A RESPONSABILIDADE PÓS
CONSUMO E O PAPEL DO
PODER PÚBLICO E DA
SOCIEDADE CIVIL
PROBLEMAS A SEREM ENFRENTADOS
1. Produção de resíduos em escala sempre crescente (o percentual de
geração de resíduos suplanta a taxa de crescimento populacional urbano*)
2. Esgotabilidade dos recursos naturais (capacidade de resiliência do
Planeta: limites de produção e, também, de recepção de rejeitos)
3. Destinação final imprópria de rejeitos (esgotabilidade dos aterros sanitários, alto custo de gestão, risco de contaminação solo, água e ar etc)
4. Secção entre mercado e preservação ambiental, como se fossem
fatores estranhos entre si e independentes. As denominadas “externalidades”.
RESULTADO
Apropriação
irresponsável
da
natureza
pelos
processos produtivo e de consumo => escassez
GLOBAL, e não mais relativa => comprometimento da
economia global
PNRS é uma política de SUSTENTABILIDADE, pois trata
de aspectos:
1.Sociais
2.Econômicos
3.Ambientais
Objetivo: Internalização das externalidades = os
impactos ao meio ambiente precisam ser internalizados
pelo mercado em uma visão sustentável
PROJETO DE LEI Nº 203/91 E SEUS
SUBSTITUTIVOS: TRAMITAÇÃO -
20 ANOS
LEI 12.305, DE 02 DE AGOSTO DE 2010
instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos
DECRETO Nº 7.404, DE 23 DE DEZEMBRO DE
2010
regulamentou a Lei nº 12.305/2010
LEI DE POLÍTICA NACIONAL DE
RESÍDUOS SÓLIDOS (Lei 12.305/10)
PLANO NACIONAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS
PLANOS ESTADUAIS DE RESÍDUOS
SÓLIDOS
PLANOS MICRORREGIONAIS DE REGIÕES METROPOLITANAS E INTERMUNICIPAIS PLANOS MUNICIPAIS DE GESTÃO INTEGRADA PLANOS DE GERENCIAMENTOArt.14 da LEI 12.305/10
Planos Municipais de Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos
• Prazo para elaboração: 2 anos (art. 55);
• Condição para acesso a recursos da União destinados a
empreendimentos e serviços relacionados à limpeza
urbana e manejo de resíduos sólidos (art. 18);
• Gestão integrada = busca de soluções para os resíduos
sólidos considerando todas as esferas de interesse
(social, econômica, ambiental);
• Dever de diagnóstico dos resíduos e das características
físicas e biológicas do Município;
• Pode estar inserido no Plano Municipal de Saneamento
Básico desde que esteja atendido o conteúdo mínimo
previsto no art. 19, da Lei 12.305/10.
Planos Municipais de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos
• Conteúdo mínimo: art. 19;
• Deve guardar compatibilidade com os Planos de
Bacias Hidrográficas (Decreto Federal 7.404/10);
PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS
(artigo 19, IV e XV) obrigatoriamente deverá:
- IDENTIFICAR os resíduos sólidos e os geradores sujeitos a plano de gerenciamento específico nos termos do art. 20 ou a sistema de logística reversa na forma do art. 33, observadas as disposições desta Lei e de seu regulamento;
- Descrever as FORMAS E OS LIMITES DA PARTICIPAÇÃO DO PODER PÚBLICO LOCAL NA COLETA SELETIVA E NA LOGÍSTICA REVERSA,
respeitado o disposto no art. 33 e de outras ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.
RESÍDUO: material, substância, objeto ou bem
descartado que pode ser reaproveitado , recuperado
ou reciclado;
REJEITO: não é passível de reaproveitamento,
recuperação ou reciclagem;
DOMICILIARES LIMPEZA URBANA
RESÍDUOS
SÓLIDOS
URBANOS
ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS E
PRESTADORES DE SERVIÇO
EXCETO:
Saneamento
Básico
Serviços de
Saúde
Limpeza
Urbana
*
Construção
Civil
Serviços
de
Transporte
*Art. 13, Parágrafo único. Respeitado o disposto no art. 20, os resíduos referidos na alínea “d” do inciso I do caput, se caracterizados como não
perigosos, podem, em razão de sua natureza, composição ou volume,
ser equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público
A palavra
“lixo”, como sinônimo de coisa
abandonada, não mais desejada, deixa de existir no
mundo jurídico
RESÍDUO COISA ABANDONADA
Todos geradores de resíduos são responsáveis, em
alguma medida, pelo seu gerenciamento
PRINCÍPIOS DA PNRS
Art. 6º
1. Precaução 2. Prevenção 3. Poluidor-pagador 4. Protetor-recebedor 5. Desenvolvimento sustentável6. Direito à informação e ao controle social 7. Razoabilidade e proporcionalidade;
8. Visão sistêmica
9. Ecoeficiência
10. Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos 11. Reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como
um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania
12. Respeito às diversidades locais e regionais
GESTÃO DE RESÍDUOS NA PNRS
• Não geração
• Redução
• Reutilização
• Reciclagem
• Tratamento
• Disposição final
Responsabilidade
PÓS CONSUMO
RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA PELO
CICLO DE VIDA DO PRODUTO
Conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos
fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes,
dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos pela
minimização do volume de resíduos sólidos e rejeitos
gerados, bem como pela redução dos impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos (art. 3º, XVII)
GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
ANTES DA PNRS: Resíduos Sólidos Gerados
Destinação final ambientalmente adequada de rejeitos
Grande responsável:
Poder Público
COM A PNRS: MINIMIZAÇÃO DO VOLUME e
REDUÇÃO DE IMPACTOS
NÃO-GERAÇÃO; REDUÇÃO; REUTILIZAÇÃO RECICLAGEM TRATAMENTO DISPOSIÇÃO FINAL AMBIENTALMENTE ADEQUADA DOS REJEITOS
NOVO PARADIGMA DA LEI 12.305/2010
Assim, além de pensarmos no FINAL DO CICLO DE VIDA DO PRODUTO...
Devemos também PENSAR NO INÍCIO DO CICLO:
Não geração
Produção eficiente
RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA CICLO DE VIDA DO PRODUTO
Desenvolvimento de técnicas para reduzir o uso de recursos naturais e a disposição de rejeitos Matérias-primas e insumos Processo produtivo Consumo Destinação final Disposição final Desenvolvimento
LOGÍSTICA
REVERSA
LOGÍSTICA REVERSA
Para a estruturação e a implementação do sistema
de logística reversa, os fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes ficam responsáveis pela
realização da logística reversa
no limite da
proporção dos produtos que colocarem no
mercado interno
, conforme metas progressivas,
intermediárias e finais, estabelecidas no instrumento
que determinar a implementação da logística reversa
(§ 2º, do artigo 18, do Decreto 7.404/10)RESPONSABILIDADES
Fabricantes e Importadores;
Distribuidores e Comerciantes;
Consumidores;
Titulares de serviços públicos de limpeza
urbana e de manejo de resíduos sólidos.
CONSUMIDORES
Arts. 33, § 4º e 35
DEVOLUÇÃO APÓS USO COMERCIANTES DISTRIBUIDORES PRODUTOS E EMBALAGENS COLETA SELETIVA Acondicionar adequadamente de forma diferenciada os resíduos sólidos Disponibilizar adequadamente os resíduos sólidos para a coleta ou devolução Instrumentos Econômicos: incentivos ou tributaçõesCOMERCIANTES e DISTRIBUIDORES
Art. 33, § 5º
• Fabricantes
• Importadores
Devolução
dos
produtos e
embalagens
FABRICANTES e IMPORTADORES
Art. 33, §6º
Destinação
ambientalmente
adequada aos produtos
e às embalagens
reunidos ou devolvidos
Disposição final
ambientalmente
FABRICANTES, IMPORTADORES,
COMERCIANTES e DISTRIBUIDORES
Art. 33, § 5º
PROCEDIMENTOS DE COMPRA PRODUTOS EMBALAGENS Depósito reembolso ou Depósito retorno POSTOS DE ENTREGA RESÍDUOS REUTILIZÁVEIS RECICLÁVEIS Independente da coleta seletiva municipal PARCERIA COM COOPERATIVAS OU ASSOCIAÇÕES DE CATADORES PRODUTOS EMBALAGENS Recicláveis ou Reutilizáveis Incentivos fiscais, financeiros ou creditíciosObrigação de manter atualizadas e disponíveis ao órgão municipal competente e a outras autoridades informações
completas sobre a realização das ações sob sua responsabilidade
TITULAR DE SERVIÇO PÚBLICO DE LIMPEZA
E MANEJO DE RESÍDUOS
COLETA SELETIVA PRIORIDADE NA INSERÇÃO DE CATADORES ATIVIDADES DA LOGÍSTICA REVERSA MEDIANTE A DEVIDA CONTRAPRESTAÇÃOINSTRUMENTOS DE IMPLEMENTAÇÃO
Acordos Setoriais
Nacional, regional, estadual ou municipal
Termos de Compromisso
LOGÍSTICA REVERSA
ANTES DA LEI 12.305/2010
Sistemas de logística reversa implantados, anteriormente à Lei nº 2.305/2010, por meio de outras tratativas legais:
Pneus (Res. CONAMA 416/09);
Embalagens de agrotóxicos (Leis 7.802/89 e 9.974/00 e Decreto 4.074/02);
Óleo lubrificante usado ou contaminado (Res. CONAMA 362/2005 e 450/2012);
agrotóxicos, seus resíduos e embalagens;
pilhas e baterias;
pneus;
óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
produtos eletroeletrônicos e seus componentes
Baterias automotivas
Óleo Comestível
Filtro de óleo lubrificante automotivo (ROL NÃO É TAXATIVO).
LOGÍSTICA REVERSA
(art. 33 LPNRS)
COMITÊ ORIENTADOR DA
LOGÍSTICA REVERSA (MMA)
CINCO GRUPOS TEMÁTICOS (GTT): Descarte de medicamentos;
Embalagens em geral;
Embalagens de óleos lubrificantes e seus resíduos; Produtos eletroeletrônicos e seus resíduos;
Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
ESTADO DE SÃO PAULO
Atuação conjunta da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e CETESB – Projeto de Apoio à Gestão Municipal de Resíduos Sólidos - por meio da sua Coordenaria de Planejamento Ambiental (CPLA);
RESOLUÇÃO SMA 38/2011: assinaturas de termos de compromisso (13 setores)
http://www.cetesb.sp.gov.br/residuos-solidos/responsabilidade-pos-consumo/21-termos
ESTADO DE SÃO PAULO
TERMOS DE COMPROMISSO assinados para 13 setores: I – Produtos que resultam em
resíduos de significativo impacto ambiental:
a) Óleo lubrificante automotivo; b) Óleo Comestível;
c) Filtro de óleo lubrif. automotivo; d) Baterias automotivas;
e) Pilhas e Baterias Portáteis; f) Produtos eletroeletrônicos;
g) Lâmpadas contendo mercúrio; h) Pneus inservíveis;
i) Aparelhos de telefonia móvel
celular e seus acessórios
II – Produtos cujas embalagens são consideradas resíduos de
significativo impacto ambiental:
a) Alimentos;
b) Produtos de higiene pessoal, Perfumaria, cosméticos;
c) Produtos de limpeza e afins; d) Agrotóxicos;
A responsabilidade do titular dos serviços de limpeza
urbana e de manejo dos resíduos sólidos (MUNICÍPIO) é diversa daquela atribuída aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, nos termos do artigo 33 da Lei nº 12.305/10.
No âmbito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, aos Municípios incumbe, por expressa disposição legal, o dever de ORGANIZAÇÃO
DA PRESTAÇÃO DIRETA OU INDIRETA dos serviços
públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, observados o respectivo plano (Art. 26 da LPNRS)
RESPONSABILIDADE DOS MUNICÍPIOS (ART. 36):
I - adotar procedimentos para reaproveitar os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos; II - estabelecer sistema de coleta seletiva;
III - articular com os agentes econômicos e sociais medidas para viabilizar o retorno ao ciclo produtivo dos resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos;
IV - realizar as atividades definidas por acordo setorial ou
termo de compromisso na forma do § 7o do art. 33,
MEDIANTE A DEVIDA REMUNERAÇÃO PELO SETOR EMPRESARIAL;
V – (...);
VI - dar disposição final ambientalmente adequada aos resíduos e rejeitos oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.
Coleta seletiva e Logística Reversa
Art. 5
º,PNSB:
• “
Não constitui serviço público
a ação de
saneamento executada por meio de soluções
individuais, desde que o usuário não dependa
de terceiros para operar os serviços, bem como
as ações e serviços de saneamento básico de
responsabilidade privada
,
incluindo o manejo
A PNRS e o MINISTÉRIO PÚBLICO
Estreitamento de diálogo entre os Promotores de Justiça: Grupo de Trabalhos de Resíduos Sólidos (Ato nº 51/12 – PGJ, de 21 de novembro de 2012 - encerrado);
Abertura de canal de diálogo com os órgãos públicos: Municípios/APM e CETESB;
Acompanhamento da elaboração dos PMRS pelos PJs/auxílio CAEx;
Decisão sobre a concentração dos ICs relativos à logística reversa na PJ do Meio Ambiente da Capital;
Acompanhamento dos Termos de Compromisso de logística reversa firmados pela CETESB e setor privado.
Tese aprovada no 17º Congresso de Meio Ambiente e 11º Congresso de Habitação e Urbanismo do Ministério Público do Estado de São Paulo – setembro/2013
1. Qualquer participação do Poder Público na execução de parte do sistema de logística reversa, incluindo a coleta seletiva, de responsabilidade dos setores privados pressupõe a necessária contrapartida remuneratória, sob pena de enriquecimento ilícito destes e do empobrecimento sem causa do erário (art. 33, § 7º c.c. art. 36, IV); 2. O desrespeito à vedação de execução de ações próprias dos sistemas de logística reversa, incluindo a coleta seletiva, de
responsabilidade do setor privado (art. 33, c.c. o §§ 3º e 6º, da Lei nº
12.305/10) sem a devida remuneração, caracteriza, em tese, ato de
improbidade administrativa e crime, com a consequente
responsabilização dos autores em indenizar ou restituir ao poder público os valores equivalentes ao danos sofridos pelo erário.
RECOMENDAÇÃO Nº 04, DE 23/08/2013
IC nº 542/12 – 1º PJMA/Capital
RECOMENDAR ao Presidente da Agência Ambiental do Estado de São Paulo, Eng. OTAVIO OKANO; para que, por si, pelos diretores, chefes de departamentos ou assemelhados, e demais agentes da CETESB:
1. Passem a exigir dos interessados nos processos de empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental, ou de renovação de Licença de Operação, a apresentação do respectivo Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos contendo, no mínimo, o estabelecido nos artigos 21, da Lei nº 12.035/10, e 20, da Lei Estadual nº 12.300/06;
2. Abstenham-se de conceder qualquer tipo de licença (LP, LI ou LO) quando da não apresentação do respectivo Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, ou que não atendam os requisitos mínimos estabelecidos em leis ou regulamentos, por parte do(s) interessado(s) no empreendimento;
3. Abstenham-se de renovar as licenças de operação dos empreendimentos cujos responsáveis não apresentarem juntamento com o pedido de renovação o respectivo Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos ou que não atenda os requisitos mínimos estabelecidos em leis ou regulamentos.
RESOLUÇÃO SMA 45, de 23/06/2015
Define as diretrizes para implementação e operacionalização da responsabilidade pós-consumo no Estado de São Paulo, e dá providências correlatas
Artigo 4º - Para atendimento ao disposto no artigo 24, da Lei Federal nº 12.305, de 02 de agosto de 2010; no artigo 19, da Lei Estadual nº 12.300, de 16 de março de 2006; e no artigo 11, do Decreto Estadual nº 54.645, de 05 de agosto de 2009, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB exigirá o cumprimento desta Resolução como condicionante para a emissão ou renovação da licença de operação.
§ 1º - A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB, nos termos do inciso XVIII, do artigo 4º, da Lei Estadual nº 12.300, de 16 de março de 2006, definirá, em até 6 (seis) meses, as diretrizes e a progressividade das metas estruturantes e quantitativas para aplicação dessa exigência
.
Palestras proferidas junto à APM
A participação do comércio na implementação e
operacionalização do sistema de logística reversa, naquilo
que lhe cabe no âmbito da responsabilidade
compartilhada pelo ciclo de vida de produto, deve ser
efetiva, sob pena de não concessão ou renovação do
MUITO OBRIGADA!!!
TATIANA BARRETO SERRA