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II CONGRESSO DE INOVAÇÃO E METODOLOGIAS DE ENSINO

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1 II CONGRESSO DE INOVAÇÃO E METODOLOGIAS DE ENSINO

Metodologias de Ensino-Aprendizado

APRENDER ENSINANDO O SUPORTE BÁSICO DE VIDA: A UNIVERSIDADE ALÉM DE SEUS MUROS

Sérgio Geraldo Veloso

Curso de Medicina - UFSJ velososg@ufsj.edu.br

Gabriel Santos Pereira

Curso de Medicina - UFSJ gsantos.ufsj@gmail.com

Nathália Nascimento Vasconcelos

Curso de Medicina - UFSJ nath_nv@ufsj.edu.br

Cibele Meneghini Figueiredo

cibelemeneghini@hotmail.com

Maria Helena Senger

Curso de Medicina de Sorocaba – PUC-SP velososg@ufsj.edu.br

Rosa Malena Delbone de Faria

Faculdade de Medicina - UFMG rmdfmedicina@gmail.com

Resumo: A reanimação cardiopulmonar é ensinada nas Universidades através de aulas

teóricas e simulações em manequins, excluindo o público externo de tais ensinamentos. Socialmente engajados e inserindo metodologias ativas de ensino, 56 alunos de medicina foram capacitados no Suporte Básico de Vida (SBV). Posteriormente, alguns deles capacitaram 95 profissionais de saúde. Tais alunos realizaram testes teóricos e práticos (pré/pós). Os profissionais de saúde realizaram testes teóricos (pré/pós) e prático. O desempenho prático estudantil que lecionou passou de 13,18±2,17 para 15,41±1,04 (máximo=17,p<0,001) e teórico de 9,5±2,9 para 16,1±1,6 (máximo=20,p<0,001). Enquanto o desempenho dos que não lecionaram foi de 14,22±1,55 para 14,11±1,49(p=0,74) e de 10,7±2,7 para 14,7±2,4(p<0,001), respectivamente. O desempenho teórico dos profissionais de saúde mudou de 8,0±4,4 para 14,75±3,4(p<0,001) e na nota prática 11,51±3,3. O melhor desempenho dos alunos após ensinarem demonstra que a atividade pode ser uma metodologia eficaz de ensino, além de disseminar o conhecimento. A Universidade, indo além de seus muros, desempenha sua responsabilidade social.

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2 Palavras-chave: Suporte básico de vida. Metodologias ativas de ensino. Aprender ensinando.

Simulação. Social accountability.

INTRODUÇÃO

A urgência e emergência é um ponto importante e de difícil abordagem em qualquer sistema de assistência ou de ensino da área da saúde. Os serviços de emergência, cenários de assistência e ensino, costumam estar lotados de pacientes e de estudantes. Os serviços de urgência móvel se veem sobrecarregados de atendimentos e as triagens à distância nem sempre conseguem ter uma real ideia da situação de urgência vivenciada numa ligação telefônica. Acrescenta-se a isto o trânsito das grandes cidades que dificulta a chegada de uma unidade móvel de emergência em locais distantes.

A reanimação cardiorrespiratória é uma medida capaz de potencializar a sobrevida das pessoas em casos dramáticos, cujos resultados, inevitavelmente, seriam o óbito. Em casos de paradas cardíacas, o tempo transcorrido é inversamente proporcional a chance de sobrevida. Por outro lado, a reanimação cardiorrespiratória tem o potencial de prolongar este período de sobrevida, enquanto o adequado socorro não chega, desde que realizadas adequadamente. É importante que a escola médica, no exercício de sua responsabilidade social, busque alternativas de educação em Suporte Básico de Vida (SBV), não só para seus alunos como também para a comunidade. Pois, universalizar a habilidade de reanimação cardiorrespiratória, dentro dos princípios do SBV, é de grande relevância para a sociedade.

No curso de graduação de Medicina da Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ) a aquisição desta habilidade é oportunizada aos alunos no início do curso, no segundo período. Os alunos participam de aulas teóricas e práticas simuladas em laboratório de habilidades e são avaliados por meio de prova teórica e avaliação de desempenho prática. Desta forma, eles são avaliados quanto a conhecimentos, atitudes e habilidades, mas como saber se eles realmente apreenderam? Como saber se realmente o conhecimento ficou retido e devidamente assimilado?

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3 As pessoas conseguem realmente enxergar que apreenderam quando se faz necessário ensinar

outras, como citado por Barbosa & Moura (2013):

“O que eu ouço, eu esqueço; o que eu ouço e vejo, eu me lembro; o que eu ouço, vejo e pergunto ou discuto, eu começo a compreender; o que eu ouço, vejo, discuto e faço, eu aprendo desenvolvendo conhecimento e habilidade; o que eu ensino para alguém, eu domino com maestria”. (SILBERMAN, 1996)

Partindo-se desta ideia, avaliaram-se se as competências relacionadas ao SBV, adquiridas pelos alunos do segundo período do curso de graduação em Medicina da UFSJ – campus Dom Bosco, aumentariam após a atividade de treinar outros profissionais de saúde. Avaliou-se também Avaliou-se os alunos do curso de Medicina Avaliou-seriam capazes de replicar conhecimentos do SBV a outros profissionais de saúde ou a leigos, a ponto de estes grupos serem capazes de demonstrar conhecimentos e habilidades similares aos seus.

2) REFERENCIAL TEÓRICO

Na literatura, com as palavras-chave: estudantes de Medicina, Suporte Básico de Vida/educação, ressuscitação cardiopulmonar/educação, aprender ensinando (medical

students, Basic Life Support/education, cardiopulmonar resuscitation/education, teaching learning) encontram-se diferentes abordagens do assunto.

MILLER (1990) concebeu um modelo referencial teórico estabelecendo quatro níveis do aprendizado (pirâmide de Miller) indo do conhecimento (saber), passando pela habilidade de aplicar o conhecimento num contexto (saber como), pela capacidade de demonstrar o conhecimento numa situação simulada (mostrar como), até a capacidade de atuar numa situação real (fazer). O ápice do conhecimento, o fazer, seria a condição de dominar com maestria.

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4 Apoiado neste referencial teórico, ROBAK (2006) descreveu sua experiência em que os

alunos de Medicina ensinavam pacientes que já haviam sofrido um ataque cardíaco. O autor recomenda a técnica de aprender ensinando como sendo factível e bem aceita pelos estudantes.

Também nesta mesma linha, DANDAVINO (2007), num artigo de revisão, concluiu que a arte de lecionar melhoraria a capacidade de comunicação dos futuros médicos preconizando seu ensinamento nos cursos de Medicina.

Ainda nesta direção, PEETS (2009) avaliou alunos no papel de professores de pequenos grupos e concluiu que aumentava a aquisição de conhecimentos e retenção.

Num estudo similar, FRAGA (2012) descreveu um trabalho em que alunos de Medicina, após capacitação com aulas teóricas e práticas, ensinaram as medidas do SBV a indivíduos da comunidade leiga. Os alunos tiveram a percepção de que houve um maior entendimento do assunto e os indivíduos se sentiram capacitados ao final do curso. O autor aplicou pré e pós teste teórico e não foi realizada avaliação de habilidades práticas dos indivíduos ao final do curso.

Ainda sobre aprender ensinando, RIBEIRO (2013) descreveu um trabalho em que alunos de Medicina ensinaram o SBV aos alunos do ensino fundamental com idades entre 13 e 15 anos, através da técnica “ver e praticar”. A eles foi aplicado um questionário com perguntas de múltiplas escolhas logo após o curso e após seis meses para avaliar retenção dos ensinamentos. Os resultados mostraram que a técnica utilizada foi eficaz na retenção imediata e tardia de conhecimentos adquiridos.

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5 Alunos do segundo período do curso de Medicina da UFSJ foram treinados nas habilidades

relacionadas ao SBV e posteriormente treinaram profissionais de saúde (enfermeiros, técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde, dentistas, motoristas de ambulância) e membros da comunidade local (leigos).

O delineamento metodológico inicial foi um estudo descritivo com a coleta de dados através de testes teóricos e práticos (cognitivos e habilidades). Posteriormente, optou-se por realizar um estudo do tipo cross over, criando-se um braço controle dentro do estudo que avaliou teoria e prática de um grupo de alunos sem ter passado pela atividade de lecionar, apenas com o feedback recebido da primeira avaliação.

Para os alunos o critério de inclusão era estar no segundo período do curso de Medicina da UFSJ, no módulo do sistema cardiopulmonar. Já para os profissionais de saúde e os leigos era estar inseridos nos locais de prática dos alunos. Foram critérios de exclusão: menor de 18 anos, debilidade física que comprometesse a realização de manobras de reanimação, analfabetismo, faltar a duas aulas do curso ou na avaliação.

DESENHO:

Os alunos do segundo período do curso de Medicina da UFSJ do Campus Dom Bosco curricularmente aprendem as técnicas e teorias relacionadas à reanimação cardiopulmonar, o SBV, durante o módulo do Sistema Cardiovascular. Tais aulas são baseadas nos ensinamentos atualizados da American Heart Association, publicados na revista Circulation em 2015 (Kleinman at al. 2015), ministradas por uma professora que realizou o curso Advanced

Cardiologic Life Suport (ACLS) sendo aprovada. As aulas consistiram na apresentação

expositiva e interativa do assunto com simulação no laboratório de habilidades em manequins específicos para reanimação cardiopulmonar. Foram 26 horas de aula, sendo que nesta carga horária também se abordaram os primeiros socorros e os manejos de vias aéreas. Outras quatro horas se destinaram a avaliação teórica e prática. No total foram três turmas com cerca de 20 alunos cada.

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6 No primeiro dia das aulas relacionadas ao SBV os objetivos e as etapas da pesquisa foram

explicados para os alunos e solicitou-se o consentimento dos mesmos quanto a participação com a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Aqueles que aceitaram se submeter à pesquisa responderam um pré-teste teórico de 20 perguntas de múltipla escolha com quatro alternativas em cada item, e que genericamente abordaram o assunto.

Após tal feito os alunos participaram das aulas do módulo. Durante este período eles puderam ter acesso espontâneo ao laboratório de habilidades e contaram com o apoio da técnica do laboratório e do monitor. Ao final da capacitação realizaram uma avaliação teórica com questões de múltiplas escolhas e questões discursivas. No mesmo dia realizaram também no laboratório de simulação uma avaliação prática atendendo um manequim de baixa fidelidade (boneco) em parada cardíaca, dispondo de um desfibrilador externo automático de treinamento e de uma unidade de ventilação bolsa-válvula-máscara. A estação dura em média sete minutos. O avaliador foi outro professor também aprovado no ACLS, mas que não participou das aulas dos alunos. Na avaliação prática utilizou-se um check list constituído por 17 itens. Ao final da estação foi realizado pelo avaliador um feedback apreciativo ao aluno. Toda a atividade prática foi filmada.

Finalizada a capacitação dos alunos no laboratório de simulação, após um período variável de 30 a 60 dias, os alunos, agora divididos em grupos de quatro a 10 alunos, também como atividade curricular do curso, dentro de outra disciplina chamada de Prática de Integração Ensino Serviço e Comunidade (PIESC), foram orientados a ensinar o conhecimento aprendido com o SBV a profissionais de saúde das unidades básicas de saúde onde estagiaram. Cada grupo de alunos recebeu a tarefa de ensinar os conhecimentos e habilidades relacionadas ao SBV a grupos de 15 a 30 pessoas da comunidade durante dois turnos de quatro horas cada, em duas semanas subsequentes. Para isto foram orientados quanto à distribuição do tempo entre teoria e prática. Distribuiu-se aos participantes uma folha criada pelos alunos contendo informações relacionadas ao SBV. Na atividade prática foram utilizados um manequim de baixa fidelidade, um desfibrilador e um dispositivo bolsa-válvula-máscara. Os alunos foram

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7 acompanhados por um professor observador, que avaliou o desempenho dos mesmos na

realização desta. O professor, conhecedor das técnicas de reanimação, foi orientado a só interferir na atividade dos alunos caso os mesmos estivessem agindo em desacordo com os ensinamentos preconizados. Ainda, se fosse intervir, deveria tomar cuidado para que os alunos não perdessem a credibilidade nos ensinamentos frente os participantes. Por outro lado, os profissionais de saúde participantes foram orientados sobre os objetivos do projeto e, com sua concordância, assinaram o termo de conhecimento livre e esclarecido. Logo após a assinatura do mesmo, os participantes responderam a questionário de seis perguntas a respeito da experiência prévia dos mesmos com o SBV e a um pré-teste teórico com 20 questões, abordando a reanimação cardiopulmonar. Após esta atividade, iniciou-se a capacitação propriamente dita que foi filmada para posterior análise. Finalizada a capacitação, agora sem a presença dos alunos ou do professor observador, mas com um avaliador médico que não participou das atividades de capacitação, os participantes da comunidade realizaram o pós-teste teórico (igual ao pré-pós-teste, mas com as questões dispostas numa ordem diferente) e realizaram na própria unidade de saúde uma prova prática constituída da simulação de uma estação em que deveriam prestar o atendimento como único socorrista a uma vítima em parada cardíaca. Puderam contar com o desfibrilador externo automático de treinamento e do dispositivo bolsa-valva-máscara. A estação foi avaliada através do mesmo check list de 17 itens e se encerrou com o feedback apreciativo dado ao participante. Aos participantes do curso foi concedido um certificado de concluinte do Curso de Reanimação Cardiopulmonar realizado pelo Curso de Medicina da UFSJ. Todas as avaliações práticas foram filmadas.

Após os alunos do segundo período passarem pela atividade de capacitação de profissionais de saúde nas unidades básicas, realizaram o pós teste teórico de 20 itens e nova avaliação prática com estação para atendimento de uma vítima simulada (boneco) em parada cardiorrespiratória, sendo avaliado pelo check list de 17 itens. Nesta atividade foram filmados para eventual reanálise.

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8 Após a condução inicial do estudo, sentiu-se necessidade de se criar um braço controle entre

os alunos, visando reduzir um possível viés que poderia ser desencadeado pela avaliação prática e feedback que os alunos receberam após sua primeira avaliação e não pela prática de ensinar outras pessoas. Deste modo, optou-se por um desenho do tipo cross over em que o grupo de casos realizou a reavaliação teórica e prática após passarem pela etapa de ensinarem outras pessoas, como descrito previamente e o grupo controle realizou a reavaliação teórica e prática antes da atividade de ensinar outras pessoas, indo para a capacitação dos profissionais em seguida.

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Utilizou-se os seguintes instrumentos de pesquisa:

- Realização de um pré-teste teórico aplicado aos alunos (múltipla escolha) pelo pesquisador; - Avaliação teórica e prática dos alunos após sua capacitação em aula (discursiva e múltipla escolha e estação prática simulada) aplicada pelo professor em sala e pelo pesquisador;

- Avaliação dos alunos na tarefa de docência na comunidade (observacional) aplicada pelo professor observador em campo;

- Aplicação de um pré e pós-teste teórico na comunidade (múltipla escolha) –pelos alunos e pelo professor observador em campo;

- Avaliação prática dos membros da comunidade que foram capacitados, aplicada pelo pesquisador;

- Avaliação teórica (pós-teste) e prática dos alunos após passarem pela capacitação da comunidade, aplicada pelo pesquisador;

Os dados foram inseridos no software IBM SPSS Statistic versão 20 e analisados a partir dos desempenhos obtidos nas avaliações realizadas. Para se avaliar o ganho médio de desempenho, um dado paramétrico, utilizou-se o teste T de Students pareado ou não, para se medir associação.

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10 4) ANÁLISE/CONSIDERAÇÕES

As atividades foram executadas por 56 alunos do 2º período do curso de Medicina da UFSJ de três turmas diferentes.

A média geral das notas da primeira avaliação prática foi 13,52 ± 2,05 (máximo de 17). Os alunos que participaram do grupo dos casos (38 alunos) tiveram nota de 13,18 ± 2,17 e os alunos do grupo do controle (18 alunos) tiveram nota 14,22 ± 1,55. Já na segunda avaliação prática a média geral (55 alunos) foi 14,98 ± 1,3 (máximo de 17 pontos). No grupo dos casos (38 alunos), onde os alunos estiveram envolvidos anteriormente na atividade de ensinar outras pessoas foi 15,41 ± 1,04 e no grupo controle onde os alunos ainda não haviam participado do ato de ensinar (18 alunos) foi 14,11 ± 1,49. Analisando-se os dois grupos isoladamente através do teste T de Student pareado, tem-se que a diferença entre as médias das notas práticas do primeiro e segundo testes dos casos foi significativa (p<0,001) e no controle não (p=0,742).

Já os 95 profissionais de saúde que participaram do estudo nos dois primeiros semestres, que correspondem aos que aprenderam com o grupo dos casos, tinham idade de 39 ± 10 anos (19 a 64 anos), 59% de agentes comunitárias de saúde, 17% de técnicos de enfermagem, 10% de nível superior (enfermeiras e dentistas) e os demais 14% de nível médio ou fundamental. Destes 95, 65 fizeram a avaliação prática, obtendo desempenho médio de 11,51 ± 3,3. Comparando-se o desempenho dos profissionais de saúde com o dos alunos no primeiro teste prático pelo teste T de Student para amostras não pareadas, temos que esta diferença foi significativa (p<0,001) em prol dos alunos.

Quanto ao pré-teste teórico, os 39 alunos que fizeram obtiveram nota média de 10,0 ± 2,9 (máximo de 20 pontos), sendo que no grupo dos casos foi 9,5 ± 2,9 (21 alunos) e no grupo controle 10,7 ± 2,7 (18 alunos). No pós-teste teórico dos alunos a nota média foi de 15,46 ± 2,1 (máximo de 20 pontos), sendo que nos casos foi 16,1 ± 1,6 (21 alunos) e no controle 14,7

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11 ± 2,4 (18 alunos). O teste T de Student pareado demonstrou diferença significativa entre as

médias dos 39 alunos do pré e pós-teste (p<0,001). Comparando-se o grupo dos casos e do controle pelo teste T de Student não pareado no pré-teste tem-se p=0,21 e no pós-teste tem-se o p= 0,03 com maior média do grupo dos casos.

Entre os profissionais de saúde que participaram, 87 fizeram o pré-teste teórico com nota média de 8,0 ± 4,4 (máximo de 20) e 68 fizeram o pós-teste teórico com nota média de 14,75 ± 3,4. Destes 61 fizeram os dois testes e segundo o teste T de Student pareado a diferença foi significativa (p< 0,001) entre ambos os resultados.

Lições aprendidas

Ensinar o SBV demonstrou ser um método viável e útil para aumentar conhecimentos e habilidade dos alunos no desempenho da reanimação, fixando o aprendizado simulado. Os alunos que participaram da atividade de ensinar outras pessoas tiveram um desempenho teórico e prático superior comparado ao dos alunos que passaram inicialmente apenas pelo aprendizado em sala e laboratório de habilidades. O feedback associado as aulas, sem a atividade didática dos alunos foi inferior ao mesmo.

Os profissionais de saúde foram capazes de aprender o SBV a partir do ensinamento dos alunos, mostrando performance satisfatória e ganho cognitivo. A escola, avançando para além de seus muros, desempenha seu papel quanto à responsabilidade social.

CONCLUSÕES

A atividade de ensinar o suporte básico de vida demonstra ser um método viável de aumentar o conhecimento e a habilidade dos alunos no desempenho da atividade, fixando o que foi apreendido no laboratório de habilidades durante o módulo do Sistema Cardiovascular no segundo semestre do curso de Medicina. .

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12 Os profissionais de saúde foram capazes de aprender o suporte básico de vida a partir do

ensinamento dos alunos e obtiveram um desempenho satisfatório.

REFERÊNCIAS

BARBOSA, E.F.; MOURA, D.G. Metodologias ativas de aprendizagem na educação profissional e tecnológica. B. Tec. Senac, Rio de Janeiro, v. 39, n. 2, p. 48-67, maio/ago, 2013.

DANDAVINO, M.; SNELL, L.; WISEMAN, J. Why medical students should learn how to teach. Med Educ, v. 29, p. 558–565, 2007.

FRAGA, G.P.; CARVALHO, R.B.; HIRANO, E.S.; BOLLELA, V.R. Basic life support: medical students learning by teaching. Med Educ, v. 46, p. 1099–1136, 2012.

KLEINMAN, M.E.; BRENNAN, E.E.; GOLDBERGER, Z.D.; SWOR, R.A.; TERRY, M.; BOBROW, B.J.; GAZMURI, R.J.; TRAVERS, A.H.; REA, T. Part 5: Adult Basic Life Support and cardiopulmonary resuscitation quality: 2015 American Heart Association

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MILLER, G.E. The assessment of clinical skills/competence/performance. Acad Med, v. 65(Suppl 9), p. 63-7, 1990.

PEETS, A.D.; CODERRE, S.; WRIGHT, B.; JENKINS, D.; BURAK, K.; LESKOSKY, S.; MCLAUGHLIN, K. Involvement in teaching improves learning in medical students: a randomized cross-over study. BMC Medical Education, v. 9, p. 55, 2009.

RIBEIRO, L.G.; GERMANO, R.; MENEZES, P.L.; SCHMIDT, A.; PAZIN FILHO, A. Estudantes de Medicina ensinam ressuscitação cardiopulmonar a alunos do fundamental. Arq Bras Cardiol, v. 101(4), p. 328-335, 2013.

ROBAK, O.; KULNIG, J.; STERZ, F.; URAY, T.; HAUGK, M.; KLIEGEL, A.; HOLZER, M.; HERKNER, H.; LAGGNER, A.N. CPR in medical schools: learning by teaching BLS to sudden cardiac death survivors--a promising strategy for medical students? BMC Med Educ, v. 28, p. 6:27, 2006.

SILBERMAN, M. Active learning: 101 strategies do teach any subject. Massachusetts: Ed. Allyn and Bacon, 1996.

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