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JAÉDINA RICARTE DA SILVA

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Academic year: 2021

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(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

CAMPUS DE PATOS

JAÉDINA RICARTE DA SILVA

ETNOBOTÂNICA DE PLANTAS MEDICINAIS E ANÁLISE FITOQUÍMICA

DE

Gossypium hirsutum

L. UTILIZADA PELOS MORADORES DA

COMUNIDADE SAQUINHO, MUNICÍPIO DE ITAPORANGA, PARAÍBA

PATOS – PB

2016

(2)

JAÉDINA RICARTE DA SILVA

ETNOBOTÂNICA DE PLANTAS MEDICINAIS E ANÁLISE FITOQUÍMICA

DE

Gossypium hirsutum

L. UTILIZADA PELOS MORADORES DA

COMUNIDADE SAQUINHO, MUNICÍPIO DE ITAPORANGA, PARAÍBA

Orientadora: Prof

a

Dr

a

Maria das Graças Veloso Marinho

PATOS – PB

2016

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Centro de Saúde e Tecnologia Rural da Universidade Federal de Campina Grande, como requisito para obtenção do título de Licenciado em Ciências Biológicas.

(3)

JAÉDINA RICARTE DA SILVA

Etnobotânica

de

plantas

medicinais

e

análise

fitoquímica de Gossypium hirsutum L. utilizada pelos

moradores da comunidade Saquinho, município de

Itaporanga, Paraíba

Aprovado em: 13/10/ 2016.

PATOS – PB

2016

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Centro de Saúde e Tecnologia Rural da Universidade Federal de Campina Grande, como requisito para obtenção do título de Licenciado em Ciências Biológicas.

(4)

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSTR DA UFCG

S586e Silva, Jaédina Ricarte da

Etnobotânica de plantas medicinais e análise fitoquímica de Gossypium

hirsutum L. utilizada pelos moradores da comunidade Saquinho, município

de Itaporanga, Paraíba / Jaédina Ricarte da Silva. – Patos, 2016. 27f.: il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso (Ciências Biológicas) – Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, 2016. "Orientação: Profa. Dra. Maria das Graças Veloso Marinho”.

Referências.

1. Sertão paraibano. 2. Conhecimentos tradicionais. 3. Screnning fitoquímico. I. Título.

(5)

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, porque sem a presença dele em minha vida, nada seria

realizado.

A minha família que me deu a maior força e apoio desde o meu primeiro dia de aula, a

quem dedico todo o meu esforço ao longo desses anos.

Aos amigos que conheci durante o curso, como qual tive a convivência e muitas

experiências novas, a qual pude aprender muito com eles.

À minha orientadora, Profª. Drª. Maria das Graças Veloso Marinho, que não foi só uma

professora, mas como uma amiga a qual tive a total liberdade de me expressar, além de

ser uma mulher lindíssima pelo seu carisma.

Ao profº.Dr. Abrahão Alves de Oliveira Filho do laboratório de Bioquímica CSTR, que

no momento que mais precisei me ajudou da melhor forma possível, disponibilizando

todo o seu tempo, e dando a maior força a todo momento.

Ao profº. Dr. Edvaldo Silva, disponibilizou todo o seu tempo para que eu pudesse

esclarecer as diversas dúvidas durante o trabalho de conclusão de curso.

À Profª Drª. Maria de Fátima Araújo Lucena e alguns amigos que fazem parte do

Herbário do CSTR da UFCG, que me ajudaram a esclarecer dúvidas a respeito da

identificação das plantas.

A todos os professores que tive ao longo do curso, a qual me fizeram crescer e

amadurecer profissionalmente.

A minha colega de classe Juliana Soares, por ter sido minha companheira a todo

momento, onde a gente pode dividir todas as dúvidas e esclarecimentos ao longo do

trabalho, e que sempre esteve a disposição para me ajudar.

À Comunidade Saquinho, pela confiança e pelo espaço da realização da pesquisa.

Enfim, a todos que conheci e que ajudaram, contribuindo, diretamente ou

indiretamente, durante a trajetória deste trabalho, muito OBRIGADA!

(6)

ARTIGO

A ser submetido a Revista Scientia Plena

ETNOBOTÂNICA DE PLANTAS MEDICINAIS E ANÁLISE FITOQUÍMICA

DE

Gossypium hirsutum

L. UTILIZADA PELOS MORADORES DA

COMUNIDADE SAQUINHO, MUNICÍPIO DE ITAPORANGA, PARAÍBA

(7)

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO...6

2. MATERIAL E METODOS...6

2.1 Área de estudo...6

2.2 Tipo de Estudo... 7

2.3 Coleta dos dados...7

2.4 Análise dos dados... 8

2.5 Obtenções dos extratos etanólicos e análises fitoquímicas... 8

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO...9

4. CONCLUSÃO... 19

5. AGRADECIMENTOS...19

6. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA... 19

(8)

Etnobotânica de plantas medicinais e análise fitoquímica de

Gossypium hirsutum L. utilizada pelos moradores da

comunidade Saquinho, município de Itaporanga, Paraíba

Ethnobotany of medicinal plants with phytochemical analysis of the Gossypium

hirsutum L. used by community residents Saquinho, municipality of Itaporanga,

Paraíba

J. R. Silva

1*

; M. G. V. Marinho

Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas/ Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, CEP 58708-110, Patos-PB, Brasil

*jaedinaricartedasilva@hotmail.com (Recebido em dia de mes de ano; aceito em dia de mes de ano)

O objetivo deste trabalho foi realizar o levantamento etnobotânico das espécies vegetais utilizadas pela Comunidade Saquinho, Itaporanga, Paraíba, bem como realizar o estudo fitoquímico da espécie

Gossypium hirsutum L. da família Malvaceae Os dados etnobotânicos foram obtidos por meio de

entrevistas semiestruturadas e questionários no período de janeiro a fevereiro de 2016, com 60 informantes, na faixa etária de 20 a mais 60 anos, de ambos os sexos, no qual 51,7%, dos informantes são do sexo feminino, e 48,3% do sexo masculino. Nas preparações dos remédios caseiros, verificou-se que as folhas (73,3%) são as mais utilizadas. E entre as formas de preparo, o chá foi o mais indicado (78,4%). As amostras coletadas do material botânico foram obtidas através de indicação dos informantes. Os táxons das espécies foram identificados por meio de bibliografia especializada e por comparações com material do acervo do Herbário do Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR UFCG). Foram catalogadas 57 espécies e 32 famílias, sendo Fabaceae a família mais representativa (nove espécies) e a familia Lamiaceae com o número maior de citações por espécie. Foi realizado screening fitoquímico com o extrato etanólico da espécie, Gossypium hirsutum L. (folhas), onde foram encontradas a presença de flavonoides e tanino. Os resultados comprovam que as espécies de plantas medicinais da Caatinga têm suas particularidades relevantes para a comunidade estudada, traduzindo de maneira sucinta, seu potencial para a indústria farmacêutica.

Palavras-chave: Sertão paraibano, conhecimentos tradicionais, screnning fitoquímico.

The aim of this work was to carry out Ethnobotanical survey of plant species used by the community sachet, Itaporanga, Paraíba, as well as perform the phytochemical study of the species Gossypium

hirsutum L. of the family Malvaceae. The Ethnobotanical data were collected through semi-structured

interviews and questionnaires in the period January to February 2016, with 60 key informants, ranging in age from 20 to more 60 years, of both sexes, in which 51.7% of the informants are female and 48.3% male. In preparations of home remedies, it was found that the leaves (73.3%) are the most used. And between the staging forms, the tea was the most nominated (78.4%). The collected samples of botanical material were obtained through indication of informants. The taxa of the species were identified through specialized bibliography and by comparisons with material from the collection of the Herbarium of the Health Center and Rural Technology (CSTR UFCG). Were catalogued 57 species and 32 families, being the most representative family Fabaceae (nine species) and the family Lamiaceae with the highest number of citations per species. Phytochemical screening was carried out with the ethanolic extract of the species

Gossypium hirsutum L. (leaves), where were found the presence of flavonoids and tanoides. The results

show that the species of medicinal plants the Caatinga has its peculiarities that are relevant to the community studied, translated in a manner succinct, its potential for the pharmaceutical industry.

(9)

1. INTRODUÇÃO

A diversidade biológica e o patrimônio cultural só podem ser protegidos se existir o reconhecimento da importância das relações entre o homem e a natureza fazendo com que a ciência trabalhe junto [1]

Desde a antiguidade, o homem com sua cultura sempre utilizou os recursos naturais em sua localidade. Por meio de observações e experimentações constantes ele pode perceber os benefícios que aquelas plantas poderiam trazer em relação a sua saúde. Estes próprios conhecimentos etnobotânicos e etnofarmacológicos adquiridos ao longo do tempo podem ter sido repassados de geração a geração [2].

Ao se conhecer a comunidade podemos então entender da melhor forma como o conhecimento da etnobotânica é construída e compreender melhor de que forma é feita a transmissão deste conhecimento, que se estende através das trocas de informações entre as próprias famílias que residem nas comunidades [3].

Deste modo a melhor maneira de se adquirir os conhecimentos é o contato direto com as populações que utilizam esta forma natural de cura, procurando uma aproximação intima e a convivência que permitam conquistar a confiança das mesmas, desta forma há um avanço cognitivo quando se trata da relação entre a própria natureza e o homem [4].

Apesar da etnobotânica não identificar substâncias presentes nas plantas como em outras áreas, ela em si mostra o potencial destas plantas e suas indicações para determinadas enfermidades, como também as particularidades de preparo [5].

De acordo com Brasil (2009) [6], a fitoterapia é um método de tratamento caracterizado pela utilização de plantas medicinais em suas diferentes etapas de preparo sem que haja a utilização de elementos ativos isolados, ainda que de origem vegetal, sob indicação de um profissional habilitado nesse tipo de estudo.

Com a gama diversidade de plantas medicinais encontradas hoje, o homem amplia as diversas formas de utilização para diversas finalidades, e muitas vezes estas são as únicas formas que ele encontra como forma de sobrevivência para fins terapêuticos [7].

O Brasil é conhecido por apresentar uma grande riqueza biológica, e esta riqueza é ainda mais importante porque está totalmente relacionada á sociodiversidade que envolve a cultura populacional. Desta forma, é preciso sempre promover o resgate, o reconhecimento e a valorização das práticas tradicionais utilizadas pela população com o uso de plantas medicinais e remédios caseiros, sendo estes elementos importantes para a promoção da saúde, conforme preconiza a Organização Mundial da Saúde a OMS [6].

De acordo com Costa (2013) [8] a região da Caatinga é também um dos grandes interesses de estudo da etnobotanica, tendo como base a análise de informações da população, desta forma então podendo traçar melhor os perfis de cada comunidade. Segundo Albuquerque e Andrade (2001) [9], as florestas secas como a Caatinga são os ecossistemas menos estudados do Brasil.

Desta maneira estudos que estão relacionados com a medicina populacional têm merecido cada vez mais atenção devido a importantes informações que são fornecidas a ciências modernas. É notável que a cada dia que passa o número de pessoas interessados no conhecimento de plantas medicinais e seus fins terapêuticos cresce a cada dia com base em interesses principalmente em doenças que ainda são pouco entendidas pela ciência contemporânea como câncer, viroses, doenças transmissíveis entre outras [10].

Portanto, o objetivo deste trabalho foi realizar levantamento etnobotânico das espécies vegetais utilizadas pela população da comunidade Saquinho, bem como realizar o estudo fitoquímico de Gossypium hirsutum L., ampliando o estudo dos princípios ativos presentes nesta planta e evidenciando esse conhecimento no contexto sócio-cultural e ambiental.

2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1 Área de estudo

(10)

A cidade de Itaporanga está situada na mesorregião do sertão paraibano, e microrregião do Vale do Piancó, no semiárido do estado da Paraíba, Nordeste do Brasil, limitando-se ao norte com os municípios de Aguiar e Igaracy, ao sul com Diamante, Boa Ventura e Pedra Branca, ao leste com Piancó e Santana dos Garrotes e a oeste com São José do Caiana.

Figura 1-Localização do município de Itaporanga, Paraíba, Brasil.

A população está estimada ao ano de 2014 com 24.317 habitantes e uma área territorial de 468, 060km2, com densidade demográfica de 49,55 hab/ km² [11].

O clima da região, de acordo com a classificação de Köeppen, é do tipo Bsh ', quente e seco com chuvas de verão e de outono, precipitação média anual de 806 mm, concentrada nos meses de janeiro a abril; temperatura média anual em geral superior a 24 °C e a umidade relativa do ar da ordem de 74%, em relação ao solo, A vegetação é do tipo caatinga hiperxerófila.

A comunidade de estudo Saquinho (rural), fica a 5 km do município de Itaporanga- PB, com solos pedregosos é uma região de topografia ondulada e com presença de serra nas proximidades. Existe uma escola de ensino fundamental I, igreja, comércio e um campo de futebol.

2.2 Tipo de Estudo

A pesquisa foi do tipo exploratório descritivo, com abordagem quantitativa e qualitativa com base a realizar um levantamento de plantas medicinais juntamente com estudo fitoquímico da planta Gossypium hirsutum L.

2.3 Coleta dos dados

Os dados etnobotânicos foram obtidos durante o período de Janeiro á Fevereiro de 2016

através de visitas semanais às comunidades. O instrumento de coleta adotado foi o de entrevistas semiestruturadas, constituídas de questões socioculturais e ambientais que foram

(11)

direcionadas a um “chefe familiar” de cada domicílio visitado. Todos que participaram da entrevista assinaram um termo de consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

O trabalho foi submetido pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos (CEP) do Hospital Universitário Alcides Carneiro, Universidade Federal de Campina Grande, de acordo com CAAE: 59829616.1.0000.5182.

O material botânico foi obtido através de indicação dos moradores e os procedimentos de coleta, prensagem e herborização das amostras seguem a metodologia proposta por Judd et al. (2009) [12]. As identificações dos táxons foram realizadas a partir da literatura específica e por comparação com material já identificado no acervo do Herbário do Centro de Saúde e Tecnologia Rural da Universidade Federal de Campina Grande, onde a coleção resultante desta pesquisa encontra-se depositada

2.4 Análise dos dados

Os dados quantitativos foram analisados e dispostos por número de citações e expressos em porcentagem e de frequência relativa pelo software Microsoft Excel® e dispostos na forma de gráficos e tabelas A organização da lista florística segue o sistema de classificação Angiosperm

Phylogeny Group-APG III [13] e a nomenclatura e grafia dos táxons foram consultadas no

banco de dados do Trópicos [14].

2.5 Obtenções dos extratos etanólicos e análises fitoquímicas. 2.5.1 Material vegetal

A espécie G. hirsutum L. foi escolhida por haver poucas informações na literatura, em ensaios

etnofarmacológicos principalmente aqui no Nordeste. A coleta das folhas foi realizada no mês de Julho de 2016, período de estresse hídrico. Em seguida, a amostra foi identificada a nível de espécie, com base em bibliografia especializada, a qual se encontra depositada no herbário CSTR sob o registro: CSTR Nº 6456. As análises fitoquímica foi realizada no Laboratório de Bioquímica– CSTR – Campus de Patos – Paraíba.

2.5.2 Processamento do material vegetal

Após coletado e identificado, o material vegetal foi lavado em água corrente evitando assim a contaminação de impurezas e em seguida picotados. Cerca de 200g do material vegetal picotado foi desidratado em estufa com ar circulante, à temperatura de 40°C durante 72 horas. Após secagem, foram submetidos a um processo de pulverização em moinho mecânico, obtendo-se o pó do determinado componente da planta.

2.5.3 Obtenção do extrato etanólico bruto

O material vegetal coletado foi submetido à maceração com etanol 70 % em funil adaptado para percolação durante 72 horas. Esse processo de maceração foi repetido três vezes, por períodos de 24 horas, obtendo-se assim extrato etanólico. Após a extração, as soluções extrativas foram concentradas em evaporador rotativo, sob pressão reduzida, a uma temperatura de 40°C obtendo-se o extrato etanólico bruto (EEB).

2.5.4 Screening fitoquímico

Os testes de identificação dos principais metabólitos secundários foram realizados por reações

de reconhecimento. Para a análise de flavonoide foi usado 5 ml do extrato, em seguida transferido para tubos de ensaio. Logo após adicionou em cada tubo 200 mg de limalha de magnésio e 1ml de ácido clorídrico fumegante (pelas paredes do tubo). O desenvolvimento das respectivas colorações laranja, violaceae e vermelha comprovara a presença de flavonas, flavanonas e flavonóis no extrato analisado. Para a análise de saponinas foi utilizado três tubos

(12)

de ensaio com heterosideos antocianicos onde então foram agitados energeticamente por cinco minutos. Em seguida foram deixados em repouso por trinta minutos. A existência de espuma persistente, maior ou igual a 1 cm comprovara a presença de herosideos saponicos no extrato analisado. Para a análise de taninos, foi adicionado 5 gotas de solução aquosa de cloreto férrico a 1% no extrato (5ml). O aparecimento de colorações verde azulada, cinza, marrom ou formação de precipitado indicara a presença de taninos no extrato analisado. Para a análise de triterpenos e esteroides, foi adicionado 3 ml de clorofórmio a 7 ml de cada um dos 3 tubos. Em seguida foram adicionados 2 ml de anídrico acético sob agitação e, pelas paredes do tubo de ensaio, adicionou-se 1 ml de ácido sulfúrico concentrado. A reação positiva é identificada pelo aparecimento de coloração azul evanescente seguida de verde persistente. Para a análise de alcaloides adicionou-se 1 ml do reativo de Bouchardat a 10 ml de uma solução do extrato e ácido clorídrico 5% em uma proporção de 1:1. A reação positiva é verificada pela formação de precipitados.

3.RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Perfil sociocultural dos informantes

Diante dos 60 entrevistados na comunidade Saquinho verificou-se que 51,7%, dos informantes estão representados pelo gênero feminino, e 48,3% representados pelo gênero masculino.

Resultados semelhantes encontramos no trabalho Marinho et al. (2011) [15] em que as mulheres sempre trazem mais conhecimento do que os homens, pelo fato das mesmas sempre terem um maior cuidado familiar, e por estarem mais presentes em suas residências, enquanto os homens estão fazendo alguma atividade fora e, portanto, não tendo um conhecimento amplo em relação ao cuidado familiar com utilização de medicamentos caseiros.

Segundo Vasquez (2014) [16] as mulheres entrevistadas relembram mais facilmente quais são as plantas medicinais cultivadas, e até mesmo se sentem mais a vontade em falar sobre o assunto.

A idade dos entrevistados variou de 20 a mais de 60 anos entre homens e mulheres. A faixa etária mais frequente foi entre 20 a 30 anos com 25% e de 51 a 60 anos (25%), de 31 a 40 anos (18,3%), de 41 a 40 anos (18,7%), a mais de 60 anos respectivamente com 13% (Figura 2).

Figura 2: Distribuição da faixa etária dos informantes

O trabalho realizado na comunidade de Moura em Bananeiras na Paraíba, a faixa etária da idade dos informantes obteve um resultado parecido, com 50% dos entrevistados acima de 40 anos. [17] 25 18,3 18,7 25 13 0 5 10 15 20 25 30

20 a 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos 51 a 60 anos < 60 anos

P o rce n tag em ( %) Faixa etária

(13)

Em relação ao tempo de residência na comunidade Saquinho notou-se que a população entre 30 a 50 anos residem no local por mais tempo com 31,7%, logo em seguida 28,3% com mais de 50 anos de residência, 26,7% entre 10 a 30 anos de residência e por fim 13,3% da população entre 2 a 10 anos de residência (Figura 3).

Figura 3: Distribuição dos informantes por tempo de residência na comunidade Saquinho Na maioria das vezes os informantes de idade mais avançada, que já habitam por muito tempo na Caatinga, desenvolveram a capacidade de observar os aspectos morfológicos de uso medicinal e cultural das plantas e com isso acabaram tornando-se bons conhecedores da mata [15].

Quanto aos níveis de instruções dos informantes, na comunidade Saquinho foram observados: (86,7%), sabem ler e escrever, (6,7%) sabem ler e escrever pouco, (3,9%) sabem apenas assinar o nome e (2,7%) não sabe ler nem escrever (Figura 4).

Figura 4: Representação percentual do nível de instrução dos informantes da Comunidade Saquinho Diferentemente do que foi observado por Marinho et al. (2011) [15], durante um levantamento etnobotânico de plantas medicinais em área da caatinga no município de São José de Espinharas, PB, onde 65% dos entrevistados relataram não ser alfabetizados e 5% sabem apenas assinar o nome, enquanto 30% sabem ler e escrever pouco.

Os estudos etnobotânicos em diferentes comunidades, o tempo de moradia, a faixa etária e o nível de instrução dos entrevistados, são importantes na determinação do nível de precisão sobre o conhecimento cultural, que normalmente sempre há uma variação entre os gêneros [18]. O tempo de utilização das plantas medicinais, 28,3% usam entre 10 a 20 anos, 33,3% entre 21 a 30 anos, 13,8% usam entre 31 a 40, 19,6% entre 41 a 50 anos, 3,3% usam entre 51 a 60 anos e 1,7% usam as plantas a mais de 60 anos (Figura 5).

13,3 26,7 31,7 28,3 0 5 10 15 20 25 30 35

2 a10 anos 10 a 30 anos 30 a 50 <50 anos

P o rce n tag em ( %) Tempo de residência 86,7 6,7 3,9 2,7 0 20 40 60 80 100 Sabe ler e escrever Sabe ler e escrever pouco Sabe apenas assinar o nome

Não sabe ler nem escrever P o rce n tag em ( %) Nivel de instrução

(14)

Figura 5: Tempo de uso de plantas medicinais informado pelos moradores da comunidade Saquinho. A fonte de conhecimento das plantas medicinais na comunidade Saquinho é herdada dos próprios familiares destacando os pais com 68,3% dos entrevistados e em seguida os avós com 20% e por último os livros com 11,7%.

A maioria dos entrevistados em um trabalho feito na comunidade do Sítio Nazaré, município de Milagres, Ceará afirmou que grande parte do conhecimento adquirido sobre o uso das plantas medicinais foram através dos pais (74%) [19].

O fato de os pais terem maior proximidade com os filhos faz com que há uma maior troca de informações, o interesse de repassar o conhecimento adquiridos por longos anos de experiência fazem bem à saúde para as gerações seguintes [19].

As partes da planta (raízes, cascas do caule, folhas, flores, frutos e sementes) usadas no preparo dos medicamentos caseiros citadas pelos moradores foram ás folhas com 73,3% dos informantes, em seguida as cascas com 21,7%, raízes 3,3%, e as sementes representaram apenas 1,7% da amostra e não foi mencionado o uso dos frutos nem flores pela comunidade Saquinho, conforme podem observar (Figura 6).

Figura 6: Partes da planta utilizadas pelos moradores da comunidade Saquinho.

Em um trabalho realizado na comunidade do município de Picuí, Paraíba verificou-se que a folha é a parte vegetal mais usada na fabricação dos remédios, seguida das cascas do caule [20]. Em relação á forma de uso das plantas medicinais o chá com (78,4%) foi a forma mais usada pelos moradores da comunidade Saquinho, seguido do lambedor (13,3%), e então o xarope sendo menos citado com apenas (8,3%).

28,3 33,3 13,8 19,6 3,3 1,7 0 5 10 15 20 25 30 35 10 a 20 anos 21 a 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos 51 a 60 anos <60 anos P o rce n tag em ( %)

Tempo de uso das plantas

73,3 21,7 3,3 1,7 0 10 20 30 40 50 60 70 80

Folha Casca Raiz Semente

P o rce n tag em ( %) Partes da planta

(15)

O levantamento etnobotânico realizado por Santos (2011) [21], no município de Catingueira na Paraíba, evidencia que 75% dos entrevistados usam o chá e 21%, o lambedor como formas de preparo dos remédios na comunidade.

Ao longo dos séculos, as diferentes formas de utilização de plantas tem sido a grande base de terapia para diferentes enfermidades [22].

Na maioria dos estudos sempre é mais comum o uso de chás, no entanto, na maioria das vezes, a população utiliza os chás não tanto como forma de remédios, mas sim como uma forma de alimento. Provavelmente, o uso de chás na comunidade pode ser um indício de que o conhecimento etnobotânico desta região está sendo influenciado por fatores externos [20]. Segundo Mosca e Loiola (2009) [23], relatam que mesmo com a expansão de produção de medicamentos industriais na região do Nordeste, grande parte da população ainda opta pela escolha de plantas medicinais.

3.2 Espécies vegetais citadas pelos moradores

Tabela 1: Plantas medicinais citadas pelos entrevistados. FA – Frequência Absoluta; FR – Frequência Relativa.

(16)

Popular Utilizada (%) Adoxaceae

Sambucus australis Cham. & Schltdl Sabugo Flor Chá Infecções do trato urinário 10 1,1

Amaranthaceae

Alternanthera brasiliana (L.) Kuntz Penicilina Folha Chá Infecção 8 0,88

Chenopodium ambrosioides L. Mastruz Folha Lambedor Cicatrizante 28 3,07

Amaranthus viridis L. Bredo Folha Chá Cicatrizante 3 0,33

Amaryllidaceae

Allium pekinense Alho Fruto Maceração Gripe/ Tosse 33 3,62

Anacardiaceae

Anacardium occidentale L. Cajueiro Casca Chá/lambedor Inflamação/gripe 5 0,55

Spondias purpurea L. Siriguela Folhas Chá Dor de barriga 19 2,08

Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira Casca Chá/lambedor Inflamação 16 1,75

Apiaceae

Anethum graveolens L. Endro Semente Chá Cólica 16 1,75

Coriandrum sativum L. Coentro Semente Chá Calmante/Problemas

intestinais/Dor 4 0,44

Foeniculum vulgare Mill. Erva doce Semente Chá Calmante 20 2,19

Arecaceae

Syagrus cearensis Noblick Coco Catolé Raiz Decocção Gripe 18 1,97

Asphodelaceae

Aloe vera (L.) Burm f. Babosa Folha Trituração Inflamação 7 0,77

Asteraceae

Artenisa vulgaris L. Anador Folha Chá Dor 6 0,66

Calendula officinalis L. Camomila Flor Chá Calmante 33 3,62

Egletes viscosa (L.) Less. Macela Semente Chá Problemas

gastro-intestinais/Parasitas 39 4,28

Boraginaceae s.l.

Heliotropium indicum L. Fedegoso Raíz/flor Lambedor/decocção Gripe/tosse 4 0,44

Caricaceae

(17)

Chrysobalanaceae

Licania rigida Benth. Oiticica Folha Chá Inflamação 15 1,64

Combretaceae

Combretum leprosum Marte. Mofumbo Raiz Lambedor Tosse 4 0,44

Crassulaceae

Bryophyllum pinnatum (Lam.) Oken Malva Folha Lambedor Gripe/tosse 50 5,48

Cucurbitaceae

Momordica charantia L. Melão de São

Caetano Folha Chá Diarréia 8 0,88

Euphorbiaceae

Cnidoscolus urens (L.) Arthur. Cansançâo Raiz Maceração Inflamação da Próstata 4 0,44

Croton sonderianus Müll.Arg. Marmeleiro Casca Maceração Cólica 7 0,77

Fabaceae

Anadenanthera sp. Angico liso Casca Lambedor Gripe/Tosse/Expectorante 7 0,77

Amburana cearensis (Allemão) A.C. Sm. Amburana de

Cheiro

Casca/seme nte

Chá/lambedor/macera

ção Inflamação/sinusite/gripe 12 1,31

Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Angico Casca Chá/maceração/lambe dor

Sinusite/inflamação/cicatriza

ção 5 0,55

Bauhinia candicans Benth. Mororó Casca Maceração Inflamação 12 1,31

Hymenaea courbaril L. Jatobá Casca Chá Inflamação 17 1,86

Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir.) Jurema preta Casca Chá Inflamação 7 0,77

Piptadenia stipulacea (Benth.)Ducke Jurema branca Casca Chá Inflamação 4 0,44

Caesalpinia ferrea Mart ex Pau Ferro Folha/Fruto Chá /Lambedor Cicatrizante 16 1,75

Senna obtusifolia (L.) H.S. Irwin &

Barneby Mata pasto Semente Chá Dor de cabeça 8 0,88

Lamiaceae

Mesosphaerum suaveolens (L.) Kuntze Alfazema

brava Folha/Flor Chá Problemas gastro-intestinais 7 0,77

Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng. Malva santa Folha Lambedor Inflamação 45 4,94

(18)

Mentha arvensis L. Vick Folha Chá /Decocção Gripe/ Tosse 11 1,21

Mentha x villosa Huds. Hortelã Folha Infusão Dor de cabeça/Gripe 48 5,26

Lythraceae

Punica granatum L. Romã Fruto Chá /Maceração Inflamação 20 2,19

Malvaceae

Gossypium hirsutum L. Algodão Folha Maceração Cicatrização 2 0,22

Moraceae

Brosimum gaudichaudii Trec. Inharé Latex Latex puro Inflamações externas 3 0,33

Musaceae

Musa paradisiaca L. Bananeira Flor Lambedor Expectorante 3 0,33

Myrtaceae

Eucalyptus globulus Labill. Eucalipto Folha Chá Febre 30 3,29

Psidium guajava L. Goiabeira Folha Chá Problema Intestinal 19 2,08

Passifloracea s.l.

Passiflora foetida L. Maracujá do

mato Fruto Maceração Calmante 11 1,21

Phylanthaceae

Phyllanthus niruri L. Quebra pedra Raiz Chá Inflamação Renal 32 3,51

Poaceae

Cymbopogon citratus (DC.) Stapf. Capim santo Folha Chá Pressão arterial 43 4,71

Rubiaceae

Genipa americana L. Genipapeiro Casca Maceração Inflamação 18 1,97

Rutaceae

Citrus aurantium L. Laranjeira Folha Chá Calmante 27 2,96

Citrus limon (L.) Osbeck Limão Folha/Fruto Chá Gripe 20 2,19

Ruta graveolens L. Arruda Folha Chá Inflamação/Dor de Ouvido 30 3,29

Solanaceae

(19)

Solanum lycocarpum A. St.-Hil. Bringela do

mato Folhas Chá Cólica 3 0,33

Theaceae

Camellia sinensis (L.) Kuntze Chá preto Folha Chá Problemas intestinais 20 2,19

Verbenaceae

Lippia alba (Mill) N.E.Br. Erva Cidreira Folha Chá Apetite/calmante 15 1,64

Ximeniaceae

Ximenia americana L. Ameixa Casca Chá/maceração/lambe

dor Inflamação 6 0,66

Zingiberaceae

(20)

Analisando os dados, observou-se que foram citadas 57 espécies e 32 famílias botânicas (Tabela 1). As espécies mais citadas foram Bryophyllum pinnatum (Lam.) Oken (Malva) com uma frequência relativa de 5,48%, logo em seguida, Mentha x villosa Huds (Hortelã) com 5,26 %, Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng (Malva santa) com 4,94%, Cymbopogon citratus (DC.) Stapf. (Capim santo) com 4,71% e Egletes viscosa (L.) Less (Macela) com 4,28%. A familia mais citada foi a Fabaceae com 9 citações de espécies, porém, apresentou uma baixa frequência relativa com apenas 9,64, a segunda família mais citada foi Lamiaceae com apenas 5 citações com a frequência relativa de 15,91 %.

A família Lamiaceae apresentou uma frequência relativa maior em relação à Fabaceae com maior número de espécies, devido as espécies P. amboinicus (Lour.) Spreng. (45) e Mentha x

villosa Huds (48) apresentarem número maior de citações. (Tabela 2).

Tabela 2: Frequência Relativa das Famílias

Família Número de Espécies FR (%)

Adoxaceae 1 1,1 Amaranthaceae 3 4,28 Amaryllidaceae 1 3,62 Anacardiaceae 3 4,38 Apiaceae 3 4,38 Arecaceae 1 1,97 Asphodelaceae 1 0,77 Asteraceae 3 8,56 Boraginaceae s.l. 1 0,44 Caricaceae 1 0,77 Chrysobalanaceae 1 1,64 Combretaceae 1 0,44 Crassulaceae 1 5,48 Cucurbitaceae 1 0,88 Euphorbiaceae 2 1,21 Fabaceae 9 9,64 Lamiaceae 5 15,91 Lythraceae 1 2,19 Malvaceae 1 0,22 Moraceae 1 0,33 Musaceae 1 0,33 Myrtaceae 2 5,37 Passifloracea s.l. 1 1,21 Phylanthaceae 1 3,51 Poaceae 1 4,71 Rubiaceae 1 1,97 Rutaceae 3 8,44 Solanaceae 2 1,32 Theaceae 1 2,19 Verbenaceae 1 1,64 Ximeniaceae 1 0,66

(21)

Zingiberaceae 1 0,44

Um estudo realizado em comunidade do Sítio Nazaré, município de Milagres, Ceará, as famílias com maior representatividade na pesquisa foram Fabaceae (16 spp.) [19].

Costa e Marinho (2016) [20] realizaram um levantamento etnobotânico em duas comunidades no município de Picuí, Paraíba nos resultados a família mais indicada em seu estudo foi Fabaceae.

Em estudo realizado em uma região da Caatinga no estado do Ceará, foram citadas 58 famílias com destaque para Fabaceae (10ssp.) [24].

No trabalho realizado em comunidades rurais e urbanas do município de Frei Martinho, Paraíba, a espécie mais citada foi P. amboinicus (Lour.) Spreng [8].

O trabalho realizado com moradores da comunidade Vila Capoeira, município de mãe d’água, Paraíba os resultados corroboram com os meus, as plantas medicinais mais utilizadas pela comunidade foram capim santo C. citratus (DC.) Stapf. (13,45%), erva cidreira Lippia

alba (Mill) N.E. Br. (10,76%) e malva do reino ou hortelã graúda P. amboinicus (Lour.)

(9,41%) [25].

Buscar conhecimentos de espécies Medicinais citadas pelos moradores da Comunidade escolhida, sempre de tal forma tem como uma grande contribuição farmacológica em base para seleção de plantas que podem ser indicados nos programas de saúde da localidade, trazendo todo o conhecimento como as suas formas de obtenção até o seu preparo [26].

3.3 ANÁLISE FITOQUIMICA

Realizou se o screnning fitoquimico da espécie G. hirsutum L. com o nome popular de algodão a qual pertence à família Malvaceae, tem como forma de um arbusto e subarbusto, de origem naturalizada, não endêmica do Brasil, a qual possui uma ampla distribuição pelo Nordeste [27].

Apesar de ter sito citada apenas uma vez pelos entrevistados, é uma planta muito conhecida pela região do Nordeste e que possui um fim terapêutico bastante útil, tendo então poucos trabalhos realizados em análise fitoquimica desta espécie, principalmente para a nossa região. Os testes de identificação dos principais metabólitos secundários foi realizados por reações de reconhecimento no qual os dados obtidos no screening fitoquimico realizado com extrato etanólico do algodão indicaram a presença de taninos e flavonoide. (Tabela 3).

Tabela 3: Screening Fitoquimico com Extrato etanólico das folhas da espécie G. hirsutum L.

* Extrato etanólico: - Resultado positivo; (+) ; Resultado negative (-) ; - Resultados em triplicata

Grupos Screening Fitoquimico Alcaloides - - - Flavonoide + + + Saponinas - - - Taninos + ++

Triterpenoides e/ou Esteroides - - -

Os taninos são adstringentes e hemostáticos, estão relacionados em processos de cura de feridas como pequenas ulcerações, queimaduras e inflamações já o grupo dos flavonoides é conhecido pelos seus efeitos anti-inflamatórios, antialérgicos e vasoprotetores [30], onde se pode notar a mesma indicação terapêutica citada pelos entrevistados da comunidade Saquinho.

(22)

A análise fitoquímica do extrato etanólico da planta algodão (G. hirsutum L.) coletadas em horta comunitária na cidade de Urucânia-MG apresentou alcaloides, saponinas, tanoide e flavonoide [28].

Bouzada et al. (2009) [29] ao estudarem a espécie G.hirsutum L. em Juiz de Fora, MG, encontraram, triterpenos, saponinas, cumarinas, flavonoides e antraquinonas.

Conforme Lorenzi e Matos (2008) [2] a análise fitoquímica dos botões florais desta planta registra a presença de óleo essencial, contendo compostos carbonílicos, hidrocarbonetos, álcoois e indol; registra também resinas, triterpenos.

A presença ou ausência de diferentes metabolitos secundários são reflexo das variações ambientais, como também fatores internos. Entre esses fatores como sazonalidade, temperatura, disponibilidade hídrica, radiação ultravioleta, nutrientes, poluição atmosférica, altitude, indução por estímulos mecânicos ou ataque de patógenos podem estar relacionados, variando de região para a região. Como a espécie foi coletada num período de estresse hídrico essa variação pode ter influenciada na ausência de alguns metabolitos.

Exemplos da influência do índice pluviométrico na produção metabólitos secundários ocorreram na espécie Santolina rosmarinifolia L. da família Asteraceae onde teve correlaçoes positiva de alguns dos componentes do óleo essencial e correlações negativa entre a produção de saponinas [31].

4. CONCLUSÃO

Os resultados encontrados revelaram que a utilização de plantas medicinais está presente no dia a dia das pessoas da comunidade Saquinho, sendo uma prática complementar para o tratamento das mais diversas doenças.

O interesse de repassar o conhecimento sobre as plantas que fazem bem à saúde para as gerações seguintes foi retratado pela comunidade estudada, assim como a interação com o meio ambiente, em busca de prover meios de sobrevivência.

A troca de informações, desde os mais velhos aos mais jovens, é recíproca e dinâmica, em que a relação homem-planta medicinal se completa e mantém vivo o conhecimento.

Nesta pesquisa os resultados comprovam que as espécies de plantas medicinais da Caatinga têm suas particularidades relevantes para a comunidade estudada, traduzindo de maneira sucinta, seu potencial para a indústria farmacêutica. Desta forma, oferece-se uma importante contribuição, a fim que surjam outras pesquisas para ampliar o conhecimento do bioma, especialmente no que se refere à exploração racional dos seus recursos naturais.

5. AGRADECIMENTOS

A equipe do Herbário do Centro de Saúde e Tecnologia Rural (Herbário CSTR), ao laboratório de Bioquímica– CSTR – Campus de Patos – Paraíba, e a todos os participantes da pesquisa da comunidade Saquinho, Itaporanga, Paraíba.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Santos MRA, Lima MR, Ferreira MGR. Uso de plantas medicinais pela população de Ariquemes, em Rondônia. Horticultura Brasileira. 2008; 26(2): 244-250, doi: 0.1590/S0102-05362008000200023.

2. Lorenzi H., Matos FJA. Plantas Medicinais no Brasil: Nativas e Exóticas. Nova Odessa: Instituto Plantarum de estudos da flora ltda; 2008. 544 p.

3. Tuler AC. Levantamento Etnobotanico na comunidade Rural de São José da Figueira, Durandé, MG, Brasil. Durandé (MG): UFES; 2011. 57p.

(23)

4. Rodrigues VEG, Carvalho DA. Levantamento etnobotânico de plantas medicinais do domínio cerrado na região do Alto Rio Grande – Minas Gerais. Cienc. Agrotec Lavras. 2001; 25(1): 102-123.

5. Albuquerque UP, Hanazaki N. As pesquisas etnodirigidas na descoberta de novos fármacos de interesse médico e farmacêutico: fragilidades e pespectivas. Revista Brasileira de Farmacognosia. 2006; 16(Supl.): 678-689, doi: 10.1590/S0102-695X2006000500015.

6. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos / Brasília. 2009; p.,136 . – (Série C. Projetos, Programas e Relatórios) 7. Oliveira FCS, Barros RFM, Moita NJM. Plantas medicinais utilizadas em comunidades rurais de

Oeiras, semiárido piauiense. Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu. 2010; 12(3): 282-301, doi 10.1590/S1516-05722010000300006

8. Costa JC. Estudo etnobotânico de plantas medicinais em comunidades rurais e urbanas do Seridó Paraibano, Nordeste do Brasil. Patos (PB): UFCG/PPGCF; 2013. 111 p.

9. Albuquerque UP, Andrade LHC. Conhecimento botânico tradicional e conservação em uma área de caatinga no estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil. Acta Botanica Brasilica. 2002; 16(3): 273-285, doi: 10.1590/S0102-33062002000300004

10. Parente CET, Rosa, MMT. Plantas comercializadas como medicinais no município da Barra do Piraí, RJ. Rodriguésia. 2001; 52 (80): 47-59.

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(24)

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28. Miranda GS, Santana GS, Machado BB, Coelho FP,Carvalho, CA..Atividade antibacteriana in vitro de quatro espécies vegetais em diferentes graduações alcoólicas. Revista Brasileira de Plantas Medicinais. 2013; 15(1): 104-111, doi: 10.1590/S1516-05722013000100015

29. Bouzada MLM, Fabri RL, Duarte GG, Scio E. Busca de novas drogas antimicrobianas a partir de vegetais. Principia, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG, Brasil 2009. Disponível em < www.ufjf.br/principia/files/2012/05/principia-15-final.pdf > Acesso em 29/08/2016.

30. Sociedade Brasileira De Farmacologia. Disponível em < http://www.sbfgnosia.org.br/Ensino/index.html > Acesso em 29/08/2016.

31. Neto LG, Lopes NP. Plantas medicinais: fatores de influência no conteúdo de metabólitos secundarios. Quim. Nova. 2007; 30 (2): 374-381, doi: 10.1590/S0100-40422007000200026

(25)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

NOME DA PESQUISA:

ETNOBOTÂNICA DE PLANTAS MEDICINAIS E ANÁLISE FITOQUÍMICA DE GOSSYPIUM

HIRSUTUM L. UTILIZADA PELOS MORADORES DA COMUNIDADE SAQUINHO,

MUNICÍPIO DE ITAPORANGA, PARAÍBA

PESQUISADORA RESPONSÁVEL: MARIA DAS GRAÇAS VELOSO MARINHO ALUNA PESQUISADORA: JAÉDINA RICARTE DA SILVA

Informações sobre a Pesquisa: Estamos realizando um estudo sobre o conhecimento e utilização das

espécies medicinais, e para isso, solicitamos a sua colaboração respondendo algumas questões sobre este assunto. O objetivo dessa pesquisa é realizar um levantamento etnobotânico de plantas utilizadas pelos moradores da comunidade Saquinho no município de Itaporanga, Paraíba, resgatando o conhecimento da sabedoria popular no contexto sócio-cultural e ambiental. A sua participação é muito importante, pois trará contribuição em relação ao tema abordado tanto para os participantes do estudo como também para o ensino e a pesquisa.

Eu, _____________________________________________________, abaixo assinado, tendo recebido as informações acima, concordo em participar da pesquisa, pois estou ciente de que terei de acordo com a Resolução 466 de 12 de dezembro de 2012 item IV, todos os meus direitos abaixo relacionados:

– A garantia de receber todos os esclarecimentos sobre as perguntas do questionário antes e durante o transcurso da pesquisa, podendo afastar-se em qualquer momento se assim o desejar, bem como está assegurado o absoluto sigilo das informações obtidas.

– A segurança plena de que não serei identificado (a), mantendo o caráter oficial da informação, assim como está assegurado que a pesquisa não acarretará nenhum prejuízo individual ou coletivo.

– A segurança de que não terei nenhum tipo de despesa material ou financeira durante o desenvolvimento da pesquisa, bem como, esta pesquisa não causará nenhum tipo de risco, dano ou mesmo constrangimento moral e ético ao entrevistado.

– A garantia de que toda e qualquer responsabilidade nas diferentes fases da pesquisa é dos pesquisadores, bem como, fica assegurado que poderá haver divulgação dos resultados finais em órgãos de divulgação científica em que a mesma seja aceita.

– A garantia de que todo o material resultante será utilizado exclusivamente para a construção da pesquisa e ficará sob a guarda dos pesquisadores, podendo ser requisitado pelo entrevistado em qualquer momento.

Tenho ciência do exposto acima e desejo participar da pesquisa.

Itaporanga – PB, _____ de __________________ de___________.

Pesquisadora responsável: Maria das Graças Veloso Marinho. Endereço: Inácio Fernandes, 220. Bairro: Jardim Queiróz, Patos-PB. Telefone: (83) 88069352.

_______________________________________________

Atenciosamente, ____________________________________ Assinatura do (a) participante

Digital do(a) participante Assinatura da Pesquisadora Responsável

(26)

Questionário sobre plantas medicinais, aplicado junto a comunidade Saquinho,

município de Itaporanga, Paraíba, 2016

A- Sobre o informante

01- Nome:_______________________________________________

02Sexo: ( ) Feminino Idade:______ anos

( ) Masculino

03- Há quanto tempo reside no local?

( ) recente ( ) entre 10 a 30 anos ( ) mais de 50 anos

( ) entre 2 a 10 anos ( ) entre 30 a 50 anos ( ) não lembra

04-Qual o seu nível de instrução?

( ) Sabe ler e escrever ( ) Sabe ler e escrever pouco

( ) Sabe apenas assinar o nome ( ) Não sabe ler, nem escrever

B- Sobre as plantas medicinais

01-Você costuma usar remédios feitos com plantas medicinais? Sim ( ) Não ( )

02-Há quanto tempo utiliza plantas medicinais? ________________

03-De quem herdou os conhecimentos sobre o uso das plantas medicinais?

( ) Pais ( ) Avós ( )TV ( ) Rádio ( ) Livros ( ) Outros

04Quais as partes da planta que você mais usa?

() Raízes ( ) Cascas ( ) Folhas ( ) Flores ( ) Frutos ( ) Sementes

05De que forma usa as plantas?

( ) Chá ( ) Lambedor ( ) Xarope ( ) Outros______________

06 - Você acredita que a planta medicinal pode causar algum dano à saúde se usada de

forma errada?

Sim ( ) Não ( )

07 - Você já usou alguma planta ou remédio e queixou-se de algum efeito colateral?

Sim ( ) Não ( )

Se sim, qual?

_____________________________________________________________________

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PLANTAS MEDICINAIS

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Referências

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