SMA 5878 An´
alise Funcional II
Alexandre Nolasco de CarvalhoDepartamento de Matem´atica
Instituto de Ciˆencias Matem´aticas e de Computa¸c˜ao Universidade de S˜ao Paulo
Objetivos da Disciplina
O objetivo desta disciplina ´e, dado um operador linear L,
I Encontrar subespa¸cos invariantes por L de modo que, nestes espa¸cos, L tenha uma representa¸c˜ao mais simples
(diagonaliza¸c˜ao ou, mais geralmente, a forma canˆonica de Jordan em dimens˜ao finita),
I Desenvolver o c´alculo operacional para determinar quando o problema ˙x = Lx ´e localmente bem colocado (dar sentido para eLt e estudar suas propriedades) ou (equivalentemente) para determinar para quais escalares λ ´e poss´ıvel resolver o problema (λI − L)x = f (encontrar x como fun¸c˜ao de f ) e
I Compreender as situa¸c˜oes em que uma separa¸c˜ao do espectro induz uma dicotomia no comportamento das solu¸c˜oes de
˙
x = Lx (teoremas da aplica¸c˜ao espectral – estabilidade ou mais geralmente hiperbolicidade).
Coment´
arios
Estas quest˜oes s˜ao bem conhecidas dos alunos de gradua¸c˜ao que cursaram alguma disciplina sobre sistemas lineares de equa¸c˜oes diferenciais autˆonomas. No entanto, em dimens˜ao infinita elas ganham novos contornos e surpreendentes caracter´ısticas novas. Um fato marcante ´e a impossiblidade de, em geral, caracterizar (em espa¸cos de dimens˜ao infinita) a estabilidade de solu¸c˜oes de
˙
x = Lx pela posi¸c˜ao do espectro de L e o estudo das situa¸c˜oes em que esta caracteriza¸c˜ao ´e poss´ıvel.
Um outro importante aspecto ´e o conjunto de restri¸c˜oes que precisam ser impostas a L para que o problema ˙x = Lx seja bem colocado.
Exemplos importantes de equa¸c˜oes em que o operador L est´a definido em um espa¸co de dimens˜ao infinita s˜ao as EDP’s evolutivas lineares e as EDF’s lineares.
Pr´
e-requisitos
Vamos utilizar fortemente, nesta primeira aula, alguns resultados de an´alise funcional elementar e de an´alise complexa tais como:
I O Teorema de Hahn-Banach ou suas conseq¨uˆencias,
I O Princ´ıpio da Limita¸c˜ao uniforme,
I A no¸c˜ao de convergˆencia fraca,
I O Teorema de Cauchy e as f´ormulas integrais de Cauchy,
I As expans˜oes de Taylor e de Laurent e
An´
alise Funcional II - Conte´
udo da disciplina
I C´alculo de Func¸ ˜oes Vetoriais
I An´alise Espectral de Operadores Lineares
I Semigrupos e Seus Geradores
I Potˆencias Fracion´arias
I Teoremas de Aproximac¸˜ao
I Teoremas Espectrais e Dicotomias
Bibliografia
I Notas de Aula: Dispon´ıvel online no endere¸co
http://www.icmc.usp.br/pessoas/andcarva/AnaliseFuncional-II.pdf
I A. E. Taylor & D. C. Lay, Introduction to functional analysis, John-Wiley & Sons, New York, 1980.
I A. Pazy, Semigroups of linear operators and applications to partial differential equations, Springer-Verlag, New York, 1983.
I T. Kato, Perturbation theory for linear operators,
Cap´ıtulo 1
Introduc
¸˜
ao
Neste cap´ıtulo estudaremos a extens˜ao da no¸c˜ao de analiticidade para fun¸c˜oes definidas em um aberto de um plano complexo e tomando valores em um espa¸co de Banach complexo e da no¸c˜ao de integrabilidade (Riemann-Stieltjes) para fun¸c˜oes cont´ınuas. Algumas propriedades importantes das fun¸c˜oes anal´ıticas vetoriais s˜ao tamb´em exploradas para uso no estudo de propriedades espectrais de operadores lineares.
Sejam X , Y espa¸cos de Banach sobre um corpo K (K = R ou K = C) e L(X , Y ) o espa¸co dos operadores lineares e cont´ınuos de X em Y com a norma
kT kL(X ,Y )= sup
x ∈X
kxkX=1
kTxkY.
Em particular, se Y = K escrevemos X∗ := L(X , K) para denotar o espa¸co dual de X e L(X ) para denotar L(X , X ).
Se X ´e um espa¸co de Banach, r > 0 e x ∈ X , a bola aberta (fechada) de centro em x e raio r em X ´e denotada por BrX(x ) (BXr (x )) ou simplesmente por Br(x ) (Br(x )) quando estiver claro
Func
¸ ˜
oes anal´ıticas vetoriais
Se Ω ⊂ C ´e um conjunto aberto e X ´e um espa¸co de Banach sobre C, diremos que uma fun¸c˜ao f : Ω → X ´e anal´ıtica em Ω se, para cada λ0 ∈ Ω existe o limite
lim
λ→λ0
f (λ) − f (λ0)
λ − λ0
.
O valor deste limite, denotado por f0(λ0), ´e chamado derivada de
Observe que, se f : Ω → X ´e anal´ıtica e x∗∈ X∗, ent˜ao
h := x∗◦ f : Ω → C ´e anal´ıtica e h0(λ0) = x∗(f0(λ0)).
Surpreendentemente (j´a que, em geral, convergˆencia fraca n˜ao implica convergˆencia forte), a rec´ıproca tamb´em ´e verdadeira.
Teorema
Seja X um espa¸co de Banach sobre C, Ω um subconjunto aberto de C e f : Ω → X uma fun¸c˜ao tal que x∗◦ f : Ω → C ´e anal´ıtica para todo x∗ ∈ X∗. Ent˜ao f : Ω → X ´e anal´ıtica.
Prova: Seja λ0∈ Ω. Como X ´e completo, ´e suficiente provar que
para cada λ0∈ Ω, a express˜ao
f (λ) − f (λ0)
λ − λ0
−f (µ) − f (λ0) µ − λ0
Escolha r > 0 tal que o ¯BC
r (λ0) ⊂ Ω e denote por γ fronteira de
¯ BC
r (λ0) orientada no sentido anti-hor´ario.
Para cada x∗∈ X∗ a fun¸c˜ao x∗◦ f : ¯BC
r (λ0) → C ´e cont´ınua e
portanto limitada. Do Princ´ıpio da Limita¸c˜ao Uniforme, existe uma constante M > 0 tal que
Agora, se x∗∈ X∗ e λ, µ ∈ ¯BCr
2
(λ0). Pela f´ormula integral de
Cauchy, se ζ ∈ ¯BCr 2 (λ0), temos x∗(f (ζ)) = 1 2πi Z γ x∗(f (ξ)) ξ − ζ d ξ. (2)
Utilizando 2 para ζ igual a λ, µ e λ0, obtemos
x∗ f (λ)−f (λ0) λ−λ0 −f (µ)−f (λ0) µ−λ0 = 1 2πi Z γ (λ−µ) x∗(f (ξ)) (ξ −λ)(ξ −µ)(ξ −λ0) d ξ. (3)
Nossa escolha de λ e µ assegura que |λ − ξ| ≥ r2 e |µ − ξ| ≥ r2. Disto e de (1), segue de (3) que
x∗ f (λ) − f (λ0) λ − λ0 −f (µ) − f (λ0) µ − λ0 ≤ 4r−2Mkx∗kX∗|λ − µ|. Logo, f (λ)−f (λ0) λ−λ0 −f (µ)−f (λ0) µ−λ0 = sup x ∗∈X ∗ kx∗k=1 x∗f (λ)−f (λ0) λ−λ0 −f (µ)−f (λ0) µ−λ0 ≤ 4r−2M|λ − µ|.
A seguir, consideramos fun¸c˜oes definidas em subconjuntos abertos de C com valores no espa¸co dos operadores lineares e cont´ınuos entre dois espa¸cos de Banach.
Teorema
Sejam X , Y , espa¸cos de Banach sobre C e Ω um subconjunto aberto de C. Se T : Ω → L(X , Y ), as seguintes afirmativas s˜ao equivalentes:
(a) Para cada x ∈ X e y∗ ∈ Y∗, a fun¸c˜ao
Ω 3 λ 7→ y∗(T (λ)x ) ∈ C ´e anal´ıtica.
(b) Para cada x ∈ X , a fun¸c˜ao Ω 3 λ 7→ T (λ)x ∈ Y ´e anal´ıtica.
Prova: A prova de (a) ⇒ (b) segue diretamente do Teorema 1, a prova de (b) ⇒ (c) ´e an´aloga `a prova do Teorema 1 e a prova de (c) ⇒ (a) ´e imediata.
Estes teoremas permitem que uma parte significativa da teoria de fun¸c˜oes de vari´aveis complexas possa ser transferida para fun¸c˜oes com valores vetoriais sem muito esfor¸co adicional.
Curvas retific´
aveis
Dados a, b ∈ R com a < b, uma parti¸c˜ao P do intervalo [a, b] ´e uma cole¸c˜ao de pontos {t0, t1, · · · , tnP}, nP ∈ N
∗ := N\{0}, tal
que a = t0 < t1< · · · < tnP = b.
A malha kPk de uma parti¸c˜ao P : a = t0 < t1 < · · · < tnP = b ´e o
comprimento do maior dos sub-intervalos determinados por ela; isto ´e, kPk = max{ti − ti −1 : 1 ≤ i ≤ nP}.
Defini¸c˜ao
I Uma curva ´e uma fun¸c˜ao cont´ınua γ : [a, b] → C.
I Se γ : [a, b] → C ´e diferenci´avel e γ0: [a, b] → C ´e cont´ınua,
diremos que γ ´e uma curva suave.
I Uma curva γ : [a, b] → C ´e dita suave por partes se existe
uma parti¸c˜ao P : a = t0 < t1 < · · · < tnP = b do intervalo
[a, b] tal que γi : [ti −1, ti] → C dada por γi(t) = γ(t),
t ∈ [ti −1, ti], ´e suave i = 1, · · · , nP.
I Uma curva γ : [a, b] → C ´e uma poligonal se existe uma
parti¸c˜ao P : a = t0 < t1 < · · · < tnP = b do intervalo [a, b] tal
I Uma curva γ : [a, b] → C ´e de varia¸c˜ao limitada se existe uma
constante M ≥ 0 tal que, para toda parti¸c˜ao P : a = t0 < t1 < · · · < tnP = b do intervalo [a, b] v (γ, P) := nP X i =1 |γ(ti) − γ(ti −1)| ≤ M.
Se γ : [a, b] → C ´e de varia¸c˜ao limitada, a varia¸c˜ao de γ ´e definita por
Quando for importante especificar o intervalo de defini¸c˜ao da curva γ escreveremos V (γ, [a, b]) para denotar a varia¸c˜ao da curva γ : [a, b] → C.
Exerc´ıcio
Se γ : [a, b] → C for de varia¸c˜ao limitada V (γ, [a, b]) ent˜ao |γ| : [a, b] → C definida por |γ|(t) = V (γ, [a, t]) ser´a de varia¸c˜ao limitada e V (γ, [a, b]) = V (|γ|, [a, b]).
Proposi¸c˜ao
Sejam γ, σ : [a, b] → C curvas de varia¸c˜ao limitada.
(a) Se P, Q s˜ao parti¸c˜oes de [a, b] com P ⊂ Q, ent˜ao v (γ, P) ≤ v (γ, Q).
(b) Se α, β ∈ C, ent˜ao αγ + βσ : [a, b] → C definida por (αγ + βσ)(t) = αγ(t) + βσ(t), t ∈ [a, b] ´e de varia¸c˜ao limitada e V (αγ + βσ) ≤ |α|V (γ) + |β|V (σ).
Proposi¸c˜ao
Se γ : [a, b] → C ´e suave por partes, ent˜ao γ ´e de varia¸c˜ao limitada e
V (γ) =
Z b
a
|γ0(t)|dt.
Prova: Faremos apenas a prova para o caso em que γ ´e suave. O caso geral ´e deixado como exerc´ıcio para o leitor.
Note que, para toda parti¸c˜ao P : a = t0 < t1 < · · · < tnP = b do
intervalo [a, b], temos que
v (γ, P) = nP X i =1 |γ(ti) − γ(ti −1)| = nP X i =1 | Z ti ti −1 γ0(t)dt| ≤ nP X i =1 Z ti ti −1 |γ0(t)|dt = Z b a |γ0(t)|dt.
Consequentemente
V (γ) ≤
Z b
a
|γ0(t)|dt.
Como γ0 : [a, b] → C ´e uniformemente cont´ınua, dado > 0, existe δ1> 0 tal que, para todo t, s ∈ [a, b] com |t − s| < δ1, temos que
|γ0(t) − γ0(s)| < 2(b−a) . Seja δ2> 0 tal que, para toda parti¸c˜ao
P : a = t0< t1< · · · < tnP= b com malha kPk = max{ti−ti −1: 1 ≤ i ≤
nP} < δ2, temos que Z b |γ0(t)|dt − nP X |γ0(τi)|(ti − ti −1) < 2, ∀ τi ∈ [ti −1, ti].
Logo, se kPk < min{δ1, δ2}, Z b a |γ0(t)|dt ≤ 2 + nP X i =1 |γ0(τi)|(ti − ti −1) = 2 + nP X i =1 Z ti ti −1 γ0(τi)dt ≤ 2 + nP X i =1 Z ti ti −1 γ0(t)dt + nP X i =1 Z ti ti −1 [γ0(τi) − γ0(t)]dt ≤ + nP X i =1 |γ(ti) − γ(ti −1)| ≤ + V (γ).
Como > 0 ´e arbitr´ario, segue que Z b
a
|γ0(t)|dt ≤ V (γ) e a prova est´a completa.
Defini¸c˜ao
Seja γ : [a, b] → C uma curva. Diremos que γ ´e retific´avel se γ for de varia¸c˜ao limitada, diremos que γ ´e fechada se γ(a) = γ(b) e diremos γ ´e simples se γ : [a, b) → C for injetiva.
Observa¸c˜ao
O conjunto {γ} = {γ(t) : t ∈ [a, b]} ´e chamado tra¸co da curva γ : [a, b] → C . Se γ : [a, b] → C ´e uma curva simples de varia¸c˜ao limitada, a sua varia¸c˜ao V (γ) ´e comprimento de {γ}. O resultado anterior nos diz que, a no¸c˜ao usual de comprimento para o tra¸co de uma curva simples suave por partes γ : [a, b] → C ´e estendida pela no¸c˜ao de varia¸c˜ao `as curvas de varia¸c˜ao limitada.
Integral de Riemann-Stieltjes
Teorema
Seja X um espa¸co de Banach sobre K, γ : [a, b] → K uma curva retific´avel e f : [a, b] → X uma fun¸c˜ao cont´ınua. Ent˜ao, existe um vetor I em X com a seguinte propriedade: Dado > 0, existe δ > 0 tal que, se P : a = t0 < t1 < · · · < tnP = b ´e uma parti¸c˜ao
de [a, b] com kPk < δ, ent˜ao I − nP X i =1 f (τi)[γ(ti) − γ(ti −1)] X < , (4)
para qualquer escolha de τi ∈ [ti −1, ti], 1 ≤ i ≤ np. Este vetor I ´e
Prova: Seja {δm} uma seq¨uˆencia estritamente decrescente em
(0, ∞) com a seguinte propriedade: se t, s ∈ [a, b] e |t − s| < δm,
ent˜ao kf (t) − f (s)kX < m1, m ∈ N∗. Para m ∈ N∗ defina
Pm= {parti¸c˜oes de [a, b] com malha kPk < δm}.
Defina ainda Fm = (nP X i =1 f (τi)(γ(ti) − γ(ti −1) : P ∈ Pm e τi ∈ [ti −1, ti] ) .
Suponha que diam(Fm) ≤ m2V (γ) e seja I o ´unico vetor em
∩m≥1Fm. Dado > 0 escolha m > 2V (γ). Como I ∈ Fm, se
tomamos P ∈ Pm, temos que
I − nP X i =1 f (τi)(γ(ti) − γ(ti −1)) X ≤ diam(Fm) ≤ 2 mV (γ) < , para cada escolha de τi ∈ [ti −1, ti], 1 ≤ i ≤ nP.
Assim, dado > 0, escolhendo m > 2V (γ) e δ = δm temos que, se
P : a = t0< t1< · · · < tnP = b ´e uma parti¸c˜ao de [a, b] com
Primeiramente mostremos que, se P ∈ Pm e P ⊂ Q, ent˜ao kS(P) − S(Q)kX < 1 mV (γ) (5) onde S (P) = nP X i =1 f (τi)(γ(ti) − γ(ti −1)), τi ∈ [ti −1, ti] e S (Q) = nQ X i =1 f (σi)(γ(si) − γ(si −1)), σi ∈ [si −1, si].
Se P : a = t0< t1 < · · · < tnP= b e Q : a = t0< · · · < tp−1< t ∗< t p< · · · < tnP= b, temos que S (Q) := nQ X i =1 f (σi)(γ(si) − γ(si −1)) = nP X i =1 i 6=p f (σi)(γ(ti)−γ(ti −1))+f (σ)[γ(t∗)−γ(tp−1)]+f (σ0)[γ(tp)−γ(t∗)] S (P) := nP X i =1 f (τi)(γ(ti) − γ(ti −1)) = nP X f (τi)(γ(ti)−γ(ti −1))+f (τp)[γ(t∗)−γ(tp−1)]+f (τp)[γ(tp)−γ(t∗)]
e kS(Q) − S(P)kX ≤ nQ X i =1 1 m|γ(si)−γ(si −1)| = 1 mv (γ, Q) ≤ 1 mV (γ). Isto prova (5) para P ∈ Pm e Q = P ∪ {t∗}. O caso geral em que
P ⊂ Q ´e deixado como exerc´ıcio.
Se P e Q s˜ao duas parti¸c˜oes quaisquer em Pm, ent˜ao
kS(Q)−S(P)kX ≤ kS(Q)−S(P∪Q)kX+kS (P∪Q)−S (P)kX ≤
2 mV (γ). Isto conclui a prova da estimativa diam(Fm) ≤ m2V (γ) e completa
Exerc´ıcio
Se f , g : [a, b] → X s˜ao fun¸c˜oes cont´ınuas e γ, σ : [a, b] → K s˜ao curvas retific´aveis, mostre que:
(a) Z b a (αf + βg ) d γ = α Z b a f d γ + β Z b a g d γ, (b) Z b a f d (αγ + βσ) = α Z b a f d γ + β Z b a f d σ, (c) Z b a f d γ = k X i =1 Z ti ti−1 f d γ, a = t0< t1 < · · · < tk = b. (d) Z b f d γ ≤ Z b kf kXd |γ|