• Nenhum resultado encontrado

Leishmaniose visceral entre índios no Estado de Roraima, Brasil: aspectos clínicoepidemiológicos de casos observados no período de 1989 a 1993.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Leishmaniose visceral entre índios no Estado de Roraima, Brasil: aspectos clínicoepidemiológicos de casos observados no período de 1989 a 1993."

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

Leishmaniose visceral entre índios no Estado de Roraima, Brasil.

Aspectos clínicoepidemiológicos de casos observados

no período de 1 9 8 9 a 1 9 9 3

Visceral leishmaniasis among Indians of the State of Roraima, Brazil. Clinical and

epidemiologic aspects of the cases observed from 1989 to 1993

Jorge Augusto O. Guerra

1

, Marcus Luíz B. Barros

1 ,2

, Nelson Ferreira Fé

1

, Marcus Vinitius F.

Guerra

1 ,2

, Eloy Castellon

3

, Marcilene Gomes Paes

1

e Ítalo A. Sherlock

4

RESUMO

De sc re ve - se o pe rfil e pide m io ló gic o da le ishm a n io se visc e ra l e n tre ín dio s n o Esta do de Ro ra im a , Bra sil, b a se a do n a o c o rrê n c ia de c a so s hu m a n o s o b se rva do s e n o s in q u é rito s c a n in o s e e n to m o ló gic o s re a liza do s n o pe río do de 1989 a 1993. Fo ra m re gistra do s 82 c a so s hu m a n o s de le ishm a n io se visc e ra l e m se is do s o ito m u n ic ípio s e n tã o e xiste n te s n o e sta do ; ho u ve pre do m ín io de 69,5% pa ra o se xo m a sc u lin o e n tre o s c a so s o b se rva do s. A m a io ria ( 52,4%) do s c a so s fo i e n tre c ria n ç a s de ze ro a de z a n o s de ida de . Re gistro u - se o ín dic e de 10,3% de in fe c ç ã o c a n in a n a tu ra l, e n tre 3.773 c ã e s e xa m in a do s e m 74 lo c a lida de s pe sq u isa da s. A Lutzomyia longipalpis fo i e n c o n tra da n a s á re a s de m a io r pre va lê n c ia da do e n ç a , e m 31 lo c a li da de s di f e re n te s. Os c a so s hu m a n o s, c a n i n o s e ve to re s e stã o c o n c e n tra do s e m re gi õ e s o n de pre do m in a m se rra s e la vra do s, á re a s c a ra c te rístic a s de o c o rrê n c ia da le ishm a n io se visc e ra l a m e ric a n a . A in tro du ç ã o e in te n sific a ç ã o da s a tivida de s ga rim pe ira s n a re giã o po de m te r c o n trib u ído pa ra a in tro du ç ã o da do e n ç a .

Pal avr as-chave s: Le ishm a n io se visc e ra l. Pe rfil e pide m io ló gic o . Ín dio s. Esta do de Ro ra im a . Bra sil.

ABSTRACT

A de sc riptio n o f the e pide m io lo gic a l pro file o f visc e ra l le ishm a n ia sis a m o n g In dia n s in the Sta te o f Ro ra im a , Bra zil, wa s b a se d o n the c lin ic a l c ha ra c te ristic s o f hu m a n a n d do g dise a se , e c o lo gic a l a spe c ts o f the a re a whe re the c a se s o c c u rre d a n d e n to m o lo gic in ve stiga tio n s pe rfo rm e d fro m 1989 to 1993. The 82 hu m a n c a se s we re re po rte d in six o u t o f e ight Co u n tie s tha t e xiste d the n in the Sta te ; the re wa s a 69.5% pre do m in a n c e o f m a le c a se s a m o n g tho se re giste re d a n d a gre a te r ( 52.4%) o c c u rre n c e o f the dise a se in c hildre n fro m ze ro to te n ye a rs o ld. The ra te o f n a tu ra l in fe c tio n wa s 10.3% o u t o f 3,773 do gs e xa m in e d in 74 diffe re n t lo c a tio n s. Lutzomyia longipalpis wa s fo u n d in 31 a re a s with gre a te r pre va le n c e o f the dise a se . The hu m a n a n d a n im a l c a se s a s we ll a s the ve c to rs we re c o n c e n tra te d in a re a s whe re m o u n ta in s a n d a ra b le so il pre do m in a te , typic a l lo c a tio n s fo r the o c c u rre n c e o f Am e ric a n visc e ra l le ishm a n ia sis.

Ke y-words: Visc e ra l le ishm a n ia sis. Epide m io lo gic pro file . In dia n s. Ro ra im a Sta te . Bra zil.

1 . Fundaç ão de Medic ina Tro pic al do Amazo na, Manaus, AM. 2 . Universidade Federal do Amazo nas, Manaus, AM. 3 Instituto Nac io nal de Pesquisas da Amazô nia, Manaus, AM. 4 . Fundaç ão Oswaldo Cruz, Salvado r, B A.

Parte da disseraç ão de mestrado apresentado no pro grama de pó s-graduaç ão da FIOCRUZ em c o nvênio c o m o IMTM.

En de r e ço par a cor r e spon dê n ci a: Dr. Jo rge Augusto de Oliveira Guerra. Gerênc ia de Leishmanio ses/FMTAM. Av. Pedro Teixeira 2 5 , D. Pedro I, 6 9 0 4 0 -0 0 0 Manaus, AM.

Fax: 5 5 9 2 2 3 8 -3 7 6 2

e-mail: j guerra@ ho rizo n.c o m.br Rec ebido para public aç ão em 8 /8 /2 0 0 3 Ac eito em 2 2 /5 /2 0 0 4

O Estado de Roraima possui na sua região c entral c ampos naturais ou savanas, c onhec idos loc almente c omo lavrado, e

florestas tropic ais ao sul4. Ao norte, existe um c omplexo de

mo ntanhas, e m c uj o s vale s, pe lo lado b r asile ir o , fo r am de te c ta do s , pe la pr im e ir a ve z n o e s ta do , e m 1 9 8 9 , o s

primeiros c asos autóc tones de leishmaniose visc eral1 2 0 e a

presenç a da Lutzo m ya lo ngipa lpis2 8. Antes desse período não

havia registro de c asos de leishmaniose visc eral em Roraima.

(2)

étnicos e raciais e compondo a maioria dos habitantes de Roraima e cujo território oficialmente demarcado está no norte, mas que na verdade, se distribuem por praticamente todo o estado; e a Nação Yanomami, situada a noroeste ( Figura 1) . Estes índios têm tido suas

terras freqüentemente invadidas por garimpeiros30 o que tem gerado

grandes conflitos sociais26.

No final do ano de 1988 foi enviada ao Serviço de Hematologia do Amazonas ( HEMOAM) uma criança Macuxi, procedente do Município de Normandia RR, com suspeita clínica de leucose. Apresentava quadro febril, emagrecimento e hepato-esplenomegalia. No material obtido por punção biópsia de medula óssea ( PMO) , os profissionais daquela instituição e do Instituto de Medicina Tropical de Manaus ( IMTM) constataram a presença de formas amastigotas de Leishm ania no esfregaço realizado, identificando-se assim o

primeiro caso autóctone de LV do Estado de Roraima20.

A partir de 1 9 8 9 houve importante aumento do número

de c asos, notific ados em diversos munic ípios5 2 6. As tentativas

de se estabelec er um plano de c ontrole da endemia eram exerc idas mediante aç ões da Fundaç ão Nac ional de Saúde de Roraima ( FNS/RR) , assoc iada a órgãos de pesquisa, c omo o I nstituto de Me dic ina Tr o pic al de Manaus ( I MTM) e Instituto Nac ional de Pesquisas da Amazônia ( INPA) .

Com o objetivo de desc rever esse novo foc o, e de traç ar o perfil c línic o epidemio ló gic o da endemia no Estado de Roraima, realizamos um estudo dos c asos humanos atendidos nos hospitais dessa área, dos inquéritos c aninos e dos vetores.

MATERIAL E MÉTODOS

Este trabalho descreve os casos detectados e registrados entre os anos de 1989 e 1993, em dois momentos às vezes simultãneos: um estudo retrospectivo, cujas informações foram coletadas nas

instituições que atendiam os doentes, notificavam aos casos e realizavam diagnóstico e pesquisa dos mesmos - a Casa do Índio de Roraima ( CIR) , o Hospital Coronel Mota ( HCM) , a Fundação Nacional de Saúde de Roraima ( FNS/RR) , o Laboratório Central de Saúde ( LACEN) e o ( IMTM) , constituíram-se nas instituições envolvidas no estudo. Vale salientar que a maior parte das informações utilizadas neste trabalho foi coletada pelos autores, que trabalharam nas atividades de campo.

Em um a s e gun da e ta pa fo r a m r e a liza do s tr a b a lh o s de c ampo no perío do c o mpreendido entre 1 9 9 2 e 1 9 9 3 , c onstituindo-se em um estudo prospec tivo.

Os critérios utilizados no diagnóstico dos casos humanos foram baseados nos aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais, que incluíam: punção biópsia de medula óssea, punção esplênica e sorologia pela reação de imunofluorescência indireta ( RIFI) . Para os inquéritos caninos foram considerados diagnósticos: a sorologia positiva ( RIFI) , em qualquer titulação, e/ou o encontro de parasitas em material coletado de baço ou fígado de cães sac rific ados; nos inquéritos entomológic os c onsiderou-se a

presença da Lu lo ngipa lpis, coletada em armadilhas CDC.

A análise estatística das informações foi realizada através do programa EPI info versão 6.0 ( CDC) . Na análise da prevalência foi utilizado o teste do qui-quadrado, c onsiderando o nível de significância de 5% ( p < 0,05) .

RESULTADOS

O maior número de c asos foi registrado em 1 9 9 1 c om 2 6 ( 3 1 ,7 % ) oc orrênc ias ( Tabela 1 ) ; e o menor número em 1 9 8 9 c om 1 0 ( 1 2 ,2 % ) c asos.

Em seis municípios, dentre os oito existentes à época no Estado de Roraima, registraram-se 8 2 c asos de LV. A maior

Figu ra 1 - Divisã o po lític a e prin c ipa is á re a s in díge n a s de Ro ra im a .

Ingaricó

Macuxi

Yanomami

Manoa Pium

Jacamim

Uai Uai

Trombeiras

Mapuera

Waimiri Atroari

1

2

3

Normandia Boa Vista Alto Alegre Bonfim Mucajaí

São João da Baliza Caracaraí São Luiz

1.

Maiogong

2.

Taurepang

(3)

ocorrência foi em Normandia com 3 6 ( 4 4 %) casos, seguido de Boa Vista c om 2 5 ( 3 0 ,5 % ) , Alto Alegre c om 1 0 ( 1 2 ,2 % ) e Muc a j a í c o m 4 ( 4 , 9 % ) . Sã o J o ã o da B a liza e B o n fim apresentaram o menor número de casos, 1 ( 1 ,2 %) para cada munic ípio. Três outros pac ientes foram diagnostic ados em Roraima, mas provavelmente adquiriram a doença do outro lado da fronteira, na República da Guiana, pois eram garimpeiros procedentes daquele país ( Tabela 2 ) .

paciente possuía idade acima de 5 0 anos. A análise estatística mostrou significância para a faixa etária compreendida entre zero a dez anos, observada em 5 2 ,4 % dos casos ( p< 0 ,0 0 0 1 ) .

As manifestaç õ es c línic as predo minantes fo ram febre, anemia, diarréia e hepatoesplenomegalia ( Tabela 4 ) .

Tabela 3 - Leishm aniose visceral entre índios no Estado de Roraim a, Brasil - 1989 a 1993. Distribuição dos casos hum anos por idade/sexo.

Sexo Casos

Idade masc fem no %

0 a 10 21 22 43 52,4

11 a 20 10 2 13 15,9

21 a 30 11 0 11 13,4

31 a 40 6 0 6 7,3

41 a 50 8 0 8 9,8

> 50 0 1 1 1,2

Total 57 25 82 100,0

Tabela 2 Leishm aniose visceral entre índios no Estado de Roraim a, Brasil -1989 a 1993. Distribuição dos casos hum anos por m unicípio de ocorrência.

Município No casos Percentagem

Normandia 36 44,0

Boa Vista 25 30,5

Alto Alegre 10 12,2

Mucajaí 4 4,9

São João da Baliza 1 1,2

Bonfim 1 1,2

Guiana 3 3,6

Sem registro 2 2,4

Total 82 100,0

Tabela 4 - Leishm aniose visceral entre índios no Estado de Roraim a, Brasil - 1989 a 1993. Sinais e sintom as apresentados entre os casos hum anos

Sintomas No casos Percentagem

Febre 72 87,8

Anemia 42 51,2

Diarréia 36 43,9

Hepatoesplenomegalia 29 35,4

Hemorragias 17 20,7

Emagrecimento 14 17,1

Vômitos 13 15,8

Edema 12 14,6

Dispnéia 8 9,7

Dor torácica 7 8,5

Outros 18 21,4

Tabela 5 - Leishm aniose visceral entre índios no Estado de Roraim a, Brasil - 1989 a 1993. Distribuição dos casos hum anos por patologias associadas

Patologias No casos Percentagem

Parasitoses intestinais 28 34,1

Malária 22 26,8

Pneumopatias 17 20,7

Doenças cutâneas 9 11,0

Gastrenterite 4 4,9

Otite 2 2,4

Outras 5 6,1

Entre as doenç as assoc iadas, as parasitoses intestinais pr edo minar am, c o m 2 8 ( 3 4 ,1 % ) c aso s, sendo a maio r ia ancilostomíase 1 3 ( 4 6 ,4 2 %) , seguida de ascaridíase e amebíase em nove, e giardíase em seis doentes. A malária esteve associada

a 2 2 ( 2 6 ,8 %) casos, sendo onze por Pla sm o dium viva x, oito

por P. fa lcipa rum e três por malária mista. Seis pacientes eram portadores de tuberculose pulmonar ( Tabela 5 ) .

Tabela 6 - Leishm aniose visceral entre índios no Estado de Roraim a, Brasil - 1989 a 1993. Critérios diagnósticos utilizados nos casos hum anos.

Método utilizado No casos Percentagem

Punção de medula óssea 50 61,0 Clínico-epidemiológico 13 15,8 Punção esplênica 11 13,4

Sorológico 8 9,8

Total 82 100,0

Ta b e la 1 - Le ishm a nio se visce ra l e ntre índio s no Esta do de Ro ra im a , Bra sil - 1989 a 1993. Distribuição anual dos casos hum anos.

Ano No casos Percentagem Incidência por ano( x 10.000)

1989 10 12,2 0,45

1990 15 18,3 0,69

1991 26 31,7 1,19

1992 20 24,4 0,91

1993 11 13,4 0,91

Total 82 100,0 0,83

Na distribuição dos casos humanos, observou-se o predomínio entre comunidades indígenas, com 71 ( 86,6%) casos, a maioria pertencente à Nação Macuxi 55 ( 67,1%) , seguidos dos Yanomami com 14 ( 17,1%) casos e o menor número entre os índios Ingaricó com 2 ( 2,4%) . Em onze prontuários não havia registros de etnia; sabe-se apenas que eram garimpeiros, procedentes de diversas localidades, dentro e fora do Estado de Roraima.

O sexo masculino apresentou 5 7 ( 6 9 ,5 %) casos e o feminino 2 5 ( 3 0 ,5 %) ( Tabela 3 ) . A análise estatística mostrou significância para o sexo masculino em 6 9 ,5 % dos casos ( p< 0 ,0 0 0 1 ) .

A idade variou entre 1 e 6 5 anos, sendo a média global da idade de 8 ,7 anos. A faixa etária de maior ocorrência estava entre 0 e 1 0 anos, com 4 3 ( 5 2 ,4 3 %) casos ( Tabela 3 ) , sendo que 3 3 pacientes possuíam até cinco anos de idade. Apenas um

O diagnóstic o de LV foi c onfirmado através da punç ão biópsia de medula óssea ( PMO) , em 5 0 ( 6 1 % ) c asos, da punç ão esplênic a em 1 1 ( 1 3 ,4 % ) e da sorologia em 8 ( 9 ,8 % ) . Em alguns pac ientes foi utilizado mais de um método. Em 1 3 ( 1 5 ,8 % ) c asos, foi utilizado o c ritério c línic o-epidemiológic o pois não havia registros de c onfirmaç ão laboratorial; apenas o indic ativo de registro e tratamento para LV ( Tabela 6 ) .

Após isolamento em c ulturas, a espéc ie de Le ishm a nia

desses casos humanos de Roraima foi identificada no Instituto Evandro Chagas ( B elém-PA) , através de isoenzimas, c omo

(4)

Em 6 5 ( 7 9 ,3 % ) doentes examinados a média geral do

número de hemácias foi de 2 .9 3 3 .2 3 0 /mm3; a de hemoglobina

foi de 8 ,8 3 g/dl.

Em 6 8 doentes examinados a média de leuc óc itos foi de

3 .9 0 0 /mm3.

No inquérito canino foram examinados 3.773 cães em todo o estado, distribuídos entre 74 malocas, garimpos, fazendas, vilas, sítios e missões. Foram observados 1 0 ,4 % ( 3 9 0 c asos) de

positividade pela RIFI. Na distribuição dos casos caninos por

municípios, São Luís apresentou maior percentual de positividade, com 16,7% de sorologias positivas ( três amostras positivas em 18 c ães examinados) . Entretanto, analisando valores absolutos, observaram-se 254 ( 10,8%) amostras positivas em Normandia e 102 ( 13,2%) em Boa Vista. Nos municípios de Mucajaí e Caracaraí,

Tabela 7 Leishm aniose visceral no Estado de Roraim a, Brasil 1989 -1993. Inquérito canino. Distribuição de casos positivos por Município.

Município Examinados Positivos Percentagem Normandia 2.335 254 10,8 Boa Vista 869 102 13,2 Alto Alegre 316 9 2,9

Bonfim 174 22 12,6

São Luís 18 3 16,7

Mucajaí 34 0 0

Caracaraí 27 0 0

Total 3.773 390 10,3

Tabela 8 - Leishm aniose visceral no Estado de Roraim a, Brasil. Núm ero de espécim es de Lutzomyia longipalpis coletados no estado de 1989 a 1992.

Ano Espécimes coletados no %

1989 540 6,5

1990 88 1,1

1991 470 5,6

1992 7.242 86,8

Total 8.340 100,0

BOA VISTA

GUIANA

.

1 2

3 4 5

6

7 8

9

10 11

12 13

14

15 16

17 18 19

20 21

22

23 24

25 26

27

28 29

30

31

.

.

BONFIM

NORMÂNDIA

N

1. Adolfo

2. Água Fria 3. Aratanha 4. Barra Pesada 5. Barreirinha 6. Cachoeirinha 7. Canta Galo 8. Cícero 9. Contão 10. Cruzeiro 11. Maracanã 12. Maturuca 13. Monte Muriá 14. Mutum 15. Normandia 16. Nova Aliança 17. Pedra Branca 18. Pedra Preta 19. Piolho 20. Quem 21. Socó 22. Sto. Ant. Pão 23. Surumu 24. Taxi 25. Triunfo 26. Vila Uiramutã 27. Mal. Uiramutã 28. União 29. Urucá 30. Willimon 31. Xiriqui

VENEZUELA

Normandia

Boa Vista

Alto Alegre

Bonfim

Macajaí

Caracaraí

S. J. da Baliza

São Luiz

Figu ra 2 - Lo c a lida de s e m Ro ra im a o n de fo ra m re a liza da s c o le ta s de e spé c im e s de Lutzomyia longipalpis - 1989 a 1992.

não havia registros de cães com sorologia positiva para leishmaniose ou de quadro clínico compatível com LV canina. Não foram realizados inquéritos caninos em São João da Balisa ( Tabela 7) .

Em apenas dois munic ípios do estado foi registrada a

presença da Lu. lo ngipa lpis: Normandia, em 2 6 localidades e

Boa Vista em 5 ( Figura 2 ) .

No ano de 1 9 9 2 foi observado o maior número de Lu.

longipalpis, com 7.246 ( 86,8%) espécimes capturadas. O menor número correspondeu ao ano de 1990, com 88 ( 1,1%) ( Tabela 8) .

DISCUSSÃO

De acordo com os dados do Ministério da Saúde, Fundação

Nacional de Saúde6 2 1, foram registrados oficialmente 1 5 3 casos

(5)

seguinte distribuição: cinco casos em 1989, seis em 1990, 41 em 1991, 62 em 1992 e 39 em 1993. Há um desacordo entre o número de casos oficialmente registrados e aqueles encontrados em nosso estudo, refletindo uma subnotificação nos dois primeiros anos. Como se observa, esses dados mostram um aumento inic ial progressivo no número de casos, o que provavelmente foi fruto da busca ativa exercida pelos órgãos de pesquisa associados à FNS. Posteriormente, houve um decréscimo no número de casos, devido às dificuldades em manter-se, nos anos seguintes, uma ação continuada por parte desses órgãos oficiais. De 1994 a 2000 , a

média de casos foi de 18,716 1 6.

Essa situação traduz a dificuldade e conseqüente descontinuidade das ações exercidas para a busca, diagnóstico e notificação dos casos de LV. O órgão que melhor notifica a existência de casos é a Casa do Índio, pelo interesse por parte do Distrito Sanitário Yanomami ( DSY) em registrar doenç as oc orrentes entre os

indígenas26 30. Todavia há falhas nas informações básicas, como a

procedência, sexo, idade e data do início dos sintomas, em face das dificuldades culturais de alguns grupos.

Nossos resultados indicam que os municípios de Normandia e Boa Vista, cujo relevo de lavrado e serras correspondem ao padrão

ecológico comum da leishmaniose visceral neo-tropical9 11 18 19 23 33 34,

abrigam maior número de casos. Entretanto, a doença também ocorre em áreas de transição de floresta e lavrado, relacionada a fatores como o caráter migratório dos indígenas, que fazem deslocamentos freqüentes para fora de suas reservas. Essa característica é observada entre os Macuxi, grupo predominante dentro das áreas de ocorrência de LV, e entre os Yanomami e os Ingaricó.

Destacam-se ainda, como fatores intervenientes, a introdução e a posterior intensificação da atividade garimpeira naquelas áreas, fenômeno que proporcionou uma grande imigração de

nordestinos, muitos provenientes de áreas endêmicas de calazar3 1.

A despeito dos primeiros registros haverem ocorrido entre os Macuxis, percebe-se num segundo momento, casos sendo diagnosticados entre os Yanomami, e em Centros de atenção à saúde em Boa Vista e até mesmo em Manaus.

O que se observa é que a epidemia do c alazar oc orre predominantemente entre populações indígenas da região, mas foram provavelmente os garimpeiros, em sua maioria provenientes de áreas de reconhecida endemia, que a introduziram em Roraima, cuja ecologia favorece a ocorrência do calazar, favorecendo, desta forma, a produção de casos autóctones.

Apesar de a epidemia ser extensiva à Guyana, onde também ocorre atividade garimpeira, não há registros oficiais de casos

naquele país até o período deste estudo3 7.

Pode-se aventar a hipótese de que a localização geográfica da área, em proximidade da transição com o lavrado, por motivos ainda não esclarecidos, propicie um aumento no potencial de

transmissão da doença2 6. Costa et a l1 1 alertam para a necessidade

de estudos da ecologia nessas áreas de transição entre florestas, cerrados e serras.

Oc orre predomínio de c asos no sexo masc ulino, porém na faixa etária de zero a dez anos há tendênc ia à igualdade para ambos os sexos, sendo justamente nessa faixa etária que se o b se r va a maio r c asuístic a, o q ue é típic o da LV nas

Améric as1 4 1 5 3 7. Foi observado ainda que a Leishm a nia isolada

do s c aso s humano s de Ro r aima fo i c ar ac te r izada c o mo

Leishm a nia ( L.) cha ga si2 9, cujo perfil epidemiológico de casos

humanos tem essas características.

Os indígenas utilizam diversos alimentos provenientes de suas atividades de caça, pesca, coleta e agricultura; a abundância ou a carência desses recursos em determinada região é fator determinante na escolha de novos sítios de habitação. Sua grande mobilidade e dispersão espacial são estratégias de adaptação fundamentais.

Em c ertos loc ais, princ ipalmente na área Yanomami, a disponibilidade de recursos alimentares foi muito diminuída durante a exploração garimpeira. Esse fato agravou ainda mais o quadro de morbimortalidade, ao desviar a mão de obra indígena para o garimpo. A introdução dos produtos de consumo trazidos pelos garimpeiros teve alta aceitação por parte dos nativos, criando dependências nessas populações. Tudo isso influenciou o grau de nutrição e consequentemente a ocorrência e evolução de doenças como a

tuberculose e a própria LV, como salientado por alguns autores2 3 7.

Os índios Macuxi têm por costume visitar os parentes em longínquas comunidades, levando toda a família e seus animais, inclusive os cães, permanecendo muito tempo nesses locais. Esses movimentos migratórios funcionam como fator disseminador da doença. Os cães são muito valorizados na região, pois além do valor afetivo que lhes é atribuído, servem para a caça, ajudando na busca de alimentos e na subsistência do homem.

Entre as doenças associadas a LV, destacam-se a malária, a tuberculose ( esta última, principalmente entre os Yanomami) e as

parasitoses intestinais como fatores agravantes7, conforme tem sido

observado em diversas comunidades indígenas. Associados à tuberculose, há registros de seis casos. O estado de nutrição dos Yanomami é muito prec ário, devendo c ontribuir para essa

concomitância15.

A associação entre malária e LV parece freqüente. Entretanto, poucos trabalhos têm discutido sobre essa associação. Na Índia,

foram descritos alguns desses casos2 7, comentando-se que os

pacientes permanecem com quadros febris fazendo uso repetido de antimaláricos, sem melhora. Em Roraima, a grande maioria dos pacientes de LV procede de áreas de transmissão concomitante de malária e já apresentou episódios anteriores de malária ou utilizou antimaláricos, o que pode muitas vezes causar confusão para definir os aspectos clínicos evolutivos de cada uma das patologias.

O registro de casos de LV canina foi feito em praticamente todo o Estado de Roraima. Em 91 localidades registraram-se cães com sorologia positiva, com ou sem sinais clínicos de doença. Houve um predomínio acentuado nos Municípios de Normandia e Boa Vista, ao norte do estado, coincidindo com a distribuição

dos casos humanos e dos vetores.Nosso trabalho apresenta 3.773

cães examinados tendo sido observada uma soroprevalência de

10,3%, pela RIFI. Coutinho et a l1 2 encontraram no Rio de Janeiro

taxas de 4,3% entre cães procedentes de área de transmissão de LV, 8,6% nos de procedência de transmissão de LTA e 12% onde

ambas as doenças ocorreram. Sherlock & Almeida35 admitem, pela

primeira vez, a existência de áreas de transmissão c onc omitante de leishmaniose visc eral e tegumentar no Estado da Bahia.

Senra e t a l3 3 examinaram 4 .5 9 3 c ães em Santarém, no Estado

(6)

O Manual de Controle do Calazar do Ministério da Saúde enfoc a que as aç ões no c ontrole da doenç a devem ser dirigidas

aos c ães1 7. Além da prevalênc ia da infec ç ão nos c ães ser bem

maior que no homem, o c ão abriga parasitos na pele e infec ta mais fac ilmente o transmissor propic iando a infec ç ão entre

este e o homem2 4. A soroprevalênc ia c anina enc ontrada nos

munic ípios da Região Sul do estado pode ser explic ada pela

oc orrênc ia da LTA. Costa e t a l1 0 advertem para o problema do

uso da RIFI c omo indic ador de prevalênc ia de infec ç ão c anina, em áreas de transmissão c onc omitante c om LTA.

A partir de 1 9 9 1 , houve uma intensific aç ão nas atividades de c ontrole, que inc luíram diagnóstic o e tratamento dos c asos humano s e sac rifíc io do s c ães do entes o u c o m so ro lo gia positiva, pois a doenç a c omeç ava a expandir-se em Roraima, c om o aparec imento de novos c asos em áreas distantes do fo c o in ic ia l. O a n o de 1 9 9 3 c ulm in a c o m 1 . 4 6 7 c ã e s examinados e perc entuais de 1 5 ,9 % de infec ç ão, abrangendo c inc o munic ípio s do estado , sendo No r mandia, c o m 2 5 4 ( 1 0 ,8 % ) c ães infec tados e B oa Vista, c om 1 0 2 ( 1 3 ,2 % ) os munic ípios c om maior número de registros.

No B r asil, a o c o r r ê nc ia de Lu . lo n gi p a lp i s te m sido

amplamente associada ao aparecimento de casos humanos ou

caninos2 5. De acordo com os dados da literatura1 3 3 1 3 6, os loc ais

de maior oc orrênc ia de Lu . lo n gipa lpis são os c hamados

boqueirões e pés de serras, onde abundam roc has c alc árias.

Na Amazônia, a presenç a da Lu. lo ngipa lpis foi registrada no

Estado do Pará, assoc iada à leishmaniose visc eral, desde os

primeiros c asos desc ritos no País8, quando foi enc ontrado um

grande número desse flebó to mo no intra e perido mic ílio humano, assoc iado também à infec ç ão c anina. No Estado de

Roraima, o vetor inc riminado também foi a Lu. lo ngipa lpis2 8.

A Lu . lo n gipa lpis fac ilmente invade o perido mic ílio e a b r igo s de a n im a is do m é s tic o s , s e n do c a p tur a da e m

galinheiros2 3 3 2 3 7 e nos fornos de fazer farinha, que servem de

abrigo a cães e galinhas2 2 2 3. A Lu. lo ngipa lpis prefere picar

esses animais ao homem, fato também verificado na Colômbia9.

A Lu. lo ngipa lpis foi o flebotomíneo mais freqüentemente encontrado em associação com a infecção canina e humana em Roraima. Durante nossas observações de campo, esse inseto mostrou bastante avidez em picar humanos, sendo encontrada uma grande densidade deles picando garimpeiros, dentro e fora de suas barracas, nos arredores das casas de farinha e dentro dos fornos.

Apesar de inquéritos entomológicos terem sido realizados na área Yanomami de Roraima, pelo INPA e pela FNS, durante o período deste estudo, não se capturaram flebotomíneos que pudessem ser incriminados como transmissores de LV naquela área.

Não há registros da oc orrênc ia da Lu . lo n gipa lpis no

Estado de Roraima antes de 1 9 8 9 .

Observa-se, portanto, que a introduç ão do c alazar em Roraima é recente. Há necessidade de novos estudos, dentro de uma visão antropológica, direcionados principalmente a essas populações, predominantemente indígenas, além da manutenção de medidas que incluem vigilância epidemiológica para casos caninos e humanos, além de vigilância entomológica, visando manter o controle da endemia.

AGRADECIMENTOS

A Omarina Andrade Guerra e Alcidéa Rego Bentes e Sousa pela revisão e sugestões do manuscrito e a Gustavo Henrique Johanson pela revisão do abstract. À FNS/RR pelo apoio logístico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 . Araúj o Filho NA, Guerra MVF, Passo s LNM, Paes MG, B arro s MLB , Guerra ALS, Santo s DM, Carvalho MPS, Sena CAR. Calazar no Estado de Ro raima, B rasil In : Resumo s do XI Co ngresso B rasileiro de Parasito lo gia, Rio de Janeiro p.1 6 , 1 9 8 9 .

2 . B adaró R, Jo nes TC, Carvalho EM, Sampaio D, Reed SG, B arral A, Texeira R, Jo hnso n Jr. WD.. New perspec tives o n a subc linic al fo rm o f Visc eral Leishmaniasis. Jo urnal o f Infec tio us Diseases 1 5 4 :1 0 0 3 -1 0 1 2 , 1 9 8 6 . 3 . B adaró R, Ro c ha H, Carvalho EM, Queiro z AC. Le i shm a n i a do n o va n i: An

o ppo r tunistic m ic r o b e a sso c ia te d with pr o gr e ssive dise a se in thr e e immuno c o mpro mised patients. The Lanc et 2 2 :4 6 7 -4 6 9 , 1 9 8 6 . 4 . B o her CB A, Go nç alves LMC. Vegetaç ão . In: Ge o gra f i a do Bra si l - Re gi ã o

No rte. Fundaç ão Instituto B r asileir o de Geo gr afia e Estatístic a, Rio de Janeiro , RJ, p. 1 3 7 -1 6 8 , 1 9 9 1 .

5 . Castellon EB , Domingos E. On the foc us of Kala-azar in the state of Roraima, B razil. Memó rias do Instituto Oswaldo Cruz 8 6 : 3 7 5 , 1 9 9 1 .

6 . CENEPI. Ministério da Saúde. Fundaç ão Nac ional de Saúde. Centro Nac ional de Epidemio lo gia 6 , p.1 2 7 , 1 9 9 3 .

7 . Cer f B J, Jo nes TC, B adar ó R, Sampaio D, Teixeir a R, Jo hnso n Jr. WD. Malnutritio n as a risk fac to r fo r severe visc eral leishmaniasis. Jo urnal o f Infec tio us Diseases 1 5 6 :1 0 3 0 -1 0 3 3 , 1 9 8 7 .

8 . Chagas E, Cunha AM, Castro GO, Ferreira LO, Deane L, Deane G, Guimarães FN, Vo n Paungartem M, Sá B . Leishmanio se visc eral americ ana ( Relató rio do s tr a b a lh o s r e a liza do s pe la c o m is s ã o e n c a r r e ga da do e s tudo da leishmaniose visc eral americ ana em 1 9 3 7 ) . Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 3 3 :8 9 -2 8 3 , 1 9 3 8 .

9 . Co rredo r A, Gallego JF, Tesh RB , Mo rales A, Carrasquilla CF, Yo ung DG, Kreutzer RD, B o shell J, Palau MT, Cac eres E, Pelaez D. Epidemio lo gy o f visc eral leishmaniasis in Colombia. Americ an Journal of Tropic al Medic ine and Hygiene4 0 :4 8 0 -4 8 6 , 1 9 8 9 .

1 0 . Co sta CA, Genaro O, Lana M, Magalhães PAM, Mic halic k MSM, Melo MN, Co sta RT, Magalhãe s NM, Mayr ink W. Le ishm anio se visc e r al c anina: avaliaç ão da meto do lo gia utilizada em inquérito s epidemio ló gic o s Revista da So c iedade B rasileira de Medic ina Tro pic al 2 4 :2 1 -2 5 , 1 9 9 1 . 1 1 . Co sta CH, Pereira HF, Araúj o MV. Epidemia de leishmanio se visc eral no

Estado do Piauí, B rasil, 1 9 8 0 -1 9 8 6 . Revista de Saúde Públic a de São Paulo 2 4 :3 6 1 -3 7 2 , 1 9 9 0 .

1 2 . Co utinho SG, Nune s MP, Mar zo c hi MCA, Tr amo ntano NA. A sur ve y fo r americ an c utaneo us and visc eral leishmaniasis amo ng 1 ,3 4 2 do gs fro m areas in Rio de Janeiro ( B razil) where the diseases o c c ur. Memó rias do Instituto Oswaldo Cruz 8 0 :1 7 -2 2 , 1 9 8 5 .

1 3 . Deane, LM. Leishmanio se Visc eral no B rasil. Estudo s so bre reservató rio s e tr ansm isso r e s r e alizado s no Estado do Ce ar á. Se r viç o Nac io nal de Educ aç ão Sanitária. Rio de Janeiro , B rasil. 1 6 2 p. 1 9 5 6 .

1 4 . Evans G, Teixeira MJ, Mc auliffe IAB V, Vasc o nc elo s AW, So usa AQ, Lima JW, Pearso n RD. Epidemio lo gy o f Visc eral Leishmaniasis in No rtheast B razil. Jo urnal o f Infec tio us Diseases 1 6 6 :1 1 2 4 -1 1 3 2 , 1 9 9 2 .

1 5 . Fundaç ão Nac ional de Saúde. Centro Nac ional de Epidemiologia. Programa Nac io nal de c o ntro le das leishmanio ses. Manual de c o ntro le do Calazar, 1 9 9 4 .

1 6 . Fundaç ão Nac ional de Saúde. http://www.funasa.gov.br/guia_ epi/imagens/ serie_ histo ric a_ 1 9 8 0 _ 2 0 0 1 /leishm_ visc eral_ uf.pdf, 2 0 0 1 .

1 7 . Fundaç ão Nac io nal de Saúde. Po lític a Nac io nal de Atenç ão à Saúde do s Po vo s Indígenas 2 ª. Ediç ão , Ministério da Saúde, 2 0 0 2 .

(7)

leishmaniasis in Natal, B razil. Transac tio ns o f the Ro yal So c iety o f Tro pic al Medic ine and Hygiene 8 8 :3 8 6 -3 8 8 , 1 9 9 3 .

1 9 . Gue r r a J AO, Fé NF, Ro dr igue s C, Silva C, B a r r o s MLB , Gue r r a MVF. Leishmaniose visc eral no Estado de Roraima: c asos registrados no período de 1 9 8 9 a 1 9 9 4 . Revista da So c iedade B rasileira de Medic ina Tro pic al. 2 9 ( supl. I) :1 4 2 . 1 9 9 5 .

2 0 . Guerra MVF, Araúj o Filho NA, Paes MG, B arro s MLB , Sá RC, Ramo s ED. Aspec to s c línic o s do c alazar no Estado de Ro raima, B rasil In: Resumo s do XI Co ngresso B rasileiro de Parasito lo gia, Rio de Janeiro p.1 7 , 1 9 8 9 . 2 1 . Lac erda MM. The B razilian leishmaniasis c o ntro l pro gram. In: B randão

Filho S ( eds) Researc h and c o ntro l o f leishmaniasis in B razil. Pro c eedings o f a Natio nal Wo rksho p. Rec ife, pp.2 8 7 -2 9 9 , 1 9 9 3 .

2 2 . Lainson R. The Americ an leishmaniasis: some observations on their ec ology and epidemio lo gy. Transac tio ns o f the Ro yal So c iety o f Tro pic al Medic ine and Hygiene7 7 :5 6 9 -5 9 6 , 1 9 8 3 .

2 3 . Lainso n R, Shaw JJ, Silveira FT, B raga RR, Ryan L, Pó vo a MM, Ishikava EAY. A Leishmania e as leishmanio ses. In: Instituto Evandro Chagas ( o rg) 5 0 ano s de c o ntr ibuiç ão às c iênc ias bio ló gic as e a medic ina tr o pic al. Fundaç ão Serviç o s de Saúde Públic a e Edito ra Glo bo , Ministério da Saúde, B elém, 2 vo ls, p. 1 9 8 6 .

2 4 . Marzo c hi MCA, Co utinho SG, Sabro sa PC, So usa MA, So usa PP, To ledo LM, Filho FB R. Le ishm anio se visc e r al c anina no Rio de J ane ir o - B r asil; Caderno s de Saúde Públic a 1 :4 3 2 -4 4 6 , 1 9 8 5 .

2 5 . Marzo c hi MCA, Marzo c hi KB F. Tegumentary and visc eral leishmaniasis in B razil - Emerging anthro po zo o no sis and po ssibilities fo r their c o ntro l. Caderno s de Saúde Públic a 1 0 :3 5 9 -3 7 5 . 1 9 9 4 .

2 6 . Menego la IA, Lo bo MSC, Pithan OA, Vargá I, Ramo s AR. Primeiro relató rio do Distrito Sanitário Yano mami: Avaliaç ão das atividades e diagnó stic o de saúde, Co o rdenado ria Regio nal de Ro raima. Fundaç ão Nac io nal de Saúde, B o a Vista, 1 9 9 1 .

2 7 . Nandy A, Addy M, Guba SK, Chaudrhuri D, Chatterj ee P. Co -existent kala-azar and malaria in India. Transac tio ns o f the Ro yal So c iety o f Tro pic al Medic ine and Hygiene 8 9 :5 1 6 , 1 9 9 3 .

2 8 . Paes MG, Araúj o Filho NA, Guerra MVF, B arro s MLB , Fé NF, Sá RC, Ramo s ED. Oc orrênc ia de Lu tzo m yia lo n gipa lpis ( Lu tz & Ne iva , 1912) no Estado

d e R o r a i m a , B r a s i l I n: R e s u m o s d o XI Co n gr e s s o B r a s i l e i r o d e Parasito lo gia, Rio de Janeiro p.6 5 , 1 9 8 9 .

2 9 . Paes MG, Passo s LNM, Guerra ALS, Araúj o Filho NA, Guerra MVF, B arro s MLB , Santo s D, Fé NF, Se na CAR, Ro se li MP, Lainso n R. Iso lame nto e c arac terizaç ão de Le ishm a nia de dois c asos humanos de c alazar do Estado de Ro raima. In : Resumo s do XXXI Co ngresso da So c iedade B rasileira de Medic ina Tro pic al, São Paulo p. 2 3 8 , 1 9 9 5 .

3 0 . Pelegrini M, Magalhães E. Relatório da situaç ão sanitária e dos serviç os de atenç ão a saúde das c omunidades Yanomami e Ye’kuana ( Maiongong) . Distrito Sanitário Yanomami, Coordenadoria Regional de Roraima. Fundaç ão Nac ional de Saúde, B oa Vista, 1 9 9 4 .

3 1 . Pondé R, Mangabeira Filho O, Jansen G. Alguns dados sobre a leishmaniose visc eral americ ana e do enç a de Chagas no No rdeste B rasileiro . Memó rias do Instituto Oswaldo Cruz. 3 7 : 3 3 3 -3 6 2 . 1 9 4 2 .

3 2 . Ryan L, Lainso n R, Shaw, Habib FNY. Ec o lo gia de flebo to míneo s (Di pte ra : Psyc ho dida e Phle b o to m in a e) na Região Amazônic a. In: Instituto Evandro Chagas ( o rg) 5 0 ano s de c o ntribuiç ão às c iênc ias bio ló gic as e a medic ina tro pic al. Fundaç ão Serviç o s de Saúde Públic a e Edito ra Glo bo , Ministério da Saúde, B elém, 2 vo ls, 1 9 8 6 .

3 3 . Senra MS, Pimentel PSR, So uza PEFP. Leishmanio se visc eral em Santarém - PA: As pe c to s ge r a is do c o n tr o le , in q ue r ito s o r o ló gic o e m c ã e s e tr atam e nto do s c aso s hum ano s. Re vista B r asile ir a de Malar io lo gia e Do enç as Tro pic ais 3 7 :4 7 -5 9 ,1 9 8 2 .

3 4 . Sherlo c k IA. Observaç õ es so bre Calazar em Jac o bina, B ahia. I - Histó ric o e dado s pr e lim inar e s. Re vista B r asile ir a de Malar io lo gia e Do e nç as Tro pic ais 2 1 :5 2 3 -5 3 4 , 1 9 6 9 .

3 5 . Sherlo c k IA, Almeida SP. Observaç õ es so bre Calazar em Jac o bina, B ahia. V - Resultado s de medidas pro filátic as. Revista B rasileira de Malario lo gia e Do enç as Tro pic ais 1 7 5 -1 8 2 . 1 9 7 0 .

3 6 . Sherloc k IA, Santos AC. Leishmaniose visc eral na zona de Jequié, Estado da Bahia Revista Brasileira de Malariologia e Doenç as Tropic ais:4 4 1 -4 4 8 . 1 9 6 4 . 3 7 . Wo rld Health Organizatio n. The Leishmaniasis. Tec hnic al Series Info rmal

Referências

Documentos relacionados

A ampla utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação [TIC] no Turismo promovem um intenso fluxo informacional entre consumidores e prestadores de serviços, do qual

(2010), discovered two additional lineages in the Iberian Peninsula using CO1 mtDNA sequences, thus demonstrating the useful- ness of this gene as a barcoding marker for this genus,

Purpose: This thesis aims to describe dietary salt intake and to examine potential factors that could help to reduce salt intake. Thus aims to contribute to

No entanto, maiores lucros com publicidade e um crescimento no uso da plataforma em smartphones e tablets não serão suficientes para o mercado se a maior rede social do mundo

Durante este estágio, passei a maior parte do tempo no internamento do serviço mas também estive algumas noites no serviço de urgências, para além das consultas externas

Considerando a presença e o estado de alguns componentes (bico, ponta, manômetro, pingente, entre outros), todos os pulverizadores apresentavam alguma

2 - OBJETIVOS O objetivo geral deste trabalho é avaliar o tratamento biológico anaeróbio de substrato sintético contendo feno!, sob condições mesofilicas, em um Reator

E para opinar sobre a relação entre linguagem e cognição, Silva (2004) nos traz uma importante contribuição sobre o fenômeno, assegurando que a linguagem é parte constitutiva