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Quantificação de amônia liberada em camas de galpões avícolas: Um estudo de caso

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Academic year: 2021

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VIICongresso Brasileiro de Biometeorologia,Ambiência,

Comportamento e Bem-Estar Animal

“Responsabilidade

Ambiental e Inovação”

VII Brazilian Congress of Biometeorology,Ambience,

Behaviour and Animal Welfare

“Environmental Responsibility and Innovation”

Quantificação de amônia liberada em camas de galpões avícolas: Um estudo de caso Juan Novaes Rezende1, Andrea Cristina Frizzas de Lima2, Cecilia Maria Costa do Amaral3 1Estudante de Medicina Veterinária no Centro Universitário Barão de Mauá, Ribeirão Preto, SP. E-mail: juanrezendegb@outlook.com 2Professora Doutora no Centro Universitário Barão de Mauá, Ribeirão Preto, SP. E-mail: andrea.lima@baraodemaua.br

3Professora Doutora no Centro Universitário Barão de Mauá, Ribeirão Preto, SP. E-mail: cecilia.amaral@baraodemau.br

Resumo: Objetivou-se com este trabalho quantificar a liberação de amônia em galpões de frangos de corte providos de sistemas de acondicionamento térmico. A coleta das amostras da cama foi realizada inteiramente ao acaso num arranjo fatorial 3 x 2 (idade das aves x local de coleta). Assim, amostras de cama foram coletadas aos 20, 34 e 40 dias de idade das aves, em dois pontos de coleta (próximo e na outra extremidade da placa evaporativa e próximo e na outra extremidade do sistema de ventilação em túnel) e em dois galpões distintos. As amostras foram levadas ao laboratório, sendo tituladas para determinação da quantidade de amônia (NH3; mg hora-1) liberada na cama. Em ambos galpões, houve aumento na produção de amônia (P < 0,05) com o avançar da idade das aves. Nos locais próximos às placas evaporativas, houve maior produção de amônia, a exceção das amostras coletadas aos 34 dias do ciclo de criação. O potencial para emissão de amônia em camas de galpões convencionais e climatizados de frango aumentou com o avançar da idade das aves.

Palavras-Chave: ambiência, bem-estar animal, gases tóxicos.

Os autores deste trabalho são os únicos responsáveis por seu conteúdo e são os detentores dos direitos autorais e de reprodução. Este trabalho não reflete necessariamente o posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Biometeorologia (SBBiomet).

The authors of this paper are solely responsible for its content and are the owners of its copyright. This paper does not necessarily reflect the official position of the Brazilian Society of Biometeorology (SBBiomet).

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Introdução

Uma das preocupações recorrentes na produção avícola é o bem estar das aves. A concepção de conforto em instalações para animais envolve todos os aspectos físicos, químicos, biológicos e sociais do ambiente. As instalações devem propiciar, além da boa relação custo-beneficio, durabilidade e permitir maior controle das variáveis ambientais.

O acúmulo de amônia no interior de galpões de frangos de corte é um dos principais problemas que afetam a qualidade do ar, cuja liberação em grandes concentrações, pode influenciar negativamente tanto o ambiente criatório como as comunidades urbanas próximas a eles (Medeiros, 2008).

A amônia é um gás incolor e irritante às mucosas, sendo formado a partir da decomposição microbiana do ácido úrico eliminado pelas aves. Quando a quantidade de amônia inalada é superior a 60 ppm, a ave fica predisposta a doenças respiratórias, aumentando os riscos de infecções secundárias às vacinações. Apesar de todo seu potencial genético, os frangos não são capazes de apresentar um bom desempenho em determinados ambientes. Hernandes (1997) relatou que o excesso de umidade acima de 35% ou a falta de umidade abaixo de 20%, induz a diminuição no potencial de liberação de amônia, pois prejudicam o desenvolvimento de microrganismos decompositores de compostos nitrogenados, que durante a fermentação da cama fazem com que ocorra consequentemente, perda de nitrogênio por volatilização da amônia, aumentando sua concentração no ambiente

.

Assim, objetivou-se com esse estudo quantificar a produção de amônia em camas de galpões avícolas, coletadas aos 20, 34 e 40 dias do ciclo de criação, em locais próximo e distante dos placas de resfriamento evaporativo e ventilação tipo túnel acoplado a nebulização.

Materiais e Métodos

A coleta da cama foi realizada em uma propriedade no município de Pitangueiras, SP, onde foram utilizados dois galpões de 150 x 14 metros cada, contendo 27.000 aves (densidade de aproximadamente 13 aves/m2) da linhagem Cobb não sexadas, de um dia de idade, vacinadas contra Marek no incubatório. Ração

e água foram fornecidos à vontade.

Quanto ao sistema de acondicionamento térmico dos galpões utilizados foram coletadas amostras num primeiro galpão de sistema de resfriamento adiabático evaporativo (através de placas evaporativas) e outro galpão com sistema de ventilação tipo túnel acoplado à nebulização.

A cama dos frangos utilizada no experimento era composta de casca de amendoim (primeiro uso). Em ambos os galpões, três amostras foram coletadas em dois pontos (próximo e distante à placa evaporativa e também no sistema de ventilação tipo túnel), evitando-se tomar amostras ao redor dos comedouros e bebedouros.

As três amostras foram misturadas e homogeneizadas ser submetida à dosagem de amônia. Em frascos de 500 cm3 foram colocadas 70 gramas de cama juntamente com um béquer contendo 10 mL de ácido

bórico 2% (m/v) para fixar a amônia volatilizada pela cama aviária (Figura 3).

Após 22 horas a 21ºC essa solução foi retirada e titulada com o ácido sulfúrico 0,05 N, usando-se como indicador uma mistura de verde de bromocresol e alaranjado de metila (Hernandes e Cazetta, 2001; Figura 4). Os dados referente à produção amônia foram submetidos à análise de variância, tendo como efeitos fixos do modelo os períodos e locais de coleta, com 2 repetições por tratamento. As médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% (Banzatto e Kronka, 1992).

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Figura 2. Galpão convencional com ventilação tipo túnel Determinação da amônia liberada pela cama dos frangos

Em frascos de 500 cm3 foram colocadas 70 gramas de cama juntamente com um béquer contendo 10

mL de ácido bórico 2% (m/v) para fixar a amônia volatilizada pela cama aviária (Figura 3). Após 22 horas a 21ºC essa solução foi retirada e titulada com o ácido sulfúrico 0,05 N, usando-se como indicador uma mistura de verde de bromocresol e alaranjado de metila (Hernandes e Cazetta, 2001) como mostra a Figura 4.

Figura 3. Frascos de 500 cm3 com 70 gramas de cama e um béquer com 10 mL de ácido bórico 2%

(m/v).

Figura 4. Titulação da solução com ácido sulfúrico.

A análise estatística dos resultados foi realizada de acordo com o delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 3 x 2, cujos fatores foram: idade das aves em que as camas foram coletadas (20, 34 e 40 dias) e local de coleta (início próximo à placa evaporativa e dos ventiladores e final próximo aos

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exaustores) com 2 repetições por tratamento, nos dois galpões. As médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (Banzatto e Kronka, 1992).

Resultados e Discussão

Em ambos os galpões, houve interação significativa das variáveis, sendo os valores dos desdobramentos das médias, apresentados nas tabelas 1 e 2. Na instalação climatizada, nas amostras coletadas próximas ao sistema de resfriamento observou-se uma maior produção de amônia aos 34 e 40 dias, quando comparada aos 20 dias, já na porção final do galpão, a produção aos 20 dias foi maior que aos 34 que reduziu, voltando a aumentar aos 40 dias. Em contrapartida, nos pontos próximos aos ventiladores e nebulização (Tabela 2), a produção de amônia aumentou conforme o avanço da idade das aves e foi maior na porção final do galpão, exceção aos 34 dias. Hernandes (1997) também encontrou relação semelhante, atribuindo este resultado a maior produção de excretas das aves e consequente aumento de umidade.

Tabela 1 – Quantidade de amônia liberada pela cama aviária em miligramas de NH3/100g/hora em galpão climatizado.

IDADE INICIO FINAL 20 dias 0,1822bB 0,3367aB 34 dias 0,5851aA 0,1408bC 40 dias 0,6872bA 1,2640aA

Médias seguidas da mesma letra minúscula na linha e maiúsculas na coluna, não diferem pelo Teste de Tukey (p>0,05).

Tabela 2 – Quantidade de amônia liberada pela cama aviária em miligramas de NH3/100g/hora em galpão de ventilação tipo túnel.

IDADE INICIO FINAL 20 dias 0,1849bB 0,3422aB 34 dias 0,4388aA 0,3450bB 40 dias 0,5602bA 1,1867aA

Médias seguidas da mesma letra minúscula na linha e maiúsculas na coluna, não diferem pelo Teste de Tukey (p>0,05).

Smacchia, Faienza e Pidello (1984) demonstraram que as perdas totais de ureia e amônia originadas da cama aviária incubada a 40°C, por 65 dias, foram maiores nas camas dos frangos mais velhos do que nas camas dos frangos jovens.

Conclusões

Os resultados obtidos mostraram que houve aumento significativo na produção de amônia tanto no que diz respeito ao avanço da idade das aves quanto ao ponto de coleta das amostras no interior dos dois tipos de galpões. Dessa forma é necessário mais pesquisas envolvendo parâmetros adicionais para melhor caracterizar o ambiente adequado para criação de frangos de corte.

Agradecimentos

Agradecemos a propriedade, no município de Pitangueiras onde foram realizadas as coletas do trabalho, ao Senhor Carlos César responsável pela criação e ao técnico Adriano que nos deram todo suporte para a realização deste trabalho.

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Referências

Banzatto DA, Kronka, SN (1992) Experimentação agrícola. FUNEP, Jaboticabal.

Hernandes R (1997) Estudo de frações nitrogenadas, glicídicas e de amônia liberada pela cama aviária submetida a diferentes densidades populacionais. Trabalho de Graduação, Universidade Estadual Paulista. Hernandes R, Cazetta JO (2001) Método simples e acessível para determinar amônia liberada pela cama aviária. Rev Bras Zootec 3:824-829. doi: 10.1590/S1516-35982001000300030

Medeiros R, Santos BJM, Freitas M et al (2008) A adição de diferentes produtos químicos e o efeito da umidade na volatilização de amônia em cama de frango. Cienc Rur 8:2321-2326.doi: 10.1590/S0103-84782008000800035

Smacchi, A, Faienza H, Pidello A (1984) Contribution to the agronomic evaluation of poultry wastes.1. Stability of the nitrogen content. Rev Argent Produc Anim 8:781-788.

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