CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICA DE SANTA CATARINA Pró-Reitoria Acadêmica
Setor de Pesquisa
FORMULÁRIO PARA INSCRIÇÃO DE PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA.
Coordenação/Colegiado ao(s) qual(is) será vinculado: Engenharia Civil
Curso (s) : Engenharia Civil
Nome do projeto: CARACTERIZAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO
CONCRETO CONVENCIONAL COM AREIA DE FUNDIÇÃO EM SUBSTITUIÇÃO
PARCIAL A AREIA NATURAL
Nome do professor orientador: Helena Ravache Samy Pereira
Nome do professor co-orientador:
Nome do coordenador(a) do Curso: Helena Ravache Samy Pereira
Para a Fundação Educacional Regional Jaraguaense – FERJ, mantenedora do Centro
Universitário - Católica de Santa Catarina em Jaraguá do Sul e em Joinville, encaminhamos
anexo, Projeto de Iniciação Científica a ser submetido ao Edital nº .../2014 Programa de
Bolsas de Estudo da Educação Superior – UNIEDU, da Secretaria de Estado da Educação de
Santa Catarina, e declaramos nosso interesse e prioridade conferida ao desenvolvimento do
projeto ora proposto, assim como nosso comprometimento de que serão oferecidas as
garantias necessárias para sua adequada execução, incluindo o envolvimento de equipe,
utilização criteriosa dos recursos previstos e outras condições específicas definidas no
formulário anexo.
Jaraguá do Sul, 20 de novembro de 2014
____________________________________________ _________________________________________________ Professor orientador Professor coorientador
____________________________________________ Coordenador do Curso
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2 –
DESCRIÇÃO DO PROJETOTítulo do Projeto:
Caracterização da Resistência à
Compressão do Concreto Convencional com Areia de
Fundição em Substituição Parcial a Areia Natural
Tipo de Projeto ( 12 meses ) (X) Apresentado pelo professor;
Resumo do Projeto
A indústria metalúrgica gera uma grande quantidade de resíduos
durante o processo de fundição. Um
dos principais resíduos sólidos gerados é a areia de fundição. O uso da areia de fundição em
substituição parcial a areia natural em concreto
contribui para o meio ambiente através da
minimização do descarte deste resíduo. Este projeto de pesquisa
tem por objetivo caracterizar a
propriedade resistência à compressão do concreto convencional com areia de fundição.
O resíduo
areia de fundição será disponibilizada pela WEG Equipamentos Elétricos S.A.
Para analisar a
propriedade serão dosados e produzidos quatro traços de concreto convencional
com a porcentagens
de 0%, 10%, 20% e 30% de areia de fundição em substituição parcial a areia natural em massa.
Os
corpos-de-prova serão rompidos com idade de 14 dias e 28 dias.
A água acrescida ao concreto será a
necessário para obtenção de um índice de consistência plástica
entre 800mm e 1000mm. Por meio
deste estudo, pretende-se obter resultados experimentais
que poderão ser úteis ao setor de construção
civil da região, contribuindo com a divulgação e melhor entendimento da influência da
substituição
de areia de fundição por areia natural na propriedade resistência à compressão do concreto.
Palavras
-chave: resistência à compressão; concreto; areia de fundição; areia natural.
Problematizacão
O concreto é uma rocha artificial formada por agregados graúdos, miúdos e materi
al ligante,
podendo ter ainda aditivos químicos e minerais. O agregado miúdo utilizado na produção do
concreto pode ser areia natural, cuja produção é ambientalmente problemática. A obtenção de areia
natural pode ocorrer através da dragagem de depósitos de
leitos de rios, por escavações mecânicas de
depósitos de solos residuais derivados de alterações físico-
químico de rochas, ou por desmonte
hidráulico destas acumulações com posterior dragagem e armazen
amento de cavas. Esses processos
citados apresentam im
pactos ambientais significativos e de razoável extensão, com danos na maioria
das vezes irreversíveis. Dentre os impactos ambientais identificados nas áreas de extração de areia
natural, destaca-se perda da biodiversidade, o comprometimento do regime de va
zão dos cursos de
água, além do assoreamento dos mesmos pela destruição das margens e matas ciliares.
Neste contexto surge como alternativa o uso da areia de fundição
em substituição parcial a
areia natural no concreto convencional. Atualmente, devido as
novas políticas ambientais, existe uma
preocupação em relação ao destino dos resíduos industriais gerados. Pode-
se verificar que o
desenvolvimento de novos materiais que permitam o retorno de resíduos para a cadeia produtiva é de
extrema importância. Na construção civil, o aproveitamento de resíduos torna-
se vantajoso
ambientalmente e economicamente, pois é possível produzir materiais adequados ao uso com um
custo mais reduzido.
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Justificativa
O índice de consumo do concreto é muito maior atualmente do que 40 anos atrás. Estima-
se
que o consumo atual de concreto no mundo seja da ordem de 11 bilh
ões de toneladas ao ano
(MEHTA; MONTEIRO, 2008).
Entre as vantagens deste material de construção podem ser citados
seu baixo custo relativo, a disponibilidade de seus materiais componentes, sua versatilidade e
adaptabilidade. O concreto é uma rocha artific
ial formada por agregados graúdos, miúdos e material
ligante, podendo ter ainda aditivos químicos e minerais.
Os agregados ocupam em torno de 60% a 80% do volume do concreto e tem influência nas
propriedades do concreto endurecido como resistência, estabil
idade dimensional e durabilidade.
Além dessas propriedades importantes, ao agregados também tem papel relevante na determinação
do custo e trabalhabilidade das misturas de concreto.
O estudo das características de concretos produzidos com resíduos como agr
egado miúdo obtidos
na região de Jaraguá do Sul traz benefícios a toda sociedade, pois os conhecimento
técnico-científicos adquiridos na pesquisa podem influenciar na escolha de materiais que apresentem as
propriedades requeridas com contribuição ambiental.
Objetivo Geral:
Caracterizar a propriedade resistência à compressão do concreto convencional com
areia de fundição
em substituição parcial a areia natural possibilitando desta forma diretrizes sobre o uso deste resíduo
Objetivos específicos
Em relação aos objetivos específicos pode-se destacar:
•
Identificar e caracterizar os materiais utilizados na produção do concreto;
•
dosar e produzir os concretos convencionais utilizando os materiais caracterizados;
•
caracterizar o concreto convencional em relação ao índice de consistência (Slump Test);
•
avaliar a resistência à compressão do concreto convencional.
Metodologia
A pesquisa proposta é viável devido à disponibilidade de utilização do resíduo areia de fundição
da empresa WEG Equipamentos Elé
tricos S.A. bem como os outros materiais necessários para a
produção do concreto. Os equipamentos utilizados nas caracterizações dos materiais e do concreto
estão disponíveis no Laboratório de Materiais de Construção do Centro Universitário Católica de
Santa Catarina de Jaraguá do Sul.
O procedimento experimental pode ser resumido em quatro etapas (ver Quadro 01) e deverá ser
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Quadro 1 – Etapas da pesquisa
Etapa Descrição
1 Caracterização dos agregados 2 Dosagem dos concretos 3 Produção dos concretos 4 Caracterização dos concretos 5 Produção de texto científico
Fonte: produção da própria autora, 2014
1 Caracterização dos agregados
Para a caracterização do agregado miúdo (areia) e graúdo (brita 1) serão real
izados procedimentos
experimentais normalizados como a determinação da distribuição granulométrica (
NBR NM 248,
2003). A especificação de limites granulométricos e da dimensão máxima dos agregados é
importante devido a sua influência nas propriedades do co
ncreto no estado fresco e endurecido e é
utilizada no procedimento de dosagem dos concretos.
2 Dosagem dos concretos
Após a caracterização
dos agregados do concreto será feito o cálculo do traço do concreto, através
do qual é obtida a proporção entre est
es todos os componentes do concreto. O método de dosagem
utilizado é o proposto pela ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland).
3 Produção dos concretos
A preparação e mistura dos materiais deverá ser realizado no laboratório
de Materiais de
Construção
. Os agregados utilizados na produção dos concretos devem ser secados em estufa a
temperatura de (110 ± 5)°C por um período de 24 horas.
Os materiais foram misturados em uma betoneira com capacidade para 120 litros, rotação de 28
rpm e potência do motor de 1/3 CV obedecendo a seguinte sequência de mistura (ver Quadro 2):
Devem ser realizadas quatro betonadas, uma para cada combinação de traço e produzido 12
corpos-de-prova por betonada, totalizando 48 corpos-de prova que serão rompidos com 14 dias e
28
dias de idade.
Quadro 2 - Seqüência da mistura (baseado em HELENE e TERZIAN, 1993) Seqüência da mistura
1 Água (80%)
2 Agregado graúdo (100%)
3 Agregado miúdo (areia e resíduo) (100%)
4 Cimento(100%)
5 Restante da água
Fonte: produção da própria autora, 2014
O procedimento de moldagem deve ser realizado de acordo com a NBR 5738 (2003). Antes de
proceder à moldagem dos corpos-de-prova, os moldes (ver Figura 1)
devem ser untados com uma
fina camada de óleo mineral. O concreto deve ser introduzido
nos moldes com ajuda de uma pá de
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Figura 1 – Moldes para corpos-de-prova cilíndricos de concreto
Fonte: produção da própria autora, 2014
O adensamento deve ser manual com haste. O concreto deve ser introduzido nos moldes em 2
ca
madas de volume aproximadamente igual e cada camada deve ser adensada utilizando uma haste
de ferro, que penetra no concreto 12 vezes.
A última camada deve ser moldada com quantidade em excesso de concreto, de forma que ao ser
adensada complete todo o vol
ume do molde. Posteriormente o molde deve ser rasado para eliminar o
material em excesso.
Durante as primeiras 24 horas os corpos-de-
prova permanecem no laboratório. Em seguida,
devem ser desmoldados e transportados ao local apropriado para o período de c
ura final. A cura final
deve ser realizada em tanques de cura.
4 Caracterização dos Concretos
Os concretos serão
caracterizados de acordo com as propriedades no estado fresco (consistência) e
endurecido (resistência à compressão). A determinação do índice
consistência dos concretos
produzidos deve ser obtida pelo abatimento do troco de cone conforme NBR NM 67 (1998).
A resistência à compressão é a propriedade mecânica mais valorizada do concreto. A máquina
utilizada neste ensaio é da marca EMIC, modelo PC 200 (ver Figura 2) . Serão ensaiados 12
corpos-de-prova para cada mistura aos 14 dias e 28 dias de idade.
Os corpos-de-
prova submersos em água serão ensaiados após serem retirados do tanque de cura.
A carga deve ser aplicada de forma contínua, com aum
ento de tensão média de 0,2 a 0,35 MPa/s até
que ocorra a ruptura. O valor da máxima carga de ruptura deve ser registrado.
Figura 2- Equipamento utilizado no ensaio de resistência à compressão do concreto
Fonte: produção da própria autora, 2014
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4
d
Q
f
cπ
=
(1)
Onde:
f
c: resistência à compressão (MPa)
Q: carga máxima (N)
D: diâmetro do corpo-de-prova (mm)
5 Produção de texto científico
Para finalizar a pesquisa será produzido um texto científico com objetivo de publicação em
congresso ou periódico, onde será feita a descrição da etapa experimental e análise dos resultados
obtidos.
Fundamentação Teórica
1 Concreto
O concreto é um material composto que consiste essencialmente de um meio contínuo
aglomerante, dentro do qual estão mergulhadas partículas ou fragmentos de agregados (MEHTA;
MONTEIRO, 2008). No concreto de cimento hidráulico, o meio aglomerante é formado por uma
mistura de cimento hidráulico e água.
Além de cimento, água e agregados, o concreto pode conter aditivos, pigmentos, fibras, agregados
especiais e adições minerais, cujos empregos tornam-se cada vez mais freqüentes nos concretos
atuais. A proporção entre os diversos constituintes é buscada pela tecnologia do concreto, para
atender simultaneamente as propriedades mecânicas, físicas e de durabillidade do concreto, além das
características de trabalhabilidade necessárias para o transporte, lançamento, condições estas que
variam caso a caso.
2 Materiais Constituintes do Concreto
A seguir são apresentados os materiais constituintes convencionais utilizados em concreto
convencional como cimento e agregados.
2.1 Cimento Portland
Cimento Portland é definido como um cimento hidráulico produzido pela moagem de clínqueres
constituídos essencialmente por silicatos de cálcio hidráulicos e uma pequena quantidade de uma ou
mais formas de sulfato de cálcio (MEHTA; MONTEIRO, 2008). Clínqueres são nódulos de 5 a
25mm de diâmetro de material sinterizado que é produzido quando uma mistura de matérias-primas
de composição pré-determinada é aquecida em altas temperaturas (MEHTA; MONTEIRO, 2008).
Para a fabricação do clínquer Portland, o material de partida deve conter, em sua composição
química, os óxidos principais do clínquer, CaO, SiO
2, Al
2O
3e Fe
2O. Raramente esses componentes
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misturas de dois ou mais tipos de rochas. O calcário (75% a 80%) e a argila (20% a 25%) são
matérias-primas comuns do clínquer (BATTAGIN, 2011).
O processo de fabricação do cimento Portland (ver Figura 3) consiste essencialmente em moer a
matéria prima, misturá-la intimamente nas proporções adequadas e queimar essa mistura em um
grande forno rotativo até a temperatura de aproximadamente 1450°C Nessa temperatura, o material
sofre uma fusão incipiente formando o clínquer. O clínquer é resfriado e moído até um pó bem fino
com a adição de aproximadamente 5% de gipsita ou sulfato de cálcio, resultando o cimento Portland
comercial largamente usado em todo mundo (SHERVE e BRINK, 1997).
Figura 3 - Etapas do processo de fabricação do cimento Portland
Fonte: Kihara et al., 1990 apud Battagin, 2011
No processo de fabricação ocorrem combinações químicas das matérias-primas, conduzindo à
formação dos compostos do cimento Portland. O aporte térmico no forno provoca a descarbonatação
do calcário e a desestruturação dos argilominerais, liberando os quatro elementos principais (Ca, Si,
Al e Fe) que se recombinam ao longo do perfil de temperaturas do forno rotativo, sob pressão
negativa e ambiente oxidante e alcalino, sinterizando os componentes formadores do clínquer
Portland, alita (C
3S), belita (C
2S), C
3A e C
4AF (BATTAGIN, 2011) conforme o quadro 3.
Quadro 3 - Principais compostos do cimento Portland
Nome do composto Composição em óxidos Nomenclatura
Silicato tricálcico (alita) 3CaO.SiO2 C3S
Silicato dicálcico (belita) 2CaO.SiO2 C2S
Aluminato de cálcio 3CaO.Al2O3 C3A
Ferroaluminato tetracálcico 4CaO.Al2O3.Fe2O3 C4AF Fonte: Neville e Brooks, 2013
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Figura 4 - Principais componentes do cimento Portland
Fonte: Ballin e Graham, 2004
A alita é o principal constituinte do clínquer, compreendendo 40% a 70%, em massa. Tem
importante papel no endurecimento e na resistência mecânica do cimento nas primeiras idades (de 1
a 28 dias). A belita representa em média de 10% a 20% do clínquer e também desempenha
importante papel nas resistências do cimento sobretudo em idades mais avançadas (acima de 28 dias)
(BATTAGIN, 2011). A fase intersticial é formada por aluminatos e ferroaluminatos cálcicos, em
solução sólida e corresponde de 15% a 20% do clínquer. O C
3A é responsável pela pega do cimento
e o C
4AF tem importante papel na resistência química do cimento, em especial ao ataque de sulfatos
(BATTAGIN, 2011).
As propriedades físicas do cimento Portland são consideradas sob três condições distintas, na
forma de pó, de pasta ou da mistura da pasta com agregado padronizado, as argamassas. A hidratação
inicia-se na superfície das partículas de cimento, é a área superficial total do cimento que representa
o material disponível para hidratação. A finura ou superfície específica das partículas do cimento é o
fator que governa a velocidade da reação de hidratação e para um rápido desenvolvimento de
resistência, é necessário uma finura elevada (NEVILLE; BROOKS, 2013). Os ensaios de resistência
não são feitos na pasta de cimento. A resistência mecânica dos cimentos é determinada pela ruptura à
compressão de corpos-de-prova realizados com argamassa de cimento e areia (NEVILLE; BROOKS,
2013).
O aumento da proporção de cimento na argamassa, no estado fresco, acarreta maior exsudação,
menor tempo de endurecimento e aumento da retração e coesão. No estado endurecido, acontece o
aumento da resistência à compressão e da aderência superficial e a diminuição na capacidade de
acomodar deformações (MOHAMAD et al., 2007).
A maioria dos países no mundo produz uma variedade de cimentos hidráulicos de acordo com
suas normas nacionais (MEHTA; MONTEIRO, 2008). O quadro 4 apresenta alguns tipos de
cimentos Portland e suas respectivas aplicações.
Quadro 4 - Tipos de cimento Portland e suas aplicações
Tipo de cimento Aplicações
Cimento Portland Composto-CP-II Obras correntes de engenharia Cimento Portland de Alto-forno-CP-III Obras de concreto massa
Cimento Porland Pozolânico-CP-IV Obras com concretos sujeito a lixiviação Cimento Portland de Alta Resistência Inicial-CP-V Indústria de pré-moldados
Cimento Portland Resistente aos Sulfatos Obras sujeitas a ação de sulfatos Cimento Portland de Poços Petrolíferos Obras de poços petrolíferos
Cimento Portland Branco Obras em que é desejado efeito arquitetônico Fonte: Mehta e Monteiro, 2008
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2.2 Agregados
Agregado é um material granular, sem forma ou volume definido, de dimensões e propriedades
adequadas às obras de engenharia, em particular a fabricação de concretos e argamassas de cimento
Portland (SBRIGHI NETO, 2011).
Os agregados podem ser classificados quanto à origem como naturais, britados, artificiais e
reciclados. Os agregados naturais são encontrados na natureza já preparados para o uso como a areia
de rio, o pedregulho e a areia de cava. Os agregados britados são submetidos a processo de
cominuição como a pedra britada. Os agregados artificiais são derivados de processos industriais
como a argila expandida. E os agregados reciclados podem ser resíduos industriais granulares que
tenham propriedades adequadas para uso como agregado.
Em relação à dimensão dos grãos, são classificados como agregado graúdo e agregado miúdo.
Segundo a NBR 7211 (ABNT, 2005), o agregado graúdo cujos grãos passam pela peneira com
abertura de malha 152 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 4,75 mm. As areias
são agregados miúdos, ou seja, são aqueles cujos grãos passam na peneira com abertura de malha de
4,75mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 0,075mm segundo a NBR 7211
(ABNT, 2005). Em argamassas utiliza-se apenas o agregado miúdo diferentemente do concreto que
utiliza o agregado graúdo e o agregado miúdo.
O conhecimento das características dos agregados é fundamental para a perfeita dosagem de
concretos.
3 Utilização de Resíduos de Fundição em Concreto
Os estudos sobre concreto sustentável inclue aquele que se dispõe a consumir rejeitos industriais.
Os rejeitos da indústria metalúrgica podem ser incorporados em materiais cimentícios de forma
geral. Pereira (2014) apresenta em sua pesquisa um referencial teórico sobre a utilização de resíduos
de fundição em concreto.
A incorporação de areia de fundição em substituição parcial a areia natural é analisada nos
trabalhos de Monosi, Sani e Tittarelli (2010). Foi observado que a trabalhabilidade das argamassas
não foi alterada se a substituição for de até 10%. Em dosagens maiores é necessária a adição de
plastificantes para obtenção da mesma trabalhabilidade. Também foi observada uma diminuição da
resistência mecânica em torno de 20% até 30%.
Guney et al. (2010) investigam a utilização de areia de fundição em substituição parcial da areia
natural fina nas proporções de 0%, 5%, 10% e 15% em concreto. Foi observado que o concreto
contendo até 10% de areia de fundição apresentou resultados de resistência à compressão e tração e
módulo de elasticidade semelhante ao concreto sem areia de fundição.
Siddique e Singh (2011) apresentam uma visão geral de algumas das pesquisas publicadas sobre o
uso de areia de fundição em concreto. Os efeitos do uso da areia de fundição em propriedades como
resistência a compressão, resistência à tração, resistência ao congelamento e módulo de elasticidade
são apresentados.
Em outras pesquisas Singh e Siddique (2012a) descrevem os efeitos da utilização da areia de
fundição em substituição parcial ao agregado miúdo sobre a resistência e permeabilidade do
concreto. Foram feitas substituições em peso de 0%, 5%, 10%, 15% e 20% e foi verificado aumento
de resistência e permeabilidade. Os mesmos autores Singh e Siddique (2012b) em outro trabalho
analisam a resistência à abrasão e outras propriedades de resistência do concreto com areia de
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fundição em proporções de substituição em relação ao agregado natural variadas. As propriedades
analisadas foram resistência à compressão, resistência à tração, resistência à abrasão e módulo de
elasticidade. Os resultados mostram uma melhoria contínua destas propriedades com a substituição
parcial dos agregados por areia de fundição.
Khatib, Herki e Kenai (2013) investigam as propriedades do concreto com areia de fundição. O
agregado fino natural foi substituído em peso em porcentagens de 0%, 30%, 60% e 100%. As
propriedades estudadas foram absorção de água e resistência à compressão. Os resultados indicam
que há um aumento na absorção de água e uma diminuição na resistência à compressão em relação
ao aumento da quantidade de areia de fundição na mistura.
3. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO ETAPA OU FASE DO PROJETO
Objetivo Específico Etapa/Fase (O que?) Especificação (Como?) Início Semanas e meses Término Semanas e meses Identificar e caracterizar os materiais utilizados na produção do concreto. Caracterização dos agregados -Revisão bibliográfica. -Realizar os ensaios normalizados 01/03/2015 01/04/2015 Dosar e produzir os concretos convencionais utilizando os materiais caracterizados
Dosagem dos concretos Produção dos concretos
-Revisão bibliográfica. -Realizar a dosagem e a produção dos concretos conforme método de dosagem da ABCP e normas técnicas. 01/04/2015 01/06/2015 Caracterizar o concreto convencional em relação ao índice de consistência (Slump Test) Caracterização dos concretos -Revisão bibliográfica. -Realizar o “Slump Test”
01/04/2015 01/06/2015 Avaliar a resistência à compressão do concreto convencional. Caracterização dos concretos -Revisão bibliográfica. -Realizar o ensaio de compressão do concreto e avaliar os resultados -Produzir texto científico. 01/05/2015 01/12/2015 4. REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT.
NBR 5738: Concreto –
Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova.
Rio de Janeiro, 2003.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT.
NBR NM 248:
Agregados – Determinação da composição granulométrica.
Rio de Janeiro, 2003.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT.
NBR NM 67:
Concreto – Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone
. Rio de
Janeiro, 1998.
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NBR 7211: Agregados
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HELENE, P.; TERZIAN, P.
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. São Paulo: Pini,
1993. 348 p.
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3. ed. São Paulo: Arte Interativa, 2008.
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ISAIA, Geraldo Cechella.
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São Paulo: Arte Interativa, 2007. Cap. 30, p. 1006-1036.
MONOSI, S.; SANI, D.; TITTARELLI, F. Used Foundry Sand in Cement Mortars and Concrete
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The Open Waste Management Journal, n. 3
, p. 18-25, 2010.
NEVILLE, A. M.; BROOKS, J. J.
Tecnologia do Concreto
. 2. ed. Porto Alegre, 2013.
PEREIRA, H. R. S.
Proposta de Formulação de Argamassas para Assentamento e
Revestimentos de Paredes e Tetos com Incorporação de Pó de Exaustão de Fundição
. Tese
(Doutorado em Engenharia e Ciência dos Materiais) - UDESC, Joinville, 2014.
SBRIGHI NETO, C. Agregados Naturais, Britados e Artificiais para Concreto. In: ISAIA,
Geraldo Cechella.
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on the strength, ultrasonic pulse velocity and permeability of concrete.
Construction and
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5. RESUMO DO ORÇAMENTO: VALOR MÁXIMO DE R$ 900,00 FERJ
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Contrapartida (quando houver parcerias)
Total R$ Elementos de Despesa Quantidade Preço Unitário
R$
Quantidade Preço Unitário R$
Participação em eventos1 900,00 900,00
Passagens e Despesa de Locomoção.
Material de Consumo ( descrever todos os itens ex: Papel A4, disquetes,etc..)
Aquisição de Livros * Cópias monocromáticas, fotocópia colorida, fotos aéreas, mapas, plotagens, cópias em metro. Equipamentos e Material Permanente ** Outros ( Descrever conforme padrão) Total do Projeto 900,00
* O valor não poderá exceder a 15 % do valor total solicitado para a execução do projeto. ** O valor solicitado deverá respeitar os critérios dispostos no Edital.
6-CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO (R$) (Especificar o período em que os elementos de despesas serão solicitados)
Objetivo Específico Elementos de despesas 05/2015 08/2015
Avaliar a resistência à compressão do concreto convencional.
Participação em eventos - Inscrição 650,00
Avaliar a resistência à compressão do concreto convencional.
Participação em eventos - Deslocamento
250,00
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7. EQUIPE