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Avaliação ultrassonográfica quantitativa e qualitativa do canal do carpo em equinos

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Academic year: 2017

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FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA QUANTITATIVA E

QUALITATIVA DO CANAL DO CARPO EM EQUINOS

FELIPE CARVALHO EVANGELISTA

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA QUANTITATIVA E

QUALITATIVA DO CANAL DO CARPO EM EQUINOS

FELIPE CARVALHO EVANGELISTA

Dissertação apresentada junto ao Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, campus Botucatu, para obtenção do título de Mestre na área de Radiologia Animal.

Orientador: Prof. Titular. Luiz Carlos Vulcano

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Nome do autor: Felipe Carvalho Evangelista

Título: Avaliação ultrassonográfica quantitativa e qualitativa do canal do carpo em equinos

COMISSÃO EXAMINADORA

Profº. Titular Luiz Carlos Vulcano Presidente e orientador

Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária FMVZ – UNESP - Botucatu

Profº. Adj. Celso Antonio Rodrigues Membro da banca examinadora

Departamento de Cirurgia e Anestesiologia Animal FMVZ – UNESP – Botucatu

Profº Dr. Rodrigo Romero Corrêa Membro da banca examinadora

Departamento: Clínica Cirúrgica de Grandes Animais. Universidade Anhembi Morumbi

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais Neuzeli e Nilton, ao meu irmão Rodrigo e minha

noiva Roberta, pelo amor, carinho, e por acreditarem em minha capacidade.

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AGRADECIMENTOS

À Roberta Valeriano pelo carinho, ajuda, companheirismo, amizade, paciência e pelo

imenso amor que me faz cada dia querer ser alguém melhor.

Agradeço a minha grande família de Botucatu, Lívia Pasini, Natália Sesoko, Natalie

Merline e Zara Bortolini. Obrigado pela amizade, amor, carinho e pelos inúmeros e

inesquecíveis momentos de felicidade que vocês me proporcionaram.

Aos meus amigos, Emanuelle Guidugli, Heraldo, Hugo Oliveira, Leonardo Kairalla,

Leandro Américo, Luiz Henrique e Paula Bertoni pelos momentos de diversão e

amizade que vivemos em Botucatu.

Aos meus amigos de faculdade que me apoiaram sempre que precisei Danilo Duarte e

Felipe Gonçalves.

Aos meus tios Ricardo Evangelista e Selma Evangelista pelo cuidado e paciência de

imprimir a minha tese.

Ao Prof. Luiz Carlos Vulcano, pelo apoio e por aceitar me orientar no mestrado na

UNESP de Botucatu, mesmo quando estava com muito trabalho.

A Profª. Vânia Maria de Vasconcelos Machado, pela oportunidade de realizar o

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Ao Prof. Dr. Celso Antonio Rodrigues, pela disponibilidade de ter participado da minha

banca de qualificação e de mestrado.

Ao Prof. Dr. Rodrigo Romero de Corrêa pela amizade, ensinamentos e disponibilidade

de participar da minha banca de mestrado.

Ao Prof. Dr. Carlos Roberto Padovani, pela realização da estatística da minha

dissertação.

À Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista –

Campus de Botucatu, especialmente ao Departamento de Reprodução Animal e

Radiologia Veterinária e a Seção de Pós-graduação pela oportunidade concedida.

Aos Haras Carrera, Racho Vitoria, Haras Ws e Haras Lub por cederem gentilmente os

animais para o meu experimento.

À FAPESP processo 2011/16052-4 pela concessão de bolsa de estudo e por financiar

minha vivência em Botucatu.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Média (desvio padrão) das variáveis altura, largura e área do tendão flexor digital superficial (TFDS) no canal do carpo, segundo o grupo, sexo e membro... 35

Tabela 2 Média (desvio padrão) das variáveis altura, largura e área do tendão flexor digital profundo (TFDP) no canal do carpo, segundo o grupo, sexo e membro... 37

Tabela 3 Média (desvio padrão) das variáveis altura, largura e área do tendão do músculo flexor carpo radial (TFCR) no canal do carpo, segundo o grupo, sexo e membro... 38

Tabela 4 Médias (desvio padrão) do diâmetro do retináculo flexor, segundo o grupo, sexo e membro... 40

Tabela 5 Médias (desvio padrão) do diâmetro do nervo palmar lateral (NPL) e do nervo palmar medial (NPM) no canal do carpo, segundo o grupo, sexo e membro... 41

Tabela 6 Médias (desvio padrão) das variáveis diâmetro, índice de resistividade (IR) e índice de pulsatilidade (IP) da artéria radial no canal do carpo, segundo o grupo, sexo e membro... 44

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Tabela 8 Médias (desvio padrão) das variáveis do histograma no tendão flexor digital superficial no canal do carpo, segundo o grupo, sexo e membro... 48

Tabela 9 Médias (desvio padrão) das variáveis do histograma no tendão flexor digital superficial no canal do carpo, segundo o grupo, sexo e membro... 49

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Peça anatômica da região do canal do carpo de um equino adulto sem alterações cárpicas. A: 1 - artéria, veia radial, 2 – Bainha comum do tendão do músculo flexor digital superficial e profundo. B: 1 - tendão flexor carpo radial, 2 - artéria, veia e nervo palmar lateral. A imagem C apresenta: 1- tendão flexor carpo radial; 2 - artéria, veia e nervo palmar medial; 3- tendão flexor digital profundo; 4- tendão flexor digital superficial... 6

Figura 2 Peça anatômica da região do canal do carpo de um equino adulto sem alterações cárpicas. Note-se a veia palmar medial (V), a artéria palmar medial (A) e o nervo palmar medial (N), nessa sequência, da região dorsal para palmar... 8

Figura 3 Ultrassonografia em modo B no canal do carpo com a visibilização dos principais tendões flexores, tendão flexor digital superficial (TFDS), tendão flexor digital profundo (TFDP) e tendão flexor carpo radial (TFCR)... 11

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Figura 5 Ultrassonografia em modo B com as mensurações realizadas no tendão flexor digital superficial (altura crânio caudal, largura médio lateral e área - estrela), tendão flexor digital profundo (altura crânio caudal, largura médio lateral e área - Triângulo) e retináculo flexor (altura dorso palmar – seta)... 22

Figura 6 Ultrassonografia em modo B com as mensurações realizadas no tendão flexor digital superficial (altura crânio caudal, largura médio lateral e área – estrela), tendão flexor digital profundo (altura dorso palmar, largura médio lateral e área – Triângulo), tendão do musculo flexor carpo radial (altura crânio caudal, largura médio lateral e área – seta fina) e retináculo flexor (altura dorso palmar – seta)... 22

Figura 7 Ultrassonografia em modo B com a mensuração do diâmetro crânio caudal realizada no nervo palmar lateral do membro torácico direito de um equino (seta)... 23

Figura 8 Ultrassonografia em modo B com a mensuração do diâmetro crânio caudal realizada no nervo palmar medial do membro de um equino (seta)... 23

Figura 9 Ultrassonografia em modo B demonstrando a artéria radial na região do canal do carpo, com suas respectivas mensurações do diâmetro crânio caudal... 24 Figura 10 Ultrassonografia em modo B demonstrando o ramo palmar

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Figura 11 Ultrassonografia Doppler demonstrando o espectro de onda com as mensurações do índice de resistividade (IR) e índice de pulsatilidade (IP) da artéria radial na região do canal do carpo... 26 Figura 12 Ultrassonografia Doppler demonstrando o espectro de onda

com as mensurações do índice de resistividade (IR) e índice de pulsatilidade (IP) do ramo palmar medial da artéria mediana na região do canal do carpo... 26

Figura 13 Sonograma do tendão flexor digital profundo (TFDP) com área demarcada pelo programa Photoshop CS4® de 0,5cm x 0,5cm para realização do histograma. Valores de LMEAN (média), NMOST (total), SD (desvio padrão) e NALL (pixels) do histograma da região demarcada no sonograma... 28

Figura 14 Sonograma do tendão flexor carpo radial (TFCR) com área demarcada pelo programa Photoshop CS4® de 0,3cm x 0,3cm para realização do histograma. Valores de LMEAN (média), NMOST (total), SD (desvio padrão) e NALL (pixels) do histograma da região demarcada no sonograma... 28

Figura 15 Imagem em corte transversal na região distal do rádio e na fileira proximal dos ossos cárpicos observando a transição de fibras musculares para fibras tendíneas... 32

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Figura 17 Imagens ultrassonográficas em modo B do TFDS de uma égua do grupo adultos em cortes transversal (A) e corte longitudinal (B)... 33

Figura 18 Imagens ultrassonográficas em modo B em cortes transversais do canal do carpo. A imagem A apresenta um animal do grupo de potros com o padrão de normalidades ultrassonográficas encontradas neste grupo. A imagem B é um animal do grupo de adultos jovens apresentando o padrão nessa faixa etária, e a imagem C apresenta um adulto com o padrão encontrado nessa faixa etária... 34

Figura 19 Imagem de um exame ultrassonográfico em modo B de uma égua adulta jovem evidenciando o TFDP em corte transversal (A) e em corte longitudinal (B)... 36

Figura 20 Imagens ultrassonográficas em modo B para visibilização do TFCR em corte longitudinal (A) e transversal (B)... 38

Figura 21 Exame ultrassonográfico com auxílio do Doppler colorido demonstrando a identificação e mensuração dos nervos palmar lateral (A) e palmar medial (B)... 41

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Figura 23 A imagem demonstra o espectro de onda da artéria radial de característica pulsátil de um equino do grupo macho adulto jovem com as mensurações do IR e IP de três ondas consecutivas... 44

Figura 24 A imagem demonstra o espectro de onda do ramo palmar medial da artéria mediana de característica pulsátil de um equino do grupo macho adulto jovem com as mensurações do IR e IP de três ondas consecutivas... 45

Figura 25 Histograma do tendão flexor digital superficial, sendo a imagem A: potros, imagem B: adultos jovens e imagem C: adultos. Os respectivos resultados da avaliação do histograma seguem abaixo de cada imagem... 47

Figura 26 Histograma do tendão flexor digital profundo. A: potros, imagem B: adultos jovens e C: adultos. Os respectivos resultados da avaliação do histograma seguem abaixo de cada imagem... 49

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SUMÁRIO

Página

RESUMO... X

ABSTRACT... Xi

1 INTRODUÇÃO... 1

2 REVISÃO DE LITERATURA... 4

2.1 Anatomia... 5

2.2 Diagnóstico por imagem...... 9

2.2.1 Ultrassonografia modo B... 9

2.2.2 Ultrassonografia Doppler... 13

2.3 Histograma...... 15

3 OBJETIVOS... 17

4 MATERIAL E MÉTODOS... 19

4.1 Seleção dos animais do experimento... 20

4.2 Preparo dos animais... 20

4.3 Exame ultrassonográfico modo B.... 21

4.4 Exame ultrassonográfico Doppler... 25

4.5 Histograma...... 27

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5 RESULTADOS... 30

5.1 Exame ultrassonográfico modo B.... 31

5.1.1 Tendão flexor digital superficial... 33

5.1.2 Tendão flexor digital profundo... 36

5.1.3 Tendão flexor carpo radial... 37

5.1.4 Retináculo flexor... 39

5.1.5. Nervo palmar medial e nervo palmar lateral... 40

5.1.6. Artéria radial e artéria palmar medial... 42

5.2 Exame ultrassonográfico Doppler... 43 5.3 Histograma...... 46

5.3.1 Tendão flexor digital superficial... 46

5.3.2 Tendão flexor digital profundo... 48

5.3.3 Tendão flexor carpo radial... 50

6 DISCUSSÃO... 52 7 CONCLUSÃO... 58

8 BIBLIOGRAFIA... 60

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EVANGELISTA, F.C. Avaliação ultrassonográfica quantitativa e qualitativa do canal do carpo em equinos. Botucatu, 2013, 86p. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista, Campus de Botucatu.

RESUMO

O canal do carpo foi avaliado ultrassonograficamente em 60 equinos da raça quarto de milha de corrida, hígidos, em diferentes faixas etárias. Os animais foram divididos em três grupos: potros, adultos jovens e adultos, contendo 10 machos e 10 fêmeas em cada grupo. O objetivo deste estudo foi a caracterização e padronização das estruturas do canal do carpo, pelo exame ultrassonográfico modo B e pelo exame ultrassonográfico Doppler. Dentro do canal do carpo foram avaliados os tendões flexores digitais superficial e profundo, juntamente com o tendão flexor carpo radial. Para cada tendão foi mensurado as dimensões de altura dorso palmar, largura médio lateral e a área dos tendões. Além dos tendões, foram avaliados os nervos palmar medial e palmar lateral, conforme a morfologia normal e a dimensão dorso palmar. No exame ultrassonográfico modo Doppler foram padronizados os índices dopplerfluxométricos das artérias radial e ramo palmar da artéria mediana. Para padronização de ecogenicidade e ecotextura dos tendões foram realizados o histograma. As médias da área do TFDS variaram de 99,20 a 123,20 mm2, do TFDP 114,60 a 143,80 mm2 e o TFCR 17,50 a 24,22 mm2. As médias do diâmetro do retináculo flexor variaram de 1,33 a 1,55 mm, do nervo palmar lateral de 0,93 a 1,09 mm, o do nervo palmar medial 1,10 a 1,44 mm, da artéria radial de 2,54 a 3,06 mm e da artéria palmar medial de 4,23 a 5,47. As médias do índice de resistividade e pulsatilidade da artéria radial variaram de 0,82 a 0,88 e 2,02 a 3,73, respectivamente. As médias do índice de resistividade e pulsatilidade da artéria palmar medial variaram 0,72 a 0,84 e 1,71 a 2,73. Neste estudo foi possível concluir que não ocorreu diferença entre os membros direito e esquerdo para o mesmo animal. Há tendência dos animais adultos apresentaram os tendões maiores e mais heterogêneos do que os adultos jovens e potros. Embora existam diferenças estatísticas entre as mensurações dos tendões, biologicamente essas diferenças são muito pequenas.

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EVANGELISTA, F.C. Quantitative and qualitative sonographic evaluation of the equines carpal tunnel. Botucatu, 2013, 86p. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista, Campus de Botucatu.

ABSTRACT

The carpal tunnel was sonographically evaluated in 60 quarter horse healthy equines in different age groups, divided into three groups, being these foals, young adults and adults, with 10 males and 10 females in each group. The aim of this study was the characterization and standardization of the structures of the carpal tunnel, through the ultrasound B-mode and the Doppler ultrasonography. Within the carpal tunnel were evaluated superficial digital flexor tendon and deep with the radial carpal flexor tendon. For each tendon was measured the height dimensions dorsal palmar, the medial lateral width and the area of the tendons. Besides the tendons were evaluated the medial palmar nerves and the lateral palmar according to the normal morphology and dorsal palmar dimension. In the Doppler ultrasound were standardized the Dopplerfluxometry indices of the radial arteries and palmar branch of the median artery. For the echogenicity and echotexture standardization of the tendons were performed the histogram. The mean area of the TSDF ranged from 99.20 to 123.20 mm2, of the TDDF from 114.60 to 143.80 mm2 and of the TFCR from 17.50 to 24.22 mm2. The mean diameter of the flexor retinaculum ranged from 1.33 to 1.55 mm, of the lateral palmar nerve from 0.93 to 1.09 mm, of the medial nerve palmar from 1.10 to 1.44 mm, of the artery radial from 2.54 to 3.06 mm and of the medial palmar artery from 4.23 to 5.47. The mean of the resistivity and pulsatility indexes of the radial artery ranged from 0.82 to 0.88 and from 2.02 to 3.73, respectively. The mean resistivity and pulsatility indexes of the medial palmar artery ranged from 0.72 to 0.84 and from 1.71 to 2.73, respectively. The mean resistivity and pulsatility indexes of the medial palmar artery ranged from 0.72 to 0.84 and from 1.71 to 2.73. In this study was concluded that there was no difference between the right and left limbs for the same animal and there is a tendency of adults equines showed larger and more heterogeneous tendons than the young adults and foals. Although there are statistical differences between the measurements of tendons, biologically these differences are very small.

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1. INTRODUÇÃO

O carpo equino é uma articulação complexa com muitas estruturas envolvidas, de fundamental importância para mecânica do movimento. O carpo é flexionado e estendido durante o passo, antes que o casco entre em contato com o solo (BURN et al., 2004).

As doenças cárpicas são frequentes em equinos atletas como cavalos de corrida da raça puro sangue inglês, pois as atividades esportivas ocasionam aumento das forças biomecânicas na região durante o treino e a corrida (BURN et al., 2004; WASELAU et al., 2006; NAGY e DYSON, 2011).

Nos equinos, o carpo é a única região em que a maioria das estruturas flexoras e extensoras se encontra em transição de músculos para processos tendinosos longos, os quais são essenciais para a locomoção e apoio em repouso (JORGENSEN et al., 2011). Essa complexidade anatômica traz algumas limitações na realização do exame físico e nas aplicações de técnicas diagnósticas convencionais (CAUVIN, 1997; NAGY e DYSON, 2011).

O avanço tecnológico permitiu o diagnóstico e a descrição de diversas alterações na região do carpo, como a localização precisa de fraturas, alterações ligamentares e a síndrome do canal do carpo (GARVICAN & CLEGG, 2007; WASELAU et al, 2006; MAY et al., 2001 ).

A síndrome do canal do carpo é caracterizada por dor e distensão no canal do carpo, e pode ser frequentemente associada com fratura dos ossos cárpicos, secundária à tendinite do flexor digital superficial e profundo, desmite do acessório superior, tenosinovite de origem bacteriana, trauma direto na bainha flexora e/ou na região palmar do carpo e, menos comum, osteocondroma na extremidade distal do rádio (BYRON et al., 2010; MAY, 2001; CAUVIN, et al 1997).

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Na literatura existem alguns estudos que descrevem a anatomia do carpo por meio de técnicas tradicionais, como a dissecção anatômica, exames radiográficos e a ultrassonográficos, assim como técnicas imaginológicas mais avançadas como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética (NAGY e DYSON, 2011, SIMON e DYSON, 2010, PROBST et al., 2008, GETMAN et al., 2007, MURRAY, 2007, DENOIX e BUSINI, 1999, CAUVIN et al., 1997). No entanto, existe uma escassez de estudos que focam o canal do carpo, assim como a avaliação dopplerfluxométrica dos vasos na região.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Anatomia

O carpo é constituído de sete a nove ossos carpianos separados em duas fileiras, proximal e distal. Na fileira proximal, do aspecto medial para lateral, estão os ossos cárpicos radial, intermédio, ulnar e acessório, e na fileira distal estão o primeiro, segundo, terceiro, quarto e quinto ossos carpianos (SIMON & DYSON, 2010; GETTY, 1986).

A região do carpo é constituída por três articulações: articulação antebraquicárpica, formada pela extremidade distal do rádio em conjunto com a fileira proximal do carpo; articulação intercárpica, localizada entre as duas fileiras dos ossos cárpicos, incluindo a articulação mediocárpica e a articulação do osso acessório; e a articulação carpo metacárpica, formada pela fileira distal dos ossos cárpicos e a porção proximal dos ossos metacárpicos (GETTY, 1986).

Nas articulações intercárpicas existem três ligamentos intercarpais, sendo eles: o ligamento intercárpico palmar lateral, ligamento intercárpico palmar medial e o ligamento intercárpico dorsomedial (BEINLICH e NIXON, 2004).

A porção palmar do carpo tem formato convexo, que em conjunto com o osso cárpico acessório formam o sulco carpiano, local onde se localiza o canal do carpo, envolvido pelo retináculo flexor cárpico, conhecido também por ligamento anular palmar cárpico (ROSS, 2011; PROBST et al., 2008).

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(PEPE et al., 2012; DYSON, 2011, JORGENSEN et al., 2011, ROSS & DYSON, 2011; CAUVIN, 1997).

O canal do carpo possui cinco compartimentos: um para o nervo palmar lateral e os ramos da artéria e veia palmar lateral; um para artéria radial; um para a veia radial; outro para o tendão flexor carpo radial; e por último a camada mais profunda que suporta todas as estruturas tendinosas flexoras, como o tendão flexor digital superficial (TFDS) e o tendão flexor digital profundo (TFDP), localizados na região palmar ao carpo, bem como a artéria palmar medial e o nervo palmar medial (FIGURA 1) (ROSS e DYSON, 2011, PROBST et al.,2008, GETTY, 1986).

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O tendão flexor digital superficial se origina do epicôndilo medial do úmero e distalmente se insere no tubérculo colateral distal da falange proximal e no tubérculo colateral proximal da falange média. Já o tendão flexor digital profundo se origina em três locais diferentes: a cabeça umeral que se origina no epicôndilo medial do úmero, a cabeça ulnar que se origina medial no olécrano, a cabeça radial que se origina na superfície médio caudal do rádio. As três se unem mais distalmente e se inserem na superfície plantar da falange distal (BUDRAS, 2008).

O tendão flexor carpo ulnar se origina de dois locais distintos: a cabeça umeral que vem do epicôndilo medial do úmero e a cabeça ulnar que se origina medial no olecrano. As duas cabeças mais distalmente se unem e vão se inserir no osso carpo acessório. O tendão flexor carpo radial se origina do epicôndilo medial do úmero e se insere no terço proximal do segundo osso metacárpico (BUDRAS, 2008).

A bainha sinovial cárpica se localiza de 7 a 10 centímetros proximal à articulação antebraquicárpica até a porção média do metacarpo. O recesso proximal é profundo e se estende entre o tendão ulnar lateral e lateralmente ao músculo extensor digital lateral. O recesso distal está localizado entre o tendão flexor digital profundo e o seu respectivo ligamento acessório. Se essa bainha estiver distendida, esta pode ser vista distalmente na parte medial e lateral na região metacárpica entre as estruturas (ROSS e DYSON, 2011).

Segundo Dyson (2011) é mais fácil examinar a bainha do carpo e seu conteúdo pelo aspecto distal do antebraço e na porção palmar da região proximal do carpo. Cavalos clinicamente sadios podem apresentar uma variação de quantidade de líquido dentro da bainha do carpo, porém, comparando os membros do mesmo indivíduo, essa quantidade deve ser igual (SIMON e DYSON, 2010). Quando há efusão da bainha do carpo, sua localização é facilitada, visto que o aumento do volume de líquido auxilia na visibilização do espaço sinovial (JORGENSEN, et al. 2011; CAUVIN, et al. 1997).

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antebraquicárpica. Este ligamento é constituído por uma banda fina e fibrosa que se junta ao tendão flexor digital superficial, na região da articulação antebraquicárpica, para auxiliar na prevenção de sobrecarga do tendão flexor digital superficial durante a hiperextensão da articulação metacarpofalangeana. Este auxílio foi evidenciado após a desmotomia do acessório do tendão flexor digital superficial em cadáveres, que ocasionou o aumento da elasticidade do tendão flexor digital superficial (BUDRAS, et al. 2008, ROSS & DYSON, 2011).

A artéria mediana, no terço proximal do antebraço, desce distalmente ao longo da superfície caudomedial do rádio. A mais ou menos 2,5 cm antes de alcançar o carpo, a artéria mediana subdivide-se em artéria radial, artéria palmar medial e a artéria palmar lateral (GETTY, 1986).

A artéria e o nervo palmar medial passam entre o canal carpal, enquanto a veia percorre superficialmente ao retináculo flexor (FIGURA 2). No metacarpo as três estruturas permanecem unidas na mesma sequência, passando medialmente ao ligamento sesamoideo proximal e ao tendão flexor digital profundo (BUDRAS et al. 2008).

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A artéria palmar lateral é pequena e se origina da anastomose de duas artérias, a artéria colateral ulnar e um ramo da artéria mediana. A artéria e nervo palmar lateral passam pelo carpo próximo ao osso cárpico acessório, enquanto a veia passa pelo subcutâneo na região do canal do carpo, sendo que essas estruturas são marcadamente pequenas quando comparadas as estruturas mediais do mesmo membro, especialmente a artéria (BUDRAS et al. 2008; CAUVIN, et al. 1997).

A artéria radial que tem sua origem do ramo da artéria mediana e a veia radial que tem sua origem da veia cefálica e da veia medial profunda. Dentro do canal do carpo são mais superficiais e mediais em relação à artéria e veia palmar medial e artéria e veia palmar lateral (CAUVIN, et al. 1997).

O nervo mediano acompanha o trajeto da artéria mediana, porém se localiza cranialmente à artéria em sua origem e comumente, na metade distal do antebraço, cruza a artéria mediana, tornando-se caudal à mesma (GETTY, 1986).

2.2. Diagnóstico por imagem

Atualmente, com o avanço tecnológico, os equipamentos de imagem estão cada vez mais modernos e auxiliam na obtenção de um diagnóstico mais preciso. A radiografia e a ultrassonografia ainda são os métodos mais utilizados na rotina de avaliação do sistema locomotor de equinos, pelas facilidades como menor custo e a portabilidade (JORGENSEN et al.,2011).

A utilização da tomografia computadorizada, ressonância magnética e a cintilografia (medicina nuclear) podem ser utilizadas para o diagnóstico e acompanhamento de doenças locomotoras em equinos. No entanto, a disponibilidade destes exames ainda é relativamente restrita na medicina veterinária para alguns centros acadêmicos e hospitais veterinários. (JORGENSEN et al., 2011).

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O exame ultrassonográfico inicia-se com o preparo adequado da região através de uma limpeza local com sabão e água, seguido de tricotomia para diminuir artefatos causados pelo pelos e sujidades. O exame do canal do carpo é realizado entre o bordo proximal e o bordo distal do osso cárpico acessório (STASHAK, 2006; REEF, 1998; CAUVIN et al., 1997).

Os exames ultrassonográfico em outras regiões já estão bem descritos como na região metacarpiana que foi dividida em três zonas anatômicas (1 a 3) e subdividiu cada zona em (A à B ou A à C) com o comprimento de cada zona sendo a largura de 4 dedos (REEF, 1998; STASHAK, 2006).

O exame de ultrassom no canal do carpo é realizado em cortes transversal e longitudinal para melhor avaliação de cada estrutura. Os cortes devem ser realizados na direção palmar para mediopalmar devido ao formato curvo do osso acessório, que pode dificultar a realização do exame (CAUVIN et al., 1997).

A utilização de transdutores de alta frequência para avaliação das estruturas dentro do canal do carpo se faz importante devido à necessidade de uma qualidade de imagem satisfatória para identificação de pequenas estruturas, já que quanto maior a frequência melhor será a qualidade, apesar da menor profundidade (ALEXANDER e DOBONS, 2003).

A ultrassonografia da região distal e palmar do rádio é de grande utilidade na identificação de anormalidades nas estruturas flexoras nos membros dos equinos (JORGENSEN, et al., 2011). No entanto, existe relativa escassez de informações desta técnica imaginológica dentro do canal do carpo.

Cauvin e colaboradores (1997) identificaram por meio de dissecção e exame ultrassonográfico de peças anatômicas, as principais estruturas da região do canal do carpo, porém não realizaram mensurações e ultrassonografia Doppler.

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avaliação do membro contralateral para não ocorrer equívocos durante o exame (SIMON & DYSON, 2010; REEF, 1998).

FIGURA 3 – Ultrassonografia em modo B no canal do carpo com a visibilização dos principais tendões flexores, tendão flexor digital superficial (TFDS), tendão flexor digital profundo (TFDP) e tendão flexor carpo radial (TFCR)

A avaliação de nervos no exame de ultrassom pode ser limitada, visto que são estruturas pequenas tornando-se fundamental o conhecimento da anatomia. As características dos nervos normalmente observadas no exame de ultrassom são duas estruturas tubulares hiperecoicas que envolvem um centro hipoecoico (REEF, 2011, ALEXANDER e DOBSON, 2003). Os nervos que podem ser avaliados no canal do carpo são o nervo palmar medial e nervo palmar lateral (CAUVIN, et al., 1997).

Para diferenciar os nervos de pequenos vasos pode ser necessário o auxílio do exame de ultrassonografia Doppler colorida, visto que essas estruturas podem ser semelhantes ao exame de ultrassom modo B (ALEXANDER e DOBSON, 2003)

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ultrassonográfico como estruturas anecóicas envolvida por duas linhas hiperecoicas que correspondem às paredes dos vasos (REEF, 2011; DENOIX e BUSONI, 1999) (FIGURA 4).

FIGURA 4 – Ultrassonografia em modo B do canal do carpo com a visibilização dos principais vasos passíveis de identificação. Veia radial, artéria radia, veia palmar lateral, artéria palmar medial.

A qualidade do exame de ultrassom do aparato locomotor de equinos depende da angulação da probe, da pressão exercida pelo ultrassonografista e do apoio do equino sobre o membro avaliado (TSUKIYAMA et al.,1996). A pressão da probe sobre a pele para melhorar a qualidade da imagem leva ao colapso das veias, reduzindo o sombreamento acústico e melhorando a homogeneidade dos tendões (DENOIX & BUSONI, 1999).

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conhecimento da anatomia e do padrão de normalidade seja fundamental para garantir a precisão do exame.

2.2.2. Ultrassonografia Doppler

O desenvolvimento da ultrassonografia Doppler aumentou a eficiência do exame ultrassonográfico, visto que possibilitou a avaliação das características de fluxos sanguíneos (SCHWARZWALD, 2004).

A avaliação qualitativa do espectro Doppler é baseada na análise da morfologia de onda de cada vaso. As características da onda são dependentes da forma que ela é adquirida e das características de fluxo do vaso. Cada contração cardíaca causa um impulso no fluxo sanguíneo e resulta na distensão das artérias. À medida que o diâmetro vascular volta ao normal, a energia repercutida fornece o potencial necessário para promover o fluxo contínuo durante a diástole. A perfusão de cada órgão determina o estado do seu leito vascular, que por sua vez afeta as características dos fluxos adjacentes (FINN-BODNER e HUDSON, 1998).

Além das alterações patológicas, fatores como digestão, estresse, exercícios e alteração do débito cardíaco podem estar relacionados a modificações da morfologia das ondas (SZATMÁRI et al, 2001).

Duas técnicas podem ser utilizadas para adquirir o espectro Doppler: o método de velocidade máxima, em que o volume de amostra é cerca da metade do tamanho do vaso, com o cursor posicionado no centro do mesmo, e o método de insonação uniforme, no qual todo o vaso é incluído no volume de amostra (FINN-BODNER & HUDSON, 1998). A utilização de um ou outro irá depender do calibre e tortuosidade do vaso analisado. Em geral, o método de insonação uniforme é utilizado em vasos de menor calibre (HEDRICK et al., 1995).

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estão mais próximas às paredes dos vasos perdem velocidade devido ao atrito das hemácias contra a parede (HEDRICK et al., 1995). De acordo com o gradiente de velocidade entre as camadas sanguíneas e da direção entre elas, podem ser encontrados variados perfis ou curvas de velocidade de fluxo arterial, sendo estes classificados em dois grandes grupos: laminar e turbilhonado (CERRI et al., 1996).

O fluxo laminar é caracterizado pelo movimento ordenado das hemácias em finas camadas de sangue paralelas a parede vascular e entre si, na mesma direção. Este tipo de fluxo está presente na maioria das artérias normais e pode ser demonstrado em veias calibrosas (CARVALHO et al., 2008; CERRI et al., 1996).

No fluxo turbilhonado, a velocidade das hemácias oscila entre jatos rápidos e lentos, sem organização e em diferentes direções. Este tipo de fluxo é comumente encontrado quando há alteração do diâmetro do vaso, em bifurcações e curvas de vasos e quando há alteração da viscosidade do sangue (CERRI et al., 1996).

A análise quantitativa da onda espectral é baseada na mensuração da velocidade do pico sistólico (VPS), velocidade diastólica final (VDF) e velocidade média, para obtenção dos índices hemodinâmicos mais utilizados: o índice de resistividade (IR) e de pulsatilidade (IP) (CERRI et al., 1996).

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O Índice de Pulsatilidade também possibilita a avaliação da resistência vascular. Geralmente é utilizado quando o fluxo diastólico final tende a zero ou nos casos de fluxo com fase negativa, e pode ser representado por: IP = VPS – VDF / velocidade média (CERRI et al., 1996).

Os valores de IP e IR das artérias do organismo, assim como os padrões das ondas espectrais, são estudados para avaliar a hemodinâmica normal e reconhecer alterações de perfusão de origem fisiológica ou patológicas como nos casos de redução do débito cardíaco, aumento de resistividade periférica e presença de trombos e estenoses (FINN-BODNER & HUDSON, 1998).

Em equinos, algumas doenças podem resultar em alteração do fluxo periférico, como trombos arteriais e venosos, vasculite e laminite (COCHARD et al.,2000). A maioria dos estudos Doppler em equinos buscam avaliar a utilização do Doppler na neovascularização em tratamentos de tendinopatias, padronização de fluxos fisiológicos e patológicos, e avaliação do uso de drogas sobre a vascularização periférica. No entanto, existe um grande enfoque para avaliação do fluxo das artérias digitais, devido a alta incidência de laminites nos equinos (McDOWELL et. al., 2013; MURATA et al., 2012; BOSCH et al., 2011; MENZIES-GOW e MARR, 2007; WONGAUMNUAYKUL et al., 2006; HOFFMANN et al., 2001).

Cochard e colaboradores (2000) realizaram a padronização do estudo Doppler das artérias mediana, palmar medial, digital palmar lateral e coronária dos membros torácicos de equinos hígidos com faixa etária variando de 5 a 20 anos. As artérias apresentaram as características de morfologia de onda com primeiro pico sistólico maior, seguido de dois picos menores com a diástole de aspecto ondulante.

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2.3. Histograma

O histograma é uma ferramenta que avalia de forma quantitativa e qualitativa a ecotextura e a ecogenicidade de uma região demarcada na imagem ultrassonográfica, avaliando e mensurando a frequência na intensidade dos ecos e a quantidade de níveis de cinza no local (SANTOS et al. 2009). Dessa forma, o objetivo do histograma é diminuir a subjetividade da aferição das medidas de ecotextura e ecogenicidade, traduzindo em números estas aferições.

Em equinos, essa técnica foi utilizada com sucesso na avaliação de tendinite flexor superficial em sete equinos, em que se padronizou a avaliação durante cinco estágios: normal, fase de ruptura aguda, estágio de células inflamatórias, fibrose inicial e estágio de cura lesional inicial. Os autores obtiveram resultados satisfatórios na diferenciação de um tendão normal e de um lesionado, baseado nas diferenças de ecogenicidade e ecotextura obtidas com o histograma (TSUKIYAMA et al. 1996).

No histograma, as mensurações quantitativas são avaliadas pelas variáveis NMOST/NALL. NMOST se refere aos pontos luminosos semelhantes e NALL à soma de todos os pontos luminosos presentes na região selecionada. A relação NMOST/NALL determina quantitativamente a ecotextura da região selecionada (TSUKIYAMA et al. 1996).

O desvio padrão “standard deviation” (SD) da amplitude do eco também se refere à ecotextura, visto que mensura a amplitude que o eco variou. Quanto menores os valores de SD, mais homogênea foi considerada a imagem, pois indica que não ocorreu uma variação alta de ecos na região de interesse (TSUKIYAMA et al. 1996).

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3. OBJETIVOS 3.1. Objetivo geral

O objetivo do presente estudo é a caracterização e padronização ultrassonográfica das estruturas do canal do carpo de equinos da raça quarto de milha com a linhagem de corrida, machos e fêmeas, hígidos e em diferentes faixas etárias (potros, adultos jovens e adultos).

3.2. Objetivos específicos

 Padronizar a altura dorso palmar, largura médio lateral e área dos tendões flexores digital superficial e profundo, e do tendão do músculo flexor carpo radial, de acordo com sexo, membro e idade;

 Padronizar o diâmetro dorso palmar dos nervos palmar medial e palmar lateral, de acordo com sexo, membro e idade;

 Padronizar a Mensuração do diâmetro dorso palmar do retináculo flexor de acordo com sexo, membro e idade;

 Avaliar a ecogenicidade e ecotextura dos tendões flexores digital superficial e profundo e do tendão do músculo flexor carpo radial, por meio do histograma do programa Photoshop CS4®, de acordo com sexo, membro e idade;

 Caracterizar o espectro de onda das artérias radial e ramo palmar medial da artéria mediana;

 Padronizar os índices de resistividade e pulsatilidade das artérias radial e ramo palmar medial da artéria mediana de acordo com sexo, membro e idade;

 Verificar se há diferença estatística para as variáveis estudadas entre os membros direito e esquerdo, entre machos e fêmeas, e entre as diferentes faixas etárias.

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4.1 Seleção dos animais do experimento

O método adotado no presente trabalho foi aprovada pela Câmara de Ética em Experimentação Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Botucatu (protocolo no 271/2011-CEUA).

Foram avaliados equinos “Equus-caballus” da raça quarto de milha, com linhagem de corrida, sem sinais de alterações locomotoras, como claudicação e queda de performance. Os animais passaram por exame físico completo, sendo avaliados por dois médicos veterinários, a fim de incluir somente animais hígidos e trazer confiabilidade ao exame. Estes animais não apresentavam histórico de claudicação prévia e estavam sem a administração de anti-inflamatórios esteroidais e não esteroidais por período mínimo de 30 dias.

Foram avaliados os membros direito e esquerdo de 60 equinos, os quais foram separados em três grupos por idade e sexo: potros (1 a 3 anos), adultos jovens (4 a 7 anos) e adultos (8 a 15 anos), sendo 10 machos e 10 fêmeas em cada grupo. A determinação das faixas etárias foi baseada no tipo de atividade que esses animais exercem, visto que animais destinados a corrida possuem um período curto de vida esportiva.

Os animais foram avaliados em quatro haras de quarto de milha de corrida na região de Botucatu.

4.2 Preparo dos animais

Foi realizada uma limpeza local com água e sabão na região proximal do terceiro, segundo e quarto metacarpiano até a porção distal do rádio, principalmente na região medial e caudal correspondente ao canal do carpo.

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4.3 Exame ultrassonográfico modo b

O aparelho ultrassonográfico utilizado no experimento foi da marca Esaote®1, modelo Mylab™ 30 vetgold, com um transdutor linear de 8 até 12 MHz do modelo LA523. Na avaliação ultrassonográfica do canal do carpo foi realizada a padronização do preset do aparelho quanto à frequência e ganho, para garantir a caracterização e padronização adequada das estruturas em todos os animais, principalmente para avaliação do histograma.

Padronização do preset do aparelho: frequência de 12 MHz, ganho de 82%, um foco com profundidade de 1,6cm.

Todas as imagens ultrassonográficas no modo B foram obtidas no corte longitudinal e transversal. As mensurações dos tendões e retináculo flexor foram realizadas em corte transversal na altura do osso carpo acessório, distal à transição das fibras musculares para fibras tendíneas (CAUVIN et al., 1997). As artérias e os nervos foram avaliados em corte longitudinal e não foram realizadas avaliação das veias.

As imagens obtidas de ambos os membros foram armazenadas em formato jpeg, em formato próprio da Esaote®, para posterior avaliação e mensuração das estruturas.

Mensurações realizadas na ultrassonografia modo B (todos em unidade de milímetros):

 Tendões flexores digitais superficial e profundo e o tendão do músculo flexor carpo radial: Altura crânio caudal, largura médio lateral e área (mm2) (FIGURA 5 e 6).

 Retináculo Flexor: diâmetro crânio caudal do retináculo flexor (FIGURA 5 e 6).

 Nervos palmar lateral e palmar medial: diâmetro crânio caudal. Para identificação dos nervos, a caixa colorida do Doppler foi

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utilizada para diferenciar os nervos de vasos (ALEXANDER e DOBSON, 2003) (FIGURA 7 e 8).

 Artéria radial e ramo palmar medial da artéria mediana: diâmetro crânio caudal (FIGURA 9 e 10).

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FIGURA 6: Ultrassonografia em modo B com as mensurações realizadas no tendão flexor digital superficial (altura crânio caudal, largura médio lateral e área – estrela), tendão flexor digital profundo (altura dorso palmar, largura médio lateral e área – Triângulo), tendão do musculo flexor carpo radial (altura crânio caudal, largura médio lateral e área – seta fina) e retináculo flexor (altura dorso palmar – seta).

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FIGURA 8: Ultrassonografia em modo B com a mensuração do diâmetro crânio caudal realizada no nervo palmar medial do membro de um equino (seta).

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FIGURA 10: Ultrassonografia em modo B demonstrando o ramo palmar medial da artéria mediana na região do canal do carpo, com suas respectivas mensurações do diâmetro crânio caudal.

4.4. Exame ultrassonográfico doppler

O ramo palmar medial da artéria mediana e a artéria radial foram localizadas pelo exame ultrassonográfico modo B com cautela para não pressionar o vaso e causar artefatos. O Doppler colorido foi realizado posicionando a caixa colorida do modo Color Doppler sobre as artérias e ajustando a frequência e a frequência de repetição de pulso (PRF) para evitar artefatos de aliasing e de ruídos de parede.

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Após os ajustes do Doppler Espectral, o gráfico da onda referente ao vaso avaliado foi adquirido e congelado com três ondas consecutivas satisfatórias, para adequada mensuração dos índices (FIGURA 11 e 12).

Os índices de resistividade (IR) e pulsatilidade (IP) dos vasos foram obtidos mensurando cada onda. Foram obtidos três valores de IR e IP para cada artéria avaliada e realizada a média dos valores.

O padrão de fluxo e morfologia das ondas foi avaliado e descrito para cada artéria.

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FIGURA 12: Ultrassonografia Doppler demonstrando o espectro de onda com as mensurações do índice de resistividade (IR) e índice de pulsatilidade (IP) do ramo palmar medial da artéria mediana na região do canal do carpo.

O ramo palmar lateral da artéria mediana não foi possível de ser avaliado na ultrassonografia Doppler, devido ao pequeno diâmetro que dificultava a obtenção das três ondas consecutivas e aumentava significativamente o tempo de exame e o estresse dos animais.

4.5 Histograma

A técnica do histograma foi realizada para padronizar a ecogenicidade e ecotextura das estruturas tendíneas, assim como observar a possibilidade de diferenças entre idades e sexo.

As imagens obtidas no exame ultrassonográfico modo B em plano transversal foram gravadas em compact disc , e o histograma realizado através do programa de computador específico para análise de imagens, Photoshop CS4®.

Foram selecionadas três áreas das estruturas tendíneas de 0,5 x 0,5 cm para avaliação dos tendões flexores digitais superficial e profundo e três áreas de 0,3 x 0,3cm para avaliação do tendão flexor carpo radial, devido ao seu menor diâmetro (FIGURA 13 e 14).

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 NMOST, que se refere a todos os pontos luminosos semelhantes, ou seja, o número de pixels que mais se repetem (representada no histograma por Total);

 NALL, referente aos pontos luminosos totais presente na região selecionada (representada por Pixels);

 SD standard deviation ou desvio padrão da amplitude do eco (representado no histograma por desvio padrão);

 LMEAN, que indica a luminosidade média ou o grau de cinza médio da região selecionada (representada por média).

A relação NMOST/NALL e SD são as variáveis que representam a distribuição, homogênea ou heterogênea, dos ecos na região selecionada, ou seja, a ecotextura da estrutura tendínea, sendo que quanto maior a relação e menor o desvio padrão, mais homogênea a ecotextura. LMEAN representa a ecogenicidade da estrutura, valores baixos indicam menor ecogenicidade e valores altos, ecogenicidade mais elevada (SANTOS et al., 2009).

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FIGURA 14: Sonograma do tendão flexor carpo radial (TFCR) com área demarcada pelo programa Photoshop CS4® de 0,3cm x 0,3cm para realização do histograma. Valores de LMEAN (média), NMOST (total), SD (desvio padrão) e NALL (pixels) do histograma da região demarcada no sonograma.

4.6 Análise estatística

O estudo das variáveis altura, largura e área dos tendões, diâmetro dos nervos e artérias, IP e IR das artérias e as variáveis do histograma em função de idade, sexo e membro dos animais, foi realizada pela técnica da análise de variância multivariada, envolvendo o modelo de medidas repetidas em grupo independentes (JOHNSON e WICHERN, 2002), complementada com o teste de comparação múltipla de Bonferroni, considerando o nível de 5% de significância.

Os resultados das significâncias das comparações de médias foram apresentados por meio de letras latinas e gregas conforme descrição a seguir:

1. Letras minúsculas: comparação de sexos fixados grupo e membro; 2. Letras maiúsculas: comparação de grupos fixados sexo e membro; 3. Letras gregas: comparação de membros fixados grupo e sexo.

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5. RESULTADOS

Todos os animais do experimento foram submetidos ao exame clínico e considerados aptos para o exame ultrassonográfico, uma vez que não apresentavam histórico de claudicação, queda de performance ou estavam sob tratamento de anti-inflamatórios esteroidais e não esteroidais durante pelo menos 30 dias antes do exame.

5.1 Exames ultrassonográficos modo b

As estruturas do canal do carpo mensuradas no modo B foram: tendão flexor digital superficial e profundo, tendão flexor carpo radial, nervos palmar medial e palmar lateral, retináculo flexor e as artérias radial e ramo palmar medial da artéria mediana. Todas essas estruturas foram visibilizadas em ambos os membros dos cavalos. Não foram observados acúmulos de fluidos na bainha dos tendões, intra ou extra articulares, e alterações topográficas por deslocamento das estruturas.

A utilização do corte transversal foi adequada para identificar e mensurar as estruturas tendíneas e o retináculo flexor. Devido ao formato do osso cárpico acessório, há formação de sombreamento acústico, principalmente sobre o tendão flexor digital profundo, o que leva a necessidade de angulação mediopalmar da probe, para adequada avaliação.

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Figura 15: Imagem em corte transversal na região distal do rádio e na fileira proximal dos ossos cárpicos observando a transição de fibras musculares para fibras tendíneas.

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5.1.1 Tendão flexor digital superficial

O tendão flexor digital superficial é uma estrutura facilmente visiblilizada no corte transversal e longitudinal, apresentando-se no corte transversal um formato ovalado de ecotextura homogênea e ecogenicidade hiperecoica quando comparado ao TFDP (FIGURA 17). Com relação às faixas etárias, foi possível observar que em potros o TFDS é mais homogêneo do que os adultos jovens, assim como os adultos jovens em relação aos adultos. Além disso, foram observados que alguns animais apresentaram pontos hiperecoicos compatíveis com fibrose, provavelmente decorrentes de alterações crônicas (Figura 18).

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Figura 18: Imagens ultrassonográficas em modo B em cortes transversais do canal do carpo. A imagem A apresenta um animal do grupo de potros com o padrão de normalidades ultrassonográficas encontradas neste grupo. A imagem B é um animal do grupo de adulto jovem apresentando o padrão nessa faixa etária, e a imagem C apresenta um adulto com o padrão encontrado nessa faixa etária.

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Tabela 1: Média (desvio padrão) das variáveis; altura, largura e área do tendão flexor digital superficial (TFDS) no canal do carpo segundo o grupo, sexo e membro.

Todas as variáveis estão em unidade de milímetros.

Não foram observadas diferenças estatísticas em relação ao sexo, faixa etária e membros para a variável altura (diâmetro crânio caudal) do TFDS.

Em relação à largura (diâmetro médio lateral) do TFDS obteve-se diferença estatística significativa entre as fêmeas dos grupos potro, adulto jovem e adulto em ambos os membros, sendo que quanto maior a faixa etária maior a largura do tendão. Observou-se também, para mesma variável, uma diferença significativa entre machos e fêmeas no grupo de adultos, sendo que as fêmeas obtiveram um valor maior que os machos no membro direito, no entanto os machos adultos apresentaram maior desvio padrão. Não foi observada diferença estatística ao comparar os membros direito e esquerdo quando fixados os grupos e o sexo dos animais.

A área do TFDS apresentou tendências estatísticas semelhantes à variável largura para as faixas etárias, sendo estatisticamente diferente entre os grupos. Em relação aos membros e ao sexo dos animais não foram observadas diferenças estatísticas significativas.

Grupo Sexo Altura TFDS Largura TFDS Área TFDS

MTD MTE MTD MTE MTD MTE

Potro Macho 9,60(±1,23) aAα 9,79(±0,96) aAα 13,10(±1,68) aAα 12,82 (±1,56) aAα 99,20(±19,40) aAα 99,90(±19,94) aAα

Potro Fêmea 9,21 (±0,80) aAα 9,03 (±1,12) aAα 13,02(±1,94) aAα 12,99 (±0,86) aAα 95,90(±22,31) aAα 94,50(±16,04) aAα

Adulto

jovem Macho 10,03 aAα (±0,75) 9,33

aAα

(±1,02) 14,12 aAα

(±1,70) 13,29 aAα

(±1,00) 113,00 aAα

(±15,48) 99,67 aAα (±12,19) Adulto

jovem Fêmea 9,26 aAα

(±0,76) 9,50 aAα

(±0,86) 14,77 aABα

(±1,52) 13,54 aABα

(±1,66) 108,50 aABα

(±13,44) 101,78 aABα (±17,35)

Adulto Macho 9,60 (±1,14) aAα 9,20(±0,95) aAα 13,96(±2,51) aAα 13,92 (±2,41) aAα 109,11(±26,69) aAα 104,40(±17,80) aAα

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5.1.2. Tendão flexor digital profundo

O tendão flexor digital profundo foi visibilizado em corte transversal e longitudinal, porém apresentou maior dificuldade em ser observado devido à sua profundidade e localização em relação ao osso cárpico acessório. O formato do TFDP no exame ultrassonográfico é ovalado e mais largo em relação ao TFDS, e as características encontradas de ecotextura e ecogenicidade são mais heterogêneos e hipoecoicos quando comparado ao TFDS. Quando observado em diferentes faixas etárias, a ecotextura apresentou característica semelhante ao TFDS, sendo menos heterogêneo em potros e mais em adultos. No entanto, para a ecogenicidade, não foi observada diferença entre as faixas etárias (FIGURA 19).

Figura 19: Imagem de um exame ultrassonográfico em modo B de uma égua adulta jovem evidenciando o TFDP em corte transversal (A) e em corte longitudinal (B).

A média e o desvio padrão das variáveis altura, largura e área do tendão flexor digital profundo (TFDP) no canal do carpo, segundo grupo, sexo e membro estão demonstradas na tabela 2.

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Todas as variáveis estão em unidade de milímetros

Não foram observadas diferenças estatísticas entre o membro direito e esquerdo dentro de cada grupo para todas as variáveis avaliadas para o TFDP. Em relação à altura do TFDP, foi observada diferença estatística entre machos e fêmeas dos grupos adultos jovens e adultos para o membro torácico esquerdo, sendo que os machos apresentavam maiores valores de média em relação às fêmeas.

As fêmeas idosas apresentaram as médias da largura e da área do TFDP significativamente maior do que os machos adultos e do que os demais grupos de faixas etárias para o membro direito.

5.1.3. Tendão flexor carpo radial

O tendão do músculo flexor carpo radial foi facilmente localizado no exame ultrassonográfico em modo B. Foram realizados os cortes transversais e longitudinal nos quais se pode observar que este apresenta dimensões menores do que os demais tendões do canal do carpo (FIGURA 20).

Comparando ao outros tendões flexores, o TFCR é mais arredondado, homogêneo e hipoecoico. Ao comparar as características de ecotextura e Grupo Sexo

Altura TFDP Largura TFDP Área TFDP

MTD MTE MTD MTE MTD MTE

Potro Macho 9,89(±1,28) aAα 9,75(±1,36) aAα 15,88(±1,68) aAα 16,42(±1,89) aAα 126,30(±22,73) aAα 128,50(27,07) aAα

Potro Fêmea 9,47(±1,75) aAα 10,14(±1,00) aAα 15,17(±1,22) aAα 16,00(±1,84) aAα 114,60(±22,94) aAα 131,90(±23,02) aAα

Adulto

jovem Macho 10,41 aAα

(±1,29) 10,62 bAα

(±0,90) 16,67 aAα

(±1,80) 15,57 aAα

(±1,48) 136,89 aAα

(±17,16) 133,11 aAα (±17,35)

Adulto

jovem Fêmea 9,68 aAα

(±0,71) 9,24 aAα

(±1,00) 17,23 aBα

(±1,52) 16,34 aAα

(±2,17) 135,90 aABα

(±14,90) 123,44 aAα (±14,07)

Adulto Macho 9,93(±1,20) aAα 10,19(±1,03) bAα 15,86(±2,12) aAα 15,93(±1,79) aAα 127,44(±34,28) aAα 133,90 (±21,82) aAα

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ecogenicidade entre as faixas etárias não foram observadas diferenças entre os grupos.

Figura 20: Imagens ultrassonográficas em modo B para visibilização do TFCR em corte longitudinal (A) e transversal (B).

As médias e o desvio padrão das variáveis altura, largura e área do tendão do músculo flexor carpo radial (TFDP) no canal do carpo, segundo grupo, sexo e membro, estão demonstradas na tabela 3.

Tabela 3: Média (desvio padrão) das variáveis altura, largura e área do tendão do músculo flexor carpo radial (TFCR) no canal do carpo, segundo o grupo, sexo e membro.

Todas as variáveis estão em unidade de milímetros

Grupo Sexo Altura TFCR Largura TFCR Área TFCR

MTD MTE MTD MTE MTD MTE

Potro Macho 3,64 (±0,30) aAα 3,60(±0,53) aAα 6,44(±0,62) aAα 6,15(±0,92) aAα 19,30(±2,79) aAα 19,20(±3,58) aAα

Potro Fêmea 3,56(±0,37) aAα 3,61(±0,42) aAα 5,83(±0,83) aAα 5,76(±0,70) aAα 18,50(±4,48) aAα 17,50(±3,03) aAα Adulto

jovem Macho 3,98 aAα

(±0,43) 4,08 aBα

(±0,33) 7,06 bAα

(±0,45) 6,88 aABα

(±0,81) 24,22 aBα

(±2,77) 20,78 aBα (±4,24) Adulto

jovem Fêmea 3,91 aAα

(±0,48) 4,17 aBα

(±0,68) 6,42 aABα

(±0,72) 7,09 aBβ

(±0,72) 21,50 aAα

(±3,72) 23,67 aBα (±3,43) Adulto Macho 3,88(±0,38) aAα 3,80 (±0,47) aABα 7,14(±0,54) aAα 6,96 (±0,82) aBα 23,22(±1,99) aBα 22,90(±3,76) aBα

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Não foram observadas diferenças estatísticas significantes para as variáveis avaliadas entre os membros direito e esquerdo de cada grupo, com exceção do grupo de fêmeas adultas que apresentaram diferença significante entre a largura do TFCR do MTE para o MTD.

Comparados machos e fêmeas, somente o membro direito do grupo de adulto jovems da variável largura do TFCR apresentou diferença estatística, sendo que os machos apresentaram a largura significativamente maior do que das fêmeas.

Em relação às faixas etárias foram observadas diferenças estatísticas significantes na altura do TFCR no membro esquerdo, sendo maior para animais adulto jovem, seguidos dos adultos e então os potros. Embora não tenha sido observada diferença estatística significante, o membro direito apresentou a mesma tendência nos valores das médias nas diferentes faixas etárias.

As médias das áreas do TFCR dos grupos adulto jovem e adulto foram significativamente maiores do que a do grupo de potros. A área do TFCR do membro torácico direito das fêmeas de cada grupo não apresentou diferença estatística, porém apresentou a mesma tendência que o membro contralateral.

5.1.4 Retináculo flexor

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Tabela 4: Médias (desvio padrão) do diâmetro do retináculo flexor segundo o grupo, sexo e membro.

Grupo Sexo Diâmetro retináculo flexor

MTD MTE

Potro Macho 1,43(±0,16) aAα 1,36(±0,24) aAα

Potro Fêmea 1,33(±0,26) aAα 1,44(±0,22) aAα

Adulto jovem Macho 1,51(±0,21) aAα 1,51(±0,19) aAα

Adulto jovem Fêmea 1,36(±0,16) aAα 1,54(±0,22) aAβ

Adulto Macho 1,50 (±0,23) aAα 1,55(±0,17) aAα

Adulto Fêmea 1,40(±0,16) aAα 1,45(±0,23) aAα

Todas as variáveis estão em unidade de milímetros

Somente a média do diâmetro do retináculo flexor do membro torácico direito do grupo de fêmeas adultas jovens foi estatisticamente significativamente em relação ao membro esquerdo do mesmo grupo. No entanto, os valores não apresentaram diferentes entre os grupos e entre sexo, demonstrando variações insignificantes de acordo com sexo e idade.

5.1.5. Nervo palmar medial e nervo palmar lateral

A avaliação ultrassonográfica dos nervos palmar medial e palmar lateral foram possíveis no corte longitudinal com a frequência e o preset padronizados neste estudo. A identificação dos nervos ultrassonograficamente exigiu maior habilidade do operador, devido à proximidade com vasos e o diâmetro reduzido. Ambos os nervos apresentaram-se como duas faixas hiperecoicas paralelas com uma área hipoecóica no interior. O nervo palmar medial foi localizado mais profundamente em relação ao nervo palmar lateral.

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Figura 21: Exame ultrassonográfico com auxílio do Doppler colorido demonstrando a identificação e mensuração dos nervos palmar lateral (A) e palmar medial (B).

As médias e desvio padrão do diâmetro dorso palmar dos nervos palmar lateral e palmar medial segundo o grupo, sexo e o membro estão apresentados na tabela 5.

Tabela 5: Médias (desvio-padrão) do diâmetro do nervo palmar lateral (NPL) e do nervo palmar medial (NPM) no canal do carpo segundo o grupo, sexo e membro.

Grupo Sexo Diâmetro NPL Diâmetro NPM

MTD MTE MTD MTE

Potro Macho 0,93(±0,15) aAα 0,97(±0,11) aAα 1,36(±0,25) aBα 1,37(±0,25) aBα

Potro Fêmea 1,02(±0,19) aAα 1,04(±0,10) aAα 1,38(±0,22) aBα 1,44(±0,20) aBα Adulto

jovem Macho 0,96 aAα

(±0,10) 1,05 aAα

(±0,20) 1,10 aAα

(±0,16) 1,10 aAα (±0,19) Adulto

jovem Fêmea 1,02 aAα

(±0,09) 1,03 aAα

(±0,13) 1,23 aABα

(±0,13) 1,27 bABα (±0,19) Adulto Macho 1,06(±0,22) aAα 1,09(±0,16) aAα 1,28(±0,27) aABα 1,27(±0,14) aABα

Adulto Fêmea 0,99(±0,16) aAα 0,99(±0,14) aAα 1,14(±0,12) aAα 1,18(±0,12) aAα

(60)

As médias do diâmetro do nervo palmar medial foram maiores do que as médias do diâmetro do nervo palmar lateral. Para o nervo palmar lateral não ocorreram diferenças estatísticas significantes entre os grupos, sexo e os membros.

Para o nervo palmar medial foram observadas diferenças estatísticas entre os grupos. Dentre as fêmeas, as adultas apresentaram menor diâmetro em relação as adultas jovens, que apresentaram menor diâmetro em relação as potras. Com os machos, também ocorreu diferença estatística entre os grupos, com maior diâmetro dos potros, seguidos dos adultos e posteriormente, dos adultos jovens.

5.1.6. Artéria radial e artéria palmar medial

O diâmetro da artéria radial e do ramo palmar medial da artéria mediana segundo o grupo, sexo e membros estão descritos na Tabela 6 e 7.

A artéria radial possui menor calibre do que o ramo palmar medial da artéria mediana se localiza mais superficial em relação à mesma, tanto no corte longitudinal quanto no transversal (FIGURA 22).

(61)

No corte transversal foi possível localizar facilmente o ramo palmar medial da artéria mediana localizado medialmente ao TFDP e TFDS.

Não foram observadas diferenças estatísticas significantes para o diâmetro da artéria radial entre machos e fêmeas dentro do mesmo grupo de faixa etária, assim como para o ramo palmar da artéria mediana. No entanto, no membro esquerdo, ambas as artérias apresentaram valores estatisticamente diferentes entre os grupos.

5.2 EXAME ULTRASSONOGRAFICO DOPPLER

Na avaliação das artérias foram utilizados o Doppler colorido e o Doppler espectral que permitiram a identificação das estruturas, assim como caracterizar o fluxo e mensurar os índices de resistividade e de pulsatilidade das artérias radial e ramo palmar medial da artéria mediana.

O ramo lateral da artéria mediana não foi caracterizado neste estudo devido ao seu pequeno diâmetro, que dificultou a obtenção das ondas espectrais e aumentava significativamente o tempo de exame. O aumento do tempo de realização do exame ocasionava estresse nos animais, resultando impaciência e movimentação dos membros, impedindo a realização do exame Doppler.

Em todos os animais foi realizada a correção do ângulo do Doppler espectral entre 55 e 60 no sentido do fluxo no vaso e selecionado todo o diâmetro do vaso o que permitiu a padronização do espectro.

As artérias avaliadas apresentaram um espectro de onda de característica pulsátil similares. No geral, as morfologias de ondas apresentavam um primeiro pico sistólico mais alto, seguida de dois picos menores e com espectro ondulante ao longo da diástole. Embora a morfologia de onda apresenta-se características semelhantes, foram observadas variações na velocidade do fluxo diastólico durante a realização do exame.

(62)

A figura 23 demonstra as características da morfologia do espectro de onda encontrado na artéria radial.

Figura 23: A imagem demonstra o espectro de onda da artéria radial de característica pulsátil de um equino do grupo macho adulto jovem com as mensurações do IR e IP de três ondas consecutivas.

As variáveis avaliadas na artéria radial estão demonstradas na tabela 6. Tabela 6: Médias (desvio-padrão) das variáveis: diâmetro, índice de resistividade (IR) e índice de pulsatilidade (IP) da artéria radial no canal do carpo, segundo o grupo, sexo e membro.

Grupo Sexo

Diâmetro artéria

radial IR artéria radial IP artéria radial

MTD MTE MTD MTE MTD MTE

Potro Macho 2,90(±0,23) aAα 2,95(±0,59) aABα 0,84(±0,08) aAα 0,85(±0,10) aAα 2,87(±1,05) aABα 3,05(±1,32) aAα

Potro Fêmea 2,89(±0,45) aAα 3,02(±0,52) aAα 0,78(±0,07) aAα 0,83(±0,08) aAα 2,02(±0,71) aAα 2,46(±0,86) aAα Adulto

jovem Macho 2,66 aAα

(±0,29) 3,06 aBα

(±0,67) 0,82 aAα

(±0,08) 0,82 aAα

(±0,08) 2,46 aAα

(±0,67) 2,69 aAα (±0,75) Adulto

jovem Fêmea 2,87 aAα

(±0,49) 2,92 aAα

(±0,44) 0,82 aAα

(±0,07) 0,82 aAα

(±0,07) 2,52 aAα

(±0,89) 2,58 aAα (±0,68) Adulto Macho 2,67(±0,45) aAα 2,54(±0,55) aAα 0,88(±0,06) bAα 0,86(±0,10) aAα 3,73(±1,35) bBα 3,21(±1,49) aAα

(63)

Não foram observadas diferenças estatísticas entre as médias do índice de resistividade da artéria radial entre os grupos e membros. Somente para os grupos de adultos foi observada diferença estatística entre machos e fêmeas, sendo que os machos apresentaram maiores índices. O índice de pulsatilidade também apresentou diferença entre macho e fêmeas no grupo de adultos. Além disso, quando foi comparado o IP entre os grupos também foi encontrada diferença estatística, sendo que os adultos machos apresentaram valores maiores dos que os potros e os potros maiores que os adultos jovens.

As variáveis avaliadas no ramo palmar da artéria mediana estão apresentadas na tabela 7.

A figura 24 demonstra a mensuração do espectro de onda do ramo medial da artéria palmar mediana.

Imagem

FIGURA  1:  Peça  anatômica  da  região  do  canal  do  carpo  de  um  equino  adulto  sem  alterações  cárpicas
FIGURA 3 – Ultrassonografia em modo B no canal do carpo com a visibilização dos  principais tendões flexores, tendão flexor digital superficial (TFDS), tendão flexor digital  profundo (TFDP) e tendão flexor carpo radial (TFCR)
FIGURA 4 – Ultrassonografia em modo B do canal do carpo com a visibilização dos  principais  vasos  passíveis  de  identificação
FIGURA  5:  Ultrassonografia em modo B  com  as  mensurações realizadas no  tendão  flexor  digital  superficial  (altura  crânio  caudal,  largura  médio  lateral  e  área  -  estrela),  tendão  flexor  digital  profundo  (altura  crânio  caudal,  largura
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