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Análise das relações entre qualidade de vida e sobrecarga de cuidadoras de idosos de Assis, SP

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Academic year: 2017

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sobr e ca r ga de cu ida dor a s de idosos de Assis, SP

An a ly sis of qu a lit y of life a n d bu r de n of fe m a le ca r e t a k e r s for e lde r pe ople in Assis, in t e r ior of Sã o Pa u lo, Br a z il

Ca r in a Ale x a n dr a Ron din i*

Univ ersidade Est adual Paulist a – UNESP, Assis, São Paulo, Br asil

José St e r z a Ju st o* *

Univ ersidade Est adual Paulist a – UNESP, Assis, São Paulo, Br asil

Fe r n a n d o Silv a Te ix e ir a Filh o* * *

Univ ersidade Est adual Paulist a – UNESP, Assis, São Paulo, Br asil

José An t on io Ca r u so de Lu cca * * * *

Univ ersidade Est adual Paulist a – UNESP, Assis, São Paulo, Br asil

Pa t r ícia Apa r e cida de Oliv e ir a * * * *

Univ ersidade Est adual Paulist a – UNESP, Assis, São Paulo, Br asil

RESU M O

Nest e ar t igo, der ivado de um a pesquisa de cam po, pr ocur am os t r açar o perfil do cuidador inform al de idosos da cidade de Assis, analisando as relações ent re a qualidade de vida ( QV) e índices de sobrecar ga ( I S) decor r ent e dos afazer es de cuidado. Por inquér it o am ost r al dom iciliar , r ealizam os um est udo t r ansver sal, no qual for am ent r evist adas, por m eio de quest ionár io est r ut ur ado e escalas padr onizadas, 165 cuidador as infor m ais de idosos, m aior es de 18 anos, r esident es na zona ur bana. De um m odo geral, elas não se sent em m uit o sobr ecar r egadas com a t ar efa de cuidar de um idoso, no espaço dom ést ico e, ainda, apr esent am índices r azoáveis de QV, auferidos pelos inst rum ent os ut ilizados. Houv e v ariações nos I S e QV, em r elação aos m ar cador es sociais de diferença ( classe social, nível educacional, ger acional, gr au de par ent esco) e m or ar ou não j unt o com o ent e cuidado. Além disso, const at am os um a cor r elação negat iva bast ant e significat iv a ent r e I S e QV, ist o é, quant o m aior a per cepção de sobr ecar ga, m enor é a av aliação da QV. É necessário um inv est im ent o em polít icas públicas de saúde que at uem dir et am ent e na m inim ização das desigualdades encont r adas nas r elações ent r e esses m ar cador es, ot im ização da r ede de cuidados e ser viços de saúde.

Pa la v r a s- ch a v e : I dosos; Cuidador es I nfor m ais; Qualidade de Vida;

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ABSTRACT

This st udy aim ed t o dr aw t he profile of infor m al car et aker s in t he cit y of Assis, SP, analy zing t he relat ionships bet w een qualit y of life ( QL) and burden r at es ( BR) due t o t he car e t asks. I t is a Sam ple St udy of t he t r aver se t ype, in w hich 165 fem ale inform al caret ak ers, abov e 18 y ears old, resident s in t he ur ban ar ea w er e int er view ed t hr ough a st r uct ur ed quest ionnaire and st andar dized scales. We obser ved t hat t he car et aker s of our sam ple do not fell t hem selves t oo m uch bur dened and, yet t hey pr esent r easonable indexes of qualit y of life. How ev er, differences in t he r at es of bur den and qualit y of life w er e obser ved w hen consider ing social m ar ker s ( social class, educat ional lev el, generat ion and parent hood) , liv ing or not w it h t he per son w ho is being car ed. Besides, w e found a significant negat ive correlat ion bet w een BR and QL, t hat is, as higher t he bur den per cept ion, as low er t he QL evaluat ion. These inequalit ies ur ge for new st udies and r eflect ions in w hat concer ns public policies in t he sense of suppor t ing and im pr oving hom e car e.

Ke yw or ds: Elder ly; Fam ily Car et aker s; Qualit y of Life; Bur den.

1 I n t r od u çã o

O cr escent e envelhecim ent o populacional no m undo, e m ais r ecent em ent e, no Br asil, desafia- nos a enfr ent ar essa nova r ealidade com soluções cr iat ivas e viáveis. Pr oj eções est at íst icas da Or ganização Mundial de Saúde ( OMS, 2009) evidenciam que os idosos no Br asil, no per íodo de 1950 a 2025, dever ão t er aum ent ado em 15 vezes, enquant o o r est ant e da população, em cinco. Assim , o Br asil ser á o sext o país em núm er o de idosos em 2025, devendo t er cer ca de 32 m ilhões de pessoas com 60 anos ou m ais ( CERQUEI RA; OLI VEI RA, 2002) .

Assis, cidade sit uada no Sudoest e do Est ado de São Paulo, t em r egist r ado um envelhecim ent o populacional m ais acent uado que o ver ificado no país. Os últ im os dados censit ár ios oficiais m ost r am que, enquant o Assis r egist r a um a população de 87.251 habit ant es, sendo 10.142 ( 11,6% ) per t encent es à faixa et ár ia de 60 anos ou m ais, o país cont a com um a população de 169.799.170 habit ant es, sendo 14.536.029 ( 8,6% ) dessa m esm a faixa et ár ia ( CENSO, 2000) .

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coor t e et ár ia da faixa de 50 a 59 anos t iver um a boa t axa de sobr evivência, na cor r ent e década, dever á duplicar o núm er o de idosos.

Com o pr ocesso de envelhecim ent o, ocor r em alt er ações funcionais que, em bor a var iem difer ent em ent e de um indivíduo par a out r o, são encont r adas em t odos os idosos e são pr ópr ias de um pr ocesso biológico, acar r et ando, m uit as vezes, o sur gim ent o de condições cr ônicas de saúde e suas possíveis sequelas debilit ant es. Assim , t am bém é de se esper ar que aum ent e o núm er o de idosos dependent es inser idos nos m eios social e fam iliar ( SI LVA; GALERA; MORENO, 2007, p. 398) .

Nesse cont ext o, sur ge a figur a do cuidador fam iliar , que é a pessoa com algum gr au de par ent esco com o idoso, sem for m ação específica par a exer cer essa at ividade. O cuidador fam iliar , ger alm ent e, r eside na m esm a casa e se encar r ega de pr est ar aj uda, quando necessár ia, nas at ividades diár ias do idoso, t ais com o higiene pessoal, m edicação de r ot ina, acom panham ent o aos ser viços de saúde, r eligiosos, bancos e/ ou far m ácias ( YUASO, 2002, p. 166) . Ger alm ent e, a função de cuidador é assum ida por um a única pessoa, denom inada cuidador pr incipal, exist indo um a t r adição cult ur al par a que esse cuidador sej a um a m ulher , a qual se encont r a, na m aior ia das vezes, j á sobr ecar r egada por out r as t ar efas ( DI OGO; DUARTE, 2002) .

Desse m odo, t r at a- se de um a t ar efa m aj or it ar iam ent e exer cida por m ulher es/ esposas/ ir m ãs. Cuidar de out r em , ainda m ais quando o out r o é um fam iliar e a t ar efa é r ealizada no am bient e dom ést ico, t r ansfor m a- se num acont ecim ent o bast ant e com plexo, suj eit o a m uit as var iáveis int er venient es, dent r e as quais as at r ibuições social e cult ur alm ent e const r uídas par a os sexos e que são vividas com o at r ibut os nat ur ais de cada um , quando, na ver dade, são const r uções sociais cunhadas par a r egular em as r elações de poder ent r e os gêner os. Foucault ( 1979) , em seu clássico t ext o sobr e O Nascim ent o

do Hospit al, dem onst r ou que, a par t ir do século XVI I I , a disciplina foi

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um a abnegação de m uit as at ividades que exer cia ant es do sur gim ent o da doença de seu fam iliar . Em decor r ência, há que se lem br ar que, na j unção das sér ies, a m edicina, enquant o saber , est av a sob a guar da dos hom ens e os cuidados das pessoas doent es, dur ant e séculos, ficou ao encar go de padr es e fr eir as. A sér ie m ilit ar, j unt ando- se a essas, r epr oduz a hier ar quia dos gêner os, de m odo que, por m uit os anos, a m edicina foi exer cida exclusivam ent e pelos hom ens e a enfer m agem exclusivam ent e pelas m ulher es. Nest e caso, por t ant o, não é de se adm ir ar que se cr iasse em t or no do “ fem inino” um a “ ver dade” sobr e o cuidado, e do “ m asculino” , um a “ ver dade” sobr e o saber sobr e a doença. Dent r o dessa lógica genealógica sobr e o poder , encont r am os ainda o papel da fam ília ( legit im ada pelos laços de sangue e/ ou j ur ídicos) e as at r ibuições específicas de seus m em br os.

A fam ília nuclear , invenção do século XVI I I , at r ibuiu novos papéis aos hom ens, às m ulher es e às cr ianças. Desde o século XV, inicia- se um a lent a t r ansfor m ação nos cost um es de convivência fam iliar e nos cuidados com a cr iança. A fam ília or ganiza- se em volt a da educação infor m al e escolar da cr iança e pr at icam ent e t oda a sociedade, hoj e, sabe da im por t ância da educação na for m ação do adult o e do cidadão. A vida fam iliar ir á, desse pont o em diant e, subst it uir as r elações colet ivas, os agr egados das m assas, par a dobr ar - se em sua int er ior idade. Nasce assim a int im idade com o um “ sent im ent o nat ur al” , pois que t am bém é per cebido com o “ nat ur al” o sent im ent o de ident idade, de união pelo am or r om ânt ico na const it uição das fam ílias e ger ação dos filhos ( TEI XEI RA- FI LHO, 2005, p. 148) . Do m esm o m odo, exacer bam - se os cuidados com a saúde das cr ianças. Cost a ( 1986, p. 51) ir á nos m ost r ar que o Est ado m oder no, “ volt ado par a o desenvolvim ent o indust r ial, t inha necessidade de um cont role dem ogr áfico e polít ico da população adequado àquela finalidade. Esse cont r ole, exer cido j unt o às fam ílias, buscava disciplinar a prát ica anár quica da concepção e dos cuidados físicos dos filhos, além de, no caso dos pobr es, pr evenir as per igosas conseqüências polít icas da m isér ia e do pauperism o” . Nesse sent ido, vem os que as fam ílias, com o incent ivo do Est ado, passam a ser r esponsáveis pelos cuidados de seus m em br os. Com o condição necessár ia par a vencer a m or t alidade infant il, que ger ava per das ir r epar áveis par a o Est ado, ele m esm o, baseado nos discur sos filosóficos, r eligiosos e ” cient íficos” ( Medicina) da época, invest iu poder osam ent e na invenção do sent im ent o de infância e de um a supost a nat ur alidade do am or m at er no, que pr opiciasse à cr iança um t em po m aior de cont at o com sua m ãe “ nat ur al” ( e não as am as- de- leit e) , por que se acr edit ava que assim sua sobr evida pudesse ser m ais gar ant ida ( TEI XEI RA- FI LHO, 2005, p. 157) .

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sobr e a subj et ividade da m ulher , do hom em e da cr iança. A saber : o discur so econôm ico, dir igido apenas aos hom ens esclar ecidos e sust ent ado pelas prát icas de conser vação dos cor pos j á inst aur ada pela aliança Medicina- Hospit al- Est ado; o discur so filosófico, com um aos dois sexos, que im punha m aior aut or idade ao pai sobr e a pr ole e sobr e a m ulher ; e, por fim , o discur so dir igido exclusivam ent e às m ulher es, cunhado por m or alist as e r eligiosos. Assim , segundo Badint er ( 1985, p. 186) , for am pr oduzidos diver sos discur sos no sent ido de convencer as m ulher es a cuidar em de seus filhos ( am am ent á- los, deixá- los saudáveis e incent ivá- los à educação) . Consequent em ent e, a m ulher “ apaga- se” em fav or do papel de “ boa m ãe” que, dor avant e, t er á suas r esponsabilidades cada vez m ais r econhecidas e, nesse fim do século XVI I I , é em pr im eir o lugar a higiene e a saúde do bebê que exigem a at enção da m ãe. Do m esm o m odo, se o Est ado invest ia no “ fut ur o” , por m eio da educação da cr iança, pr ecisou t am bém dar cont a daqueles que envelheciam e, por conseguint e, não er am m ais pr odut ivos dent r o da lógica do capit al. Quem ir ia cuidar deles? Em um a m anobr a ideológica im por t ant e, associou- se sim bolicam ent e a figur a da cr iança à figur a do idoso naquilo que ar t ificialm ent e lhe foi at r ibuído com o um dado nat ur al: a dependência em r elação out r o.

Nessa per spect iva, ao longo dos séculos, a m ulher assum e par a si a m at er nidade, a m at er nagem e a posição de cuidador a no seio da fam ília e o que isso sim bolicam ent e significa, per ant e a fam ília e o Est ado: o papel de “ boa m ãe” . Diant e da opr essão causada pelos discur sos, ela per cebe que, por m eio da m at er nidade, poder á at ingir a igualdade e a felicidade em r elação aos hom ens. Fosse r ica, abast ada ou pobr e, a m ulher do fim do século XVI I I e, sobr et udo, a do século XI X, aceit ou, com m aior ou m enor r apidez, o papel da “ boa m ãe” e “ cuidador a” j á que sua condição social lhe per m it ia assum ir um lugar de poder dent r o de sua casa ( TEI XEI RA- FI LHO, 2005, p. 165) . Assim , chegam os à com pr eensão do m odo com o, ainda hoj e, passados séculos, em países em pr ocesso de indust r ialização, a quest ão dos cuidados dom iciliar es par a com os idosos est á sob a r esponsabilidade das m ulheres e, em especial, das esposas seguidas das nor as, ir m ãs e filhas. Dessa m aneir a, j unt o ao sent im ent o de obr igação e gr at idão, r ealiza- se t am bém o poder de opr essão do m asculino com r espeit o ao fem inino, na sua for m a de cont r ole e dest aque nas r elações sociais, ainda que isso im plique par a m uit as m ulher es a abdicação de seus desej os pr ofissionais.

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dos bancos. Eles só podem ser m edidos at r avés da qualidade de vida que pr opor cionam às pessoas” ( Or ganização Mundial da Saúde, 1998) .

Segundo a Or ganização Mundial de Saúde, a qualidade de v ida ( QV) pode ser definida com o a per cepção de um indivíduo em r elação à sua posição na vida, no cont ext o de sua cult ur a e valor es; e em r elação aos seus obj et ivos, expect at ivas e padr ões, ainda podendo ser influenciada pela saúde física, pelo est ado psicológico, pelo nível de independência, pelas r elações sociais, pelos fat or es am bient ais e pelas cr enças pessoais do indivíduo. O conceit o de QV t em base subj et iva. Assim sua descr ição não deve r eflet ir as opiniões de pr ofissionais de saúde ou de fam iliar es do indivíduo, ou m esm o ser r elacionada à m ensur ação das condições físicas ou bens m at er iais da pessoa. A avaliação da QV deve sim ser capaz de indicar o gr au de sat isfação pessoal do indivíduo.

O at o de cuidar acar r et a m udanças br uscas na vida do/ a cuidador / a, que t em sua r ot ina m odificada com plet am ent e. Em alguns casos, os/ as cuidador es/ as chegam a negligenciar o cuidado consigo m esm os/ as, em vir t ude da sobr ecar ga sofr ida, deixando de lado sua pr ópr ia vida ( RODRI GUES; WATANABE; DERNTL, 2006, p. 499) . No caso dos/ das cuidador es/ as fam iliar es que dir ecionam par a si t odas as at ividades r elacionadas ao cuidado, est es podem m anifest ar sent im ent os de desconfor t o e solidão pela falt a de apoio dos fam iliar es, ger ando um a cr ise no seu desem penho ( LUZARDO; WALDMAN, 2004) . A lit er at ur a especializada sublinha o fat o de que a t ar efa de cuidar de idosos dependent es pode ocasionar efeit os adver sos, pr ov ocando im pact os negat ivos e sobr ecar ga no âm bit o físico, psicológico, social e financeir o ( CERQUEI RA; OLI VEI RA, 2002) . Essa par cela da população br asileira, idosos e seus cuidador es, t em sido alvo de polít icas públicas, por ex em plo, no âm bit o legal, dest inadas a auxiliá- los e prot egê- los. Dent r e out r as ações legais, dest aca- se a Polít ica Nacional de Saúde do I doso ( PNSI ) , que visa à pr om oção do envelhecim ent o saudável, à pr evenção de doenças, à r ecuper ação da saúde, à pr eser vação/ m elhor ia/ r eabilit ação da capacidade funcional dos idosos. Ainda com o dir et r izes da PNSI , deve- se r essalt ar o apoio ao desenvolvim ent o de cuidados infor m ais, que busca a pr om oção de par cer ias ent r e os pr ofissionais de saúde e as pessoas pr óxim as aos idosos r esponsáveis pelos cuidados dir et os. As pessoas envolvidas dever ão r eceber dos pr ofissionais de saúde os esclar ecim ent os e as or ient ações necessár ias, inclusive quant o à doença com a qual est ão lidando, bem com o infor m ações sobr e com o acom panhar o t r at am ent o, por escr it o ( ROGRI GUES; KUSUMOTA; MARQUES; FABRÍ CI O; ROSSET- CRUZ; LANGE, 2007) .

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pr át ica, nos gr andes cent r os do país. Um ex em plo é o Guia Pr át ico par a Cuidador es de I dosos, lançado pelo Minist ér io da Saúde, em 2008, cuj a dist r ibuição est á pr evist a, por ém , apenas em cidades com população m aior que 500 m il habit ant es.

Dissem inar infor m ações sobr e o envelhecim ent o e inst r uções sobr e com o t r at ar o idoso é um a m edida im por t ant e, dent r e t ant as out r as que se colocam no am plo espect r o das ações e polít icas públicas de apoio e or ient ação aos cuidadores, nas difer ent es sit uações e condições em que at uam . Par a t ant o, é necessár io conhecer os cont ext os de cuidado, pr incipalm ent e aqueles que se or ganizam na diver sidade at ual das configur ações fam iliais e dos espaços dom ést icos.

Dessa for m a, por inquér it o am ost ral dom iciliar , buscam os t r açar o per fil de cuidadoras fam iliar es de idosos da cidade de Assis, localizada no int er ior do Est ado de São Paulo, analisando as r elações ent r e qualidade de vida e sobr ecar ga decor r ent e dos afazer es de cuidado.

2 M e t odologia

Tr at a- se de um est udo am ost r al, de base dom iciliar , do t ipo t r ansver sal, r ealizado em out ubr o de 2008, no qual for am ent r evist adas, por m eio de quest ionário est rut urado e escalas padr onizadas, cuidador as fam iliar es de idosos, m aior es de 18 anos e r esident es na zona ur bana de Assis.

2 .1 Pa r t icipa n t e s

A am ost r a final, por conveniência, foi com post a por 165 cuidador as, em sua m aior ia casadas, e par ent es ( filhas) do ent e cuidado, dist r ibuída em set e zonas geogr áficas, de acor do com cr it ér ios socioeconôm icos da cidade, ger ados com base nos set or es censit ár ios ( CENSO, 2000) .

For am cr it ér ios de inclusão dest e t r abalho cuidador es/ as com idade igual ou super ior a 18 anos e não r em uner ados/ as pela t ar efa de cuidar , independent em ent e da enfer m idade do/ a idoso/ a.

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de cuidar e/ ou quando não foi possível ident ificar o/ a cuidador / a pr incipal.

Nesse sent ido, um t ot al de 44 quest ionár ios for am descar t ados ou por haver pr oblem as no seu pr eenchim ent o, ou por não se t r at ar de cuidador / a infor m al, ou por não ser fam iliar . Desse t ot al, 20 cuidador es er am do sexo m asculino e for am descar t ados, por não at ingir em um núm er o m ínim o suficient e par a t or nar o gêner o m asculino r epr esent at ivo. Em decor r ência, a am ost r a foi for m ada apenas por pessoas do sexo fem inino.

2 .2 I n st r u m e n t os de pe squ isa e cole t a de da dos

O SF- 36 ( CI CONELLI ; FERRAZ; SANTOS; MEI NÃO; QUARESMA, 1999) foi o inst r um ent o ut ilizado par a est im ar a qualidade de vida dos cuidador es. Esse inst r um ent o é com post o por 11 quest ões e 36 it ens, que englobam oit o dom ínios: capacidade funcional, aspect os físicos, dor , est ado ger al da saúde, vit alidade, aspect os sociais, aspect os em ocionais e saúde m ent al. O par t icipant e r ecebe um escor e em cada dom ínio, que var ia de 0 a 100, sendo 0 o pior escor e e 100 o m elhor ( PI MENTA; SI MI L; TÔRRES; AMARAL; REZENDE; COELHO; REZENDE, 2008) .

Par a est im ar a sobr ecar ga do cuidador , foi em pr egado o Zarit

Car egiver Bur den I nt er view ( WESTPHAL; ALONSO; SI LVA; AZEVEDO;

CABOCLO; GARZON; SAKAMOTO; YACUBI AN, 2005) ( ZBI ) . O ZBI é um inst r um ent o com post o por 22 it ens que avaliam a r elação cuidador - pacient e, a condição de saúde, o bem - est ar psicológico, finanças e vida social. O escor e t ot al da escala é obt ido adicionando t odos os it ens. Quant o m aior o escor e, que var ia de 0 a 88, m aior a sobr ecar ga ( AMENDOLA; OLI VEI RA; ALVARENGA, 2008) .

O quest ionár io final cont ou ainda com quest ões que abor davam car act er íst icas sociodem ogr áficas dos/ as par t icipant es. A equipe fazia as per gunt as aos/ às cuidador es/ as e, na sequência, pr eenchia o quest ionár io confor m e a r espost a dada. Vale r essalt ar que as ent r evist as er am feit as sem a pr esença da pessoa cuidada, par a se evit ar int er fer ências nas r espost as.

2 .3 Tr a t a m e n t o e st a t íst ico

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2 .4 Qu e st õe s é t ica s

Est e t r abalho foi apr ovado pelo Com it ê de Ét ica em Pesquisa, par ecer nº 146/ 2008, do Hospit al Regional de Assis/ SP, que at ende às r ecom endações cont idas na Resolução 196/ 96 do Conselho Nacional de Saúde. Os par t icipant es r eceber am explicações a r espeit o do est udo e, ao concor dar em com a par t icipação, assinar am o Ter m o de Consent im ent o Livr e e Esclarecido ( TCLE) .

3 Re su lt a dos

3 .1 Pe r fil da Am ost r a

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Dent r e as par t icipant es que declarar am exer cer out r as at ividades além do cuidado com o idoso, est ão: diar ist as, m anicur es, cabeleir eir as, bor dadeir as, vendedor as de cosm ét icos, doceir as, lavadeir as e passadeir as, cozinheir as, ar t esãs, e as que se declar ar am do lar .

3 .2 An á lise da sobr e ca r ga

A escala de avaliação da sobr ecar ga ZBI var iou de 0 a 71, com m édia de 26,3 ( dp = 13,7) , o que indica que as cuidador as par t icipant es, em m édia, não r efer ir am alt os índices de sobr ecar ga. O alpha de

Cr onbach par a a escala ZBI foi de 0,82, dem onst r ando bom índice de

consist ência dos dados par a a am ost r a est udada ( PESTANA; GAGEI RO, 2005, p. 526) . Em bor a, propor cionalm ent e, o núm er o de cuidador as que não m or a com a pessoa cuidada sej a m enor , é im por t ant e dest acar que parece haver um a t endência, ainda que sem significância est at íst ica, de que m or ar com o idoso aum ent a em m édia o nível de sobr ecar ga do cuidador ( Tabela 2) .

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Tam bém não foi encont r ada difer ença significant e ent r e o escor e de sobr ecar ga e a classe social; cont udo, as cuidador as per t encent es à classe C apr esent ar am m aior sobr ecar ga ( m édia= 29.6; dp= 15.7) , seguidas das da classe B ( m édia= 27.8; dp= 13.6) , D ( m édia= 25.3; dp= 12.9) e A ( m édia= 24.4; dp= 13.2) .

Com r espeit o à escolar idade das cuidador as, as que possuem Ensino Fundam ent al ( com plet o ou não) for am as que apr esent ar am m aior sobr ecar ga ( m édia= 28.6; dp= 13.3) . Aquelas que t êm o Ensino Super ior ( com plet o ou não) obt iver am m enor escor e de sobr ecarga ( m édia= 23.0; dp= 15.5) .

Par a as casadas e par a as separ adas, desquit adas ou divor ciadas, o escor e de sobr ecar ga t am bém é m aior , com par at ivam ent e com as dem ais, ( m édia= 26.7; dp= 14.6) e ( m édia= 30.0; dp= 14.5) , r espect ivam ent e.

Encont r am os difer ença est at ist icam ent e significant e nos escor es de sobr ecar ga par a a idade das cuidador as ( F= 3.198; p= 0.025) . Cuidador as na faixa et ár ia dos 43 a 52 anos dem onst r ar am , em m édia, m aior es escor es de sobrecar ga ( m édia= 29.6; dp= 13.2) , com par at ivam ent e às cuidador as na faix a et ár ia dos 53 a 61 anos ( m édia= 22.3; dp= 13.3) , p= 0.05 ( t est e post hoc de Tukey) . A sobr ecar ga é igualm ent e m aior par a cuidador as com m ais de 61 anos ( m édia= 29.0; dp= 14.9) .

Realizou- se ainda um a análise do gr au de par ent esco da cuidador a com o/ a idoso/ a e sua possível sobr ecar ga. Em decor r ência, ver ificou-se que as esposas e as ir m ãs apr eificou-sent ar am escor es m ais elevados de sobr ecar ga, r espect ivam ent e: m édia= 30.7; dp= 14.7 e m édia= 28.5; dp= 21.0.

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( 52.5% ) se dizem est r essadas por cuidar do idoso e t er suas out r as r esponsabilidades com a fam ília. Quar ent a e um a ( 24.8% ) m ost r ar am pr eocupação em se t or nar incapazes de cont inuar o cuidado, por m uit o t em po, ao passo que 39 ( 23.8% ) delas afir m ar am sent ir que per der am , de algum a m aneira, o cont r ole da pr ópr ia vida, por cont a do cuidado, e 35 ( 21.2% ) declar ar am que gost ar iam de sim plesm ent e deixar que out ra pessoa cuidasse do idoso.

Em r elação aos sent im ent os que o cuidador t em par a com a pessoa cuidada, 65 ( 39,4% ) r evelar am sent ir que o idoso pede m ais aj uda do que r ealm ent e necessit a; 104 ( 63.5% ) sent em r eceio pelo fut ur o do idoso; 93 ( 56.3% ) cuidador as disser am sent ir que poder iam fazer m ais pelo idoso, enquant o 81 ( 49.7% ) pensam que poder iam est ar cuidando m elhor dele.

No que t ange ao aspect o social, 29 ( 17.5% ) dos cuidador es disser am sent ir que a pessoa cuidada afet a negat ivam ent e seus r elacionam ent os com out r os m em bros da fam ília ou am igos, 63 ( 38.2% ) lam ent ar am não t er t ant a pr ivacidade com o gost ar iam , por cont a da pessoa cuidada, 58 ( 35.1% ) afir m ar am que sua vida social t em sido pr ej udicada, pela t ar efa de cuidar e, finalm ent e, 22 ( 13.4% ) confessar am não ficar à vont ade par a t er visit as em casa, por causa da pessoa cuidada.

Quando inquir idas sobr e um a possível sobr ecar ga de t r abalho por cuidar do idoso, 60 ( 36,6% ) disser am que nem um pouco, 53 ( 32,3% ) um pouco e 31 ( 18,9% ) m oder adam ent e.

Buscando- se elucidar o quant o essas cuidador as est avam sobr ecar r egadas, cr iou- se um a nova var iável, denom inada codependência, ent endida com o a m et aper cepção da dependência do out r o – aquele/ a que é cuidado/ a) em r elação a si ( o/ a cuidador / a) . A codependência, assim definida, foi afer ida com o nenhum a ou m uit a, quando as pessoas r esponder am nunca/ r ar am ent e ou fr equent em ent e/ sem pr e, r espect ivam ent e, par a os seguint es quest ionam ent os: O Sr ./ Sr ª sent e que o idoso depende do Sr ./ Sr ª ?; O Sr ./ Sr ª sent e que o idoso esper a que o Sr ./ Sr ª cuide dela/ dele, com o se fosse o Sr ./ Sr ª a única pessoa de quem ela/ ele possa depender?; e O Sr ./ Sr ª sent e que o idoso pede m ais aj uda do que ele/ ela r ealm ent e necessit a?

Do t ot al, 25 par t icipant es declar aram algum gr au de codependência, sendo que 72.0% delas per cebendo m uit a codependência, por par t e da pessoa cuidada. Elas apr esent ar am escor e de sobr ecar ga m ais elevado ( m édia= 40.2; dp= 12.6) , quando com par adas às dem ais ( m édia= 7.6; dp= 4.4) .

3 .3 An á lise da qu a lida de de v ida

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( Tabela 3) . Os coeficient es alfa de Cr onbach par a os oit o dom ínios da escala SF- 36 apr esent ar am bons índices de consist ência int er na. A escala t ot al exibiu um alfa de Cr onbach de 0.838.

Cuidador as que não m or am com o ent e cuidado obt iver am um escor e m elhor par a o est ado ger al de saúde ( m édia= 49.4; dp= 10.6) , com par adas àquelas que m or am ( m édia= 45.9; dp= 11.1) , em bor a isso ainda r epr esent e baixa qualidade par a o dom ínio em quest ão, e não t enha sido obser vada significância est at íst ica.

O inver so foi not ado par a o dom ínio dos aspect os em ocionais. Aquelas que r esidem com a pessoa de quem cuidam t iver am um a m édia= 59.8 ( dp= 43,7) , nesse dom ínio, enquant o aquelas que não r esidem na m esm a casa t iver am um a m édia de 54,9 pont os ( dp= 47,8) . O escor e no dom ínio saúde m ent al seguiu a m esm a t endência. As r esident es obt iver am um a m édia de 63.1 pont os ( dp= 25.5) e as não r esident es, 61.0 ( dp= 20.0) . Aquelas que m or am com a pessoa cuidada, por t ant o, apr esent ar am m elhor es escor es, indicando que há um a r elação ent r e o fat o de r esidir ou não com o idoso e aspect os em ocionais e out r os r efer ent es à saúde m ent al. Aquelas que exer cem out r a at ividade, além do cuidado, t am bém dem onst r ar am m elhor es índices de qualidade de vida quant o ao dom ínio da saúde m ent al: m édia de 63.7 ( dp= 23.7) cont r a a m édia de 61.5 ( dp= 25.2) . O inver so acont eceu com o est ado ger al de saúde. Aquelas que exer ciam out r a at ividade apr esent ar am um a m édia de 45.3 pont os ( dp= 10.5) e aquelas que não exer ciam out r a at ividade, um a m édia= 48.1 pont os ( dp= 11.5) . Par a os aspect os em ocionais, não for am ver ificadas difer enças: m édia= 59.3 ( dp= 43.5) e 58.2 ( dp= 45.8) r espect ivam ent e.

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O est ado ger al de saúde foi m elhor par a as cuidador as per t encent es à classe social D ( m édia= 47.6; dp= 11.2) e pior par a as per t encent es a classe C ( m édia= 45.7; dp= 9.6) . Par a est as, t am bém foi pior o aspect o em ocional ( m édia= 53.8; dp= 46.9) , sendo m elhor par a as da classe A ( m édia= 63.8; dp= 41.6) . As cuidadoras da classe A t am bém apr esent ar am m elhor es escor es par a o dom ínio da saúde m ent al ( m édia= 68.2; dp= 23.5) , enquant o as da classe D r egist r ar am os pior es ( m édia= 58.9; dp= 25.9) .

A cor r elação dos dom ínios do SF- 36 com o escor e do Zar it , expost a na Tabela 4, indica que quant o m aior a sobr ecar ga, m enor os escor es de qualidade de vida. Dest aca- se a cor r elação negat iva, est at ist icam ent e significat iva, da capacidade funcional e a idade da cuidador a. Nenhum a significância est at íst ica foi ver ificada com o t em po na função de cuidador a.

4 D iscu ssã o

Um pr im eir o dado a ser m encionado r efer e- se à pr edom inância das m ulher es, no cuidado aos idosos no espaço dom ést ico. Dos 209 cuidador es localizados aleat or iam ent e nos dom icílios visit ados, apenas 20 er am do sexo m asculino, o que nos levou a r et ir ar da discussão as quest ões de gêner o, por que poder iam ser t endenciosas em função do pequeno núm er o de hom ens na am ost r a. De qualquer m aneir a, m esm o r est r ingindo os dados e a discussão dest a pesquisa às m ulheres cuidador as de idosos, per m anece a const at ação de que o cuidado dom ést ico de idosos é t ar efa pr edom inant em ent e fem inina, na nossa cult ur a.

Cont r ar iam ent e a out r os est udos em pr eendidos com populações sem elhant es, os dados da nossa pesquisa r evelam que não há um a sobr ecar ga significat iva de t r abalho, passível de ser afer ida pelas declar ações das ent r evist adas, m ediant e a aplicação do inst r um ent o ut ilizado ( ZBI ) , pois não se sent em sobr ecar r egadas por ser em cuidador as, m esm o que j á venham se dedicando a essa t ar efa por m uit o t em po.

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com os dados colet ados, não int er fer em na avaliação da sobr ecarga com a dedicação ao cuidado de um idoso, no espaço dom ést ico.

Mesm o não havendo um a per cepção ger al de sobr ecar ga, foi possível ver ificar , em bor a não dent r o dos par âm et r os de significância est at íst ica, que o fat o de r esidir na m esm a casa e não r eceber aj uda no cuidado ao idoso t ende a se associar com a avaliação de um a m aior sobr ecar ga.

Aquelas que possuem m enor escolar ização; as casadas, separ adas, desquit adas; as que est ão na faixa dos 43 a 52 anos e as esposas e ir m ãs se sent em m ais sobr ecar r egadas, com par at ivam ent e àquelas que chegar am ao ensino super ior , às viúvas, às solt eir as ou as que est ão ent r e os 53 e 61 anos.

Um pr im eir o per fil das cuidador as, quant o ao encar go que essa t ar efa r epr esent a par a elas, r ealça os t r aços de m ulher es r esignadas com essa t ar efa, que não se sent em sobr ecar r egadas, pr incipalm ent e quando são m ulheres acim a de 53 anos, viúvas ou solt eir as, que possuem um gr au de par ent esco m enor do que as esposas e ir m ãs e que não r esidem com o idoso de qual cuidam . Um out r o aspect o acent uado no per fil das cuidador as r efer e- se ao gr au de par ent esco: m ais da m et ade são filhas do ent e cuidado.

O dado m ais inst igant e, por ém , r efer e- se aos pr ej uízos que as cuidador as j ulgam sofr er , pelo fat o de cuidarem de um / a idoso/ a no espaço dom ést ico, m esm o não per cebendo isso com o sobr ecar ga. Met ade afir m ou que cuidar do/ a idoso/ a lhe r ouba par t e do t em po que t er ia par a cuidar de si m esm a. Além disso, pr edom ina a per cepção de que esse cuidado pr ej udica a pr ópr ia saúde e aum ent a o est r esse. Boa par t e ( 21.2% ) gost ar ia de delegar essa t ar efa a out r a pessoa e, ainda, exist e o r eceio de não poder cuidar do ent e por m uit o m ais t em po.

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am or e paciência” ( RESENDE; TURRA; ALVES; PEREI RA; SANTOS; TREVI SAN, 2008; NERI , 2001) .

Os ganhos afet ivos pr im ár ios e o apaziguam ent o de culpas der iv adas das exigências or iundas das obr igações m or ais podem m inim izar a per cepção de um a sobr ecar ga com o cuidado de um / a idoso/ a, m as não elim inam int eir am ent e per cepções de pr ej uízos no exer cício desse encar go. Muit as m ulher es se dizem pr ej udicadas por t er em sua pr ópr ia saúde abalada, por não t er em o t em po de que gost ar iam par a cuidar em de si m esm as e por se sent ir em est r essadas. Há ainda a per cepção de que os/ as idosos/ as pedem m ais cuidados do que r ealm ent e necessit am e de que a presença do/ a idoso/ a dependent e, na casa, afet a negat ivam ent e os r elacionam ent os da cuidador a, r et ir ando- lhe a pr ivacidade. Por conseguint e, o/ a idoso/ a não r epr esent a necessar iam ent e um encargo insupor t ável, m as isso não significa que não pr oduza incôm odos e ônus que afet am a vida de seus fam iliar es.

Todavia, é necessár io cr iar out r os espaços, sej a par a não sacr ificar as filhas que se sent em obr igadas a isso ou aquelas que gost ar iam de se desobr igar em dessa t ar efa ( 21.2% da nossa am ost r a) , sej a par a abr ir out r as possibilidades par a os/ as idosos/ as, m esm o par a aqueles/ as que necessit em de cuidados especiais.

Exist em exper iências bem sucedidas, em países com o os EUA, que const r uír am novos m odelos de cuidados de idosos/ a, onde est es/ a, na velhice, passam a m or ar em est âncias ( day car e/ r esor t s) específicas par a a população idosa. Lá, seguem em suas at ividades cot idianas e r ecebem t odos os cuidados m édicos e pr ofissionais necessár ios par a o seu bem - est ar . A fam ília os/ as visit a livr em ent e, confor m e sua agenda, eles/ elas r ecebem v isit ant es da com unidade local, or ganizam fest as, par t icipam de oficinas e viaj am em excur sões pr ogr am adas. O que im per a, ideologicam ent e, é a necessidade, por par t e dos idosos, de fazer valer a sua independência e aut onom ia, t ão com um aos ideár ios do pós- guer r a e, na sequência, a pr eser vação da aut onom ia dos fam iliar es. Tais sent im ent os e posicionam ent os subj et ivos for am const r uídos ao longo de séculos e t êm for t e apoio nas cr enças r eligiosas, nos ideár ios de dem ocr acia e, evident em ent e, no desenv olvim ent o econôm ico do país. No caso br asileir o, Cat t ani e Per lini ( 2004) dem onst r am que, se houvesse m eios econôm icos, os/ as cuidador es/ as, em sua m aior ia, não abdicar iam da t ar efa de cuidar , m as lançar iam m ão de aj uda especializada ( FONSECA; PENA, 2008) . É o que const at am os t am bém em nossa pesquisa, quando ver ificam os que a par cela de cuidador as que se sent e m ais sobr ecar r egada é aquela que não r ecebe aj uda de out r os, par a a r ealização da t ar efa de cuidar .

(17)

Nesse quesit o, a m édia m ais baixa r ecaiu sobr e a per cepção da cuidador a acer ca de seu est ado de saúde ger al. Apr esent ar am um est ado de saúde ger al m elhor aquelas que não r esidem com o/ a idoso/ a do/ a qual cuidam ; que não possuem out r a ocupação, as m ais pobr es ( classe D) e aquelas que possuem escolar ização m ais alt a. Por ém , o det alham ent o dos dados desse dom ínio evidencia que os indicador es de saúde m ent al apr esent am escor es m ais alt os ent r e as cuidador as que não r esidem com os/ as idosos/ as, as analfabet as e da classe A. Nos aspect os em ocionais, especificam ent e, afer idos pelos t est es ut ilizados, os m elhor es escor es for am par a as cuidador as da classe A, as analfabet as e aquelas que possuíam out r as ocupações. Os dados de Qualidade de Vida t r açam um perfil não m uit o hom ogêneo em r elação a aspect os que nor m alm ent e se associam , t ais com o escolar idade, classe social e índices de saúde. Exibem , além disso, cer t a het er ogeneidade quando, no det alham ent o dos diver sos dom ínios, ver ifica- se, por ex em plo, que os m elhor es índices de saúde ger al for am obser vados na cat egor ia das cuidador as que não m or am com os/ as idosos/ as: m as aí t am bém se ver ificar am os pior es índices r elacionados à saúde m ent al e aos aspect os em ocionais. Mesm o com t onalidades cont r ast ant es, é possível visualizar , nos dados, em r elação à qualidade de vida, que o est ado ger al de saúde é per cebido com o o pont o m ais cr ít ico, pr incipalm ent e ent r e aquelas que não possuem out r a ocupação, m or am com os/ as idosos/ as, per t encem a um a classe social pr óxim a à da pobr eza ( classe C) e possuem o m enor gr au de escolar ização. No que diz r espeit o à saúde m ent al e aos aspect os em ocionais, as que est ão em m aior desvant agem são aquelas que não r esidem com os idosos e as m ais pobr es.

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Nossos dados evidenciam t am bém que, quando as cuidador as r eceber am aj uda de out r as pessoas, a per cepção de sobr ecar ga dim inui. Trat a- se de um dado esper ado e que r efor ça a convicção de que é necessár io se t er um a pr eocupação especial com o/ a cuidador / a, dest inando a ele/ ela t odo t ipo de apoio e aj uda em sua t ar efa. Por isso, Caldas ( 2003, p. 773) t em r azão em aler t ar que, “ por ser um pr ocesso dinâm ico, a dependência deve ser abor dada por int er m édio de pr ogr am as que incluam desde est r at égias de pr om oção da saúde at é o est abelecim ent o de r edes de apoio a cuidados de longa dur ação na com unidade” , buscando m inim izar , assim , as desigualdades hist or icam ent e em pr eendidas ent r e os m ar cador es sociais de difer ença, t ais com o classe social, econôm ica, gêner o e educacional, nos cuidados com os/ as idosos/ as.

Out r o dado que pode ser enfat izado diz r espeit o à r elação ent r e a per cepção da sobrecar ga de t r abalho com o cuidado do idoso e a exist ência de ocupações for a do am bient e dom ést ico. Em bor a não t enha havido difer ença est at ist icam ent e significat iva quant o ao índice de sobr ecar ga ent r e as cuidador as que se dedicam a out ras ocupações e aquelas que não possuem out r os afazer es de r ot ina, não se pode descar t ar a hipót ese de que a exist ência de out r os afazer es e pr eocupações dim inua a per cepção do encar go com o/ a idoso/ a, pr essionando par a baixo o índice m édio da per cepção da sobr ecar ga. Ainda assim , é clar o que um a event ual pr essão desse t ipo não foi suficient e par a pr oduzir difer enças est at ist icam ent e obser váveis.

É int r igant e not ar que, apesar de t er em sido const at adas queixas no sent ido de que a pr esença do idoso na casa pr ej udica os dem ais r elacionam ent os da cuidador a, na avaliação da qualidade de vida, o dom ínio r efer ent e aos aspect os sociais foi onde ver ificam os os m aior es escor es. No m osaico que com põe o per fil das cuidadoras, sobr essai- se o cont r ast e ent r e a per cepção de um declínio no est ado ger al de saúde e bom nível de per cepções sat isfat ór ias, quant o aos cont at os sociais.

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A r elação de par ent esco é igualm ent e out r o pont o for t e na discussão das r elações ent r e per cepção de sobr ecar ga e qualidade de v ida. A pesquisa de Pupo e Panhoca ( 2008) , r ealizada com cuidador es de afásicos, apur ou que as var iáveis “ par ent esco” e “ dificuldades no t r at o com o afásico” est ão r elacionadas com a sobr ecar ga do/ a cuidador / a, sendo que as m aior es sobr ecar gas for am encont r adas nos casos em que a int er ação é difícil, por cont a dos com pr om et im ent os linguíst icos e de com pr eensão, var iando de acor do com o gr au de par ent esco, sendo os pais e m ães dos afásicos os m ais sobr ecar r egados/ as, seguidos pelos cônj uges, filhos e ir m ãos. Cuidar de um com panheir o, de um pai, de um a m ãe ou de um avô e m esm o de out r o fam iliar quer ido é out r o at enuant e da per cepção do encar go. O at enuant e pode decor r er de um a r et r ibuição conscient e de afet os e cuidados r ecebidos ant er ior m ent e pelo/ a pr ópr io/ a cuidador / a ou de um alívio de algum a culpabilização que at é pode t r ansfor m ar um a event ual sobr ecar ga e sofr im ent o, vividos obj et ivam ent e, em sensações de prazer , vividas subj et ivam ent e. Tais sensações são visualizadas com o o cum pr im ent o de um desígnio do “ dest ino” ou com o r ealização de um a glor iosa m issão, quiçá, ent endida pelo suj eit o com o t endo sido at r ibuída a ele por algum a ent idade divina ( GONÇALVES; ALVAREZ; SENA; SANTANA; VI CENTE, 2006, p. 570; RESENDE; TURRA; ALVES; PEREI RA; SANTOS; TREVI SAN, 2008) .

Nessa m esm a linha de r aciocínio, Falcão e Bucher - Maluschke ( 2008) , r efor çam a hipót ese de que as vinculações fam iliais ascendent es – aquelas que unem pais/ m ães e filhos/ as – e os vínculos conj ugais m inim izam o peso da t arefa de cuidar, enquant o os vínculos lat erais fr at er nos não possuem a m esm a for ça.

A possibilidade de par t ilhar a t ar efa com out r as pessoas, em bor a não t endo sido, isoladam ent e, um fat or de at enuação da per cepção do encar go, não pode ser desconsider ada com o um com ponent e im por t ant e das int er ações possív eis ent r e t odos os fat or es concor r ent es. Mais ainda, se há um ent or no fam iliar que auxilia no cuidado e valor iza a t ar efa do cuidador, esse ganho de r econhecim ent o e at enção fam iliar pode pr oduzir , subj et ivam ent e, um a subt r ação da car ga de t r abalho e um a per cepção de expansão de seus r elacionam ent os sociais e de ganhos, na pr eser vação de sua aut onom ia e pr ivacidade.

O pr incipal r esult ado ver ificado no cr uzam ent o dos dados r elacionados à per cepção de sobr ecarga e qualidade de vida r efer e- se à cor r elação negat iva ent r e eles, ist o é, quant o m aior a per cepção da sobr ecar ga, m enor o índice de qualidade de vida.

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cuidam um a vida m elhor , dent r o de suas possibilidades. Par a t al, há que se invest ir nas r edes de apoio fam iliar com at endim ent os psicológicos, t r einam ent os que, com o apont am os est udos de Lem e ( 2006) , r eper cut em posit ivam ent e sobr e os cuidador es, r eduzindo-lhes o gr au de est r esse. Do m esm o m odo, concor dam os com Cr aco ( 2006) e com Br ondani ( 2008) de que é fundam ent al invest ir na equipe de saúde, que t em a r esponsabilidade par a com a saúde física da pessoa cuidada e com o t r at am ent o m ais hum anizado par a com seus cuidador es.

Por fim , as pesquisas são unânim es em apont ar que, quant o m aior e de boa qualidade for a r ede de apoio ao/ à cuidador / a, m enor ser á a sua sobr ecar ga e m aior ser á sua qualidade de vida ( PAVARI NI et al., 2008; VI LELA; CARAMELLI , 2006; SI LVEI RA; CALDAS; CARNEI RO, 2006) .

5 Con clu sõe s

Um a vez que a const at ação ger al e pr incipal dest a pesquisa apont a par a um difer encial em r elação a out r as, ou sej a, a m aior ia das cuidador as da am ost r a invest igada não se sent e sobr ecar r egada e, ainda, apr esent a índices r azoáveis de qualidade de vida, afer idos pelos inst r um ent os ut ilizados, crem os que as difer enças desses r esult ados ger ais com o de out r as pesquisas pr ecisam ser analisadas, levando- se em consider ação t ant o o uso de m ét odos e inst r um ent os difer ent es, com o difer enças r egionais, cult ur ais, sociais e subj et ivas que possam influenciar os r esult ados, dem onst r ando que a condição de vida das cuidador as não é hom ogênea, m as depende de configur ações locais.

Segur am ent e a cidade de Assis, por possuir um a pr opor ção de idosos/ as m aior do que a m édia nacional e do Est ado de São Paulo, por ser um a cidade de apr oxim adam ent e 97.000 habit ant es, por concent r ar um núm er o expr essivo de aposent ados/ as e dem ais especificidades, não se iguala a out r as cidades, sobr et udo às de gr ande por t e, quant o às condições dadas aos/ às cuidador es/ as, par a levar em a cabo sua t ar efa. A pr ópr ia facilidade e a r apidez do t r anspor t e ur bano, nas cidades m édias e pequenas, per m it em a um / a cuidador / a conciliar essa t ar efa com out r as ocupações, com m enor dispêndio de t em po e ener gia. A socialidade m ais int ensa – int r a e ext r a fam iliar –, nas pequenas e m édias cidades, t am bém favor ece o auxílio de out r os, na t ar efa de cuidar, facilit ando a for m ação de um ent or no m ais pr ot et or e segur o, m inim izando o im pact o do encar go e afast ando a ocor r ência de episódios ext r em os de est r esse.

(21)

consider ável da qualidade de vida. Havendo polít icas públicas no sent ido de apoiar e m elhor ar as condições dom iciliar es de cuidados par a com os/ as idosos/ as, a t ar efa se t or nar á ainda m ais assim ilável e exer cida com m elhor qualidade e eficácia.

Por fim , crem os que sej a pr eciso pr oduzir e efet ivar polít icas públicas que facilit em às fam ílias, que assim o desej ar em , cuidar de seus idosos com dignidade, baixa sobrecar ga e excelent e qualidade de vida. Não que isso r esult e em desoner ar o Est ado da m anut enção de inst it uições de longa per m anência, m as par a expandir um m odelo m ais j ust o, equit at ivo e hum ano, no t r at am ent o aos/ às idosos/ as. Acr edit am os que, assim , os cuidados dom iciliar es se t or nem um a dent r e out r as for m as de acom panham ent o do/ a idoso/ a em sit uação de necessidade de cuidados e não um a sit uação vivida com o im posição par a am bos: idoso/ a e seu/ sua cuidador / a fam iliar .

6 Re fe r ê n cia s

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(22)

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En de r e ço pa r a cor r e spon dê n cia Ca r in a Ale x a n dr a Ron din i

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Recebido em : 10/ 11/ 2009 Refor m ulado em : 17/ 09/ 2010

Aceit o par a publicação em : 18/ 10/ 2010

Acom panham ent o do pr ocesso edit or ial: Eleonôr a Pr est r elo

N ot a s

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* * Pr ofessor Assist ent e Dout or da Faculdade de Ciências e Let r as da UNESP/ Assis j unt o ao Depart am ent o de Psicologia Ev olut iv a, Social e Escolar. Liv r e Docência pela Univer sidade Est adual Paulist a- Cam pus de Assis. Tr abalhou na r edação final do ar t igo ( discussão e conclusão) .

* * * Pr ofessor Assist ent e Dout or da Faculdade de Ciências e Let r as da UNESP/ Assis j unt o ao Depart am ent o de Psicologia Clínica. Dout or em Psicologia Clínica pela Pont ifícia Univ ersidade Cat ólica de São Paulo, PUC/ SP. Trabalhou na redação final do ar t igo ( discussão e conclusão) .

* * * * Gr aduando do cur so de Psicologia da Faculdade de Ciências e Let r as da UNESP/ Assis. Tr abalhou na elabor ação da pesquisa, execução e na redação final do ar t igo.

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Referências

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