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Por uma moradia termicamente confortável: proposta de habitação de interesse social com ênfase no conforto térmico

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Academic year: 2021

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(1)1. P O RU MAMO R A D I AT E R MI C A ME N T EC O N F O R T Á V E L. V E R N E RMA XL I G E RD EME L L OMO N T E I R O. P R O P O S T AD EH A B I T A Ç A OD EI N T E R E S S ES O C I A LC O MÊ N F A S EN OC O N F O R T OT É R MI C O. P O RU MAMO R A D I AT E R MI C A ME N T EC O N F O R T Á V E L. P R O P O S T AD EH A B I T A Ç A OD EI N T E R E S S ES O C I A LC O MÊ N F A S EN OC O N F O R T OT É R MI C O. V O L U ME1. V E R N E RMA XL I G E RD EME L L OMO N T E I R O.

(2) 0. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE. VERNER MAX LIGER DE MELLO MONTEIRO. POR UMA MORADIA TERMICAMENTE CONFORTÁVEL PROPOSTA DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL COM ÊNFASE NO CONFORTO TÉRMICO. Dissertação de Mestrado NATAL-RN, 2012.

(3) 1. VERNER MAX LIGER DE MELLO MONTEIRO. POR UMA MORADIA TERMICAMENTE CONFORTÁVEL PROPOSTA DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL COM ÊNFASE NO CONFORTO TÉRMICO. Dissertação submetida ao Mestrado Profissional em Arquitetura, Projeto e Meio Ambiente do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do Título de MESTRE.. Orientadora: Profa. Dra. Maísa Dutra Veloso. Co-orientador: Prof. Aldomar Pedrini, PhD.. NATAL-RN 2012.

(4) VERNER MAX LIGER DE MELLO MONTEIRO. Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial de Arquitetura. Monteiro, Verner Max Liger de Mello. Por uma moradia termicamente confortável: proposta de habitação de interesse social com ênfase no conforto térmico. / Verner Max Liger de Mello Monteiro. – Natal, RN, 2012. 127 f.: il. Orientador (a): Maísa Dutra Veloso. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Departamento de Arquitetura. 1. Habitação – Dissertação. 2. Interesse Social – Dissertação. 3. Conforto térmico – Dissertação. I. Veloso, Maísa Dutra. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/UF/BSE-ARQ. CDU 728.

(5) 2. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE. POR UMA MORADIA TERMICAMENTE CONFORTÁVEL PROPOSTA DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL COM ÊNFASE NO CONFORTO TÉRMICO. VERNER MAX LIGER DE MELLO MONTEIRO. BANCA EXAMINADORA:. ________________________________________________________ Profª Drª. Maísa Dutra Veloso - PPGAU/UFRN (Presidente). ________________________________________________________ Prof. Aldomar Pedrini, PhD – PPGAU/UFRN (Examinador Interno). ________________________________________________________ Prof. Dr. Rubenilson Brazão Teixeira – PPGAU/UFRN (Examinador Interno). ___________________________________________________________ Prof. Dr. Leonardo Salazar Bittencourt – UFAL (Examinador Externo).

(6) 3. Este trabalho é dedicado à minha esposa. Sua presença ao meu lado foi simplesmente o fator que me possibilitou o cumprimento desta jornada..

(7) 4. AGRADECIMENTOS. A Deus, por mais essa conquista na minha vida. Aos meus pais, por investirem na base da minha educação, e pelo acompanhamento constante. À minha avó, pelo carinho e presença intensiva dos últimos 12 anos. À minha orientadora Maísa Veloso pela amizade, ensinamentos, paciência e acompanhamento constante durante o desenvolvimento deste trabalho. Ao meu co-orientador Aldomar Pedrini, pelo incentivo à reflexão e disponibilização de recursos que viabilizaram o desenvolvimento da pesquisa. Ao professor Rubenílson Teixeira pelas constantes “dicas”, presentes desde os primeiros passos do Mestrado. À equipe do LabCon, em especial ao colega Giovani Pachêco, pelo grande apoio e dedicação em etapa decisiva da pesquisa..

(8) 5. RESUMO. Esta pesquisa abrange a temática da habitação de interesse social e sua relação com o conforto térmico, de forma aplicada a uma intervenção urbanística e arquitetônica em terreno situado na região central da zona urbana de Macaíba/RN. Refletir sobre o papel do projeto e da utilização de materiais construtivos alternativos na busca por melhores resultados de desempenho é um dos seus principais objetivos. A hipótese é que, através da mudança de parâmetros de projeto e de escolha de materiais, é possível obter melhores resultados de desempenho térmico, sem ultrapassar os limites orçamentários impostos pelos programas habitacionais. Para tanto, foram realizadas simulações computacionais de desempenho térmico e de ventilação natural através de dinâmica dos fluidos computacional ou CFD (Computacional Fluid Dynamics). A apresentação dos dados de simulação térmica seguiu a metodologia proposta na dissertação de Negreiros (2010), que visa encontrar o percentual da quantidade de horas de conforto obtidas em todo o ano, enquanto que a análise dos dados de ventilação natural foi feita a partir das imagens geradas pelas imagens extraídas do CFD. A partir do modelo de edificação projetado, foi montado um quadro analítico que tem como resultado um comparativo entre três diferentes propostas de habitações modelo de conjuntos habitacionais, no qual é avaliada a questão do desempenho térmico das edificações, e também são abordadas as variáveis espaciais de projeto, materiais construtivos e custos. Conclui-se que o trabalho final confirmou as hipóteses gerais estabelecidas no início da pesquisa, tendo sido possível quantificar os resultados e identificar que a importância do projeto e dos materiais construtivos são equivalentes, e que, se somados, levam a ganhos de desempenho térmico em potencial.. Palavras-chave: Habitação de Interesse Social; Conforto Térmico; Projeto de Arquitetura e Urbanismo..

(9) 6. ABSTRACT. This research covers the topic of social housing and its relation to thermal comfort, so applied to an architectural and urban intervention in land situated in central urban area of Macaíba/RN, Brazil. Reflecting on the role of design and use of alternative building materials in the search for better performance is one of its main goals. The hypothesis is that by changing design parameters and choice of materials, it is possible to achieve better thermal performance results. Thus, we performed computer simulations of thermal performance and natural ventilation using computational fluid dynamics or CFD (Computational Fluid Dynamics). The presentation of the thermal simulation followed the methodology proposed in the dissertation Negreiros (2010), which aims to find the percentage of the amount of hours of comfort obtained throughout the year, while data analysis was made of natural ventilation from images generated by the images extracted from the CFD. From model building designed, was fitted an analytical framework that results in a comparison between three different proposals for dwellings housing model, which is evaluated the question of the thermal performance of buildings, and also deals with the spatial variables design, construction materials and costs. It is concluded that the final report confirmed the general hypotheses set at the start of the study, it was possible to quantify the results and identify the importance of design and construction materials are equivalent, and that, if combined, lead to gains in thermal performance potential. Key-words: Social housing; Thermal Confort; Architectural Design and Urban Planning..

(10) 7. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Zonas de conforto representadas pelo nomograma de temperatura efetiva (esquerda) e pela carta Bioclimática (direita). .......................................................................... 25 Figura 2 – Campos de pressão em um cubo. ............................................................................ 26 Figura 3 – Simulação computacional mostrando o escoamento dos ventos em torno de edifícios com diferentes arranjos. ............................................................................................. 27 Figura 4 – Variação de coeficientes de pressão em função da direção do vento, em relação à normal da abertura, e da densidade do assentamento. .............................................................. 27 Figura 5 – Corpo submetido a corrente de vento e sua respectiva esteira. ............................... 28 Figura 6 – Esquema elucidativo com sequência das etapas da construção das habitações. ..... 32 Figura 7 – Propostas para ampliação na parte lateral nas edificações. ..................................... 33 Figura 8 – Propostas para ampliações na parte posterior das edificações. ............................... 34 Figura 9 – Tipos de edificações relacionando suas ampliações às densidades das áreas nas quais serão implantadas. ........................................................................................................... 35 Figura 10 – Desenho esquemático de sustentabilidade. ........................................................... 36 Figura 11 – Implantação do projeto vencedor do Concurso do CDHU-SP, 2010.................... 37 Figura 12 – Perspectiva de dois sobrados conjugados. ............................................................ 38 Figura 13 – Implantação do projeto Menção Honrosa do Concurso CDHU-SP, 2010. ........... 39 Figura 14 – Foto dos painéis pré-moldados de alvenaria prontos para a montagem. .............. 41 Figura 15 – Foto de um painel recém-montado, escorado após fixação da base. .................... 41 Figura 16 – Esquema conceitual de partido urbanístico. .......................................................... 42 Figura 17 – Tipologia geminadas em fita com dois e três pavimentos. ................................... 43 Figura 18 – Conjunto habitacional completo: todas as tipologias existentes. .......................... 43 Figura 19 – Panorama geral do conjunto Morada da Fé, entregue em 2010. ........................... 48 Figura 20 – Implantação do conjunto habitacional Morada da Fé. .......................................... 49 Figura 21 – Planta baixa da residência modelo do conjunto habitacional “Morada da Fé”. .... 50 Figura 22 – Corte transversal da residência modelo do conjunto habitacional “Morada da Fé”. .................................................................................................................................................. 50 Figura 23 – Implantação do conjunto de 60 casas da prefeitura. ............................................. 51 Figura 24 – Planta baixa de habitação modelo para conjunto habitacional de 60 casas. ......... 51 Figura 25 – Cronograma físico-financeiro com custos por habitação. ..................................... 53 Figura 26 – Mapa do Rio Grande do Norte, com destaque ao município de Macaíba. ............ 54 Figura 27 – Mapa de integração global do sistema viário de Macaíba. ................................... 55.

(11) 8. Figura 28 - Mapa do loteamento Nova Macaíba, com destaque para as áreas públicas. ......... 56 Figura 29 – Mapa do entorno, com destaque para a área de intervenção, em vermelho. ......... 57 Figura 30 – Usos existentes e previstos para a área institucional do loteamento Nova Macaíba. .................................................................................................................................................. 58 Figura 31 – Topografia do terreno. ........................................................................................... 59 Figura 32 – Árvores frutíferas do terreno. ................................................................................ 60 Figura 33 – Massa arbustiva presente no terreno, com a presença do ginásio ao fundo. ......... 60 Figura 34 – Indicação da Zona Bioclimática 8, com destaque para a localização de Macaíba/RN. ............................................................................................................................. 60 Figura 35– Carta Bioclimática com recomendações para climas quentes e úmidos. ............... 61 Figura 36 – Insolação incidente sobre as divisas do terreno. ................................................... 62 Figura 37 – Comportamento dos ventos na Região Metropolitana de Natal............................ 62 Figura 38 – Implantação de casas isoladas. Sem escala. .......................................................... 69 Figura 39 – Planta baixa da proposta de casa isolada. Sem escala. .......................................... 69 Figura 40 – Implantação com casas geminadas em fita. Sem escala. ...................................... 70 Figura 41 – Planta baixa da proposta de unidade geminada em fita. Sem escala. ................... 71 Figura 42 – Implantação com casas duplex. Sem escala. ......................................................... 72 Figura 43 – Planta baixa da proposta de unidade geminada a duas. Sem escala. .................... 73 Figura 44 – Implantação com casas geminadas duas a duas. Sem escala. ............................... 74 Figura 45 – Trecho da quadra-tipo. Sem escala. ...................................................................... 74 Figura 46 – Primeiro estudo volumétrico do conjunto habitacional. ....................................... 75 Figura 47 – Primeiro estudo volumétrico da unidade habitacional. ......................................... 75 Figura 48 – Segundo estudo volumétrico da unidade habitacional. ......................................... 76 Figura 49 – Implantação versão final. Sem escala. .................................................................. 76 Figura 50 – Terceiro estudo volumétrico da unidade habitacional. ......................................... 77 Figura 51 – Planta baixa da edificação. .................................................................................... 78 Figura 52 – Sequência construtiva das unidades habitacionais. ............................................... 78 Figura 53 – Implantação do conjunto habitacional e ginásio existente. Sem escala. ............... 80 Figura 54 – Perspectiva isométrica de duas habitações. ........................................................... 81 Figura 55 – Planta baixa das unidades habitacionais geminadas duas a duas. ......................... 82 Figura 56 – Perspectiva a partir da via pública de duas unidades habitacionais. ..................... 82 Figura 57 – Perspectiva a partir dos fundos do lote de duas unidades habitacionais. .............. 83 Figura 58 – Detalhes de fixação do Painel Wall na laje radier e face a face. .......................... 87 Figura 59 – Esquadrias do tipo tabicão, com mecanismo de controle. .................................... 88.

(12) 9. Figura 60 – Telha Isotelha, fabricante Isoeste. ......................................................................... 89 Figura 61 – Vista explodida de duas habitações geminadas. ................................................... 90 Figura 62 – Detalhes da planilha de predição de desempenho térmico. ................................... 96 Figura 63 – Exemplo de gráfico para análise de avaliação de desempenho térmico. .............. 96 Figura 64 – Quadro de edição das informações de simulação CFD. ...................................... 101 Figura 65 – Processo de construção do modelo para simulação térmica. .............................. 105.

(13) 10. LISTA DE TABELAS. Tabela 1 – Lista de áreas e dimensões mínimas de ambientes para Macaíba. ......................... 64 Tabela 2 – Programa de necessidades e pré-dimensionamento proposto pelo autor................ 65 Tabela 3 – Densidades normais em diferentes tipologias habitacionais. ................................. 67 Tabela 4 – Relação entre densidades e aparecimento de problemas na urbanização. .............. 67 Tabela 5 - Orçamento unitário do modelo de habitação proposta do tipo “C”. ....................... 91 Tabela 6 – Modelo proposto de avaliação do desempenho térmico. ........................................ 97.

(14) 11. LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Possibilidades de ampliação da UH proposta. ....................................................... 84 Quadro 2 – Análise dos materiais aplicáveis à envoltória dos modelos de edificação. ........... 86 Quadro 3 - Resultados da simulação térmica dos ambientes da UH convencional. ................. 99 Quadro 4 - Resultados da simulação da UH convencional com direção do vento a 90º. ....... 102 Quadro 5 - Resultados da simulação da UH convencional com direção do vento a 135º. ..... 103 Quadro 6 - Resultados da simulação da UH convencional com direção do vento a 180º. ..... 104 Quadro 7 - Resultados da simulação térmica dos ambientes da UH Tipo “B”. ..................... 106 Quadro 8 – Resultados da simulação da UH proposta com direção do vento a 90º. .............. 107 Quadro 9 – Resultados da simulação da UH proposta com direção do vento a 135º. ............ 108 Quadro 10 - Resultados da simulação da UH proposta com direção do vento a 180º. .......... 109 Quadro 11 – Resultados da simulação térmica dos ambientes da UH proposta. ................... 110 Quadro 12 – Avaliação comparativa dos três tipos de habitação em estudo. ......................... 113.

(15) 12. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS. TCC: Trabalho de Conclusão de Curso. HIS: Habitação de Interesse Social. UH: Unidade Habitacional. FCP: Fundação Casa Popular. IAP: Instituto de Aposentadorias e Pensões. BNH: Banco Nacional da Habitação. SEAC: Secretaria Especial de Ação Comunitária. PAIH: Plano de Ação Imediata para Habitação. CEF: Caixa Econômica Federal. PAC: Programa de Aceleração do Crescimento. PAR: Programa de Arrendamento Residencial. MCMV: Minha Casa, Minha Vida. PSH: Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social. CDHU-SP: Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do estado de São Paulo. CFD: Dinâmica de Fluidos Computacional, do inglês Computacional Fluid Dynamics. ACH: Trocas de Ar por Hora, do inglês Air Changes per Hour. RTQ-C: Regulamento Técnico da Qualidade do Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviço e Públicos. RTQ-R: Regulamento Técnico da Qualidade do Nível de Eficiência Energética de Edifícios Residenciais. CAERN: Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte. BIM: Modelo de Informação da Edificação, do inglês Building Information Modeling..

(16) 13. SUMÁRIO. 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 15. 2. REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL ............................................................. 20 2.1 A PROBLEMÁTICA DA HABITAÇÃO NO BRASIL .............................................. 20 2.2 CONFORTO TÉRMICO E HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL ...................... 23. 3. ESTUDOS EMPÍRICOS ................................................................................................ 30 3.1 VENCEDOR DO CONCURSO “HABITAÇÃO PARA TODOS” – CATEGORIA SOBRADOS ......................................................................................................................... 30 3.2 MENÇÃO HONROSA DO CONCURSO “HABITAÇÃO PARA TODOS” – CATEGORIA SOBRADOS ................................................................................................. 38 3.3 CONJUNTO HABITACIONAL EM SÃO JOSÉ DO MIPIBÚ/RN ........................... 40 3.4 MENÇÃO HONROSA DO CONCURSO “10º PRÊMIO JOVENS ARQUITETOS”41. 4. A SITUAÇÃO HABITACIONAL NO MUNICÍPIO DE MACAÍBA ....................... 45 4.1 O CONTEXTO ATUAL .............................................................................................. 45 4.2 OS PROJETOS DA PREFEITURA ............................................................................. 48. 5. CONDICIONANTES PROJETUAIS ........................................................................... 54 5.1 A ÁREA DE INTERVENÇÃO.................................................................................... 54 5.2 ASPECTOS FÍSICOS E AMBIENTAIS ..................................................................... 59 5.3 ASPECTOS LEGAIS ................................................................................................... 63 5.3.1. Lei de Parcelamento do Solo (1.222/2005) ........................................................ 63. 5.3.2. Plano Diretor de Macaíba (01/2008) ................................................................. 63. 5.3.3. Código de Obras e Edificações de Macaíba (149/1983)................................... 64. 5.4 ASPECTOS FUNCIONAIS ......................................................................................... 64 5.5 ASPECTOS ORÇAMENTÁRIOS ............................................................................... 66 6. CONCEPÇÃO E EVOLUÇÃO DO PARTIDO ........................................................... 67 6.1 CASAS ISOLADAS .................................................................................................... 68 6.2 CASAS GEMINADAS EM FITA ............................................................................... 70 6.3 CASAS DUPLEX (TIPO SOBRADO) ........................................................................ 71 6.4 CASAS GEMINADAS DUAS A DUAS ..................................................................... 72 6.4.1. 7. Evolução da Proposta ......................................................................................... 75. PROPOSTA PROJETUAL ............................................................................................ 80 7.1 IMPLANTAÇÃO ......................................................................................................... 80.

(17) 14. 7.2 UNIDADE HABITACIONAL ..................................................................................... 81. 8. 7.2.1. Opções de Ampliação ......................................................................................... 83. 7.2.2. Seleção de materiais e sistemas construtivos .................................................... 85. 7.2.3. Quantificação e Orçamento da Unidade Habitacional ................................... 90. SIMULAÇÕES ................................................................................................................ 94 8.1 MODELO DE HABITAÇÃO CONVENCIONAL - TIPO “A” .................................. 97 8.1.1. Desempenho térmico .......................................................................................... 97. 8.1.2. Ventilação natural ............................................................................................ 100. 8.2 MODELO DE HABITAÇÃO PROPOSTA - TIPO “B” ........................................... 105 8.2.1. Desempenho térmico ........................................................................................ 105. 8.2.2. Ventilação natural ............................................................................................ 107. 8.3 MODELO DE HABITAÇÃO PROPOSTA - TIPO “C” ........................................... 110. 9. 8.3.1. Desempenho térmico ........................................................................................ 110. 8.3.2. Ventilação natural ............................................................................................ 111. ESTUDO COMPARATIVO ........................................................................................ 112. 10 CONCLUSÕES ............................................................................................................. 116 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 119 GLOSSÁRIO ........................................................................................................................ 122 APÊNDICES ......................................................................................................................... 124.

(18) 15. 1. INTRODUÇÃO A importância do projeto de habitação de interesse social é um tema recorrente no. Brasil, que vem sendo discutido enfaticamente há pelo menos 80 anos. Em função da condição crítica em que se encontravam as moradias que vinham sendo produzidas aceleradamente desde a última década do século XIX, particularmente no estado de São Paulo, acontece, durante o Estado Novo, sob a iniciativa do então presidente Getúlio Vargas, a intervenção do Estado brasileiro na questão habitacional. Foram então tomadas as primeiras iniciativas governamentais para a produção de moradias para a população de baixa renda, e durante o I Congresso de Habitação no Brasil (1931), discutem-se pela primeira vez itens relacionados à racionalização construtiva, simplificação dos materiais de construção, redução dos padrões de acabamento, mudança dos códigos de obras, padronização das unidades, normatização de materiais e viabilização de acessos à periferia, aspectos que permanecem no centro do debate até os dias atuais. Dessa forma, os itens que recebem maior importância nas discussões relacionadas ao tema em questão são quase sempre aqueles que trazem à tona a máxima de se construir o maior número de unidades com o mínimo de recursos, visando, sobretudo, a redução do déficit de moradias. Ou seja, as preocupações giram mais em torno de itens relacionados à quantidade, deixando muitas vezes de lado a questão qualitativa. Itens de qualidade como os que levam em conta a satisfação do usuário são quase sempre deixados em segundo plano, em razão da forte preocupação com a geração de ótimos resultados quantitativos, o que, para a política, tem um cunho bastante apelativo. As questões relacionadas ao conforto térmico em habitação de interesse social são na grande maioria das vezes esquecidas, pelo que se observa na histórica trajetória brasileira de produção de habitação para a população de baixa renda. Talvez a explicação para essa questão seja que a adoção de um projeto de bom desempenho térmico está equivocadamente relacionada ao aumento significativo de custos unitários na habitação. O projeto de arquitetura tem um papel muito importante nesse contexto. Tratando-se de um tema no qual os recursos são tão escassos, é na etapa de planejamento do projeto em que se podem obter maiores ganhos do ponto de vista de desempenho térmico. A simples adoção de diretrizes considerando as normas atuais de desempenho térmico em edificações já seria o suficiente para obter ganhos significativos em projetos de baixo custo. Indo além dessa estratégia, testar as certificações por métodos prescritivos e de simulação subsidiaria ainda.

(19) 16. mais o desenvolvimento da ideia, embasando cada vez mais a tomada de decisões por parte dos arquitetos projetistas. Portanto, a questão problema que fomentou este trabalho foi como desenvolver um projeto de um Conjunto Habitacional de Interesse Social com ênfase no conforto térmico, considerando as diversas técnicas construtivas existentes no mercado, bem como as restrições orçamentárias inerentes a esta categoria habitacional. A proposta arquitetônica partiu de preceitos da norma NBR 15.220-3, que define o Zoneamento bioclimático brasileiro e as diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social, sempre tendo em vista o aspecto do controle orçamentário. Dessa forma, o objetivo geral do trabalho foi demonstrar que é possível alcançar níveis de desempenho térmico adequados em uma habitação de interesse social sem ultrapassar o limite orçamentário imposto pelo programa habitacional. Para tanto, os seguintes objetivos específicos foram considerados: - Compreender a conceituação, definição e aplicação dos princípios de conforto térmico em uma habitação de interesse social; - Realizar estudo de materiais e sistemas construtivos disponíveis no mercado e seus custos, para uma aplicação viável e exequível na obra; - Desenvolver estudos empíricos de edificações de interesse social que se destaquem pelo seu desempenho ambiental e pela aplicação de materiais e sistemas construtivos pouco convencionais; - Elaborar projeto arquitetônico de um conjunto de habitações unifamiliares de interesse social com ênfase no conforto térmico para ser executado pela Prefeitura Municipal de Macaíba/RN. A área escolhida para o desenvolvimento desse projeto está localizada na zona urbana do município, bairro São José, em um terreno situado em uma área institucional remanescente, doada ao poder público pelo loteamento Nova Macaíba. Além de ter sido apontada pela prefeitura como área de potencial concretização da ideia, o local apresenta boa localização em relação a acessos e infraestrutura da cidade. Alguns procedimentos metodológicos foram adotados para a elaboração do projeto em questão. Inicialmente, foi realizada pesquisa bibliográfica e eletrônica em livros, trabalhos acadêmicos, anais de eventos e periódicos relacionados aos temas da Habitação de Interesse Social e Conforto Térmico, além de sítios eletrônicos detentores de informações relacionadas aos programas habitacionais do governo federal, aplicados pelo município de Macaíba..

(20) 17. Foram realizadas visitas de campo a dois diferentes conjuntos habitacionais do município: o “Morada da Fé”, entregue pelo poder municipal em setembro de 2010, integrante do programa habitacional PSH, onde foram extraídas fotografias e feitas entrevistas aos usuários para uma breve avaliação da percepção deles em relação ao ambiente construído em que moram; o segundo conjunto visitado, o “PAR” do bairro São José, adjacente à área de intervenção, em que foram feitos fotografias, estudo cartográfico e entrevistas aos usuários, conforme ocorreu na primeira visita. Posteriormente, foram estudadas a legislação urbanística e ambiental incidente na área, bem como as normas e regulamento de desempenho térmico de edificações. Na seqüência, pesquisaram-se materiais e sistemas construtivos, e suas possíveis aplicações. O processo de projeto daí resultante procurou considerar todas as variáveis pesquisadas, priorizando o desempenho térmico, a qualidade espacial e estética e o custo total de construção das Unidades Habitacionais. Concluído o processo de projetação do conjunto habitacional proposto, procedemos à etapa do trabalho que representa talvez sua maior contribuição: o estudo comparativo entre três tipos de habitação, denominadas “A”, “B” e “C”. O primeiro corresponde a um tipo utilizado de forma recorrente pela prefeitura de Macaíba, aplicado a um conjunto habitacional de 60 casas, e atualmente em fase de execução. Os dois outros tipos são resultados do estudo proposto por este trabalho, em que foi projetado um conjunto habitacional de 50 casas, aplicando ao segundo tipo de habitação o sistema construtivo tradicional ao munícipio, enquanto que o terceiro conta com sistema construtivo alternativo ao que costumeiramente se aplica em edificações dessa categoria. Através da montagem de um quadro comparativo, foram levantadas e comparadas, para cada UH, as seguintes variáveis:  Implantação no terreno;  Organização espacial;  Área construída;  Materiais das envoltórias;  Custo total;  Ventilação natural;  Desempenho térmico; Para a implantação, foram avaliados itens relativos à orientação e ao espaçamento entre as edificações. No item seguinte, organização espacial, avaliaram-se as propriedades.

(21) 18. espaciais propriamente ditas da edificação, estudando-se desde questões de distribuição do programa, possibilidades de ampliações futuras e solução formal adotada. Os materiais construtivos da envoltória foram resultado de levantamento de possibilidades, seguido de escolha daqueles que mais se adequaram a questões de custos, tempo de execução e mão-deobra. Para finalizar, como forma de avaliar o desempenho térmico e de ventilação natural, foram realizadas simulações computacionais para cada tipo habitacional. Os dados dessas simulações alimentaram tabelas quantitativas que deram origem a gráficos elucidativos, nos quais foi possível aferir o desempenho dos modelos comparados. Vale salientar que, neste trabalho, o traçado urbano foi estudado de forma a viabilizar a melhor implantação das casas no terreno escolhido para implantação , considerando essencialmente os itens relativos à espacialidade e ao conforto térmico das habitações (melhor orientação notadamente). Não constituiu objetivo deste trabalho verificar as possíveis variações de custos de diferentes organizações espaciais urbanas, ficando este aspecto orçamentário centrado na unidade habitacional. Este Trabalho de Conclusão de Curso de Mestrado Profissional é composto por dois volumes, sendo o Volume 01 pelo presente memorial, e o Volume 02, pelo caderno de pranchas e perspectivas do projeto arquitetônico. O Volume 01 está estruturado da seguinte maneira: após a Introdução, apresenta-se o referencial teórico-conceitual que aborda dois temas principais, sendo o primeiro relacionado à problemática da habitação no Brasil e o segundo, ao conforto térmico na habitação de interesse social. No capítulo 3, são apresentados os estudos empíricos realizados para referenciação do projeto, fazendo-se uma análise crítica dos pontos que possam ter rebatimento na nossa proposta. O quarto capítulo é dedicado à situação habitacional Município de Macaíba, no qual é feito um panorama atual da problemática na cidade, considerando os principais programas habitacionais implementados pelo poder público local. O capítulo 5 é destinado à exposição dos condicionantes projetuais. Nele são apresentados a área de intervenção, os aspectos físicos e ambientais, as normas e regulamentos de desempenho térmico de edificações, além dos aspectos legais, funcionais e orçamentários referentes à realidade do município e à população usuária dos conjuntos habitacionais..

(22) 19. No capítulo 6, são apresentados o processo de concepção e a evolução do partido arquitetônico e urbanístico, registrando os diferentes tipos arquitetônicos e implantações testadas e os fatores responsáveis pela tomada de decisões. O sétimo capítulo trata da proposta projetual propriamente dita, detalhando-a sob o ponto de vista dos aspectos relacionados à implantação do Conjunto e à Unidade Habitacional. O capítulo 8 é reservado para as simulações do projeto do Conjunto Habitacional São José e do Conjunto Morada da Fé, utilizando o software Design Builder 2.2. No nono capítulo, propõe-se um estudo comparativo entre os três modelos de casa estudados no trabalho, com a finalidade de atingir o último objetivo específico traçado. Na sequência, chegam-se às considerações finais do trabalho, onde de forma conclusiva são expostas todas as etapas do trabalho, as dificuldades que foram enfrentadas no decorrer da pesquisa e desenvolvimento do projeto, além da análise geral dos resultados e apontamentos para futuros trabalhos. A parte relativa aos elementos Pós-textuais deste Volume 01 é composta das Referências e dos Apêndices. No Volume 02, além das perspectivas, estão contidas dez pranchas de projeto, assim sequenciadas: Prancha 01: Planta de situação; Prancha 02: Implantação-Coberturas; Prancha 03: Implantação-Unidades Habitacionais em Planta Baixa; Prancha 04: Plantas da Unidade Habitacional Proposta; Prancha 05: Cortes e Fachadas da Unidade Habitacional Proposta; Prancha 06: Opção de Ampliação 01; Prancha 07: Opção de Ampliação 02; Prancha 08: Opção de Ampliação 03; Prancha 09: Detalhes Construtivos de Esquadrias; Prancha 10: Perspectivas..

(23) 20. 2. REFERENCIAL TEÓRICO -CONCEITUAL O referencial teórico-conceitual deste estudo contempla dois temas principais. O. primeiro, mais geral, discorre sobre a problemática da habitação no Brasil, traçando um breve panorama histórico acerca de como foi e como é tratada essa questão no país. Essa é uma reflexão importante para que se possa entender as diferentes posturas relativas à habitação, e as principais razões do sucesso ou insucesso de cada uma delas. Maior ênfase será dada aos programas atualmente voltados para a Habitação de Interesse Social (HIS). A segunda parte trata de aspectos relacionados ao conforto térmico de edificações em clima quente e úmido, apresentando os principais conceitos e variáveis arquitetônicas a eles relacionadas, destacando principalmente a importância da ventilação natural como estratégia de obtenção de conforto. 2.1. A PROBLEMÁTICA DA HABITAÇÃO NO BRASIL Através de uma análise histórica, Gohn (1991, p.165) deixa claro que a questão da. habitação para população de baixa renda no Brasil não pôde ser resolvida pelo simples jogo do mercado ou pelas políticas públicas.. Apesar de inúmeras iniciativas, os problemas. persistem. O resultado da conjuntura histórica de déficit habitacional está em todas as cidades do país, não havendo, em muitos casos, outra solução que não seja a busca por diferentes alternativas, na maioria das vezes precárias, para a população de baixa renda. De acordo com Bonduki (1998), os primeiros indícios de segregação espacial em habitação surgem no final do século XIX, com a crescente vinda de imigrantes ao estado de São Paulo e a consequente necessidade por habitações. É nesse contexto que surgem as legislações de controle de uso do solo e de controle sanitário. A questão habitacional passou a ser enxergada como um problema de saúde pública, pois o crescimento desordenado começou a gerar situações insustentáveis de ocupação. Enquanto foi possível autoconstruir nos terrenos clandestinos – à custa de enorme esforço familiar –, invadir áreas, levantar barracos, alugar cortiços e pardieiros, a situação ia “se ajeitando” (GOHN, 1991, p.165). Até a década de 1930, a questão da habitação social não sofre intervenção por parte do Estado, a não ser pela criação das leis de controle de ocupação e condições sanitárias. A ação resumiu-se em “incentivar a iniciativa privada para a construção de vilas para operários”. (BONDUKI, 1998, p. 41)..

(24) 21. O governo de Vargas, entre os anos de 1930 e 1945, representa o que pode se chamar de primeira fase da intervenção do Estado na questão habitacional, marcando o surgimento da gestão pública da habitação social no Brasil. A iniciativa privada revela-se incapaz de lidar com a questão, e o governo populista lança os primeiros programas habitacionais do país: os Institutos de Aposentadorias e Pensões - IAP’s - e a Fundação Casa Popular - FCP. O primeiro, lançado nos anos 1930, surge com o propósito de promover planos de aposentadorias e pensões, não tendo o tema habitação como foco principal. Mesmo assim, de acordo com Soares (2006), os IAP’s constituíram o mais bem sucedido programa habitacional do século XX no que se refere à qualidade da construção. Instituída pelo Decreto-lei n. 9.218 de 1º de maio de 1946, a Fundação da Casa Popular foi o primeiro órgão, de âmbito nacional, voltado exclusivamente para a provisão de residências às populações de pequeno poder aquisitivo (AZEVEDO e ANDRADE, 1982, p.19). O embrião do programa político lançado na época e por outros que o sucederam possuía falhas estruturais em diversos pontos. Um dos principais era o de deixar a Fundação encarregada do papel de assumir atividades de infra-estrutura urbana que proporcionassem a viabilidade de conjuntos habitacionais. Isso era um reflexo do forte indício de um ideal paternalista, muito comum nos governos populistas. Era preciso fortalecer o próprio mercado – estimulando a produção de materiais –, modernizar as prefeituras, através de treinamento e qualificação de pessoal, e estudar o processo de “morar” das classes populares, para se tirar partido da prática comunitária de construir, das técnicas e dos materiais regionais utilizados. (AZEVEDO e ANDRADE, 1982, p.21).. A iniciativa do FCP pode ser considerada como uma tentativa frustrada dos anos 1940. De acordo com Bonduki (1998), o programa supracitado, que se estruturou como órgão de âmbito federal exclusivo para questões habitacionais, produziu somente 18.132 moradias, enquanto que os IAP’s, surgidos com o propósito inicial de cuidar de aposentadorias e pensões, produziram 123.995 unidades habitacionais. Da forma como historicamente tem sido implementada no Brasil, a política habitacional, de uma maneira geral, tem a prática de beneficiar a população de baixa renda construindo habitações de interesse social. Porém, essa produção sempre esteve atrelada à lógica de mercado, tendo em vista o retorno de investimentos no setor. Segundo Azevedo e Andrade (1982, p.38), o modelo da casa integralmente subsidiada, nos momentos em que foi implementado, era um “poço sem fundo”. Sem retorno, por maiores.

(25) 22. que fossem as inversões, não se lograria ampliar significativamente o atendimento de casa própria. Durante a época em que o Brasil foi governado pelo regime militar, a política habitacional foi retomada e vista como oportunidade de aproximação do governo repressivo à população de baixa renda. É nesse encadeamento que emerge, de acordo com Azevedo e Andrade (1982, p.58), o Plano Nacional de Habitação, e com este o BNH, que surge em um momento crucial para o novo regime dar provas de que é capaz de atacar problemas sociais. A produção habitacional na época populista representada pela Era Vargas, especificamente pelos programas IAP’s e FCP, foi insignificante e inexpressiva considerando as necessidades do país e a produção que foi realizada durante o período do regime militar, que se iniciou no ano de 1964, por meio do programa do BNH. De acordo Bonduki (1998), a habitação recebeu maiores investimentos em função da necessidade de legitimação do regime militar perante as classes populares. A iniciativa habitacional do governo financiou cerca e 4,5 milhões de unidades habitacionais, e se sustentou até o ano de 1986, quando abriu falência, na mesma época da transição que marcou o fim do regime militar no país.. O problema quantitativo da unidade habitacional foi ligeiramente amenizado, contudo, a qualidade da maior parte destes conjuntos habitacionais, principalmente os destinados às classes populares, não conseguiam garantir plenamente o direito à habitabilidade e à própria noção subjetiva e objetiva da casa. (SOARES, 2006, p.4). Remetendo-se a um histórico recente, Gohn (1991, p.56) destaca, na busca de alternativas por moradia no Brasil, as invasões de áreas ocorridas na década de 1980: São invasões de áreas públicas e privadas, mantidas à espera por valorização, ou como estoque de terras públicas. Os invasores não construíram barracos de lata, papelão e pedaços de madeira. Fizeram a demarcação da área em lotes e iniciaram as construções em alvenaria. Tudo Planejado. E eles não estavam sozinhos. Tinham o apoio de lideranças políticas ligadas a partidos políticos oposicionistas.. Com o fim do BNH, é a Caixa Econômica Federal que assume o financiamento de moradias populares no país. Durante o período de governo do presidente José Sarney, a Secretaria Especial de Ação Comunitária – SEAC é instituída, e surge, então, o Programa Nacional de Mutirões Habitacionais. Posteriormente, o governo sucessor, de Fernando Collor de Melo, lança o Plano de Ação Imediata para Habitação - PAIH. De acordo com Soares (2006), só em 1995, com a gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, desenhou-se a implantação de um novo sistema financeiro, com novos esquemas de captação de capitais, priorizando a concessão de créditos diretamente à população..

(26) 23. A produção habitacional do país se mantém estável até o ano de 2009, quando surge o programa “Minha casa, minha vida”, lançado pelo governo federal como uma das iniciativas do Programa de Aceleração do Crescimento1. O programa habitacional do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de forte apelo populista, envolve construtoras e órgão financiador – Caixa Econômica Federal – como os principais atores da implementação do programa. As parcerias relativas ao Estado são dispostas entre governo federal e prefeituras, ficando o primeiro representado pela CEF e o poder municipal responsável pelo cadastramento da população que será beneficiada. Esse processo será descrito de maneira mais precisa no capítulo relativo à Situação Habitacional do Município de Macaíba, nosso universo de intervenção. 2.2. CONFORTO TÉRMICO E HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL Um dos principais aspectos de Sustentabilidade que pode ser incorporado a uma. Habitação de Interesse Social em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, é o do Conforto Térmico. Essa premissa pode ser levada em consideração partindo do princípio que construções dessa natureza apresentam, na maioria dos casos, orçamentos bastante restritos. Nessa perspectiva, as estratégias mais eficientes são o recurso à ventilação natural e a escolha de materiais construtivos de bom desempenho térmico, especialmente se considerado o clima quente-úmido, que caracteriza o município de Macaíba. Nesse contexto, é importante destacar as principais características climáticas das regiões quentes e úmidas, quais sejam: . Alta umidade do ar. . Baixas flutuações diárias e sazonais da temperatura. . Intensa luminosidade. Nessas regiões, o desconforto é causado pela alta temperatura associada à alta umidade do ar, que dificultam as trocas de calor entre a pele do ser humano e o ar, deixando a pele úmida. O efeito da velocidade do ar no conforto térmico depende da temperatura e umidade do ar ambiente, assim como da vestimenta e das características fisiológicas do usuário. Dessa maneira, somente se pode obter alívio do desconforto em função da pele úmida através da desumidificação da mesma, o que pode ser alcançado através da manutenção de uma velocidade do ar suficiente sobre o corpo (GIVONI, 1998, p.18).. 1. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u540229.shtml>.

(27) 24. De acordo com Bittencourt (2005), as edificações devem evitar ganhos de calor provenientes da radiação solar que atinge o envelope da construção e dissipar o calor produzido internamente. Nesses casos, o resfriamento é a principal meta do projeto arquitetônico, enquanto que o aquecimento é muito raro. O conforto térmico depende em alto grau do movimento do ar e da alta prevenção de ganhos de calor. Segundo Szokolay (apud TRINDADE, 2006), o projetista deve procurar aproximar ao máximo a temperatura interna da externa, promovendo o resfriamento fisiológico da pele através da ventilação natural. No que diz respeito à absorção de carga térmica por parte da edificação, Givoni destaca que: A radiação solar incidente em uma edificação pode ser controlada por sombreamento eficiente das aberturas e pela cor de paredes opacas, além da escolha de materiais de bom isolamento térmico. Uma parede branca, ou uma parede sombreada por vegetação, absorve uma quantidade consideravelmente menor de radiação, mesmo que esteja voltada para o leste ou oeste. (GIVONI, 1998, p.387). Além dos aspectos relacionados à edificação propriamente dita, há de se considerar a interferência que o entorno exerce sobre o seu desempenho térmico. As edificações próximas, assim como a vegetação, desempenham um papel fundamental nesse contexto. Dessa forma, Parker (apud Bittencourt, 2005) considera que o uso adequado da vegetação pode contribuir significativamente para a redução dos ganhos externos de calor. Contudo, os elementos paisagísticos de um projeto devem observar a não formação de barreiras às brisas dos períodos mais quentes, para que a ventilação natural possa ocorrer no interior da edificação. Em conjunto às estratégias de sombreamento e uso de materiais de bom desempenho térmico, Bittencourt (1993) considera que o resfriamento por ventilação aparenta ser a solução de melhor custo/benefício para o contexto de regiões quentes e úmidas. Com relação ao papel desenvolvido pela ventilação natural, Bittencourt (2010) destaca que ela pode ser usada com três finalidades complementares:  Manter a qualidade do ar nos ambientes internos;  Remover a carga térmica adquirida pela edificação, em decorrência dos ganhos de calor externos e internos;  Promover o resfriamento fisiológico dos usuários. Ainda segundo Bittencourt (2010), para uma mesma combinação de temperatura do ar e umidade relativa, as zonas de conforto podem ser ampliadas em função do aumento na velocidade do ar, conforme expresso na Figura 1, em que estão relacionadas variáveis de Temperatura de Bulbo Úmido, Velocidade do ar, Temperatura de Bulbo Seco e Umidade.

(28) 25. relativa do ar. A mancha azul de cada gráfico aponta onde está situada a zona de conforto, considerando o cruzamento das variáveis. Figura 1 – Zonas de conforto representadas pelo nomograma de temperatura efetiva (esquerda) e pela carta Bioclimática (direita).. Fonte: Bittencourt, 2010.. Em locais onde o vento é estável em direção e possui razoável intensidade (>3,0 m/s), a ventilação proporcionada pela força do vento é a estratégia de refrigeração mais simples e eficiente (GANDEMER apud BITTENCOURT, 2005, p.27). Considerando essa afirmativa, é importante destacar a importância da estratégia de resfriamento das edificações utilizando o recurso ventilação natural. Bittencourt (2005) afirma ainda que o Nordeste do Brasil apresenta significativo potencial para alcançar condições de conforto térmico com velocidades do ar interno relativamente baixas (em torno de 1,0 m/s). Para proporcionar altas taxas de ventilação, as janelas em regiões quentes e úmidas devem ser amplas, mas sombreadas. Contudo, por mais bem ventilada que seja uma região, nela ocorrem períodos de calmaria em determinadas épocas do ano, e o município de Macaíba não se isenta dessa característica. Por ser potencialmente a estratégia de resfriamento principal para edificações de interesse social, segundo a revisão de literatura, verificou-se também que é necessária a previsão de ventilação mecânica como mecanismo auxiliar, para garantir a velocidade do ar nos dias em que haja calmarias na ventilação natural (DUTT et al, apud BITTENCOURT, 2005). Spain (apud BITTENCOURT, 2010) afirma que o movimento turbulento produzido por ventiladores de teto é bastante eficaz para elevar a temperatura preferida. O funcionamento.

(29) 26. desse equipamento foi observado nesse contexto por Clark (apud BITTENCOURT, 2010), o qual constatou que a sensação de uma pessoa exposta a uma corrente de ar com velocidade de 1 m/s e temperatura de 29°C, foi equivalente a 24°C sem o ventilador de teto. No que diz respeito ao comportamento da ventilação no exterior das edificações, é importante destacar que um corpo exposto a uma determinada corrente de vento terá suas superfícies submetidas a diferentes campos de pressão, conforme Figura 2. Figura 2 – Campos de pressão em um cubo.. Fonte: Bittencourt, 2010.. As superfícies submetidas à zona de pressão positiva são aquelas que estão aproadas para o vento, enquanto aquelas que não recebem o vento de frente ou de forma oblíqua estão em zona de pressão negativa. Bittencourt (2005) afirma que o diferencial de pressão através de uma construção é força motriz para que ocorra a ventilação no interior dela. Nessas condições, o tecido urbano deve ser considerado, pois ele pode reduzir drasticamente a velocidade do vento em razão de uma determinada rugosidade existente. Bittencourt (2010) cita pesquisa realizada para dois tipos de arranjos tradicionais, o do tipo grelha e do tipo tabuleiro de xadrez. Este último apresentou uma área de sombra de vento, também denominada esteira, menor quando comparado ao primeiro tipo pesquisado..

(30) 27. Figura 3 – Simulação computacional mostrando o escoamento dos ventos em torno de edifícios com diferentes arranjos.. TABULEIRO XADREZ. GRELHA ORTOGONAL. GRELHA OBLÍQUA. Fonte: Bittencourt, 2010. Figura 4 – Variação de coeficientes de pressão em função da direção do vento, em relação à normal da abertura, e da densidade do assentamento.. Fonte: Lee, Hussain, Solliman (1980 apud BITTENCOURT, 2010).. Bittencourt (2005) conceitua esteira como área demarcada pela zona de separação entre o fluxo livre do vento e a região turbulenta localizada a sotavento dos corpos, caracterizada pela formação de vórtices e recirculação de ar. Em outras palavras, é uma sombra de vento na qual o fluxo de ar não tem regularidade o suficiente para se recuperar e recircular através de um novo corpo que esteja logo a seguir. O tamanho da esteira é caracterizado como a distância em que será possível haver uma recuperação da ventilação natural, de modo que se considere a ventilação chegando ao próximo corpo..

(31) 28. Figura 5 – Corpo submetido a corrente de vento e sua respectiva esteira.. Fonte: Evans (1979 apud BITTENCOURT, 2010).. Avaliando as características do clima em questão e suas principais estratégias, é importante destacar a influência que o arquiteto pode imprimir a um projeto nas fases de concepção. As decisões iniciais do arquiteto caracterizam-se como elemento-chave, tanto no que diz respeito a aspectos genéricos das custas de uma obra, quanto em relação a aspectos de relativos ao desempenho térmico de uma edificação. Sobre essa condição, Oliveira (2006) afirma que: Embora as principais decisões relacionadas com o desempenho da edificação sejam tomadas pelo projetista, a rotina desse profissional tem mostrado negligência para com o desempenho térmico e energético. Como uma das causas, pode-se apontar a falta de entendimento do impacto das decisões sobre os fenômenos físicos que ocorrem entre o clima, a edificação e o seu usuário. (OLIVEIRA, 2006, p.23).. Considerando os aspectos decisórios durante o processo criativo de um projeto, os ganhos de resultado no ambiente construído podem ser determinantes para classificar uma edificação como confortável ou não confortável. De forma objetiva, para se chegar um bom resultado de conforto térmico em regiões quentes e úmidas, Givoni (1998) aponta os principais objetivos de projeto a serem seguidos, conforme listados a seguir: . Minimização de ganhos de radiação solar por parte da edificação;. . Maximização da taxa de resfriamento durante as noites;. . Promoção de ventilação natural efetiva, mesmo durante períodos de chuva;. . Prevenção de penetração da chuva nos ambientes da edificação, mesmo durante as tempestades;. . Prevenção da entrada de insetos enquanto as janelas estiverem abertas para ventilação. . Criação de espaços semi-abertos se integrando aos espaços de estar fechados..

(32) 29. Ainda segundo Givoni (1998), os principais detalhes de projeto que efetivamente interferem no alcance desses objetivos são: . Leiaute da edificação;. . Orientação dos ambientes principais e das aberturas;. . Tamanho e detalhamento das janelas e portas;. . Organização e subdivisão do espaço interno;. . Sombreamento das aberturas e paredes;. . Provisão de varandas e balcões;. . Tipo de coberta e seus detalhes;. . Propriedades térmicas e estruturais das paredes e da coberta;. . Paisagismo do entorno;. Enquanto que o papel climático dos materiais é minimizar ganhos de radiação solar do interior da edificação durante o dia e maximizar a taxa de resfriamento durante o início da noite e as demais horas da madrugada, a função da ventilação cruzada é de atingir índices suficientes para promover renovações do ar na edificação, na busca de maximizar a desumidificação da pele dos usuários, buscando situa-los na zona de conforto sem a necessidade da utilização de estratégias ativas. Assim sendo, para habitações de interesse social situadas em climas quentes e úmidos, o conforto térmico é função da ação combinada de várias estratégias e detalhes de projeto, os quais podem ser resumidos em três grandes ações às quais as demais estão condicionadas: uso correto. de. materiais. e. sistemas. construtivos. da. envoltória,. sombreamento. das. fachadas/aberturas e resfriamento passivo dos ambientes internos por meio da ventilação cruzada..

(33) 30. 3. ESTUDOS EMPÍRICOS Este capítulo apresenta os estudos diretos e indiretos realizados em projetos de. conjuntos habitacionais de interesse social, do tipo unifamiliar. Os critérios técnicos utilizados para a escolha dos projetos foram, principalmente, o bom desempenho térmico/ambiental das propostas, além da utilização de materiais e sistemas construtivos alternativos aos que usualmente são utilizados nas obras de habitação de interesse social. Os dois primeiros estudos empíricos, que compõem este trabalho como itens 3.1 e 3.2, foram resultado de um concurso de arquitetura publicado na segunda metade do ano de 2010, e tratam-se de propostas de habitação de interesse social sustentáveis e de baixo custo, com a utilização de materiais e sistemas construtivos alternativos. Foram escolhidos com o propósito de subsidiar as escolhas do sistema construtivo do trabalho final, bem como utilizados como critério de avaliação de bons resultados de desempenho ambiental, adequados à Zona Bioclimática 3, local de implementação das propostas. O terceiro estudo empírico é um conjunto habitacional em fase de execução no município de São José do Mipibú, escolhido por utilizar uma nova proposta de sistema construtivo. Como não foi encontrado um projeto de habitação unifamiliar devidamente enquadrado à Zona Bioclimática 8, utilizou-se como quarto estudo empírico um projeto titulado com menção honrosa no concurso “10º prêmio jovens arquitetos – categoria HIS”, realizado no ano de 2011. Não foi possível estabelecer critérios idênticos de análise para os quatro estudos empíricos, em virtude de se tratarem de projetos que se destacam por qualidades diferentes. Enquanto os dois primeiros interessam-nos pela ênfase ao sistema construtivo e soluções de sustentabilidade, o terceiro vem contribuir pela introdução de uma técnica construtiva inovadora. Já o quarto estudo, destaca-se pela sua localização e pelas estratégias de conforto térmico adotadas na fase do desenho urbano. 3.1. VENCEDOR DO CONCURSO “HABITAÇÃO PARA TODOS” – CATEGORIA SOBRADOS A proposta da equipe de projetistas vencedores do concurso “Habitação para todos” é. a construção de habitações compostas por elementos industriais pré-fabricados, como pode ser observado através da Figura 6. Destaca-se a importância do processo de concepção de um conjunto habitacional com ênfase no sistema construtivo e na rapidez de sua execução..

(34) 31. A produção industrial em larga escala demonstrada no projeto objetiva a diminuição dos custos e a maior eficiência dos sistemas construtivos utilizados, com uma menor quantidade de resíduos produzidos na etapa de fabricação. O projeto explora uma tipologia de duas águas, sem beirais, apresentando esquadrias e elementos vazados marcantes. O projeto conta com dimensões moduladas do sistema de alvenaria estrutural, podendo ser adaptável ao sistema de painéis pré-fabricados de concreto (Figura 3). O sistema também apresenta algumas desvantagens, como a impossibilidade de reforma das paredes estruturais, demanda de maior perícia e acompanhamento na execução das obras, e outras questões de ordem técnica. Considerando o rigor construtivo inerente aos materiais pré-fabricados, os autores do projeto propõem a utilização de opções de ampliação laterais e de fundos, direcionando e ordenando os acréscimos posteriores de área conforme a proposta tipológica original de cada geometria proposta no projeto (Figura 8)..

(35) 32. Figura 6 – Esquema elucidativo com sequência das etapas da construção das habitações.. Fonte: http://concursosdeprojeto.org/2010/09/26/premiados-concurso-habitacao-para-todos/.

(36) 33. Figura 7 – Propostas para ampliação na parte lateral nas edificações.. Fonte: http://concursosdeprojeto.org/2010/09/26/premiados-concurso-habitacao-para-todos/.

(37) 34. Figura 8 – Propostas para ampliações na parte posterior das edificações.. Fonte: http://concursosdeprojeto.org/2010/09/26/premiados-concurso-habitacao-para-todos/. No que tange à escala das edificações, as propostas do embrião e as previsões de ampliações futuras das edificações estão relacionadas a duas necessidades: às densidades das áreas que irão ocupar e às características de famílias hipotéticas que venham a ocupar os imóveis. A figura a seguir mostra a configuração espacial das habitações para pequena, média e alta densidade do contexto urbano..

(38) 35. Figura 9 – Tipos de edificações relacionando suas ampliações às densidades das áreas nas quais serão implantadas.. Fonte: http://concursosdeprojeto.org/2010/09/26/premiados-concurso-habitacao-para-todos/. O sistema construtivo apresentado pelo projeto ainda vai além, ao propor a utilização de placas de concreto com camadas isolantes térmicas, a incorporação de coletores de energia solar, um sistema de aproveitamento de água da chuva e outras estratégias voltadas para um bom desempenho da edificação no que se refere às questões térmicas (Figura 10). Não há comentários quanto às estratégias de sustentabilidade relacionadas ao projeto, como utilização de dispositivos para promover sombreamento de fachadas/aberturas e a orientação das edificações (Figura 11). De acordo com as diretrizes recomendadas pela NBR 15220-3, que classifica a região do projeto na Zona Bioclimática 3, o projeto deveria apresentar mecanismos de controle que permitissem a entrada do sol durante o inverno, sombreando as aberturas durante o verão. Além disso, no verão, deveria ser prevista a ventilação cruzada, o que não pôde ser verificado, em função da representação apontar para aberturas de alumínio e vidro sem elemento de proteção. A cobertura não possui beirais e não há informações quanto à forma de escoamento das águas pluviais pelas fachadas, visto que não há saliência dos planos de coberta com relação aos elementos de vedação verticais da edificação..

(39) 36. Figura 10 – Desenho esquemático de sustentabilidade.. Fonte: http://concursosdeprojeto.org/2010/09/26/premiados-concurso-habitacao-para-todos/.

(40) 37. Figura 11 – Implantação do projeto vencedor do Concurso do CDHU-SP, 2010.. Fonte: http://concursosdeprojeto.org/2010/09/26/premiados-concurso-habitacao-para-todos/. O custo por unidade habitacional, incluindo custos de implantação, fixado pelas bases do concurso foi o intervalo de R$ 60.400,00 a R$ 69.000,00. Já que não foi encontrada a informação do custo exato por unidade habitacional e implantação do projeto vencedor do concurso, se for considerado que esse custo se enquadra no preço mínimo (R$60.400,00), pode-se fazer uma avaliação do custo por metro quadrado comparando-se esse valor à área construída da habitação, que é de 69,66m². Assim, chegou-se ao custo unitário de R$ 867,06 /.

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