UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC
CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA – DEM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E
ENGENHARIA DE MATERIAIS - PGCEM
Formação: Mestrado em Ciência e Engenharia de Materiais
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO OBTIDA POR
Helena Ravache Samy Pereira Schumacher
CARACTERIZAÇÃO DO CONCRETO CONVENCIONAL COM PÓ
DE PEDRA EM SUBSTITUIÇÃO PARCIAL A AREIA NATURAL
Apresentada em 18 / 12 / 2007 Perante a Banca Examinadora:
Dr. Luiz Veriano Oliveira Dalla Valentina - Presidente (UDESC)
Dr. César Edil da Costa (UDESC)
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC
CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA – DEM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA
E ENGENHARIA DE MATERIAIS - PGEM
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Mestrando: HELENA RAVACHE SAMY PEREIRA SCHUMACHER –
Engenheira Civil
Orientador: Prof. Dr. LUIZ VERIANO OLIVEIRA DALLA VALENTINA
CCT/UDESC – JOINVILLE
CARACTERIZAÇÃO DO CONCRETO CONVENCIONAL COM PÓ
DE PEDRA EM SUBSTITUIÇÃO PARCIAL A AREIA NATURAL
DISSERTAÇÃO
APRESENTADA
PARA
OBTENÇÃO DO TÍTULO DE MESTRE EM
CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS DA
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA
CATARINA,
CENTRO
DE
CIÊNCIAS
TECNOLÓGICAS – CCT, ORIENTADA PELO
PROF. DR. LUIZ VERIANO OLIVEIRA DALLA
VALENTINA
iii
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC
CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT
COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO - CPG
"Caracterização do concreto convencional com pó de pedra em
substituição parcial a areia natural"
por
Helena Ravache Samy Pereira Schumacher
Essa dissertação foi julgada adequada para a obtenção do título de
MESTRE EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS
na área de concentração "
Cerâmica
", e aprovada em sua forma final pelo
CURSO DE MESTRADO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS
DO CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Dr. Luiz Veriano Oliveira Dalla Valentina (presidente)
Banca Examinadora:
Dr. César Edil da CostaUDESC/SC
Dr. Masahiro Tomiyama UDESC/SC
FICHA CATALOGRÁFICA
NOME
: SCHUMACHER, Helena Ravache Samy Pereira Schumacher
DATA DEFESA:
18/12/2007
LOCAL:
Joinville, CCT/UDESC
NÍVEL
: Mestrado Número de ordem:
90
– CCT/UDESC
FORMAÇÃO
: Ciência e Engenharia de Materiais
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO
: Cerâmica
TÍTULO:
Caracterização do concreto convencional com pó de pedra em substituição parcial a areia
natural
PALAVRAS - CHAVE
: Concreto, agregado e pó de pedra.
NÚMERO DE PÁGINAS
: 89 p.
CENTRO/UNIVERSIDADE: Centro de Ciências Tecnológicas da UDESC
PROGRAMA: Pós-graduação em Ciência e Engenharia de Materiais - PGCEM
CADASTRO CAPES:
4100201001P-9
ORIENTADOR
: Dr. Luiz V. Dalla Valentina
PRESIDENTE DA BANCA
: Dr. Luiz Veriano Oliveira Dalla Valentina
MEMBROS DA BANCA
: Dr. César Edil da Costa, Dr. Masahiro Tomiyama e Dra. Daniela
v
AGRADECIMENTOS
Ao professor Dr. Luiz V. O. Dalla Valentina, meu orientador e amigo, pelo
incentivo e motivação em tantas conversas e momentos de alegrias e tristezas em
todas as etapas desta pesquisa.
Aos professores do Programa de Pós-graduação em Ciência e Engenharia de
Materiais da Universidade do Estado de Santa Catarina, que de forma direta ou
indireta contribuíram para a realização deste trabalho.
À professora Dra. Marilena V. Folgueras, pela sua importante colaboração na
elaboração deste trabalho e pela ajuda em todos os momentos difíceis.
À Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC e ao Programa de
Pós-graduação em Ciência e Engenharia de Materiais - PGCEM pela realização do
presente trabalho.
Ao Laboratório de Caracterização de Materiais do Departamento de Engenharia
Mecânica onde foram realizadas as análises de microestrutura e composição
mineralógica dos materiais.
Ao Laboratório de Materiais de Construção do Departamento de Engenharia Civil
onde foram realizados a maioria dos ensaios.
À bolsista Carine Cardoso dos Santos, pela sua preciosa ajuda nos ensaios de
laboratório.
vii
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 Etapas do processo de fabricação do cimento Portalnd... 05
Figura 2.2 Principais fases do cimento Portland... 07
Figura 3.1 Comparação entre as classes de materiais granulares segundo várias normas... 15
Figura 3.2 Teor de umidade e absorção... 17
Figura 3.3 Exemplos de curvas granulométricas... 18
Figura 3.4 Fluxograma esquemático de uma pedreira... 22
Figura 4.1 Combinações possíveis do planejamento fatorial 32... 31
Figura 5.1 Ensaio de Los Ángeles... 37
Figura 5.2 Ensaio de abatimento do tronco de cone... 47
Figura 6.1 Curva granulométrica da areia de rio... 52
Figura 6.2 Curva granulométrica do pó de pedra gnaisse... 53
Figura 6.3 Curva granulométrica da mistura com 15 % de pó de pedra... 54
Figura 6.4 Curva granulométrica da mistura com 30 % de pó de pedra... 55
Figura 6.5 Curva granulométrica da brita... 56
Figura 6.6 Frações granulométricas da brita: (a) areia de rio e (b) pó de pedra gnaisse... 59
Figura 6.7 Forma e textura dos grãos grossos do agregado miúdo: (a) areia de rio e (b) pó de pedra gnaisse... 59
Figura 6.8 Forma e textura dos grãos médios do agregado miúdo: (a) areia de rio e (b) pó de pedra gnaisse... 60
Figura 6.9 Forma e textura dos grãos finos do agregado miúdo: (a) areia de rio e (b) pó de pedra gnaisse... 60
Figura 6.10 Forma e textura dos grãos muito finos do agregado miúdo: (a) areia de rio e (b) pó de pedra gnaisse... 61
Figura 6.11 Forma e textura da brita proveniente de rocha gnaisse... 62
Figura 6.12 Rocha gnáissica... 62
Figura 6.13 Difratograma de raios-X da areia de rio... 63
Figura 6.14 Difratograma de raios-X do pó de pedra... 64
Figura 6.15 Resistência à compressão... 70
Figura 6.16 Influência do fator A/C sobre a resistência à compressão a 7 dias... 71
Figura 6.18 Influência da interação da porcentagem de pó de pedra com o fator A/C sobre a resistência à compressão a 7 dias...
72
Figura 6.19 Influência do fator A/C sobre a resistência à compressão a 28 dias... 73
Figura 6.20 Influência da porcentagem de pó de pedra sobre a resistência à compressão a 28 dias... 73 Figura 6.21 Influência da interação da porcentagem de pó de pedra com o fator A/C sobre a
resistência à compr74essão a 28 dias... 73 Figura 6.22 Gráfico de curvas de nível da resistência à compressão a 7 dias (MPa)... 74
Figura 6.23 Gráfico de curvas de nível da resistência à compressão a 28 dias (MPa)... 74 Figura 6.24 Gráfico de probabilidade normal dos resíduos para o modelo de análise da resistência à
compressão a 7 dias... 75 Figura 6.25 Gráfico de probabilidade normal dos resíduos para o modelo de análise da resistência à
compressão a 28 dias... 75 Figura 6.26 Microestrutura do concreto: (a) apresentando a textura do agregado e da matriz e (b) a
rugosidade do agregado graúdo... 76
Figura 6.27 Microestrutura do concreto: (a) apresentando a má aderência entre o agregado graúdo e a matriz e (b) a má aderência entre o agregado graúdo e a matriz e porosidade... 77 Figura 6.28 Agregados de silicato de cálcio hidratado (C-H-S): (a) em amostra com fator A/C 0,56,
(b) em amostra com fator A/C 0,54 e (c) em amostra com fator A/C 0,52... 78 Figura 6.29 Cristais de hidróxido de cálcio: (a) em amostra com fator A/C 0,56 e (b) em amostra com
fator A/C 0,52... 78 Figura 6.30 Formação de etringita: (a) em amostra com fator A/C 0,54 e (b) em amostra com fator
A/C 0,52... 79
Figura 6.31 Pozolanas: (a) em amostra com fator A/C 0,56 e (b) em amostra com fator A/C 0,54 ... ... 79
ix
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 Principais compostos do cimento Portland... 05
Tabela 2.2 Resistência média do concreto em MPa em função da relação A/C para vários tipos de cimentos brasileiros... 10
Tabela 2.3 Índices de expressão de previsão do módulo de elasticidade do concreto... 12
Tabela 3.1 Classificação da forma das partículas dos agregados... 19
Tabela 3.2 Textura superficial dos agregados... 20
Tabela 4.1 Arranjo dos dados para um planejamento fatorial com dois fatores... 29
Tabela 4.2 Tabela de análise de variância para um fatorial com dois fatores, modelo de efeitos fixos.. 30
Tabela 5.1 Etapas da pesquisa... 33
Tabela 5.2 Ensaios físicos do cimento CP-II-Z-32... 42
Tabela 5.3 Ensaios químicos do cimento CP-II-Z-32... 42
Tabela 5.4 Combinações possíveis no planejamento de experimentos utilizado... 44
Tabela 5.5 Seqüência da mistura... 45
Tabela 6.1 Distribuição granulométrica da areia de rio... 52
Tabela 6.2 Distribuição granulométrica do pó de pedra gnaisse... 53
Tabela 6.5 Distribuição granulométrica da mistura com 15 % de pó de pedra... 54
Tabela 6.4 Distribuição granulométrica da mistura com 30 % de pó de pedra... 55
Tabela 6.5 Distribuição granulométrica da brita... 56
Tabela 6.6 Massa específica e massa unitária no estado solto da areia de rio e do pó de pedra... 57
Tabela 6.7 Massa unitária no estado solto, absorção e massa específica absoluta da brita... 57
Tabela 6.8 Substâncias deletérias presentes no agregado miúdo... 58
Tabela 6.9 Grãos medidos conforme fração granulométrica... 61
Tabela 6.10 Consistência do concreto fresco... 65
Tabela 6.11 Média e desvio padrão para a consistência do concreto fresco... 65
Tabela 6.12 Consistências do concreto admissíveis... 66
Tabela 6.13 Massa específica, índices de vazios e absorção de água por imersão... 67
Tabela 6.14 Resistência à compressão do concreto com 7 dias... 68
Tabela 6.15 Resistência à compressão do concreto com 28 dias... 68
Tabela 6.16 Média, desvio padrão e intervalo com 95% de confiança para a resistência à compressão a 7 dias... 69
Tabela 6.17 Média, desvio padrão e intervalo com 95% de confiança para a resistência à compressão a 28 dias... 69
xi
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
A Absorção de água A/C Relação água cimento a1 e a2 Índices de expressão
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ANOVA Análise de variância (Analysis of variance) C-S-H Silicato de cálcio hidratado
d Massa específica do agregado seco D Diâmetro do corpo-de-prova DRX Difratometria de raios-X
ds Massa específica do agregado na condição saturada superfície seca
Ec Módulo de elasticidade inicial
Ec Módulo de elasticidade inicial fc Resistência do concreto à compressão
fck Resistência característica do concreto à compressão
IBRACON Instituto Brasileiro do Concreto IV Índice de vazios
m Massa ao ar da amostra seca ma Massa em água da amostra
MEV Microscopia eletrônica de varredura
mi Massa da amostra saturada imersa em água após fervura MO Microscopia Ótica
MP Porcentagem de material pulverulento MQ Média quadrática
ms Massa ao ar da amostra na condição saturada superfície seca
msat Massa da amostra saturada em água após imersão e fervura Mt Teor de argila em torrões e materiais friáveis
P Perda por abrasão PPM Partes por milhão Q Carga máxima SQ Soma quadrática V Volume do frasco
yijk Observações do modelo estatístico ρa Massa específica da água
ρr Massa específica real
ρs Massa específica da amostra seca
ρsat Massa específica da amostra saturada
j
β
Efeito do j-ésimo nível do fator Bi
τ
Efeito do i-ésimo nível do fator AIJ
)
(
τβ
Efeito da iteração entre A e B ijxiii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO... 01
1.1 PROBLEMÁTICA... 01
1.2 OBJETIVOS... 02
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO... 03
2 CONCRETO... 04
2.1 CIMENTO PORTLAND... 04
2.1.1 Fabricação do cimento Portland... 04
2.1.2 Composição química do cimento Portland... 05
2.1.3 Sólidos na pasta de cimento Portland hidratado... 07
2.2 ZONA DE TRANSIÇÃO... 09
2.3 PROPRIEDADE DO CONCRETO FRESCO... 09
2.4 PROPRIEDADES DO CONCRETO ENDURECIDO... 10
2.4.1 Resistência à compressão... 10
2.4.2 Massa específica... 11
2.4.3 Resistência à tração... 11
2.5 MÓDULO DE ELASTICIDADE... 11
2.6 DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO DE COMPRESSÃO DO CONCRETO... 12
3 AGREGADOS... 14
3.1 ROCHAS... 14
3.2 FRAGMENTOS DE ROCHA E FRAÇÕES GRANULOMÉTRICAS... 15
3.3 CARACTERÍSTICAS DOS AGREGADOS... 16
3.3.1 Massa específica... 16
3.3.2 Absorção e umidade... 16
3.3.3 Resistência à compressão, resistência à abrasão e módulo de elasticidade... 17
3.3.4 Composição granulométrica... 18
3.3.5 Forma e textura superficial... 19
3.3.6 Substâncias deletérias... 20
3.4 FRAÇÃO FINA DA BRITAGEM... 21
3.4.1 Processo de fabricação dos agregados artificiais... 21
3.4.2 Utilização da fração fina da britagem... 22
4 PLANEJAMENTO DE EXPERIMENTOS... 28
4.1 ANÁLISE DE VARIÂNCIA... 28
4.2 PLANEJAMENTO DE EXPERIMENTOS FATORIAIS COM DOIS FATORES... 29
4.3 ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA O MODELO COM EFEITOS FIXOS... 29
4.4 PLANEJAMENTO FATORIAL 32... 31
4.5 VERIFICAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DO MODELO... 32
5 MATERIAIS E MÉTODOS... 33
5.1.1 Agregados... 33
5.1.2 Cimento... 41
5.1.3 Aditivo... 42
5.2 DOSAGEM DO CONCRETO... 42
5.2.1 Traço experimental... 43
5.2.2 Planejamento de experimentos... 44
5.3 PRODUÇÃO DOS CONCRETOS... 44
5.3.1 Mistura dos materiais... 44
5.3.2 Moldagem... 45
5.3.3 Adensamento... 46
5.3.4 Cura... 46
5.4 CARACTERIZAÇÃO DOS CONCRETOS... 46
5.4.1 Propriedade no estado fresco – Índice de consistência... 47
5.4.2 Propriedades no estado endurecido ... 47
5.4.3 Microestrutura do concreto ... 50
5.5 CONSIDERAÇÕES... 49
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES... 51
6.1 CARACTERIZAÇÃO DOS AGREGADOS... 51
6.1.1 Distribuição granulométrica... 51
6.1.2 Massa específica, massa unitária no estado solto e absorção... 57
6.1.3 Substâncias deletérias do agregado miúdo... 58
6.1.4 Resistência à abrasão do agregado graúdo... 58
6.1.5 Forma dos grãos e textura superficial... 58
6.1.6 Composição mineralógica dos agregados... 62
6.2 CARACTERIZAÇÃO DOS CONCRETOS... 64
6.2.1 Propriedade no estado fresco – Índice de consistência... 64
6.2.2 Propriedades no estado endurecido... 66
6.2.3 Microestrutura do concreto... 76
7 CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS... 81
7.1 CONCLUSÃO... 81
7.2 TRABALHOS FUTUROS... 82