• Nenhum resultado encontrado

Gabriel Eurípedes de Jesus Farias. GEOMETRIA HIPERBÓLICA PLANA O Modelo Projetivo

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Gabriel Eurípedes de Jesus Farias. GEOMETRIA HIPERBÓLICA PLANA O Modelo Projetivo"

Copied!
21
0
0

Texto

(1)

Gabriel Eur´ıpedes de Jesus Farias

GEOMETRIA HIPERB ´OLICA PLANA O Modelo Projetivo

Texto referente ao Minicurso de Geometria Hi-perb´olica do III Simp´osio Nacional do PICME. Orientador: Prof. Dr. Heleno da Silva Cunha.

Belo Horizonte 2016

(2)

Sum´

ario

Resumo 3

1 Introdu¸c˜ao 3

2 Fundamentos de ´Algebra Linear 4

2.1 R-espa¸cos vetoriais . . . 4

2.2 Mudan¸ca de Base . . . 6

2.3 Formas Bilineares . . . 7

3 Modelos de Geometria Hiperb´olica Plana 10 3.1 O Modelo Projetivo . . . 10

3.1.1 O Plano Projetivo . . . 10

3.1.2 O Plano Hiperb´olico . . . 11

3.2 O Modelo de Klein . . . 13

3.3 O Modelo do Hiperboloide . . . 14

4 Breve Estudo sobre o Plano Hiperb´olico 16 4.1 Geod´esicas do Plano Hiperb´olico . . . 16

4.2 Retas do Plano Hiperb´olico . . . 19

5 Considera¸c˜oes Finais 20

(3)

Geometria Hiperb´

olica Plana: O Modelo Projetivo

Gabriel Eur´ıpedes de Jesus Farias1

Heleno da Silva Cunha2

Resumo

No presente trabalho, ser˜ao apresentados espa¸cos m´etricos que s˜ao modelos para a Geometria Hiperb´olica Plana. Fundamentando-se principalmente na ´Algebra Linear, o primeiro modelo que abordaremos ser´a o projetivo e, a partir desse, cons-truiremos os modelos de Klein e do hiperboloide. Inicialmente, faremos uma revis˜ao de ´Algebra Linear, exibindo defini¸c˜oes e alguns de seus resultados, os quais ser˜ao necess´arios para alicer¸car nossas constru¸c˜oes. Em seguida, apresentaremos os trˆes modelos supracitados. Ao final, faremos um sucinto estudo a respeito das geod´esicas e das retas do plano hiperb´olico e concluiremos com a demonstra¸c˜ao da validade do postulado caracter´ıstico da Geometria Hiperb´olica nesse espa¸co m´etrico.

Palavras-chave: Geometria hiperb´olica plana; Modelo projetivo; Retas do plano hiperb´olico.

1

Introdu¸

ao

A descoberta das geometrias n˜ao euclidianas foi um grande marco na hist´oria da ma-tem´atica. Esse processo iniciou-se no pr´oprio momento que Euclides apresentou a Geo-metria Euclidiana de forma axiom´atica em sua obra Elementos. Durante s´eculos, o quinto postulado gerou discuss˜oes e muitos matem´aticos, acreditando tratar-se de um teorema, tentaram prov´a-lo. Esses esfor¸cos resultaram na descoberta de uma grande quantidade de proposi¸c˜oes equivalentes ao quinto postulado de Euclides. Dentre elas, apresentaremos o Axioma de Playfair:

Postulado V. Por um ponto fora de uma reta pode-se tra¸car uma ´unica reta paralela `

a reta dada.

No s´eculo XIX, iniciou-se o estudo das implica¸c˜oes da nega¸c˜ao desse postulado. Tri-lhado por Gauss, Lobachewsky e Bolyai, esse caminho levou `a descoberta da Geometria Hiperb´olica. Visto que a existˆencia de retas paralelas ´e consequˆencia dos quatro primei-ros grupos de axiomas, essa geometria fundamenta-se na admiss˜ao dos quatro primeiros postulados da Geometria Euclidiana e da seguinte forma negativa do quinto postulado:

Postulado. Por um ponto fora de uma reta, podem ser tra¸cadas pelo menos duas retas que n˜ao interceptam a reta dada.

Visando a atribuir consistˆencia `a Geometria Hiperb´olica, foram propostos modelos para a mesma. Neste trabalho, temos o objetivo de apresentar a constru¸c˜ao de trˆes deles: o projetivo, o de Klein e o do hiperboloide.

1Estudante do Curso de Matem´atica da Universidade Federal de Uberlˆandia.

2O presente trabalho foi desenvolvido tendo como orientador o Prof. Dr. Heleno da Silva Cunha,

(4)

2

Fundamentos de ´

Algebra Linear

O papel desta se¸c˜ao ´e reunir defini¸c˜oes e resultados de ´Algebra Linear necess´arios para nossas futuras constru¸c˜oes. Em especial, abordaremos as defini¸c˜oes e algumas proprieda-des de espa¸cos vetoriais sobre R e de formas bilineares.

2.1

R-espa¸

cos vetoriais

Defini¸c˜ao 1. Um conjunto n˜ao vazio V ´e um R-espa¸co vetorial (ou espa¸co vetorial sobre R) se em seus elementos, denominados vetores, estiverem definidas as duas opera¸c˜oes abaixo.

(A) Soma, tal que ∀u, v, w ∈ V tem-se: (i) u + v ∈ V (fechamento da opera¸c˜ao); (ii) u + v = v + u (propriedade comutativa);

(iii) (u + v) + w = u + (v + w) (propriedade associativa);

(iv) ∃ 0 ∈ V tal que 0 + v = v, 0 ´e denomidado vetor nulo de V (existˆencia de elemento neutro);

(v) ∃ − v ∈ V tal que v + (−v) = 0 (existˆencia do elemento oposto para cada v ∈ V ). (M) Produto por escalar, tal que ∀α, β ∈ R e ∀u, v ∈ V tem-se:

(i) α · v ∈ V (fechamento da opera¸c˜ao);

(ii) (αβ) · v = α(β · v) (propriedade associativa); (iii) 1 · v = v;

(iv) α · (u + v) = α · u + α · v; (v) (α + β) · v = α · v + β · v.

Exemplo 1. Consideremos o conjunto Rn = {(x

1, . . . , xn); x1, . . . , xn ∈ R} com as

opera¸c˜oes:

(i) (x1, . . . , xn) + (y1, . . . , yn) = (x1+ y1, . . . , xn+ yn), ∀(x1, . . . , xn), (y1, . . . , yn) ∈ Rn;

(ii) λ · (x1, . . . , xn) = (λx1, . . . , λxn), ∀λ ∈ R e ∀(x1, . . . , xn) ∈ Rn.

Essa estrutura ´e um espa¸co vetorial sobre R que ser´a muito importante para as cons-tru¸c˜oes dos modelos para a Geometria Hiperb´olica Plana que faremos adiante.

Defini¸c˜ao 2. Seja V um R-espa¸co vetorial e S ⊂ V . Dizemos que S ´e um subespa¸co vetorial se, com as opera¸c˜oes definidas em V , S ´e um R-espa¸co vetorial. Isso ´e equivalente a dizer que S satisfaz `as seguintes propriedades:

(i) 0 ∈ S;

(ii) u + v ∈ S, ∀u, v ∈ S;

(iii) α · v ∈ S, ∀α ∈ R e ∀v ∈ V .

Defini¸c˜ao 3. Um vetor v ∈ V ´e uma combina¸c˜ao linear dos vetores v1, . . . , vn ∈ V se

existem escalares α1, . . . , αn ∈ R tais que

v = α1v1+ · · · + αnvn = n

X

i=1

αivi.

(5)

(I) O subespa¸co gerado por B ´e o conjunto das combina¸c˜oes lineares dos vetores de B, ou seja, ´e o conjunto {α1v1 + · · · + αnvn; α1, . . . , αn ∈ R}. O qual denotaremos por [B]

ou [v1, . . . , vn].

(II) Dizemos que B ´e um conjunto gerador de V (ou que B gera V ) se [B] = V . (III) Dizemos que B ´e linearmente independente (ou l.i.) se α1v1+ · · · + αnvn = 0,

para vi ∈ B e αi ∈ R, i ∈ {1, . . . , n}, implica que α1 = · · · = αn = 0. Caso contr´ario,

dizemos que B ´e linearmente dependente (ou l.d.).

(IV) Dizemos que B ´e base de V se B ´e um conjunto gerador de V e l.i.

Defini¸c˜ao 5. Um R-espa¸co vetorial ´e finitamente gerado se possui um conjunto gerador finito.

Observa¸c˜ao 1. Todo espa¸co vetorial finitamente gerado possui uma base. A demons-tra¸c˜ao desse resultado pode ser encontrada no texto [CL].

Proposi¸c˜ao 1. Qualquer base de um R-espa¸co vetorial V , finitamente gerado, possui a mesma quantidade de vetores.

Demonstra¸c˜ao. Consideremos um R-espa¸co vetorial finitamente gerado V e suas bases B = {u1, . . . , un} e B0 = {v1, . . . , vm}. Suponhamos que essas bases n˜ao tenham a

mesma quantidade de vetores; sem perda de generalidade, assumamos que m > n. Es-crevamos os vetores de B0 como combina¸c˜ao linear dos vetores de B, da seguinte forma: vj = α1ju1 + . . . + αnjun, ∀j ∈ {1, . . . , m}. Notemos que m P j=1 βjvj = 0 implica que m P j=1 βj  n P i=1 αijui  = 0. Equivalentemente, n P i=1 m P j=1 αijβj ! ui = 0.

Como {u1, . . . , un} ´e base de V e, portanto, l.i., temos o sistema

     α11β1+ · · · + α1mβm = 0 .. . αn1β1+ · · · + αnmβm = 0

nas inc´ognitas βj e com coeficientes αij ∈ R, com i ∈ {1, . . . , n} e j ∈ {1, . . . , m}. Por

hip´otese, temos que m > n, ou seja, nesse sistema, o n´umero de inc´ognitas ´e estritamente maior que o n´umero de equa¸c˜oes. Desse modo, o sistema ´e poss´ıvel e indeterminado, admitindo pelo menos uma solu¸c˜ao n˜ao nula. Portanto, existem γ1, . . . , γm ∈ R, n˜ao

todos nulos, tais que γ1v1+ · · · + γmvm = 0. Consequentemente, B0 ´e l.d., contradizendo

o fato de ser base. Logo, as bases B e B0 possuem a mesma quantidade de vetores. Defini¸c˜ao 6. Seja V um espa¸co vetorial finitamente gerado. A dimens˜ao de V , dim V , ´e a quantidade de vetores de qualquer base de V .

Observa¸c˜ao 2. Seja C um conjunto finito. Usaremos a nota¸c˜ao #C para a quantidade de elementos de C (cardinalidade).

Proposi¸c˜ao 2. Seja V um R-espa¸co vetorial finitamente gerado. Se U ´e um subespa¸co de V , ent˜ao dim U ≤ dim V .

Demonstra¸c˜ao. Consideremos V um R-espa¸co vetorial finitamente gerado e U um su-bespa¸co de V . Sejam BU e BV bases de U e V , respectivamente. Podemos provar

(6)

essa proposi¸c˜ao supondo que #BU > #BV. Empregando argumentos an´alogos aos

uti-lizados na Demonstra¸c˜ao da Proposi¸c˜ao 1, essa suposi¸c˜ao implicar´a que BU ´e um

con-junto linearmente dependente, contradizendo a hip´otese de BU ser uma base. Portanto,

#BU ≤ #BV.

Defini¸c˜ao 7. Consideremos V , um R-espa¸co vetorial, e seus subespa¸cos vetoriais W1 e

W2. Definimos a soma de W1 com W2 como o subespa¸co vetorial

W1 + W2 = {w1+ w2; w1 ∈ W1 e w2 ∈ W2}. Dizemos que a soma W1+ W2 ´e direta se

W1∩ W2 = {0} e, nesse caso, escrevemos W1⊕ W2.

Proposi¸c˜ao 3. Sejam V um R-espa¸co vetorial finitamente gerado, U e W subespa¸cos vetoriais de V tais que U ⊕ W = V . Ent˜ao dim U + dim W = dim V .

Demonstra¸c˜ao. Sejam BU = {u1, . . . , un} e BW = {w1, . . . , wm} bases de U e W ,

respec-tivamente. Queremos mostrar que BU∪ BW ´e base de V .

Tomemos v ∈ V . Como V = U + W , temos que v = u + w, com u ∈ U e w ∈ W . Assim, existem α1, . . . , αn, β1, . . . , βm ∈ R tais que u = α1u1 + · · · + αnun e

w = β1w1 + · · · + βmwm. Por consequˆencia, v ´e uma combina¸c˜ao linear dos vetores de

BU∪ BW, a saber, v = α1u1+ · · · + αnun+ β1w1 + · · · + βmwm. Logo, V = [BU∪ BW].

Agora, suponhamos que existem escalares reais α1, . . . , αn, β1, . . . , βm tais que

α1u1 + · · · + αnun + β1w1 + · · · + βmwm = 0; temos, equivalentemente, que

α1u1+· · ·+αnun= −β1w1−· · ·−βmwm. Logo, α1u1+· · ·+αnune −β1w1−· · ·−βmwm

per-tencem `a U ∩ W . Visto que, por hip´otese, U ∩ W = {0}, segue que α1u1 + · · · + αnun = 0 e β1w1 + · · · + βmwm = 0. Como BU e BW s˜ao l.i.,

α1 = · · · = αn = β1 = · · · = βm = 0. Portanto, BU ∪ BW ´e um conjunto linearmente

independente.

Conclu´ımos que BU ∪ BW = {α1, . . . , αn, β1, . . . , βm} ´e base de V , desse modo,

dim V = n + m. Visto que dim U = #BU = n e dim W = #BW = m, completamos

a demonstra¸c˜ao.

Proposi¸c˜ao 4. Sejam V um R-espa¸co vetorial e B = {v1, . . . , vn} uma base ordenada de

V . Dado v ∈ V , os escalares tais que v ´e uma combina¸c˜ao linear dos vetores de B s˜ao unicamente determinados por v.

Demonstra¸c˜ao. Suponhamos que v = α1v1+ · · · + αnvn e v = β1v1+ · · · + βnvn. Ent˜ao,

(α1− β1)v1+ · · · + (αn− βn)vn = 0. Como, por hip´otese, {v1, . . . , vn} ´e base de V , segue

que αi = βi, ∀i ∈ {1, . . . , n}.

Defini¸c˜ao 8. Consideremos um R-espa¸co vetorial V e B = {v1, . . . , vn} uma base

or-denada de V . Denotamos por [v]B a matriz de coordenadas de v na base B; temos que

[v]B =    α1 .. . αn  

 se, e somente se, v = α1v1+ · · · + αnvn.

2.2

Mudan¸

ca de Base

Consideremos V um R-espa¸co vetorial finitamente gerado e duas de suas bases: B = {u1, . . . , un} e B0 = {v1, . . . , vn}. Tomemos v ∈ V e suas matrizes de

coordena-das [v]B =    α1 .. . αn    e [v]B0 =    β1 .. . βn  

. Temos o objetivo de encontrar uma rela¸c˜ao entre essas matrizes.

(7)

Escrevamos os vetores de B como combina¸c˜ao linear dos vetores de B0: uj = γ1jv1 + · · · + γnjvn, ∀j ∈ {1, . . . , n}. Pela matriz de coordenadas de v na base

B, sabemos que v = n P j=1 αjuj = n P j=1 αj  n P i=1 γijvi  = n P j=1 n P i=1 αjγijvi = n P i=1 n P j=1 αjγij ! vi.

Por outro lado, v = β1v1 + · · · + βnvn. Pela Proposi¸c˜ao 4, temos que

βi = α1γi1+ · · · + αnγin, ∀i ∈ {1, . . . , n}. Assim, a matriz

M =      γ11 γ12 · · · γ1n γ21 γ22 · · · γ2n .. . ... . .. ... γn1 γn2 · · · γnn     

´e tal que M · [v]B = [v]B0. Dizemos que M ´e a matriz de mudan¸ca de base de B para B0.

Notemos que M−1 ´e a matriz de mudan¸ca de base de B0 para B, pois se temos que M · [v]B = [v]B0, multiplicando os dois lados por M−1 `a esquerda, obtemos

M−1· [v]B0 = [v]B.

2.3

Formas Bilineares

Defini¸c˜ao 9. Seja V um R-espa¸co vetorial. A fun¸c˜ao h , i : V × V → R

(u, v) 7→ hu, vi

´e uma forma bilinear sobre V se for linear em cada uma das vari´aveis quando deixarmos a outra fixa, isto ´e:

(i) hαu1+ u2, vi = αhu1, vi + hu2, vi;

(ii) hu, αv1+ v2i = αhu, v1i + hu, v2i.

Se, al´em dessas propriedades, tivermos: (iii) hu, vi = hv, ui,

dizemos que a forma bilinear ´e sim´etrica.

No presente trabalho, as formas bilineares que trataremos ser˜ao as sim´etricas sobre R-espa¸cos vetoriais finitamente gerados.

(8)

Exemplo 2. Consideremos o R-espa¸co vetorial Rn+1, os vetores u = (u

1, . . . , un+1) e

v = (v1, . . . , vn+1) em Rn+1 e as fun¸c˜oes h , i1, h , i2, h , i3 : Rn+1× Rn+1 → R, tais

que:

hu, vi1 = u1v1+ u2v2+ · · · + unvn− un+1vn+1;

hu, vi2 = u1vn+1+ u2v2+ · · · + unvn+ un+1v1;

hu, vi3 = u1vn+1+ u2vn+ · · · + unv2+ un+1v1.

Essas fun¸c˜oes s˜ao formas bilineares sim´etricas.

Defini¸c˜ao 10. Consideremos um R-espa¸co vetorial V com uma forma bilinear h , i e sua base B = {b1, . . . , bn}. A matriz da forma bilinear h , i em rela¸c˜ao `a base ordenada B ´e

a matriz J = [hbi, bji]n×n.

Consideremos um R-espa¸co vetorial V com uma forma bilinear h , i, sua base B = {b1, . . . , bn} e u, v ∈ V . Sejam    u1 .. . un    e    v1 .. . vn    as matrizes de coordenadas de u e v na base B, respectivamente.

Ao calcularmos hu, vi, obtemos

hu, vi = * n P i=1 uibi, n P j=1 vjbj + = n P i=1 ui * bi, n P j=1 vjbj + = n P i=1 n P j=1 uivj hbi, bji = [v]t B J [u]B,

onde J ´e a matriz da forma bilinear h , i com rela¸c˜ao `a base ordenada B.

Notemos que se a forma bilinear h , i for sim´etrica, ent˜ao a matriz J ´e sim´etrica, pois hbi, bji = hbj, bii, ∀i, j ∈ {1, . . . , n}.

Exemplo 3. Referindo-se `as fun¸c˜oes definidas no Exemplo 1, as matrizes das formas bilineares h , i1, h , i2 e h , i3 com rela¸c˜ao `a base canˆonica do Rn+1 s˜ao, respectivamente,

J1 =        1 0 · · · 0 0 0 1 · · · 0 0 .. . ... . .. ... ... 0 0 · · · 1 0 0 0 · · · 0 −1        , J2 =        0 0 · · · 0 1 0 1 · · · 0 0 .. . ... . .. ... ... 0 0 · · · 1 0 1 0 · · · 0 0        e J3 =        0 0 · · · 0 1 0 0 · · · 1 0 .. . ... . .. ... ... 0 1 · · · 0 0 1 0 · · · 0 0        .

Proposi¸c˜ao 5. Se J e J0 s˜ao matrizes de uma mesma forma bilinear, ent˜ao det J e det J0 possuem o mesmo sinal.

Demonstra¸c˜ao. Consideremos o R-espa¸co vetorial V com a forma bilinear h , i e suas bases B e B0. Sejam M a matriz de mudan¸ca de base de B0 para B, J e J0 as matrizes da forma bilinear em rela¸c˜ao `as bases B e B0, respectivamente. Tomemos u, v ∈ V , ent˜ao

(9)

hu, vi = [v]t

B J [u]B

= (M [v]B0)t J (M [u]B0)

= [v]t

B0 (Mt J M ) [u]B0.

Por outro lado, hu, vi = [v]t

B0 J0 [u]B0. Logo, J0 = MtJ M e, consequentemente,

det J0 = (det M )2· det J. Segue que det J e det J0 em o mesmo sinal.

Defini¸c˜ao 11. Consideremos V um R-espa¸co vetorial com uma forma bilinear h , i e seu subconjunto S. Definimos o complemento ortogonal de S, o qual denotamos por S⊥, como o conjunto {v ∈ V ; hv, si = 0, ∀s ∈ S}.

Proposi¸c˜ao 6. Seja S um subconjunto de um R-espa¸co vetorial V . S⊥ ´e um subespa¸co vetorial.

Demonstra¸c˜ao. Consideremos V um R-espa¸co vetorial e S ⊂ V . Notemos que o vetor nulo 0 = 0 · v, ∀v ∈ V . Assim, ∀s ∈ S, h0, si = h0 · v, si = 0 · hv, si = 0; ou seja, 0 ∈ S⊥. Sejam u, v ∈ S⊥, ent˜ao hu + v, si = hu, si + hv, si = 0; segue que u + v ∈ S⊥. Tomemos α ∈ R e v ∈ S⊥, ent˜ao hα · v, si = α · hv, si = α · 0 = 0; desse modo, α · v ∈ S⊥. Logo, S⊥ ´e um subespa¸co vetorial.

Defini¸c˜ao 12. Seja V um R-espa¸co vetorial munido da forma bilinear h , i. Uma base B = {b1, . . . , bn} de V ´e dita ortonormal se hbi, bii ∈ {−1, 0, 1} e hbi, bji = 0,

com i 6= j, ∀i, j ∈ {1, . . . , n}. Desse modo, a matriz de uma forma bilinear em rela¸c˜ao `a uma base ortonormal ´e diagonal e seus termos s˜ao -1, 0 ou 1.

Proposi¸c˜ao 7. Todo R-espa¸co vetorial munido de uma forma bilinear h , i possui uma base ortonormal.

Demonstra¸c˜ao. Seja V um R-espa¸co vetorial, de dimens˜ao n, dotado de uma forma bili-near h , i. Se hv1, v2i = 0, ∀v1, v2 ∈ V , ent˜ao qualquer base de V ´e ortonormal. Agora,

avaliaremos o caso em que existe v ∈ V tal que hv, vi 6= 0. Assim, podemos escrever hv, vi = λ2, com  ∈ {−1, 1} e λ ∈ R \ {0}. Tomemos o vetor v

1 = λ−1v em V ;

note-mos que v1 ´e tal que hv1, v1i = ±1. De maneira indutiva, repetimos esse processo para

encontrar uma base ortonormal {v2, . . . , vn} do subespa¸co vetorial [v1]⊥. Claramente, o

conjunto {v1, . . . , vn} ´e base ortonormal de V .

Defini¸c˜ao 13. Um subespa¸co euclidiano de um R-espa¸co vetorial V dotado de uma forma bilinear h , i ´e um subespa¸co E de V tal que he, ei > 0, ∀e ∈ E \ {0}.

Teorema 1 (Teorema de Sylvester). Seja V um R-espa¸co vetorial com a forma bi-linear h , i. Em qualquer base ortonormal B = {b1, . . . , bn} de V , as quantidades

p = #{bi ∈ B; hbi, bii > 0}, q = #{bi ∈ B; hbi, bii < 0} e r = #{bi ∈ B; hbi, bii = 0} n˜ao

se alteram.

Demonstra¸c˜ao. Consideremos V um R-espa¸co vetorial munido de uma forma bilinear h , i e B = {b1, . . . , bn} uma base ortonormal de V . Seja U o subespa¸co vetorial

de V gerado pelo conjunto linearmente independente {b ∈ B; hb, bi = −1 ou hb, bi = 0}, cuja cardinalidade ´e n − p. Notemos que se u ∈ U , ent˜ao hu, ui ≤ 0. Assim, temos que U ∩ E = {0}, para qualquer subespa¸co euclidiano E de V . Al´em disso, sabemos que a soma U + E ´e um subespa¸co vetorial de V . Pelas Proposi¸c˜oes 2 e 3, temos que dim U + dim E ≤ dim V = n. Como dim U = n − p, segue que dim E ≤ p; portanto, sup {dim E; E ´e um subespa¸co euclidiano de V } = p. Desse modo, o n´umero p inde-pende da base. Similarmente, prova-se que o n´umero q tamb´em ´e independente da base ortonormal. Assim, fixa-se a quantidade r pela rela¸c˜ao r = n − p − q.

(10)

Defini¸c˜ao 14. A assinatura de uma forma bilinear ´e a tripla (p, q, r), onde p, q e r s˜ao as quantidades definidas no enunciado do Teorema de Sylvester.

Defini¸c˜ao 15. Consideremos V um R-espa¸co vetorial com uma forma bilinear h , i. Dize-mos que essa forma bilinear ´e degenerada se V⊥ 6= {0} ou, equivalentemente, se existe u ∈ V \ {0} tal que hu, vi = 0, para todo v ∈ V .

Proposi¸c˜ao 8. A forma bilinear ´e degenerada se, e somente se, r > 0.

Demonstra¸c˜ao. Consideremos V , um R-espa¸co vetorial, com a forma bilinear h , i e B = {b1, . . . , bn}, uma base ortonormal de V .

Suponhamos que a forma bilinear h , i ´e degenerada. Assim, existe um vetor u ∈ V \{0} tal que hu, vi = 0, ∀v ∈ V . Sejam α1, . . . , αn∈ R tais que u = α1b1+ · · · + αnbn. Como

u 6= 0, existe i ∈ {1, . . . , n} tal que αi 6= 0. Pela propriedade do vetor u, temos que

hu, bii = n

P

j=1

αjhbj, bii = 0. Visto que B ´e base ortonormal, hbj, bii = 0, ∀i 6= j; logo,

αihbi, bii = 0. Por tomarmos i ∈ {1, . . . , n} tal que αi 6= 0, temos que hbi, bii = 0; isto ´e,

r ≥ 1.

Reciprocamente, suponhamos que r > 0. Assim, existe bi ∈ B tal que hbi, bii = 0.

Observemos que bi 6= 0, pois B ´e um conjunto linearmente independente. Seja v ∈ V ,

desse modo, existem escalares reais β1, . . . , βn tais que v = β1b1+ · · · + βnbn. Notemos

que hbi, vi = n

P

j=1

βjhbi, bji. Por B ser uma base ortonormal e pela propriedade do vetor bi,

temos que hbi, bji = 0, ∀j ∈ {1, . . . , n}. Consequentemente, hbi, vi = 0, ∀v ∈ V ; ou seja,

a forma bilinear h , i ´e degenerada.

3

Modelos de Geometria Hiperb´

olica Plana

Nesta se¸c˜ao, abordaremos alguns modelos para a geometria hiperb´olica. O primeiro modelo que trataremos ser´a o projetivo, o qual fundamentar´a a constru¸c˜ao dos demais. Primeiramente, como teremos contato com espa¸cos m´etricos, introduziremos esse conceito. Defini¸c˜ao 16. Seja M um conjunto. Uma m´etrica em M ´e uma fun¸c˜ao

d : M × M → R

(x, y) 7→ d(x, y) que satisfaz `as seguintes propriedades para todo x, y, z ∈ M : (i) d(x, x) = 0;

(ii) se x 6= y, ent˜ao d(x, y) > 0; (iii) d(x, y) = d(y, x) (simetria);

(iv) d(x, z) ≤ d(x, y) + d(y, z) (desigualdade triangular).

Um espa¸co m´etrico ´e o par (M, d), onde M ´e um conjunto e d ´e uma m´etrica em M .

3.1

O Modelo Projetivo

3.1.1 O Plano Projetivo

Em R3 \ {0}, consideremos a seguinte rela¸c˜ao de equivalˆencia:

(11)

A classe de equivalˆencia do vetor v ´e o conjunto v = {u ∈ R3 \ {0}; u ∼ v}, isto ´e,

o subespa¸co unidimensional gerado por {v} subtra´ıdo do conjunto unit´ario que cont´em o vetor nulo. Definimos o plano projetivo, denotado por P2

R, como o espa¸co das classes de

equivalˆencia, a saber, {v; v ∈ R3\ {0}}.

Consideremos a proje¸c˜ao natural de R3 \ {0} em P2R: P : R3\ {0} → P2R

v 7→ P(v) = v.

A classe v ´e denominada ponto do plano projetivo e um vetor pertencente a P−1(v), representante ou levantamento de v. Devido `a necessidade futura de utilizar coordenadas, convencionemos denotar P ((x, y, z)) por [x : y : z].

3.1.2 O Plano Hiperb´olico

Denotaremos por R2,1 o R3 dotado da seguinte forma bilinear de assinatura (2, 1, 0):

h , i : R3× R3

R

(u, v) 7→ hu, vi = u1v1+ u2v2− u3v3,

onde u = (u1, u2, u3) e v = (v1, v2, v3). Essa forma decomp˜oe o R3 nos conjuntos dos

vetores negativos, isotr´opicos e positivos, definidos, respectivamente, por: V−= {v ∈ R3; hv, vi < 0};

V0 = {v ∈ R3; hv, vi = 0};

V+= {v ∈ R3; hv, vi > 0}.

Quando analisamos a igualdade h(x, y, z), (x, y, z)i = 0, notamos que se trata do cone de equa¸c˜ao x2+y2−z2 = 0. Portanto, geometricamente, o conjunto dos vetores isotr´opicos

´e essa superf´ıcie, os vetores negativos s˜ao aqueles que est˜ao no interior do cone e os vetores positivos s˜ao aqueles externos ao cone.

Figura 1: Superf´ıcie cˆonica de equa¸c˜ao x2+ y2− z2 = 0.

Defini¸c˜ao 17. Seja P a proje¸c˜ao natural de R2,1 em P2

R. Definimos:

(I) o plano hiperb´olico, H2 = P(V −);

(II) a fronteira ideal, ∂H2 = P(V0\ {0});

(III) o plano polar, `H2 = P(V +).

(12)

Observemos que, geometricamente, o plano hiperb´olico ´e o espa¸co das retas situadas no interior do cone de equa¸c˜ao x2 + y2− z2 = 0.

Agora, dirigiremo-nos `a m´etrica do plano hiperb´olico.

Consideremos u e v pontos distintos de H2 e K o subespa¸co [u, v], onde u ∈ P−1(u)

e v ∈ P−1(v). Notemos que K ´e um plano que passa por dentro do cone, assim, a forma bilinear de R2,1 restrita a K tem assinatura (1, 1, 0). Pela Proposi¸c˜ao 5, temos que

det hu, ui hu, vi hv, ui hv, vi



= hu, uihv, vi − hu, vihv, ui < 0,

ou seja, hu, vihv, ui hu, uihv, vi > 1.

Observemos que se u = v, ent˜ao existe λ ∈ R \ {0} tal que v = λu. Assim, hu, vihv, ui

hu, uihv, vi =

hu, λuihλu, ui hu, uihλu, λui =

λ2hu, uihu, ui

λ2hu, uihu, ui = 1.

Logo, de modo geral, hu, vihv, ui

hu, uihv, vi ≥ 1. Esse fato garante a existˆencia e unicidade de um n´umero real n˜ao negativo d(u, v) tal que

cosh2 d(u, v) = hu, vihv, ui hu, uihv, vi.

Figura 2: Unicidade do n´umero positivo d(u, v).

Seja d a fun¸c˜ao que associa a cada par (u, v) ∈ H2× H2 o n´umero real n˜ao negativo

d(u, v) tal que cosh2d(u, v) = hu, vihv, ui

hu, uihv, vi. Essa fun¸c˜ao ´e a m´etrica do plano hiperb´olico. Uma demonstra¸c˜ao de que d ´e uma m´etrica em P(V−) pode ser encontrada no texto [I].

Observa¸c˜ao 3. Notemos que a fun¸c˜ao d est´a bem definida. De fato. Sejam u e v pontos de H2. Tomemos u

1, u2 ∈ P−1(u) e v1, v2 ∈ P−1(v);

ent˜ao, existem α, β ∈ R \ {0} tais que u1 = αu2 e v1 = βv2. Dessa forma,

hu1, v1ihv1, u1i

hu1, u1ihv1, v1i

= hαu2, βv2ihβv2, αu2i hαu2, αu2ihβv2, βv2i

= α 2β2hu 2, v2ihv2, u2i α2β2hu 2, u2ihv2, v2i = hu2, v2ihv2, u2i hu2, u2ihv2, v2i .

(13)

Portanto, a fun¸c˜ao d aplicada no par (u, v) independe dos representantes dos pontos u e v de H2.

Considerando o exposto, o plano hiperb´olico, denotado por H2, ´e o conjunto P(V −)

munido da m´etrica d.

3.2

O Modelo de Klein

Consideremos o disco D = {(x, y) ∈ R2; x2 + y2 < 1}. Aqui, temos o intuito de

estabelecer uma identifica¸c˜ao entre o plano hiperb´olico, H2, e o disco D. Primeiramente,

para isso, obteremos a interse¸c˜ao entre um ponto do plano hiperb´olico e o plano de equa¸c˜ao z = 1.

Sejam π o plano {(x, y, 1) ∈ R2,1; x, y ∈ R} e [v

1 : v2 : v3] um ponto de H2. Assim,

v12+ v22− v2

3 < 0, ou seja, v3 6= 0. Sabemos que

[v1 : v2 : v3] = {(v1λ, v2λ, v3λ) ∈ V−; λ ∈ R \ {0}}.

Tomemos P ∈ [v1 : v2 : v3] ∩ π. Dessa forma, temos λ =

1 v3 e, consequentemente, P = v1 v3 ,v2 v3 , 1  .

Figura 3: Interse¸c˜ao entre um ponto do plano hiperb´olico e o plano π.

Observemos que os n´umeros reais v1, v2 e v3 satizfazem `a rela¸c˜ao v21 + v22 − v32 < 0, a

qual equivale a v 2 1 v2 3 +v 2 2 v2 3

< 1. Dado isso, P pertence ao disco {(x, y, 1) ∈ R3; x2+ y2 < 1}. Com base no obtido, podemos fazer uma identifica¸c˜ao entre H2 e D atrav´es da seguinte

fun¸c˜ao: ϕ : H2 D [x : y : z] 7→ x z, y z  .

(14)

Proposi¸c˜ao 9. A fun¸c˜ao ϕ ´e bijetora.

Demonstra¸c˜ao. Primeiramente, mostremos que ϕ est´a bem definida. Seja [x : y : z] um ponto de H2. Tomemos (x1, y1, z1), (x2, y2, z2) ∈ [x : y : z]. Assim, existe λ ∈ R \ {0} tal

que (x1, y1, z1) = (x2λ, y2λ, z2λ). Desse modo,

ϕ([x1 : y1 : z1]) = ϕ([x2λ : y2λ : z2λ]) =  x2λ z2λ ,y2λ z2λ  = x2 z2 ,y2 z2  = ϕ([x2 : y2 : z2]).

Agora, verifiquemos se ϕ ´e sobrejetora. Seja (x, y) ∈ D, ent˜ao existe [x : y : 1] ∈ H2

tal que ϕ([x : y : 1]) = (x, y).

Por fim, analisaremos se ϕ ´e injetora. Sejam [x1 : y1 : z1], [x2 : y2 : z2] ∈ H2 tais que

ϕ([x1 : y1 : z1]) = ϕ([x2 : y2 : z2]). Assim,  x1 z1 ,y1 z1  =  x2 z2 ,y2 z2  , ou seja, x1 = z1 z2 · x2 e y1 = z1 z2 · y2; al´em disso, z1 = z1 z2

· z2. Em outras palavras, existe o n´umero real n˜ao nulo

z1 z2 tal que (x1, y1, z1) = z1 z2 · (x2, y2, z2). Logo, [x1 : y1 : z1] = [x2 : y2 : z2].

Portanto, ϕ ´e uma bije¸c˜ao entre H2 e D.

A m´etrica do plano hiperb´olico induz uma m´etrica no disco D por meio da identifica¸c˜ao entre (x, y), pertencente a D, e [x : y : 1], de H2. Dessa forma, uma m´etrica em D ´e a

fun¸c˜ao dD que associa a cada par ((x1, y1), (x2, y2)) ∈ D × D o n´umero real n˜ao negativo

dD((x1, y1), (x2, y2)) tal que cosh2dD((x1, y1), (x2, y2)) = h(x1, y1, 1), (x2, y2, 1)ih(x2, y2, 1), (x1, y1, 1)i h(x1, y1, 1), (x1, y1, 1)ih(x2, y2, 1), (x2, y2, 1)i = (x1x2+ y1y2− 1) 2 (x2 1+ y12− 1)(x22+ y22− 1) .

Considerando essa constru¸c˜ao, o disco de Klein ´e o espa¸co m´etrico (D, dD).

Exemplo 4. Calculemos a distˆancia hiperb´olica entre os pontos  −3 4, 0  e  3 4, 0  de D. Notemos que dD  − 3 4, 0  , 3 4, 0 

´e tal que cosh2dD

 −3 4, 0  , 3 4, 0  = 25 2 72 , isto ´e, dD  − 3 4, 0  , 3 4, 0  = arccosh 25 7 

≈ 1, 946. A t´ıtulo de compara¸c˜ao, a distˆancia euclidiana entre os dois pontos do exemplo ´e igual a 1, 5.

3.3

O Modelo do Hiperboloide

A seguir, construiremos o modelo do hiperboloide por meio de uma identifica¸c˜ao similar `

a anterior, desta vez, por´em, entre o plano hiperb´olico e uma das folhas do hiperboloide de equa¸c˜ao x2+ y2− z2 = −1.

Escolhamos a folha superior desse hiperboloide para fazer tal identifica¸c˜ao. Assim, consideremos o conjunto F = {(x, y, z) ∈ R2,1; x2 + y2 − z2 = −1 e z > 0} e o ponto

[v1 : v2 : v3] de H2. Vejamos que, equivalentemente, podemos definir a folha

superior F como o conjunto {(x, y,px2+ y2+ 1) ∈ V

−}. Al´em disso, lembremo-nos

(15)

Tomemos P ∈ [v1 : v2 : v3] ∩ F . Seque que λ = 1 p−(v2 1+ v22− v23) e, portanto, P = 1 p−(v2 1 + v22 − v32) (v1, v2, v3).

Figura 4: Interse¸c˜ao entre um ponto do plano hiperb´olico e a superf´ıcie F .

Desse modo, a fun¸c˜ao seguinte fornece uma identifica¸c˜ao entre H2 e F :

ρ : H2 F

[x : y : z] 7→ 1

p−(x2+ y2 − z2)(x, y, z)

.

Proposi¸c˜ao 10. A fun¸c˜ao ρ ´e uma bije¸c˜ao.

Demonstra¸c˜ao. A princ´ıpio, provaremos que ρ est´a bem definida. Seja [x : y : z] um ponto de H2. Tomemos (x1, y1, z1) e (x2, y2, z2), representantes de [x : y : z]. Assim,

existe λ ∈ R \ {0} tal que (x1, y1, z1) = (x2λ, y2λ, z2λ). Logo, temos que

ρ([x1 : y1 : z1]) = ρ([x2λ : y2λ : z2λ]) = 1 p−(x2 2λ2+ y22λ2− z22λ2) (x2λ, y2λ, z2λ) = 1 p−(x2 2+ y22− z22) (x2, y2, z2) = ρ([x2 : y2 : z2]).

Agora, verificaremos se a fun¸c˜ao ρ ´e sobrejetora. Seja (x, y, z) ∈ F . Desse modo, os n´umeros reais x, y e z satisfazem `a rela¸c˜ao x2 + y2 − z2 = −1. Dado isso, notemos que

existe [x : y : z] ∈ H2 tal que ρ([x : y : z]) = 1

p−(x2+ y2− z2)(x, y, z) =

1

(16)

Para concluir a prova, analisaremos se ρ ´e injetora. Consideremos [x1 : y1 : z1] e

[x2 : y2 : z2] pontos de H2 tais que ρ([x1 : y1 : z1]) = ρ([x2 : y2 : z2]). Equivalentemente,

1 p−(x2 1+ y12− z12) (x1, y1, z1) = 1 p−(x2 2+ y22− z22)

(x2, y2, z2). Isso implica que existe o

n´umero real n˜ao nulo s x2 1+ y12− z12 x2 2+ y22− z22 tal que (x1, y1, z1) = s x2 1 + y21− z21 x2 2 + y22− z22 · (x2, y2, z2). Logo, [x1 : y1 : z1] = [x2 : y2 : z2].

Portanto, a fun¸c˜ao ρ ´e uma bije¸c˜ao entre H2 e F .

Podemos induzir a m´etrica hiperb´olica em F por meio da identifica¸c˜ao entre (x, y, z), pertencente a F , e [x : y : z], de H2. Desse modo, uma m´etrica em F ´e a fun¸c˜ao dF que associa a cada par (u, v) ∈ F × F o n´umero real n˜ao negativo dF(u, v) tal que

cosh2dF(u, v) =

hu, vihv, ui

hu, uihv, vi = hu, vi

2.

Em suma, o modelo do hiperboloide ´e o espa¸co m´etrico (F, dF).

4

Breve Estudo sobre o Plano Hiperb´

olico

4.1

Geod´

esicas do Plano Hiperb´

olico

Defini¸c˜ao 18. Consideremos I um intervalo aberto de R. Uma curva no plano hiperb´olico ´e uma aplica¸c˜ao γ : I → H2. A imagem direta γ(I) ⊂ H2 ´e dita tra¸co da curva γ.

Defini¸c˜ao 19. Consideremos uma curva γ : I → H2. Dizemos que γ ´e uma geod´esica

quando d(γ(a), γ(b)) = |a − b|, ∀a, b ∈ I.

Visto que |a − b| ´e a distˆancia entre os pontos a e b de R em sua m´etrica usual, uma geod´esica no plano projetivo ´e uma aplica¸c˜ao de R em H2 que preserva distˆancias.

Defini¸c˜ao 20. O plano tangente a um ponto v de H2, denotado por T

vH2, ´e o subespa¸co

v⊥, ou seja, {p ∈ R2,1; hp, vi = 0}; sendo v um representante de v. Se p ´e um elemento de

TvH2, dizemos que p ´e um vetor tangente ao ponto v. Se, al´em disso, temos que hp, pi = 1, chamamos p de unit´ario.

Observa¸c˜ao 4. Notemos que o plano tangente a um ponto v, pertencente a H2, independe

do representante de v.

De fato. Sejam v1, v2 ∈ v. Assim, existe λ ∈ R \ {0} tal que v1 = λv2. Ent˜ao,

Tv1H 2 = {p ∈ R2,1; hp, v 1i = 0} = {p ∈ R2,1; hp, λv2i = 0} = {p ∈ R2,1; λhp, v 2i = 0}.

Como λ 6= 0, segue que Tv1H

2

= {p ∈ R2,1; hp, v2i = 0} = Tv2H

2.

Proposi¸c˜ao 11. Seja v ∈ H2. Se p ∈ TvH2\ {0}, ent˜ao hp, pi > 0.

Demonstra¸c˜ao. Consideremos v um ponto de H2. Segue que hv, vi < 0; logo, existe λ ∈ R \ {0} tal que hv, vi = −λ2. Seja v

1 ∈ v tal que v1 = λ−1v. Notemos que v1 satisfaz

hv1, v1i = −1.

Tomemos os vetores p1 e p2 em TvH2 tais que {v1, p1, p2} ´e uma base ortonormal de

(17)

{p1, p2} ´e base ortonormal de TvH2. Desse modo, se p ´e vetor de TvH2, existem escalares

α, β ∈ R tais que p = αp1+ βp2. Segue que

hp, pi = hαp1+ βp2, αp1+ βp2i

= α2hp1, p1i + 2αβhp1, p2i + β2hp2, p2i

= α2+ β2.

Logo, hp, pi ≥ 0. Para concluir, mostraremos que hp, pi = 0 se, e somente se, p = 0. Evidentemente, p = 0 implica que hp, pi = 0. A rec´ıproca tamb´em ´e verdadeira. De fato, seja p um vetor de TvH2 tal que hp, pi = 0; assim, α = β = 0 e, consequentemente, p = 0 · p1+ 0 · p2 = 0.

Portanto, TvH2 ´e um subespa¸co euclidiano de R2,1.

Proposi¸c˜ao 12. Consideremos u e v dois pontos distintos de H2 e K = [u, v]. Existe um

vetor unit´ario p ∈ K ∩ TuH2 tal que v = cosh d(u, v) · u + senh d(u, v) · p.

Demonstra¸c˜ao. Sejam u e v pontos distintos de H2. Sem perda de generalidade, tomemos u ∈ u e v ∈ v tais que hu, ui = −1 e hv, vi = −1. Consideremos K o espa¸co gerado pelo conjunto {u, v}. Notemos que a forma bilinear de R2,1 restrita a K possui assinatura

(1, 1, 0). Logo, existe um vetor p em K ∩ TuH2 tal que {u, p} ´e base ortonormal de K.

Figura 5: Representantes u, v e p.

Assim, existem escalares reais x e y tais que v = xu + yp. Dado isso, −1 = hv, vi

= hxu + yp, xu + ypi

= x2hu, ui + 2xyhu, pi + y2hp, pi

= −x2+ y2.

Desse modo, existe um n´umero real positivo z tal que x = cosh z e y = senh z. Agora, queremos mostrar que z = d(u, v). Notemos que

cosh2d(u, v) = hu, vihv, ui hu, uihv, vi

= hu, cosh z · u + senh z · ti2

(18)

Portanto, z = d(u, v) e, consequentemente, v = cosh d(u, v) · u + senh d(u, v) · p. Proposi¸c˜ao 13. Consideremos v um ponto de H2 e p, pertencente a TvH2, um vetor tangente unit´ario. Seja v um representante de v tal que hv, vi = −1. Ent˜ao, a curva

γ : R → H2

t 7→ cosh t · v + senh t · p

´e uma geod´esica. Em adi¸c˜ao a isso, γ(R) = P(K \ {0}) ∩ H2; sendo K = [v, p].

Demonstra¸c˜ao. Notemos que para qualquer t ∈ R, o vetor cosh t · v + senh t · p ´e um representante de γ(t) tal que hcosh t · v + senh t · p, cosh t · v + senh t · pi = −1, pois

hcosh t · v + senh t · p, cosh t · v + senh t · pi = cosh2t · hv, vi + senh2 t · hp, pi = senh2 t − cosh2t

= −1.

Sejam a, b ∈ R. Tomemos os representantes cosh a · v + senh a · p e cosh b · v + senh b · p de γ(a) e γ(b), respectivamente. Desse modo,

cosh2d(γ(a), γ(b)) = hcosh a · v + senh a · p, cosh b · v + senh b · pi2

= (cosh a · cosh b · hv, vi + senh a · senh b · hp, pi)2 = (− cosh a · cosh b + senh a · senh b)2

= (cosh a · cosh b − senh a · senh b)2

= cosh2(a − b).

Portanto, d(γ(a), γ(b)) = |a − b|, ou seja, a curva γ ´e uma geod´esica.

Provaremos que os conjuntos γ(R) e P(K \ {0}) ∩ H2 s˜ao iguais. Previamente, perce-bamos que P(K \ {0}) ∩ H2 = {αv + βp; α, β ∈ R e hαv + βp, αv + βpi < 0}.

Consideremos o ponto γ(t) = cosh t · v + senh t · p ∈ γ(R). Analisemos seu repre-sentante cosh t · v + senh t · p. Claramente, cosh t, senh t ∈ R. Al´em disso, pelo in´ıcio desta prova, esse representante satisfaz hcosh t · v + senh t · p, cosh t · v + senh t · pi < 0. Logo, γ(t) ∈ P(K \ {0}) ∩ H2.

Reciprocamente, seja u ∈ P(K \ {0}) ∩ H2. Tomemos um representante u de u tal que hu, ui = −1. Notemos que u ∈ K, isto ´e, existem x, y ∈ R tais que u = xv + yp. A rela¸c˜ao hxv + yp, xv + ypi = −1 implica que x e y satisfazem `a equa¸c˜ao y2 − x2 = −1; ent˜ao,

existe um n´umero real z tal que x = cosh z e y = senh z. Assim, u = cosh z · v + senh z · p ou, equivalentemente, u = γ(z) ∈ γ(R). Portanto, γ(R) = P(K \ {0}) ∩ H2.

Proposi¸c˜ao 14. Dados u e v pontos distintos de H2, existe uma geod´esica γ : R → H2

tal que u, v ∈ γ(R).

Demonstra¸c˜ao. Consideremos u, v ∈ H2, um representante u de u tal que hu, ui = −1 e

K = [u, v]. Pela Proposi¸c˜ao 12, sabemos que existe um vetor unit´ario p ∈ K ∩ TvH2 tal

que v = cosh d(u, v) · u + senh d(u, v) · p. Assim, de acordo com a Proposi¸c˜ao 13, a curva

γ : R → H2

t 7→ cosh t · u + senh t · p ´e uma geod´esica. Observemos que u, v ∈ γ(R), pois γ(0) = u e γ(d(u, v)) = v.

(19)

4.2

Retas do Plano Hiperb´

olico

J´a temos a no¸c˜ao de pontos do plano hiperb´olico. Agora, vamos conhecer suas retas. Seja K um subespa¸co de assinatura (1, 1, 0) de R2,1. Chamaremos de reta do plano

hiperb´olico o conjunto P(K \ {0}) ∩ H2.

Proposi¸c˜ao 15. No plano hiperb´olico, existe uma ´unica reta que passa por dois pontos distintos.

Demonstra¸c˜ao. (Existˆencia) Consideremos u e v pontos distintos de H2 e K = [u, v]. Desse modo, K ´e um plano que passa por dentro do cone e possui assinatura (1, 1, 0). Seja r a reta P(K \ {0}) ∩ H2, isto ´e, r = {αu + βv; α, β ∈ R e hαu + βv, αu + βvi < 0}.

Vejamos que u = 1 · u + 0 · v e v = 0 · u + 1 · v, al´em disso, u, v ∈ V−. Logo, u, v ∈ r.

(Unicidade) Suponhamos que existe uma reta r0 que passa pelos dois pontos u e v. Assim, r0 = P(K0\{0})∩H2, sendo K0

um subespa¸co de assinatura (1, 1, 0) de R2,1. Como

u, v ∈ r0, em particular, u e v s˜ao pontos de P(K0 \ {0}). Logo, os representantes u e v s˜ao elementos de K0\ {0}. Como u 6= v, o conjunto {u, v} ´e uma base de K0. Portanto,

K = K0 e, consequentemente, as retas r e r0 s˜ao iguais.

Agora, introduziremos um novo conceito. Seja r a reta P(K \ {0}) ∩ H2, dizemos que

ω ´e um ponto ideal da reta r se ω ∈ P(K \ {0}) ∩ ∂H2.

Proposi¸c˜ao 16. Qualquer reta do plano hiperb´olico possui exatamente dois pontos ideais. Demonstra¸c˜ao. Consideremos a reta r que passa pelos pontos u e v, pertencentes a H2,

e u ∈ u tal que hu, ui = −1. Seja K = [u, v], tomemos p ∈ K ∩ TuH2 tal que o conjunto {u, p} ´e uma base ortonormal de K.

Notemos que P(K \ {0}) ∩ ∂H2 = {αu + βp; α, β ∈ R \ {0} e hαu + βp, αu + βpi = 0}.

A condi¸c˜ao hαu + βp, αu + βpi = 0 implica que β = α ou β = −α; visto que α 6= 0, essas duas possibilidades para o valor de β s˜ao distintas. Ent˜ao, podemos reescrever P(K \ {0}) ∩ ∂H2 = {u + p, u − p}.

Resta mostrarmos que esses dois elementos obtidos s˜ao diferentes. Sejam x, y ∈ R, obsevemos que a suposi¸c˜ao de que x(u + p) + y(u − p) = 0 implica que x = y = 0. Assim, o conjunto {u + p, u − p} ´e l.i. e, consequentemente, u + p 6= u − p. Portanto, #P(K \ {0}) ∩ ∂H2 = 2.

Observa¸c˜ao 5. Notemos que, dados os pontos u ∈ H2 e ω ∈ ∂H2, existe uma ´unica reta

que passa por u e tem ω como ponto ideal. Essa afirma¸c˜ao pode ser demonstrada de forma an´aloga `a Proposi¸c˜ao 15.

Observemos que a interse¸c˜ao entre dois subespa¸cos de dimens˜ao 2 em R3 ´e um

su-bespa¸co de dimens˜ao 1, cuja projetiviza¸c˜ao ´e um ´unico ponto. Por consequˆencia, se r = P(K1\ {0}) ∩ H2 e s = P(K2\ {0}) ∩ H2 s˜ao duas retas distintas do plano hiperb´olico,

ent˜ao #(P(K1 \ {0}) ∩ P(K2 \ {0})) = 1. Dado isso, classificaremos a posi¸c˜ao relativa

entre duas retas no plano hiperb´olico.

Defini¸c˜ao 21. Sejam r = P(K1\ {0}) ∩ H2 e s = P(K2\ {0}) ∩ H2 duas retas distintas

do plano hiperb´olico, dizemos que r e s s˜ao:

(I) concorrentes se P(K1\ {0}) ∩ P(K2\ {0}) ∈ H2;

(II) assint´oticas se P(K1 \ {0}) ∩ P(K2\ {0}) ∈ ∂H2;

(20)

Observa¸c˜ao 6. Notemos que as retas r e s n˜ao se interceptam se, e somente se, s˜ao assint´oticas ou ultra-paralelas.

Finalmente, provaremos que o postulado particular da Geometria Hiperb´olica ´e valido no plano hiperb´olico.

Proposi¸c˜ao 17. No plano hiperb´olico, por um ponto fora de uma reta, existem pelo menos duas retas que n˜ao interceptam a reta dada.

Demonstra¸c˜ao. Considermos r uma reta e v um ponto, ambos pertencentes ao plano hiperb´olico. Sejam ω1 e ω2 os dois pontos ideais de r. Tracemos s, a reta que passa por v

e tem ω1 como ponto ideal, e t, a reta que passa por v e tem ω2 como ponto ideal. Desse

modo, o par r e s e o par r e t s˜ao de retas assint´oticas. Logo, encontramos duas retas que n˜ao interceptam r.

Figura 6: Retas s e t, tra¸cadas por v e assint´oticas `a r.

Existem infinitas retas com essa propriedade. De fato, notemos que as retas s e t dividem o plano hiperb´olico em quatro regi˜oes, sendo que r est´a contida em uma delas. Todas as retas que est˜ao contidas no par de regi˜oes que interceptam-se unicamente em v, nenhuma das quais contendo r, tamb´em n˜ao interceptam r.

5

Considera¸

oes Finais

Como pudemos perceber, o plano hiperb´olico ´e um exemplo de espa¸co m´etrico onde os axiomas de Geometria Hiperb´olica encontram validade. Consequentemente, esse espa¸co m´etrico herda os resultados dessa geometria enquanto fornece interpreta¸c˜oes `a mesma.

Objetivando concluir apresentando uma possibilidade de aprofundamento sobre o as-sunto abordado, deixamos registrado que as constru¸c˜oes feitas neste trabalho para modelos de Geometria Hiperb´olica Plana podem ser adaptadas e, posteriormente, estendidas para a obten¸c˜ao de modelos em dimens˜oes superiores.

(21)

Referˆ

encias

[AB] ANDRADE, P.; BARROS, A. Introdu¸c˜ao `a Geometria Projetiva. Rio de Janeiro: SBM, 2010.

[B] BARBOSA, J. L. M. Geometria Hiperb´olica. 1. ed. Goiˆania: Editora da UFG, 2002.

[CL] COELHO, F. U.; LOURENC¸ O, M. L. Um Curso de ´Algebra Linear. 2. ed. S˜ao Paulo: Editora da Universidade de S˜ao Paulo, 2013.

[I] IVERSEN, B. Hyperbolic Geometry. London Mathematical Society Student Texts, 25. Cambridge: Cambridge University Press, 1992.

Referências

Documentos relacionados

The new educational relationship, proposed by Sud Mennucci, allowed the exercise of social functions of the rural school that are explained in the correspondence of the education

O trabalho de levantamento qualitativo das espécies vegetais foi realizado na Antiga Fazenda da Conceição (AFC), esta fazenda é uma propriedade de

Os resultados constantes no Quadro 3 mostram que há causalidade unidirecional do Índice Bovespa em relação ao PIB real desestacionalizado em três níveis de defasagens, indicando que

O Curso Superior de Tecnologia em Marketing deverá desenvolver um conjunto de competências e habilidades para garantir o domínio de conteúdos prático- teóricos, que

Priscila Kakizaki: Approval of the final version of the manuscript; intellectual participation in propaedeutic and/or therapeutic conduct of studied cases; critical review of

Almofada em espuma de poliuretano injetada diretamente sobre a madeira compensada, indeformável, moldada anatomicamente com espessura de 5 cm (permite variação máxima

O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência ao cisalhamento apresentada por bráquetes ortodônticos colados em dentes bovinos com resinas

Nesse período, os setores que mais fecharam postos de trabalho foram o de Serviços , com 92 vagas encerradas, seguido pela Indústria de Transformação , com 57