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Variáveis envolvidas no comportamento de percepção de risco em desastres. Dafne Rosane Oliveira Instituto de Psicologia/USP, CEPED-USP

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(1)

Variáveis envolvidas no

comportamento de

percepção de risco em

desastres

Dafne Rosane Oliveira

Instituto de Psicologia/USP, CEPED-USP

(2)

Contexto

Logística Humanitária

– demanda complexa e

multifatorial de um desastre/ Interdisciplinariedade

envolvida na gestão de riscos e gerenciamento de

desastres

Mapeamento de áreas de risco - ações para garantir a

proteção das populações

Percepção de risco

Síndrome de Cry-Wolf

(3)

Objetivo

Investigação conceitual

Apresentar um panorama geral das variáveis

envolvidas na percepção de risco e a

chamada síndrome de cry-wolf.

(4)

Conceitos

DESASTRE

Uma questão central de várias definições, é a ideia da

ausência de recursos suficientes para lidar com os efeitos

de um evento adverso.

(5)

VULNERABILIDADE

Ayres (2002) a vulnerabilidade depende da combinação dos elementos da

vulnerabilidade individual, social e programática. Côelho (2016), comenta:

Vulnerabilidade individual (que compreende aspectos biológicos,

emocionais, cognitivos, atitudinais e referentes às relações sociais, o que compreenderia o nível de informação em relação aos riscos de um evento adverso);

Vulnerabilidade social (é caracterizada por aspectos culturais, sociais e

econômicos que determinam as oportunidades de acesso a bens e serviços, relacionada ao acesso aos meios de comunicação e recursos disponíveis para o enfrentamento de um desastre),

Vulnerabilidade programática (refere-se aos recursos sociais necessários

para a proteção do indivíduo a riscos, à integridade e ao bem-estar físico, psicológico e social, que está ligada à necessidade de uma minuciosa

avaliaçãodos programas para responder à demanda, de forma que hajam recursos e que eles possam ser utilizados.)

(6)

RISCO

Risco se refere à probabilidade de que ocorram consequências prejudiciais e/ou danos (mortes, lesões ou prejuízos econômicos) como resultado da interação entre as ameaças e a vulnerabilidade.

RISCO = Ameaça X Vulnerabilidade (CEPED/RS, 2015)

Capacidade

 Risco não é um mero estímulo físico objetivo, pois trata-se de uma construção social, subjetiva e multidimensional, que envolve valores,

crenças, juízos, atribuições, memória, emoção, sentimentos, motivação, categorização sobre o risco ou as distintas fontes de risco, sejam elas tecnológicas, ambientais ou sociais. (KUHNEN, 2009)

 Importante propor medidas de prevenção e preparação, a fim de

conhecer e diminuir os riscos e potencializar os recursos para lidar com eventos adversos.

(7)

Desenvolvimento e Discussão

 Mapeamento de áreas de risco – viver em área de risco

 Escolha x intrincado conjunto de fatores políticos, econômicos e sociais.

PERCEPÇÃO DE RISCO

As percepções sobre a realidade envolvem o modo como aprendemos a ver o mundo a partir de nossas experiências anteriores de aprendizagem. A percepção é efeito da cultura e influencia nossos comportamentos,

orientando nossa tomada de decisão referente ao que se percebe. CEPED/RS (2015) aponta que a “percepção de riscos é o processo de coleta, seleção e interpretação dos sinais que pessoas ou comunidades fazem em relação aos impactos (incertos) de eventos, atividades e

tecnologias.“

Percepção de risco influencia positivamente a adoção de estratégias eficazes de mitigação e resposta. (DAHAL & HAGELMAN, 2011).

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Variáveis envolvidas

Experiência das pessoas com desastres,

O conhecimento biofísico e geográfico dos eventos,

A localização e proximidade com as fontes de perigo,

Características sociais tais como gênero, raça/etnia, renda,

escolaridade, idade e vulnerabilidades.

(DAHAL & HANGELMAN, 2011)

(9)

Alarmes, alertas e avisos

Avisos de desastres são considerados como uma medida

importante de mitigação.

As autoridades muitas vezes ficam no dilema de como

noticiar e espalhar os alertas, uma vez que muitas vezes se

espera “aumentar” o alerta para que as pessoas se

comportem preventivamente ao possível evento. Mas muitas

vezes, conforme apontado pela literatura, isso pode ser uma

variável para descrédito em situações futuras.

(10)

Alarmes, alertas, avisos

 Ampla gama de fatores que afetam as decisões de evacuação no momento após as pessoas ouvirem uma previsão de furacões e

outras informações.

 Três grandes áreas de pesquisa estão envolvidas, sendo que muitas vezes elas se sobrepõem; são elas: aviso, percepção de risco e

investigação de evacuação.

 Não se trata de simplesmente responder a avisos oficiais. Avisos por si só não motivam a evacuação.

 Avisos e alertas - um processo social, que tem vários graus. *(Confiança, emoções e incerteza)

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Estudo de Dahal & Hangelman (2011)

 A probabilidade da adoção de comportamentos de proteção das pessoas diminuiu em função de um alarme falso, e de uma evacuação diante de tal alarme.

 Inundação brusca de um lago glacial no Nepal.

 Entrevistas a moradores da área de risco - baixo nível de percepção de risco.

 Variáveis analisadas:

Síndrome de Cry-Wolf (resistência em aceitar os riscos mediante uma história

passada de alarmes falsos)

Crença de que o lago não representa qualquer risco por causa da conclusão da fase inicial de um projeto de mitigação estrutural.

Questões relacionadas ao controle dos riscos por poderes atribuídos a divindades.

(12)

Qualidade dos alarmes

 Caruzzo, Manso & Belderrain (2013) apontam que é importante ressaltar que a previsão de um evento, meteorológico, por exemplo, sem as

condições necessárias para apoiar o decisor, pode provocar a perda de credibilidade.

 Síndrome de Cry-Wolf – ausência de estudos no Brasil.

 Necessidade de estudos - melhoria da emissão e da precisão dos alertas, e da forma como as informações são passadas aos envolvidos e possíveis afetados.

 Estudos nessa temática podem diminuir as chances de que falsas crenças continuem a controlar o comportamento das pessoas que estão expostas às áreas de risco, por exemplo: “não aconteceu antes, não é agora que vai acontecer.

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Considerações finais

Percepção de risco deva ser entendida como um conceito amplo, que leva em consideração diversas variáveis como experiência pessoal, conhecimento técnico, valores, crenças, apego ao local habitado e condições sociais e

econômicas.

 A percepção de risco está relacionada a um comportamento que pode e deveria ser ensinado, contemplando uma cultura de prevenção.

 Síndrome de cry-Wolf – considerar as variáveis de qualidade dos alertas e confiança

 Promover uma cultura de prevenção, principalmente a partir da história de aprendizagem e das vivências daquela localidade é fundamental para que a relação entre a equipe técnica e as populações de risco sejam de confiança, proteção e segurança.

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REFERÊNCIAS

AYRES, J.R.C.M., FRANÇA JUNIOR, I., CALAZANS, G.J., E SALETTI FILHO, H.C. O conceito de vulnerabilidade e as práticas de saúde: novas perspectivas e

desafios. In: Czeresnia, D., Freitas,C.M., (orgs). Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2003.

CARRUZZO, A., MANSO, D., BELDERRAIN, M.C.N. (2013) Planejamento do Sistema de Metereologia no apoio da Logística Humanitária: a visão dos previsores utilizando a teoria de valor multiatributo. Revista eletrônica de Pesquisa Operacional para o Desenvolvimento. Rio de Janeiro, v.5, n.2, p. 266-290, 2013. CARUZZO, A., ZAWADZKI, M., BELDERRAIN, M.C.N. Proteção de infraestuturas críticas: desafios da previsão meteorológica como ferramenta de apoio aos Serviços de Inteligência. Revista Brasileira de Inteligência. Brasília: Abin, n.9, maio, 2015.

CEPED-UFSC. Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. UFSC. Boas práticas para conviver com os riscos de deslizamentos e Inundações. Florianópolis, 2012a.

CEPED-UFSC. Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. UFSC. Gestão de riscos de desastres. Florianópolis, 2012b.

CEPED/RS. Capítulo 2 – Apostila do curso de Capacitação em Gestão de Riscos. Ministério da Integração Nacional Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil Departamento de Minimização de Desastres, 2015

CÔELHO, A. Percepção de risco no contexto da seca: um estudo exploratório. Psicol. Am. Lat. n.10 México jul, 2007.

CÔELHO, A. Aula 5 do Curso Psicologia da Gestão Integral de Riscos e Desastres - Módulo 5. Disponível em: http://orientapsi.cfp.org.br Acesso em: 17/03/2016.

DAHAL, K.R.; HAGELMAN,H. People's risk perception of glacial lake outburst flooding: a case of Tsho Rolpa Lake, Nepal. Enviromental Hazards: Human and Policy Dimensions, vol 10, 154-170, 2011.

DASH, N., GLADWIN, H. Evacuation decision making and behavioral responses: individual and household. Natural Hazards Review 8 (3), 69–77, 2007.

KANAGARAJ,K.; MUKHOPADHYAY, K. Application of Psychology in healing the problems in Humanitarian logistics. Journal of Humanities and Social Science, volume 19, Issue 6, Jun. 2014, pp. 31-33, 2014.

KUHNEN, A. Meio ambiente e vulnerabilidade a percepção ambiental de risco e o comportamento humano. Revista Geografia, Londrina, v. 18, n. 2, 2009. UCHIDA, K. A model evaluating effect of disaster warning issuance conditions on “cry wolf syndrome” in the case of a landslide. Eur J Oper Res, 218, 2, 2012.

(15)

Agradeço

a atenção!

Referências

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