont r o da concepção de EP, na qual o apr endizado ocor r e t am bém por m eio de discussões e pr oblem at izações ger adas pelo cot idiano de t r abalho( 3,19)

.

O eixo ‘ger encial’ que r eúne at ividades r elacionadas à ger ência de unidade, de m at er ial, de r ecur sos hum anos, de sist em a de infor m ação e do fluxo de at endim ent o e de usuár ios, r epr esent a 13 ( 5,3% ) at iv idades educat iv as dos t r abalhador es de enfer m agem .

O eixo ‘saúde do t r abalhador ’ com põe- se pelas at ividades r elacionadas a essa t em át ica pr opr iam ent e m encionada, bem com o pelas m edidas de segur ança par a o t r abalhador e par a o usuár io r epr esent ando 8 ( 3,3% ) .

No eixo de análise denom inado ‘em er gir am do cam po’ const am das at iv idades que for am ext r aídas dir et am ent e dos depoim ent os dos infor m ant es chav e e expr essam car act er íst icas da EP em saúde, concepção de educação em ser viço adot ada nessa pesquisa, pois se r efer em às at iv idades com alunos,

de pesquisa e da r elação ent r e ser viço/ gest ão/ univer sidade/ usuár io com car át er educat iv o par a os t r abalhador es.

Com o ‘out r os’ encont r am - se at iv idades de desenvolvim ent o de habilidade t écnica no m anuseio de equipam ent os com 23 ( 9,4% ) r egist r os, bem com o, t r einam ent o adm issional, cur sos de difusão cult ur al e pós- gr aduação, est es com 18 ( 7,3% ) r egist r os. Cham a a at enção o fat o dos t r abalhador es consider ar em a super visão t am bém com o at ividade de car át er educat iv o, ent endendo que as or ient ações e o acom panham ent o r ealizados dur ant e a super visão de enfer m agem cont r ibuem par a o apr im or am ent o pr ofissional, assim com o as t r ocas infor m ais de saber es ( conver sas e discussões de caso) ocor r idas nos espaços inst it ucionais dur ant e o pr ocesso de t r abalho de for m a espont ânea. Est es espaços que cont r ibuem t ant o par a o desenvolvim ent o educacional dos t r abalhador es de enfer m agem , quant o par a a pr om oção da int er ação no t r abalho em equipe.

As unidades hospit alar es e o PS, por t er em um núm er o m aior de t r abalhador es de enfer m agem , são r esponsáveis por 192 ( 78,4% ) ações educat iv as nos ser viços da r egião est udada. Já as unidades de at enção básica desenvolvem 52 ( 21,2% ) at ividades educat iv as dest inadas aos t r abalhador es de enfer m agem . Os ser viços de at enção básica e de especialidades, apesar de ser em m aior em núm er o quando com par adas aos hospit ais e PS, possuem poucos t r abalhador es de enfer m agem , 183 ( 12,4% ) e 41 ( 2,8% ) , r espect ivam ent e.

Por t ant o, os r esult ados m ost r am que há um a r elação ent r e o cont ingent e de t r abalhador es e de at ividades educat iv as em cada ser viço, em bor a sej a possível quest ionar , t ant o o núm er o r eduzido de pr ofissionais, com o o de ações educat iv as nos ser viços de at enção básica e especializada, sobr et udo, diant e das m udanças ocor r idas no m undo do t r abalho, que r equer em pr ofissionais m ais qualificados dada a cr escent e incor por ação t ecnológica e a t endência à am pliação da at enção pr im ár ia à saúde.

Quant o ao público a que se dest inam as at ividades educat iv as de t r abalhador es de enfer m agem , a m aioria est á dir ecionada aos enfer m eir os, pois 212 ( 86,5% ) at iv idades envolv em esse pr ofissional. Os enfer m eir os, isoladam ent e, são o público alvo em 115 ( 46,9% ) ações educat iv as e, enfer m eir os e t r abalhador es de enfer m agem de nível m édio conj unt am ent e, em 97 ( 39,6% ) . As ações dir igidas isoladam ent e aos t r abalhador es de nível m édio r epr esent am 33 ( 13,5% ) r egist r os e quando r ealizadas conj unt am ent e par a enfer m eir os e enfer m agem com nível m édio com põem 130 ( 53,1% ) at ividades.

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o pr ocesso de divisão t écnica e social do t r abalho de enfer m agem , com base no qual os enfer m eir os det êm o dom ínio das at ividades int elect uais de ensino e ger enciam ent o do cuidado e/ ou dos ser viços no seu pr ocesso de t r abalho, ao passo que as dem ais cat egor ias da enfer m agem , auxiliares e t écnicos, execut am o t r abalho de car át er m ais m anual, em especial, os pr ocedim ent os t écnicos. Cont udo, esses últ im os execut am a m aioria das at iv idades assist enciais desenvolvidas pela enfer m agem nos ser viços de saúde, o que coloca a necessidade de per m anent e aper feiçoam ent o de seu t r abalho( 8- 9). Ent ende- se que esse r esult ado t am bém est á r elacionado à m aior opor t unidade de par t icipação em event os cient íficos por par t e dos enfer m eir os em r elação aos t r abalhador es de nível m édio. Tais event os são m aj or it ar iam ent e dest inados aos pr ofissionais com for m ação super ior , o que m ais um a vez r efor ça a fr agm ent ação do t r abalho de enfer m agem que, por sua vez, com pr om et e a qualidade do cuidado r ealizado pela equipe vist o a desigual possibilidade de apropr iação do conhecim ent o t écnico- cient ífico na ár ea.

Mesm o r econhecendo a necessidade de assegur ar e pr om over o apr im or am ent o t écnico-cient ífico dos pr ofissionais de nível super ior , o m odelo de at enção int egr al à saúde r equer um esfor ço conj unt o dos t r abalhador es e ger ent es, na ar t iculação das ações e int egr ação das equipes, que passa pela com unicação e int er ação dos t r abalhador es de saúde. Por t ant o, t am bém as at ividades educat iv as de t r abalhador es de enfer m agem dever iam cont em plar pr ocessos e ações educat iv as volt adas às equipes de enfer m agem e ao conj unt o dos t r abalhador es do ser viço, ent endido com o t r abalho colet ivo.

Relacionado às est r at égias de ensino, foi feit a um a classificação consider ando- se a concepção par t icipat iv a e de pr oblem at ização da educação per m anent e em saúde, r esult ando em duas m odalidades est r at égicas: t r adicionais ( aula exposit iva e painéis, sem inár ios e sim ilar es) e par t icipat iv as ( discussão em gr upo, oficina de t r abalho, aula pr át ica, out r as) .

As est r at égias t r adicionais pr edom inam , pois se ver ificam 52 ( 21,2% ) at ividades com a ut ilização exclusiva da aula exposit iva e 8 ( 3,3% ) com painéis, sem inár ios e sim ilar es, o que r em et e a concepção de EC. Já as est r at égias par t icipat iv as, m ais pr óxim as à EP, t ais com o, aula exposit iva e pr át ica, discussão em gr upo e oficina de t r abalho, apar ecem , r espect ivam ent e, em 22 ( 9% ) , 14 ( 5,7% ) e 1 ( 0,4% ) das at iv idades educat iv as.

As est r at égias de aula exposit iva bem com o dem onst r at iv a, painéis sem inários e sim ilares, quando ut ilizados com o único r ecur so educat iv o, r em et em à pedagogia t r adicional na qual o pr ofessor é vist o com o aut or idade m áxim a, det ent or , or ganizador do conhecim ent o, e a t r ansm issão desse

saber é r ealizada de for m a passiva, não cont ex t ualizada na r ealidade v ivida pelo t r abalhador( 20).

A m et odologia par t icipat iv a associada à pedagogia pr oblem at izador a pr opor ciona, t ant o par a os pr ofessor es quant o par a os alunos inser idos num a m esm a r ealidade, a chance de j unt os, analisar em e ext r aír em dessa r ealidade, os cont eúdos de apr endizagem e as possibilidades de t r ansfor m ações das pr át icas( 5,20). Houve na colet a desse dado um alt o índice de per da de infor m ação ( 117 ȸ 47,8% ) no qual os t r abalhador es de enfer m agem não cit aram quais for am as est r at égias ut ilizadas nas at ividades educat iv as de que par t icipar am . Esse índice pode r evelar que gr ande par t e das at iv idades educat iv as não foi fixada ou absor vida por esses t r abalhador es, r efor çando a necessidade de m udanças das est r at égias ut ilizadas nos pr ocessos educat iv os dest inados aos t r abalhador es de enfer m agem .

Quant o ao t em po de dur ação da at ividade educat iv a, 169 ( 69% ) encont r am - se no int er valo de 1 a 20 hor as e 36 ( 14,7% ) at iv idades no int er valo ent r e 21 e 40 hor as. No int er valo pr edom inant e, m enor que 20 hor as, a m aior par t e das at iv idades t em um t em po de dur ação com pr eendido ent r e 2 a 4 hor as com 44 ( 26% ) r egist r os, e at é duas hor as de dur ação com 60 ( 35,5% ) , am bos os int er valos são consider ados com o t em po cur t o de dur ação da at ividade educat iv a de t r abalhador es de enfer m agem inser idos em ser viços de saúde. Esse r esult ado m ost r a que há um invest im ent o r eduzido do t em po nas unidades com as at ividades educat iv as dos t r abalhador es de enfer m agem , sej a com o at ualização de um dado pr ocedim ent o, a aquisição de nov os conhecim ent os ou at é m esm o a educação que leva a um a r eflexão sobr e o pr ocesso de t r abalho com o for m a de t r ansfor m ar a pr át ica.

No que se r efer e ao local de r ealização da at ividade educat iv a, ver ifica- se que a m aior ia dos

r egist r os ( 136 ȸ 55,5% ) indica que as ações

educat iv as são r ealizadas ext er nam ent e à inst it uição, ao passo que 97 ( 39,6% ) ocor r em no int er ior dos ser viços.

A origem da dem anda par a a r ealização da at ividade educat iv a t am bém foi classificada com o int er na ( de dent r o do pr ópr io ser viço) e ext er na, em bor a apr esent e um elevado per cent ual sem infor m ação ( 104 – 42,4% ) per m it a um a análise. Assim , obser v a- se, no conj unt o de ser v iços da r egião de est udo, que as at iv idades cuj a dem anda t em or igem int er na ao ser viço r epr esent am 107 ( 43,7% ) r egist r os e 34 ( 13,9% ) at iv idades t êm dem anda ext er na ao ser viço.

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últ im as pr edom inam as dem andas por congr essos e sim ilar es feit as pelos pr ofissionais de nível super ior . Nas at ividades com dem anda ext er na, not a- se um a pulv er ização da or igem ent r e os vár ios ór gãos gover nam ent ais ȸ m unicipal, est adual e feder al ȸ; out r os ser viços de saúde, univ er sidade/ est udant es e r esident es; par cer ia público/ pr iv ado, sociedades de classe e sim ilar es, out r os.

CON CLUSÕES

Os r esult ados per m it em car act er izar as at ividades educat iv as dos t r abalhador es de enfer m agem da r egião est udada e r evelam cinco aspect os im por t ant es.

Na r egião de est udo pr edom inam , dent r e os enfer m eir os, as especializações volt adas par a as ações de r ecuper ação à saúde. Tam bém são pr edom inant es as ações educat iv as or ient adas par a a r ecuper ação da saúde, par a a pr evenção e r ecuper ação da saúde e as at iv idades de m anuseio e m anut enção de equipam ent os, o que m ost r a o pr ocesso de t r abalho de enfer m agem paut ado no m odelo biom édico, r eit er ado na educação em ser viço.

Nos ser viços est udados, há o pr edom ínio da ut ilização de est r at égias de ensino t r adicionais, com o aulas exposit ivas, painéis, congr essos, sim pósios e sim ilar es, com o t em po de dur ação pr edom inant e de at é 20 hor as r ealizadas, em sua m aior ia, em locus ext er no ao ser viço. Evidencia- se, por t ant o, aspect os r elacionados à pedagogia t r adicional que não for nece subsídios par a a r eflexão sobr e o cot idiano de t r abalho e a t r ansfor m ação da pr át ica, r eit er ando o m odelo hegem ônico biom édico no t r abalho da enfer m agem .

Quant o ao público a que se dest inam as at ividades educat iv as de t r abalhador es, os r esult ados r evelam a pr edom inância dos enfer m eir os e, em especial, sua par t icipação em at iv idades do t ipo congr esso, sim pósios e sim ilar es que t êm m ar cadam ent e um car át er int elect ual e per m it em int er câm bio com out r os pr ofissionais e out r as inst it uições. O fat o de o enfer m eir o ser o pr incipal público das ações educat iv as de t r abalhador es evidencia a divisão do t rabalho de enfer m agem , na qual as difer enças t écnicas ent r e os t r abalhos par celar es ( enfer m eir os, t écnicos e auxiliar es de enfer m agem ) t r ansm ut am - se em desigual valor social dos r espect ivos t r abalhos, que é expr esso de for m a m ais evident e na separ ação dos m om ent os de concepção e de execução do t r abalho, r eit er ado na desigual opor t unidade de par t icipação dos t r abalhador es nas at ividades educat iv as.

Os dados t am bém m ost r am que as at ividades educat iv as dest inam - se, sobr et udo, aos t r abalhador es individualizadam ent e, vist o que, est ão ausent es at iv idades cuj o público alvo é a equipe de t r abalho ou o conj unt o de t r abalhador es do ser viço. Assim , a ausência de at ividades educat iv as de

t r abalhador es de enfer m agem dest inadas às equipes m ost r a que há ênfase no t r abalho individualizado em det r im ent o da pr opost a do t r abalho em equipe.

Por fim , em bor a m inorit ár ias, for am ident ificadas at ividades de r euniões ent r e os pr ofissionais, super visão, at ividades com alunos e de pesquisa, e a r elação ent r e ser viço/ gest ão/ univer sidade/ usuár io r efer idas com o at iv idades com car át er educat iv o par a os t r abalhador es de enfer m agem , o que m ost r a a pr esença de ações educat iv as ancor adas no cot idiano de t r abalho, ou sej a, que t om am o pr ópr io t r abalho com o font e de apr endizado e r em et em à concepção de EP. Nesse sent ido, t am bém se r essalt a que as at ividades educat iv as ancor adas no cot idiano do pr ocesso de t r abalho assinalam a possibilidade de m udanças na or ient ação das ações educat iv as de t r abalhador es de enfer m agem na per spect iva da int egr alidade da saúde e do cuidado int egr al de enfer m agem .

AGRAD ECI M EN TOS

À Fundação de Am par o à Pesquisa do Est ado de São Paulo ( FAPESP) e à Rede Obser vat ór io de Recur sos Hum anos em Saúde da Or ganização Pan– Am er icana da Saúde e Minist ér io da Saúde pelo apoio à pesquisa.

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Ar t igo r ecebido em 11.09. 08.

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