• Nenhum resultado encontrado

Aplicação de programação lógica por restrições para a otimização do sequenciamento de uma rede dutoviária

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Aplicação de programação lógica por restrições para a otimização do sequenciamento de uma rede dutoviária"

Copied!
139
0
0

Texto

(1)

P ´

OS-GRADUA ¸

C ˜

AO EM ENGENHARIA EL´

ETRICA E

INFORM ´

ATICA INDUSTRIAL

FL ´

AVIA KONOWALENKO

APLICA ¸

C ˜

AO DE PROGRAMA ¸

C ˜

AO L ´

OGICA POR

RESTRI ¸

C ˜

OES PARA A OTIMIZA ¸

C ˜

AO DO

SEQUENCIAMENTO DE UMA REDE DUTOVI ´

ARIA

TESE DE DOUTORADO

CURITIBA 2019

(2)

APLICA ¸

C ˜

AO DE PROGRAMA ¸

C ˜

AO L ´

OGICA POR

RESTRI ¸

C ˜

OES PARA A OTIMIZA ¸

C ˜

AO DO

SEQUENCIAMENTO DE UMA REDE DUTOVI ´

ARIA

Trabalho de Tese apresentado ao Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Engenharia El´etrica e Infor-m´atica Industrial da Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a como requisito parcial para ob-ten¸c˜ao do t´ıtulo de Doutor em Ciˆencias - ´Area de Concentra¸c˜ao: Engenharia de Automa¸c˜ao e Sis-temas.

Orientador: Prof. Dr. Leandro Magat˜ao

CURITIBA 2019

(3)

Konowalenko, Flávia

Aplicação de programação lógica por restrições para a otimização do sequenciamento de uma rede dutoviária [recurso eletrônico] / Flávia Konowalenko.-- 2019.

1 arquivo texto (145 f.): PDF; 2,30 MB. Modo de acesso: World Wide Web

Título extraído da tela de título (visualizado em 26 ago. 2019) Texto em português com resumo em inglês

Tese (Doutorado) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pro-grama de Pós-graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial, Curitiba, 2019

Bibliografia: f. 119-124

1. Engenharia elétrica - Teses. 2. Programação por restrições (Com-putação). 3. Pesquisa operacional. 4. Tubulações - Projetos e construção - Simulação por computador. 5. Oleodutos de petróleo - Simulação por computador. 6. Oleodutos de petróleo. 7. Programação linear. I. Maga-tão, Leandro. II. Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial. III. Tí-tulo.

CDD: Ed. 23 -- 621.3 Biblioteca Central da UTFPR, Câmpus Curitiba

(4)

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação

TERMO DE APROVAÇÃO DE TESE Nº 196

A Tese de Doutorado intitulada “Aplicação de Programação Lógica Por Restrições Para a

Otimização do Sequenciamento de Uma Rede Dutoviária”, defendida em sessão pública pelo(a)

candidato(a) Flávia Konowalenko, no dia 19 de julho de 2019, foi julgada para a obtenção do título de Doutor em Ciências, área de concentração Engenharia de Automação e Sistemas, e aprovada em sua forma final, pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática

Industrial.

BANCA EXAMINADORA:

Prof.(a) Dr.(a) Leandro Magatão - Presidente – (UTFPR) Prof.(a) Dr.(a) Neida Maria Patias Volpi – (UFPR) Prof.(a) Dr.(a) Luiz Carlos Felizari – (IFPR) Prof.(a) Dr.(a) Flávio Neves Junior – (UTFPR) Prof.(a) Dr.(a) Luiz Fernando Nunes – (UTFPR)

A via original deste documento encontra-se arquivada na Secretaria do Programa, contendo a assinatura da Coordenação após a entrega da versão corrigida do trabalho.

(5)

KONOWALENKO, F.. APLICA ¸C ˜AO DE PROGRAMA ¸C ˜AO L ´OGICA POR RESTRI-¸

C ˜OES PARA A OTIMIZA ¸C ˜AO DO SEQUENCIAMENTO DE UMA REDE DUTOVI ´ A-RIA. 138 p. Tese de Doutorado – P´os-Gradua¸c˜ao em Engenharia El´etrica e Inform´atica Industrial, Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a. Curitiba, 2019.

O presente trabalho utiliza Programa¸c˜ao L´ogica por Restri¸c˜oes (PLR) com uma proposta para a atividade de sequenciamento de bateladas em uma rede de dutos real. O modelo desenvolvido est´a imerso em uma estrutura de otimiza¸c˜ao que auxilia a tarefa de sche-duling do transporte de, principalmente, derivados claros de petr´oleo. A rede de dutos em estudo ´e composta por 14 n´os (ou ´areas), sendo 4 refinarias, 2 terminais portu´arios, 2 clientes finais, 5 terminais de distribui¸c˜ao e um entroncamento de v´alvulas e bombas, interligados por 30 dutos. Na citada rede trafegam mais de 35 produtos derivados de petr´oleo e etanol. O processo de programa¸c˜ao das atividades de transferˆencia e estoca-gem envolve restri¸c˜oes operacionais complexas, sendo caracterizado como um problema combinatorial de otimiza¸c˜ao de dif´ıcil resolu¸c˜ao. Devido `a complexidade do problema, uma estrat´egia de decomposi¸c˜ao ´e empregada para a modelagem. Esta estrat´egia segue uma divis˜ao hier´arquica dos trˆes processos que comp˜oem o scheduling: Aloca¸c˜ao de Re-cursos, Sequenciamento das Atividades e Determina¸c˜ao Temporal. O modelo proposto em Programa¸c˜ao L´ogica por Restri¸c˜oes trata o M´odulo de Sequenciamento das Atividades, com uso de uma abordagem temporal discretizada. Objetiva-se a obten¸c˜ao da ordem de bombeamento das bateladas nas origens de bombeio e a sequˆencia de passagens destas bateladas pelos dutos da rede, respeitando-se os gerenciamentos de invent´arios. O modelo proposto para o m´odulo de Sequenciamento ´e composto, adicionalmente, por restri¸c˜oes que minimizam a necessidade de revers˜oes de fluxo nos dutos ou a inser¸c˜ao de produtos selo devido `a incompatibilidade de produtos. Os testes foram realizados em cen´arios reais para horizontes de programa¸c˜ao de 30 dias, considerando-se intervalos de discretiza¸c˜ao de uma hora. Apresentam-se os resultados comparativos com um modelo em PLIM (Progra-ma¸c˜ao Linear Inteira Mista) para o mesmo problema de sequenciamento. Os resultados computacionais obtidos indicam que o modelo em PLR proposto obt´em resultados com-par´aveis ao modelo PLIM. Deste modo, PLR mostra-se uma abordagem alternativa `a solu¸c˜ao do problema combinatorial abordado.

Palavras-chave: Pesquisa Operacional. Rede de Dutos. Programa¸c˜ao L´ogica por Res-tri¸c˜oes (PLR). Sequenciamento.

(6)

KONOWALENKO, F.. APPLICATION OF CONSTRAINT LOGIC PROGRAMMING FOR A PIPELINE NETWORK SEQUENCING OPTIMIZATION. 138 p. Tese de Dou-torado – P´os-Gradua¸c˜ao em Engenharia El´etrica e Inform´atica Industrial, Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a. Curitiba, 2019.

This work uses Constraint Logic Programming (CLP) as a proposal for the activity of sequencing batches in a pipeline network. The developed model is embedded in an op-timization framework that aids the scheduling task of transporting, mainly, petroleum derivatives. The pipeline network in study is composed of 14 nodes (or areas), namely: 4 refineries, 2 harbors, 2 final clients, 5 distribution terminals, and a junction of val-ves and pumps, connected by 30 pipelines. In the above-mentioned network, more than 35 oil products and ethanol can be transported. The process of programming transfer and storage activities involves complex operational constraints, and is characterized as a combinatorial optimization problem of difficult solution. Due to the complexity of the problem, a decomposition strategy is used for modeling purposes. This strategy follows a hierarchical division based on the three key scheduling elements: Allocation of Resources, Sequencing of Activities, and Timing. The model developed in Constraint Logic Program-ming is applied to the Sequencing of Activities, using a discretized temporal approach. The objective is to obtain the pumping order of batches in origin areas and the sequencing in intermediate nodes, taking into account the management of inventories. The propo-sed model for the sequencing activities consists of, for instance, restrictions for reversals of flow in pipelines and for insertion of plugs due to incompatible products. The tests were conducted in real-world scenarios for a scheduling horizon of 30 days, with one-hour discretization interval. A comparative study with an MILP (Mixed Integer Linear Pro-gramming) model for the same sequencing problem is conducted. The obtained results indicate that the proposed CLP model was competitive to the equivalent MILP model. Thus, CLP was an alternative approach for solving the studied combinatorial problem. Keywords: Operational Research. Pipeline Network. Constraint Logic Programming (CLP). Sequencing.

(7)

FIGURA 1 Malha Dutovi´aria Brasileira . . . 13 –

FIGURA 2 Malha Dutovi´aria na Regi˜ao de S˜ao Paulo . . . 14 –

FIGURA 3 Ilustra¸c˜ao da Rede de Dutos em Estudo . . . 19 –

FIGURA 4 Exemplo de Rota de Fluxo . . . 21 –

FIGURA 5 Exeplo de um Perfil de Descarga de um Navio em um Terminal Por-tu´ario . . . 23 –

FIGURA 6 Opera¸c˜oes na Rede de Dutos . . . 24 –

FIGURA 7 Limites de Estocagem Agregado por ´Org˜ao . . . 25 –

FIGURA 8 Ilustra¸c˜ao da Opera¸c˜ao de Revers˜ao . . . 28 –

FIGURA 9 Principais Topologias Dutovi´arias . . . 49 –

FIGURA 10 Fluxograma de Execu¸c˜ao Baseado nos Trˆes Elementos do Scheduling 58 –

FIGURA 11 Determina¸c˜ao das Janelas de Tempo de Envio e Recebimento . . . 60 –

FIGURA 12 Exemplo de Rota N´o-Origem e N´o-Destino . . . 71 –

FIGURA 13 Exemplo de Compartilhamento de Dutos . . . 72 –

FIGURA 14 An´alise das Possibilidades de Limita¸c˜ao de Troca de Ordem por meio de Janelas de Tempo . . . 74 –

FIGURA 15 Exemplo de Opera¸c˜ao Pulm˜ao. . . 76 –

FIGURA 16 Exemplo de Janelas de Tempos no Destino . . . 77 –

FIGURA 17 Grafo Estudo de Caso 1 . . . 99 –

FIGURA 18 Grafo Estudo de Caso 1 . . . 103 –

(8)

TABELA 1 Volume (103uv) e Extens˜ao (km) Aproximados dos Dutos . . . 18 –

TABELA 2 Grupos de Produtos Compat´ıveis para o Transporte Sequencial no Duto . . . 30 –

TABELA 3 Resumo dos Trabalhos em Redes de Dutos . . . 57 –

TABELA 4 Parˆametros do Modelo . . . 68 –

TABELA 5 Conjuntos do Modelo . . . 69 –

TABELA 6 ´Indices do Modelo . . . 69 –

TABELA 7 Conjuntos Esparsos . . . 70 –

TABELA 8 Exemplo de Forma¸c˜ao do Conjunto BNND . . . 71 –

TABELA 9 Conjunto BO f x . . . 72 –

TABELA 10 Conjunto BD f x . . . 72 –

TABELA 11 Exemplo de Forma¸c˜ao do Conjunto BBDtotal . . . 73 –

TABELA 12 Lista de Bateladas . . . 75 –

TABELA 13 Conjunto BBDrev . . . 75 –

TABELA 14 Conjunto PU LMAO . . . 76 –

TABELA 15 Lista de Bateladas e suas Caracter´ısticas . . . 78 –

TABELA 16 Exemplo de Janelas de Tempos para uma Lista de Bateladas. . . 78 –

TABELA 17 Conjunto BDPdin . . . 79 –

TABELA 18 Conjunto BD f xDin . . . 79 –

TABELA 19 Conjunto NPIJan . . . 80 –

TABELA 20 Conjunto BNPind . . . 80 –

TABELA 21 Vari´aveis . . . 82 –

TABELA 22 Compara¸c˜ao com Polli (2014) . . . 94 –

TABELA 23 Compara¸c˜ao dos Resultados entre os Modelos PLIM e PLR - Estudo de Caso 1 . . . 100 –

TABELA 24 Compara¸c˜ao dos Resultados entre os Modelos PLIM e PLR - Estudo de Caso 1 . . . 100 –

TABELA 25 Compara¸c˜ao dos Resultados entre os Modelos PLIM e PLR - Estudo de Caso 2 . . . 103 –

TABELA 26 Compara¸c˜ao dos Resultados entre os Modelos PLIM e PLR - Cen´ario 1 . . . 105 –

TABELA 27 Tabela Completa - 8 Cen´arios Com JD - PLIM e PLR . . . 108 –

(9)

Cenpes Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Am´erico Miguez de Mello

CP Constraint Programming

FO Fun¸c˜ao Objetivo

GLP G´as Liquefeito de Petr´oleo

MILP Mixed Integer Linear Programming OSBRA Oleoduto S˜ao Paulo-Bras´ılia

Petrobras Petr´oleo Brasileiro S.A.

PI Programa¸c˜ao Inteira

PL Programa¸c˜ao Linear

PM Programa¸c˜ao Matem´atica

PLIM Programa¸c˜ao Linear Inteira Mista PLR Programa¸c˜ao L´ogica por Restri¸c˜oes PR Programa¸c˜ao por Restri¸c˜oes

PNL Programa¸c˜ao N˜ao-Linear

PNLIM Programa¸c˜ao N˜ao-Linear Inteira Mista

PO Pesquisa Operacional

REPLAN Refinaria de Paul´ınia

UTFPR Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a VNS Variable Neighborhood Search

(10)

1 INTRODU ¸C ˜AO . . . 11

1.1 MOTIVA ¸C ˜AO . . . 12

1.2 OBJETIVOS . . . 15

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO . . . 16

2 DESCRI ¸C ˜AO DO PROBLEMA . . . 17

2.1 CONSIDERA ¸C ˜OES SOBRE A REDE . . . 17

2.2 CARACTER´ISTICAS OPERACIONAIS DO PROBLEMA DE TRANSPORTE DUTOVI ´ARIO . . . 19

2.2.1 Restri¸c˜oes nos ´Org˜aos . . . 23

2.2.2 Restri¸c˜oes nos Dutos . . . 26

3 FUNDAMENTA ¸C ˜AO TE ´ORICA . . . 31

3.1 PROGRAMA ¸C ˜AO LINEAR . . . 31

3.2 PROGRAMA ¸C ˜AO LINEAR INTEIRA MISTA . . . 33

3.3 PROGRAMA ¸C ˜AO L ´OGICA POR RESTRI ¸C ˜OES . . . 34

3.3.1 Conceitos Sobre as Restri¸c˜oes em PLR . . . 34

3.3.2 Programa¸c˜ao por Restri¸c˜oes . . . 35

3.3.3 Programa¸c˜ao L´ogica e Programa¸c˜ao L´ogica por Restri¸c˜oes . . . 35

3.3.4 Dom´ınios Computacionais da Programa¸c˜ao L´ogica por Restri¸c˜oes (PLR) . . . 36

3.3.5 Problemas de Satisfa¸c˜ao de Restri¸c˜oes . . . 37

3.3.6 Propaga¸c˜ao de Restri¸c˜oes . . . 37

3.3.7 Ordena¸c˜ao de Valores e Vari´aveis . . . 39

3.3.8 Programa¸c˜ao L´ogica por Restri¸c˜oes com Dom´ınios Finitos . . . 40

3.3.9 Pesquisa e Otimiza¸c˜ao em PLR . . . 41

3.3.10Limita¸c˜oes e ´Areas de Aplica¸c˜ao . . . 43

3.3.11O solver de CP Utilizado . . . 45

3.4 PROBLEMA CL ´ASSICO DE TRANSPORTE . . . 47

3.5 REVIS ˜AO DE LITERATURA SOBRE O TRANSPORTE DUTOVI ´ARIO . . . . 49

3.6 ABORDAGEM DE SOLU ¸C ˜AO . . . 56

3.6.1 Aloca¸c˜ao de Recursos . . . 59

3.6.2 Sequenciamento das Atividades . . . 62

3.6.3 Determina¸c˜ao Temporal . . . 63

4 FORMULA ¸C ˜AO MATEM ´ATICA . . . 64

4.1 CARACTER´ISTICAS RELEVANTES DO MODELO . . . 64

4.2 NOMENCLATURA . . . 66 4.2.1 Parˆametros . . . 66 4.2.2 Conjuntos . . . 67 4.2.3 ´Indices . . . 67 4.2.4 Conjuntos Esparsos . . . 67 4.2.5 Vari´aveis . . . 80 4.3 FUN ¸C ˜AO OBJETIVO . . . 81

(11)

4.4.2 Restri¸c˜oes para C´alculo das Viola¸c˜oes das Janelas de Tempo Dinˆamicas . . . 87

4.4.3 Restri¸c˜oes de Imposi¸c˜ao de Ordem . . . 89

4.4.4 Restri¸c˜oes para a Opera¸c˜ao de Pulm˜ao . . . 91

4.4.5 Restri¸c˜oes para o C´alculo da Ordem das Bateladas . . . 92

4.4.6 Restri¸c˜oes para a Opera¸c˜ao de Revers˜ao . . . 93

4.4.7 Restri¸c˜oes para o C´alculo do N´umero de Selos . . . 93

4.4.8 Comparativo entre os Modelos . . . 94

5 RESULTADOS E DISCUSS ˜OES . . . 96

5.1 CONSIDERA ¸C ˜OES SOBRE A AN ´ALISE DO MODELO DE SEQUENCIA-MENTO . . . 96

5.2 ESTUDO DE CASO 1 . . . 98

5.3 ESTUDO DE CASO 2 . . . 102

5.4 ESTUDO DE CASO 3 . . . 104

6 CONSIDERA ¸C ˜OES FINAIS . . . 110

6.1 SUGEST ˜OES DE TRABALHOS FUTUROS . . . 111

REFERˆENCIAS . . . 112

Apˆendice A -- COMANDOS UTILIZADOS NA PROGRAMA ¸C ˜AO EM PLR . . . 118

Apˆendice B -- MODELO EM PROGRAMA ¸C ˜AO LINEAR INTEIRA MISTA - PLIM . . . 124

(12)

1 INTRODU ¸C ˜AO

O transporte de produtos na ind´ustria petrol´ıfera, desde sua origem at´e o con-sumo, pode ser realizado por diferentes modais de transporte, sendo eles: rodovi´ario, ferrovi´ario, mar´ıtimo e dutovi´ario (KENNEDY, 1993). No Brasil grande parte do trans-porte de ´oleos ou seus derivados de petr´oleo ´e realizado utilizando dutos, devido `a sua confiabilidade e economia, al´em de fornecer a possibilidade de distribui¸c˜ao cont´ınua de produtos. Entretanto, o alto custo no investimento inicial para a sua implanta¸c˜ao impede a expans˜ao da malha dutovi´aria em rela¸c˜ao ao aumento do volume do petr´oleo e seus derivados. Tendo em vista esse contratempo, faz-se necess´ario utilizar a malha dutovi´aria existente, na sua capacidade m´axima (FERREIRA-FILHO; HAMACHER, 2015).

O uso de dutos para a transferˆencia de petr´oleo ou derivados ´e feito interligando duas ou mais ´areas operacionais. As ´areas podem ser portos, refinarias, terminais de distribui¸c˜ao ou clientes finais. Dada a eficiˆencia do uso dos dutos como meio de transporte para petr´oleo ou derivados, h´a uma grande preocupa¸c˜ao em melhorar a opera¸c˜ao desse transporte, de modo que sejam minimizados fatores como: as perdas pela interface de produtos distintos no interior do duto, os custos operacionais e o tempo de transferˆencia dos produtos. Com isso, diversos trabalhos tˆem sido desenvolvidos usando t´ecnicas de programa¸c˜ao matem´atica para melhorar a programa¸c˜ao do scheduling do transporte nos dutos (BOSCHETTO, 2011).

De acordo com relat´orio da maior companhia de transporte de g´as e derivados de petr´oleo do Brasil, a PETROBRAS Transporte S.A (Transpetro), a rede de dutos que a empresa gerencia ´e formada por 14.669 km, sendo 7.517 km de oleodutos e 7.152 km de gasodutos que conectam 48 terminais aquavi´arios e terrestres espalhados em todo pa´ıs. A rede movimentou um total de 807,7 milh˜oes de metros c´ubicos de petr´oleo, derivados e biocombust´ıveis em 2013, quantidade que cresce a cada ano (TRANSPETRO, 2013).

A rede de dutos em estudo est´a localizada na regi˜ao sudeste e centro-oeste do pa´ıs. Essa rede ´e dividida em duas grandes sub-redes: rede de produtos escuros e rede de produtos claros derivados de petr´oleo. A rede de produtos escuros transporta derivados

(13)

pesados (mais densos) de petr´oleo, como gas´oleo e ´oleo combust´ıvel. Pela rede de claros circulam derivados leves, com maior valor agregado, tais como gasolina e diesel. A rede de claros ´e dividida em outras 3 sub-regi˜oes: a rede do Planalto e a rede da Baixada, am-bas localizadas no estado de S˜ao Paulo e, a rede OSBRA - Oleoduto S˜ao Paulo-Bras´ılia. Realizar o planejamento operacional deste complexo sistema dutovi´ario traz desafios di´ a-rios aos planejadores do sistema e a existˆencia de ferramentas de aux´ılio ao processo de tomada de decis˜oes operacionais ´e elemento fundamental para o uso otimizado da redes de dutos em an´alise.

De modo aderente `as necessidades de cria¸c˜ao de ferramentas de aux´ılio `a tomada de decis˜oes operacionais, com a evolu¸c˜ao dos modelos e dos m´etodos de solu¸c˜ao para pro-blemas de Pesquisa Operacional, evolu´ıram tamb´em os aplicativos que podem ser utiliza-dos na resolu¸c˜ao desses problemas, oferecendo atrativos tempos computacionais, mesmo para os problemas de grande porte (FERREIRA-FILHO; HAMACHER, 2015). Al´em disso est˜ao sendo despendidos esfor¸cos no desenvolvimento de abordagens de solu¸c˜ao que resolvam situa¸c˜oes com caracter´ısticas espec´ıficas, como no caso do presente trabalho, que visa desenvolver m´etodos eficientes para a resolu¸c˜ao do problema de transporte de produtos derivados de petr´oleo atrav´es de dutos.

1.1 MOTIVA ¸C ˜AO

A otimiza¸c˜ao de opera¸c˜oes de transferˆencia e estocagem em contextos de refino de petr´oleo tem por objetivo alcan¸car melhores condi¸c˜oes de opera¸c˜ao, segundo determinados crit´erios, sem alterar a malha dispon´ıvel de v´alvulas, bombas e dutos, usando um melhor caminho para a transferˆencia de produtos (MORO, 2000). A malha dutovi´aria brasileira est´a ilustrada na Figura 1, onde est˜ao destacadas as principais regi˜oes. Na Figura 2 observa-se a malha dutovi´aria da regi˜ao de S˜ao Paulo. Devido `a complexidade dos cen´arios envolvidos, o uso de modelos matem´aticos de otimiza¸c˜ao neste contexto ´e uma necessidade. A principal fun¸c˜ao destes modelos ´e fazer com que o dado sistema torne-se o mais eficiente poss´ıvel em termos econˆomicos e, como consequˆencia, um novo ponto operacional possa ser encontrado. Assim, a aplica¸c˜ao de modelagem matem´atica em problemas de otimiza¸c˜ao do transporte dutovi´ario da cadeia do petr´oleo fica evidente, devido `a complexidade das atividades relacionadas.

Decis˜oes operacionais s˜ao realizadas por especialistas que calculam manualmente como ser´a a distribui¸c˜ao log´ıstica dos derivados de petr´oleo na rede, determinando rotas, volumes e sequˆencias de produtos que devem ser bombeados pelo duto. Sistemas

(14)

compu-;¸c

Figura 1: Malha Dutovi´aria Brasileira

Fonte: Transpetro (2013)

tacionais s˜ao usados na verifica¸c˜ao da consistˆencia das opera¸c˜oes planejadas. As decis˜oes tomadas s˜ao complexas, pois levam em considera¸c˜ao in´umeras vari´aveis operacionais que caracterizam o problema. A busca por solu¸c˜oes mais eficazes, que utilizem um menor n´umero de recursos e gerem mais lucros ou aumentem a qualidade do servi¸co, motivam as muitas pesquisas que vˆem sendo desenvolvidas na ´area em v´arios pa´ıses (RIBAS, 2012).

As dificuldade de se encontrar respostas operacionais otimizadas refor¸ca o fato de que ferramentas computacionais com o objetivo de auxiliar na tomada de decis˜oes de programa¸c˜ao s˜ao importantes para proporcionar aos especialistas uma vis˜ao mais clara do horizonte programado e possibilitar a¸c˜oes preventivas mais eficazes, tendo em vista que o problema log´ıstico de programa¸c˜ao (scheduling) de uma rede de dutos ´e combinatorial, sendo provado ser um problema pertencente `a classe NP–completo (JITTAMAI, 2004).

Na literatura, diversas abordagens para resolver o problema de scheduling du-tovi´ario s˜ao estudadas e variam de acordo com a arquitetura da rede e as considera¸c˜oes operacionais tratadas. Conforme o sistema se aproxima de caracter´ısticas t´ecnicas da realidade de opera¸c˜ao, maior a complexidade em modelar o sistema de forma que os re-sultados tenham tempo computacional n˜ao proibitivo. Por esse motivo, estrat´egias de solu¸c˜ao por decomposi¸c˜ao do problema vˆem sendo propostas, baseadas nos trˆes elementos

(15)

Figura 2: Malha Dutovi´aria na Regi˜ao de S˜ao Paulo

Fonte: Transpetro (2013)

chaves do scheduling: Aloca¸c˜ao de Recursos, Sequenciamento das Atividades e Deter-mina¸c˜ao Temporal do uso dos recursos pelas atividades. Nos estudos s˜ao desenvolvidas combina¸c˜oes heur´ısticas, metaheur´ısticas e modelagens utilizando Programa¸c˜ao Matem´ a-tica, como, por exemplo, os trabalhos de Relvas et al. (2009), Boschetto et al. (2010a), Magat˜ao et al. (2012), Magat˜ao et al. (2015), Cafaro et al. (2015), Meira (2016), Polli et al. (2017), Meira et al. (2018b), Meira et al. (2018c), Meira et al. (2018a), Castro e Mostafaei (2018), Dimas et al. (2018), Taherkhani (2018).

O presente trabalho aborda uma estrat´egia de solu¸c˜ao do sequenciamento de bateladas em uma rede de dutos situada no sudeste do Brasil, a qual possui v´arias origens e v´arios destinos, sendo eles portos, refinarias e consumidores finais.

(16)

1.2 OBJETIVOS

Este trabalho tem por objetivo geral desenvolver um modelo em Programa¸c˜ao L´ogica por Restri¸c˜oes (PLR, Constraint Logic Programming - CLP) para auxiliar o se-quenciamento de bateladas em uma rede de dutos. Tamb´em ´e objetivo da pesquisa com-parar o desempenho quantitativo e qualitativo do modelo em PLR com um modelo em Programa¸c˜ao Linear Inteira Mista (PLIM) da literatura.

Como objetivos espec´ıficos para o desenvolvimento do trabalho, destacam-se:

• Dentro da abordagem de decomposi¸c˜ao para o problema de scheduling dutovi´ario apresentada em Polli (2014), desenvolver um modelo em PLR para o m´odulo de Sequenciamento de Atividades. Este modelo dever´a utilizar estruturas pr´e-definidas, tais como o pr´e-processamento de dados e a gera¸c˜ao do equacionamento a partir de conjuntos esparsos, mantendo as funcionalidades apresentadas no modelo em Programa¸c˜ao Linear Inteira Mista (PLIM) proposto na literatura;

• Implementar e resolver, por meio de ferramenta computacional, modelos matem´ a-ticos em PLR capazes de gerar solu¸c˜oes vi´aveis ao problema em estudo, utilizando restri¸c˜oes das opera¸c˜oes reais do sistema. Menciona-se que a presente pesquisa faz uso do ambiente de modelagem e resolu¸c˜ao computacional IBM-ILOG CPLEX Op-timization Studio (IBM-ILOG-CPLEX, 2018);

• Comparar resultados e custos computacionais obtidos com a modelagem em PLIM proposta por Polli (2014)1 para o m´odulo de Sequenciamento das Atividades com os obtidos por meio da modelagem em PLR, considerando os aspectos operacionais da rede de dutos que transporta produtos derivados de petr´oleo no estado de S˜ao Paulo. Maiores detalhes sobre a referida rede, ilustrada na Figura 2, ser˜ao vistos no Cap´ıtulo 2.

• Dentro do m´odulo de Sequenciamento, explorar os comandos de PLR para evitar ou minimizar, quando poss´ıvel, as opera¸c˜oes de revers˜ao de fluxo e a inser¸c˜ao de “selos” entre produtos incompat´ıveis nos dutos. Selo pode ser simplificadamente en-tendido como uma batelada de um produto usado para separar outros dois produtos incompat´ıveis transportados em sequˆencia no mesmo duto, de forma a minorar a contamina¸c˜ao, evitando perdas.

1Os desenvolvimentos realizados em Polli (2014) fundamentaram um artigo posteriormente publicado

(17)

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho est´a estruturado em 6 Cap´ıtulos. No Cap´ıtulo 1 apresenta-se a rede de dutos em estudo, ou seja, a rede de derivados claros de petr´oleo da ´area de S˜ao Paulo, com suas principais caracter´ısticas f´ısicas como localiza¸c˜ao e abrangˆencia da rede. Enfatiza-se a necessidade da evolu¸c˜ao nas pesquisas em programa¸c˜ao na otimiza¸c˜ao do scheduling do transporte dutovi´ario, devido `a aplicabilidade em contextos pr´aticos. Descreve-se sobre os principais motivos que levaram `a an´alise da resolu¸c˜ao do problema em estudo, como os custos computacionais e financeiros envolvidos nas opera¸c˜oes e tomadas de decis˜oes. Destaca-se os objetivos geral e espec´ıficos na resolu¸c˜ao do problema, dentre os quais o desenvolvimento de um modelo matem´atico utilizando t´ecnicas de Programa¸c˜ao L´ogica por Restri¸c˜oes (PLR).

O Cap´ıtulo 2 descreve o problema em si, as caracter´ısticas, os parˆametros de en-trada e sa´ıda de dados, as limita¸c˜oes f´ısicas e operacionais da rede de dutos em estudo e as figuras que ilustram a rede, assim como os termos t´ecnicos utilizados no desenvolvimento do trabalho, com suas devidas explica¸c˜oes.

No Cap´ıtulo 3 descreve-se as caracter´ısticas do estudo de problemas da ´area de Pesquisa Operacional, ressaltando o problema de otimiza¸c˜ao do scheduling dutovi´ario em redes de dutos. S˜ao consideradas in´umeras vari´aveis e restri¸c˜oes que caracterizam o pro-blema como NP-Hard. Est˜ao descritos em subse¸c˜oes as caracter´ısticas das modelagens em Programa¸c˜ao Linear, Programa¸c˜ao Linear Inteira Mista, Programa¸c˜ao L´ogica e Pro-grama¸c˜ao L´ogica por Restri¸c˜oes, Problema Cl´assico de Transporte e, por fim, a revis˜ao de literatura sobre o transporte dutovi´ario, enfatizando o desenvolvimento de pesquisas as quais abordam o problema de otimiza¸c˜ao do scheduling dutovi´ario em redes reais e/ou hipot´eticas.

No Cap´ıtulo 4 apresenta-se o modelo matem´atico de sequenciamento de bateladas desenvolvido em Programa¸c˜ao L´ogica por Restri¸c˜oes proposto no presente estudo. As caracter´ısticas relevantes do modelo s˜ao detalhadamente descritas.

No Cap´ıtulo 5 apresenta-se os resultados obtidos para o sequenciamento duto-vi´ario por meio da modelagem em Programa¸c˜ao L´ogica por Restri¸c˜oes, por meio de trˆes estudos de caso. As solu¸c˜oes est˜ao organizadas e analisadas em tabelas comparativas.

Por fim, no Cap´ıtulo 6 realiza-se considera¸c˜oes sobre os resultados obtidos e apresenta-se sugest˜oes para trabalhos futuros.

(18)

2 DESCRI ¸C ˜AO DO PROBLEMA

2.1 CONSIDERA ¸C ˜OES SOBRE A REDE

A corrente pesquisa est´a baseada na malha dutovi´aria utilizada para a distribui¸c˜ao de petr´oleo da PETROBRAS, dividida em duas redes distintas: rede de claros e rede de escuros, localizada no estado de S˜ao Paulo. Essa divis˜ao ´e feita de acordo com o tipo de produto que ´e transportado. Pela rede de escuros trafegam os derivados de petr´oleo que apresentam maior densidade, os quais possuem menor valor agregado quando comparados com os produtos transportados na rede de claros, que s˜ao os derivados leves de petr´oleo. A rede de claros ´e separada em trˆes ´areas principais: Planalto, Baixada e Osbra. Essa divis˜ao foi realizada por especialistas e em cada ´area ´e alocado pelo menos um deles. Para que o trabalho de programa¸c˜ao do scheduling da rede seja pleno, necessita-se que seja feita a unifica¸c˜ao e ajustes das programa¸c˜oes de cada ´area para viabiliz´a-las. Ribas (2012) descreve que as opera¸c˜oes da rede da ´area Osbra devem ser consideradas de forma separada das ´areas Planalto e Baixada, devido `as suas caracter´ısticas particulares. Os especialistas envolvidos na programa¸c˜ao das opera¸c˜oes das ´areas Planalto e Baixada devem estar constantemente em contato devido `a dependˆencia operacional entre as duas redes, a fim de viabilizar as programa¸c˜oes geradas.

Mesmo com a separa¸c˜ao em ´areas, a programa¸c˜ao da rede de claros ´e um desafio para os especialistas devido ao grande n´umero de possibilidades operacionais envolvidas no contexto em an´alise. Torna-se primordial o desenvolvimento e uso de ferramentas que auxiliem o processo de tomada de decis˜oes e que forne¸cam indicadores operacionais, os quais interferem diretamente na pol´ıtica de estoques, agendamentos de cargas/descargas dos navios e redu¸c˜ao no n´umero de opera¸c˜oes que apresentem maior custo, como revers˜oes de fluxo de bombeio em dutos e utiliza¸c˜ao de produtos selos entre bateladas para evitar o contato e contamina¸c˜ao de produtos incompat´ıveis.

O presente trabalho aborda a rede dutovi´aria de distribui¸c˜ao de derivados claros compreendida nas ´areas de Planalto e Baixada. Nestas ´areas encontram-se 4 refinarias

(19)

que s˜ao interligadas atrav´es de dutos e grandes centros de distribui¸c˜ao de combust´ıveis, polos petroqu´ımicos, aeroportos e portos. A Figura 3 apresenta, na forma de um grafo direcionado, a rede de dutos em estudo, onde as setas indicam o sentido permitido de movimenta¸c˜ao das bateladas. Os arcos que tˆem duas setas representam a possibilidade de revers˜ao do sentido do duto, ou seja, a movimenta¸c˜ao em ambos os sentidos. A ´area Osbra n˜ao ´e considerada no estudo pois as suas caracter´ısticas de opera¸c˜ao s˜ao particularmente diferentes, conforme detalhado em Ribas (2012), Meira (2016) e em Meira et al. (2018b). A rede de claros que est´a ilustrada na Figura 3 ´e composta por 14 ´org˜aos (n´os), sendo 4 refinarias (n´os N3, N4, N5 e N6), 2 terminais portu´arios (N7 e N10), 2 clientes finais (N2 e N14) e 5 terminais de distribui¸c˜ao (N8, N9, N11, N12 e N13). Em particular, o n´o N1 n˜ao possui tanques para armazenamento de produtos, representando apenas um entroncamento de v´alvulas e bombas. Os ´org˜aos s˜ao interligados por 30 dutos que podem ser unidirecionais ou bidirecionais (podem ter seu sentido de fluxo revertido). Os dutos possuem um volume e extens˜ao pr´oprios, apresentados na Tabela 1.

Tabela 1: Volume (103uv) e Extens˜ao (km) Aproximados dos Dutos

Duto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Volume 23,3 13,8 21,5 3,05 5,7 0,35 1,2 3,1 2 0,114 Extens˜ao 152,7 58,7 82,2 24,7 24,7 9,7 9,7 24 37,8 2,2 Duto 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Volume 0,309 0,174 0,174 0,582 1,078 1,078 5,8 2 4,75 1,3 Extens˜ao 2 2 2 9,7 9,6 9,6 37,8 8,5 50,4 9,7 Duto 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Volume 42,5 9,04 5,25 4,3 8,3 4,6 3,5 4,1 0,03 1,782 Extens˜ao 152,7 98,8 98,8 4,4 36,2 36,5 28 34 - 9,6 Fonte: (BOSCHETTO, 2011) ´

E definido como batelada um certo volume de produto que ´e bombeado de um n´o de origem para um outro n´o, o de destino, atrav´es de um determinado duto. Uma batelada permanece no duto at´e que outra(s) batelada(s) a desloque. Em cada ´org˜ao h´a um conjunto de tanques em que os produtos podem ser armazenados. Mais de 90 tipos de produtos formam a classe de produtos claros, incluindo produtos intermedi´arios e fora de especifica¸c˜ao, os quais n˜ao trafegam pelos dutos. Pela rede de claros s˜ao movimentados aproximadamente 35 derivados de petr´oleo (MAGAT ˜AO et al., 2012). Uma movimenta¸c˜ao pode envolver v´arios dutos e v´arios ´org˜aos, passando ou n˜ao por tanques nos ´org˜aos intermedi´arios. Como por exemplo na Figura 4, onde uma batelada tem como sua origem de bombeio o n´o N6 e destino o n´o N14, utilizando os dutos 25, 2, 5 e 18. Neste caso, a batelada passar´a pelos n´os intermedi´arios N8, N11 e N12.

(20)

Figura 3: Ilustra¸c˜ao da Rede de Dutos em Estudo

Fonte: Boschetto et al. (2010b)

2.2 CARACTER´ISTICAS OPERACIONAIS DO PROBLEMA DE TRANSPORTE DU-TOVI ´ARIO

A log´ıstica da ind´ustria petrol´ıfera envolve uma cadeia de suprimentos onde est˜ao presentes os n´ıveis de decis˜ao: estrat´egico, t´atico e operacional. Apesar da complexidade envolvida no processo de tomada de decis˜ao em cada n´ıvel, muito do gerenciamento ´e ainda baseado em heur´ısticas ou em modelos lineares simples. A cadeia de suprimentos petrol´ıfera ´e um dos sistemas onde melhorias s˜ao requeridas e a busca pela otimiza¸c˜ao das atividades e recursos ´e frequente. A otimiza¸c˜ao deve ser realizada desde o n´ıvel estrat´egico at´e o operacional. Visando os n´ıveis t´atico/operacional, as atividades de planejamento e scheduling s˜ao de grande importˆancia dentre as atividades da cadeia, pois incluem produ¸c˜ao, transporte, estocagem, entre outros (NEIRO; PINTO, 2004; RIBAS, 2012).

Lankford (2001) define scheduling como sendo a parte central da infraestrutura de execu¸c˜ao da produ¸c˜ao. A proposta b´asica ´e determinar quando ordens de produ¸c˜ao e transporte ser˜ao executadas, na determina¸c˜ao de tempos para a execu¸c˜ao, conciliando o scheduling com o plano de produ¸c˜ao, para que sejam tomadas decis˜oes e a¸c˜oes para alcan¸car os objetivos de produ¸c˜ao desejados. Scheduling ´e, segundo Lankford (2001) “a especifica¸c˜ao de tempos para execu¸c˜ao de eventos de produ¸c˜ao”. Segundo o autor,

(21)

a abordagem mais efetiva para problemas de scheduling ´e a programa¸c˜ao matem´atica, seguida por heur´ısticas.

O transporte utilizando oleodutos ´e considerado como uns dos maiores gargalos na cadeia de abastecimento da ind´ustria petrol´ıfera, pois as opera¸c˜oes de transporte devem ser executadas de forma coordenada com as outras opera¸c˜oes, j´a que o excesso ou falta de suprimentos, mat´eria prima ou produtos estocados prejudicam a eficiˆencia da corpo-ra¸c˜ao. Enquanto os atrasos implicam perda ou escassez de recursos, entregas adiantadas comprometem a aloca¸c˜ao dos mesmos, podendo gerar excesso de estoques, o que significa capital imobilizado. Cresce ent˜ao a necessidade de gera¸c˜ao de cronogramas de transporte eficientes dentro do planejamento operacional de qualquer empresa (M ´AS, 2001).

Ribas (2012) comenta sobre o scheduling do abastecimento de ´oleos crus para as refinarias como sendo um dos primeiros problemas de programa¸c˜ao de dutos na cadeia de suprimentos da ind´ustria de petr´oleo. ´E um problema que envolve uma correta sintonia, a partir da chegada de navios ocorrer no momento em que h´a a necessidade de petr´oleo das torres de destila¸c˜ao da refinaria, da programa¸c˜ao do descarregamento dos navios, da utiliza¸c˜ao dos tanques no porto e na refinaria, bem como do sequenciamento dos dutos e transferˆencia das bateladas.

As descri¸c˜oes a seguir s˜ao fundamentadas nos trabalhos de Felizari (2009), Bos-chetto (2011) e Polli (2014), onde ser˜ao analisadas as principais restri¸c˜oes operacionais relacionadas `a rede de dutos em estudo.

• Horizonte de Programa¸c˜ao: Na rede de claros, os programadores adotaram que as transferˆencias devem ocorrer, preferencialmente, dentro do horizonte de progra-ma¸c˜ao de 7 dias, que ´e o per´ıodo de an´alise que os especialistas conseguem gerenciar, em termos pr´aticos. Com as informa¸c˜oes iniciais das bateladas que preenchem os dutos da rede, proje¸c˜oes das produ¸c˜oes e demandas, cargas e descargas dos navios e respeitando o conjunto de restri¸c˜oes que caracterizam o problema, o especialista define as movimenta¸c˜oes necess´arias para os produtos em um horizonte de 7 dias. Entretanto, a dificuldade pr´atica para a obten¸c˜ao desses detalhes dificultam o sche-duling operacional, mesmo a curto prazo (7 dias). O trabalho di´ario dos especialistas ´

e identificar poss´ıveis falhas ou desvios ocorridos nas movimenta¸c˜oes programadas. ´

E comum a ocorrˆencia de reprograma¸c˜oes das movimenta¸c˜oes devido `as distor¸c˜oes ou imprevistos operacionais ocorridos na pr´atica, ou por n˜ao terem sido identificados na gera¸c˜ao do scheduling. Qualquer altera¸c˜ao na programa¸c˜ao, seja ela com alto ou baixo grau de relevˆancia, recebe o nome de reprograma¸c˜ao. Por exemplo, podem

(22)

ocorrer mudan¸cas de hor´arios, tamanhos das cotas, produ¸c˜ao, n´ıvel de qualidade dos produtos, chegada e sa´ıda dos navios, imprevistos ocorridos nos equipamen-tos, manuten¸c˜ao e solicita¸c˜ao de clientes, entre outros (FELIZARI, 2009). Visando minimizar custos operacionais desnecess´arios, torna-se primordial a utiliza¸c˜ao de so-lu¸c˜oes detalhadas com horizonte de programa¸c˜ao maiores, 30 dias por exemplo, que podem ajudar os especialistas na tomada de decis˜oes de modo preventivo.

• Rotas de Fluxo: ´E caracterizada como rota o conjunto ordenado de dutos utilizado para o transporte entre um n´o de origem at´e um n´o de destino. Entre a mesma origem e o mesmo destino pode haver mais de uma rota, as quais utilizam dutos distintos. Cada batelada transporta um volume de um determinado produto atrav´es de uma rota. Cada rota ´e composta por uma sequˆencia de n´os intercalados formando um caminho de movimenta¸c˜ao de um n´o de origem at´e um n´o de destino passando por uma sequˆencia de dutos. O n´umero de elementos de uma rota sempre ser´a um n´umero ´ımpar, pois a rota obrigatoriamente inicia e termina em um n´o. Um exemplo de uma rota ´e N6 −→ 25 −→ N8 −→ 2 −→ N11 −→ 5 −→ N12 −→ 18 −→ N14, ilustrado na Figura 4. Pela mesma rota podem trafegar diferentes bateladas de diferentes produtos com diferentes vaz˜oes.

Figura 4: Exemplo de Rota de Fluxo

Fonte: (BOSCHETTO, 2011)

• Defini¸c˜ao das Bateladas: Bateladas s˜ao definidas como sendo um volume de um determinado produto a ser deslocado por uma rota de fluxo, de um ´org˜ao (n´o) de origem para um n´o de destino. Os volumes das bateladas s˜ao parˆametros pr´ e-estabelecidos de acordo com algumas diretrizes operacionais ditada pelos seguintes fatores (BOSCHETTO, 2011):

(23)

2. Volume do tanque de destino, ou m´ultiplos desse volume;

3. Volume de um trecho de duto envolvido no seu deslocamento, ou de mais dutos envolvidos;

4. Intervalo de tempo dispon´ıvel para o bombeamento; e

5. Necessidade de realizar um “deslocamento de linha” para entregar um produto que seja “armazenado” temporariamente em um duto.

Para cada produto, em cada duto e sentido, ´e estabelecida uma quantidade m´ınima que pode ser enviada nas opera¸c˜oes. Essa quantidade m´ınima ´e imposta para evitar perdas de produtos em consequˆencia das interfaces que porventura sejam necess´arias entre bateladas incompat´ıveis (BOSCHETTO, 2011).

• Programa¸c˜ao das Atividades: A programa¸c˜ao das atividades que possam ser efetivamente cumpridas em um programado horizonte de trabalho, sem que haja a necessidade de reprograma¸c˜oes, tem sido um grande desafio para os programadores. Outros quesitos em rela¸c˜ao `as exigˆencias que devem ser mantidas s˜ao, por exemplo, a necessidade de manter os estoques das refinarias e terminais dentro dos limites pr´aticos e, ao mesmo tempo, gerenciar a utiliza¸c˜ao ou a ocupa¸c˜ao dos dutos do sistema. Restri¸c˜oes essas que n˜ao s˜ao triviais de serem cumpridas (FELIZARI, 2009).

Durante o processo das programa¸c˜oes, v´arios aspectos devem ser considerados com o objetivo de viabilizar a execu¸c˜ao destas programa¸c˜oes ou eventuais reprograma-¸c˜oes, como por exemplo, evitar a realiza¸c˜ao de modifica¸c˜oes na programa¸c˜ao em andamento (consolidada no dia anterior), preferindo a inser¸c˜ao das modifica¸c˜oes ne-cess´arias em dias posteriores, tendo em vista que algumas das atividades possam j´a estar ocorrendo no momento da programa¸c˜ao.

• Atendimento da Demanda e Escoamento da Produ¸c˜ao: Durante o horizonte de programa¸c˜ao est˜ao determinadas as estimativas de demanda e produ¸c˜ao para cada produto de cada ´org˜ao. Essas estimativas podem ser constantes durante todo o horizonte ou representadas como uma “fun¸c˜ao degrau”. Por exemplo, nos terminais portu´arios, as cargas e descargas s˜ao realizadas em relativos curtos intervalos de tempo, aproximadamente entre 1 a 3 dias. Na Figura 5 observa-se o perfil de descarga de navios em um terminal portu´ario, onde est´a agendada uma opera¸c˜ao entre os dias 11 e 12 com uma taxa aproximada de descarregamento de 1150m3/h, totalizando um descarregamento de 27600m3 em 24 horas. A programa¸c˜ao deve atender completamente as demandas e as produ¸c˜oes (POLLI, 2014).

(24)

Figura 5: Exemplo de um Perfil de Descarga de um Navio em um Terminal Por-tu´ario

Fonte: (POLLI, 2014)

2.2.1 RESTRI ¸C ˜OES NOS ´ORG ˜AOS

• Conserva¸c˜ao de Massa: Em cada ´org˜ao, as seguintes informa¸c˜oes devem ser con-sideradas nos c´alculos: recebimento e envio de produtos e as quantidades estocadas, as quantidades que s˜ao produzidas e consumidas internamente, as que s˜ao entre-gues ao mercado local e as estocadas ao final do per´ıodo de tempo. Considerando que os produtos est˜ao em uma temperatura definida, essas quantidades podem ser expressas em metros c´ubicos (m3), onde a restri¸c˜ao de conserva¸c˜ao de massa ser´a equivalente `a restri¸c˜ao de conserva¸c˜ao de volume (BOSCHETTO, 2011).

• Degrada¸c˜ao: Existem casos em que ocorre a indisponibilidade de algum produto para suprimento da demanda. ´E poss´ıvel, nesse caso, a utiliza¸c˜ao de outro produto com especifica¸c˜oes mais restritivas, isto ´e, produtos mais nobres, como por exemplo gasolina e nafta, para o atendimento de uma demanda que solicita um produto menos restritivo, ou seja, de menor valor financeiro. Tal opera¸c˜ao ´e caracterizada como degrada¸c˜ao de produto. Trata-se de uma opera¸c˜ao que deve ser evitada, tendo em vista que ocorrem perdas financeiras, pois o valor agregado de um produto est´a diretamente relacionado `as suas especifica¸c˜oes (POLLI, 2014).

• Opera¸c˜oes de Movimenta¸c˜ao: Define-se opera¸c˜ao de bombeio como sendo o envio de uma batelada de uma ´area de origem para uma ´area de destino e ´e referente `

a ´area mencionada. A opera¸c˜ao de recebimento ´e associada `a ´area de destino de uma batelada. A movimenta¸c˜ao de uma batelada de um ´org˜ao de origem para um n´o de destino pode ou n˜ao envolver n´os intermedi´arios e tamb´em, somente um ou v´arios dutos. Na Figura 6(b) est´a ilustrada a opera¸c˜ao de passagem do produto P1 pelo n´o N2, com origem de bombeio em N1 e destino em N4. O alinhamento direto da batelada atrav´es de uma ´area ´e denominado opera¸c˜ao de passagem. Quando a opera¸c˜ao ´e contr´aria, isto ´e, caso a batelada seja recebida em um tanque da ´area e

(25)

ao mesmo tempo seja enviada deste tanque para outro trecho de duto de vaz˜ao que, pode ser igual ou diferente `aquela do recebimento, tem-se uma opera¸c˜ao pulm˜ao. O objetivo da referida opera¸c˜ao ´e o deslocamento da batelada nos dutos utilizando sua vaz˜ao m´axima, tendo em vista que os dutos podem apresentar limita¸c˜oes de vaz˜ao (FELIZARI, 2009).

Pode-se verificar na Figura 6(a) que uma opera¸c˜ao pulm˜ao est´a acontecendo no n´o N2, onde ocorre o recebimento do produto P1 com vaz˜ao 200m3/h e o bombeamento ser´a de 400m3/h. Pelo fato da ocorrˆencia da vaz˜ao de envio ser maior do que a de recebimento, exige-se que o rebombeio inicie apenas quando exista produto sufici-ente no tanque para que a opera¸c˜ao seja sincronizada. No caso de a vaz˜ao de envio ser inferior `a de recebimento, como ilustrado na Figura 6(b), n´o N3, a sincroniza¸c˜ao ´

e realizada no in´ıcio da opera¸c˜ao, sendo que o final do rebombeio ir´a ocorrer ap´os toda a batelada ser recebida. Conclui-se que o n´o que realiza opera¸c˜ao pulm˜ao deve possuir um tanque para armazenamento tempor´ario de produtos resultantes da di-feren¸ca de vaz˜ao entre dutos. Na opera¸c˜ao de passagem ocorre o alinhamento direto entre os dutos, n˜ao havendo necessidade de estocagem tempor´aria. Outra opera¸c˜ao comumente realizada ´e a estocagem intermedi´aria de produtos. Nesta opera¸c˜ao, as-sim como na opera¸c˜ao de pulm˜ao, h´a necessidade de tancagem intermedi´aria, por´em, n˜ao ´e necess´ario realizar o sincronismo entre bateladas recebidas e enviadas.

Figura 6: Opera¸c˜oes na Rede de Dutos

Fonte: (FELIZARI, 2009)

• Restri¸c˜oes de Tancagem: Diversos tanques com caracter´ısticas distintas, como capacidade (“CP”) e volume de lastro (“volume 0”), ilustradas na Figura 7, podem ser encontrados em um ´org˜ao. Em termos pr´aticos, h´a tanques em que o volume de lastro ´e diferente de zero, ou seja, o tanque nunca se esvazia totalmente. Na presente pesquisa utiliza-se o volume ´util de tancagem presente no tanque, ou seja, o volume

(26)

dispon´ıvel a partir do lastro. Na programa¸c˜ao ´e considerada a tancagem agregada por produto para cada ´org˜ao, que nada mais ´e do que a soma das capacidades de todos os tanques de um mesmo produto em cada ´org˜ao. No presente trabalho n˜ao ´

e considerada a variabilidade nos limites de tancagem agregada devido `a troca de servi¸co de tanques, ou seja, a utiliza¸c˜ao de um mesmo tanque por v´arios produtos em momentos alternados durante o horizonte de programa¸c˜ao. Limites superiores e inferiores de tancagem s˜ao considerados na programa¸c˜ao. O limitante meta refere-se ao estoque derefere-sej´avel de produto armazenado no tanque, com o objetivo de que n˜ao ocorra a falta de produto. A Figura 7 ilustra os n´ıveis de tancagem agregada caracter´ısticos da maior parte dos ´org˜aos da rede de claros da ´area de S˜ao Paulo (POLLI, 2014). Na rede em an´alise, as opera¸c˜oes de troca de servi¸co em terminais e clientes finais s˜ao reduzidas ou at´e mesmo nulas. Nas refinarias esta pr´atica ´e mais comum devido `a produ¸c˜ao de derivados. Outra considera¸c˜ao `a rede em estudo ´e que cada tanque pode armazenar apenas um tipo de produto durante o horizonte de programa¸c˜ao.

Figura 7: Limites de Estocagem Agregado por ´Org˜ao

Fonte: (BOSCHETTO, 2011)

• Restri¸c˜oes Locais: Um limitante para o n´umero de opera¸c˜oes de envio e recebi-mento que um ´org˜ao comporta ´e o conjunto de bombas e v´alvulas hidr´aulicas, res-tri¸c˜oes estas que devem ser respeitadas no desenvolvimento da programa¸c˜ao. Outra restri¸c˜ao que deve ser respeitada ´e a de que n˜ao ocorram opera¸c˜oes simultˆaneas nos dutos, pois o complexo de conex˜oes internas nos ´org˜aos, principalmente nas refinarias, utilizam trechos internos comuns de transporte. Cada configura¸c˜ao de conex˜ao de transporte de produtos ´e associada a um alinhamento v´alido. De forma

(27)

alternada, configura¸c˜oes proibidas de serem exercitadas simultaneamente podem ser elencadas e devem ser respeitadas pela abordagem de solu¸c˜ao. Esta ´e uma forma de representa¸c˜ao que tem por objetivo facilitar a modelagem, evitando que seja ne-cess´ario fornecer detalhes da topologia dos circuitos hidr´aulicos e dutos internos ao ´

org˜ao (BOSCHETTO, 2011).

• Horossazonalidade: Corresponde ao um per´ıodo de tempo onde se deve evitar o bombeamento de produtos de alguns ´org˜aos da rede de claros, devido ao alto custo da energia el´etrica. O hor´ario de pico do consumo de energia ´e o per´ıodo das 17 : 30 h `

as 20 : 30 h e, no caso de ado¸c˜ao do hor´ario brasileiro de ver˜ao acrescenta-se uma hora, ou seja, o per´ıodo passa a ser das 18 : 30 h `as 21 : 30 h. Observa-se que nem todos os ´org˜aos interrompem o bombeamento no hor´ario de pico. Ent˜ao, podem ocorrer casos em que um ´org˜ao recebe produtos bombeados de outros ´org˜aos que permanecem em opera¸c˜ao durante o per´ıodo de horossazonalidade (BOSCHETTO, 2011).

• Troca de turnos: ´E comum existirem trˆes per´ıodos de troca de turnos dos funci-on´arios, devido ao turno de trabalho de, aproximadamente, 8 horas. Durante esses per´ıodos, deve-se evitar que as opera¸c˜oes de envio e de recebimento sejam iniciali-zadas ou finaliiniciali-zadas. Esta recomenda¸c˜ao deve ser levada em considera¸c˜ao pois h´a a necessidade de realiza¸c˜ao de manobras complexas pelo mesmo operador para a operacionaliza¸c˜ao de envios e recebimentos. Em particular na rede de claros, os pe-r´ıodos de troca de turno acontecem `as 7 horas, `as 15 horas e `as 23 horas (FELIZARI, 2009).

2.2.2 RESTRI ¸C ˜OES NOS DUTOS

• Bombeio: consiste no envio de produtos pelo duto. N˜ao ´e poss´ıvel o tr´afego si-multˆaneo de dois produtos ao mesmo tempo no mesmo trecho do duto. Assim, s´o ´e poss´ıvel o bombeio em um duto de um ´unico produto por vez, sem que haja perda das caracter´ısticas do produto durante o deslocamento. Para garantir o balan¸co en-tre os volumes quando se bombeia um produto ´e necess´ario que haja recebimento em igual volume nos destinos, ao mesmo tempo em que o estoque do produto bombeado sai da origem.

• Recebimento: Para que haja o recebimento de algum produto, o mesmo ou outro produto deve estar sendo bombeado pelo duto da origem para o destino. Durante a opera¸c˜ao de recebimento, o produto que est´a posicionado no duto ´e recebido.

(28)

• Passagem: Nessa opera¸c˜ao uma batelada passa por um duto ao longo de um ´ or-g˜ao atrav´es de seus alinhamentos, sem que cada ´org˜ao intermedi´ario influencie com recebimentos ou bombeios.

• Volume: No contexto de programa¸c˜ao ´e considerado o volume interno de cada duto que possui caracter´ısticas espec´ıficas, tais como comprimento, diˆametro e volume. Os dutos analisados na programa¸c˜ao estar˜ao na sua totalidade preenchidos por um ou mais produtos, apresentando diferentes volumes de bateladas.

• Sentido de movimenta¸c˜ao: O sentido normal de deslocamento nos dutos ´e do n´o de origem para o n´o de destino. Em alguns dutos ´e poss´ıvel que ocorra revers˜ao, ou seja, do n´o de destino para o n´o de origem.

• Utiliza¸c˜ao dos Trechos: Diferentes produtos podem ocupar um mesmo duto, desde que em instantes de tempo diferentes, ou seja, n˜ao pode ocorrer sobreposi¸c˜ao (overlap) das opera¸c˜oes de transferˆencia (BOSCHETTO, 2011).

• Vaz˜ao de Deslocamento: Os limites m´ınimos e m´aximos de vaz˜ao de passagem nos dutos devem ser respeitados devido `as caracter´ısticas espec´ıficas de viscosidade que cada produto apresenta. Sendo assim, cada produto poder´a ter um valor dife-rente de vaz˜ao de deslocamento para um mesmo duto.

• Revers˜ao: Alguns dutos podem ter seu sentido de fluxo revertido, ou seja, pode ocorrer bombeio a partir das duas extremidades do duto. As opera¸c˜oes de revers˜ao nos dutos devem ser minimizadas e s˜ao restritas dentro de um horizonte de traba-lho, pois uma s´erie de procedimentos operacionais s˜ao necess´arios para que ocorra uma opera¸c˜ao de revers˜ao. Na rede de claros em estudo, a revers˜ao do sentido de fluxo pode ocorrer somente quando o duto est´a preenchido com apenas um tipo de produto. A Figura 8(a) apresenta as bateladas inicialmente presentes no duto (bateladas 1 e 2). As Figuras 8(b) e 8(c) mostram o in´ıcio do bombeamento da batelada auxiliar de revers˜ao (batelada 3) e o deslocamento das bateladas 1 e 2 em dire¸c˜ao ao n´o N7. Na Figura 8(d) pode-se observar que o duto est´a ocupado totalmente pela batelada 3, que ´e a batelada auxiliar de revers˜ao, antes do duto ser revertido. Por fim, nas Figuras 8(e) e Figura 8(f) verifica-se a invers˜ao no sentido de fluxo e a movimenta¸c˜ao do duto, e das bateladas 4 e 5 em dire¸c˜ao ao destino N8 (BOSCHETTO, 2011).

(29)

Figura 8: Ilustra¸c˜ao da Opera¸c˜ao de Revers˜ao

Fonte: Boschetto (2011)

• Degrada¸c˜ao: Quando um produto, ap´os uma movimenta¸c˜ao, ´e degradado para outro no percurso pelo duto. Esse processo pode ser planejado devido a uma neces-sidade operacional, ou pode ocorrer acidentalmente devido a falhas no planejamento ou nas opera¸c˜oes de movimenta¸c˜oes das bateladas pelos dutos, acarretando na con-tamina¸c˜ao de produtos.

• Compatibilidade de Produtos: Contamina¸c˜oes e perdas podem ocorrer na re-gi˜ao de contato (interface) entre produtos incompat´ıveis que trafegam em s´erie pelo mesmo duto (FELIZARI, 2009). O objetivo ´e minimizar as altera¸c˜oes de bombe-amentos de produtos a fim de evitar perdas devido `a forma¸c˜ao de interfaces. Em contrapartida, o volume das movimenta¸c˜oes deve ser maximizado para que seja pos-s´ıvel desprezar a redu¸c˜ao dos volumes por perdas ocorridas pelas interfaces. Em alguns casos, n˜ao ´e recomend´avel o bombeamento sequencial de certos tipos de produtos, pois um produto mais nobre pode sofrer degrada¸c˜ao excessiva. Na pro-grama¸c˜ao, assume-se como sendo um procedimento operacional considerar como n˜ao permitidas certas sequˆencias de bombeamento. Contudo o uso de produtos selo en-tre bateladas incompat´ıveis ´e uma possibilidade operacional, conforme detalhado a posteriori.

• Sangria: A sangria (entrega) ´e um tipo de opera¸c˜ao de recebimento na qual parte do produto que est´a sendo bombeado no duto ´e retirada em um ´org˜ao intermedi´ario,

(30)

por um duto de diˆametro menor e parte continua o trajeto para o ´org˜ao seguinte (RI-BAS, 2012). Observa-se que neste processo a vaz˜ao diminui nos segmentos seguintes (MEIRA, 2016).

• Chaveamento de Linha: O chaveamento ´e um tipo de opera¸c˜ao de recebimento no qual o terminal recebe todo o fluxo que est´a passando pelo duto, paralisando o fluxo posterior ao terminal. A ocorrˆencia de paradas de fluxo em dutos de grande dimens˜ao acarreta custos elevados de rein´ıcio de bombeamento, sendo operacional-mente indesej´aveis (RIBAS, 2012). De forma simplificada, no caso de chaveamento, h´a um gasto energ´etico muito elevado para superar a in´ercia da massa volum´etrica de todo o duto. Com a opera¸c˜ao de sangria, este fato ´e evitado.

• Inje¸c˜ao: Acontece quando o fluxo de dois trechos distintos se unem, aumentando o volume do fluxo no trecho seguinte. A opera¸c˜ao de inje¸c˜ao ´e efetuada apenas com o mesmo produto nos trechos de duto de origem, onde o ganho est´a no aproveita-mento do potencial de bombeaaproveita-mento das duas fontes e, quando nos dutos de origem h´a produtos cujas caracter´ısticas f´ısico-qu´ımicas se combinam a fim de formar um terceiro produto que seguir´a pelo duto.

• Estoque em duto: Todos os dutos da rede inicializam completamente preenchidos com algumas bateladas que j´a foram bombeadas. Essas bateladas s˜ao chamadas de estoque em duto.

Ressalta-se que na rede de dutos que transporta os derivados claros de petr´oleo do presente estudo, n˜ao s˜ao consideradas opera¸c˜oes de sangria, chaveamento e inje¸c˜ao.

Um grupo ´e um conjunto de produtos derivados de petr´oleo com caracter´ısticas semelhantes. O conceito de grupo ´e importante quando se trata da possibilidade do transporte sequencial de produtos pelo duto. Os principais grupos presentes na rede de claros em estudo s˜ao:

- ALC: Etanol; - DIE: Diesel; - GAS: Gasolina;

- GLP: G´as Liquefeito de Petr´oleo; - NFT: Nafta;

(31)

Quando dois produtos incompat´ıveis precisam ser sequenciados no mesmo duto, ´e necess´ario inserir entre eles um terceiro produto que seja compat´ıvel com ambos, isto ´e, um produto selo. O volume do selo que ser´a inserido no duto depende das caracter´ısticas e do sentido de fluxo do duto. O objetivo da inser¸c˜ao do selo ´e preservar a qualidade dos produtos envolvidos, evitando a degrada¸c˜ao que pode ocorrer no produto de maior qualidade (produto mais nobre) devido `a poss´ıvel mistura com outro produto de qualidade inferior. Na Tabela 2 est˜ao dispostos os grupos de produtos compat´ıveis que permitem bombeamento sequencial na rede de claros.

Tabela 2: Grupos de Produtos Compat´ıveis para o Transporte Sequencial no Duto

ALC DIE GAS GLP NFT QUE

ALC X X X DIE X X X X GAS X X X X X GLP X X NFT X X X X QUE X X Fonte: (BOSCHETTO, 2011)

No Cap´ıtulo 3 ser´a apresentada a fundamenta¸c˜ao te´orica relacionada ao trabalho proposto, a qual emprega os termos elencados no presente cap´ıtulo. Faz-se uma breve des-cri¸c˜ao sobre os conceitos que foram utilizados no desenvolvimento da modelagem utilizada, em compara¸c˜ao com o estado da arte.

(32)

3 FUNDAMENTA ¸C ˜AO TE ´ORICA

Na ´area de Pesquisa Operacional (PO), os modelos matem´aticos s˜ao uma im-portante ferramenta a ser utilizada a fim de expressar sistemas complexos por meio de equa¸c˜oes alg´ebricas e equivalˆencias l´ogicas. Tais modelos devem representar o sistema, independente dos dados do cen´ario, pois esses s˜ao mut´aveis no tempo, como por exem-plo, produ¸c˜ao de uma f´abrica, ou demanda de um cliente, isto ´e, s˜ao os parˆametros de entrada do modelo. Na Programa¸c˜ao Matem´atica os modelos utilizados na otimiza¸c˜ao de processos, tanto em maximiza¸c˜ao quanto em minimiza¸c˜ao de uma fun¸c˜ao objetivo, repre-sentam grandezas como por exemplo, lucro, custo, n´ıvel de servi¸co, tempo e confiabilidade (WILLIAMS, 1999).

Conforme Goldbarg e Luna (2005), os problemas combinat´orios como aloca¸c˜ao de recursos, log´ıstica de distribui¸c˜ao, composi¸c˜ao de produtos, fluxo em redes, agendamento de opera¸c˜oes, entre outros, podem ser modelados de forma cl´assica e resolvidos utilizando a Programa¸c˜ao Matem´atica. De acordo com as caracter´ısticas e natureza das vari´aveis apresentadas, s˜ao classificados em sub´areas.

Entende-se por Programa¸c˜ao Matem´atica (PM) o conjunto de t´ecnicas matem´ ati-cas de modelagem e solu¸c˜ao de modelos de otimiza¸c˜ao que descrevem problemas, visando `

a obten¸c˜ao de um resultado que, via de regra, possa ser implementado na pr´atica. Dentre os problemas reais que podem ser tratados atrav´es de t´ecnicas de Programa¸c˜ao Mate-m´atica, est˜ao os problemas de transporte. Dentro da PM existem duas t´ecnicas que s˜ao muito utilizadas: a Programa¸c˜ao Linear (PL, Linear Programming - LP) e a Programa¸c˜ao Linear Inteira Mista (PLIM, Mixed Integer Linear Programming - MILP).

3.1 PROGRAMA ¸C ˜AO LINEAR

A Programa¸c˜ao Linear (PL) tornou-se a primeira t´ecnica da Pesquisa Operacional (PO) utilizada na otimiza¸c˜ao de problemas. Os fundamentos da PL s˜ao baseados no M´etodo Simplex, proposto por Dantzig (1963), e utilizado at´e hoje como a mais b´asica e

(33)

´

util das t´ecnicas de PO.

Para Puccini e Pizzolato (1990), a Programa¸c˜ao Linear ´e um m´etodo de otimi-za¸c˜ao muito utilizado para resolver problemas de aloca¸c˜ao de recursos, que tenham seus modelos representados por express˜oes lineares. Para Murty (1985), “...a Programa¸c˜ao Li-near trata dos problemas em que uma fun¸c˜ao objetivo linear deve ser otimizada (isto ´e, maximizada ou minimizada) sujeito `as restri¸c˜oes com equa¸c˜oes e inequa¸c˜oes lineares e li-mita¸c˜oes no sinal das vari´aveis”. Os modelos de otimiza¸c˜ao linear podem ser identificados por meio das seguintes caracter´ısticas:

• Um crit´erio de escolha das vari´aveis, constitu´ıdo por uma fun¸c˜ao linear das vari´ a-veis. Esta fun¸c˜ao ´e denominada fun¸c˜ao objetivo e seu valor deve ser otimizado (maximizado ou minimizado);

• As rela¸c˜oes de interdependˆencia entre as vari´aveis se expressam por um conjunto de equa¸c˜oes e/ou inequa¸c˜oes lineares. Essas rela¸c˜oes s˜ao denominadas restri¸c˜oes; • As vari´aveis do modelo s˜ao n˜ao-negativas, ou seja, positivas ou nulas.

O aspecto matem´atico do modelo pode ser representado, em nota¸c˜ao matricial e em sua express˜ao padr˜ao, atrav´es da formula¸c˜ao apresentada em (MURTY, 1985), como observa-se na Formula¸c˜ao 3.1:

minimizar z = c.x sujeito a: A.x ρ b

(3.1)

Na citada formula¸c˜ao, tem-se os dados onde: z ´e a fun¸c˜ao objetivo que deve ser minimizada ou maximizada, c ´e um vetor de tamanho n contendo coeficientes de pondera¸c˜ao, x representa um vetor com o conjunto de vari´aveis do modelo, A ´e uma matriz m × n com os coeficientes das vari´aveis, b ´e um vetor de tamanho m com os recursos dispon´ıveis e ρ representa operadores matem´aticos (ρ ∈ {=, >, 6}).

A elabora¸c˜ao de um modelo em PL constitui apenas um passo intermedi´ario na busca de solu¸c˜oes otimizadas ao problema em estudo. Este modelo deve, na sequˆencia, ser resolvido seguindo as restri¸c˜oes impostas. O M´etodo Simplex, apresentado por Dantzig (1963), ´e utilizado para obter a solu¸c˜ao ´otima de um modelo de Programa¸c˜ao Linear. A partir de uma solu¸c˜ao fact´ıvel, o m´etodo procura a solu¸c˜ao ´otima explorando as proprie-dades de um problema linear.

(34)

O M´etodo Simplex pode ser utilizado para obter solu¸c˜oes ´otimas em um modelo de Programa¸c˜ao Linear, por´em, n˜ao ´e poss´ıvel garantir a integralidade das vari´aveis, ou seja, as vari´aveis do modelo assumem valores cont´ınuos contidos no conjunto dos n´umeros reais positivos. Se algumas das vari´aveis do modelo devem assumir valores inteiros n˜ ao-negativos (∈ Z+) ou bin´arios (∈ {0, 1}), deve-se representar o problema por meio de um

modelo de Programa¸c˜ao Linear Inteira Mista (PLIM) ou Mixed Integer Linear Program-ming (MILP).

3.2 PROGRAMA ¸C ˜AO LINEAR INTEIRA MISTA

A Programa¸c˜ao Linear Inteira (PLI), ou Integer Linear Programming (ILP), tam-b´em envolve modelos lineares. Entretanto, as vari´aveis presentes no modelo matem´atico devem apresentar apenas valores inteiros. Deste modo, aplicado o Algoritmo Simplex para obter a solu¸c˜ao inicial de um PLI, ´e necess´aria tamb´em a aplica¸c˜ao de m´etodos adicionais para tornar a solu¸c˜ao fact´ıvel, pois os valores devem ser inteiros positivos (GOLDBARG; LUNA, 2005).

Ainda dentro dos conceitos da Programa¸c˜ao Linear Inteira, tem-se a Programa¸c˜ao Bin´aria (Binary Programming, BP ou PB), onde al´em de inteiras, as vari´aveis devem assumir somente os valores 0 ou 1. A Programa¸c˜ao Bin´aria ´e muito usada em modelos matem´aticos onde as vari´aveis s˜ao vari´aveis de decis˜ao (verdadeiro ou falso). Entretanto, na maioria dos modelos, algumas vari´aveis assumem valores reais e outras s˜ao do tipo inteiras ou bin´arias. Neste caso, tem-se a Programa¸c˜ao Linear Inteira Mista (Mixed Integer Linear Programming, MILP ou PLIM).

Dentre os m´etodos utilizados para obter a solu¸c˜ao de um modelo PLI, PB ou PLIM destacam-se os m´etodos de Planos de Corte (Cutting Planes dentre os quais destacam-se os Cortes de Gomory) e os m´etodos Baseados em L´ogica (Logic-based Methods). Con-tudo, o m´etodo mais difundido ´e o Branch-and-Bound. Diferentes algoritmos tˆem apresen-tado desempenho satisfat´orio para diferentes classes de problemas, explorando estruturas e caracter´ısticas peculiares e particulares. Em essˆencia o Branch-and-Bound ´e um pro-cedimento de busca baseado em uma estrat´egia de divis˜ao e conquista para reduzir e/ou explorar o espa¸co de solu¸c˜oes do modelo, al´em de utilizar relaxa¸c˜oes ao longo do processo de busca (WILLIAMS, 1999).

(35)

3.3 PROGRAMA ¸C ˜AO L ´OGICA POR RESTRI ¸C ˜OES

De acordo com Williams (1999), Programa¸c˜ao L´ogica por Restri¸c˜oes (PLR) (Cons-traint Logic Programming, CLP) ´e uma t´ecnica de resolu¸c˜ao de problemas combinatoriais de otimiza¸c˜ao. Dentre os problemas comumente abordados via PLR destacam-se atribui-¸c˜oes de recursos, roteamento, planejamento e scheduling. A PLR utiliza dois mecanismos base para a resolu¸c˜ao dos modelos: (i) redu¸c˜ao de dom´ınios; e, (ii) propaga¸c˜ao de restri¸c˜oes aplicadas a dom´ınios finitos. As restri¸c˜oes s˜ao comumente representadas por predicados, onde com mecanismos base consegue-se obter solu¸c˜oes ou auxiliar outros m´etodos de busca a encontrar solu¸c˜oes.

3.3.1 CONCEITOS SOBRE AS RESTRI ¸C ˜OES EM PLR

Diversas ´areas das atividades humanas podem ser condicionadas `a existˆencia de restri¸c˜oes ou express˜oes que s˜ao usadas para formalizar as regularidades e dependˆencias que est˜ao na base das abstra¸c˜oes matem´aticas traduzidas em modelos computacionais e f´ısicos. Um exemplo comumente visto ´e a formula¸c˜ao matem´atica da frase: “a merca-doria poder´a ser entregue no intervalo de tempo das 7h `as 8h da manh˜a”, que engloba uma restri¸c˜ao comumente usada para o planejamento de tempo (janela de tempo de en-trega). De forma intuitiva, uma restri¸c˜ao pode ser considerada como uma condicionante de um espa¸co de possibilidades, pois especifica de forma clara e precisa as rela¸c˜oes entre parˆametros desconhecidos (as vari´aveis do modelo), onde cada uma assume um valor no dom´ınio que est´a sendo considerado. As restri¸c˜oes de um modelo matem´atico apresentam propriedades, como (TAVARES, 2000):

• Informa¸c˜ao Parcial: As restri¸c˜oes traduzem informa¸c˜oes parciais sobre uma dada quest˜ao ou problema, pois de uma restri¸c˜ao apenas, n˜ao h´a de se esperar que a mesma determine o valor de todas as vari´aveis que comp˜oem o problema;

• Aditividade: As restri¸c˜oes de um modelo em PLR s˜ao aditivas, isto ´e, a ordem na qual as restri¸c˜oes s˜ao impostas ´e irrelevante, pois est´a sendo considerado o conjunto dos termos que denotam que `as restri¸c˜oes seja atribu´ıdo um valor v´alido;

• Dependˆencia: As restri¸c˜oes raramente s˜ao independentes, ou seja, geralmente rela-cionam as informa¸c˜oes entre as vari´aveis;

• Dire¸c˜ao: As vari´aveis de um modelo matem´atico em PLR n˜ao indicam dire¸c˜ao de sentido, ou seja, n˜ao s˜ao direcionais, pois podem ser escritas de uma forma em uma

(36)

restri¸c˜ao e de forma equivalente em outra; e

• Declaratividade: As restri¸c˜oes s˜ao de natureza declarativa pois denotam as rela-¸c˜oes que devem ser asseguradas entre as vari´aveis, sem especificar um procedimento computacional para estabelecer esse relacionamento.

3.3.2 PROGRAMA ¸C ˜AO POR RESTRI ¸C ˜OES

A Programa¸c˜ao por Restri¸c˜oes (CP - Constraint Programming ou PR) ´e o estudo de sistemas computacionais baseados em restri¸c˜oes, pois o seu m´etodo de resolu¸c˜ao de pro-blemas passa pela indica¸c˜ao das restri¸c˜oes para o problema em causa e, consequentemente, por se encontrarem as solu¸c˜oes que satisfa¸cam essas condicionantes.

Na d´ecada de 80 se desenvolveu a conscientiza¸c˜ao de que as ideias de programa¸c˜ao em PR poderiam fornecer a base para uma abordagem com inova¸c˜oes na modelagem, programa¸c˜ao e resolu¸c˜ao de problemas (STEELE, 1980). Com o passar do tempo verificou-se o aparecimento de duas correntes complementares para o tratamento da PR: a satisfa¸c˜ao de restri¸c˜oes e a resolu¸c˜ao de restri¸c˜oes. As duas abordagens possuem origens distintas e utilizam tecnologias diferentes de resolu¸c˜ao de problemas. A satisfa¸c˜ao de restri¸c˜oes assume os problemas definidos sobre dom´ınios de valores discretos, nos quais fazem parte os dom´ınios finitos, muito usados em aplica¸c˜oes reais. A resolu¸c˜ao de restri¸c˜oes possui todas as propriedades base da PR, com o diferencial de atuar em dom´ınios infinitos ou mais complexos, os quais n˜ao s˜ao baseados em m´etodos combinat´orios, e sim, em outras t´ecnicas matem´aticas, como a Diferencia¸c˜ao Autom´atica, S´eries de Taylor, M´etodo de Newton ou Programa¸c˜ao Linear.

3.3.3 PROGRAMA ¸C ˜AO L ´OGICA E PROGRAMA ¸C ˜AO L ´OGICA POR RESTRI ¸C ˜OES

A Programa¸c˜ao L´ogica por Restri¸c˜oes (CLP - Constraint Logic Programming, ou PLR) ´e definida por Tavares (2000) como um paradigma de programa¸c˜ao baseado em l´ogicas de primeira ordem. Utiliza-se uma formula¸c˜ao declarativa, indicando-se os relacionamentos l´ogicos necess´arios para resolver um dado problema. Um sistema baseado em l´ogica faz uso de um conjunto de regras desenvolvidas pelo programador para que respondam `as perguntas que lhe s˜ao endere¸cadas. Em geral, os programas em l´ogica podem ser usados para comprovar uma afirma¸c˜ao ou para determinar qual conjunto de vari´aveis satisfaz o valor do conjunto verdade. A propriedade declarativa das linguagens de programa¸c˜ao em l´ogica ´e apelativa pelos programadores por facilitar a existˆencia da clareza e objetividade definidas, com uma base te´orica fundamentada.

(37)

A natureza declarativa faz com que a PL e a PLR tenham uma base bem pr´oxima. O processo de pesquisa de solu¸c˜oes em profundidade com retrocesso ´e similar aos de retro-cesso (backtracking) padr˜ao usado para solucionar problemas com restri¸c˜oes. Observa-se que as equa¸c˜oes de termos l´ogicos s˜ao restri¸c˜oes de um tipo espec´ıfico e que o algoritmo de unifica¸c˜ao apresenta um tipo especial de procedimento para a resolu¸c˜ao das restri¸c˜oes. Em PLR a l´ogica ´e utilizada para especificar um conjunto de possibilidades para resolu¸c˜ao de um problema. S˜ao exploradas por interm´edio de um simples m´etodo de pesquisa, pois suas restri¸c˜oes s˜ao usadas para minimizar o espa¸co de busca por solu¸c˜oes. Logo, o programador pode declarar os fatores que devem ser seguidos para restringir e guiar a pesquisa, os quais ser˜ao relevantes na solu¸c˜ao, ou seja, as restri¸c˜oes, declara¸c˜ao das possibilidades, a programa¸c˜ao em l´ogica e, por fim, fazer uso do sistema para combinar o racioc´ınio e a pesquisa.

3.3.4 DOM´INIOS COMPUTACIONAIS DA PROGRAMA ¸C ˜AO L ´OGICA POR RES-TRI ¸C ˜OES (PLR)

De acordo com Tavares (2000), as linguagens em PLR tradicionais possuem o seu dom´ınio ausente em estruturas n˜ao interpretadas baseadas em constantes e s´ımbolos funcionais. A PLR ´e parametrizada por um ou mais dom´ınios, sobre os quais assenta a resolu¸c˜ao das restri¸c˜oes, cujas linguagens baseiam-se em diversos dom´ınios, destacando-se as restri¸c˜oes booleanas, sobre dom´ınios finitos, sobre intervalos reais e os termos lineares, conforme a seguir detalhados:

• Restri¸c˜oes Booleanas: S˜ao tratadas como um caso particular das restri¸c˜oes as-sociadas a dom´ınios finitos, nos quais as vari´aveis podem assumir apenas os valores inteiros 0 (falso) ou 1 (verdadeiro);

• Restri¸c˜oes Sobre Dom´ınios Finitos: Para a satisfa¸c˜ao destas restri¸c˜oes usa-se uma combina¸c˜ao de t´ecnicas para a preserva¸c˜ao da programa¸c˜ao de valores. Cada vari´avel est´a associada a um conjunto finito de valores inteiros. Os valores do dom´ı-nio que levam `as inconsistˆencias das solu¸c˜oes s˜ao removidos do dom´ınio das vari´aveis durante a fase de propaga¸c˜ao;

• Restri¸c˜oes Sobre Intervalos Reais: S˜ao equivalentes `as consideradas para os dom´ınios finitos, por´em trabalhando com valores reais ao inv´es de apenas valores inteiros. As t´ecnicas de remo¸c˜ao de inconsistˆencias s˜ao similares `as t´ecnicas usa-das para dom´ınios finitos, ou baseausa-das em t´ecnicas matem´aticas de diferencia¸c˜ao autom´atica ou as S´eries de Taylor; e

Referências

Documentos relacionados

O Plano de Manutenção dos Monumentos é uma ferramenta de gestão e de conservação preventiva que tem os seguintes objetivos: melhorar a gestão de recursos (reduzindo custos a

Os principais objectivos definidos foram a observação e realização dos procedimentos nas diferentes vertentes de atividade do cirurgião, aplicação correta da terminologia cirúrgica,

O relatório encontra-se dividido em 4 secções: a introdução, onde são explicitados os objetivos gerais; o corpo de trabalho, que consiste numa descrição sumária das

psicológicos, sociais e ambientais. Assim podemos observar que é de extrema importância a QV e a PS andarem juntas, pois não adianta ter uma meta de promoção de saúde se

Foi membro da Comissão Instaladora do Instituto Universitário de Évora e viria a exercer muitos outros cargos de relevo na Universidade de Évora, nomeadamente, o de Pró-reitor (1976-

Therefore, the time required for desorption (~ 120 min or more) was always one order of magnitude higher than the time required for complete sorption (~ 30 min). In the

da quem praticasse tais assaltos às igrejas e mosteiros ou outros bens da Igreja, 29 medida que foi igualmente ineficaz, como decorre das deliberações tomadas por D. João I, quan-

O CES é constituído por 54 itens, destinados a avaliar: (a) cinco tipos de crenças, a saber: (a1) Estatuto de Emprego - avalia até que ponto são favoráveis, as