MEDICAMENTOS À BASE DE PLANTAS:
CONTRIBUTO PARA O APROVEITAMENTO
DOS RECURSOS NATURAIS NACIONAIS
Resumo
A utilização de plantas com fins medicinais e terapêuticos, baseada em diferentes tradições
etnofarmaco-lógicas, tem sido harmonizada na União Europeia na última década. Atualmente, uma quantidade
consi-derável de monografias de eficácia para plantas, com indicações aprovadas quer para uso bem estabelecido
quer para o registo de utilização tradicional, estão já aprovadas a nível comunitário. Várias destas plantas
surgem espontaneamente em Portugal, indicando que é possível a sua cultura e exploração por empresas
interessadas na sua utilização, comércio e exportação, como medicamentos. São apresentadas as
indica-ções terapêuticas aprovadas a nível comunitário para plantas que surgem espontaneamente em Portugal e
sugere-se a constituição de uma plataforma que reúna as autoridades competentes, as universidades e os
agentes económicos, que promova e facilite a exploração destes recursos naturais nacionais.
Palavras-chave: Plantas medicinais, medicamentos tradicionais, utilização tradicional, recursos naturais.
Abstract
In the last decade the European Union has harmonized the use of plants with medicinal and therapeutic
purposes, based on different ethnopharmacological traditions. Currently, a considerable amount of
monographs demonstrating the efficacy of several plants are already approved at community level, with
indications for use either as well established authorization or traditional use registration. Several of these
plants grow spontaneously in Portugal, indicating that it is possible their culture and exploitation by
companies interested in their use, trade and export, as medicines. In this article the approved indications
at Community level for plants that arise spontaneously in Portugal are presented, being also suggested the
creation of a platform that brings together authorities, universities and economic actors to promote and
facilitate the exploitation of these valuable national natural resources.
Keywords: Medicinal plants, traditional medicines, traditional use, natural resources.
João Cristóvão Martins
Diretor da Direção de Avaliação de Medicamentos (DAM), INFARMED I.P. Docente universitário.
1. Introdução
A história da medicina está intimamente ligada à
des-coberta e utilização das plantas medicinais
1-6
.
Desde cedo que as civilizações primitivas se
apercebe-ram da existência, ao lado das plantas comestíveis, de
outras dotadas de maiores ou menores efeitos sobre o
organismo, desde efeitos tóxicos (venenos) até à
inter-venção sobre a doença, revelando muitas vezes, embora
empiricamente, o seu potencial curativo
2
.
Esta relação é comprovada por vários registos da
anti-guidade, onde se destacam, entre outros, documentos
como o papiro de Ebers (1550 a.C.)
7,8
, que representa
o primeiro tratado médico egípcio conhecido, da
pri-meira metade do século XVI antes da Era Cristã
2
e que
descreve 877 medicamentos, incluindo medicamentos
derivados de plantas, ou a compilação do
conhecimen-to popular sobre plantas medicinais pelo imperador
chinês Shen Nung (2000 a.C.)
4
.
A utilização de plantas medicinais não é apenas um
fe-nómeno histórico. Com efeito, segundo Kirkpatrick
9
,
representa mais de 30 por cento do mercado
farma-cêutico e 11 por cento dos medicamentos
considera-dos como básicos pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) derivam exclusivamente de plantas
10
. A OMS
estima que mais de 80 por cento da população mundial
se trata com plantas medicinais, sendo que nos países
em desenvolvimento a fitoterapia constitui a base dos
cuidados primários de saúde
11
. Por outro lado, os
dutos naturais, onde se incluem as plantas medicinais,
são, segundo Altmann
12
, uma das principais fontes de
agentes terapêuticos inovadores para o tratamento de
patologias como as doenças infeciosas e oncológicas
13
.
Apesar das estimativas variarem com a definição do que
se considera um medicamento derivado de um produto
natural, é seguro afirmar que entre 25 e 50 por cento
dos novos medicamentos atualmente comercializados
devem a origem aos produtos naturais
14
.
2. Enquadramento Regulamentar
A utilização, nos países da União Europeia, de
produ-tos à base de plantas com fins medicinais e
terapêu-ticos, baseados em diferentes tradições
etnofarma-cológicas, levou a que a Comissão Europeia tomasse
algumas iniciativas para harmonizar este mercado e
facilitar o comércio e a concorrência leal entre os
fabri-cantes e distribuidores europeus. Uma dessas
iniciati-vas foi a Diretiva 2004/24/CE
15
, que alterou a Diretiva
2001/83/CE
16
, inserindo-lhe um novo capítulo com
«Disposições particulares aplicáveis aos
medicamtos tradicionais à base de plantas». Estas normas
en-contram-se transpostas para o direito nacional pelo
Decreto-Lei 176/2006
17
, de 30 de agosto (Estatuto do
Medicamento).
Assim, de acordo com o Decreto-Lei 176/2006, um
medi-camento à base de plantas é qualquer medimedi-camento que
tenha exclusivamente como substâncias ativas uma ou
mais substâncias derivadas de plantas, uma ou mais
pre-parações à base de plantas ou uma ou mais substâncias
derivadas de plantas em associação com uma ou mais
preparações à base de plantas; enquanto um
medica-mento tradicional à base de plantas (MTBP) é um
medi-camento à base de plantas que reúna cumulativamente
as seguintes condições:
a) Tenha indicações exclusivamente adequadas a
medi-camentos à base de plantas e, dada a sua composição e
finalidade, se destine e seja concebido para ser utilizado
sem vigilância de um médico para fins de diagnóstico,
prescrição ou monitorização do tratamento;
b) Se destine a ser administrado exclusivamente de
acordo com uma dosagem e posologia especificadas;
c) Possa ser administrado por uma ou mais das
seguin-tes vias: oral, externa ou inalatória;
d) Já seja objeto de longa utilização terapêutica, de
acor-do com os daacor-dos bibliográficos ou pareceres de peritos;
e) Seja comprovadamente não nocivo quando utilizado
nas condições especificadas, de acordo com a
informa-ção existente e reputada suficiente;
f) Possa demonstrar, de acordo com informação
exis-tente e reputada suficiente, efeitos farmacológicos ou de
eficácia plausível, tendo em conta a utilização e a
expe-riência de longa data.
Pretendeu-se assim, a partir destas definições,
estabe-lecer um procedimento simplificado para o registo de
utilização tradicional, uma vez que sem estas normas
específicas dificilmente a maioria dos produtos de uso
tradicional estaria em condições de demonstrar o
cum-primento dos requisitos de segurança e de eficácia que
são alvo de avaliação durante o processo de uma
auto-rização de introdução no mercado (AIM). Desta forma,
e no atual enquadramento legislativo, um medicamento
à base de plantas pode obter uma autorização para ser
comercializado, recorrendo a três procedimentos
dife-rentes:
1 – Procedimento de AIM, dossiê completo com estudos
próprios de segurança e eficácia;
2 – Procedimento de AIM, dossiê completo
recorren-do à definição de uso bem estabelecirecorren-do (WEU –
well
established use);
3 – Procedimento de registo de utilização tradicional
para MTBP.
O que distingue estes três procedimentos de
autoriza-ção de comercializaautoriza-ção é a forma como é demonstrada a
segurança e a eficácia, pois todas as restantes regras
re-gulamentares (boas práticas agrícolas e de colheita, boas
práticas de fabrico, controlo de qualidade,
farmacovigi-lância, informação, rotulagem e publicidade) se aplicam
de igual forma (ver Figura 1).
Os ensaios clínicos, bem como os testes que comprovam
a segurança, que são apresentados num procedimento
de AIM com estudos próprios, podem ser substituídos
pela apresentação de bibliografia que seja considerada
relevante e suficiente para comprovar a sua segurança
e eficácia (procedimento de AIM com WEU). Já nos
registos de utilização tradicional, a demonstração de
eficácia deve ser efetuada recorrendo à definição de
uso tradicional e a demonstração de segurança deve ser
efetuada através de relatórios de peritos, bibliografia
e/ou resultados de novos testes. Estes poderão
ain-da ser substituídos por monografias ou pela
evidên-cia da inclusão na lista do Herbal Medicinal Products
Committee (HMPC), comité científico da Agência
Eu-ropeia de Medicamentos (European Medicines Agency
– EMA)
18
. Desta forma, por não existirem estudos
pró-prios, os medicamentos tradicionais à base de plantas
têm um nível de evidência de segurança e eficácia
me-nor, pelo que apenas são aprovados para indicações que
não obriguem a acompanhamento médico.
O registo tradicional, no entanto, só é aplicável se as
au-toridades competentes na avaliação de medicamentos
considerarem que o medicamento não reúne os critérios
necessários para outro tipo de registo.
Figura 1 – Procedimentos de autorização de comercialização de medicamentos à base de plantas
Fonte: Elaboração própria.
Para facilitar a autorização de medicamentos à base de
plantas, a Diretiva 2004/24/CE previu a elaboração, pelo
HMPC, de monografias de eficácia, com
reconhecimen-to comunitário (relativas a WEU e/ou a uso tradicional)
e de uma lista de substâncias (doravante referida como
«Lista») derivadas de plantas, preparações e associações
das mesmas, que em certas condições de utilização e
para as indicações aprovadas são consideradas seguras.
Para uma substância (ou preparação) à base de plantas
que esteja incluída na Lista, o requerente de um pedido
de registo de utilização tradicional apenas terá de
apre-sentar a documentação administrativa e a que se refere
à comprovação de qualidade (porque se presume
com-provada a segurança e a eficácia para as indicações
apro-vadas e nas condições de utilização especificadas).
Na Tabela 1 pode ser encontrada a lista de plantas para
as quais já foram elaboradas monografias comunitárias
de eficácia ou que foram incluídas na Lista. Quando se
considera não existir evidência suficiente para
aprova-ção de monografia, ou quando existem preocupações
relativas à toxicidade, não é recomendada a utilização
da planta nas indicações propostas, sendo as razões que
presidem a essa decisão explicadas num documento
pú-blico (
public statement) que é divulgado no sítio Internet
da EMA. O HMPC é responsável por coordenar o
pro-cesso de elaboração das monografias de eficácia. Para tal
é nomeado um país relator que avalia toda a informação
disponível, incluindo a submetida por outras entidades
interessadas no processo (o processo incluí um pedido
público de envio de informação científica designado
por «
Call for submission of scientific data»), e propõe ao
co-mité uma versão
draft da monografia, acompanhada do
relatório de avaliação e da lista de referências utilizada.
Estes documentos são analisados primeiro num
gru-po de trabalho (Monography and List Working Party
– MLWP) e posteriormente no plenário do HMPC,
até se tomar uma decisão sobre a aprovação ou não da
monografia ou acerca da entrada na Lista. Em média, o
tempo necessário para aprovar uma monografia, desde o
«
Call for submission of scientific data» até publicação da
deci-são no sítio Internet da EMA, é superior a 20 meses. De
referir que a equipa dos medicamentos à base de
plan-tas da Direção de Avaliação de Medicamentos (DAM)
do INFARMED, I.P. foi responsável pela elaboração de
monografias comunitárias de eficácia para as seguintes
plantas:
Rosmarini aetheroleum, Rosmarini folium, Menthae
piperitae folium, Menthae piperitae aetheroleum e Menthae
pipe-ritae aetheroleum (sendo esta ultima incluída também na
Lista).
O registo de utilização tradicional de medicamentos
é possível mesmo para medicamentos baseados
nou-tros sistemas de medicina, como é o caso da
medici-na tradiciomedici-nal chinesa e asiática. Com efeito, em 14 de
março de 2012, a Agência do Medicamento Holandesa
(CBG/MEB) aprovou o primeiro registo de um
medica-mento tradicional à base de plantas baseado na tradição
chinesa e produzido em países terceiros (na China,
nes-te caso)
19
.
Processo de Autorização
Mercado
Segurança
Eficácia
Qualidade
Novos Testes
Relatório de Perito, Bibliografia, novos testes, monografias
ou inclusão na Lista
Bibliografia
Novos ensaios
clínicos
Bibliografia
Uso tradiconal (monografias ou inclusão na Lista)Boas práticas
agrícolas e de
colheita
Boas práticas
de fabrico
Controlo de
qualidade
e
Libertação
de lotes
Farmacovigilância
Informação e
Rotulagem
Publicidade
AIM com dados próprios AIM Uso bem estabelecido Registo de Utiliza-ção Tradicional24
No mercado português, encontram-se atualmente
autorizados vários medicamentos à base de plantas
e aprovados três registos de utilização tradicional
(Harpadol, Premkor e Alcachofra Arkocápsulas).
De referir que, tal como para os restantes
medicamen-tos, além do procedimento nacional, estão disponíveis
os procedimentos europeus (procedimento
reconhe-cimento mútuo e procedimento descentralizado) que
permitem obter uma autorização para a
comercializa-ção (AIM ou registo) em todos ou em parte dos países
da União Europeia. Portugal participou já em vários
destes processos europeus, quer como Estado-membro
de referência (EMR), em que se responsabilizou pela
avaliação científica, quer como Estado-membro
envol-vido (EME), cooperando com a avaliação do respetivo
EMR. Segundo a EMA (2012), até final de 2011 foram
concedidas na União Europeia, Noruega, Liechtenstein
e Islândia, 423 AIM com WEU e 751 registos de
utiliza-ção tradicional. Para ambos os tipos de procedimentos,
as indicações mais solicitadas foram as referentes a
tos-se e constipações, a doenças gastrointestinais, a
altera-ções do humor/stresse, a doenças do trato urinário e
gi-necológico e a distúrbios do sono e insónia temporária.
Figura 2 – Plataforma nacional para aproveitamento dos recursos naturais (proposta)
Fonte: Elaboração própria.
3. Conclusão
Independentemente da forma como foram
demons-tradas as características de segurança e eficácia, e
do procedimento escolhido (AIM ou registo de
uti-lização tradicional), é necessário submeter todas as
informações necessárias à comprovação da qualidade
da matéria-prima e do produto acabado. O principal
problema na utilização de plantas e partes de
plan-tas na produção de medicamentos relaciona-se com a
elevada variabilidade de composição, que é
fortemen-te influenciada por variados fatores (clima, condições
de cultivo, altura da colheita, condições de
armazena-mento, etc.). A qualidade de qualquer medicamento à
base de plantas começa no cultivo, colheita, secagem
e armazenamento das espécies a serem utilizadas
como matéria-prima. Assim, a observância das boas
práticas de agrícolas e de colheita, a par do grau de
especialização dos fornecedores de matéria-prima
que possam evitar as contaminações e adulterações,
são um passo fundamental para o fabrico destes
me-dicamentos.
O facto de existir já uma quantidade considerável de
monografias de eficácia e de entradas na Lista para
Pedido de AIM
ou
registo de utilização tradicional
Proposta de plantas
com interesse económico
Decisão
(monografias a elaborar)
de monografias
Elaboração
Produção de conhecimento
e
partilha de tecnologia
comunitárias
Monografias
Propostas de
monografias
INDÚSTRIA FARMACÊUTICA (cosmética e alimentar) Agentes de exploração agrícola Agentes de exploração marinha PLATAFORMA (coordenação) UNIVERSIDADESINFARMED Monografias ListaHMPC-EMA
Matéria-prima
2. Cunha AP, Teixeira F, Silva AP, Roque OR. Plantas na terapêutica.
Farmacologia e ensaios clínicos. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian; 2007.
3. Guimarães S, Moura D, Silva PS. Terapêutica medicamentos e suas
bases farmacológicas – Manual de farmacologia e Farmacoterapia.
5.ª ed. Porto: Porto Editora; 2006.
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5. Evans WC. Trease and Evans Pharmacognosy. 14.ª ed. Londres:
WB Saunders Company L; 1999.
6. Kinghorn AD, Balandrin MF (eds.). Human Medicinal Agents from
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9. Kirkpatrick P. Antibacterial drugs: stitching together naturally.
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13. Newman DJ, Cragg GM. Natural products as sources of new drugs
over de 30 years from 1981 to 2010. J. Nat. Prod. 2012;75(3):311-35.
14. Kingston DGI. Modern natural products drug discovery and its
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15. Diretiva 2004/24/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho,
de 31 de março de 2004, que altera, em relação aos medicamentos
tradicionais à base de plantas, a Diretiva 2001/83/CE. Jornal Oficial
L 136, de 30.04.2004.
16. Diretiva 2001/83/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho,
de 6 de novembro de 2001, que estabelece um código comunitário
relativo aos medicamentos para uso humano. Jornal Oficial da União
Europeia. Jornal Oficial L 311, de 28.11.2001.
17. Decreto-Lei 176/2006, de 30 de agosto. Diário da República n.º
167/2006 – Série I. Ministério da Saúde.
18. EMA. Uptake of the traditional use registration scheme and
implementation of the provisions of Directive 2004/24/EC in EU
Member States. Status: 2011 Dez 31. EMA/322570/2011 Rev.2.
Londres: EMA; 2012.
19. College ter Beoordeling van Geneesmiddelen/Medicines
Evaluation Board. First Authorisation of Traditional Herbal Medicine
from outside the European Union. Disponível em www.cbg-meb.
nl/CBG/en/human-medicines/actueel/First_Authorisation_of_
Traditional_Herbal_Medicine_from_outside_the_European_Union/
defaul t.htm [acedido em 9/8/2012].
várias plantas – que facilitam, do ponto de vista
re-gulamentar, o acesso ao mercado, e sendo que
algu-mas destas se referem a plantas que existem de forma
espontânea em Portugal (indicando que podem ser
facilmente cultivadas), parece sugerir que é possível
otimizar a exploração destes recursos naturais
na-cionais, quer na disponibilização de novos produtos
para o mercado nacional e comunitário quer no
âmbi-to da exportação de novos produâmbi-tos.
A Tabela 2 apresenta as indicações aprovadas para as
plantas que surgem de forma espontânea em
Portu-gal e para as quais existem já monografias de eficácia
aprovadas ou entradas na Lista.
Uma ligação mais estreita e coordenada entre as
au-toridades, as universidades e a indústria farmacêutica
pode ser o passo inicial para um aproveitamento
efi-ciente das plantas que podem ser colhidas ou
cultiva-das em Portugal, além de promover o aparecimento
de novos agentes económicos especializados na
pro-dução de plantas para utilização em medicamentos
(agricultura especializada moderna).
Na Figura 2 apresenta-se um modelo para uma
even-tual plataforma nacional que promova o
aprovei-tamento de recursos naturais nacionais (plantas),
constituída pelas autoridades nacionais
competen-tes, indústria farmacêutica e pelos agentes de
explo-ração agrícola e marítima, e que se baseia na escolha
de plantas para as quais exista interesse económico
(indicadas pela indústria e para as quais seja viável
a cultura) e se considere adequado desenvolver
mo-nografias. Este facto permitirá que o trabalho das
au-toridades e universidades seja dirigido para recursos
nacionais de interesse económico, permitindo, por
um lado, o desenvolvimento, fabrico, comercialização
e exportação de medicamentos à base de plantas e,
por outro, o aproveitamento do conhecimento de
far-macognosia existente nas autoridades, universidades
e empresas a operar em Portugal.
Agradecimentos
Agradece-se às Dras. Ana Paula Martins e Eva
Mendes, da equipa dos medicamentos à base de plantas
da Direção de Avaliação de Medicamentos (DAM) do
INFARMED I.P., todas as informações e ajuda
pres-tadas.
O formato e o conteúdo deste documento apenas representam a
visão e pensamento do autor, e não de qualquer instituição.
Bibliografia
1. Cunha AP, Silva AP. Plantas e Produtos vegetais em Fitoterapia.
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian; 2009.
Tabela 1 – Lista das plantas relativamente às quais já existem monografias ou entradas para a Lista
Espécie
Nome
comum
Achillea millefolium L. Milefólio X
Monografia (uso
bem estabelecido)
Monografia
(uso tradicional)
Lista
Public
statement
Achillea millefolium L. Milefólio, flor X
Aesculus hippocastanum L. Castanheiro-da-índia, casca X
Aesculus hippocastanum L. Castanheiro-da-índia, semente X X
Agropyron repens (L.) P. Beauv. Grama francesa, rizoma X
Allium cepa L. Cebola, bolbo X
Aloe barbadensis Miller; Aloe ferox Miller Aloés de Barbados, aloés do Cabo X
Althaea officinalis L. Alteia, raiz X
Arctium lappa L. Bardana, raiz X
Arctostaphylos uva-ursi (L.) Spreng. Uva-ursina, folha X
Artemisia absinthium L. Absinto X
Avena sativa L. Aveia, fruto X
Avena sativa L. Aveia, partes aéreas X
Betula pendula Roth; Betula pubescens Ehrh. Bétula, folha X
Calendula officinalis L. Maravilhas, flor X X
Capsella bursa-pastoris (L.) Medik. Bolsa-de-pastor, partes aéreas X
Cassia senna L.; Cassia angustifolia Vahl Sene-da-índia, folha X Cassia senna L.; Cassia angustifolia Vahl Sene da Índia, fruto X
Centaurium erythraea Rafn. Centáurea-menor X
Centella asiatica L. Urban Centela X
Chamaemelum nobile (L.) All. (Anthemis
nobilis L.)
Macela, flor X
Chelidonium majus L. Quelidónia X
Cichorium intybus L. Chicória, raiz X
Cimicifuga racemosa (L.) Nutt. Cimicifuga, rizoma X
Cinnamomum zeylanicum Nees Óleo essencial de canela- de-Ceilão X
Cinnamomum zeylanicum Nees Canela-de-Ceilão, casca X
Citrus bergamia Risso & Poiteau. Óleo essencial de bergamota X Cola nitida (Vent.) Schott et Endl.
(C. vera K. Schum.); Cola acuminata (P. Beauv.) Schott et Endl. (Sterculia acuminata P. Beauv.)
Cola X
Commiphora molmol Engler Mirra X
Curcuma longa L. Curcuma X
Cynara scolymus L. Alcachofra, folha X
Commiphora molmol Engler Mirra X
Curcuma longa L. Curcuma X
Cynara scolymus L. Alcachofra, folha X
Espécie
Nome
comum
Monografia (uso
bem estabelecido)
Monografia
(uso tradicional)
Lista
Public
statement
Echinacea angustifolia DC. Equinácia angustifólia, raiz X
Echinacea pallida (Nutt.) Nutt. Equinácia pálida, raiz X
Echinacea purpurea (L.) Moench Equinácea purpúrea, parte aérea florida X X X
Echinacea purpurea (L.) Moench. Equinácea purpúrea, raiz X
Eleutherococcus senticosus
(Rupr. et Maxim.) Maxim.
Eleuterococo X X
Equisetum arvense L. Cavalinha X
Euphrasia officinalis L. (mainly subsp. E.
rostkoviana Hayne)
Eufrásia, parte aérea X
Filipendula ulmaria (L.) Maxim. (= Spiraea ulmaria L.).
Rainha-dos-prados, sumidade florida
X
Filipendula ulmaria (L.) Maxim. (= Spiraea ulmaria L.).
Rainha-dos-prados, parte aérea X
Foeniculum vulgare Miller subsp. vulgare
var. dulce (Miller) Thellung.
Funcho-doce, fruto
X X
Foeniculum vulgare Miller subsp. vulgare
var. vulgare
Funcho amargo, fruto X
X
Foeniculum vulgare Miller subsp. vulgare
var. vulgare
Óleo essencial de funcho amargo, fruto X
Fraxinus excelsior L.; Fraxinus oxyphylla M. Bieb.
Freixo, folha X
Fumaria officinalis L. Fumária X
Gentiana lutea L. Genciana, raiz X
Hamamelis virginiana L. Hamamélia, casca X
Hamamelis virginiana L. Hamamélia, folha X
Hamamelis virginiana L. Hamamélia, folha e casca X X
Harpagophytum procumbens DC.;
Harpagophytum zeyheri Decne Harpagófito, raiz X
Hedera helix L. Hera, folha X
Humulus lupulus L. Lúpulo, cone X
Hypericum perforatum L. Hipericão X X
Ilex paraguariensis St. Hil. Mate, folha X
Juniperus communis L. Óleo essencial de zimbro X
Juniperus communis L. Zimbro X
Lavandula angustifolia Mill.
(L. officinalis Chaix)
Óleo essencial de alfazema X
Lavandula angustifolia Mill. (L.
officinalis Chaix) Alfazema, flor X
Leonurus cardiaca L. Agripalma X
Linum usitatissimum L. Linho, semente X X
Melilotus officinalis (L.) Lam. Meliloto X
Melissa officinalis L. Melissa, folha X
Mentha x piperita L. Óleo essencial de hortelã- pimenta X X X
Mentha x piperita L. Hortelâ-pimenta, folha X
Oenothera biennis L. Óleo de onagra X
Espécie
Nome
comum
Monografia (uso
bem estabelecido)
Monografia
(uso tradicional)
Lista
Public
statement
Orthosiphon stamineus Benth. Chá-de-Java X
Passiflora incarnata L. Passiflora X
Peumus boldus Molina Boldo, folha X
Pimpinella anisum L. Óleo essencial de anis X
Pimpinella anisum L. Anis verde, fruto X X
Plantago afra L.; Plantago indica L. Psílio, semente X
Plantago lanceolata L. Tanchagem menor X
Plantago ovata Forssk. Ispagula, semente X
Plantago ovata Forssk. Ispagula, tegumento da semente X
Polypodium vulgare L. Polipódio, rizoma X
Potenilla erecta (L.) Raeusch. Tormentilha, rizoma X
Primula veris L.; Primula elatior (L.) Hill Primavera, flor X
Primula veris L.; Primula elatior (L.) Hill Primavera, raiz X
Quercus robur L.; Quercus petraea (Matt.)
Liebl.; Quercus pubescens Willd.
Carvalho, casca
X
Rhamnus purshianus D.C. Cáscara sagrada X
Rhamnus frangula L. Amieiro negro, casca X
Rheum palmatum L.; Rheum officinale
Baillon
Ruibarbo X
Rhodiola rosea L. Rhodiola, rizoma X
Ribes nigrum L. Groselheira-negra, folha X
Rosmarinus officinalis L. Óleo essencial de alecrim X
Rosmarinus officinalis L. Alecrim X
Ruscus aculeatus L. Gilbardeira X Salix [várias espécies, incluindo: S.
purpurea L.; S. daphnoides Vill.; S. fragilis L.]
Salgueiro, casca X X
Salvia officinalis L. Óleo essencial de salva X
Salvia officinalis L. Salva, folha X
Sambucus nigra L. Sabugueiro, flor X
Solidago virgaurea L. Solidago X
Symphytum officinale L. Consolda-maior, raiz X
Syzygium aromaticum (L.) Merill et
L. M. Perry (Eugenia caryophyllus (C. Spreng.) Bull. et Harr.)
Óleo essencial de cravinho X
Syzygium aromaticum (L.) Merill et
L. M. Perry (Eugenia caryophyllus (C. Spreng.) Bull. et Harr.)
Cravinho
X
Tanacetum parthenium (L.) Schultz Bip. Matricária X
Taraxacum officinale Weber ex Wigg. Taráxaco, folha X
Taraxacum officinale Weber ex Wigg. Taráxaco, folha e raiz X
Olea europaea L. Oliveira, folha X
Espécie
Nome
comum
Monografia (uso
bem estabelecido)
Monografia
(uso tradicional)
Lista
Public
statement
Thymus vulgaris L.; Thymus zygis Loefl. ex L. Óleo essencial de tomilho X X
Thymus vulgaris L.; Thymus zygis Loefl. ex L. Tomilho
X
Thymus vulgaris L.; Thymus zygis Loefl. ex
L. / Primula veris L.; Primula elatior (L.) Hill
Tomilho/Primavera, raiz
X
Tilia cordata Miller, Tilia platyphyllos Scop., Tilia x vulgaris Heyne
Tília, flor
X
Tilia tomentosa Moench Tília-argêntea, flor X
Trigonella foenum-graecum L. Alforvas X
Urtica dioica L.; Urtica urens L. Urtiga, folha X
Urtica dioica L.; Urtica urens L. Urtiga X
Urtica dioica L.; Urtica urens L. Urtiga, raíz X
Valeriana officinalis L. Valeriana, raiz X X
Valeriana officinalis L. / Humulus lupulus L. Valeriana, raiz / Lúpulo, cone X X
Verbascum thapsus L.; V. densiflorum Bertol.
(V. thapsiforme Schrad); V. phlomoides L.
Verbasco, flor
X
Viola tricolor L.
Amor-perfeito bravo, parte aérea florida X
Viscum album L. Visco-branco X
Vitex agnus-castus L. Anho-casto, fruto X X
Vitis vinifera L. Videira, folha X X X
Zingiber officinale Roscoe Gengibre X X
Fonte: Elaboração própria a partir do sítio da EMA [acedido a 7/8/2012].
Tabela 2 – Indicações aprovadas para algumas das plantas que surgem espontaneamente em Portugal, tal
como referidas nas respetivas monografias ou na Lista
Botanical
name
English
common name
Aesculus hippocastanum L.
Portuguese
common name
Indications
(WEU)
Indications
(List entry)
Indications
(Tradicional use)
Horse-Chestnut Bark
Castanheiro-da-índia, casca
Indication 1)
Traditional herbal medicinal product for relief of symptoms of discomfort and heaviness of legs related to minor venous circulatory disturbances. Indication 2)
Traditional herbal medicinal product for symptomatic relief of itching and burn-ing associated with haemorrhoids, after serious conditions have been excluded by a medical doctor.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use. Aesculus hippocastanum L. Horse-Chestnut Seed Castanheiro-da-índia, semente
Herbal medicinal product for treatment of chronic venous insufficiency, which is characterised by swollen legs, varicose veins, a feeling of heaviness, pain, tiredness, itching, tension and cramps in the calves.
A) Traditional herbal medicinal product to relieve symptoms of discomfort and heaviness of legs related to minor venous circulatory disturbances. B) Traditional herbal medicinal product for relief of signs of bruises, such as local oedema and haematoma. The product is a traditional herbal medicinal product for use in the speci-fied indications exclusively based upon long-standing use.
Aloe barbadensis
Miller;
Aloe ferox Miller
Aloes Aloés de Barbados Aloés do Cabo
Herbal medicinal product for short-term use in cases of occasional constipation.
Traditional herbal medicinal product for use as a demulcent preparation a) for the symptomatic treatment of oral or pharyngeal irritation and associated dry cough
b) for the symptomatic relief of mild gastrointestinal discomfort The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use.
Althaea officinalis
L. MarshmallowRoot
Alteia, raiz
a) Traditional herbal medicinal product used in temporary loss of appetite. b) Traditional herbal medicinal product used in mild dyspeptic/gastrointestinal disorders.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use.
Artemisia
absinthium L. Wormwood Absinto
Avena sativa L. Oat Fruit Aveia, fruto Traditional herbal medicinal product
for the symptomatic treatment of minor inflammations of the skin (such as sunburn) and as an aid in healing of minor wounds.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use.
Avena sativa L. Oat Herb Aveia, partes aéreas Traditional herbal medicinal product for
relief of mild symptoms of mental stress and to aid sleep.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use.
Botanical
name
English
common name
Portuguese
common name
Indications
(WEU)
Indications
(List entry)
Indications
(Tradicional use)
Calendula officinalis L.
Calendula Flower
Maravilhas, flor a) Traditional herbal medicinal product for the symptomatic treatment of minor inflammations of the skin (such as sunburn) and as an aid in healing of minor wounds. b) Traditional herbal medicinal product for the symptomatic treatment of minor inflammations in the mouth or the throat. The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use.
a) Traditional herbal medicinal product for the symptomatic treatment of minor inflammations of the skin (such as sun-burn) and as an aid in healing of minor wounds.
b) Traditional herbal medicinal product for the symptomatic treatment of minor inflammations in the mouth or the throat.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use.
Capsella bursa-
pas-toris (L.) Medik. Shepherds Purse Bolsa-de-pastor, partes aéreas
Traditional herbal medicinal product for the reduction of heavy menstrual bleed-ing in women with regular menstrual cycles, after serious conditions have been excluded by a medical doctor. The product is a traditional herbal medicinal product for use in the speci-fied indication exclusively based upon long-standing use.
Centaurium
eryth-raea Rafn. Centaury Centáurea-menor Traditional herbal medicinal product used in mild dyspeptic/gastrointestinal disorders, and/or in temporary loss of appetite. The product is a traditional herbal medicinal product for use in the specified indications exclusively based upon long-standing use and experience.
Chamaemelum nobile (L.) All. (An-themis nobilis L.)
Roman Chamomile Flower
Macela, flor Traditional herbal medicinal product for the symptomatic treatment of mild, spasmodic gastro-intestinal complaints including bloating and flatulence. The product is a traditional herbal medicinal product for use in the specified indication exclusively based upon long-standing use.
Cynara scolymus
L.
Artichoke Leaf Alcachofra, folha Traditional herbal medicinal product for the symptomatic relief of digestive disor-ders such as dyspepsia with a sensation of fullness, bloating and flatulence. The product is a traditional herbal medicinal product for use in the specified indication exclusively based upon long-standing use.
Equisetum arvense
L.
Equisetum Stem Cavalinha Traditional herbal medicinal product to increase the amount of urine to achieve flushing of the urinary tract as an adju-vant in minor urinary complaints. The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indication exclusively based upon long- standing use. Filipendula ulmaria (L.) Maxim. (= Spiraea ulmaria L.). Meadowsweet Flower Rainha-dos-prados, sumidade florida Indication 1)
Traditional herbal medicinal product for the supportive treatment of common cold. Indication 2)
Traditional herbal medicinal product for the relief of minor articular pain. The product is a traditional herbal medici-nal product for use in specified indications exclusively based upon
long-standing use. Filipendula ulmaria (L.) Maxim. (= Spiraea ulmaria L.). Meadowsweet Rainha-dos-prados, parte aérea Indication 1)
Traditional herbal medicinal product for the supportive treatment of common cold. Indication 2)
Traditional herbal medicinal product for the relief of minor articular pain. The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use.
Botanical
name
English
common name
Portuguese
common name
Indications
(WEU)
Indications (List entry)
Indications
(Tradicional use)
Foeniculum vulgare
Miller subsp.
vul-gare var. vulvul-gare
Bitter Fennel Funcho amargo, fruto a) Traditional herbal medicinal product for symptomatic treatment of mild, spasmodic gastro-intestinal com-plaints including bloating and flatulence. b) Traditional herbal medicinal product for symptomatic treatment of minor spasm associated with menstrual periods. c) Traditional herbal medicinal product used as an expectorant in cough associ-ated with cold.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use.
a) Traditional herbal medicinal product for symptomatic treatment of mild, spasmodic gastro-intestinal complaints including bloat-ing and flatulence.
b) Traditional herbal medicinal product for symptomatic treatment of minor spasm associated with menstrual periods. c) Traditional herbal medicinal product used as an expectorant in cough associated with cold.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon
long-standing use.
Foeniculum vulgare
Miller subsp.
vul-gare var. vulvul-gare
Bitter Fennel Fruit Oil
Óleo essencial de funcho amargo, fruto
Traditional herbal medicinal product used as an expectorant in cough associated with cold.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indication exclusively based upon long- standing use.
Foeniculum vulgare
Miller subsp.
vulgare var. dulce
(Miller) Thellung.
Sweet Fennel Funcho-doce, fruto a) Traditional herbal medicinal product for symptomatic treatment of mild, spasmodic gastro-intestinal complaints including bloating, and flatulence.
b) Traditional herbal medicinal product for symptomatic treatment of minor spasm associated with menstrual periods.
c) Traditional herbal medicinal product used as an expectorant in cough associated with cold. The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use.
a) Traditional herbal medicinal product for symptomatic treatment of mild, spasmodic gastro-intestinal complaints including bloating, and flatulence. b) Traditional herbal medicinal product for symptomatic treatment of minor spasm associated with menstrual periods. c) Traditional herbal medicinal product used as an expectorant in cough associ-ated with cold.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use.
Fraxinus excelsior L.; Fraxinus oxyphylla
M. Bieb.
Ash Leaf Freixo, folha Indication 1)
Traditional herbal medicinal product used for relief of minor articular pain. Indication 2)
Traditional herbal medicinal product used to increase the amount of urine to achieve flushing of the urinary tract as an adjuvant in minor urinary complaints. The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use.
Gentiana lutea L. Gentian Root Genciana, raiz Traditional herbal medicinal product
used in mild dyspeptic/gastrointestinal disorders, and/or in temporary loss of appetite.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use.
Hedera helix L. Ivy Leaf Hera, folha Herbal medicinal product used as an expectorant in case of productive cough.
Traditional herbal medicinal product used as an expectorant in cough associated with cold.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in the specified indication exclusively based upon long-standing use.
Humulus lupulus L. Hop Strobile Lúpulo, cone Traditional herbal medicinal product for
relief of mild symptoms of mental stress and to aid sleep.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based on long standing use.
Botanical
name
English
common name
Hypericum perfora-tum L.
Portuguese
common name
Indications
(WEU)
Indications
(List entry)
Indications
(Tradicional use)
St. John’s Wort Indication 1)
Herbal substance, herbal preparations A, C, D, E, F, G, H, I, J: Traditional herbal medicinal product for the relief of temporary mental exhaustion. Indication 2)
Herbal preparations B, D, E, I: Traditional herbal medicinal product for the symptomatic treatment of minor inflammations of the skin (such as sun-burn) and as an aid in healing of minor wounds. Indication 3)
Herbal preparation I: Traditional herbal medicinal product for the symptomatic relief of mild gastro-intestinal discomfort.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclu-sively based upon long-standing use. Hipericão Indication 1
Herbal preparations A, B: Herbal medicinal product for the treatment of mild to moderate depressive episodes (according to ICD-10).
Indication 2 Herbal preparation C: Herbal medicinal product for the short term treat-ment of symptoms in mild depressive disorders.
Juniperus communis L. Juniper Oil Indication 1)
Traditional herbal medicinal product to increase the amount of urine to achieve flushing of the urinary tract as an adjuvant in minor urinary tract complaints.
Indication 2)
Traditional herbal medicinal product for symptom-atic relief of digestive disorders such as dyspepsia and flatulence. Cutaneous use
Indication 3) Traditional herbal medicinal product as adjuvant in the relief of minor muscular and articular pain.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use.
Óleo essencial de zimbro
Juniperus communis L. Juniper Indication 1)
Traditional herbal medicinal product to increase the amount of urine to achieve flushing of the urinary tract as an adjuvant in minor urinary tract complaints.
Indication 2)
Traditional herbal medicinal product for symptom-atic relief of digestive disorders such as dyspepsia and flatulence.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use.
Zimbro
Lavandula angustifo-lia Mill. (L. officinalis
Chaix)
Lavender Oil Traditional herbal medicinal product for relief of mild symptoms of mental stress and exhaustion and to aid sleep.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in the specified indication. Óleo essencial
de alfazema
Lavandula angustifo-lia Mill. (L. officinalis
Chaix)
Lavender Traditional herbal medicinal product for relief of mild symptoms of mental stress and exhaustion and to aid sleep. The product is a traditional herbal medicinal product for use in the specified indication exclusively based upon long-standing use. Alfazema, flor
Linum usitatissimum L. Linseed Traditional herbal medicinal product for use as a
demulcent preparation for the symptomatic relief of mild gastrointestinal discomfort.
The product is a traditional herbal medicinal prod-uct for use in specified indication(s) exclusively based upon long-standing use.
Linho, semente Herbal medicinal product for the treatment of habitual constipation or in conditions in which easy defaecation with soft stool is desirable.
Melilotus officinalis
(L.) Lam.
Melilot Oral use:
1. Traditional herbal medicinal product to relieve symptoms of discomfort and heaviness of legs related to minor venous circulatory disturbances. Cutaneous use:
2.Traditional herbal medicinal product to relieve symptoms of discomfort and heaviness of legs related to minor venous circulatory disturbances. 3.Traditional herbal medicinal product for symp-tomatic treatment of bruises and sprains. Cutaneous use of Emplastrum Meliloti 4.Traditional herbal medicinal product used for symptomatic treatment of insect bites. The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use.
Meliloto
Botanical
name
English
common name
Portuguese
common name
Indications
(WEU)
Indications
(List entry)
Indications
(Tradicional use)
Melissa officinalis
L.
Melissa Leaf a) Traditional herbal medicinal product for relief of mild symptoms of mental stress and to aid sleep.
b) Traditional herbal medicinal product for symptomatic treatment of mild gastro-intestinal complaints including bloating and flatulence.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use.
Melissa, folha
Mentha x piperita L. Peppermint Oil • Cutaneous and transdermal use
1. For the relief of symptoms in coughs and colds
2. For the symptomatic relief of localised muscle pain
3. For the symptomatic relief of localised pruritic conditions in intact skin • Inhalation
4. For the relief of symptoms in coughs and colds
• Oromucosal use
5. For the relief of symptoms in coughs and colds
The product is a traditional herbal medici-nal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use. Óleo essencial de
hortelã-pimenta
• Oral use 1. Herbal medicinal product for the symp-tomatic relief of minor spasms of the gastroin-testinal tract, flatulence and abdominal pain, especially in patients with irritable bowel syndrome. • Cutaneous use 2. Herbal medicinal product for the symp-tomatic relief of mild tension type headache.
• Cutaneous and transdermal use
1. For the relief of symptoms in coughs and colds
2. For the symptomatic relief of localised muscle pain 3. For the symptomatic relief of localised pruritic conditions in intact skin
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use.
Mentha x piperita
L.
Peppermint Leaf Traditional herbal medicinal product for the symptomatic relief of digestive disor-ders such as dyspepsia and flatulence. The product is a traditional herbal medici-nal product for use in specified indication exclusively based upon long- standing use. Hortelã-pimenta,
folha
Oenothera biennis L. Evening Primrose Traditional herbal medicinal product for the
symptomatic relief of itching in acute and chronic dry skin conditions.
Óleo de onagra
Olea europaea L. Olive Leaf Traditional herbal medicinal product used
to promote the renal elimination of water, in mild cases of water retention after seri-ous conditions have been excluded by a medical doctor.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in the specified indication exclusively based upon long-standing use.
Oliveira, folha
Plantago lanceolata L. Ribwort Plantain Traditional herbal medicinal product as a
demulcent for the symptomatic treatment of oral or pharyngeal irritations and associated dry cough.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in the specified indication exclusively based upon long-standing use. Tanchagem menor
Plantago afra L.;
Plantago indica L. Psyllium Seed
Herbal medicinal product
a) for the treatment of habitual constipation; b) in conditions in which easy defaecation with soft stool is desir-able, e.g. in cases of painful defaecation after rectal or anal surgery, anal fissures or haemor-rhoids.
Psílio, semente
Polypodium vulgare L. Polypody Rhizome
a) Traditional herbal medicinal product used as an expectorant in cough and cold. b) Traditional herbal medicinal product for short-term use in cases of occasional constipation.
The product is a traditional herbal medici-nal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use. Polipódio, rizoma
Botanical
name
English
common name
Portuguese
common name
Indications
(WEU)
Indications
(List entry)
Indications
(Tradicional use)
Potentilla erecta
(L.) Raeusch. Tormentil
Indication 1)
Traditional herbal medicinal product for symptom-atic treatment of mild diarrhoea.
Indication 2)
Traditional herbal medicinal product for the symp-tomatic treatment of minor inflammations of the oral mucosa. The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use. Tormentilha, rizoma
Quercus robur L.; Quercus petraea(Matt.)
Liebl.; Quercus
pubescens Willd.
Oak Bark Indication 1)
Traditional herbal medicinal product for symp-tomatic treatment of mild diarrhoea. Indication 2)
Traditional herbal medicinal product for symptomatic treatment of minor inflammation of the oral mucosa or skin
Indication 3)
Traditional herbal medicinal product for symp-tomatic treatment of minor relief of itching and burning associated with haemorrhoids, after serious conditions have been excluded by a medical doctor.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclu-sively based upon long-standing use. Carvalho, casca
Rosmarinus officinalis L. Rosemary Oil Oral use
Indication 1)
Traditional herbal medicinal product for symptomatic relief of dyspepsia and mild spasmodic disorders of the gastrointestinal tract.
Cutaneous use & use as bath additive Indication 2)
Traditional herbal medicinal product as an adjuvant in the relief of minor muscular and articular pain and in minor peripheral circula-tory disorders. The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use.
Óleo essencial de alecrim
Rosmarinus officinalis L. Rosemary Leaf Adolescents, adults
Oral use Indication 1)
Traditional herbal medicinal product for symp-tomatic relief of dyspepsia and mild spasmodic disorders of the gastrointestinal tract. Use as bath additive
Indication 2)
Traditional herbal medicinal product as an adjuvant in the relief of minor muscular and articular pain and in minor peripheral circula-tory disorders. The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use.
Alecrim
Ruscus aculeatus L. Butcher’s Broom a) Traditional herbal medicinal product to
relieve symptoms of discomfort and heaviness of legs related to minor venous circulatory disturbances
b) Traditional herbal medicinal product for symptomatic relief of itching and burning as-sociated with haemorrhoids.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indication exclu-sively based upon long- standing use. Gilbardeira
Salix [various species
including S. purpurea L.;
S. daphnoides
Vill.; S. fragilis L.]
Willow Bark Traditional herbal medicinal product used for the relief
of:
a) minor articular pain
b) fever associated with common cold c) headache.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use. Salgueiro, casca Herbal medicinal
product used for the short-term treatment of low back pain.
Botanical
name
English
common name
Portuguese
common name
Indications
(WEU)
Indications
(List entry)
Indications
(Tradicional use)
Salvia officinalis L. Sage Leaf a) Traditional herbal medicinal product for
symptomatic
treatment of mild dyspeptic, complaints such as heartburn and bloating. b) Traditional herbal medicinal product for relief of excessive sweating.
c) Traditional herbal medicinal product for the symptomatic treatment of inflammations in the mouth or the throat.
d) Traditional herbal medicinal product for relief of minor skin inflammations. The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use. Salva, folha
Sambucus nigra L. Elder Flower Herbal medicinal product traditionally
used for the relief of early symptoms of common cold.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use. Sabugueiro, flor Solidago virgaurea L. European Goldenrod
Traditional herbal medicinal product to in-crease the amount of urine - as adjuvant in treatment of minor urinary complaints. The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use.
Solidago
Symphytum of-ficinale L.
Comfrey Root Traditional herbal medicinal product used for the symptomatic treatment of minor sprains and bruises. The product is a traditional herbal medicinal product for use in the specified indication exclusively based upon long-standing use. Consolda-maior, raiz
Thymus vulgaris L.; Thymus zygis Loefl.
ex L.
Thyme Oil Traditional herbal medicinal product
for the relief of symptoms in coughs and colds. The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use.
Óleo essencial de tomilho
Indication 1)
Traditional herbal medicinal product used as an expectorant in cough associated with cold.
Indication 2)
Traditional herbal medicinal product for the relief of symptoms in coughs and colds. The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use.
Thymus vulgaris L.; Thy-mus zygis Loefl. ex L.
Thyme Traditional herbal medicinal product used as an expectorant in cough associated with cold.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in the specified indication exclusively based upon long-standing use. Tomilho
Thymus vulgaris
L.; Thymus zygis Loefl. ex L. / Primula veris L.;
Primula elatior (L.) Hill
Thyme / Primula Root
Traditional herbal medicinal product used as an expectorant in cough associated with cold.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in the specified indication exclusively based upon long-standing use. Tomilho/primavera, raiz
Tilia cordata Miller, Til-ia platyphyllos Scop.,
Tilia x vulgaris Heyne
Lime Flower Indication 1)
Traditional herbal medicinal product used for the relief of symptoms of common cold. Indication 2)
Traditional herbal medicinal product for the relief of mild symptoms of mental stress. The product is a traditional herbal medici-nal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use. Tília, flor
Trigonella foenum- graecum L.
Fenugreek Indication 1)
Traditional herbal medicinal product used for temporary loss of appetite. Indication 2)
Traditional herbal medicinal product for the symptomatic treatment of minor inflammations of the skin. The product is a traditional herbal medicinal product for Alforvas
Botanical
name
English
common name
Portuguese
common name
Indications
(WEU)
Indications
(List entry)
Indications
(Tradicional use)
Urtica dioica L.; Urtica urens L.
Nettle Leaf Indication 1)
Traditional herbal medicinal product for relief of minor articular pain.
Indication 2)
Traditional herbal medicinal product to in-crease the amount of urine to achieve flushing of the urinary tract as an adjuvant in minor urinary complaints.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclu-sively based upon long-standing use. Urtiga, folha
Urtica dioica L.; Urtica urens L.
Nettle Herb a) Traditional herbal medicinal product to in-crease the amount of urine to achieve flushing of the urinary tract as an adjuvant in minor urinary complaints.
b) Traditional herbal medicinal product for relief of minor articular pain
c) Traditional herbal medicinal product used in seborrhoeic skin conditions.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclu-sively based upon long-standing use. Urtiga
Urtica dioica L.; Urtica urens L.
Nettle Root Traditional herbal medicinal product for the relief of lower urinary tract symptoms related to benign prostatic hyperplasia after serious conditions have been excluded by a medical doctor.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in the specified indication exclusively based upon long-standing use. Urtiga, raiz
Valeriana officinalis
L.
Valerian Root Traditional herbal medicinal product for relief of mild symptoms of mental stress and to aid sleep.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclu-sively based on long- standing use. Valeriana, raiz Herbal medicinal
product for the relief of mild nervous tension and sleep disorders. Verbascum thapsus L.; V. densiflorum Bertol. (V. thapsiforme Schrad); V. phlo-moides L.
Mullein Flower Herbal medicinal product traditionally used to relieve symptoms of sore throat associated with dry cough and cold.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indication exclu-sively based upon long- standing use. Verbasco, flor
Vitis vinifera L. Grapevine Leaf Indication 1)
Traditional herbal medicinal product to relieve symptoms of discomfort and heaviness of legs related to minor venous circulatory disturbances.
Indication 2)
Traditional herbal medicinal product for symp-tomatic relief of itching and burning associated with haemorrhoids.
Indication 3)
Traditional herbal medicinal product for symptomatic treatment of cutaneous capillary fragility.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclu-sively based upon long-standing use. Videira, folha Herbal medicinal
product for treatment of chronic venous insufficiency, which is characterised by swollen
legs, varicose veins, a feeling of heaviness, pain, tiredness, itching, tension and cramps in the calves.
Traditional herbal medicinal product to relieve symptoms of discomfort and heaviness of legs related to minor venous circulatory distur-bances.
The product is a traditional herbal medicinal product for use in specified indications exclusively based upon long-standing use.
Fonte: Elaboração própria a partir do sítio da EMA [acedido a 7/8/2012].