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Gestão integrada de sistemas de manutenção

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Academic year: 2021

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Universidade de Lisboa

Faculdade de Ciˆencias

Departamento de Estat´ıstica e Investiga¸c˜ao Operacional

Gest˜

ao Integrada

de Sistemas de Manuten¸c˜

ao

Humberto Miguel Machado Bento Duarte Afonso

Mestrado em Investiga¸c˜ao Operacional

2009

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Universidade de Lisboa

Faculdade de Ciˆencias

Departamento de Estat´ıstica e Investiga¸c˜ao Operacional

Gest˜

ao Integrada

de Sistemas de Manuten¸c˜

ao

Humberto Miguel Machado Bento Duarte Afonso

Disserta¸c˜ao sob orienta¸c˜ao do Prof. Dr. Jo˜ao Miguel Paix˜ao Telhada

Mestrado em Investiga¸c˜ao Operacional

2009

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LATEX 2.7.

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`

A minha m˜ae

I do not know what i may appear to the world, but to myself i seem to have been only like a boy playing on the seashore and diverting myself in now and then finding a smoother pebble or a prettier shell then ordinary, whilst the great ocean of truth lay all undiscovered before me

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Agradecimentos

Quero agradecer a todos os que comigo partilharam e partilham a minha vida. As p´aginas do meu livro tˆem sido rabiscadas por eles, com sentimentos, hist´orias, conselhos, pequenos apontamentos que s´o mais tarde nos lembramos.

Quero agradecer `a minha familia. Em particular, `A minha m˜ae, sempre presente. Incutiu-me o gosto pela vida, pelos livros, pela valoriza¸c˜ao do intelecto. Ensinou-me a ler e a escrever, ensinou-me a olhar para os pequenos milagres que surgem todos os dias. Hoje sinto a tua falta, m˜ae. Todavia, sei que continuas a ser mesma m˜ae galinha de sempre, mesmo desse lado. Ao meu pai, pela li¸c˜ao de vida que ´e. Mostrou-me que o nosso rumo ´e tra¸cado por n´os, que a nossa persistˆencia ultrapassa tempestades e os nossos valores levam-nos a bom porto. Bem haja papi.

`

A minha irm˜a e ao meu primo por estarem sempre ali, `a distˆancia de um nada.

Quero agradecer aos meus amigos, sempre verdadeiros, leais e sinceros. Que nos bons e maus momentos est˜ao sempre presentes, cerrando fileiras. Sem eles seria s´o mais um. Somos mesmo bons!!!

Ao professor Jo˜ao Telhada, um obrigado especial. Ensinou-me a navegar no mundo da investiga¸c˜ao operacional, foi paciente e douto, tal qual um velho lobo do mar. De forma pragm´atica e empreendedora apoiou-me nesta caminhada ´ardua, sempre com ideias no-vas recheadas de sapiˆencia. Sem ele este trabalho n˜ao teria sido poss´ıvel. Um forte abra¸co!! Last but always the first, ao meu filhote Rafael. Continua a ser indio e goza o melhor que a vida tem para te oferecer.

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Abstract

Resource Constrainted Project Scheduling Problem (RCPSP) consists in allocating activ-ities to a set of resources that are constant throughout the entire time horizon. Just as the problem addressed here, the RCPSP may have tasks that need resources in variable quantities during its execution. Therefore, we have considered advantageous, to simplify the problem, to reduce the tasks to a level of subroutines, making sure that the necessary resources to complete those subroutines are uniform. As such, typically, a problem that might be considered within RCPSP is reduced to a Uniform Resource Constraint Project Scheduling Problem (URCPSP) type problem, subject to constraints that ensure a con-tinuous precedence of the subroutines belonging to the same task. According to Blazewicz e Lenstra [1], this problem is classified as NP-hard problems. Besides the typical struc-ture of these problems, in this case it also araises the need to consider the existence of incompatible tasks that cannot be executed in overlapping time intervals, that enhances problem complexity. The objective of this problem aims to minimize the sum of instants in which the activities are executed. Several techniques were proposed for solving this, resorting to exact methods and heuristic techniques( [2]), ( [3]), ( [4]). In this thesis, three mathematical formulations are introduced, based in three distinct conceptual approaches. To be able to compare the proposed models, the respective formulations were implemented and, resorting to several instances, results were obtained regarding linear relaxation solu-tions and respective gaps, among others. This problem emerges, from the need to develop a tool capable to optimize a preventive maintenance scheduling of the Portuguese Navy ships. This thesis is developed with the purpose, of conceiving, a Decision Support Sys-tem (DSS), endowing the manager with a tool which will help him in the coordination and maximization of work teams, as well as allowing the sharing of information with other DSS, namely in the fields of logistics and provision of equipment and spare parts.

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Resumo

O Resource Constrainted Project Scheduling Problem (RCPSP) consiste em afectar a-ctividades a um conjunto de recursos que s˜ao constantes ao longo de todo o horizonte temporal. Tal como neste problema, o RCPSP pode ter tarefas que carecem de recursos em quantidades vari´aveis durante a sua execu¸c˜ao. Deste modo, considerou-se vantajoso, para simplificar o problema, reduzir as tarefas a subrotinas, fazendo com que os recursos necess´arios para a realiza¸c˜ao das subrotinas sejam uniformes. Assim, tipicamente, um problema que pode ser enquadrado no RCPSP, ´e reduzido a um problema tipo Uniform Resource Constrainted Project Scheduling Problem (URCPSP), sujeito a restri¸c˜oes que garantam a precedˆencia em continuidade das subrotinas pertencentes `a mesma tarefa. De acordo com Blazewicz e Lenstra [1], este problema enquadra-se na categoria dos problemas NP-hard. Al´em da estrutura tipificada destes problemas, surge ainda, neste caso, a necessi-dade de considerar a existˆencia de tarefas incompat´ıveis que n˜ao podem ser executadas em intervalos temporais sobrepostos, o que refor¸ca a complexidade do problema. O objectivo deste problema visa minimizar a soma dos instantes temporais em que as actividades s˜ao executadas. V´arias t´ecnicas foram propostas para a sua resolu¸c˜ao, recorrendo a m´etodos exactos e a t´ecnicas heur´ısticas( [2]), ( [3]), ( [4]). Neste trabalho, s˜ao apresentadas trˆes formula¸c˜oes matem´aticas, assentes em trˆes abordagens conceptuais distintas. Para poder comparar os modelos propostos, s˜ao implementadas as respectivas formula¸c˜oes e, recor-rendo a diversas instˆancias, s˜ao obtidos resultados referentes a valores da relaxa¸c˜ao linear e respectivos gaps, entre outros. Este problema surge, da necessidade de desenvolver uma ferramenta capaz de optimizar um planeamento de manuten¸c˜ao preventiva de navios da Marinha de Guerra Portuguesa. Este trabalho ´e desenvolvido, com o intuito de, posteri-ormente, ser concebido um Sistema de Apoio `a Decis˜ao (SAD), de modo a dotar o gestor de uma ferramenta que o auxilie na coordena¸c˜ao e rentabiliza¸c˜ao das equipas de trabalho, bem como permita a partilha de informa¸c˜ao com outros SAD, nomeadamente na ´area da log´ıstica e aprovisionamento de equipamentos e sobressalentes.

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Conte´

udo

Lista de Figuras xv

Lista de Tabelas xvii

1 Introdu¸c˜ao 1

1.1 Conceitos de Manuten¸c˜ao . . . 2

1.1.1 Documenta¸c˜ao de um sistema de manuten¸c˜ao . . . 4

1.1.2 Planeamento Manuten¸c˜ao Preventiva . . . 6

1.2 Considera¸c˜oes do Problema . . . 8

2 Caracteriza¸c˜ao do Modelo 13 2.1 Enquadramento do Problema . . . 14

2.2 Caracteriza¸c˜ao do Problema . . . 18

2.3 Caracteriza¸c˜ao das Instˆancias . . . 25

3 Modela¸c˜ao do Problema 29 3.1 Modelo da Vari´avel Natural . . . 30

3.2 Modela¸c˜ao da Vari´avel In´ıcio . . . 37

3.3 Modela¸c˜ao da Vari´avel Posicionamento . . . 43

4 Compara¸c˜oes entre Modelos 49 4.1 Modelos Desagregados . . . 51

4.2 Modelo Original . . . 59

4.2.1 Nota¸c˜oes . . . 59

4.2.2 Compara¸c˜ao entre Modelos Original e Desagregado . . . 59

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5 Resultados 71 5.1 An´alise dos resultados . . . 71

6 Considera¸c˜oes Finais 75

6.1 Considera¸c˜oes sobre os modelos . . . 76 6.2 M´etodos de resolu¸c˜ao exacta e t´ecnicas de melhoria dos lower bounds . . . 78 6.3 Outras considera¸c˜oes . . . 79

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Lista de Figuras

1.1 Manuten¸c˜oes tipo contempladas no SGM. . . 4

1.2 Representa¸c˜ao gr´afica de uma tarefa. . . 10

1.3 Representa¸c˜ao gr´afica dos consumos de cada recurso ao longo do intervalo temporal. . . 10

1.4 Redu¸c˜ao da tarefa a subrotinas com distribui¸c˜ao uniforme de recursos. . . . 11

2.1 Diagrama de Gantt do JSP, com i = 3 e j = 3. . . 15

2.2 Regi˜ao das solu¸c˜oes admiss´ıveis de duas formula¸c˜oes diferentes do mesmo problema em PLI. . . 17

2.3 Representa¸c˜ao gr´afica de non-preemption. . . 19

2.4 Representa¸c˜ao gr´afica de preemption. . . 20

2.5 Representa¸c˜ao gr´afica da interrup¸c˜ao tempor´aria de uma tarefa. . . 20

2.6 Representa¸c˜ao gr´afica da precedˆencia em continuidade. . . 21

2.7 Representa¸c˜ao gr´afica da incompatibilidade entre tarefas. . . 22

2.8 Solu¸c˜ao admiss´ıvel do exemplo de distribui¸c˜ao de recursos. . . 24

3.1 Representa¸c˜ao gr´afica da vari´avel natural com x2,4= 1, x2,5= 1, x2,6 = 1, x2,7 = 1, x2,8 = 1, x2,9= 0. . . 31

3.2 Representa¸c˜ao gr´afica da non-preemption em cada subrotina. . . 32

3.3 Representa¸c˜ao gr´afica da precedˆencia em continuidade entre subrotinas da mesma tarefa comduri= 3. . . 33

3.4 Representa¸c˜ao gr´afica da inexistˆencia de precedˆencia em continuidade entre subrotinas da mesma tarefa comduri= 3. . . 34

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3.6 Representa¸c˜ao gr´afica da vari´avel inicial s com s6,8 = 1, s6,9= 0, s6,10 = 0,

s6,11= 0, s6,12= 0, s6,13= 0 edur6= 5. . . 37

3.7 Representa¸c˜ao gr´afica do conjunto de restri¸c˜oes (3.9) com si,t= 1, si,t+1=

0, si,t+2= 0 eduri= 3. . . 39

3.8 Representa¸c˜ao gr´afica da precedˆencia em continuidade entre subrotinas da mesma tarefa comduri= 3. . . 39

3.9 Representa¸c˜ao gr´afica da incompatibilidade entre tarefas. . . 41 3.10 Representa¸c˜ao gr´afica da vari´avel posicionamento s com z4,3,1= 1, z4,4,2=

1, z4,5,3= 1, z4,6,4= 1, z4,7,5= 1, z4,8,6= 0 edur4= 5. . . 43

3.11 Representa¸c˜ao gr´afica da non-preemption em cada subrotina. . . 45 3.12 Representa¸c˜ao gr´afica da precedˆencia em continuidade entre subrotinas da

mesma tarefa comduri−1= 3 eduri= 4. . . 45

3.13 Representa¸c˜ao gr´afica da incompatibilidade entre tarefas. . . 47 4.1 Equivalˆencia entre as regi˜oes das solu¸c˜oes admiss´ıveis de ambos os modelos. 52 4.2 Representa¸c˜ao gr´afica da subrotina i comduri = 6, no modelo da vari´avel

in´ıcio e no modelo da vari´avel posicionamento. . . 58 4.3 Contra-Projec¸c˜ao do conjunto das solu¸c˜oes admiss´ıveis da relaxa¸c˜ao linear

do modelo da vari´avel in´ıcio no espa¸co da vari´avel natural. . . 60 4.4 Representa¸c˜ao gr´afica da coerˆencia entre a vari´avel in´ıcio e a vari´avel natural

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Lista de Tabelas

2.1 Consumo de recursos de cada subrotina. . . 23

2.2 Recursos existentes. . . 23

2.3 Exemplo de tabela das subrotinas e respectivos dados. . . 26

2.4 Tabela de recursos. . . 27

2.5 Exemplo tabela de incompatibilidades. . . 27

2.6 Exemplo tabela consumo de recursos. . . 27

2.7 Exemplo tabela ordem das subrotinas. . . 28

3.1 Nota¸c˜ao empregue na modela¸c˜ao do problema. . . 30

4.1 Resultados dos modelos com a instˆancia I − 8 − 30 − 4. . . 49

4.2 Resultados dos modelos in´ıcio e posicionamento com a instˆancia I − 12 − 40 − 7, com T= 80. . . 51

4.3 Resultados dos modelos in´ıcio e posicionamento com a instˆancia I − 10 − 55 − 8, com T= 90. . . 51

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Cap´ıtulo 1

Introdu¸

ao

Actualmente, em qualquer ´area de neg´ocio, a optimiza¸c˜ao ´e um conceito sempre pre-sente nas estrat´egias das institui¸c˜oes, sejam elas p´ublicas ou privadas. Em organiza¸c˜oes onde a actividade assenta na transforma¸c˜ao de mat´eria-prima em produtos de consumo, na gest˜ao de frotas, na distribui¸c˜ao e retalho, na manuten¸c˜ao de equipamentos, entre ou-tras, torna-se premente gerir e optimizar o seu core business, de forma a maximizar lucros, minimizar custos, optimizar recursos e stocks. De igual modo, ´e cada vez mais recorrente a preocupa¸c˜ao com quest˜oes ambientais, procedimentos de seguran¸ca e higiene no trabalho, quest˜oes ligadas `a motiva¸c˜ao dos quadros das empresas. Esta pan´oplia de conceitos, leva os gestores a recorrer a t´ecnicas de optimiza¸c˜ao, mediante a estrat´egia e as necessidades da empresa.

O Scheduling associado a planos de manuten¸c˜ao industrial, ´e mais uma das aplica¸c˜oes que s˜ao encontradas no quotidiano. A sensibiliza¸c˜ao dos quadros superiores para a componente de manuten¸c˜ao foi aumentando gradualmente. De entre outro factores, pode destacar-se a complexidade cada vez maior dos parques industriais, com sistemas tecnologicamente desenvolvidos e bastantes onerosos, e a implementa¸c˜ao, na legisla¸c˜ao nacional, de directi-vas europeias quer a n´ıvel laboral, quer ao n´ıvel das condi¸c˜oes de seguran¸ca e higiene no trabalho. Esta realidade conduz a um ajustamento funcional das organiza¸c˜oes, exigindo a aplica¸c˜ao de um conjunto de procedimentos operacionais e administrativos com elevadas penaliza¸c˜oes se n˜ao concretizadas.

Esta realidade ´e transversal a toda a sociedade, e em particular `a Marinha de Guerra Portuguesa. Deste modo, surge a necessidade de desenvolver uma concep¸c˜ao de projecto de escalonamento de tarefas de manuten¸c˜ao aplicadas aos navios da esquadra. Assim, o

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presente trabalho assenta no desenvolvimento e cria¸c˜ao de uma formula¸c˜ao matem´atica capaz de optimizar o escalonamento de um conjunto de tarefas face `a limita¸c˜ao de re-cursos humanos necess´arios para a sua realiza¸c˜ao. Pretende-se proporcionar ao gestor de manuten¸c˜ao de uma plataforma naval, uma ferramenta capaz de optimizar os recur-sos, com informa¸c˜ao espec´ıfica sobre as ac¸c˜oes de manuten¸c˜ao necess´arias e os recursos humanos dispon´ıveis, minimizando o tempo de execu¸c˜ao de um plano de manuten¸c˜ao, nomeadamente, garantindo a sua exequebilidade e identificando cargas de trabalho nas diversas categorias dos recursos dispon´ıveis.

Em suma, garantir a concep¸c˜ao de um plano de trabalho de forma estruturada. Desta forma, consegue-se definir objectivos a curto/m´edio prazo, incutindo princ´ıpios de dis-ciplina nas t´ecnicas aplicadas, dando a conhecer a todos os colaboradores um plano de manuten¸c˜ao equilibrado e optimizado, face os recursos e as necessidades, e garantindo um correcto funcionamento de todos os sistemas e equipamentos. Estes factores contribuem para um ambiente de trabalho mais esclarecido, motivando todos os elementos envolvidos.

1.1 - Conceitos de Manuten¸

ao

No caso em estudo, pretende-se abordar a problem´atica dos processos de manuten¸c˜ao nos navios da Marinha de Guerra Portuguesa (MGP). Antes de mais, torna-se necess´ario definir alguns conceitos no ˆambito da manuten¸c˜ao. Qualquer equipamento, em funciona-mento cont´ınuo ou intermitente, est´a sujeito `a deterioriza¸c˜ao. Esta consequˆencia pode ser provocada pelo seu normal funcionamento, pelas condi¸c˜oes atmosf´ericas a que est´a sujeito, ou simplesmente pela m´a execu¸c˜ao dos processos de manuten¸c˜ao. Tal como um corpo humano, um equipamento rende mais e melhor se lhe forem prestados os cuidados b´asicos. Quanto mais apurados forem esses cuidados, mais frutuosos ser˜ao os resultados. A manuten¸c˜ao ´e, actualmente, uma das ´areas mais importantes da actividade industrial, garantindo um bom desempenho produtivo, a seguran¸ca dos equipamentos e de quem os opera, a rentabilidade econ´omica e operacional e altos ´ındices de motiva¸c˜ao dos recursos humanos. Naturalmente, a manuten¸c˜ao ´e somente uma engrenagem num sistema bem mais complexo. Contudo, afecta a rentabilidade do processo produtivo, visto interferir quer na melhoria do desempenho e disponibilidade dos equipamentos, quer nos custos de funcionamento, conforme ´e relatado em [5]. Um dos objectivos do gestor ´e definir o equ´ılibrio entre uma manuten¸c˜ao ben´efica versus um custo m´ınimo de forma a maximizar o contributo positivo da manuten¸c˜ao.

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1.1 - CONCEITOS DE MANUTENC¸ ˜AO

A norma europeia EN 13306 [6] define manuten¸c˜ao como ”...a combina¸c˜ao de todas as ac¸c˜oes t´ecnicas, administrativas e de gest˜ao durante o ciclo de vida de um bem, desti-nadas a mantˆe-lo ou repˆo-lo num estado em que possa cumprir a fun¸c˜ao requerida...”. Mediante a estrat´egia delineada, a manuten¸c˜ao aplicada ao parque industrial pode assen-tar em diversas t´ecnicas, as quais se descrevem sucintamente. Num estado mais naive do conceito manuten¸c˜ao, existe a manuten¸c˜ao correctiva que ´e aplicada aquando uma avaria ´e detectada e destina-se a repˆor o equipamento num estado m´ınimo de seguran¸ca e fun-cionamento que possa realizar a fun¸c˜ao requerida. Seguidamente, existem trˆes tipos de manuten¸c˜ao, que assentam em pressupostos bem definidos, e que tˆem como objectivo pri-mordial evitar a ocorrˆencia de avarias. Um primeiro caso ´e a manuten¸c˜ao preventiva, que ´e aplicada a intervalos de tempo pr´e-determinados, ou de acordo com crit´erios prescritos pelo fabricante, com a finalidade de reduzir a probabilidade de avaria ou de degrada¸c˜ao do funcionamento do equipamento. O segundo tipo ´e a manuten¸c˜ao sistem´atica, sendo esta executada a intervalos de tempo pr´e-estabelecidos, ou de acordo com um determinado n´umero de unidades de funcionamento, sem controlo pr´evio do estado do equipamento. Por ´ultimo, existe a manuten¸c˜ao condicionada, que congrega as caracter´ısticas das anteri-ores, tratando-se de uma manuten¸c˜ao preventiva assente na vigilˆancia do funcionamento do equipamento, ou do sistema que integra, e dos parˆametros significativos desse funciona-mento.

A figura 1.1 sintetiza os tipos de manuten¸c˜ao que podem ser utilizados para garantir o correcto funcionamento de sistemas e/ou equipamentos existentes a bordo de um navio. A manuten¸c˜ao correctiva, em virtude de ser aplicada ap´os detectada uma anomalia, ´e representada a vermelho, para destacar o facto de n˜ao ser uma ac¸c˜ao planeada.

O desafio que se aceita, ´e optimizar o escalonamento das ac¸c˜oes de manuten¸c˜ao preventiva, assentes num conhecimento profundo dos equipamentos existentes e do know-how dos seus recursos humanos, sendo este o tipo de manuten¸c˜ao mais usual nos navios da MGP. De acordo com ILDINAV 802 [7], pretende-se que a manuten¸c˜ao garanta uma maximiza-¸c˜ao da fiabilidade do material, uma maximiza¸c˜ao da disponibilidade operacional dos meios navais e uma minimiza¸c˜ao dos custos de manuten¸c˜ao. No ˆambito estrito da manuten¸c˜ao, para atingir tais objectivos dever-se-´a manter a fiabilidade dos meios navais, atrav´es de um acompanhamento e avalia¸c˜ao sistem´aticos das suas necessidades de manuten¸c˜ao. Para tal, ´e preciso definir uma estrat´egia assente em trˆes fases. Numa fase inicial, ´e necess´ario de-senvolver uma formula¸c˜ao correcta das medidas que correspondam `a satisfa¸c˜ao das neces-sidades. Numa segunda fase, a concep¸c˜ao de um planeamento objectivo de execu¸c˜ao dessas medidas e, por ´ultimo um controlo efectivo e eficaz da qualidade dessa execu¸c˜ao. Deste

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Sistema e/ou

Equipamento

Manuten¸c˜ao

Sistem´atica

Manuten¸c˜ao

Preventiva

Manuten¸c˜ao

Correctiva

Manuten¸c˜ao

Condicionada

Figura 1.1. Manuten¸c˜oes tipo contempladas no SGM.

modo, ´e poss´ıvel optimizar a disponibilidade operacional dos meios. A implementa¸c˜ao desta estrat´egia, conduz a uma diminui¸c˜ao progressiva das necessidades de interven¸c˜ao n˜ao planeadas e `a redu¸c˜ao de custos atrav´es de uma rigorosa avalia¸c˜ao das necessidades de repara¸c˜ao. Assim, surge de forma natural, um adequado controlo de qualidade e um eficaz controlo dos custos.

1.1.1 - Documenta¸c˜ao de um sistema de manuten¸c˜ao

Um sistema de manuten¸c˜ao requer um conjunto de documentos, devidamente organi-zados e estruturados, de forma a que os executantes, o gestor de manuten¸c˜ao e demais intervenientes, executem as suas fun¸c˜oes eficientemente, contribu´ındo para um bom de-sempenho e para o atingir do objectivo maior da organiza¸c˜ao – Fornecer um produto de elevada qualidade. Assim, ´e importante existir um documento que estabele¸ca as linhas gerais, os procedimentos e regras de manuten¸c˜ao definidas pela pol´ıtica da organiza¸c˜ao.

(23)

1.1 - CONCEITOS DE MANUTENC¸ ˜AO

No caso da MGP, existe o Sistema de Gest˜ao de Manuten¸c˜ao (SGM), que ´e composto por um conjunto de conceitos e procedimentos que possibilitam a execu¸c˜ao da manuten¸c˜ao naval, integrando tamb´em fun¸c˜oes do sistema log´ıstico. Com o SGM pretende-se definir crit´erios e procedimentos normalizados de manuten¸c˜ao. Estes crit´erios focalizam a renta-bilidade dos recursos dispon´ıveis, a manutirenta-bilidade e a fiarenta-bilidade do material e a redu¸c˜ao de custos de manuten¸c˜ao. O SGM assenta em trˆes pilares - Planeamento; Execu¸c˜aoe Informa¸c˜ao. O planeamento, consubstanciado pelo Sistema de Manuten¸c˜ao Planeada (SMP) e por programas de ac¸c˜oes de manuten¸c˜ao espec´ıficos, visa especificar as neces-sidades e os procedimentos de manuten¸c˜ao e distribuir ao longo de um determinado espa¸co temporal as cargas de trabalho decorrentes das necessidades de manuten¸c˜ao. A execu¸c˜ao, recorrendo a trˆes n´ıveis de interven¸c˜ao mediante a especificidade t´ecnica e material necess´arios para a execu¸c˜ao das ac¸c˜oes de manuten¸c˜ao, visa a concretiza¸c˜ao do planeamento e inclui o controlo da execu¸c˜ao. A informa¸c˜aovisa a recolha e tratamento de dados, atrav´es de um subsistema de informa¸c˜ao.

O planeamento da manuten¸c˜ao preventiva envolve a inclus˜ao de todas as an´alises e planea-mentos associados aos diversos equipaplanea-mentos garantindo a sustenta¸c˜ao operacional ao longo do seu ciclo de vida. Para cada equipamento ´e disponibilizada, pelo fabricante, toda a informa¸c˜ao necess´aria `a sua manuten¸c˜ao, inclu´ındo a descri¸c˜ao sum´aria das tarefas de manuten¸c˜ao a realizar, periodicidades, tempo de execu¸c˜ao, qualifica¸c˜ao t´ecnica dos exe-cutantes, sobressalentes, respectiva documenta¸c˜ao t´ecnica e ferramentas especiais. Deste modo, o SMP define os requisitos de manuten¸c˜ao espec´ıficos de cada equipamento, com-pilando a referida informa¸c˜ao.

Em suma, o SMP assenta em programas de manuten¸c˜ao preventiva consubtanciados num conjunto de documentos que definem objectivamente quais os equipamentos e suas partes a manter, o tipo de manuten¸c˜ao a que ser˜ao sujeitos, a frequˆencia, os recursos necess´arios e os procedimentos de execu¸c˜ao das interven¸c˜oes.

Esta informa¸c˜ao, existente no SMP, est´a organizada de forma hierarquizada. O documento mais generalista do SMP ´e o programa de manuten¸c˜ao (PROGMAN), que identifica os documentos do SMP que se encontram em vigor, bem como o conjunto de cartas de manuten¸c˜ao, fichas de trabalho, listagens de sobressalentes, entre outros, adequadas `a re-aliza¸c˜ao da manuten¸c˜ao de todos os sistemas existentes a bordo de um navio.

As cartas de manuten¸c˜ao (CARM) identificam um conjunto de trabalhos de manuten¸c˜ao preventiva relativamente a um sistema/equipamento, contendo a rela¸c˜ao de todas as ac¸c˜oes que integram o respectivo ciclo de manuten¸c˜ao, estruturadas por tarefas, e documentadas como fichas de trabalho (FIT). Para cada sistema/equipamento ´e elaborada uma CARM,

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com informa¸c˜ao ordenada, mencionando o tipo de ac¸c˜oes de manuten¸c˜ao a executar e atribuindo-lhes um c´odigo ´unico para sua identifica¸c˜ao, a periodicidade da sua execu¸c˜ao e a qualifica¸c˜ao t´ecnica dos recursos humanos. J´a a FIT, ´e mais objectiva e com informa¸c˜ao mais discriminada. Na FIT consta, al´em do tipo de ac¸c˜ao de manuten¸c˜ao a executar, a periodicidade da sua execu¸c˜ao e a qualifica¸c˜ao t´ecnica dos recursos humanos, e ainda retrata pormenorizadamente cada ac¸c˜ao de manuten¸c˜ao, descrevendo o procedimento a tomar para a execu¸c˜ao correcta da ac¸c˜ao de manuten¸c˜ao. Cont´em, tamb´em, a listagem de ferramentas a utilizar, os materiais sobressalentes que se prevˆe consumir e precau¸c˜oes a tomar antes e durante a execu¸c˜ao da ac¸c˜ao de manuten¸c˜ao. Trata-se do documento que diz COMO se deve executar a ac¸c˜ao de manuten¸c˜ao.

PROGMAN

Identifica conjunto de CARM’s referentes a uma Classe de Navios

⇓ CARM

Identifica conjunto de FIT’s referentes a um Sistema/Equipamento

⇓ FIT

Discrimina o procedimento da ac¸c˜ao de manuten¸c˜ao a realizar sob um equipamento

Existem ainda mais alguns documentos importantes no SMP, todavia, n˜ao ser˜ao men-cionados, visto n˜ao acrescentarem uma mais-valia, para a compreens˜ao do problema em causa.

1.1.2 - Planeamento Manuten¸c˜ao Preventiva

Conhecida que ´e a documenta¸c˜ao existente no SMP, ´e importante compreender agora, a forma como a informa¸c˜ao ´e partilhada e aplicada. A manuten¸c˜ao ´e integrada num planea-mento geral de actividades do navio, onde factores tipo, ac¸c˜oes de treino da guarni¸c˜ao, miss˜oes operacionais do navio e outras s˜ao consideradas.

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1.1 - CONCEITOS DE MANUTENC¸ ˜AO

Deste modo, foi concebida uma estrutura funcional da manuten¸c˜ao e desenvolvida em trˆes horizontes temporais distintos:

• Planeamento de Ciclo, • Planeamento Trimestral, • Planeamento Semanal.

Estes planeamentos est˜ao interligados entre si, visto que a informa¸c˜ao que consta no topo ´e depois reflectida de forma mais exaustiva nos restantes.

Planeamento de Ciclo

Responsabilidade ODT

Referente ao ciclo de manuten¸c˜ao do navio

Planeamento Trimestral

Responsabilidade do Gestor de manuten¸c˜ao Calendariza¸c˜ao das tarefas para o per´ıodo referido

Planeamento Semanal

Responsabilidade dos Chefes de Servi¸co

Referente `as ac¸c˜oes de manuten¸c˜ao a executar em cada sec¸c˜ao

O planeamento de ciclo fornece informa¸c˜ao sobre toda a manuten¸c˜ao a ser executada du-rante o ciclo de manuten¸c˜ao∗ do navio e ´e elaborado pelo Organismo de Direc¸c˜ao T´ecnico

(ODT), baseado, obviamente, na informa¸c˜ao disponibilizada pelas CARM’s. Os planea-mentos trimestral e semanal s˜ao, por sua vez, da responsabilidade do gestor de manuten¸c˜ao do navio, e s˜ao concebidos de acordo com a informa¸c˜ao constante no planeamento de ciclo, devendo ter em considera¸c˜ao a disponibilidade operacional do navio. Com o planeamento trimestral pretende-se calendarizar todas as ac¸c˜oes de manuten¸c˜ao previstas para esse espa¸co temporal, conjungando de forma articulada com ac¸c˜oes de manuten¸c˜ao correla-cionadas, com a actividade operacional do navio e com eventuais altera¸c˜oes `a lota¸c˜ao†

O ciclo de manuten¸c˜ao ´e o per´ıodo da vida ´util do navio e decorre desde da data de entrega do navio

ao armador at´e ao seu abate.

(26)

normal do navio. O planeamento trimestral ´e analisado mensalmente, verificando-se as tarefas conclu´ıdas, as que necessitam ser reprogramadas, as actividades operacionais extra. Em suma, o planeamento ´e ajustado mediante as altera¸c˜oes que forem surgindo.

As tarefas transitam do planeamento de ciclo para o planeamento trimestral, e posterior-mente para o planeamento semanal, identificadas pelo c´odigo de periodicidade respectivo, constante na CARM. J´a o planeamento semanal ´e elaborado com base na informa¸c˜ao ver-tida no planeamento trimestral e tem como finalidade atribuir a cada sec¸c˜ao o conjunto de tarefas da sua responsabilidade, sendo uma ferramenta crucial para os executantes.

1.2 - Considera¸

oes do Problema

Tendo j´a uma perspectiva sobre a manuten¸c˜ao aplicada aos navios da MGP e da es-trutura que a circunda, ganha-se a no¸c˜ao de que existem v´arios factores importantes a optimizar. Contudo, o objectivo deste trabalho incide na optmiza¸c˜ao dos planeamentos trimestrais das unidades navais e na concep¸c˜ao de uma metodologia capaz de responder `

as necessidades de manuten¸c˜ao com que o gestor se depara.

Tal como foi j´a mencionado, um planeamento eficiente facilita a proficiˆencia de um navio. Da´ı que, a concep¸c˜ao de uma ferramenta que optimize o escalonamento das tarefas, incuta uma motiva¸c˜ao extra para os funcion´arios, uma vez que se deparam com uma organiza¸c˜ao dotada de utens´ılios que melhoram o seu trabalho.

Com base no planeamento de ciclo, s˜ao obtidos os dados necess´arios para saber que siste-mas/equipamentos ser˜ao alvo de ac¸c˜oes de manuten¸c˜ao, de que ac¸c˜oes se tratam, e em que trimestre dever˜ao ser realizadas. Assim, surge um conjunto de tarefas a serem executadas num espa¸co temporal referente a um trimestre. Identificando essas tarefas e recorrendo `as FIT’s, obt´em-se, nomeadamente, a seguinte informa¸c˜ao:

• identifica¸c˜ao da tarefa (c´odigo de periodicidade), • elementos executantes,

• hierarquiza¸c˜ao da ac¸c˜oes a executar, • dura¸c˜ao de cada ac¸c˜ao,

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1.2 - CONSIDERAC¸ ˜OES DO PROBLEMA

Para a concep¸c˜ao de um modelo matem´atico que reflicta as condicionantes associadas `as tarefas a escalonar, ´e necess´ario obviar algumas caracter´ısticas das instˆancias, sem desvir-tuar o problema a abordar. Assim, uma das simplifica¸c˜oes efectuada ´e n˜ao considerar a periodicidade de execu¸c˜ao de uma ac¸c˜ao de manuten¸c˜ao. Deste modo, a instˆancia u-tilizada, disp˜oe de um conjunto de tarefas que ir˜ao ser escaladas uma s´o vez. N˜ao se considerou premente incluir esta caracter´ıstica de repeti¸c˜ao de execu¸c˜ao de tarefas, visto n˜ao influenciar o objectivo a que se prop˜oe o modelo matem´atico. O objectivo ´e conceber uma formula¸c˜ao que garanta um escalonamento ´optimo, ou perto do ´optimo. A inclus˜ao da repeti¸c˜ao de tarefas n˜ao deixa antever um escalonamento diferente, s´o mais moroso, visto existirem mais tarefas para escalar, logo o espa¸co temporal seria for¸cosamente maior.

Ao n´ıvel da manuten¸c˜ao preventiva importa garantir, tamb´em a total disponibilidade da plataforma. Neste esp´ırito, surge o conceito de incompatibilidade entre equipamen-tos. Tome-se como exemplo os equipamentos geradores de energia el´ectrica de um navio. Tal como j´a foi mencionado, a CARM define as ac¸c˜oes de manuten¸c˜ao de uma familia de equipamentos, logo as ac¸c˜oes a desenvolver s˜ao iguais. Dado o car´acter vital que este equipamento tem a bordo, ´e necess´ario garantir a sua disponibilidade total. Assim, no caso de existirem dois geradores el´ectricos, as ac¸c˜oes de manuten¸c˜ao devem ser executadas se-paradamente, garantindo sempre, que um dos equipamentos est´a dispon´ıvel e operacional. No modelo a desenvolver, n˜ao ser´a imposta qualquer ordem de interven¸c˜ao entre ambos, ´e somente garantido que n˜ao podem ser intervencionados em simultˆaneo.

Uma das maiores dificuldades com que o gestor se depara ´e a gest˜ao dos recursos hu-manos face as necessidades do plano de manuten¸c˜ao. Assim, antes de escalonar uma determinada tarefa torna-se necess´ario avaliar se existe disponibilidade dos recursos hu-manos necess´arios para a sua execu¸c˜ao. Esta avalia¸c˜ao incide na categoria e no n´umero de recursos necess´arios, bem como a dura¸c˜ao das suas ac¸c˜oes ao longo da tarefa. Neste caso, os recursos utilizados s˜ao funcion´arios com um determinado skill associado e s˜ao identifi-cados pela sua especializa¸c˜ao, criando assim grupos de funcion´arios com skills idˆenticos e sendo reconhecidos pelo grupo a que pertencem e n˜ao pela sua identidade como indiv´ıduo. O n´umero de elementos que comp˜oem um grupo ´e vari´avel, depende dos elementos que constituem a guarni¸c˜ao do navio. Com a informa¸c˜ao disponibilizada pelo escalonamento das tarefas, ser´a poss´ıvel identificar os bottleneck’s impostos pela limita¸c˜ao de recursos, bem como avaliar quais os recursos mais utilizados. Esta informa¸c˜ao permite ao gestor optimizar os recursos existentes e munir-se de um conjunto de recursos humanos ajustados `as suas necessidades.

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Considere-se o exemplo da figura 1.2, onde ´e representada uma tarefa de manuten¸c˜ao. Esta tarefa ´e composta por trˆes procedimentos distintos, com dura¸c˜oes de quatro, seis e cinco unidades temporais respectivamente. Para a execu¸c˜ao da totalidade da tarefa s˜ao necess´arios dois elementos da categoria A, trˆes da categoria B e dois da categoria C.

2 4 6 8 10 12 14 16 18

A(2)B(3)C(2)

Figura 1.2. Representa¸c˜ao gr´afica de uma tarefa.

Contudo, ap´os uma an´alise mais cuidada dos procedimentos por parte do gestor, constata-se que este conjunto de elementos n˜ao tem uma participa¸c˜ao activa durante a execu¸c˜ao de toda a tarefa. Ou seja, o gestor verifica que necessita de dois elementos da ca-tegoria A e um elemento da caca-tegoria B para executar o primeiro procedimento, necessita de trˆes elementos da categoria B e dois elementos da categoria C para executar o segundo procedimento e necessita de um elemento da categoria B e um elemento da categoria C para executar o terceiro e ´ultimo procedimento. Desta forma, os recursos necess´arios para a consecu¸c˜ao da tarefa n˜ao s˜ao uniformes ao longo de tempo, conforme ´e evidenciado pela figura 1.3. 2 4 A 1 3 4 10 15 B 2 1 4 10 15 C

(29)

1.2 - CONSIDERAC¸ ˜OES DO PROBLEMA

O controle desta varia¸c˜ao de recursos introduz uma dificuldade extra na optimiza¸c˜ao do problema, visto ser necess´ario controlar a entrada e sa´ıda de elementos numa tarefa. Assim, optou-se por simplificar este processo, reduzindo as tarefas a procedimentos associados a recursos uniformes. Surge assim, a entidade subrotina, cuja caracter´ıstica principal, ´e ter um conjunto uniforme de recursos necess´arios para a sua consecu¸c˜ao. Desta forma ´e poss´ıvel contornar a dificuldade da varia¸c˜ao de recursos, tal como ´e evidenciado pela figura 1.4. Ou seja, a execu¸c˜ao n˜ao incide na tarefa, mas sim em n subrotinas, sendo n o n´umero de procedimentos que comp˜oem a tarefa.

Neste exemplo, a tarefa ´e composta por trˆes subrotinas, cada uma claramente identificada e caracterizada quanto `a sua dura¸c˜ao, `a categoria e quantidade de elementos necess´arios para a sua consecu¸c˜ao e o seu posicionamento relativo entre elas. Assim, ter-se-´a trˆes novas identidades. 2 4 6 8 10 12 14 16 18 subrotina 3 subrotina 2 subrotina 1 A(2)B(1) B(3)C(2) B(1)C(1)

Figura 1.4. Redu¸c˜ao da tarefa a subrotinas com distribui¸c˜ao uniforme de recursos.

Tendo em considera¸c˜ao o facto de que o tempo dispon´ıvel para a manuten¸c˜ao preven-tiva dos sistemas de bordo ´e limitado e dado que existe interesse em ter o m´aximo de sistemas operativos, mesmo com o navio sem miss˜ao atribuida, ´e necess´ario garantir que quando uma tarefa ´e iniciada, deve a mesma ser executada na sua totalidade. Assim a subrotina 3 deve ser executada no instante imediatamente seguinte `a conclus˜ao da sub-rotina 2 e assim sucessivamente. Para esta sucess˜ao cont´ınua de subrotinas de uma tarefa de manuten¸c˜ao, ´e utilizada a nota¸c˜ao≺ e ´e denominada de precedˆencia em continuidade.. Assim, retomando o exemplo da figura 1.4, verifica-se que, 1 ≺ 2. ≺ 3. Ao garantir esta. precedˆencia em continuidade entre subrotinas de uma mesma tarefa, obt´em-se uma nova

(30)

no¸c˜ao do conceito tarefa. Esta passa a ser identificada como um conjunto de subrotinas, claramente caracterizadas, quer em dura¸c˜ao, quer nos executantes respons´aveis pela sua consecu¸c˜ao.

Com este pequeno artif´ıcio, consegue-se transformar uma tarefa, dif´ıcil de tratar matema-ticamente, visto os recursos serem vari´aveis ao longo do tempo, para um conceito mais est´avel - a subrotina - com recursos uniformes. Esta ´e a base para definir uma vari´avel que exprima o conceito de tarefa, consubstanciado na subrotina.

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Cap´ıtulo 2

Caracteriza¸

ao do Modelo

Num conceito mais lato, um problema de Scheduling surge quando existe necessidade em processar um conjunto de tarefas recorrendo a um conjunto de m´aquinas. Em regra, n˜ao existem m´aquinas dispon´ıveis para execu¸c˜ao de todas as tarefas em simultˆaneo e tal se-ria incomport´avel. Deste modo, pretende-se escalonar as tarefas pelas m´aquinas existentes seguindo uma determinada metodologia. Um problema de Scheduling ´e caracterizado pelo tipo de tarefas e pela forma como estas tˆem de ser processadas. Existem diversos surveys que caracterizam os problemas de Scheduling, nomeadamente [8].

Este cap´ıtulo ´e composto por trˆes partes. Na primeira parte, pretende-se enquadrar o pro-blema e decrever o respectivo conjunto de solu¸c˜oes admiss´ıveis. Assim, na sua essˆencia, considera-se que este problema assenta nos princ´ıpios do problema job-shop (JSP) [9], visto a ordem dos recursos empregues nas tarefas ser fixo. Cumulativamente, motivado pela limita¸c˜ao dos recursos utilizados na execu¸c˜ao das tarefas, este problema identifica-se com um problema de Resource Constrainted Project Scheduling Problem (RCPSP). E por ´

ultimo, uma vez que os recursos s˜ao uniformes, considera-se uma variante do RCPSP, o Uniform Resource Constrainted Project Scheduling Problem (URCPSP). ´E igualmente alvo de aten¸c˜ao, a regi˜ao das solu¸c˜oes admiss´ıveis, sendo caracterizado o pol´ıtopo associado ao problema.

Na segunda parte, pretende-se caracterizar os requisitos impostos ao problema. ´E feita uma abordagem aos diversos conceitos que definem o Scheduling, recorrendo a alguns e-xemplos.

J´a na terceira parte, ser´a tido em considera¸c˜ao a caracteriza¸c˜ao das instˆancias que s˜ao utilizadas.

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2.1 - Enquadramento do Problema

Existe, neste dom´ınio, imensa documenta¸c˜ao que reporta a processos de resolu¸c˜ao de problemas de Scheduling e suas variantes. O m´etodo mais recorrente para a resolu¸c˜ao deste tipo de problemas assenta em t´ecnicas heur´ısticas que permitem, recorrendo a linhas de c´odigo relativamente simples, abranger as especificidades dos problemas, bem como obter solu¸c˜oes admiss´ıveis em tempos computacionais apelativos.

Contudo, as solu¸c˜oes obtidas poder˜ao ser ´optimos locais, pelo que surge a necessidade de, posteriomente, utilizar heur´ısticas de melhoramento para pesquisa de solu¸c˜oes melhores em outras vizinhan¸cas contidas na regi˜ao admiss´ıvel. Estas t´ecnicas tˆem a vantagem do tempo computacional consumido ser, em regra, menor comparativamente com os tempos computacionais obtidos recorrendo a m´etodos exactos, visto a pesquisa de uma solu¸c˜ao ser confinada a uma determinada vizinhan¸ca na regi˜ao admiss´ıvel. Contudo, n˜ao conhecendo, `

a partida, a solu¸c˜ao ´optima, n˜ao se tem no¸c˜ao da qualidade da solu¸c˜ao obtida. As an´alises, relativas `a qualidade da solu¸c˜ao, assentam na evolu¸c˜ao da obten¸c˜ao de solu¸c˜oes e da forma como se atinge o resultado final. Em suma, estas t´ecnicas fornecem uma resposta r´apida, mas n˜ao d˜ao a garantia de se atingir a solu¸c˜ao ´optima.

Uma outra abordagem ao problema de escalonamento pode ser feita recorrendo a proces-sos de resolu¸c˜ao assentes em formula¸c˜oes matem´aticas. Neste caso, poder-se-´a recorrer `a Programa¸c˜ao Linear Inteira Mista (PLIM), onde os requisitos s˜ao estabelecidos atrav´es de restri¸c˜oes lineares conjuntivas e a fun¸c˜ao objectivo ´e linear, podendo assumir e contemplar diversas necessidades, desde a minimiza¸c˜ao do custo total, a minimiza¸c˜ao do atraso de execu¸c˜ao de tarefas, a minimiza¸c˜ao dos custos associados aos per´ıodos de paragem, ou t˜ao simplesmente a minimiza¸c˜ao temporal da execu¸c˜ao do projecto.

Os conjuntos de restri¸c˜oes referentes a um determinado problema delimitam um conjunto de pontos, que s˜ao solu¸c˜oes admiss´ıveis do problema. Este conjunto ´e denominado por pol´ıtopo, uma vez que, genericamente, representa um pol´ıgono ou um poliedro. A com-plexidade computacional dos problemas em an´alise recorrendo `a PLIM ´e enorme, sendo considerados problemas do tipo NP-hard. Esta complexidade assenta na dificuldade em encontrar uma solu¸c˜ao ´optima num conjunto deste tipo, visto quanto maior for o conjunto de tarefas e recursos, maior ´e a dimens˜ao do problema. N˜ao sendo objecto de an´alise neste trabalho, o conceito de complexidade computacional pode ser aprofundado, recorrendo

(33)

2.1 - ENQUADRAMENTO DO PROBLEMA

a [10].

Tal como foi referido no cap´ıtulo anterior, devido ao facto dos recursos necess´arios para a realiza¸c˜ao das tarefas de manuten¸c˜ao serem vari´aveis ao longo do tempo, ´e introduzido um artif´ıcio que as reduz a subrotinas de recursos uniformes. Deste modo, e ainda num sentido lato, ao considerar-se somente as tarefas e os recursos necess´arios para as executar, o problema ´e do tipo Job-Shop Problem (JSP).

0 2 4 6 8 2 2 2 3 3 3 1 1 1 m´aquina 1 m´aquina 2 m´aquina 3

Figura 2.1. Diagrama de Gantt do JSP, com i = 3 e j = 3.

O JSP assenta na necessidade de atribuir m´aquinas para processamento de tarefas, con-siderando a ordem da m´aquina fixa. Deste modo, considerem-se i tarefas e j m´aquinas. A figura 2.1 exemplifica uma solu¸c˜ao admiss´ıvel para um JSP com i = 3 e j = 3. A tarefa 3, est´a a ser executada inicialmente pela m´aquina 2, sendo posteriormente processada pelas m´aquinas 1 e 3. Entre estas, a tarefa aguardou pela disponibilidade da m´aquina 3. Tal deve-se ao facto de, num JSP, uma tarefa ter de ser processada de acordo com uma de-terminada ordem. Logo, se a m´aquina seguinte estiver ocupada, a tarefa aguarda at´e `a disponibilidade dessa. A complexidade deste tipo de problema ´e elevada, sendo o JSP um problema NP-hard, tal como ´e mencionado em [11].

Contudo, o problema em an´alise tem um outro factor que condiciona a sua resolu¸c˜ao, que consiste na limita¸c˜ao de recursos. Deste modo, na literatura existente, este tipo de problemas ´e denominado por Resource Constrainted Project Scheduling Problem(RCPSP). V´arios s˜ao os autores que se dedicaram e dedicam a este tema. Desde os trabalhos publicados por Demeulemeester e Herroelen [3], passando por Mingozzi et al. [4] com a cria¸c˜ao e desenvolvimento de algoritmos capazes de resultados bastantes satisfat´orios, por Damay [12] com o desenvolvimento de formula¸c˜oes matem´aticas para Scheduling’s em preemptive mode e por Vikram et al. [13] com o escalonamento de actividades sujeito a recursos heter´ogeneos. Estas t´ecnicas assentam no princ´ıpio de que o RCPSP ´e, na re-alidade, um problema NP-hard, tal como foi caracterizado por Blazewicz & Lenstra [1]

(34)

em 1983, e que para instˆancias relativamente pequenas os resultados obtidos, recorrendo a m´etodos exactos, s˜ao bastante morosos.

Uma outra caracter´ıstica que distingue o problema em an´alise, reside no facto dos recursos necess´arios em cada ac¸c˜ao de manuten¸c˜ao serem constantes ao longo do tempo, ap´os a transforma¸c˜ao da tarefa em subrotinas. Desta forma, o problema em quest˜ao deve ser considerado como sendo um Uniform Resource Constrainted Project Scheduling Problem (URCPSP), ou seja, um problema de escalonamento com recursos limitados e uniformes. Alguns s˜ao os autores, que dedicaram aten¸c˜ao a aplica¸c˜oes de URCPSP. Drozdowsky [14], com a aplica¸c˜ao em gest˜ao de sistemas de multiprocessadores, Chen e Lee [15], em pro-blemas de aloca¸c˜ao portu´aria de navios mercantes, entre outros. Um URCPSP assenta no escalonamento de um conjunto de N tarefas sujeitas a uma disponibilidade limitada e reutiliz´avel de recursos. Cada tarefa j ∈ N necessita de uma quantidade de recursos lj, durante o intervalo de tempo de processamento pj, tendo uma quantidade de recursos

L dispon´ıveis em cada instante temporal. Mais uma vez, os crit´erios de optimiza¸c˜ao s˜ao variados, sendo o mais usual contemplar a minimiza¸c˜ao dos tempos de in´ıcio das tarefas, sujeita a limita¸c˜ao de recursos.

De acordo com Brucker e Knust [16], um URCPSP pode ser visto como um Task Schedul-.. ing com m´aquinas paralelas. Considerando que cada tarefa j a executar carece de um determinado n´umero de m´aquinas em paralelo durante um intervalo de tempo definido pela sua dura¸c˜ao (P|sizej|PCj) [17].

Por norma, um problema de Schedulling deste tipo, tem associado um conjunto de restri-¸c˜oes conjuntivas onde as tarefas tˆem que ser processadas pelos recursos e onde a ordem de execu¸c˜ao ´e fixa, sendo o objectivo minimizar os tempos de conclus˜ao de todas as tarefas. Quando se recorre a m´etodos exactos, a vari´avel de decis˜ao ´e o primeiro passo para definir o problema, visto representar a entidade que se pretende optimizar. Com base nesta in-forma¸c˜ao, s˜ao concebidos conjuntos de restri¸c˜oes que reflectem os requisitos impostos no problema e que definem a regi˜ao poli´edrica das solu¸c˜oes admiss´ıveis. Importa garantir uma regi˜ao o mais discreta poss´ıvel, de modo a optimizar os tempos computacionais necess´arios para a obten¸c˜ao de uma solu¸c˜ao ´optima. Assim, ´e importante compreender os requisitos, de forma a conceber um conjunto de restri¸c˜oes que garanta o exigido, de modo a assegurar uma regi˜ao poli´edrica o mais ajustada poss´ıvel.

Este problema ser´a abordado como sendo um problema de programa¸c˜ao bin´aria. Deste modo, as solu¸c˜oes obtidas ser˜ao, posteriormente, comparadas com as solu¸c˜oes da relaxa¸c˜ao linear, permitindo avaliar a qualidade de resultado inteiro obtido. Esta compara¸c˜ao ´e

(35)

de-2.1 - ENQUADRAMENTO DO PROBLEMA

nominada por gap, assim, este parˆametro ´e a diferen¸ca percentual entre o valor da solu¸c˜ao ´optima do problema bin´ario e o valor da solu¸c˜ao ´optima da relaxa¸c˜ao linear. Deste modo, quanto menor for o gap, melhor descri¸c˜ao poli´edrica tem o conjunto das solu¸c˜oes ad-miss´ıveis do respectivo modelo. Todavia em alguns casos, dada a natureza da vari´avel de uma determinada modela¸c˜ao, pode tornar-se dif´ıcil conceber um conjunto de restri¸c˜oes que conduza a uma boa regi˜ao poli´edrica. O mesmo ser´a dizer, que o gap obtido ser´a elevado, conduzindo a uma eventual reparametriza¸c˜ao do problema.

Um outro aspecto importante prende-se com a avalia¸c˜ao oriunda da compara¸c˜ao que se pode fazer entre diferentes formula¸c˜oes do mesmo problema. Cada formula¸c˜ao tem uma concep¸c˜ao pr´opria, originando, de forma gen´erica, a obten¸c˜ao de conjuntos de restri¸c˜oes que representam requisitos iguais, mas que motivam regi˜oes de solu¸c˜oes admiss´ıveis distin-tas. Estas diferen¸cas entre regi˜oes de solu¸c˜oes admiss´ıveis, proporciona a disponibiliza¸c˜ao de informa¸c˜ao capaz de melhorar a descri¸c˜ao poli´edrica de um determinado modelo, re-duzindo deste modo o gap anterior.

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦

Figura 2.2. Regi˜ao das solu¸c˜oes admiss´ıveis de duas formula¸c˜oes diferentes do mesmo problema em PLI.

Com a figura 2.2, tenciona-se refor¸car este conceito, mostrando dois conjuntos de solu¸c˜oes admiss´ıveis distintos, que, por sua vez, conduzir˜ao a gaps distintos. Este as-sunto, referente a modela¸c˜oes alternativas, ´e aprofundado em [18].

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´e com recurso a desigualdades v´alidas. Esta t´ecnica ´e uma pr´atica corrente na obten¸c˜ao de regi˜oes de solu¸c˜oes admiss´ıveis mais discretas, tal como ´e referenciado em [10]. Num trabalho recente de Savelsbergh e Nemhauser [2], estes autores mostram algumas t´ecnicas para a obten¸c˜ao e aplica¸c˜ao de desigualdades v´alidas que podem permitir a diminui¸c˜ao da regi˜ao poli´edrica e, consequentemente, a obten¸c˜ao da solu¸c˜ao ´optima em tempos com-putacionais inferiores.

2.2 - Caracteriza¸

ao do Problema

Um navio de guerra ´e uma plataforma naval com uma enorme quantidade de sistemas com caracter´ısticas muito pr´oprias, que ao serem integrados torna a sua manuten¸c˜ao e-xigente e complexa. Para o correcto cumprimento das miss˜oes atribu´ıdas `a Marinha de Guerra Portuguesa, a institui¸c˜ao tem ao seu dispˆor um dispositivo naval adequado e pronto para actuar nos diversos cen´arios. Para garantir esse dispositivo, torna-se premente o cor-recto planeamento das ac¸c˜oes de manuten¸c˜ao e sua aplica¸c˜ao, assegurando a m´axima operacionalidade dos meios navais.

Desta forma, o planeamento das ac¸c˜oes de manuten¸c˜ao est´a, desde logo, limitado em tempo. ´E ent˜ao necess´ario, garantir que as ac¸c˜oes de manuten¸c˜ao requeridas s˜ao execu-tadas num intervalo de tempo delimitado. Com base nesta informa¸c˜ao ´e estabelecido um upper-bound que limita o horizonte temporal. Assim, pretende-se minimizar a fun¸c˜ao ob-jectivo, de modo a conseguir escalonar o plano de manuten¸c˜ao no intervalo de tempo mais diminuto poss´ıvel. Deste modo a fun¸c˜ao objectivo incidiria somente na minimiza¸c˜ao dos instantes temporais associados `as respectivas subrotinas. Contudo, este modo de expres-sar a fun¸c˜ao objectivo conduz a que subrotinas que podem serem executadas em diversos instantes temporais, dadas as suas caracter´ısticas e `a disponibilidade dos recursos exis-tentes ao longo do planeamento, sejam realizadas j´a numa fase final. Considere-se uma tarefa, que somente para este efeito ´e apelidada de livre, que dada a sua caracter´ıstica e o evoluir da concep¸c˜ao do planeamento optimizado, pode ser executada em trˆes interva-los temporais distintos. O que se pretende ´e que essa tarefa seja realizada no primeiro intervalo de tempo dispon´ıvel. Esta pretens˜ao ´e assente no conhecimento pr´atico de que, por vezes, existem derrapagens temporais na elabora¸c˜ao de um planeamento, pelo que o bom senso apela a que nestes casos, estas tarefas livres sejam executadas no instante mais prematuro poss´ıvel. Deste modo, a fun¸c˜ao objectivo exprime a soma dos instantes

(37)

2.2 - CARACTERIZAC¸ ˜AO DO PROBLEMA

temporais associados `a execu¸c˜ao das subrotinas. Assim, garante-se que o exemplificado n˜ao ocorra. Em suma, a optimiza¸c˜ao do planeamento ´e obtida minimizando o projecto, limitando a liberdade de posicionamento das tarefas livres.

Um dos requisitos estabelecidos ´e a execu¸c˜ao sem interrup¸c˜oes de uma ac¸c˜ao de manuten¸c˜ao. Ou seja, assim que uma determinada tarefa tem in´ıcio, esta n˜ao dever´a ser interrompida at´e `a sua conclus˜ao. Uma vez que a tarefa ´e constituida por um conjunto de subrotinas, ´e necess´ario assegurar dois aspectos importantes. Primeiro, que n˜ao existam interrup¸c˜oes na execu¸c˜ao de cada subrotina, e segundo, que n˜ao existam per´ıodos de inactividade entre subrotinas pertencentes `a mesma tarefa.

Ao considerar o primeiro aspecto, recorre-se ao conceito de preemption. A non-preemption implica a n˜ao interrup¸c˜ao tempor´aria de uma ac¸c˜ao devido `a necessidade de orientar os recursos utilizados para uma outra ac¸c˜ao considerada priorit´aria ou de maior importˆancia. Deste modo, ´e assumido que todas ac¸c˜oes carecem da mesma importˆancia, e uma vez iniciadas, os recursos necess´arios n˜ao s˜ao reencaminhados para outras fun¸c˜oes. A figura 2.3 ilustra o anteriormente exposto, tendo sido a subrotina i iniciada no instante temporal t, ´e concluida no instante t +duri− 1.

↓t

subrotina i x x x x x

duri

Figura 2.3. Representa¸c˜ao gr´afica de non-preemption.

Com a figura 2.4 pretende-se exemplificar uma situa¸c˜ao em que ´e permitida a pre-emption. Neste caso, surge a interrup¸c˜ao tempor´aria da realiza¸c˜ao da ac¸c˜ao, motivada por factores diversos, tais como subrotinas priorit´arias que necessitam de recursos, optimiza¸c˜ao do modelo, entre outros. Deste modo, a subrotina j ´e interrompida temporariamente tp

instantes temporais, sendo posteriormente retomada e finalizada no instante temporal t+duri− 1 + tp.

Tendo em considera¸c˜ao o requisito determinado, ´e imperativo garantir a non-preemption em todas as subrotinas.

O segundo aspecto que ´e necess´ario assegurar para n˜ao existir interrup¸c˜ao das ac¸c˜oes de manuten¸c˜ao que estiverem em execu¸c˜ao ´e eliminar eventuais per´ıodos de inactividade

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en-↓t

subrotina j x x x x x

Figura 2.4. Representa¸c˜ao gr´afica de preemption.

tre subrotinas de uma mesma tarefa. Recorde-se que no final do cap´ıtulo anterior, para efeitos de modela¸c˜ao do problema, a tarefa foi dividida por elementos, de forma a que cada um desses elementos tivesse um conjunto de recursos uniformes.

Observe-se agora a figura 2.5, onde se pretende exemplificar uma quebra na precedˆencia em continuidade. Existe uma tarefa composta por trˆes subrotinas, cada uma delas com as suas caracter´ısticas pr´oprias. Neste caso, as subrotinas n˜ao s˜ao interrompidas temporari-amente, respeitando a non-preemption, mas existe um intervalo temporal de inactividade entre as subrotinas 1 e 2. Esta figura exemplifica o que n˜ao ´e permitido acontecer.

2 4 6 8 10

1 1 1

2 2 2

3 3

Figura 2.5. Representa¸c˜ao gr´afica da interrup¸c˜ao tempor´aria de uma tarefa.

Deste modo, ´e introduzido o conceito da precedˆencia em continuidade, conforme havia sido mencionado na sec¸c˜ao 1.2. Pretende-se ass´ım garantir, a inexistˆencia de per´ıodos inactivos entre as subrotinas, logo 1 ≺ 2. ≺ 3, em particular. Na figura 2.6 ´e garantida a. tal precedˆencia em continuidade.

Sabendo que uma tarefa ´e constitu´ıda por um conjunto de subrotinas, a nota¸c˜ao

Tarefai indica a tarefa a que corresponde a subrotina i. Deste modo, o subconjunto

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2.2 - CARACTERIZAC¸ ˜AO DO PROBLEMA

2 4 6 8

1 1 1

2 2 2

3 3

Figura 2.6. Representa¸c˜ao gr´afica da precedˆencia em continuidade.

uma determinada tarefa. Assim sendo, e generalizando o exemplo da figura 2.6, deduz-se que, se a subrotinai precede a subrotinaj, ent˜ao a subrotinai deve ser concluida antes da

subrotinaj ser iniciada. Neste caso a subrotinai ´e o precedente imediato da subrotinaj e consequentemente, a subrotinaj ´e o sucessor imediato da subrotinai. O conceito de con-tinuidade que ´e implementado, obriga a que entre a conclus˜ao do precedente e o in´ıcio do sucessor, n˜ao haja inactividade. Ou seja, o sucessor ´e iniciado no instante imediatamente seguinte `a conclus˜ao do precedente.

Tal como j´a foi referido, existem equipamentos que s˜ao considerados vitais para o fun-cionamento do navio e como tal, existem em n´umero suficiente que garanta o princ´ıpio da redundˆancia. Seguindo este princ´ıpio, surge a necessidade em garantir que estes equipa-mentos n˜ao sejam intervencionados em per´ıodos temporais sobrepostos. Tal deve-se ao facto, de os navios terem de garantir uma condi¸c˜ao operacional mediante um determinado grau de prontid˜ao que ´e definido superiormente. Deste modo, mesmo quando o navio est´a atracado e com ac¸c˜oes de manuten¸c˜ao em curso, deve manter um conjunto de equipamen-tos operacionais que garanta a sua prontid˜ao.

Observe-se o exemplo da figura 2.7, onde s˜ao representadas duas ac¸c˜oes de manuten¸c˜ao. A tarefa 1 e a tarefa 2 s˜ao ac¸c˜oes de manuten¸c˜ao a serem executadas em equipamentos seme-lhantes. Deste modo, tratam-se de tarefas incompat´ıveis, sendo por esse motivo necess´ario assegurar, que estas tarefas s˜ao realizadas em intervalos temporais distintos.

´

(40)

in-2 4 6 8 10 12 14 16 4 4 4 5 5 5 6 6 1 2 2 3 3 3 6 5 4 3 2 1 tarefa 2 tarefa 1

Figura 2.7. Representa¸c˜ao gr´afica da incompatibilidade entre tarefas.

compat´ıveis. Deste modo, a express˜ao I(Tarefai1,Tarefai2) = 1, identifica quais as

subroti-nas incompat´ıveis. Estas ser˜ao identificadas na modela¸c˜ao, como pertencentes ao subcon-junto S′′= {∀ i

1, i2 ∈ S :Tarefai16=Tarefai2∧ I(Tarefai1,Tarefai2) = 1}.

A guarni¸c˜ao de um navio ´e optimizada para a execu¸c˜ao das tarefas inerentes ao cumpri-mento da sua miss˜ao e aos cen´arios prov´aveis em que pode ser empregue. Deste modo, o n´umero de elementos que comp˜oem uma guarni¸c˜ao ´e limitado, e torna-se necess´ario distribui-los de forma harmoniosa pelas diversas ´areas funcionais. Assim, al´em da manu-ten¸c˜ao, existem outras ´areas funcionais que n˜ao poder˜ao ser negligenciadas. A dificuldade que surge neste problema ´e a gest˜ao dos recursos humanos que o gestor tem `a sua dis-posi¸c˜ao. Ele ter´a que ter em considera¸c˜ao, que se uma determinada tarefa est´a a ser reali-zada, ter´a recursos que estar˜ao indispon´ıveis, logo n˜ao poder˜ao ser escalados para outras actividades. Poder´a surgir o caso em que, o gestor tem todos os recursos dispon´ıveis para a consecu¸c˜ao de uma tarefa com excep¸c˜ao de um elemento de uma determinada categoria. Neste caso, essa tarefa ter´a que aguardar at´e `a reuni˜ao de todos os elementos necess´arios. Assim, existe a necessidade de, ao escalonar as tarefas de manuten¸c˜ao, ter a no¸c˜ao dos recursos existentes, dos recursos que cada subrotina consome, dos recursos que s˜ao liber-tados ap´os a conclus˜ao das subrotinas que v˜ao sendo finalizadas. ´E motivado por este enquadramento que surge, naturalmente, a ideia que este problema pode ser analisado tal qual um URCPSP.

Observe-se as tabelas 2.1 e 2.2, onde consta informa¸c˜ao sobre os recursos que cada sub-rotina consome e sobre o n´umero de recursos existentes de cada categoria. Assuma-se que

(41)

2.2 - CARACTERIZAC¸ ˜AO DO PROBLEMA

todas as subrotinas tˆem uma dura¸c˜ao unit´aria.

Recursos Tarefa Subrot 1 2 3 1 1 1 0 2 1 2 2 2 1 1 3 1 1 1 2 4 0 0 1 2 5 2 1 1

Tabela 2.1. Consumo de recursos de cada subrotina.

Respeitando os requisitos anteriormente expostos, o objectivo incide na necessidade de escalonar duas tarefas, de forma a minimizar o tempo de execu¸c˜ao.

Categoria Qte

1 2

2 3

3 2

Tabela 2.2. Recursos existentes.

O ideal ser´a ter dispon´ıvel um n´umero suficiente de recursos de forma a iniciar todas as ac¸c˜oes de manuten¸c˜ao o mais cedo poss´ıvel, contudo como se constata da leitura da tabela 2.1 e tendo informa¸c˜ao dos recursos existentes, de acordo com a tabela 2.2, n˜ao ´e poss´ıvel iniciar ambas as tarefas no mesmo instante temporal, em virtude de n˜ao existirem recursos suficientes da categoria 3.

Assim, uma solu¸c˜ao admiss´ıvel para o escalonamento das tarefas ´e mostrado na figura 2.8. O consumo de recursos em cada instante temporal, resume-se ao consumo requerido por cada subrotina, uma vez que n˜ao existem actividades a decorrer em simultˆaneo.

Esta gest˜ao de recursos complica-se quando existem tarefas em execu¸c˜ao, e ´e necess´ario saber que recursos est˜ao a ser consumidos, bem como estar ciente da conclus˜ao de outras tarefas e os recursos por elas libertados.

(42)

1 2 3 4 5 tarefa 2 tarefa 1 Recursos Consumidos 1 2 3 1 0 2 2 2 1 1 1 1 0 0 1 2 1 1

Figura 2.8. Solu¸c˜ao admiss´ıvel do exemplo de distribui¸c˜ao de recursos.

Para garantir o controlo dos recursos dispon´ıveis e os requeridos por cada subrotina i, s˜ao criadas duas matrizes. A matrizRecjdisponibiliza informa¸c˜ao sobre os recursos dispon´ıveis

para cada categoria. Neste caso tamb´em se procedeu a uma simplifica¸c˜ao, que em nada adultera as caracter´ısticas do problema. No caso real, em cada categoria tem-se elementos mais experientes e que como tal, s´o executam determinadas fun¸c˜oes, tais como fun¸c˜oes de supervis˜ao e participa¸c˜ao em tarefas que tenham um grau de execu¸c˜ao mais elevado, exigindo o acompanhamento e as per´ıcias de elementos mais especializados e com um maior know-how. Para efeitos puramente acad´emicos, foi assumido que esta caracter´ıstica em nada altera os princ´ıpios subjacentes ao problema em an´alise. A introdu¸c˜ao desta exigˆencia somente torna a instˆancia mais pesada, uma vez que, com a sua introdu¸c˜ao, a matriz de recursos seria mais discriminativa, passar-se-ia a ter mais categorias, seria necess´ario criar uma matriz de sub-categorias associadas a cada categoria.

J´a a matriz rrj,i identifica o tipo de recurso j e quanto elementos dessa categoria s˜ao

necess´arios para a execu¸c˜ao de cada subrotina i em cada instante temporal.

Uma vez que n˜ao ´e considerada a periodicidade das tarefas, ´e necess´ario garantir que assim que uma tarefa tenha sido escalonada, esta deixe de ser considerada para o restante planeamento. Desta forma garante-se que a tarefa ´e executada na sua totalidade e que n˜ao volta a ser considerada para a conclus˜ao do escalonamento do plano de manuten¸c˜ao. Em suma, importa sintetizar os requisitos abrangidos neste problema. Assim, o problema em causa tem as seguintes caracter´ısticas:

• Garantir a non-preemption em todas as subrotinas,

(43)

2.3 - CARACTERIZAC¸ ˜AO DAS INST ˆANCIAS

• Garantir a n˜ao realiza¸c˜ao sobreposta de tarefas incompat´ıveis, • Garantir a actualiza¸c˜ao constante do uso de recursos e sua limita¸c˜ao, • Garantir que uma tarefa s´o pode ser executada uma e s´o uma vez.

2.3 - Caracteriza¸

ao das Instˆ

ancias

Uma instˆancia ´e um conjunto de dados que reporta uma determinada situa¸c˜ao. Assim, ´e necess´ario que a instˆancia contenha informa¸c˜ao suficiente e estruturada, de acordo com a modela¸c˜ao desenvolvida. Ou seja, tem que existir compatibilidade entre a formula¸c˜ao e os dados dispon´ıveis.

Deste modo, ´e desenvolvida uma estrutura que cont´em toda a informa¸c˜ao necess´aria para a prossecu¸c˜ao do planeamento de acordo com os requisitos definidos. Ou seja, caso os dados necess´arios ainda n˜ao estejam estruturados e devidamente tratados, ´e criada uma base de dados com uma estrutura adequada para ser compat´ıvel com a formula¸c˜ao concebida. Essa base de dados ´e sustentada na informa¸c˜ao dispon´ıvel no SMP, onde constam as ac¸c˜oes de manuten¸c˜ao e as suas caracter´ısticas, desde os procedimentos que comp˜oem cada tarefa, passando pelos recursos necess´arios `a sua execu¸c˜ao.

Tal como j´a foi mencionado, para efeitos de modela¸c˜ao do problema, as tarefas de manu-ten¸c˜ao s˜ao reduzidas a subrotinas. A instˆancia deve, desde logo, conter informa¸c˜ao sobre o n´umero de tarefas existentes, o n´umero de subrotinas, quantas categorias de recursos existem e o upper-bound temporal estabelecido. A nota¸c˜ao adoptada para identificar uma instˆancia ´e baseada nestes elementos. Desta forma, a instˆancia I-10-40-8, ´e constitu´ıda por 10 tarefas, 40 subrotinas e 8 categorias de recursos. Existe uma base de dados, com as intˆancias testadas, as quais s˜ao identificadas pelo c´odigo mencionado.

Uma vez que o SMP define as caracter´ısticas das tarefas, e para efeitos de modela¸c˜ao trabalha-se com subrotinas, ´e necess´ario correlacion´a-las. Deste modo, ´e concebida a tabela 2.3 onde constam as tarefas e as respectivas subrotinas, de forma a facilmente reconhecer a rela¸c˜ao entre subrotinas e tarefas. Nessa tabela, ´e incluida informa¸c˜ao referente `as necessidades de recursos de cada subrotina, bem como a sua dura¸c˜ao. A tabela 2.3 e todas as restantes s˜ao construidas recorrendo a uma instˆancia simulada.

A simula¸c˜ao dos dados foi motivada, fundamentalmente, pelo objectivo de compreender o comportamento das formula¸c˜oes sob diferentes cen´arios poss´ıveis.

(44)

Recursos Tarefa Sub-rot Dura¸c˜ao 1 2 3 4 5

1 1 2 1 0 1 0 2 1 2 2 0 0 2 1 1 1 3 1 0 1 0 0 0 2 4 3 1 2 2 2 0 2 5 1 3 1 0 2 0 .. . ... ... ... ... ... ... ... 8 10 4 2 1 3 0 2 8 11 2 3 4 2 1 0 9 12 3 0 1 1 0 2 9 13 2 1 2 0 2 1

Tabela 2.3. Exemplo de tabela das subrotinas e respectivos dados.

5 instantes temporais, repartidos pelas subrotinas 1, 2 e 3. Estas subrotinas necessitam de um determinado n´umero de recursos de cada categoria, nomeadamente, e a t´ıtulo de exemplo, a subrotina 2 necessita de dois elementos da categoria 3, um elemento da cate-goria 4 e um elemento da catecate-goria 5.

Neste momento, est´a estruturada a informa¸c˜ao necess´aria para caracterizar qualquer ac¸c˜ao de manuten¸c˜ao que seja necess´aria escalonar. Conhece-se a tarefa a que pertence, a sua dura¸c˜ao e os recursos necess´arios para a sua prossecu¸c˜ao. No entanto, falta definir dois aspectos muito importantes, que s˜ao os recursos dispon´ıveis e a incompatibilidade entre tarefas.

A tabela 2.4 reporta um exemplo da informa¸c˜ao existente sobre as categorias mediante a especializa¸c˜ao dos seus recursos, bem como o n´umero de elementos por categoria. Ou seja, na tabela s˜ao discriminados os recursos humanos que o gestor tem `a sua disposi¸c˜ao. Quanto `as incompatibilidades entre tarefas, a tabela 2.5 identifica em cada linha o par de tarefas incompat´ıveis. Com base nestes dados e correlacionando as subrotinas asso-ciadas a cada tarefa, saber-se-´a de imediato quais s˜ao as subrotinas que n˜ao podem ser executadas em simultˆaneo.

(45)

2.3 - CARACTERIZAC¸ ˜AO DAS INST ˆANCIAS Categoria Qte 1 4 2 6 3 3 4 3 5 4

Tabela 2.4. Tabela de recursos.

Tarefa 1 Tarefa 2 2 6 3 4 .. . ... 3 7

Tabela 2.5. Exemplo tabela de incompatibilidades.

Estes s˜ao os dados que, directamente, s˜ao necess´arios para caracterizar na ´ıntegra uma determinada instˆancia. Dado que se pretende afectar um conjunto de tarefas aos recursos existentes, e a informa¸c˜ao existente ´e j´a suficiente para atingir esse objectivo. Contudo, ´e necess´ario estruturar alguns destes dados de um modo diferente para responder a algumas necessidades da formula¸c˜ao. Deste modo, s˜ao concebidas as tabelas 2.6 e 2.7.

Sub-Rotina Recurso Qte

1 2 2 1 3 1 1 2 2 .. . ... ... 10 3 1 10 2 3

(46)

Com a tabela 2.6, surge a necessidade de padronizar a informa¸c˜ao existente, de forma a que o modelo tenha informa¸c˜ao sobre a categoria e o respectivo n´umero de elementos a empregar em cada subrotina. Para cada subrotina ´e indicado a categoria dos recursos e o n´umero de elementos necess´arios para a sua realiza¸c˜ao.

Relativamente `a tabela 2.7, pretende-se disponibilizar informa¸c˜ao sobre a posi¸c˜ao relativa de uma determinada subrotina na respectiva tarefa, ou seja, se uma determinada subrotina ´e a terceira ac¸c˜ao de manuten¸c˜ao a ser executada numa tarefa, a essa subrotina ´e atribu´ıda o n´umero de ordem 3. Esta informa¸c˜ao ´e importante para controlar as subrotinas que ser˜ao consideradas nas fun¸c˜oes objectivo de cada modelo.

Sub-rotina Ordem 1 1 2 2 3 1 4 2 5 3 6 4 .. . ... 15 1 16 2

(47)

Cap´ıtulo 3

Modela¸

ao do Problema

Este cap´ıtulo ´e dedicado `a concep¸c˜ao de uma formula¸c˜ao matem´atica do problema. Ser˜ao desenvolvidos trˆes modelos assentes em conceitos diferentes. Isto ´e, o problema ser´a abordado segundo trˆes perspectivas diferentes, avaliando posteriormente as vantagens e desvantagens proporcionadas pelas suas especificidades. Conforme ser´a evidenciado, mais adiante com a leitura deste cap´ıtulo, os dois ´ultimos modelos s˜ao modelos desagregados do primeiro. Deste modo, este cap´ıtulo ´e composto por trˆes sec¸c˜oes, cada uma referente a cada modela¸c˜ao desenvolvida.

Na sec¸c˜ao 3.1 aborda-se o problema numa perspectiva mais natural, reflectindo directa-mente a tomada de decis˜ao. Assim, a vari´avel representa o estado natural da subrotina, indicando a sua executada num determinado instante temporal. Com este modelo, existe um escalonamento das subrotinas, em cada instante temporal, mediante a sua execu¸c˜ao e dentro do intervalo de tempo determinado pela sua dura¸c˜ao.

Na sec¸c˜ao 3.2 a modela¸c˜ao assenta sob o princ´ıpio de a subrotina ser iniciada, ou n˜ao, num determinado instante temporal. Desta forma, e sabendo implicitamente qual a dura¸c˜ao da subrotina, o escalonamento ´e efectuado somente com a vari´avel referente ao instante em que a subrotina come¸ca a ser executada.

Na sec¸c˜ao 3.3 ´e desenvolvido um modelo desagregado do primeiro, com a particularida-de da vari´avel ser inparticularida-dexada `a posi¸c˜ao. Neste modelo, tamb´em a vari´avel representa a execu¸c˜ao, ou n˜ao, de uma subrotina num determinado instante temporal, e refor¸ca a in-forma¸c˜ao disponibilizando a posi¸c˜ao relativa de execu¸c˜ao. Ou seja, esta vari´avel ´e indexada `a posi¸c˜ao relativa de execu¸c˜ao da subrotina, tendo em considera¸c˜ao a sua dura¸c˜ao. A tabela 3.1 cont´em informa¸c˜ao referente `a nota¸c˜ao utilizada na formula¸c˜ao matem´atica

(48)

dos trˆes modelos desenvolvidos. S˜ao mencionados os input´s referentes ao n´umero de subrotinas e o limite m´aximo do horizonte temporal, bem como outros referentes `as sub-rotinas e aos recursos. Por fim, nesta tabela constatou os diversos conjuntos utilizados na modela¸c˜ao.

N N´umero m´aximo de subrotinas T Upper-bound temporal

duri Dura¸c˜ao da subrotina i

rrj,i Recursos do tipo j necess´arios para a execu¸c˜ao da subrotina i

Recj Recursos do tipo j dispon´ıveis

I(i1, i2) Matriz de subrotinas incompat´ıveis

Ordi Matriz de ordem das subrotinas nas respectivas tarefas

S Conjunto das subrotinas

T Conjunto dos instantes temporais J Conjunto dos tipos de recursos

S′ Conjunto das subrotinas sujeitas `a non-preemption

S′′ Conjunto das subrotinas incompat´ıveis

S(1) Conjunto das subrotinas de primeira ordem

Tabela 3.1. Nota¸c˜ao empregue na modela¸c˜ao do problema.

3.1 - Modelo da Vari´

avel Natural

Numa abordagem inicial ao problema em an´alise, surge a necessidade em definir o tipo de vari´aveis de decis˜ao que devem ser consideradas. De forma intuitiva surge a ideia de que estas devem representar a existˆencia de uma ac¸c˜ao de manuten¸c˜ao, denominada i, que ocorre num determinado instante temporal t. Deste modo, o modelo proposto, as-senta na programa¸c˜ao linear inteira (PLI), recorrer a um vector de vari´aveis naturais, xi,t.

Ou seja, este modelo, que ser´a designado por modelo da vari´avel natural, ir´a fazer o escalonamento das tarefas de manuten¸c˜ao utilizando o conceito de que, se uma determi-nada actividade est´a a decorrer, a vari´avel natural assumir´a o valor 1 e 0 caso contr´ario.

xi,t=

(

1, se a subrotina i est´a a ser executada no instante t 0, c.c.

No modelo da vari´avel natural n˜ao existe informa¸c˜ao sobre o estado relativo da subrotina, i.e., quando foi iniciada, quantas subrotinas, de uma tarefa, foram executadas, ou faltam

Referências

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