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LEADING CASE REsp /ES

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Academic year: 2021

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(1)

LEADING CASE

REsp. 1.248.975/ES

TEMA:

-MULTIPLANO / FALÊNCIA DE PATROCINADORA ADERENTE

- FUNDO PREVIDENCIAIS NÃO SOLIDÁRIOS E SEGREGADOS

- TEORIA DA AFETAÇÃO PATRIMONIAL

(2)

EMENTA

RECURSO ESPECIAL. JULGAMENTO AFETADO À SEGUNDA SEÇÃO, SEM

SUBMISSÃO AO RITO DO ARTIGO 543-C DO CPC. PROCESSUAL CIVIL.

PREVIDÊNCIA PRIVADA. FALÊNCIA DE PATROCINADORA. RESPONSABILIDADE

PELO

PAGAMENTO

DE

COMPLEMENTAÇÃO

DE

APOSENTADORIA.

INAPLICABILIDADE DA INCIDÊNCIA DA MULTA DO ART. 461, § 4º, DO CPC EM

FACE DAS PECULIARIDADES DO CASO CONCRETO. RECURSO PARCIALMENTE

PROVIDO.

1. Até a liquidação extrajudicial do plano de previdência privada dirigido aos

empregados da Companhia Ferro e Aço de Vitória - COFAVI, a Fundação ..., é

responsável pelo pagamento, contratado no respectivo plano de benefícios,

de complementação de aposentadoria devida aos participantes/assistidos,

ex-empregados da patrocinadora COFAVI, aposentados em data anterior à

denúncia do convênio de adesão, em março de 1996, mesmo após a falência

da COFAVI,

observada a impossibilidade de se utilizar o

patrimônio pertencente ao fundo ... quando, na

instância ordinária, for reconhecida a ausência de

solidariedade entre os fundos

.

(3)

Trechos do Voto da Ministra Isabel Gallotti:

“As contribuições aportadas por patrocinadora e

participantes constituem patrimônio destes,

afetado à finalidade previdenciária definida no

plano de benefícios respectivo, não sendo

propriedade da entidade de previdência privada.

Por outro lado, o risco de insolvência do plano é,

também,

da

patrocinadora,

participantes,

(4)

Trechos do Voto do Ministro Antonio Carlos

Ferreira:

“Conforme dispõe o art. 21, caput, da Lei Complementar

n. 109/2001, “o resultado deficitário nos planos ou nas

entidades fechadas será equacionado por patrocinadores,

participantes e assistidos, na proporção existente entre as

suas contribuições, sem prejuízo de ação regressiva

contra dirigentes ou terceiros que deram causa a dano ou

prejuízo à entidade de previdência complementar". Tal

equacionamento "poderá ser feito, dentre outras formas,

por meio do aumento do valor das contribuições,

instituição de contribuição adicional ou redução do valor

dos benefícios a conceder" (§ 1º do referido dispositivo).

Essa primeira opção se dá, portanto, quando houver a

intenção – se possível for materialmente – de se

prosseguir com o fundo previdenciário, discutindo-se,

então, o equilíbrio atuarial.”

(5)

“Normas semelhantes eram encontradas na Lei n.

6.435/1977 (arts. 3º, II, e 34, § 2º).

Com efeito, admitido que uma entidade administre

vários planos, com diversos patrocinadores, e que

não

haja

solidariedade

entre

eles,

seria

contraditório impedir a liquidação parcial da

entidade,

apenas

relativamente

ao

plano

deficitário. Na hipótese de não se admitir a

liquidação parcial, um plano somente poderia ser

liquidado após o último fundo se tornar inviável, o

que seria uma enorme ilegalidade a ser praticada

contra os beneficiários, que cumpriram com as suas

obrigações e que esperam pelo obrigatório rateio.”

(6)

Trechos do Voto do Ministro Ricardo Villas Boas Cueva:

“Sobre o tema, válida é a seguinte lição de Rogério Aguirre, baseada em estudos de Arnoldo Wald e de Miguel Reale Júnior:

"(...)

IV - Do Regime da Solidariedade dos Fundos Múltiplos Anterior à Edição da Lei n.° 109/01

A questão da solidariedade nos fundos múltiplos restou simplificada com a edição da

Lei Complementar n.° 109/01, uma vez que esta não só determina, no parágrafo único do art. 13, que a solidariedade deve

estar expressamente prevista no convênio de adesão, como também deixou clara a possibilidade de existência de entidades que administram planos de benefícios para diversos participantes com independência patrimonial, os chamados 'multiplanos', previsto no art. 34,I, b.

No entanto, o grau de dificuldade aumenta por demasiado quando deparamos com a situação anterior à nova lei, ou seja, aquela compreendida pelo período em que vigorava a Lei n.° 6.435/77.

Sobre os efeitos da solidariedade neste período, destacamos dois pensamentos que, muito embora partam do mesmo princípio de que solidariedade nunca se presume e resultem no entendimento pela não-solidariedade entre patrocinadoras de fundos múltiplos, percorrem caminhos distintos para tal

conclusão.

O primeiro pensamento retirado do parecer exarado em 1998 pelo professor Arnoldo Wald sobre solidariedade e segregação de carteiras nos fundos de pensão multipatrocinados, a pedido do CCF Fundo de Pensão, baseia-se no art. 34 da Lei n.° 6.435/77 e na intenção do legislador em deixar a critério exclusivo das partes a previsão ou não de solidariedade.”

(7)

Por fim, Wald conclui que, 'se as partes

estabelecerem que são responsáveis única

e

exclusivamente

pelas

obrigações

decorrentes do plano de benefícios que

cada uma delas patrocina, esta convenção

será plenamente válida e eficaz, devendo

ser por todos respeitada, pois, como se viu,

vigoram, no presente caso, pelo menos no

que se refere à solidariedade, os princípios

da

autonomia

da

vontade

e

da

obrigatoriedade dos contratos'.

...

(8)

O Ministro fazendo uma leitura da Secretaria de

Previdência Complementar, entre outros tópicos,

destacou:

“78. A existência de duas sub-massas distintas e segregadas dentro de um

mesmo Plano de Benefícios não prejudica o postulado de independência

patrimonial de ambos, senão vejamos nas lições de TÔRRES e BECHARA

FILHO:

'Em primeiro lugar, deve ser rememorado que o art. 34 da Lei Complementar

n° 109, de 29 de maio de 2001, é expresso ao conferir 'independência

patrimonial' aos planos de benefícios das entidades fechadas de previdência

complementar classificadas como

sendo 'com multiplano' (art. 34,I, 'b').

As entidades fechadas qualificam-se como 'com multiplano' 'quando

administram plano ou conjunto de planos de benefícios para diversos grupos

de participantes, com independência patrimonial'.

Como se vê, as entidades 'com multiplano' não necessariamente operam mais

de um plano. São consideradas 'com multiplano' também as entidades que

administram um só plano de benefícios, desde que seja este destinado a

diversos grupos de participantes.

(9)

Diante do voto do Ministro Cuevas, destacou-se por ele

próprio tese jurídica para efeitos do artigo 543-C, do

CPC/73, a saber:

“...não é responsável pelo pagamento da complementação de

aposentadoria dos ex-empregados da patrocinadora Companhia

Ferro e Aço de Vitória - COFAVI, visto que não foi constituída a

reserva garantidora, não havendo, portanto, direito adquirido

dos participantes/assistidos; todavia, é responsável pelo

pagamento do direito acumulado, que deverá ser feito após o

recebimento do valor relativo ao crédito habilitado no processo

de falência da patrocinadora e a liquidação do fundo, haja vista

a ausência de solidariedade entre as submassas...".

Concluindo, ainda, pela ausência de direito adquirido e pela

improcedência da ação, ressalvado o direito acumulado, que

deverá ser perseguido quando da liquidação do Fundo.

(10)

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