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O EMPREENDEDORISMO E A MORTALIDADE DAS EMPRESAS NO BRASIL

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UNI VE RSIDADE FEDERAL DE RORAIMA

GEIS A DE SO UZA CARNE IRO

O EMPREENDEDORISMO E A MORTALIDADE DAS

EMPRESAS NO BRASIL

BOA VISTA 2007

(2)

2

GEIS A DE SO UZA CARNE IRO

O EMPREENDEDORISMO E A MORTALIDADE DAS

EMPRESAS NO BRASIL

Monografia apresentada à coordenação do Curs o de Economi a da Uni versi dade Federal de Rorai ma – UFRR, como parte dos requisitos para a obt enção do grau de Bacharel em Econom ia.

Orient adora: P rof. Rom annul de Sousa Bis po

BOA V ISTA 2007

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3

GEIS A DE SO UZA CARNE IRO

O EMPREENDEDORISMO E A MORTALIDADE DAS

EMPRESAS NO BRASIL

Monografia apres en tada à Coorden ação do Cu rso de E conomia da Universidad e Fed eral d e Rorai ma – UFRR, como parte dos requi sitos para a obten ção do grau de Bacharel em E conomia.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Romannul de Sousa Bispo

Orientador

________________________________________ 2º Examinador

________________________________________ 3º Examinador

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4

À Deus pelo dom da vida, da força e da inteligência, por ter

proporcionado que perseguisse este sonho, agora transformado em

realidade, dedico este trabalho.

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5

A minha família que, com toda paciência soube

compreender quando tão ausente fiquei, tornando assim possível a

concretização desse ideal;

Aos professores e amigos, em especial ao meu orientador

professor Romannul de Sousa Bispo pelo incentivo e apoio

incondicionais, meus agradecimentos.

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6

As pessoas mais felizes não são aquelas livres de

problemas, mas aquelas que sabem lidar com os problemas.

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7

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo analisar o perfil das empresas extintas e ativas no Brasil, bem como descrever os fatores determinantes para a taxa de mortalidade das empresas. O GEM – Global Entrepreneurship Monitor – é uma pesquisa internacional liderada pela London Business School e o Babson College (EUA) cuja proposta é avaliar o empreendedorismo no mundo a partir de indicadores comparáveis. Desde 1999, quando realizou seu primeiro ciclo, até hoje, o estudo envolveu mais de 40 países de todos os continentes e dos mais variados graus de desenvolvimento econômico e social, tornando-se a investigação de maior escopo em sua área. O Brasil participa do GEM desde 2000. Segundo dados do GEM no Brasil o empreendedorismo acontece mais por necessidade, do que por oportunidades vislumbradas, mostra que o país ocupa, atualmente, a 7.ª posição no

ranking entre os dez países mais empreendedores. A taxa de atividade empreendedora total

(TAE), calculado na pesquisa do GEM, que expõe o empreendedorismo por necessidade, em 2002, foi de 7,5%, enquanto o empreendedorismo por oportunidade ficou em 5,8%. Concluindo, observou-se que a taxa de mortalidade empresarial no Brasil, apuradas para as empresas constituídas e registradas nas juntas comerciais dos Estados nos anos de 2000, 2001 e 2002, revela que 49,4% encerraram as atividades com até 02 (dois) anos de existência, 56,4% com até 03 (três) anos e 59,9% não sobrevivem além dos 04 (quatro) anos. Dentre os fatores inibidores do empreendedorismo por oportunidade, no Brasil, pode-se destacar a falta de acesso a créditos e o alto custo dos financiamentos, elevada carga de tributos e exigências legais e fiscais, a falta de capacitação para a gestão do negócio e também a questão da educação, observando-se que quanto menor a escolaridade, maior a motivação pela necessidade.

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8

ABSTRACT

This work has as objective analyzes the profile of the extinct and active companies in Brazil, as well as to describe the decisive factors for the rate of mortality of the companies. GEM - Global Entrepreneurship Monitor - it is an international research led by London Business School and Babson College (USA) whose proposal is to evaluate the empreendedorismo in the world starting from comparable indicators. Since 1999, when it accomplished your first cycle, until today, the study involved more than 40 countries of all the continents and of the most varied degrees of economical and social development, becoming the investigation of larger mark in your area. Brazil participates of GEM since 2000. The rate of total enterprising activity (TAE), calculated in the research of GEM, that exposes the empreendedorismo from necessity, in 2002, it was of 7,5%, while the empreendedorismo for opportunity was in 5,8%. Ending, it was observed that the rate of managerial mortality in Brazil, select for the constituted companies and registered in the commercial committees of States in the years of 2000, 2001 and 2002, he reveals that 49,4% contained the activities with up to 02 (two) years of existence, 56,4% with up to 03 (three) years and 59,9% don't survive besides the 04 (four) years. Among the factors inibidores of the empreendedorismo for opportunity, in Brazil, it can stand out the access lack to credits and the high cost of the financings, high load of tributes and legal and fiscal demands, the training lack for the administration of the business and also the subject of the education, being observed that as smaller the education, larger the motivation for the need.

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9 SUMÁRIO INTRODUÇÃO... 1 EMPREENDEDORISMO... 1.1 PARA OS ECONOMISTAS... 1.2 PARA OS BEHAVIORISTAS... 1.3 OS OUTROS TEÓRICOS... 1.4 CARACTERÍSTICAS DE UM EMPREENDEDOR... 1.5 BARREIRAS AO EMPREENDEDORISMO NO BRASIL... 1.6 FATORES FAVORÁVEIS AO EMPREENDEDORISMO NO BRASIL... 1.7UM PROGRAMA DE EMPREENDEDORISMO PARA O BRASIL...

2 EMPRESAS EXTINTAS E EMPRESAS ATIVAS NO BRASIL...

2.1 PERFIL DAS EMPRESAS EXTINTAS... 2.2 COMPARATIVO COM AS EMPRESAS ATIVAS... 2.3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA EXTINTA...

2.3.1 Quanto a situação na junta comercial... 2.3.2 Quanto ao porte e geração de oportunidade de trabalho... 2.3.3 Quanto ao setor de atividade... 2.3.4 Quanto à atividade e experiência do ex-proprietário... 2.3.5 Quanto aos recursos investidos e sua origem... 2.3.6 Quanto à recuperação dos recursos aplicados...

2.4 COMPARATIVO ENTRE ESTRATOS DAS EMPRESAS ATIVAS

E EXTINTAS...

2.4.1 Quanto ao setor de atividade principal... 2.4.2 Quanto ao porte... 2.4.3 Quanto à opção pelo SIMPLES Federal... 2.4.4 Quanto ao nível de investimento... 2.4.5 Quanto à origem dos recursos... 2.4.6 Quanto ao faturamento bruto anual... 2.5 PERFIL DO PROPRIETÁRIO/ADMINISTRADOR DAS EMPRESAS

“EXTINTAS E ATIVAS”...

2.5.1 Quanto ao sexo... 2.5.2 Quanto à faixa etária... 2.5.3 Quanto à escolaridade...

3 FATORES DETERMINANTES PARA A TAXA DE MORTALIDADE DAS EMPRESAS...

3.1 TAXA DE MORTALIDADE DAS EMPRESAS... 3.2 IMPACTOS SÓCIO-ECONÔMICOS DA MORTALIDADE DE

EMPRESAS NO PAÍS... 3.3 VIDA E MORTE DAS EMPRESAS...

3.3.1 Em busca da imortalidade empresarial...

3.4 ALGUNS FATORES DE SUCESSO RAZÕES DO FECHAMENTO DAS EMPRESAS... 13 16 17 18 19 20 21 22 23 25 25 26 27 27 28 28 29 30 30 31 31 32 33 34 35 36 38 38 38 39 41 41 42 43 45 46

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10

3.5 RAZÕES DO FECHAMENTO DAS EMPRESAS... 3.6 CONDIÇÕES ESTRUTURAIS QUE AFETAM O

EMPREENDEDORISMO...

3.6.1 Os Fatores Restritivos... 3.6.2 Aspectos que favorecem... 3.6.3 Forças Positivas...

3.7 OPORTUNIDADE DE NOVOS NEGÓCIOS E POTENCIAL PARA

EMPREENDER... 3.8 FATORES INIBIDORES DO EMPREENDEDORISMO POR

OPORTUNIDADES E DA MORTALIDADE DAS EMPRESAS...

CONCLUSÃO... REFERÊNCIAS... 48 50 50 51 52 52 54 57 61

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Principais indicadores de desempenho...

Tabela 2 – Situação da empresa extinta na Junta Comercial (%) - (Brasil –

Região)...

Tabela 3 – Motivos da empresa extinta não dar baixa dos atos constitutivos (%) (Brasil – Região)...

Tabela 4 – Porte de empresa extinta, segundo o número de pessoas ocupadas (%) (Brasil)...

Tabela 5 – Distribuição das empresas extintas, por setor de atividade, segundo o número de pessoas ocupadas (Brasil)...

Tabela 6 – Atividades exercidas pelos proprietários das empresas extintas, segundo o número de pessoas ocupadas (%) (Brasil)...

Tabela 7 – Experiência anterior ou conhecimento do ramo de negócios dos proprietários da empresa extinta, segundo o número de pessoas

ocupadas (%) (Brasil)...

Tabela 8 – Recursos investidos na empresa extinta, segundo o número de pessoas ocupadas (R$ 1,00) - (Brasil)...

Tabela 9 – Percentual de recuperação dos recursos aplicados pelos proprietários das empresas extintas - (Brasil – Região)...

Tabela 10 – Setor de atividades das empresas Extintas (%) - (Brasil – Região)...

Tabela 11 – Setor de atividades das empresas Ativas (%) - (Brasil – Região)...

Tabela 12 – Porte das empresas Ativas, segundo o número de pessoas ocupadas (%) (Brasil – Região)...

Tabela 13 – Porte das empresas Extintas, segundo o número de pessoas ocupadas (%) (Brasil – Região)...

Tabela 14 – Situação das empresas ativas, em relação ao SIMPLES Federal (%) (Brasil – Região)...

Tabela 15 – Situação das empresas extintas, em relação ao SIMPLES Federal (%) (Brasil – Região)...

Tabela 16 – Recursos investidos pelas empresas ativas para o funcionamento, segundo Regiões e Brasil, em valores médios Empresas Ativas...

26 27 27 28 28 29 30 30 31 31 32 32 33 33 34 34

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Tabela 17 – Recursos investidos pelas empresas extintas para o funcionamento, segundo Regiões e Brasil, em valores médios Empresas Extintas...

Tabela 18 – Comparativo de origem do Investimento Fixo (%) (Brasil – Região)....

Tabela 19 – Comparativo da origem do Capital de Giro (%) (Brasil – Região)...

Tabela 20 – Faturamento bruto anual – Empresas Ativas (Brasil)...

Tabela 21 – Faturamento bruto anual – Empresas Extintas (Brasil)...

Tabela 22 – Distribuição dos entrevistados, segundo o sexo dos proprietários das empresas ativas e extintas (Brasil)...

Tabela 23 – Comparativo da faixa etária dos proprietários, segundo os estratos de empresas ativas e extintas (%) (Brasil)...

Tabela 24 – Comparativo da escolaridade dos proprietários das empresas extintas e Ativas (Brasil)...

Tabela 25 - Taxa de Mortalidade por Região e Brasil (2000-2002) (%)...

Tabela 26 - Natalidade e estimativa de mortalidade de empresas, segundo as Regiões e Brasil, em números absolutos, no período de 2000-2002....

Tabela 27 – Causas das dificuldades e razões para o fechamento das empresas... 35 35 36 37 37 38 38 39 42 43 49

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LISTA DE SIGLAS

GEM – Global Entrepreneurship Monitor

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INTRODUÇÃO

A emergência do empreendedorismo como um novo modelo de gestão aplicável às organizações ocorre no período de transição para um novo estágio da nossa civilização, ensejando mudanças estruturais em todos os seus setores relevantes como a economia, a política, a cultura, a educação etc..

Em que pese o fato de o empreendedorismo já ter uma posição de destaque no âmbito das escolas de pensamento da administração, torna-se importante salientar os obstáculos existentes no pleno desenvolvimento desta metodologia gerencial. Em primeiro lugar, há de ser mencionado os aspectos culturais de resistência à mudança ainda prevalecente no contexto da nossa sociedade e economia, levando-se em consideração que o empreendedorismo está umbilicalmente vinculado à inovação. Sendo assim, a prática do empreendedorismo exige um significativo grau de tolerância com o insucesso, pois a formulação e implantação de novas idéias pressupõe riscos. Vale dizer: é preciso aprender a lição do recomeçar para colher o sucesso pretendido.

No que concerne às políticas públicas - e seus respectivos contextos econômico, financeiro, de infra-estrutura etc. - há de ser mencionado o aspecto de acesso ao crédito e financiamento, tão importante para as empresas de pequeno porte e às organizações do Terceiro Setor. Vinicius Lummentz, diretor-técnico do Sebrae Nacional, no primeiro número da Revista Sebrae, informa os dados da pesquisa realizada no Brasil pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM) - parceria do Babson College (EUA), London Business School (Inglaterra) e apoio do Kauffman Center for Entrepreneurial Leadership (EUA) - que nos aponta como o país líder na prática do empreendedorismo - número de pessoas que têm seu próprio negócio em relação ao total de habitantes - mas que, em contrapartida, também nos classifica em primeiro lugar quanto ao quesito de número de empresas fechadas, face aos óbices da nossa macroambiência - educação, apoio financeiro, burocracia ineficiente.

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Desde 1999, quando realizou seu primeiro ciclo, até hoje, o estudo envolveu mais de 40 países de todos os continentes e dos mais variados graus de desenvolvimento econômico e social, tornando-se a investigação de maior escopo em sua área. O Brasil participa do GEM desde 2000.1

Segundo dados do GEM (2002), a 4.ª edição da pesquisa Global Entrepreneurship

Monitor, que diz que no Brasil o empreendedorismo acontece mais por necessidade, do

que por oportunidades vislumbradas, mostra que o país ocupa, atualmente, a 7.ª posição no

ranking entre os dez países mais empreendedores. A taxa de atividade empreendedora total

(TAE), calculado na pesquisa do GEM, que expõe o empreendedorismo por necessidade, em 2002, foi de 7,5%, enquanto o empreendedorismo por oportunidade ficou em 5,8%. Esse grupo concentra 70% da força de trabalho e 86% dos empreendedores dentre os 37 países pesquisados.2

Ressalta-se que, na sua maioria, são países em desenvolvimento. O Brasil com uma força de trabalho (pessoas de 18 a 64 anos) de 106 milhões de pessoas apresenta uma taxa de empreendedores de 13,5%, ou seja, 14 milhões de pessoas envolvidas na criação ou administração de algum negócio com menos de três anos e meio de vida. Esse contingente equivale a 20% do total de pessoas que, em 2001, segundo o IBGE/PNAD, faziam parte do mercado de trabalho brasileiro, formal ou informal; ou ainda 51% do emprego formal no país.3

Entre a força de trabalho, 16,0% dos homens e 11,3% das mulheres desenvolviam alguma atividade empreendedora, envolvendo, respectivamente, 8,3 milhões e 6,1 milhões de pessoas. As mulheres representam 42% do total de empreendedores no país. A maior taxa de empreendedorismo é observada entre as pessoas de 25 a 34 anos, entre as quais 18,6% informaram possuir ou estarem iniciando um negócio próprio. Este grupo etário representa 27% do total de empreendedores brasileiros.

Em termos de renda familiar a classe mais dinâmica na criação de empreendimentos está na faixa de 6 a 9 salários mínimos, com uma taxa de 17,9%. Em se tratando de escolaridade, a maior dinâmica empreendedora é a de pessoas que completaram mais de 11 anos de estudos, com TAE de 19 por cento, e em segundo lugar, com diferença não significativa, estão as pessoas que estudaram entre 5 e 11 anos de

1 FILION, Louis Jacques. O empreendedorismo como tema de estudos superiores. Palestra proferida no

Seminário "A Universidade Formando Empreendedores" Escola de Altos Estudos Comerciais (H.E.C) de Montreal Empreendedorismo: inf.unisul.br. Acessado em 20 novembro 2006.

2 SANTOS, Cristiane Sant’Anna; PIETROVSKI, Eliane Fernandes. O grande desafio: disseminar a cultura

empreendedora no Brasil. http://scholar.google.com.br/scholar.

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ensino formal. Por outro lado, quando se observam os números de empreendimentos criados, quase 50 por cento representam iniciativas de pessoas de apenas um a quatro anos de estudo no ensino formal. Criados por quem tem ao menos educação secundária são somente 13 por cento os empreendimentos nessas condições.

A despeito de todos estes obstáculos, o empreendedorismo representa um dos mais significativos avanços socioeconômicos, constituindo-se em uma metodologia absolutamente essencial para que organizações e indivíduos possam ter sucesso nesta era marcada pela mudança e quebra de paradigmas em todos os campos do conhecimento e da atividade humana.

Este trabalho tem como objetivo analisar o perfil das empresas extintas e ativas no Brasil, bem como descrever os fatores determinantes para a taxa de mortalidade das empresas.

A metodologia utilizada é a da pesquisa descritiva. Os dados foram tabulados a partir de ferramentas de estatísticas descritivas. Após a identificação dos resultados procedeu-se à quantificação e a comparação entre as empresas ativas e as empresas extintas e posteriormente foi feita uma análise sintética dos resultados.

O trabalho está dividido em três capítulos para a melhor compreensão. No primeiro capítulo há uma abordagem do empreendedorismo, suas características e fatores favoráveis para o seu desenvolvimento.

No segundo capítulo apresenta-se uma análise das empresas extintas e das empresas ativas no Brasil, traçando o seu perfil, comparando-as e caracterizando-as.

O terceiro capítulo enfoca os fatores determinantes para a taxa de mortalidade das empresas, analisando os impactos socioeconômicos da mortalidade das empresas no país.

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1 EMPREENDEDORISMO

Palavra de origem francesa, "entreprende" ou "entrepreneur" literalmente significa "o intermediário", aquele que está no centro ou no meio. Originalmente, estava relacionado com a atividade de um intermediário, aquele que fica "entre" o fornecedor e o mercado e que facilita o processo de troca. Neste sentido, o empreendedor é a pessoa que "faz acontecer". A figura do empreendedor pode ser vista como a criadora: aquele que transforma uma troca em potencial em uma troca real, aquele sem o qual a transação poderia nunca ocorrer. Extrapolando o caso onde a demanda (ou seja, a necessidade de um produto) existe, mas o fornecimento não, o empreendedor pode criar o fornecimento e efetuar a troca. No caso de tecnologias completamente novas, o empreendedor pode mesmo ter que criar um mercado que ainda não existe.4

O empreendedorismo hoje é uma ciência com mais de 80 anos, que tem crescido muito rapidamente no mundo inteiro e desenvolvido uma forte base empírica e teórica. Vários periódicos científicos são dedicados à ciência do empreendedorismo. Dentre as muitas definições encontradas na literatura, uma que parece englobar os diferentes aspectos do empreendedorismo é "Empreendedorismo é o processo de fazer algo novo (criação) e/ou algo diferente (inovação) com o propósito de criar riqueza para o indivíduo e agregar valor para a sociedade.5

A criação de negócios é uma das causas da prosperidade das nações. Com ela, inova-se, geram-se oportunidades, empregos e riquezas. A existência de indivíduos dispostos aos riscos de empreender é um dos pilares do desenvolvimento econômico. Captar, descrever e analisar o fenômeno do empreendedorismo é, portanto, fundamental para o desenho de ações de promoção do progresso e do bem-estar.6

Um estudo mais profundo revelou, no entanto que a diversidade talvez não fosse tão expressiva quanto parecia numa primeira leitura. De fato, a análise do conteúdo das definições demonstra a influência das disciplinas de base na conceituação do empreendedor.

4ARAÚJO, M. H.; LAGO, R. M.; OLIVEIRA, L. C. A. et al.. O estímulo ao empreendedorismo nos cursos

de Química: formando químicos empreendedores. Química Nova, Vol. 28 supl. 10, dez/2005.

5 Idem, ibidem.

6GEM. Global Entrepreneurship Monitor. Empreendedorismo no Brasil, 2006.

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Aqui cabe a pergunta: que conceituação seria a mais adequada? Esta variou ao longo das últimas décadas, em decorrência da existência de diversas correntes de pensamento. No começo, porém, por volta do início do século XVIII, aflorou a escola do "pensamento econômico". 7

1.1 PARA OS ECONOMISTAS8

Na realidade, os pesquisadores do empreendedorismo concordam em dizer que a origem desse conceito está nas obras de Cantillon, que era um banqueiro no século XVIII mas que hoje seria qualificado de investidor em capital de risco. O interesse de Cantillon pelos empreendedores não era um fenômeno isolado na época. Este interesse harmonizava-se com o ideário dos pensadores liberais da época que exigiam, entre outros, liberdade plena para que cada um pudesse tirar o melhor proveito dos frutos de seu trabalho. Tratava-se também de uma corrente de pensamento que antecedeu aos fisiocratas, como Quesnay, Turgot, Morellet, Trudaine... Cantillon vivia em Paris mas era irlandês.9

Cantillon buscava nichos de mercado para investimentos lucrativos. Diante desse quadro, a análise do risco era central para a tomada de decisão. Para ele, o empreendedor era aquele que comprava matéria prima por um preço certo para revendê-la a preço incerto. Ele entendia, no fundo, que se o empreendedor lucrara além do esperado, isto ocorrera porque ele havia inovado: fizera algo de novo e de diferente.

Um século mais tarde, Say estabeleceu uma diferença entre os lucros do empreendedor e aqueles do capitalista. Jean Baptiste Say (1996), grande admirador da revolução industrial britânica, fenômeno que ele gostaria de ter visto aplicado na França, pode ser identificado como o pai do que hoje se convencionou chamar de empreendedorismo. Devemos, porém, creditar a Schumpeter a consolidação do conceito dessa disciplina. Ele associou muito claramente o empreendedorismo à inovação, ao fato de se criar coisas novas e diferentes.

Mas o empreendedor de Schumpeter tem pouco a ver com os empreendedores que estudamos hoje em dia. Este último tem o papel de atuar como empreendedor dentro de uma organização, e o denominamos "intra-empreendedor". Vários economistas tais como Knight, Kirzner e Casson, se interessaram pelo fenômeno do empreendedor. Para os

7 FILION, Louis Jacques, 2006. 8 Idem, ibidem.

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economistas, o empreendedorismo é uma função. Cabe mencionar as discórdias existentes sobre o tema, tanto entre os economistas quanto entre profissionais de outras áreas. Vários tentaram teorizar em torno do fenômeno, mas não existe ainda nenhuma teoria econômica sobre o empreendedor que reúna consenso, nem modelo econômico que explique o desenvolvimento a partir da função empreendedora, pois esta é dificilmente quantificável.

1.2 PARA OS BEHAVIORISTAS10

Desde os anos 70 até meados dos anos 80, foram os behavioristas que dominaram a área do empreendedorismo. Esta hegemonia, que coincidia com o progresso das ciências do comportamento, resultava, em parte, dos trabalhos de David McClelland. Levado a interrogar-se sobre o declínio relativo dos americanos face aos soviéticos durante os anos 50, McClelland (1976) analisou os fatores que explicam o apogeu e o declínio das civilizações. Concluiu que as gerações que precediam o apogeu foram fortemente influenciadas por modelos, heróis que haviam sido personagens populares na literatura e com os quais os jovens se identificavam.

Criou-se, assim, um efeito de emulação, aumentando a necessidade de conquistas entre estes jovens para poderem se aproximar desses heróis da literatura. A partir dessas pesquisas, o papel dos modelos ocupa um lugar preponderante no estudo do empreendedorismo. A questão central dos behavioristas consiste em saber "quem é o empreendedor?" Até os anos 90, houve uma proliferação das pesquisas sobre as características e os traços de personalidade dos empreendedores.

Muito embora os resultados tenham sido surpreendentes, não foi possível traçar um perfil psicológico do empreendedor. Na verdade, essas pesquisas mostram resultados muito contraditórios. A variedade de fórmulas estudadas em cada pesquisa pode levar à identificação de certos problemas. As pessoas mudam segundo os contextos e as circunstâncias às quais são expostas: os perfis de comportamento não são necessariamente estáticos. Por exemplo, as amostras que estudam o perfil de trabalhadores autônomos, recém ingressados nos negócios, são necessariamente diferentes daquelas dos empreendedores já estabelecidos, cujos negócios vêm crescendo há mais de 20 anos.

Ademais, é difícil elaborar perfis-tipo sem antes estabelecer distinções entre as categorias e tipologias empreendedoras. Por exemplo, cabe distinguir entre empreendedores artesãos e empreendedores do mundo dos negócios, entre empreendedores

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operadores e empreendedores visionários, entre trabalhadores autônomos e dirigentes de empresas familiares. Freqüentemente associa-se o empreendedor à criatividade.

1.3 OS OUTROS TEÓRICOS11

Há uma década, os pesquisadores de todas as áreas apostaram no empreendedorismo. Na segunda metade dos anos 80, vários pesquisadores recolocaram em questão a importância de se continuar a desenvolver tantas pesquisas para se saber "quem é o empreendedor?" Eles propuseram que a questão central da pesquisa fosse: "o que faz um empreendedor?" De qualquer forma, o final dos anos 80 marca uma virada, com a qual o empreendedorismo se torna um tema de estudos em quase todas as áreas do conhecimento. Encontramos abaixo, temas que mais comumente suscitaram pesquisas sobre empreendedorismo ao longo dos anos 90.

Temas principais da pesquisa sobre empreendedorismo:  Características comportamentais dos empreendedores  Características econômicas e demográficas das PME  Empreendedorismo e PME nos países em desenvolvimento  Características gerenciais dos empreendedores

 Processo empreendedor  Criação de empresas

 Desenvolvimento de empresas

 Capitais de risco e financiamento das PME

 Administração de empresas, levantamento, aquisições  Empresas de alta tecnologia

 Estratégias de crescimento da empresa empreendedora  Parceria estratégica

 Empreendedorismo corporativo ou "intra-emprendedorismo"  Empresas familiares

 Trabalho autônomo

 Incubadoras e sistemas de apoio ao empreendedorismo  Redes

 Fatores que influenciam a criação e o desenvolvimento de empresas

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21

 Políticas governamentais e criação de empresas

 Mulheres, grupos minoritários, grupos étnicos e o empreendedorismo.  Educação empreendedora

 Pesquisa e empreendedorismo  Estudos culturais comparativos  Empreendedorismo e sociedade  Franquias

O empreendedorismo tem a particularidade de reunir idéias oriundas de especialistas das ciências humanas e administrativas, criando intercâmbios inusitados. É, assim, um terreno privilegiado para esses intercâmbios e para as práticas multidisciplinares nas ciências administrativas. Essas contribuições das diversas áreas do conhecimento permitem vislumbrar intercâmbios extremamente férteis e criativos.

1.4 CARACTERÍSTICAS DE UM EMPREENDEDOR12

Existe uma certa tendência de se confundir o empreendedor com o admistrador/executivo. Embora complementares, existem algumas diferenças que merecem ser consideradas. O empreendedor é uma pessoa que tem a capacidade de imaginar, desenvolver e realizar visões, onde os conceitos de si, energia, liderança, conhecimento de um setor e o sistema de relações do empreendedor são elementos fundamentais. Trabalhos de pesquisa com empreendedores de sucesso sugerem a existência de três recursos de conhecimento que um empreendedor traz para um novo negócio e que são críticos: a consciência única da oportunidade, a habilidade de adquirir os recursos necessários para explorar a oportunidade e a habilidade organizacional.

As características do empreendedor é um dos temas centrais nos estudos sobre empreendedorismo. Do empreendedor depende primariamente o sucesso ou o fracasso de um empreendimento. No entanto, uma definição de empreendedor que parece ser mais compreensiva é “a pessoa que conduz o processo de criação de riqueza e de agregação de valor através do desenvolvimento de idéias, da obtenção e alocação de recursos e da realização de coisas - fazendo as coisas acontecerem”.

12ARAÚJO, M. H.; LAGO, R. M.; OLIVEIRA, L. C. A. et al.. O estímulo ao empreendedorismo nos cursos

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De qualquer forma, todas estas definições trazem alguns elementos comuns como:  Visionários, cultivam a imaginação e aprendem a definir visões;

 Sabem Tomar decisões;

 Indivíduos que fazem à diferença;

 Senso de oportunidade, explorar ao máximo as oportunidades;

 Determinados e dinâmicos, perseverantes, tenazes para vencer obstáculos;  Determinados e com alto comprometimento;

 Otimistas e apaixonados pelo que fazem, sonhadores que traduzem pensamentos em ação;

 Independentes e constroem o próprio destino, iniciativa, autoconfiança, otimismo e necessidade de auto – realização;

 Aceitam o dinheiro como medida de desempenho;  São líderes e formadores de equipes;

 Formam as redes de contatos e utilizam intensamente para alcançar os objetivos;

 Planejam, sabem fixar metas e alcançá-las;

 Organizadores sabem buscar, controlar e utilizar recursos;

 Possuem conhecimentos (buscam conhecimentos), especialmente no ramo em que atuam, procuram feedback para aprimorarem;

 Assumem riscos calculados e tem alta tolerância e incerteza;  Criam valor para a sociedade.

1.5 BARREIRAS AO EMPREENDEDORISMO NO BRASIL13

 O capital para empreender é oneroso e de difícil acesso. Não há em quantidade importante, formas e modalidades de financiamentos típicas de economias desenvolvidas, como capitais de risco e Seed Money, por exemplo, o que talvez haja é alguma desinformação sobre a sua existência. Para agravar

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as políticas macroeconômicas encarecem o dinheiro e restringem a participação mais ativa do Estado na resolução deste problema.

 O Estado aparece como um algoz de negócios, pois além de não os apoiar, impõe um fardo tributário e regulatório extremamente pesado aos empreendedores brasileiros. A burocracia, o excesso de procedimentos para se abrir um negocio, é um emblema desta realidade.

 As informações e os programas voltados ao empreendedorismo serão dispersos, não há integração, o que dificulta o acesso a ambos.

 O sistema educacional brasileiro desfavorece o desenvolvimento do empreendedorismo, principalmente devido a dois aspectos: a baixa qualidade da educação, principalmente nos níveis mais elementares, produz resultados negativos para a formação da força de trabalho em geral; por outro lado, os currículos escolares não provêem, de forma massiva e sistemática, a presença de conteúdos de ensino e promoção do empreendedorismo.

 A cultura brasileira é uma barreira quando privilegia a busca pelo emprego formal, a carreira em grandes e estabelecidas empresas, e não reforça a figura do empreendedor como alguém a ser admirado e imitado.

1.6 FATORES FAVORÁVEIS AO EMPREENDEDORISMO NO BRASIL14

 O Brasil tem um grande mercado, caracterizado por carências as mais diversas, e que passou por um processo positivo de abertura na última década, fatores que abrem perspectivas de negócios para quem souber perscrutar oportunidades.

 O movimento da criação de incubadoras de empresas tradicionais e de base tecnológica, impulsionando a década de 1990, é um forte desencandeador de negócios, principalmente em áreas que usam alta tecnologia.

 Há um processo de precarização do trabalho no Brasil, cujo resultado é dramática redução do número de empregos formais. A necessidade de se obter renda de algum modo faz com que as pessoas busquem alternativas de sobrevivência, ambiente fértil ao empreendedorismo.

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 O brasileiro é um povo criativo, que aprendeu a sobreviver às adversidades de um ambiente político – econômico altamente caracterizado pela instabilidade. Está assim preparado para buscar a sobrevivência fora das ocupações tradicionais e formais.

1.7 UM PROGRAMA DE EMPREENDEDORISMO PARA O BRASIL

O Brasil está sentado em cima de uma das maiores riquezas naturais do mundo ainda relativamente pouco exploradas: o potencial empreendedor dos brasileiros. Para entrar na sociedade empreendedora, os brasileiros precisam melhorar sua autoconfiança. O segundo obstáculo é uma conseqüência do primeiro e consiste na falta de confiança que existe entre os brasileiros. O brasileiro não confia no brasileiro. Mais a autoconfiança aumenta em cada um, mais aumenta a confiança dos outros.

O terceiro é a necessidade de desenvolver abordagens próprias ao Brasil, que correspondem às características profundas da cultura brasileira. Os modelos organizacionais e sociais são primeiramente culturais. Os modelos brasileiros não virão dos Estados Unidos nem da Europa, mas do Brasil. O quarto diz respeito à disciplina. Ela se torna a condição da superação dos três primeiros obstáculos. Um grande número de brasileiros é capaz disso. É uma questão de tempo e de método. O quinto se refere à necessidade de compartilhamento. Existe ainda um grande número de pessoas que pensa que tem que enriquecer a qualquer custo.

É necessário saber compartilhar. Se não dividimos, todo o mundo perde pois as diferenças de riquezas acabam por justificar o roubo e a violência nas camadas mais pobres. Os mais ricos têm um preço enorme a pagar que é a perda da segurança pessoal e da qualidade de vida que a acompanha. Percebe-se que a educação constitui o principal meio para vencer os obstáculos. Percebe-se também que é nos outros níveis do sistema educacional que o trabalho deve intensificar-se, pois geralmente os obstáculos são vencidos por pessoas que têm formação superior.

O último obstáculo é o da burocracia. As pessoas acreditam que foram os Governos que criaram esta última. Mas os Governos são compostos por pessoas que representam culturas, maneiras de se relacionar aos outros. Acredita-se que este sexto obstáculo está ligado aos cinco primeiros e, em parte, é a conseqüência deles. O Brasil deve se libertar deste obstáculo, que permanece ainda como herança européia. Quanto mais

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25

as pessoas são autoconfiantes e confiam naqueles que as cercam, menos sente-se a necessidade de burocracia e de controle que as acompanha.

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26

2 EMPRESAS EXTINTAS E EMPRESAS ATIVAS NO BRASIL

2.1 PERFIL DAS EMPRESAS EXTINTAS15

Com os resultados da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor pode-se traçar o perfil das empresas extintas, em termos de porte, ramos principais de atividades, e outros, além do perfil dos empresários especialmente os relacionados a experiência prévia no ramo de negócios.16

Segundo o número de pessoas ocupadas, as empresas extintas pesquisadas apresentam a seguinte distribuição por porte: 21% ocupavam uma pessoa; 75% de 02 a 09 pessoas; 3% de 10 a 19 pessoas e 1% acima de 20 pessoas. São, portanto, predominantemente microempresas (96% do total), sendo os ramos principais de atividades o comércio (51%), serviços (46%), e indústria com 3%. A geração média de postos de trabalho é de 3,2 pessoas.17

Os ex-proprietários são, na maioria, do sexo masculino (63%) e pertencentes a faixa etária de 30 a 49 anos. As atividades principais exercidas pelos entrevistados antes do início das atividades empresariais consistiam de: funcionários de empresas privadas (30%), trabalhador autônomo (25%), e empresários (10%), seguidas de donas de casa (8%), estudantes (7%) e funcionários públicos (7%).18

Quanto ao grau de escolaridade, a pesquisa levantou de 29% dos empresários de empresas extintas possuíam o curso superior completo, mesmo percentual apresentado pelos donos de empresas em atividade; 46% cursaram “colegial completo até superior incompleto”, igual percentual dos empresários de empresas em atividades. Os demais graus inferiores de escolaridade também não diferem de forma substantiva entre os dois grupos, indicando que essa variável não constitui base para a explicação das diferenças de mortalidade. 19

Em relação a experiência anterior, 26% do total de entrevistados declararam ter começado os negócios sem nenhum conhecimento prévio do ramo em que se iniciou ou qualquer experiência em negócios, e 19% apontaram como referência para a própria experiência “alguém na família tinha um negócio similar”. Portanto, pode-se concluir que

15 SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade das empresas no Brasil, 2006. 16 Idem.

17 Idem. 18 Idem. 19 Idem.

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27

45% dos empresários de empresas extintas não dispunham de experiência anterior direta no ramo. Essa condição não representa uma falha, pois sempre há muitos novos empresários começando pela primeira vez um negócio, mas indica a importância e a necessidade de apoio gerencial prévio à abertura de um novo empreendimento.20

Na questão relativa a tipos de assessorias e auxílios considerados mais importantes na condução dos negócios, a maior parcela das empresas extintas, 34%, indicou que se deve procurar “pessoas que conheciam o ramo”; 32% indicaram o contador, e 20% indicaram o SEBRAE.21

2.2 COMPARATIVO COM AS EMPRESAS ATIVAS22

A comparação de alguns indicadores de desempenho levantados, entre empresas extintas e em atividades, permite visualizar as seguintes diferenças entre elas conforme a tabela 1:

Tabela 1 – Principais indicadores de desempenho

Indicador Empresas Ativas Empresas Extintas

2000 2001 2002 2000 2001 2002

Capital médio

investido (R$) 53,6 mil 122,2 mil 44,5mil 25,7 mil 22,6 mil 33,2 mil Empregos médios

gerados 8,8 8,7 6,5 3,4 2,8 3,4

Faixa de faturamento Acima de R$ 120 mil (26%) Acima de R$ 120 mil (6%) Tipo de

assessoria/auxílio Não procurou (25%) Não procurou (32%)

FONTE: SEBRAE. Fatores Condicionantes da Taxa de Mortalidade das Empresas no Brasil, 2006.

Os dados obtidos indicam que as empresas extintas apresentaram menor capital médio investido em todos os três anos pesquisados, menor geração de empregos e menor faturamento anual (somente 6% faturaram acima de R$ 120 mil/ano).

Quanto a procura por assessoria, verifica-se na tabela 1 que proporção maior das empresas extintas (32%) não demandou qualquer tipo de auxílio. Segundo a mesma pesquisa, 74% da origem do capital fixo investido eram próprios, tanto para as empresas ativas quanto para as empresas extintas.

20 SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade das empresas no Brasil, 2006. 21 Idem.

(28)

28

2.3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA EXTINTA23

2.3.1 Quanto à situação na junta comercial

Entre as empresas extintas encontradas, a grande maioria (68% dos casos) afirmou não ter dado baixa dos respectivos atos constitutivos na Junta Comercial em função, principalmente, da esperança de reativar as atividades (37% das citações) e do custo elevado (25%), conforme mostra as tabelas 2 e 3:

Tabela 2 – Situação da empresa extinta na Junta Comercial (%) (Brasil – Região)

Empresas Extintas

Região Deu baixa Não deu baixa

Norte 24 76 Nordeste 25 64 Sul 36 64 Sudeste 39 61 Centro-Oeste 41 59 Brasil * 32 68

FONTE: Fatores Condicionantes da Taxa de Mortalidade das Empresas no Brasil, Sebrae 2004.

Tabela 3 – Motivos da empresa extinta não dar baixa dos atos constitutivos (%) (Brasil – Região)

Empresa extinta / Motivos

Região

Esperança de reativar a

Emp.

Custo

elevado Burocracia Desconhecimento

Falta de tempo Outros Norte 31 58 8 4 - - Nordeste 43 13 13 4 9 18 Sul 44 31 16 - - 9 Sudeste 36 14 29 7 - 14 Centro-Oeste 25 14 39 7 4 11 Brasil * 37 25 19 4 3 11

FONTE: Boletim “Fatores Condicionantes e Taxa de Mortalidade de Empresas no Brasil”, Sebrae, 2004.

(29)

29

2.3.2 Quanto ao porte e geração de oportunidade de trabalho

Segundo o critério de pessoas ocupadas, as microempresas com até 09 pessoas ocupadas representam 96% do total de empresas extintas, sendo responsáveis pela geração de 3,2 postos de trabalho, em média, conforme se observa na tabela 4.

Tabela 4 – Porte de empresa extinta, segundo o número de pessoas ocupadas (%) (Brasil) Número de Ocupações (%) 01 Pessoa 21 02 até 09 pessoas 75 10 até 19 pessoas 3 Acima de 20 pessoas 1

FONTE: Fatores Condicionantes da Taxa de Mortalidade das Empresas no Brasil, Sebrae 2004.

2.3.3 Quanto ao setor de atividade

As empresas extintas pesquisadas concentram-se nas atividades de comércio e serviços, apresentando pequenas variações de acordo com o número de pessoas ocupadas. Notadamente, as empresas com 02 até 09 pessoas ocupadas apresentam maior incidência no setor de comércio, enquanto que aquelas com 01 pessoa são na maioria prestadora de serviços, conforme se observa na tabela 5.

Tabela 5 – Distribuição das empresas extintas, por setor de atividade, segundo o número de pessoas ocupadas

(Brasil)

Número de ocupações

Setor atividade

Indústria Comércio Serviços Total

01 Pessoa 2% 46% 52% 100% Com 02 até 09 pessoas 3% 53% 44% 100% Com 10 até 19 pessoas - 50% 50% 100% Brasil * 3% 51% 46% 100%

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30

2.3.4 Quanto à atividade e experiência do ex-proprietário

Os ex-proprietários, na maioria, do sexo masculino, possuem segundo grau completo e faixa etária modal de 30 a 49 anos. Conforme as tabelas 6 e 7, aqueles com empresas com 01 pessoa ocupada eram, preponderantemente, autônomos ou ex-funcionários de empresa privada, cuja experiência ou conhecimento no ramo advinha, principalmente de familiares com negócios similares ou de outra pessoa enquanto empregado. Quase ¼ dos entrevistados (22%) declarou ter iniciado os negócios sem nenhuma experiência ou conhecimento no ramo (Tabela 7).

Os proprietários do estrato das empresas extintas com ocupações acima de 20 pessoas são ex-funcionários de empresas privadas.

Tabela 6 – Atividades exercidas pelos proprietários das empresas extintas, segundo o número de pessoas ocupadas (%)

(Brasil) Número de ocupações Func. Emp. privada

Autônomo Empresário Estudante Func. público Dona de casa Outros 01 pessoa ocupada 36 33 7 7 2 2 13 02 até 09 pessoas ocupadas 27 24 11 8 9 10 11 10 até 19 pessoas ocupadas 33 17 - - 17 - 34

Fonte: SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade das empresas no Brasil, 2006.

As empresas extintas com 02 até 09 pessoas ocupadas revelam que seus donos, além de ex-autônomo e ex-funcionários de empresas privadas, exerciam um leque mais variado de atividades, tais como: donas de casa, empresários, estudantes e funcionários públicos. Também para esse estrato de empresas, por volta de 1/3 (28% das citações) afirmou não deter nenhuma experiência ou conhecimento no ramo de atuação quando da abertura da empresa (Tabela 7).

(31)

31

Tabela 7 – Experiência anterior ou conhecimento do ramo de negócios dos proprietários da empresa extinta, segundo o número de pessoas ocupadas (%)

(Brasil) Número de ocupações Familiares com negócio similar Func. de empresa Autônomo com outra atividade Autônomo

no ramo Nenhum Outros 01 pessoa ocupada 22 20 12 12 22 10 02 até 09 pessoas ocupadas 19 19 8 12 28 13 10 até 19 pessoas ocupadas 33 17 - 17 17 17

Fonte: SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade das empresas no Brasil, 2006.

2.3.5 Quanto aos recursos investidos e sua origem

O capital médio investido pela empresa extinta em ativo fixo (máquinas equipamentos, mobiliários etc.) foi da ordem de R$ 17.782,00, representando a metade do valor encontrado para as empresas em atividade. Para capital de giro, o valor encontrado foi de R$ 8.854,00, correspondendo a 1/3 das inversões da empresa ativas para compor as necessidades de capital de giro, conforme se observa na tabela 8.

Tabela 8 – Recursos investidos na empresa extinta, segundo o número de pessoas ocupadas (R$ 1,00) - (Brasil)

Número de ocupações Investimento Fixo Capital de giro

01 pessoa ocupada 4.673 3.502

02 até 09 pessoas ocupadas 15.510 5.169

10 até 19 pessoas ocupadas 71.166 40.500

Fonte: SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade das empresas no Brasil, 2006.

2.3.6 Quanto à recuperação dos recursos aplicados

Com relação ao percentual estimado de recuperação dos recursos investidos na empresa extinta (Tabela 9), a grande maioria dos respondentes (62% das assinalações) assegurou ter recuperado até 30% do capital aplicado, ressaltando-se não haver registros sobre a recuperação ou perda total do valor investido.

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Tabela 9 – Percentual de recuperação dos recursos aplicados pelos proprietários das empresas extintas - (Brasil – Região)

Recuperação dos recursos Brasil Sudeste Sul Nordeste Norte Centro Oeste Até 10% 23% - 21% 19% 29% 31% Acima de 10% até 20% 24% 14% 10% 32% 14% 34% Acima de 20% até 30% 15% 14% 10% 17% 29% 9% Acima de 30% até 40% 11% - 14% 10% 10% 12% Acima de 40% até 50% 9% 29% 7% 15% - 3% Acima de 50% até 60% 9% 13% 21% 2% 4% 4% Acima de 60% até 70% 3% - 7% - 4% 4% Acima de 70% até 80% 3% - 7% - 10% - Acima de 80% até 90% 3% - 3% 5% - 3% Total 100% 100% 100% 100% 100% 100%

Fonte: SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade das empresas no Brasil, 2006.

2.4 COMPARATIVO ENTRE ESTRATOS DAS EMPRESAS ATIVAS E EXTINTAS

2.4.1 Quanto ao setor de atividade principal:

A atividade principal das empresas extintas no Brasil, dentre os setores da indústria, comércio, serviços e agropecuária, os resultados mostram que se concentrava em mais ou menos 50% no comércio e serviços, conforme se observa na tabela 10.

Tabela 10 – Setor de atividades das empresas Extintas (%) - (Brasil – Região)

Fonte: SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade das empresas no Brasil, 2006.

Empresas Extintas

Região Indústria Comércio Serviços Agropecuária

Norte 6 53 41 - Nordeste 3 59 38 - Sul 2 44 54 - Sudeste 4 39 57 - Centro Oeste - 51 49 - Brasil * 3 51 46 -

(33)

33

E, a atividade principal das empresas ativas no Brasil se concentra em torno também de mais ou menos 50% no comércio e serviços, conforme se observa na tabela 11.

Tabela 11 – Setor de atividades das empresas Ativas (%) - (Brasil – Região)

Fonte: SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade das empresas no Brasil, 2006.

2.4.2 Quanto ao porte

Ficou demonstrado, também que o porte das empresas ativas segundo o número de pessoas ocupadas consistem-se em aproximadamente 80% de microempresas, conforme se observa na tabela 12.

Tabela 12 – Porte das empresas Ativas, segundo o número de pessoas ocupadas (%) (Brasil – Região)

Fonte: SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade das empresas no Brasil, 2006.

No mesmo sentido, também, demonstrou-se que o porte das empresas ativas segundo o número de pessoas ocupadas consistem-se em aproximadamente 95% de microempresas, conforme se observa na tabela 13.

Empresas Ativas

Região Indústria Comércio Serviços Agropecuária

Norte 6 52 42 - Nordeste 5 68 27 - Sul 4 46 50 - Sudeste 5 59 36 - Centro Oeste 7 57 36 - Brasil * 6 57 37 - Empresas Ativas

Região Microempresa Pequena empresa Média empresa Grande empresa

Norte 82 17 1 - Nordeste 86 13 - 1 Sul 87 13 - - Sudeste 84 15 1 - Centro Oeste 80 19 1 - Brasil * 83 16 1 -

(34)

34

Tabela 13 – Porte das empresas Extintas, segundo o número de pessoas ocupadas (%) (Brasil – Região)

Fonte: SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade das empresas no Brasil, 2006.

2.4.3 Quanto à opção pelo SIMPLES Federal

Observou-se que, no que diz respeito à opção pelo SIMPLES Federal, 70% das empresas ativas são optantes, conforme se observa na tabela 14.

Tabela 14 – Situação das empresas ativas, em relação ao SIMPLES Federal (%) (Brasil – Região)

Fonte: SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade das empresas no Brasil, 2006.

Vale salientar que ficou demonstrado, no que diz respeito à opção pelo SIMPLES Federal, que das Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste 70% das empresas ativas são optantes, entretanto na Região Nordeste somente 49% e na Região Norte apenas 58% conforme se observa na tabela 15.

Empresas Extintas

Região Microempresa Pequena empresa Média empresa Grande empresa

Norte 97 3 - - Nordeste 97 3 - - Sul 94 6 - - Sudeste 100 - - - Centro Oeste 96 2 - 2 Brasil * 96 3 - 1 Empresas Ativas

Região Optante Não optante Não pode optar Não sabe

Norte 64 20 10 6 Nordeste 79 13 8 - Sul 80 6 13 1 Sudeste 75 12 7 6 Centro Oeste 75 12 10 3 Brasil * 75 12 10 3

(35)

35

Tabela 15 – Situação das empresas extintas, em relação ao SIMPLES Federal (%) (Brasil – Região)

Fonte: SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade das empresas no Brasil, 2006.

2.4.4 Quanto ao nível de investimento

As empresas ativas, quanto ao nível de investimento em todas as regiões do país foi significativamente maior no ano de 2001, conforme se constata na tabela 16.

Tabela 16 – Recursos investidos pelas empresas ativas para o funcionamento, segundo Regiões e Brasil, em valores médios Empresas Ativas

Regiões 2000 2001 2002 Invest. Fixo (R$) Cap. de Giro (R$) Invest. Fixo (R$) Cap. de Giro (R$) Invest. Fixo (R$) Cap. de Giro (R$) Sudeste 31.836,10 21.695,00 398.088,60 136.066,10 29.297,80 16.720,30 Sul 55.934,30 20.341,90 83.550,70 60.831,40 31.812,10 14.615,80 Nordeste 30.542,50 21.446,50 31.819,40 10.638,40 22.230,30 11.035,40 Norte 43.863,30 17.851,70 27.950,80 30.839,80 36.516,70 16.454,40 Centro Oeste 21.290,60 13.716,60 24.628,40 12.677,30 36.487,20 10.663,60 Brasil * 35.462,10 18.144,00 85.272,80 37.009,60 31.187,90 13.390,90 Fonte: SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade das empresas no Brasil, 2006.

Quanto ao nível de investimento em todas as regiões do país houve um decréscimo no ano de 2001 e no ano de 2002, no diz respeito as empresas extintas, conforme se constata na tabela 17.

Empresas Extintas

Região Optante Não optante Não pode optar

Norte 58 36 6 Nordeste 49 43 8 Sul 78 14 8 Sudeste 81 14 5 Centro Oeste 86 4 10 Brasil * 68 24 8

(36)

36

Tabela 17 – Recursos investidos pelas empresas extintas para o funcionamento, segundo Regiões e Brasil, em valores médios Empresas Extintas

Regiões 2000 2001 2002 Invest. Fixo (R$) Cap. de Giro (R$) Invest. Fixo (R$) Cap. de Giro (R$) Invest. Fixo (R$) Cap. de Giro (R$) Sudeste 16.833,30 6.816,70 14.333,30 7.666,70 15.500,00 11.500,00 Sul 11.187,50 4.250,00 32.020,00 3.714,30 29.750,00 6.928,60 Nordeste 15.945,00 18.891,70 8.250,00 5.200,00 7.191,70 7.154,50 Norte 8.545,50 6.126,90 9.538,50 4.336,40 8.866,70 15.200,00 Centro Oeste 24.394,10 4.470,00 12.666,70 16.820,00 45.076,90 8.730,80 Brasil * 15.838,10 9.428,80 14.764,00 7.792,50 24.166,70 9.067,50 Fonte: SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade das empresas no Brasil, 2006.

2.4.5 Quanto à origem dos recursos

Quanto à origem dos recursos em todas as regiões do país, no que concerne as empresas ativas 70% dos recursos eram próprios, 10% eram recursos advindos de fonte bancária, 4,5% de recursos provindos de parentes e amigos e 13% de recursos de outras fontes. E, as empresas extintas trabalharam nos mesmos patamares, conforme se constata na tabela 18.

Tabela 18 – Comparativo de origem do Investimento Fixo (%) (Brasil – Região)

Empresas Ativas - Investimento Fixo Empresas Extintas - Investimento Fixo Reg o P prio s B a ncá rio Amig o P a re nte s O utr o s P prio s B a ncá rio Amig o P a re nte s O utr o s Norte 69 9 7 15 70 11 8 7 Nordeste 77 8 4 11 71 7 14 9 Sul 81 7 3 9 84 15 9 5 Sudeste 69 11 5 15 93 9 7 - Centro Oeste 76 12 2 10 70 7 - - Brasil * 74 10 4 12 74 11 6 13

(37)

37

Quanto à origem do Capital de Giro em todas as regiões do país, no que concerne as empresas ativas 85% dos recursos eram próprios, 7,5% eram recursos advindos de fonte bancária, 1,5% de recursos provindos de parentes e amigos e 4,5% de recursos de outras fontes. E, as empresas extintas trabalharam com 80% dos recursos eram próprios, 7,0% eram recursos advindos de fonte bancária, nenhum recurso provindo de parentes e amigos e 10% de recursos de outras fontes, conforme se constata na tabela 19.

Tabela 19 – Comparativo da origem do Capital de Giro (%) (Brasil – Região)

Empresas Ativas – Capital de Giro Empresas Extintas – Capital de Giro

Reg o P prio s B a ncá rio Amig o P a re nte s O utr o s P prio s B a ncá rio Amig o P a re nte s O utr o s Norte 87 9 1 4 82 9 - 9 Nordeste 88 5 1 3 80 9 - 11 Sul 89 3 2 5 93 - - 7 Sudeste 87 8 1 7 58 5 - 37 Centro Oeste 93 6 1 4 77 6 - 17 Brasil * 89 6 - - 79 6 - 15

Fonte: SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade das empresas no Brasil, 2006.

2.4.6 Quanto ao faturamento bruto anual

Dentre as empresas que se predispuseram a prestar informações sobre esse item, é substancialmente maior o percentual de empresas com faturamento de até R$ 120.000,00 anuais.

A partir do critério de porte de empresa adotado pelo SIMPLES, tem-se as tabelas 20 e 21, que apresentam a distribuição das faixas de faturamento bruto anual das empresas ativas e extintas.

(38)

38

Tabela 20 – Faturamento bruto anual – Empresas Ativas (Brasil)

Porte Faturamento Bras SE SUL NE NORTE CO

Micro Até R$ 60 mil 48 45 50 55 49 41

Acima de R$ 60 mil até R$ 120 mil 25 21 22 22 21 34

Peq.

Acima de R$ 120 mil até R$ 360 mil 13 14 10 11 14 15

Acima de R$ 360 mil até R$ 600 mil 5 3 8 3 6 4

Acima de R$ 600 mil até R$ 840 mil 2 2 3 1 2 1

Acima de R$ 840 mil até R$ 1.080 mil 2 2 2 3 2 1

Acima de R$ 1.080 mil até R$ 1.200 mil 1 1 - 1 1 1

Acima de R$ 1.200 mil 2 7 2 2 4 1

Não teve faturamento 2 5 3 2 1 2

Total 100% 100% 100% 100% 100% 100%

Fonte: SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade das empresas no Brasil, 2006.

Tabela 21 – Faturamento bruto anual – Empresas Extintas (Brasil)

Porte Faturamento Bras SE SUL NE NORTE CO

Micro Até R$ 60 mil 50 43 48 56 59 43

Acima de R$ 60 mil até R$ 120 mil 12 13 10 5 15 18

Peq.

Acima de R$ 120 mil até R$ 360 mil 4 - 6 - 6 6

Acima de R$ 360 mil até R$ 600 mil - - - 2

Acima de R$ 600 mil até R$ 840 mil 1 4 - - - 2

Acima de R$ 840 mil até R$ 1.080 mil - 4 - - - -

Acima de R$ 1.080 mil até R$ 1.200 mil - - - 2 - -

Acima de R$ 1.200 mil 1 - 2 - 6 -

Não teve faturamento 12 13 20 11 6 8

Não informou 19 22 14 26 9 20

Total 100% 100% 100% 100% 100% 100%

(39)

39

2.5 PERFIL DO PROPRIETÁRIO/ADMINISTRADOR DAS EMPRESAS

“EXTINTAS E ATIVAS”24

2.5.1 Quanto ao sexo

No que diz respeito ao sexo dos proprietários das empresas ativas observou-se que 38% está o sexo feminino e 62% para o sexo masculino, E, para as empresas extintas ficaram no mesmo patamar, conforme se constata na tabela 22.

Tabela 22 – Distribuição dos entrevistados, segundo o sexo dos proprietários das empresas ativas e extintas

(Brasil)

Sexo Empresa ativa Empresa extinta

Feminino 38% 37%

Masculino 62% 63%

Total 100% 100%

Fonte: SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade das empresas no Brasil, 2006.

2.5.2 Quanto à faixa etária

Quanto à faixa etária dos proprietários das empresas ativas observou-se que 66% está entre os 30 e 49 anos. E, para as empresas extintas constata-se que 61% concentra-se na mesma faixa etária, conforme se constata na tabela 23.

Tabela 23 – Comparativo da faixa etária dos proprietários, segundo os estratos de empresas ativas e extintas (%)

(Brasil)

Sexo Empresa ativa Empresa extinta

De 18 a 24 anos 6 5

De 25 a 29 anos 14 16

De 30 a 39 anos 37 30

De 40 a 49 anos 29 31

Com 50 anos ou + 14 18

Fonte: SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade das empresas no Brasil, 2006.

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2.5.3 Quanto à escolaridade

Quanto à escolaridade dos proprietários das empresas observou-se que tanto para as empresas ativas quanto para as empresas extintas a escolaridade dos proprietários em percentuais se manteve em faixas muito próximas, conforme se constata na tabela 24.

Tabela 24 – Comparativo da escolaridade dos proprietários das empresas extintas e ativas (Brasil)

Empresas

Escolaridade Extintas Ativas

Até o primário completo 5% 3%

Primário completo até ginásio incompleto

6% 7%

Ginásio completo até colegial incompleto

12% 14%

Colegial completo até superior incompleto

46% 46%

Superior completo ou + 29% 29%

Não informou 2% 1%

Total 100% 100%

Fonte: SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade das empresas no Brasil, 2006.

Mais de 45% das empresas abrangidas pela pesquisa não completaram sete anos de funcionamento, e 20% sequer conseguiram sobreviver por um ano. O maior número de fechamentos ocorreu justamente nas menores empresas, que empregam menos.

Assim, depois de sete anos da abertura, 46,1% das empresas com até quatro pessoas ocupadas não funcionavam mais. Já na faixa de 500 empregados ou mais, a não sobrevivência no período foi de 19,9%.

A expectativa a esta altura - observa a propósito o diretor-superintendente do Sebrae/RJ, Sérgio Malta - é a da aprovação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, o que já ocorreu na Câmara dos Deputados e que se espera venha a ser votada proximamente no Senado: "Se aprovada, permitirá a desburocratização do processo e vai reduzir em até 20% os impostos. Com a Lei, 100 mil novas empresas poderão se formalizar, em um ano.25

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3 FATORES DETERMINANTES PARA A TAXA DE MORTALIDADE DAS EMPRESAS

3.1 TAXA DE MORTALIDADE DAS EMPRESAS26

O mundo atual vem assistindo ao desenvolvimento de movimentos e situações em que o ambiente no qual atuam as empresas, apresenta-se de forma cada vez mais dinâmico e turbulento, em especial no que tange aos aspectos de mercado, de tecnologias, meio ambiente, transformações políticas, econômicas, culturais e sociais. Este é o novo contexto de competição das empresas, que tentam, em primeiro lugar, buscar a sobrevivência. E sobrevivência das empresas significa cada vez mais aprender a aprender, através de atividades de captação, assimilação e utilização do aprendizado, de forma permanente.

É neste panorama que surge a oportunidade para a pequena empresa, pois, apesar de ser mais frágil, a empresa de pequeno porte conta com a vantagem de ter a capacidade de reagir mais rapidamente neste novo contexto de mudanças constantes, onde o fazer é sinônimo de aprender.

A tabela 25 apresenta as apurações para as regiões do país, mostrando taxas de mortalidade elevadas, variando de 46,7% e 62,7% segundo o ano de constituição da empresa. O Sul é a região com o maior percentual para as empresas com até 02 (dois) e 03 (três) anos de constituição e o Nordeste para as empresas com até 04 (quatro) anos.

Tabela 25 - Taxa de Mortalidade por Região e Brasil (2000-2002) (%)

FONTE: Boletim Fatores Condicionantes e Taxa de Mortalidade das Empresas no Brasil, Sebrae; 2004

Como podemos ver na tabela acima, o levantamento das taxas de mortalidade revela que: 49,4% das empresas encerraram as atividades com até 2 anos de existência; 56,4% com até 3 anos; 59,9% com até 4 anos.

26 SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade das empresas no Brasil, 2006.

Ano de constituição

Regiões

Sudeste Sul Nordeste Norte Centro

Oeste Brasil * (%) 2002 48,9 52,9 46,7 47,5 49,4 49,4 2001 56,7 60,1 53,4 51,6 54,6 56,4 2000 61,1 58,9 62,7 53,4 53,9 59,9

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Nesse ambiente, o apoio aos pequenos empreendedores ganha prioridade absoluta. Algumas experiências para reverter este quadro têm se destacado. O Sebrae, por exemplo, tem executado esse trabalho com sucesso. Sua tarefa principal é melhorar a competitividade das pequenas empresas, em todos os segmentos. Isso significa levar aos negócios de menor porte tudo aquilo que existe de mais moderno no campo da gestão mortalidade na tecnologia da informação, nos sistemas de controle e nas metodologias de qualidade total.27

3.2 IMPACTOS SÓCIO-ECONÔMICOS DA MORTALIDADE DE EMPRESAS NO PAÍS28

Em valores absolutos, aplicando-se as taxas de mortalidade apuradas em relação ao número de empresas constituídas no período (2000-2002), tem-se uma estimativa do total de empreendimentos que fecharam as portas, acarretando, por conseguinte, impactos significativos nos indicadores sócio-econômicos das regiões e do País conforme ilustra tabela 26.

Tabela 26 - Natalidade e estimativa de mortalidade de empresas, segundo as Regiões e Brasil, em números absolutos, no período de 2000-2002

Fonte: SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade das empresas no Brasil, 2006.

27 OLIVEIRA, Luciel Henrique de; OLIVEIRA, LH de. Gestão da imortalidade empresarial, 2006.

28SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade das empresas no Brasil, 2006.

Regiões 2000 2001 2002

Natalidade Mortalidade Natalidade Mortalidade Natalidade Mortalidade

Sudeste 209.646 128.094 222.480 126.146 207.132 101.288 Sul 105.331 62.040 111.853 67.224 98.734 52.230 Nordeste 85.038 53.319 87.941 46.960 79.951 37.977 Norte 23.444 12.519 23.612 12.183 19.878 9.442 Centro-Oeste 37.143 20.020 45.025 24.584 39.456 19.491 Brasil * 460.602 275.900 490.911 276.874 445.151 219.905

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