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Espirale – mobiliário multifuncional para escritórios

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL UNIJUI

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS - DCEEng CURSO DE DESIGN

Jéssica Cassia da Veiga

ESPIRALE – MOBILIÁRIO MULTIFUNCIONAL PARA ESCRITÓRIOS

Ijuí/RS 2017

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Jéssica Cassia da Veiga

ESPIRALE – MOBILIÁRIO MULTIFUNCIONAL PARA ESCRITÓRIOS

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Design da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial à obtenção ao título de Bacharel em Design.

Ênfase: Design de Produto

Orientador: Prof. Me. Carlos Alexandre Alves Colomé

Ijuí/RS 2017

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RESUMO

Com a grande evolução observada nos espaços corporativos desde a década de 1950, observou-se uma busca por espaços mais descontraídos, tendo em vista os benefícios que os mesmo podem trazer, tanto para o trabalhador em forma de conforto e bem-estar, quanto para a empresa que irá possuir colaboradores mais criativos e empenhados. Desta forma este projeto teve como objetivo desenvolver um mobiliário multifuncional para escritórios que representasse essa busca pelos novos ambientes de trabalho. A partir de pesquisa bibliográfica e de campo pode-se obpode-servar tendências e deficiências do mercado atual assim como também um estudo em assuntos como evolução do mobiliário, ergonomia e materiais. Seguindo a metodologia de Löbach e através de análise de mercado e pesquisa de campo, obteve-se dados com o intuito de pré-estabelecer requisitos para que o móvel desenvolvido possa ser utilizado da melhor maneira pelo seu usuário. O estudo resultou em conjunto de mobiliário multifuncional que transforma um ambiente de trabalho sério e tradicional em uma sala de reuniões ou recepção mais descontraída.

Palavras chaves: Multifuncionalidade. Flexibilidade. Ambiente de Trabalho. Design de

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ABSTRACT

With the big evolution observed in the corporate spaces since the 1950s a search for more relaxed spaces was observed considering the benefits they can bring both for the worker in the form of comfort and well-being the company that will have more creative and committed employees. In this way this project aimed to develop multifunctional furniture for offices that represented this search for new work environments. Based on bibliographical, field research trends and shortcomings of the current market can be observed as well as a study on subjects such as furniture evolution, ergonomics and materials. Following the methodology of Löbach through market analysis and field research data were obtained with the purpose of pre-establishing requirements so that the developed furniture can be used in the best way by its user. The study resulted in set of furniture that transforms a serious and traditional work environment into a more relaxed meeting room or reception.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Exemplo de escritório aberto em Munique, Alemanha (1963) ... 14

Figura 2: Espaço da Nós Coworking (Porto Alegre) ... 19

Figura 3: Projeto de home office feito sob medida ... 22

Figura 4: Home Studio – Escrivaninha com nicho Tok & Stok ... 23

Figura 5: Ambiente residencial no estilo Art's and Craft's ... 25

Figura 6: Cadeira Rose Boudoir – 1902 – Charles Rennie Mackintosh ... 25

Figura 7: Cadeira Vermelha-e-azul – Gerrit Rietveld - 1917 ... 26

Figura 8: Cadeira de braços (1927) ... 27

Figura 9: Decoração de ambiente inspirada na Art Déco. ... 28

Figura 10: Decoração dos anos 60 ... 28

Figura 11: Balcão Carlton (1981) ... 29

Figura 12: Mesa compacta Legno ... 30

Figura 13: Mesa digital Ideum... 31

Figura 14: Cadeira de Charles Darwin ... 32

Figura 15: Variedade de cadeiras disponíveis no mercado ... 32

Figura 16: Móveis auxiliares para escritório ... 33

Figura 17: Aparador Mister ... 34

Figura 18: Escrivaninha Up ... 35

Figura 19: Uso de painéis de madeira como revestimento na decoração ... 37

Figura 20: Ambiente conceito New Clarity ... 37

Figura 21: Mobiliário em cimento ... 38

Figura 22: Metal e madeira no mobiliário ... 39

Figura 23: Cadeira Series 7 ... 39

Figura 24: Paletas de cores para 2018 pela Pantone ... 40

Figura 25: Dimensões antropométricas críticas a serem consideradas no projeto de um posto de trabalho para a pessoa sentada ... 46

Figura 26: Módulo básico de trabalho com assento de visitante ... 47

Figura 27:Módulo básico de trabalho com assento de visitante ... 47

Figura 28: Mostruário de madeira para uso em ambientes internos ... 52

Figura 29: Mostruário de cores laqueadas para uso em ambientes internos ... 52

Figura 30: Mostruário de madeira para ambientes externos ... 53

Figura 31: Tipos de laminados ... 54

Figura 32: Mobiliário de escritório feito de MDF ... 54

Figura 33: Decoração residencial com a utilização de OSB ... 55

Figura 34: Cadeira Bertoia ... 56

Figura 35: Mobiliário utilizando a combinação de aço escovado com madeira ... 57

Figura 36: Utilização do cobre em objetos de decoração ... 58

Figura 37: Tecidos ideais para estofados ... 59

Figura 38: Finsh Foil ... 60

Figura 39: Cozinha Real Color Formica... 61

Figura 40: Móvel laqueado ... 62

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Figura 42: Aparador Maresia - Sergio Fahrer ... 63

Figura 43: Móvel 1 – Escrivaninha Estúdio ... 65

Figura 44: Móvel 2 – Escrivaninha Artro ... 66

Figura 45: Móvel 3 - Escrvaninha Ragnar ... 67

Figura 46: Móvel 4 – Escrivaninha Rack ... 68

Figura 47: Multifuncionalidade Móvel 4... 69

Figura 48: Móvel 5 – Escrivaninha Armário ... 70

Figura 49: Multifuncionalidade Móvel 5... 71

Figura 50: Móvel 6 – Escrivaninha Ternura ... 71

Figura 51: Multifuncionalidade Móvel 6... 72

Figura 52: Ocupação entrevistados... 77

Figura 53: Quantidade de horas diárias dedicadas ao trabalho/estudo ... 77

Figura 54: Importância de um ambiente de trabalho saudável ... 78

Figura 55: Ambiente de trabalho e qualidade de vida ... 78

Figura 56: Importância de um ambiente de trabalho descontraído ... 79

Figura 57: Benefícios de um ambiente de trabalho descontraído ... 79

Figura 58: Contato com mobiliário no trabalho ... 80

Figura 59: Características importantes de um mobiliário ... 80

Figura 60: Características importantes em uma escrivaninha ... 81

Figura 61: Preferência de materiais ... 81

Figura 62: Preferência em cores ... 82

Figura 63: Alturas Mesa e Cadeira ... 84

Figura 64: Alcances ... 84

Figura 65: Medidas Assento ... 85

Figura 66: Painel Semântico 1 ... 87

Figura 67: Painel Semântico 2 ... 87

Figura 68: Alternativa A ... 88

Figura 69: Alternativa B ... 89

Figura 70: Alternativa C ... 90

Figura 71: Alternativa D ... 91

Figura 72: Ilustração da alternativa escolhida 1ª versão... 92

Figura 73: Ilustração da alternativa escolhida 2ª versão... 93

Figura 74: Mesa Espirale ... 94

Figura 75: Sistema Maxifix ... 94

Figura 76: Gabinete Espirale ... 95

Figura 77: Rodízios de Silicone... 95

Figura 78: Sistema SideLine 55... 96

Figura 79: Cadeira Espirale ... 97

Figura 80: Padrão MD 01 Turin ... 98

Figura 81: Sugestão de cores para fabricação ... 98

Figura 82: Sugestão de uso 1 ... 99

Figura 83: Sugestão de uso 1 ... 99

Figura 84: Sugestão de uso 2 ... 100

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Figura 86: Maquete Gabinete Espirale ... 101

Figura 87: Maquete Cadeira Espirale ... 102

Figura 88: Sugestão de uso 1 ... 102

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Espaço mínimo recomendado por estação de trabalho ... 17

Tabela 2: Evolução dos estilos de mobiliário ... 24

Tabela 3: Medidas mínimas e máximas para homens e mulheres ... 44

Tabela 4: Medida máxima e mínima para a altura de uma mesa ... 46

Tabela 5: Relação de medidas com a figura 25 e 26 ... 48

Tabela 6: Dados Móvel 1... 66

Tabela 7: Dados móvel 7 ... 67

Tabela 8: Dados móvel 3 ... 68

Tabela 9: Dados móvel 4 ... 69

Tabela 10: Dados móvel 5 ... 70

Tabela 11: Dados móvel 6 ... 72

Tabela 12: Análise estrutural e funcional dos mobiliários 1 a 6 ... 74

Tabela 13: Deficiências e valores dos produtos analisados ... 75

Tabela 14: Classificação de Requisitos ... 86

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 10

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 14

2.1 AMBIENTES DE TRABALHO ... 14

2.1.1 Tipos de Espaços de Trabalho ... 17

2.2 MOBILIÁRIO ... 20 2.2.1 Tipos de Mobiliário ... 21 2.2.2 Estilos de mobiliário ... 23 2.2.3 Mobiliário de Escritório ... 29 2.2.4 Multifuncionalidade ... 33 2.2.5 Tendências ... 35 2.3 ERGONOMIA ... 41 2.3.1 Antropometria ... 42 2.4 MATERIAIS ... 49 2.4.1 Madeira ... 51 2.4.2 Metais ... 55 2.4.3 Estofados ... 58 2.4.4 Acabamentos ... 60 3 METODOLOGIA ... 64 4 RESULTADOS ... 65 4.1 ANÁLISES ... 65 4.1.1 Análise de mercado ... 65

4.1.2 Análise estrutural e funcional ... 73

4.1.3 Análise de deficiências e valores ... 75

4.2 PESQUISA DE CAMPO ... 76

4.2.1 Idade e sexo ... 76

4.2.2 Tipo de ocupação ... 76

4.2.3 Tempo de trabalho/estudo diário ... 77

4.2.4 Ambiente de trabalho ... 78

4.2.5 Contato com mobiliário no trabalho ... 79

4.2.6 Características mais relevantes no mobiliário. ... 80

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4.2.8 Cores ... 81 4.3 REQUISITOS DE PROJETO ... 82 4.3.1 Análise de pesquisa ... 82 4.3.2 Análise Ergonômica ... 83 4.3.3 Classificação de Requisitos ... 86 4.4 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS ... 88

4.4.1 Avaliação das Alternativas ... 91

4.4.2 Escolha da Alternativa ... 92 4.5 REALIZAÇÃO ... 93 4.5.1 Memorial Descritivo ... 93 4.5.2 Maquete ... 100 4.5.3 Desenho Técnico ... 103 5 CONCLUSÃO ... 104 REFERÊNCIAS ... 105 APÊNDICES ... 111

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1 INTRODUÇÃO

Em meados do século 20 o taylorismo predominava no planejamento da ocupação dos espaços corporativos. Esses espaços seguiam um layout rígido de hierarquia, onde os funcionários de alto escalão, diretores e gerentes trabalhavam em espaços separados e mais luxuosos que os demais funcionários (ROSSO, 2010).

Ainda segundo Rosso (2010) no anos 1950 e 1960 houve uma grande expansão das empresas por todo o mundo, resultando em grandes transformações no mundo do trabalho. O modelo hierarquizado começou a ser deixado para trás pois houve a necessidade de reunir em um mesmo espaço uma maior número de pessoas. Assim começaram a surgir os escritórios de planta livre, mais amplos e com espaços mais abertos, onde chefes e subordinados passaram a dividir o mesmo ambiente.

O principal objetivo de um espaço corporativo é dar suporte aos seus ocupantes em suas atividades de forma que preferencialmente tenha um baixo custo e ofereça maior satisfação possível. Esses espaços precisam ser bem projetados pois eles podem, por exemplo, incentivar a interação ou estimular a criatividade. Hoje diversas empresas tem investido cada vez mais em escritórios mais humanizados e dinâmicos, tendo em vista que este novo modelo de trabalho aumenta a criatividade e melhora produtividade (VAN MEEL et al, 2012).

Com o crescente número de pessoas que estão buscando empreender, principalmente como forma de buscar escapar da atual crise econômica, muitas empresas novas estão surgindo. Os empreendedores precisam ser cada vez mais inovadores para conseguir se manter em uma época em que as trocas de informações está cada vez mais disponível e rápida. Muitas opções de espaços corporativos surgiram desde então, modificando ainda mais a forma atual de trabalho. Entre eles os home offices, espaços de trabalho em casa e os coworkings, espaços de trabalho compartilhado por profissionais de diversas áreas e até mesmo ambientes de trabalho virtuais, onde membros de uma mesma empresa podem trabalhar em espaços diferentes, entre muitos outros.

Desta forma o mobiliário exerce um papel fundamental na interação física entres os elementos internos de uma ambiente e seus usuários, atendendo a necessidade de dar suporte as atividades práticas humanas sem perder a eficiência e o conforto. O mobiliário além disso tem a função de transmitir valores simbólicos, estéticos e culturais, deixando uma impressão no seu usuário (BOOTH, PLUNKETT, 2015).

Booth e Plunkett (2015) salientam que assim como as transformações no cotidiano do ser humano, os mobiliários também devem evoluir. Os avanços tecnológicos tem modificado

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radicalmente a maneira como vivemos e trabalhamos. As máquinas de escrever deram espaço aos computadores de mesa, que sua vez deram espaço aos notebooks e depois vieram os tablets e smartphones. Deste modo, o mobiliário que antes servia para acomodar grandes equipamentos hoje possuí outras funções, e devem continuar se adaptando conforme as mudanças que ainda virão.

As novas tecnologias requerem mobiliários mais simples e flexíveis, e em contrapartida ser desenvolvido para espaços de uso comum. Avaliando as evoluções que vem acontecendo nos ambientes de trabalho, observou-se a necessidade do desenvolvimento de uma proposta de mobiliário corporativo multifuncional que se adaptasse aos diversos ambientes hoje existentes. Deste modo o mobiliário precisa atender a requisitos ergonômicos para que seja confortável para a realização de atividades trazendo elementos para absorver as necessidades encontradas por seus usuários no atual cenário empresarial.

Um grande fato da época em que vivemos é que estamos em uma grande aceleração tecnológica onde novos paradigmas continuem sempre surgindo em quantidades crescentes e intervalos menores. As empresas estão sempre em busca de inovação, e essa inovação vem diretamente da criatividade de seus colaboradores. A arquitetura de um ambiente de trabalho pode ter um efeito transformador na qualidade das ideias de seus funcionários. “Alguns ambientes sufocam novas ideias, outros parecem gerá-las sem esforço” (JOHNSON, 2010, p.18).

Mesmo em um mundo totalmente digital, as pessoas precisam de espaços para a realização de trabalhos. Um ambiente de trabalho bem pensado pode melhorar a produtividade, reduzir custos, aumentar a flexibilidade, incentivar a interação, dar suporte a mudanças culturais, estimular a criatividade, atrair e reter bons funcionários, expressar uma marca e ainda pode de certa forma reduzir o impacto ambiental (VAN MEEL et al, 2012).

Van Meel et al (2012) ainda explica que alguma empresas funcionarão melhor em um escritório convencional e outras terão melhor desempenho em escritórios flexíveis ou até mesmo virtuais. Um ambiente que está em ascensão atualmente são os escritórios abertos que trazem como vantagem um uso eficiente de espaço, grau elevado de flexibilidade e maior interação entre pessoas de setores ou até mesmo profissões diferentes, trazendo assim mais aprendizado para o espaço de trabalho.

Entretanto é importante também saber os limites dessa conjunção de diferentes pessoas em um ambiente de trabalho para que a liberdade não se torne o caos. Em 2007 a Microsoft inaugurou em Washington um centro de operações com espaços modulares, que podia ser reinventado de modo que atendesse as necessidades dos empregados, que hora podiam trabalhar

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em conjunto com um grupo em determinado projeto e, quando necessário, podiam realizar suas tarefas sozinhos em uma sala particular. Além disso as superfícies foram projetadas para que os funcionários pudessem escrever em qualquer lugar, para que não perdessem suas ideias (JOHNSON, 2010).

De acordo com a CLT seção II, art. 58, um trabalhador pode passar 8 horas diárias no ambiente de trabalho, e 44 horas semanais. Levando em consideração o fato de que passamos 1/3 do dia no ambiente de trabalho, faz-se necessário que esse ambiente seja agradável, de forma a resultar em uma melhor produtividade e qualidade de vida.

O trabalho é, para a maioria das pessoas, importante não só no sentido material, mas também é fundamental em relação ao desempenho de atividades e contato social. O cotidiano no ambiente de trabalho influi na vida e nas emoções dos trabalhadores. Por isso hoje tem-se buscado por ambientes cada vez mais humanizados, desenvolvidos para que os trabalhadores se sintam cada vez mais à vontade e cada vez mais em contato com os demais colaboradores de uma empresa. Deste modo, os escritórios devem dar suporte a inúmeras atividades e não apenas ao trabalho administrativo (VAN MEEL et al, 2012).

Pode-se observar a grande variedade de modelos de ambientes que podemos encontrar atualmente, que podem ser desde um escritório individual localizado na própria casa de uma pessoa, até um grande escritório aberto, com diferentes pessoas e diferentes empresas em uma grande troca de ideias e informações. Desta forma percebe-se a necessidade de criação de mobiliários que atendam a essas diferentes formas de trabalho, que fuja um pouco do convencional e adapte-se aos ambientes de forma flexível.

A proposta de desenvolvimento do mobiliário de trabalho é direcionado a empresas de pequeno e médio porte, alcançando um público muito variado, sendo direcionado para homens e mulheres com idades entre 18 e 50 anos que atuem nessas empresas. Leva-se em consideração a multifuncionalidade do móvel para que este possa ser utilizado em qualquer ambiente atual de trabalho.

O estudo realizado tem como objetivo desenvolver um conjunto de mobiliário de escritório que adapte-se para um ambiente de reuniões mais informal, trazendo desta forma dois ambientes em um só, para que um simples escritório, ou espaço de trabalho possa se transformar em um ambiente para reuniões ou recepção. Desta forma, o objetivo geral do projeto proposto é que o mobiliário desenvolvido atenda aos requisitos ergonômicos e se adapte aos novos ambientes de trabalho mais humanizados, alternativos e descontraídos, de maneira que possa ser utilizado em qualquer espaço, trazendo assim flexibilidade e dinamismo.

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Os objetivos específicos do projeto são conhecer os ambientes de trabalhos atuais e sua evolução, fazendo um levantamento das necessidades encontradas pelos trabalhadores que hoje atuam nesse meio. Analisar os produtos existentes hoje no mercado direcionados aos ambientes corporativos. Pesquisar tendências em mobiliário, cores, materiais e acabamentos, assim como a aplicação de materiais alternativos.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 AMBIENTES DE TRABALHO

Segundo Franceschi e Nascimento (2009), as mudanças que ocorreram nas últimas décadas acabaram afetando a sociedade. Estas mudanças estão ligadas a quebra de paradigmas, mudanças nos núcleos familiares tradicional, na cultura, no trabalho, entre muitos outros pontos. Os autores apontam que essas mudanças alteram o modo como as pessoas relacionam com as outras e também com os espaços que habitam.

Junto com a Revolução Industrial veio também a revolução dos escritórios, resultado do crescimento das organizações e do surgimento da necessidade de estruturar as atividades administrativas. Mas nessa época os escritórios eram locais rígidos e hierarquizados, onde o chefe se mantinha separado dos demais funcionários e esse modelo só começou a mudar após a Segunda Guerra Mundial, quando as relações de trabalho começaram a se tornar mais humanistas (FRANCESCHI, NASCIMENTO, 2009).

Em 1950 um grupo chamado Quickborner criou um escritório panorâmico, retirando todas as salas privadas do ambiente com o conceito de office landscape, exemplificado na figura 1. A partir daí teve início as mudanças nos espaços de trabalho que começaram a buscar ambientes mais integrados e descontraídos, pensados para o bem estar e flexibilidade, trazendo mais liberdade e possibilidades (GURGEL, 2012).

Figura 1: Exemplo de escritório aberto em Munique, Alemanha (1963)

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Pode-se perceber que o mundo está mais dinâmico devido a estas mudanças, e estas têm alterado de maneira perceptível as relações de trabalho e também o modo de trabalhar. Hoje as empresas assim como os seus funcionário buscam um meio mais conceitual e prático de exercer suas funções, e isso também está relacionado diretamente com a evolução da tecnologia (GURGEL, 2014).

Van Meel et al (2012) aponta que um local de escritórios tem como principal objetivo “dar suporte aos seus ocupantes no exercício de suas funções e atividades, de preferência a um custo mínimo para obter a maior satisfação possível” (VAN MEEL et al, 2012, p.19). Estes espaços apresentam ainda uma importante função social e simbólica, pois ele tem o poder de incentivar a interação e estimular a criatividade.

Nesse aspecto Gurgel (2014) salienta que os espaço de trabalho devem ser além de eficientes, agradáveis e devem ainda promover o bem estar de quem o ocupa, levando-se em consideração a quantidade de horas que se passa trabalhando. A autora explica que além de boa iluminação, ventilação e conforto, as cores e diferentes texturas que explorem os sentidos e sensações também podem tornar o ambiente mais agradável, atuando positivamente na mente dos funcionários. Além disso um ambiente agradável não é só importante para o bem estar dos funcionários de uma empresa, mas também para os clientes e outras pessoas que possam conviver neste mesmo espaço. Um ambiente agradável pode ser um ponto crucial para o fechamento de um negócio como explica Gurgel (2014).

A autora ainda aponta que:

Cada consumidor ou trabalhador sente o espaço de forma diferente. O que para algumas pessoas é alegre pode ser considerado caótico para outras. Quando projetamos um espaço residencial, esse problema pode ser abrandado, pois sabemos exatamente quem são os usuários dos ambientes. Já num projeto comercial, podemos projetar um escritório para um diretor especificou uma loja em que diferentes pessoas vão circular a cada dia. (GURGEL, 2014, p.127)

Van Meel et al (2012) ainda levanta alguns pontos que devem ser levados em consideração ao ambiente de um escritório. Deve-se observar que tipos de benefícios ele deve proporcionar, se seu foco é reduzir custos ou satisfazer os funcionários, se quer manter uma cultura empresarial ou modificar para um espaço mais moderno, se busca favorecer trabalho individual ou em grupo e se considera o impacto ambiental, entre outros. Tendo claro esses objetivos pode-se obter um ambiente de maior sucesso.

Existem alguns objetivos mais comuns que buscam que ser alcançados em relação ao ambiente de um escritório. O primeiro é relacionado com a melhoria da produtividade. Eles enfatizam que este é um dos pontos mais difíceis mas também um dos mais importantes. Nesse

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caso a produtividade é um reflexo da contribuição do ambiente no desempenho do seu usuário. Sendo assim sabemos que nesse contexto está inserido acima de tudo a questão das normas básicas de ergonomia e também conforto ambiental. (VAN MEEL et al, 2012)

Ainda tratando da produtividade, outro ponto a ser observado é o tipo de processo que será exercido neste ambiente, “diferentes processos de trabalho tendem a exigir diferentes tipos de trabalho” (VAN MEEL et al, 2012, p.20). Atividades com exigência de alto grau de concentração necessitam de ambientes silenciosos, e trabalhos interativos necessitam de ambientes dinâmicos.

O segundo assunto está ligado a redução de custos. Mas nesse caso o ambiente nem sempre se torna tão eficiente. Um ponto importante apresentado pelos autores é de que apenas 50 a 60% dos espaços dos escritórios são de fato utilizados, e isto causa um grande custo imobiliário (VAN MEEL et al, 2012). Por esse motivo é muito comum hoje encontrar ambientes compartilhados por diversas pessoas. É um meio de diminuir custos, entretanto deve-se observar aqui também se o trabalho realizado não necessita de concentração e se esse compartilhamento não prejudica a eficiência no momento da realização de uma tarefa.

O aumento da flexibilidade também está interligada com a redução dos custos. Esta trata tanto da flexibilidade das equipes de trabalho quanto flexibilidade de espaços. Em seguida vem o incentivo a interação onde a troca de informações entre funcionário é uma contribuição na aprendizagem e troca de ideias. Nesse caso o ambiente em que a equipe está inserida também influenciará muito nos resultados, pois este pode ajudar ou atrapalhar. Nesse quesito também está inserida a mudança cultural, quando é o caso de um empresa que não deseja mais uma estrutura hierárquica e então pode unir funcionários de diferentes níveis em um mesmo espaço (VAN MEEL et al, 2012).

Estimular a criatividade também é algo que se pode obter com um ambiente bem planejado. Cada vez mais a criatividade é importante no ambiente de trabalho, pois através dela que se dão os processos de inovação. Esta questão também está ligada de certa forma com o compartilhamento de ambientes, pois como dito anteriormente, este estimula a troca de ideias. Os autores complementam que:

O trabalho criativo caracteriza-se por ser altamente cognitivo e social. Trabalhadores criativos precisam de uma combinação de constante interação com colegas e concentração intensa. Esse tipo de trabalho pode exigir espaços abertos ou uma combinação de espaços de trabalho individuais e de espaços para reuniões informais. Além disso, há uma grande tendência de se promover uma rotatividade dentro dos escritórios com o objetivo de se promover encontros casuais para fortalecer a troca de ideias. (VAN MEEL et al, 2012, p.25).

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Os últimos três pontos estão mais diretamente ligados a empresa. O primeiro trata de atrair e reter funcionários qualificados, onde o ambiente físico desenvolverá uma papel importante de tornar a empresa mais atraente. O segundo é a expressão da marca através do branding, que normalmente é utilizado em materiais de papelaria ou publicidade, mas também pode ser utilizado no ambiente transmitindo a alma da empresa. Por fim a preocupação com o meio ambiente, buscando reduzir por diversos meios o impacto que causa e uma questão que também pode estar ligado ao branding (VAN MEEL et al, 2012).

Com a notável mudança nos ambientes de trabalho, e também no modo de trabalhar, observa-se uma crescente busca por espaços que atendam tanto as necessidades de uma empresa como de seus funcionários, trazendo locais descontraídos que melhorem os relacionamentos e a troca de ideias entre funcionários, e consequentemente aumentem a produtividade e criatividade dos mesmos. Faz-se então necessário que o mobiliário destes ambientes acompanhem essas mudanças e atendam a essa demanda de flexibilidade e descontração, sendo esse o objetivo do projeto proposto.

2.1.1 Tipos de Espaços de Trabalho

Nos ambientes corporativos podem ser encontrados diversos tipos de espaços de trabalho. As principais diferenças entre eles estão ligadas ao fechamento e dimensões, proporcionando diferentes graus de privacidade. A seguir está uma tabela orientadora para a área mínima recomendada em cada tipo de espaço de trabalho:

Tabela 1: Espaço mínimo recomendado por estação de trabalho

Espaço mínimo recomendado por estação de trabalho

Espaço básico para escrever e digitar (desktop ou laptop) 4m² Espaço adicional para colocar papéis (como bandeja de entrada) 1m²

Espaço para arquivamento (por cada arquivo) 1m²

Espaço para reuniões (para cada cadeira adicional) 1,5m²

Fonte: VAN MEEL et al (2012, p.39)

Conforme a tabela pode-se observar que uma estação de trabalho com uma mesa para computador, um arquivo e documentos pode ocupar um espaço de 6m² por exemplo. Entretanto os autores explicam que essas medidas são muito genéricas, e que estas pode ser influenciadas por culturas locais, normas e custos, e indicam também que estas medidas podem ser alteradas

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e quantos mais esse espaço aumenta, mais aumenta a sua flexibilidade. (VAN MEEL et al, 2012).

VAN MEEL et al (2012, p.41) dividem os tipos de escritórios em 9:

 Escritório aberto: espaço de trabalho aberto para mais de dez pessoas, apropriado para atividades que exigem uma comunicação frequente ou atividades de rotina que exigem uma concentração relativamente baixa.

 Estação linear: um espaço de trabalho semiaberto para duas a oito pessoas, próprio para trabalho em equipe que requer uma comunicação interna frequente e um nível médio de concentração.

 Estação celular: um espaço de trabalho semicerrado para uma pessoa, indicado para atividades que exigem níveis médios de concentração e interação.

 Escritório individual: espaço de trabalho fechado para uma pessoa, adequado para atividades confidenciais e que exigem muita concentração ou que envolvem pequenas reuniões frequentes.

 Escritório compartilhado: espaço de trabalho fechado para duas ou três pessoas, ideal para atividades que exigem concentração média e trabalho colaborativo em pequenos grupos.

 Escritório de equipe: espaço de trabalho fechado para quatro a dez pessoas. Adequado para o trabalho em equipe que requer confidencialidade e uma frequente comunicação interna.

 Cabine individual: espaço de trabalho fechado para uma pessoa, adequado para atividades por um curto período de tempo e que exigem concentração ou confidencialidade.

 Salão de trabalho: um espaço de trabalho informal para duas a seis pessoas, adequado para atividades de curta duração e que exigem colaboração, permitindo uma interação espontânea.

 Estação temporária: um espaço de trabalho aberto para uma pessoa, adequado para atividades de curta duração que exige pouca concentração e baixa interatividade.

Os autores ainda trazem os espaços de reunião que podem ser divididos entre salas pequenas e grandes, espaços pequenos e grandes, sala de brainstorm, ponto de reunião, e outros espaços de apoio como espaço de arquivamento, área de alimentação e outros.

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Booth e Plunket (2015) explicam que no caso de ambientes em que os funcionários dividem os postos de trabalho é recomendável que tenha um certo nível de separação visual, o que geralmente se dá através da utilização de divisórias, podendo estas serem baixas. Ainda há os casos de pessoas que dividem o espaço de trabalho mas em alguns momentos exercem suas atividades de maneira individual e em outras de maneira coletiva, e nesse caso é necessária uma certa flexibilidade no layout do ambiente.

Um exemplo de espaço que necessita de flexibilidade são os chamados coworkings (figura 2), ambientes com infraestrutura de escritório, mas que não pertence a uma única empresa, e sim, é compartilhado por pessoas que trabalham em diferentes ramos e compartilham experiências. Segundo a revista Exame (2013) este é um modelo de escritório que tende a se tornar cada vez mais viável levando em consideração que as rotinas de trabalho tem se tornado cada vez mais colaborativas.

Figura 2: Espaço da Nós Coworking (Porto Alegre)

Fonte: Coworking Brasil (2017)

É um ambiente que pode beneficiar diferentes tipos de empresas ou profissionais, pois além de ser viável financeiramente o seu maior benefício é o compartilhamento de ideias, o que é fundamental para empresas ou freelancers que buscam inovação. A comunidade Coworking Brasil contabiliza hoje mais de 100 espaços no Brasil, com uma boa estrutura e preços acessíveis. Esses espaços geralmente apresentam um ambiente mais descontraído que outros locais mais tradicionais.

Além destes existe também um conceito muito atual de espaço de trabalho chamado home office, ou seja, o escritório em casa. A escolha por esse tipo de escritório têm crescido

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muito e isso se dá principalmente por causa dos avanços da tecnologia, pois assim temos acesso a qualquer lugar e a qualquer momento. Esse espaço pode ser usado para o funcionamento de um negócio próprio ou até mesmo como extensão de uma empresa. (GURGEL, 2014). Uma desvantagem desse tipo de espaço seria a falta de contato direto que se têm com diferentes pessoas, como acontece no caso dos coworkings.

É importante que um mobiliário desenvolvido para um ambiente de trabalho, como escritórios, além de atender a requisitos ergonômicos para tornar-se confortável para o usuário, deva manter a usabilidade em qualquer tipo de ambiente. A proposta do trabalho é desenvolver o móvel de forma que ele possa ser utilizado nos diversos ambientes hoje existentes no mercado de trabalho.

2.2 MOBILIÁRIO

Dentro dos produtos industriais Löbach (2001) divide-os em outras quatro categorias. Estas são oriundas da observação da interação entre usuário e produto. O autor cita as principais questões que devem ser levadas em consideração para esta divisão, sendo elas a maneira como ocorre o processo de uso, o significado do produto para o usuário, quantas pessoas o utilizam e se é utilizado particularmente ou coletivamente.

O primeiro grupo são de objetos de consumo, que deixam de existir após o uso. O produto de uso tipo 1 é o de uso individual, feito especificamente e exclusivamente para uma pessoa. Os produtos de uso 2 são para determinados grupos, como por exemplo membros de uma família, ou até mesmo pessoas que não conhecem umas às outras. Neste grupo estão inclusos os mobiliários. Por fim os produtos de uso 3 são para uso indireto, que geralmente fazem parte de um projeto mais amplo tendo configuração para um fim prático permanecendo geralmente ocultos (LOBACH, 2001).

O mobiliário surge então em sua grande maioria como um produto de uso 2, aquele que como já citado anteriormente serve para atender as necessidades humanas encontradas no cotidiano. Um mobiliário pode ter diversas funções, atendendo a não somente uma necessidade. Segundo BOOTH e PLUNKETT:

O mobiliário exercerá um papel fundamental – provavelmente o mais importante – no refinamento das novas instalações e na interação física entre os elementos internos e seus usuários, devendo cumprir sua obrigação prática de dar suporte a atividade humana sem comprometer a eficiência ou o conforto. (2015, p. 6)

Os autores explicam ainda que além de cumprir as funções práticas, o mobiliário deve também atender aos requisitos estéticos do usuário independentemente da função que irá exercer, entretanto deve-se levar em conta que a forma deve ser definida pela função para que

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este não se torne inadequado, como esclarecem: “As cadeiras devem servir para sentar. Os tampos das mesas devem ser horizontais. As dimensões serão determinadas pelas limitações do corpo humano, e os materiais, pelos diferentes graus de uso e abuso a que estiverem sujeitos” (BOOTH, PLUNKET, 2015, p.6).

Além disso o mobiliário é também um elemento histórico ligado às transformações que ocorreram e ocorrem na sociedade conforme afirmam os autores FRANCESCHI e NASCIMENTO (2009), muitas foram suas formas e características no decorrer dos séculos até os dias de hoje. Neles estão retratados costumes, cultura, todo o modo de viver de uma sociedade em um determinado período de tempo.

2.2.1 Tipos de Mobiliário

Os mobiliários podem ser subdivididos em diversos setores. Um deles é o de móveis feitos sob medida e os móveis de fabricação em massa. Segundo Booth e Plunket (2015) os móveis sob medida geralmente são a escolha de usuários que encontram ocasiões nas quais algumas necessidades específicas precisam ser atendidas, quando estas não são satisfeitas nos móveis já existentes no mercado. Este é o maior benefício de se comprar esse tipo de mobiliário, pois ele será moldado para atender a todos os requisitos de um usuário ou um conjunto mais restrito de usuários. Além disso ele atenderá aos requisitos estéticos de maneira mais fiel, pois os materiais e acabamentos serão escolhidos pelo comprador.

Booth e Plunket (2015) explicam também que nos móveis feitos sob medida, como na figura 3, existem outros pontos que podem interferir no projeto e mudar o projeto inicial. Além da natureza da atividade a ser realizada neste mobiliário entram todas as questões de peculiaridades do imóvel onde o mesmo será instalado, deste modo é necessário uma maior cuidado por parte do projetista para que a adaptação seja a melhor possível.

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Figura 3: Projeto de home office feito sob medida

Fonte: JKS Móveis Planejados (2014)

Entretanto este tipo de móvel tende a ser encarecido em relação ao processo de fabricação. Por esse motivo os móveis de fabricação em massa são os mais comprados pela maioria da população, pois neste caso as empresas conseguem arcar com maior facilidade questões como o custo com a testagem em protótipos (BOOTH, PLUNKET, 2015). Nestes móveis é mais difícil de se encontrar elementos mais pessoais pois são feitos para a população em geral, ou seja, seu objetivo é agradar ao maior número de pessoas possíveis. Sendo assim o designer tem a função de criar o móvel de produção em massa resolvendo da melhor maneira a questão do estilo e do conforto (BOOTH, PLUNKET, 2015).

Assim como descreve Löbach (2001), explicando que produtos fabricados em massa, em muitas vezes não conseguem atender as necessidades psíquicas individuais do usuário, onde o produto artesanal ganha uma vantagem por atender especificações únicas do mesmo. Sendo assim, para a criação de um produto que será produzido em larga escala, é fundamental o conhecimento aprofundado do seu público alvo, pesquisando o comportamento dos futuros usuários, para que este consiga atingir e satisfazer um maior número de pessoas. A Tok & Stok é uma loja referência em mobiliário a pronta entrega no brasil e também decoração. Na figura 4 podemos observar uma escrivaninha de uma das diversas linhas desenvolvidas pela empresa.

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Figura 4: Home Studio – Escrivaninha com nicho Tok & Stok

Fonte: Tok & Stok (2017)

Os autores ainda trazem outros dois tipos de mobiliário, mas estes não tão comumente utilizados, que são os móveis de reuso e os móveis com design especial. Os móveis de reuso nada mais são que o mobiliário que é descartado por um usuário ser redefinido, restaurado, ou até mesmo utilizar apenas partes de um móvel unido com partes de outro. Entra neste tipo de mobiliário a questão da sustentabilidade, pois o que seria apenas um resíduo a mais no meio ambiente torna-se algo útil para outra pessoa. Já os móveis com design especial são aqueles feitos por designers ou artesãos com um intuito menos funcional e mais artístico, sendo utilizado extremamente pelo apelo estético (BOOTH, PLUNKET, 2015).

2.2.2 Estilos de mobiliário

Os mobiliários podem também ser divididos por estilos. Através dos séculos muitos foram os estilos e tendências utilizados na concepção de mobiliários e objetos de decoração, com cada época sendo marcada pelos avanços nos usos de novos materiais. Além disso, os móveis, desde os tempos antigos até o momento atual adaptam-se ao estilo de vida, tendo de atender às necessidades e costumes. A tabela 2 mostra no geral a evolução dos estilos de mobiliário de acordo com a cronologia nos diferentes países da Europa.

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Tabela 2: Evolução dos estilos de mobiliário

Fonte: Galvão (2016)

Destes estilos serão destacados aqueles surgidos após o século XIX que se inicia com o modernismo. Até o início do século XIX os móveis tinham características carregadas de ornamentos. O modernismo surge trazendo um estilo de mobiliário totalmente diferente do que se encontrava nas décadas anteriores, seguindo linhas mais arquitetônicas e muito mais simples que os anteriores (GALVÃO, 2016).

Foi no movimento Arts and Crafts, surgido da era vitoriana, onde começou a surgir uma preocupação com os produtos fabricados em massa, pois nessa época, os fabricantes da “era da máquina” eram movidos mais pela quantidade do que pela qualidade (TAMBINI, 1999). O designer mais influente nesse movimento foi William Morris, que era dono da empresa Morris and Co. que produzia diversos tipos de objetos. Segundo Tambini (1999), para Morris tanto a arte como o artesanato tinham o mesmo valor e acreditava que o bom design contribuía positivamente com a sociedade tornando-a mais feliz. Na figura 5 pode-se observar a decoração de uma residência com elementos do estilo Arts and Crafts.

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Figura 5: Ambiente residencial no estilo Art's and Craft's

Fonte: Tambini (1999, p.10)

Por volta de 1900 o movimento a ser destacado é a Art Noveau. Foi um movimento liderado por Henry Van de Velde, que trouxe ainda algum resquícios do romantismo, sendo individualista e decorativo. Segundo Tambini (1999), este foi um movimento mais aberto ao uso de novos materiais e a produção em massa. Era próxima dos movimentos Jungendstil na Alemanha, da secessão na Áustria entre outros. A cadeira desenvolvida por Charles Macintosh (figura 6) traz elementos da Art Noveau.

Figura 6: Cadeira Rose Boudoir – 1902 – Charles Rennie Mackintosh

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No mobiliário traz formas sinuosas, formando arabescos e entrelaçados feitos através da marchetaria, inspirados em motivos vegetais, formas de animais, pintura japonesa e figuras femininas, e por isso era conhecida também, entre outros nomes, como arte floral, ou Floreal como na Itália (GALVÃO, 2015). Em relação aos materiais utilizados nesse movimento Galvão (2015) explica que havia um grande apreço pela madeira, principalmente madeiras claras e também nogueira, sicômoro, mogno, pinho e abeto. Também eram muito utilizados os metais como ferro, aço, prata e bronze.

Antes da Bauhaus, surgiu a Deutsche Werkbund, uma associação de artistas, artesãos, publicitários e industriários, que almejavam a integração e a melhora do trabalho da arte por meio da formação (BÜRDEK, 2006). Segundo BÜRDEK (2006) o ponto alto da Werkbund se deu na exposição realizada após a primeira Guerra Mundial, por diversos arquitetos da época para trazer novas ideias pra a arquitetura e o design, e o autor ainda salienta que “com o uso de novos materiais foram também desenvolvidos novos conceitos de habitar.” (BÜRDEK, 2006, p.25).

No ano de 1917 surgiu o De Stijl, uma associação de designers, arquitetos, filósofos e pintores. De acordo com Tambini (1999) esse movimento deu um salto em relação a estética dos objetos, fugindo do modelo com ornamentos, utilizava de forma mais limitada as cores e trazia formas e linhas mais geométricas. Esse movimento buscou encontrar uma forma de expressar uma nova estética da máquina através da linguagem visual. A cadeira vermelha e azul (figura 7) foi um grande ícone desse movimento, mostrando exatamente a preferência às formas mais geométricas.

Figura 7: Cadeira Vermelha-e-azul – Gerrit Rietveld - 1917

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Com a criação da escola de arte Bauhaus em 1919 na Alemanha buscou-se remover os vestígios do passado abolindo ornamentos e buscando um design mais limpo (GURGEL, 2012). Nessa época foram criadas inúmeras peças que se tornaram grandes ícones do design e que são conhecidas e comercializadas até os dias de hoje como o caso da Cadeira de Braços de Mies van der Rohe (figura 8), criada em 1927. Tambini (1999) explica que os designers da Bauhaus evitavam fabricar produtos com referência histórica, reduzindo elementos básicos.

Figura 8: Cadeira de braços (1927)

Fonte: Daily Icon (2014)

A Art Déco surgida na década de 1920 não é exatamente um movimento como explica Tambini (1999). Ela trata mais de um compartilhamento de enfoque estilístico. Esse período fugiu um pouco do estilo mais limpo e geométrico da Bauhaus. Havia a interação entre as formas, padrões abstratos, cores brilhantes e o uso do bronze, marfim, ébano e também o uso de materiais mais baratos como a baquelita. Era na verdade uma mistura do design do século XVIII com o design moderno. A figura 9 mostra um ambiente com decoração inspirada na Art Déco, trazendo o abstrato e a mistura de formas e cores do estilo.

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Figura 9: Decoração de ambiente inspirada na Art Déco.

Fonte: Mais Estilo (2013)

Em 1950 o modernismo voltou a atuar fortemente, formalizando uma filosofia reducionista onde tudo que não fosse necessário ao funcionamento de um objeto deveria ser descartado. Entretanto já na década de 60 começou uma rejeição ao modernismo através da geração baby boom que buscavam mudança e variedade no lugar de uniformidade. Nesse período surgiu o psicodelismo, que foi muito influente assim como a arte pop, que trouxe elementos irônicos e irreverentes ao design da época (TAMBINI, 1999). A figura 10 mostra decorações com elementos da cultura dos anos 60, sempre com muita mistura de cores bem vivas, trazendo um ar mais alegre relembrando a fase hippie da época.

Figura 10: Decoração dos anos 60

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O pós-modernismo veio então como uma total rejeição ao legado do modernismo (TAMBINI, 1999). Os designers começaram a experimentar outras formas, que não fossem apenas resultado de uma aplicação objetiva de um processo. De acordo com Booth e Plunket (2015), passou-se a aceitar que a função não se relacionava apenas com a praticidade mas também com o prazer estético, e assim conseguiu-se atingir um público entusiasmado de compradores, os quais os modernistas não haviam conseguido atingir.

O grupo Memphis formado em Milão por Ettore Sottsass foi o mais importante surgido após o advento do pós-modernismo. Esse grupo defendia a necessidade de uma estética mais democrática, e geralmente dava mais ênfase ao visual e significado de um objeto do que ao seu uso prático, onde buscava-se atender ao desejo e a necessidade do usuário, e assim tornaram-se um enorme sucesso comercial (TAMBINI, 1999). Um de seus objetos ícones foi o Balcão Carlton (figura 11) criado por Sottsass e apresentado na primeira exposição do grupo em Milão em 1981.

Figura 11: Balcão Carlton (1981)

The Met (2017)

2.2.3 Mobiliário de Escritório

Existem hoje muitas empresas especializadas na produção de mobiliário para os espaços de trabalho, e isso se deve pelas peculiaridades que esse tipo de móvel apresenta, pois levando em consideração o tipo de trabalho que será exercido e a quantidade de tempo em que a tarefa será exercida é necessário que se atenda as normas existentes de ergonomia e antropometria

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para a criação dos mesmos. Os móveis mais importantes de um escritório são as mesas, cadeiras e móveis auxiliares, como arquivos e estantes (BOOTH, PLUNKETT, 2015).

- Escrivaninha

Segundo Franceschi e Nascimento (2009) o termo escritório surgiu na Idade Média para especificar um tipo de móvel: a escrivaninha. A escrivaninha servia de suporte para atividades intelectuais como leitura, escrita, cálculos e realização de projetos e ocupava pequenos cômodos. O tipo de escrivaninha ideal vai depender muito do tipo de uso da mesma. Booth e Plunkett (2005) explicam que uma mesa para uma só pessoa necessita de espaço suficiente para acomodar equipamentos adequados e documentos.

A empresa Meu Móvel de Madeira (2017) explica que a escrivaninha além de ser ergonomicamente confortável precisa também ser prática, apresentando compartimentos para apoio, para guardar objetos e documentos que precisem estar ao alcance durante a jornada de trabalho. Quando for utilizada por duas ou mais pessoas a mesa de escritório dificilmente terá espaço suficiente para guardar os materiais de todos os usuários sendo necessário o uso de móveis auxiliares, como gaveteiros móveis, por exemplo. Existe uma grande variedade de escrivaninhas no mercado hoje que vão desde as compactas (figura 12) até as luxuosas e tecnológicas (figura 13).

Figura 12: Mesa compacta Legno

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Figura 13: Mesa digital Ideum

Fonte: Heise Online (2014)

- Cadeira

Um assento ideal para um posto de trabalha vai depender de diversos estudos anatômicos, fisiológicos e análises das posturas adotadas no momento da utilização. Não existe um tipo de assento ideal para todos os tipos de funções, sendo que a cadeira escolhida deve ser a melhor opção em relação a cada tipo de tarefa a ser executada. Além disso é importante que o assento permita variações das posturas para evitar pressões e tensões tanto dos músculos quanto da coluna, reduzindo também a fadiga. (IIDA, 2003)

Ainda segundo Iida (2003) outro ponto importante de uma cadeira é o encosto, pois este deve auxiliar no relaxamento levando-se em consideração a quantidade de horas que o usuário passará utilizando-a. Booth e Plunkett (2005) explicam que as cadeiras de visitante não necessitam de tanto cuidado, pois serão usadas por breves períodos de tempo, diferente da cadeira de trabalho que servirá para uso contínuo, entretanto, elas ainda devem manter um nível de conforto semelhante a de uso contínuo.

Uma curiosidade sobre as atuais cadeiras de escritório que possuímos hoje, é que a primeira cadeira com rodas foi criada por Charles Darwin, que ao perceber uma necessidade de locomoção de forma mais rápida durante seus estudos, fixou rodas nas pernas de sua poltrona (figura 14), dando origem as cadeiras que possuímos hoje (ROMANZOTI, 2012). Hoje possuímos uma grande variedade de cadeiras de escritório (figura 15), podendo possuir não somente rodinhas mas também uma extensa variedade de ajustes e demais itens que beneficiam o conforto na utilização.

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Figura 14: Cadeira de Charles Darwin

Fonte: Romanzoti (2012)

Figura 15: Variedade de cadeiras disponíveis no mercado

Fonte: A autora.

- Móveis Auxiliares

Segundo Van Meel et al (2012) os escritórios podem apresentar espaços de apoio que são projetados para dar suporte aos diferentes processos desenvolvidos. Isso dependerá muito do tipo de escritório e da necessidade da empresa, onde os espaços de arquivamento, armazenamento, impressão e cópia por exemplo podem estar em salas separadas ou estes equipamentos podem estar na mesma sala de escritório.

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Em ambos os casos se faz necessário o uso de mobiliários auxiliares, que vão desde armários, a mesas para acomodação de equipamentos. Booth e Plunkett (2015) salientam que a qualidade dos móveis auxiliares deve acompanhar a dos demais móveis como mesa e cadeira para que seja possível a criação de um ambiente harmônico. A figura 16 apresenta alguns mobiliários que podem servir de apoio para o trabalho em escritórios.

Figura 16: Móveis auxiliares para escritório

Fonte: autora.

2.2.4 Multifuncionalidade

A demanda por objetos multifuncionais vem crescendo cada vez mais no mercado, principalmente se tratando de mobiliário. Com a redução do espaço dos ambientes residenciais e de trabalho atuais faz-se necessário que os móveis consigam acompanhar essa mudança trazendo mais funcionalidade e praticidade para o dia-a-dia dos seus usuários, representando também um grande diferencial competitivo no mercado moveleiro. (MORO, MACHADO, 2015)

Segundo Moro e Machado (2015) atender as exigências dos clientes através de produtos inovadores e diferenciados tornou-se um dos pontos chaves para que as empresas consigam se manter competitivas nesse meio. Um só produto precisa atender cada vez mais o máximo de necessidades de seus usuários e isso pode-se observar no desenvolvimento de um objeto multifuncional.

Prado (2016) explica que os móveis multifuncionais podem auxiliar de diversas maneiras o cotidiano do seu usuário, tanto no aproveitamento de espaço quanto na introdução de mais funcionalidades. Entretanto o autor salienta que nesse meio obter soluções satisfatórias

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sem a perda do conforto é fundamental, sendo que estas soluções devem funcionar juntamente com as tecnologias utilizadas no meio em que estará inserida.

Antigamente os móveis multifuncionais eram feitos somente sob medida, mas essa realidade está se transformando. Hoje no mercado já existe uma grande diversidade de móveis com mais de uma funcionalidade, como camas que possuem armários embutidos e escrivaninhas dobráveis para aproveitamento de espaço. Um móvel que exemplifica o modelo de multifuncionalidade é o aparador Mister (figura 17) desenvolvida pelo designer Daniel Duarte para a empresa Wewood. Com uma estética discreta o móvel pode ser utilizados em diversos lugares e as gavetas e prateleiras internas podem ser reorganizadas para que possa ser utilizado como bar, arquivo, suporte para livros e aberto pode ser utilizado como escrivaninha.

Figura 17: Aparador Mister

Fonte: Casa Vogue (2014)

Um exemplo de mobiliário para aproveitamento de espaço é a escrivaninha extensível Up (figura 18), comercializada pela empresa Meu Móvel de Madeira, é ideal para home offices ou escritórios pequenos. Além do tampo extensível, a escrivaninha possuí espaços para armazenamento, facilitando o seu uso.

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Figura 18: Escrivaninha Up

Fonte: Meu Móvel de Madeira (2017)

2.2.5 Tendências

A tendência nada mais é que uma modalidade do desejo, onde a psicologia a trata como “orientação das necessidades individuais em direção a um ou vários objetos que possam satisfazê-la” (CALDAS, 2004, p.25). O autor explica ainda que as tendências surgem através da observação dos comportamentos, gostos e trilhas do consumo e há tendência para tudo, desde o modo de vestir ao modo de pensar.

Lott (2017) explica que no momento da criação tanto de um móvel quanto de um acessório de decoração, tudo deve ser levado em conta, material, cor, função, textura entre outros. Todos esses elementos presentes na concepção de um novo produto são direcionados pelo comportamento humano. É desta forma que nascem as tendências, um determinado comportamento vai levando a outro como resposta.

As tendências podem ser ditadas por marcas, pessoas ou eventos famosos. Existem hoje os chamados pesquisadores de tendência, que além de participar de eventos buscam conhecer a sociedade atual onde um produto será inserido, fatores econômicos e sociais, investigação histórica, tudo isso serve como parâmetro para a inovação, de forma que esta alcance uma quantia maior de pessoas (MAES, 2017). No ramo de mobiliário, materiais e cores as tendências para 2018 já estão surgindo. A Maison & Objet Paris 2017, assim como a Pantone já apresentaram tendências em materiais, cores e estampas para o próximo ano.

- Tendência em escritórios

Antes de mais nada é importante saber quais os rumos dos escritórios atuais no Brasil. Como já descrito anteriormente, os ambientes de trabalho estão seguindo uma linha para se tornar cada vez mais humanizados e colaborativos, o que não é uma tendência apenas nacional mas sim mundial. A empresa RS Design (2017), especialista em mobiliário corporativo explica que o formato tradicional de ambientes corporativos individualizados e hierarquizados estão

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ficando cada vez mais obsoletos, e através da edição de 2017 do Salão do Móvel de Milão ficou claro que os espaços de trabalho compartilhados só tendem a crescer.

Ainda assim a RS Design (2017) salienta que é necessário uma inserção de forma gradual deste meio, principalmente para as pessoas pertencentes a geração X (nascidos entre 1960 e 1980) que estão acostumados com uma cenário totalmente diferente do que agora se pode ver, principalmente quando uma empresa decide mudar repentinamente a forma de trabalho, os funcionários podem não se adaptar.

Radomille (2015) salienta também alguns pontos que estão ganhando mais destaque nos ambientes corporativos. As estruturas de um ambiente precisa ser funcional e otimizada, tendo em vista que o espaço ocupado por uma empresa faz parte da sua estratégia de desenvolvimento. Outros pontos chaves que são permanentes nos momento de pensar em uma ambiente é a sustentabilidade e o conforto aliado a ergonomia. A sustentabilidade pode ser alcançada de diversas formas, não só na arquitetura do ambiente mas também na maneira de agir da empresa. Já a ergonomia é um assunto que sempre vai estar inserido nos ambientes de trabalho, pois oferecendo conforto para os funcionários, as atividades e processos tendem a se desenvolver de maneira mais adequada. As opções mais dotadas pelas empresas ultimamente são as mesas e cadeiras ajustáveis, que permitem que cada usuário utilize-a da maneira mais correta. Além disso, a busca por materiais mais resistentes e fáceis de limpar também tem crescido muito nesse meio.

Por fim, a autora enfatiza que atualmente é importante que um ambiente corporativo reflita a imagem de uma empresa ou do profissional. Uma decoração bem pensada aumenta a produtividade e bem estar das pessoas que frequentam aquele espaço. A decoração é um ponto importante tanto para funcionários quanto para os clientes (RADOMILLE, 2015).

- Tendência em materiais

Segundo Contaifer (2017) o material que mais será utilizado nos próximos anos continua sendo a madeira, muito aplicado como painéis que remetem ao conforto e aconchego. Quando usada em outros formatos a madeira traz para a decoração um toque moderno, podendo ser utilizada não só nos mobiliários como também nos revestimentos, rústica ou com acabamento, como se pode ver no ambiente da figura 19 desenvolvido pelas arquitetas Alessandra Ramos e Ana Paula Salim para a mostra Mainline.

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Figura 19: Uso de painéis de madeira como revestimento na decoração

Fonte: Contaifer (2017)

Em relação a madeira, outra tendência é o conceito “New Clarity”, que é relacionado a calma e tranquilidade, tendo como referência o minimalismo, linhas limpas e a simplicidade através do uso de madeira delicada em tons claros (figura 20). Sua mistura com outros materiais como fibras naturais reforçam o aspecto simples, sendo geralmente misturado com as cores preto, branco, cinza e bege (HABITUS BRASIL, 2016).

Figura 20: Ambiente conceito New Clarity

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O cimento também é outro material que está muito em alta nas decorações de ambientes atualmente. O material tem aparecido na arquitetura de ambientes, no mobiliário, seja ele misturado com outros matérias ou usado só e até mesmo nos objetos de decoração. Segundo Wenzel (2016) o cimento traz um ar totalmente moderno e despojado aos ambientes, e além disso pode ser um elemento com preço mais acessível para substituir materiais como o granito como mostra a figura 21.

Figura 21: Mobiliário em cimento

Fonte: Wenzel (2016)

No meio corporativo, os materiais metálicos são sempre muito utilizados, pois assim como a madeira, também traz modernidade ao ambiente. Eles também podem ser utilizados de maneira isolada ou em conjunto com partes de marcenaria (figura 22). São muito utilizados nas cadeiras de escritório por ser mais prático, leve e durável que os demais materiais. Dentre os materiais metálicos se destacam o cobre, bronze e ferro (PRODIS, 2016).

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Figura 22: Metal e madeira no mobiliário

Fonte: Designwohnen.de (2017)

Já no quesito estofados a Casa Vogue (2017) destaca que a tendência continua sendo o veludo para revestimento de estofados como sofás e poltronas. Destaque para a cadeira Series 7 (figura 23), de Arnes Jacobsen para a Fritz Hansen que pela primeira vez na história foi produzida usando veludo, na cor azul escuro. Além disso, as texturas em relevo também devem aparecer bastante.

Figura 23: Cadeira Series 7

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- Tendência em cores

O homem pode apresentar diversas reações em relação as cores, sendo que estudos comprovam que a cores podem influenciar o estado emocional, a produtividade e a qualidade do trabalho. As cores podem representar temperaturas e até mesmo sentimentos, como as cores mais avermelhadas tendem a trazer mais alegria e as cores frias estão mais relacionadas a calma, paz ou melancolia (IIDA, 2003).

O instituto Pantone apresenta todo ano a cor que será tendência no ano seguinte. Em 2017 a cor escolhida foi a Greenery, um tom de verde refrescante e revigorante. Este ano já foi divulgado uma coleção de 8 paletas (figura 24) de cores com tendências para 2018 no Pantone View home + iteriors 2018. Segundo o próprio instituto a intenção é se libertar do pensamento tradicional trazendo cores revitalizadas com matizes harmonizados em novas combinações e direções de forma que agrade o consumidor buscando sempre novidades.

Figura 24: Paletas de cores para 2018 pela Pantone

Fonte: Oliveira (2017)

Segundo Oliveira (2017), o estudo realizado para a escolha das tonalidades leva em consideração tudo de mais relevante que é apresentado nas passarelas, teatro, cinema, televisão, arquitetura e até mesmo comidas. Além disso o Instituto de Cores Pantone busca avaliar os hábitos de consumo no mundo todo.

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Na figura 24, da parte superior esquerda em ordem estão as paletas: Verdure, Playful, Discretion, TECH-nique, Far-Fetched, Resourceful, Intricacy e Intensity. A paleta Verdure foi inspirada na natureza, representando a saúde e o bem-estar. Já a Playful surge como uma opção para cores alegres. Na Discretion são destacados os tons leve, entre eles o rosa que é uma grande aposta para 2018.

A Tech-nique aposta nas cores perolizadas com tons de azul, turquesa e roxo. A paleta Far-Fetched apresente tons quentes e terroso, em contrapartida a Resourceful vai das cores quentes a frias criando uma combinação de opostos. A Intricacy e Intensity são mais dramáticas, um com preto, cinza marrom e amarelo trazendo o metalizado e a outro com cores bem intensas (OLIVEIRA, 2017).

Estudar as tendências presentes no mercado é um ponto chave para o sucesso de um produto. Agradar ao público alvo pode tornar um projeto atemporal. A ideia do projeto em questão é apresentar um móvel que possa se adaptar aos diferentes espaços e também as diferentes épocas.

2.3 ERGONOMIA

Segundo o dicionário Michaelis (1998) de língua portuguesa, ergonomia é o conjunto dos estudos que têm por objeto a organização do trabalho em função do fim proposto e das condições de adaptação do homem ao seu trabalho. É originária do grego ergon que significa trabalho e nomos referente a legislação. Grandjean (1998) define a ergonomia como “a ciência da configuração do trabalho adaptado ao homem” (GRANDJEAN, 1998, p.7) não muito diferente da definição anterior.

A ergonomia nasceu com o homem primitivo, através do uso da intuição para a concepção das primeiras ferramentas utilizadas para a sobrevivência, que com o passar do tempo foram sendo criados inúmeros objetos cada vez mais elaborados. Mas foi na Segunda Guerra Mundial que a ergonomia apareceu com maior importância, pois percebeu-se uma necessidade de adaptação dos aparelhos militares aos seres humanos para facilitar seu uso (GOMES FILHO, 2003).

A ergonomia faz uso de diversos outros campos de estudos como fisiologia, psicologia, antropologia entre outras, apresentando assim caráter multidisciplinar. Gomes Filho (2003) define o projeto de design dependente de três conceitos essenciais: função, estrutura e forma. Desta forma o uso da metodologia do design aliado ao estudo da ergonomia busca trazer o maior número de benefícios ao usuário que interage com os objetos concebidos e está cada vez

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mais ligada a organização do trabalho, prevenindo acidentes, minimizando problemas e aumentando a segurança e produtividade.

Gomes Filho (2003) desenvolveu um sistema de leitura ergonômica muito útil na configuração de novos produtos ou até mesmo na adequação de produtos já existentes que se relaciona em muitas partes com as etapas de análise ergonômica desenvolvida por Platcheck (2012), entretanto a primeira encontra-se mais bem explicada e definida. Os Fatores Ergonômicos Básicos (FEB) é divido em três principais blocos de análise facilitando assim organização de temas com assuntos semelhantes entre si: requisitos do projeto, ações de manejo e ações de percepção. Estas três estão subdividas em demais campos conceituais.

O primeiro bloco relaciona-se com os requisitos do projeto. Estes são todas as qualidades desejadas no produto que está sendo desenvolvido configurando uma das partes mais importantes na fase de criação. Está subdivido em tarefa, segurança, conforto, estereótipo popular, envoltório de alcances físicos, postura, aplicação de força, e materiais. O segundo bloco define as ações físicas relacionadas com o manuseio de produtos, chamada de ações de manejo. Esta se divide em manuseio operacional, limpeza, manutenção e arranjo espacial (GOMES FILHO, 2003).

Já o terceiro bloco está mais ligado as sensações cognitivas, ou seja, elementos do projeto que passam ao seu usuário alguma informação ou estímulo. Estes estão relacionados a clareza, contraste, localização apropriada de textos ou imagens, sons e superfícies. Estão divididos em visual, auditivo, tátil, cinestésico e vibração. O autor destaca que estes fatores quando mal projetados podem acarretar em diversos problemas podendo inclusive influenciar na segurança ao manusear o objeto (GOMES FILHO, 2003).

Postos de atividade são definidos por Gomes Filho (2003) como o local para práticas domésticas, culturais, de lazer, onde geralmente se inserem os mobiliários. Mobiliários relacionados a realização de tarefas apresentam como fator principal a aplicação da ergonomia. Não há como um móvel ser projetado sem antes haver um estudo aprofundado dos dados antropométricos do público usuário. Booth e Plunkett (2015) enfatizam “Um bom design de mobiliário sempre conferiu uma dimensão estética apropriada aos produtos finais baseados em dados ergonômicos e antropométricos” (BOOTH, PLUNKETT, 2015, p. 13).

2.3.1 Antropometria

Gurgel (2014) explica que nossa relação com o meio que vivemos pode ser traduzida por algumas medidas referenciais básicas levando em consideração altura, largura, alcance

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entre outros. Além disso as diferentes tarefas que exercemos no nosso cotidiano exigem também um espaço mínimo recomendado. E é através de dados antropométricos que pode-se obter as medidas ideias para o desenvolvimento de um ambiente ou mobiliário.

Para o estudo da realização de uma tarefa relacionada ao objeto, pode-se fazer um levantamento postural e acional em relação as atividades da tarefa, onde se analisam as posturas físicas assumidas no momento do uso e também a aplicação de força quando presente. Este levantamento está relacionado a dois requisitos de projeto já citados nos fatores ergonômicos básicos de Gomes Filho (2003) sendo eles postura e aplicação de força. Platcheck (2012) considera que em trabalho ou repouso o corpo assume três principais posturas: deitado, sentado ou em pé. Já Gomes Filho (2003) inclui as posições reclinado, inclinado, recostado e sentado.

Das três posturas, a deitada é a que menos consome energia, a posição em pé é a mais fatigante e por sua vez a posição sentada consome de 3 a 10% a mais de energia que a posição horizontal. Esta última é a mais comumente utilizada nos postos de trabalho e na realização de algumas tarefas domésticas. Segundo Iida (2003) esta postura exige atividade dos músculos dorsais e do ventre e tem ainda mais uma vantagem em relação a posição em pé que é manter braços e pernas livres.

O levantamento da postura adotada ao utilizar um produto pode ser registrada através de fotos, onde deve-se levar em consideração o sexo do usuário, suas dimensões e as diversas formas como esse o utiliza. Grandjean (1998) diz que a grande variabilidade de medidas entre os indivíduos é uma das grandes dificuldades encontradas ao desenvolver um produto de produção em massa. A autora enfatiza que muitas vezes não se pode levar em conta apenas a média da população, mas sim os extremos, sabendo diferenciar cada caso, para que este possa ser utilizado pelo maior número de pessoas.

Nesse contexto, Iida (2003) traz quatro princípios para a aplicação de dados antropométricos. O primeiro é o projeto para pessoas do tipo médio, onde se realiza um cálculo para chegar a uma média. Esse tipo de medida nem sempre é a ideal para se aplicar a um projeto, pois geralmente a maioria dos indivíduos não se encaixam na média. O segundo princípio trata dos projetos para indivíduos extremos, que é o caso de quando o uso da média não é satisfatório, ou seja, quando pessoas acima ou abaixo da dimensão média não ficariam bem acomodadas. Para isto usa-se medidas que englobem 95% da população de acordo com a limitação do projeto.

No caso do terceiro princípio trazido por Iida (2003), são os projetos para faixas da população, os quais geralmente trazem opções ajustáveis para uma melhor acomodação dos usuários. Por fim o quarto princípio trata dos projetos destinados para um indivíduo. São menos comum, mas as vezes necessários, onde se usa a medida especifica e se produz algo unicamente

Referências

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