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Perspectivas de ingressantes de um curso medicina da região Norte do Brasil / Perspectives of members of a medicine course in the North region of Brazil

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 6, p. 37825-37835 jun. 2020. ISSN 2525-8761

Perspectivas de ingressantes de um curso medicina da região Norte do Brasil

Perspectives of members of a medicine course in the North region of Brazil

DOI:10.34117/ bjdv6n6-359

Recebimento dos originais: 08/05/2020 Aceitação para publicação: 16/06/2020

Alexsandra Rossi

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Sanidade Animal e Saúde Pública nos Trópicos pela UFT. Médica do Hospital de Doenças Tropicais da UFT

Rogério Vitor Matheus Rodrigues

Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Sanidade Animal e Saúde Pública nos Trópicos pela UFT. Médico Residente em Infectologia pelo Hospital de Doenças Tropicais da UFT

Bheatriz Cortez Negreiros

Mestrandas do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática – UFT

Karollyne Santana Paixão

Mestrandas do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática – UFT

Milene Santana Paixão

Acadêmica do curso de licenciatura em química da Universidade Federal do Tocantins

José Eduardo Pinheiro Ferreira

Licenciado em Biologia pela Universidade Federal do Tocantins

Antônio Oliveira dos Santos Júnior

Docente do curso de Medicina da UFT. Mestre em Sanidade Animal e Saúde Pública pela UFT. Gerente de Ensino e Pesquisa do Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do

Tocantins

Wagner dos Santos Mariano

Professor Doutor, do curso de Licenciatura em Biologia, Programa de Pós-Graduação em Sanidade Animal e Saúde Pública dos Trópicos, Programa de Pós-Graduação no Ensino de

Ciências e Matemática – UFT e Tutor do PET Ciências Naturais E-mail: wagnermariano@uft.edu.br

RESUMO

O presente estudo tem por objetivo descrever as perspectivas e os relatos de uma turma de acadêmicos de medicina ingressantes de uma universidade pública do norte do Brasil. Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva com dados analisados por preceitos de estudos quali-quantitativos. O curso é ofertado pela Universidade Federal do Tocantins, Campus Universitário de Araguaína. Neste estudo participaram 20 acadêmicos de ambos os sexos que ingressaram no segundo semestre do ano de 2019. Foi elaborado um questionário semiestruturado contendo 10 questões, sendo que 80% das questões eram dissertativas. A pesquisa foi motivada por se tratar de um curso de medicina que recebe ingressantes de diversas regiões brasileiras, com destaque para regiões norte e nordeste. A média de idade dos integrantes da pesquisa foi de 20 anos, sendo 11 do

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sexo masculino e 9 do sexo feminino, 6 são oriundos do município de Araguaína (TO), onde o curso é ofertado e os demais acadêmicos vieram de outras de localidades do estado do Tocantins, além dos estados fronteiriços como: Maranhão, Goiás e Pará. Vários acadêmicos mencionaram que pretende finalizar o curso com intuito de ajudar o próximo, para ter sucesso profissional, financeiro e realizar um sonho. A partir do exposto, foi capaz ponderar que a recepção dos mesmos em um hospital universitário fez-se satisfatória frente ao primeiro contato dos mesmos com um espaço futuro de prática educacional.

Palavras-chave: Integração, médico, hospital universitário. ABSTRACT

The present study aims to describe the perspectives and reports of a group of medical students entering a public university in northern Brazil. It is a descriptive research with data analyzed by precepts of quali-quantitative studies.The course is offered by the Federal University of Tocantins, Araguaína University Campus. This study was attended by 20 academics of both sexes who entered the second semester of 2019. A semi-structured questionnaire was prepared containing 10 questions, 80% of which were essay. The research was motivated by the fact that it is a medical course that receives new students from several Brazilian regions, with emphasis on the North and Northeast regions. The average age of the research members was 20 years old, 11 male and 9 female, 6 from the city of Araguaína (TO), where the course is offered and the other students came from others in the region state of Tocantins, in addition to the Border States such as Maranhão, Goiás and Pará. Several academics mentioned that they intend to finish the course in order to help others, to have professional, financial success and fulfill a dream. Based on the above, it was possible to consider that their reception at a university hospital was satisfactory in view of their first contact with a future educational practice space.

Keywords: Integration, doctor, university hospital.

1 INTRODUÇÃO

O jovem do século XXI quando chega ao fim do ensino médio é sugerido a fazer escolhas profissionais e pode optar pela continuação dos estudos na educação superior ou pelo ingresso imediato no mercado de trabalho. Uma das alternativas disponíveis para que este continue no âmbito acadêmico, ou seja, ensino superior, são os cursos de licenciatura, bacharelado ou tecnológicos. Apesar da amplitude de possibilidades de cursos disponíveis no Brasil, em universidades públicas e privadas, verifica-se uma tendência ligada àqueles que vulgarmente são chamados de cursos de “elite”, como a medicina, engenharias e direito (SPARTA e GOMES, 2005), dentre estes, Haddad e colaboradores (2010) ressaltam que a graduação em Medicina é uma das mais procuradas entre os processos seletivos universitários, dado que em sua maioria, a concorrência para uma vaga é muito maior em comparação aos concursos para servidores públicos federais.

O calouro, ao ingressar em tal curso, enfrenta várias demandas de adaptação geográficas, acadêmicas e relacionais. Um novo status é adquirido e muitos outros são deixados para trás. Ser um universitário recém-chegado é, para muitos, caminhar para longe da família e da cidade de

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origem, implicando morar fora de casa, numa cidade estranha, muitas vezes maior, conviver com pessoas diferentes e assumir responsabilidades com as quais antes não precisava se preocupar. É aprender novamente onde encontrar o professor, os novos colegas, como chegar e, especialmente, onde buscar as informações necessárias ao dia-a-dia acadêmico (BELLODI, 2004).

A dedicação daqueles que desejam seguir essa concorrida carreira começa cedo, antes mesmo do início da faculdade (RAMOS-CERQUEIRA; LIMA, 2002), o acesso ao ensino superior de um acadêmico de Medicina ocorre, geralmente, num clima de muita pressão e competitividade, mobilizando recursos intelectuais e emocionais do aluno. Eles são os futuros formados de uma profissão idealizada pela população, tanto em relação ao êxito financeiro, como pelas características pessoais que se espera encontrar em um médico como, atitudes humanitárias, princípios éticos, dedicação e responsabilidade com os pacientes e familiares, humildade, sensibilidade, paciência e amor ao próximo (QUINTANA, et al. 2008).

O sistema de formação de médicos, como processo de formação da força de trabalho médica, visa formá-los do modo mais rápido e de melhor relação custo-benefício possível, subordinando seu bem-estar à máxima eficiência. Impondo um grau de desgaste físico e emocional com importantes repercussões sobre a saúde dos estudantes e prejuízo da aprendizagem, que exige condições psicológicas que permitam a atenção e a concentração (KLEIN, 2011).

Perante os desafios já enfrentados e os que têm à frente no curso de Medicina para obter a profissionalização nesta área, almeja-se conhecer a luz dos entendimentos prévios dos ingressantes que alcançaram a tão concorrida vaga numa universidade federal, as metas, o que os motivaram, ou seja, as idealizações dali em diante para exercê-la frente à saúde humanitária. Assim, em reflexo ao exposto, o presente trabalho objetiva-se descrever as considerações iniciais de acadêmicos recém-chegados a um curso de medicina da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Campus Araguaína.

2 METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa descritiva de natureza qualiquantitativa, na qual, participaram desta investigação 20 acadêmicos de uma turma de Medicina da Universidade Federal do Tocantins, Campus Araguaína (Figura 1). O curso de medicina da UFT de Araguaína iniciou em março 2019 e trouxe para região norte do Brasil mais uma oportunidade de formação de novos médicos com olhar voltado para saúde da família e comunidade. A coleta dos dados ocorreu no Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT – UFT), que é o único hospital universitário do estado, no mês de agosto de 2019 decorrente à recepção de calouros do segundo

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semestre letivo (2019/2). A Figura 1 demonstra a localização, Araguaína – TO, onde a pesquisa foi realizada e onde o curso funciona.

Figura 1: Localização Geográfica do Município de Araguaína (TO), onde o Hospital Universitário citado na pesquisa está localizado.

Fonte: França, 2018.

Os discentes foram convidados à participar de uma integração no HDT, esta trata-se do acolhimento feito dentro da instituição na semana de recepção, a fim de apresentar o futuro ambiente de estágio obrigatório do curso e o que é desenvolvido neste. Foram solicitados funcionários de vários setores do hospital, desde o setor administrativo, assistencial até o de ensino e pesquisa, onde foi abordado brevemente suas funcionalidades e como trabalham para transformar o referido em um hospital universitário. A integração aconteceu durante todo o dia, no período de 8:00 às 12:00 da manhã e das 14:00 às 18:00 da tarde, especificamente para conhecer toda a infraestrutura e funcionamento.

Os acadêmicos foram convidados a participar da pesquisa e assim responderam um formulário contendo 10 questões pré-estabelecidas, nesta continha 8 questões subjetivas e 2 objetivas. Conforme mencionado acima, o referido trabalho é de cunho qualitativo, embora apresente alguns dados quantitativos complementares. Neves (1996) ressalta que os métodos qualitativos e quantitativos não se excluem, embora difiram quanto à forma e à ênfase. Assim, os

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métodos qualitativos trazem como contribuição ao trabalho de pesquisa uma mistura de procedimentos de caráter racional e intuitivo capazes de contribuir para a melhor compreensão dos fenômenos abordados. Pode-se distinguir o enfoque qualitativo do quantitativo, mas não seria correto afirmar que guardam relação de oposição (POPER e MAYS, 1995, p. 42).

Faz menção a uma pesquisa retrospectiva, uma vez que esta trata-se de informações já vivenciadas pelos objetos de estudo. As etapas de criação e classificação de categorias seguirão os preceitos propostos por Carlomagno e Rocha, (2016, p.173): 1) devem existir regras claras de inclusão e exclusão nas categorias; 2) as categorias precisam ser mutuamente excludentes; 3) as categorias não podem ser muito amplas, sendo seu conteúdo homogêneo entre si; 4) as categorias devem contemplar todos os conteúdos possíveis e “outro” precisa ser residual; 5) a classificação deve ser objetiva, não passível de ser codificada de forma diferente a depender a interpretação do analista.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O início de um novo curso de graduação é sempre um processo árduo, isto se torna ainda mais visível no campo da Medicina, que envolve diversas especificidades, como a importância da integração dos ambientes acadêmicos com a comunidade, capazes de compreender os anseios e necessidades da população, além de maior tempo de formação (LIMA FILHO; MARQUES, 2019). As dificuldades são ainda maiores ao compreendermos que a formação de novos profissionais na área da saúde passa por um processo de reestruturação, baseada cada vez mais nos princípios das metodologias ativas (GOMES, 2010; ALMEIDA; BATISTA, 2013).

A priori foi traçado o perfil dos participantes no formulário aplicado, contendo as seguintes informações: idade, sexo e cidade de origem. Como preconiza os preceitos ético, o nome dos integrantes da pesquisa foi preservado.

A média de idade dos discentes é de 20 anos, com idade mínima de 17 anos e máxima de 30. Destes, 11 se identificaram como sendo do sexo masculino e 9 do sexo feminino. Do total de 20 alunos ingressantes no curso, a maior taxa tem naturalidade de Araguaína – TO (6 alunos), outros de localidades do Tocantins, como Araguatins (1 aluno) e Pedro Afonso (1 aluno), além dos Estados fronteiriços, Maranhão, Goiás e Pará, cuja as cidades são, Imperatriz – MA (5 alunos), Goiânia – GO (1 aluno), Pauminópolis – GO (1 aluno) e Marabá – PA (1 aluno). Os demais são de Brasília – DF (1 aluno), Aracajú – SE (1 aluno) e Carnaubeira da Penha – PE (1 aluno).

A primeira questão do formulário buscou alcançar qual o objetivo dos calouros para cursar Medicina. No qual mencionaram ser por desejo de ajudar o próximo, sucesso profissional, financeiro

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e por realizar o sonho de infância em exercer a profissão. Como evidenciado nas respostas dos acadêmicos A1 e A2:

A1: Quero poder ajudar quem precisa no Brasil e até fora, como na África. E também quero ter estabilidade financeira.

A2: Quero fazer medicina para salvar vidas, cuidar do próximo e contribuir por meio dessa profissão para o bem-estar da sociedade.

As informações pontuadas vão de encontro aos objetivos da criação do curso no município de Araguaína, que é formar médicos que atuam na assistência básica, por meio da saúde da família e da comunidade, como preconiza os ministérios da Saúde e Educação Brasileiros. Coelho Neto, Antunes e Oliveira (2019) comentam que

[...] para entender e discutir a prática da Medicina de Família e Comunidade brasileira é importante conhecer o contexto no qual ela vem se desenvolvendo e os desafios cotidianos para o seu exercício. O Brasil é um país de dimensões continentais e com forte desigualdade socioeconômica entre as diversas regiões e estratos da sociedade. Possui um modelo federativo que confere importante autonomia a estados e municípios na gestão e controle de suas políticas públicas, o que favorece a existência de uma heterogeneidade na forma como se expressam no território. O país possui dois sistemas de saúde que coexistem há quase três décadas - um público e de acesso universal, o Sistema Único de Saúde (SUS), e um privado, representado pelo mercado de planos e seguros de saúde [...] (COELHO NETO, ANTUNES E OLIVEIRA, 2019)

A pergunta seguinte referiu-se ao motivo pelo qual induziu os ingressantes a optarem pelo curso de Medicina da UFT de Araguaína. Os principais foram reunidos em similaridades de desígnios como, por ser a primeira aprovação em um curso de Medicina, já serem residentes na cidade ou na região vizinha e pela credibilidade na universidade, conforme é conferido pelos mesmos abaixo:

A3: Principalmente pelo hospital universitário, sem dúvidas, toda vivência que terei no mesmo me tornarão em uma profissional extremamente capacitada p/ atender sobretudo a demanda da minha região.

A4: Eu escolhi fazer medicina na UFT Campus Araguaína pela qualidade do curso e pela proximidade da minha cidade de origem e pelo hospital universitário. A5: Por acreditar na instituição como mediador de transformação social e intelectual.

Logo após, a terceira pergunta questionou se na família dos ingressantes havia profissionais na área da saúde. Dos 20 alunos, apenas 1 respondeu não possuir nenhum membro da sua família atuante nesta e os demais afirmaram que sim e citaram as seguintes profissões: médico, enfermeiro, técnico em enfermagem, farmacêutico, dentista, nutricionista, fisioterapeuta, psicólogo,

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fonoaudiólogo, assistente social e educador físico. Sinalizando assim, uma possível influência familiar por parte dos que optam pela mencionada carreira. Entrelaçado nesse viés, Saupe (2005) chama de interdisciplinaridade a relação articulada entre as diferentes profissões da saúde, ou seja, o médico, o enfermeiro, o odontólogo, o psicólogo ou qualquer outro profissional da saúde que compõem distintos coletivos de pensamento e constroem o novo de problemas comuns.

A seguinte indagação diz respeito à impressão dos calouros quanto à infraestrutura do hospital universitário (Fig. 2), intitulado HDT, cujos comentários foram de grande valia para uma satisfatória opinião dos mesmos, como se pode conferir:

A6: Com uma equipe vasta e bem dividida o que percebi é que o hospital tem muito a crescer e prosperar acredito que encontrarei o suporte essencial para minha evolução enquanto profissional.

A7: O HDT nitidamente é um hospital acolhedor em todos os sentidos, os profissionais, a equipe em geral trabalha e se empenha em dar o seu melhor em prol do paciente e do seu bem-estar, é um ambiente extremamente organizado e me deixa entusiasmada saber que poderei absorver muitas informações e conhecimento daqui para me tornar uma excelente médica.

Em vista de tais aspectos, os hospitais universitários desempenham papel importante no que se refere à formação, por ser neste cenário que os acadêmicos da área da saúde têm o primeiro contato com o sistema público e atuam na assistência de alta complexidade, na educação em saúde, extensão e pesquisa.

Para contribuir com a impressão dos alunos ao HDT, pediu-se que estes pontuassem uma nota de 0 a 10, podendo perceber que a maioria dos discentes entrevistados atribuíram nota 8, como exposto na figura 2:

Figura 2: Notas atribuídas pelos discentes ao Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT), que é o único hospital universitário do estado do Tocantins.

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Nessa mesma vertente, os estudantes do curso de Medicina foram solicitados a avaliar a integração com notas de 0 a 10, onde a figura 3 apresenta os resultados das avalições, sendo evidente que a maior parte considerou a mesma como boa, uma vez que atribuíram nota 8.

Figura 3: Avaliação feita para reunião de integração ocorrida no Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT).

Fonte: Autores, 2020.

Em busca de identificar os pontos fortes da integração, ou seja, o que mais gostaram desta, foi questionada a opinião dos participantes, e estes tiveram padrões de opiniões similares voltadas à palestra acerca dos tipos de serviços oferecidos pelo HDT, que se caracteriza pelo atendimento às pessoas que sofrem acidentes com animais peçonhentos, destacaram também os programas de residência, a ética e postura com pacientes como pontos positivos.

Buscou saber também o que menos gostaram da integração, na qual foi possível categorizar as respostas nas sequentes posições por parte dos alunos: Acharam que a integração apresentou excesso de informações, houve insatisfações por saber quando inicia o estágio no curso, bem como anseios para a amplitude do hospital e as burocracias junto ao setor administrativo.

Logo, os estudantes que se integram acadêmica e socialmente desde o início de seus cursos têm possivelmente mais chances de crescerem intelectual e pessoalmente (TEIXEIRA, 2008). Daí tira-se a importância da integração nos processos iniciais de adaptação a graduação, no qual, Teixeira (2008) ainda afirma que o modo como os alunos se integram ao contexto do ensino superior faz com que eles possam aproveitar melhor (ou não) as oportunidades oferecidas pela universidade. A última indagação, procurou compreender o que os acadêmicos esperavam encontrar no curso de Medicina da UFT de Araguaína. Estes pontuaram que irão se deparar dificuldades no curso, já esperam frutos de muito estudo e dedicação, que será um curso desafiador, de qualidade, pois acreditam no potencial de crescimento do mesmo, com as melhores perspectivas possíveis, esperam

5% 5% 5% 35% 20% 15% 15% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%

Nota 6,0 Nota 7,0 Nota 7,7 Nota 8,0 Nota 8,5 Nota 9,0 Nota 10

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também se formarem ótimos profissionais, que terão trabalhos coletivos entre alunos e funcionários do hospital ao longo da graduação e contam com boas orientações dos professores. Dessa forma, podem-se destacar as correspondentes respostas quanto à referida indagação:

A8: Espero que o curso de medicina me possibilite uma formação acadêmica de qualidade e forme um profissional competente, garantindo todo aparato de ensino, com uma gama extensa de oportunidades.

A9: A jornada vai ser longa e cansativa, porém a admiração pelo curso tornará o caminho satisfatório e de bastante aprendizado.

A10: Espero que seja um divisor de águas em minha vida. Que me traga aperfeiçoamento intelectual e desperte cada dia mais o meu lado empático. Enfim, desejo que me forme e mude a vida das pessoas.

É possível vislumbrar que as perspectivas e anseios são coerentes, pontuando que o período de formação não é algo tranquilo, necessita de muitos esforços e perseverança. É nessa época que se estabelece a identidade profissional. Lima et al. (2020, p. 33082) comentam que a identidade profissional pode ser caracterizada pelo conjunto de características que distinguem uma pessoa e por meio das quais é possível individualizá-la.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do exposto, foi capaz ponderar que a integração se fez satisfatória frente ao escopo proposto. Como se destinou através das respostas obtidas pelos sujeitos da pesquisa, no qual estes caracterizaram além de pontos positivos, os negativos e perspectivas futuras para as metas que pretendem alcançar até suas respectivas profissionalizações ao mercado de trabalho como médicos. Cabe ressaltar também a importância que tal curso proporciona aos discentes quando estes adentram na graduação e começam a conhecer o ambiente dos seus estágios, neste caso o HDT, principal referência no município de Araguaína e região no que refere ao tratamento de doenças emergentes e reemergentes.

Em virtude disso e dos relatos apresentados pelos estudantes de medicina da UFT campus de Araguaína, acredita- se que esses futuros médicos valorizem o modelo biopsicossocial, de forma contínua, desde a sua formação até a execução desta profissão. Dessa forma, se torna necessário inserir esses alunos cada vez mais nesses espaços de trabalho, para o contato maior com profissionais da área.

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Imagem

Figura 1: Localização Geográfica do Município de Araguaína (TO), onde o Hospital Universitário citado na pesquisa  está localizado
Figura 2: Notas atribuídas pelos discentes ao Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins  (HDT-UFT), que é o único hospital universitário do estado do Tocantins
Figura  3:  Avaliação  feita  para  reunião  de  integração  ocorrida  no  Hospital  de  Doenças  Tropicais  da  Universidade  Federal do Tocantins (HDT-UFT)

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