• Nenhum resultado encontrado

J. Bras. Patol. Med. Lab. vol.45 número5

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "J. Bras. Patol. Med. Lab. vol.45 número5"

Copied!
1
0
0

Texto

(1)

EDITORIAL

EDITORIAL J Bras Patol Med Lab • Volume 45 • Número 5 • outubro 2009

As plaquetas são elementos subcelulares, anucleados, altamente complexos, derivados do citoplasma dos megacariócitos da medula óssea. Em esfregaços de sangue colhido com ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) e corado com Romanowsky, as plaquetas aparecem como estruturas redondas ou ovais, com 2 a 4 µm de diâmetro. A complexidade funcional das plaquetas pode ser avaliada ao se analisar sua participação na formação do tampão hemostático primário, na secreção de importantes componentes envolvidos no recrutamento e na ativação de novas plaquetas e de outras células, provisão de uma superfície adequada para que o processo de coagulação ocorra, na liberação de elementos promotores de reparação endotelial e na restauração da arquitetura normal do vaso. Do ponto de vista laboratorial, a complexidade plaquetária pode ser demonstrada pelo fato de não existir exame, nem mesmo coleção de exames, que nos permita avaliar, de forma global e eiciente, todas as suas potencialidades. Todas essas funções, há muito reconhecidas, colocam as plaquetas em posição central na manutenção da homeostase. Quando a avaliação das plaquetas era feita exclusivamente pelo exame microscópico, como o já apresentado, sua descrição se limitava à contagem e a algumas referências morfológicas sobre dimensão, agregação e satelismo,

sempre com elevado subjetivismo e na dependência da expertise do examinador. Com a introdução de analisadores

hematológicos, porém, passou a ser possível não só sua melhor quantiicação, como a obtenção de dados objetivos

sobre o volume plaquetário médio. Esse parâmetro, em especial, correlaciona-se com a reatividade das plaquetas(7)

e, por essa razão, tem sido referido como bom preditor de tromboembolismo venoso, de eventuais complicações na evolução da síndrome coronariana aguda e na embolia pulmonar aguda, estando relacionado, inclusive, com a taxa de mortalidade(5).

Mesmo com a automação, muitos laboratórios ainda não fornecem informação do volume plaquetário mé-dio em seus relatórios, provavelmente tendo em vista as diiculdades de padronização, as quais incluem tipo de tecnologia utilizada, populações de pacientes e algumas variáveis pré-analíticas, como efeito de anticoagulantes,

temperatura e tempo entre coleta de sangue e análise da amostra(2, 8). Neste número do JBPML, Wendland, Farias

e Manfroi apresentam uma abordagem sobre a eventual relação entre o volume plaquetário médio e a doença cardiovascular (DCV). Temos, na literatura, alguns estudos descrevendo a associação entre volume plaquetário

médio elevado e DCV ou ocorrência de infarto agudo do miocárdio (IAM)(1, 4, 6), mas outros, como o de Halbmayer

et al.(3), não observaram tal correlação. Por essa razão, os valores biológico e prognóstico e a utilidade da

des-crição de níveis elevados do volume plaquetário médio ainda são controversos, o que torna o trabalho realizado em nosso meio relevante.

Boa leitura.

Adagmar Andriolo Médico Patologista Clínico Editor Chefe do JBPML

Referências

1. ENDL, R. G. et al. Mean platelet volume is an independent risk factor for myocardial infarction but not for coronary artery disease. Br J Haematol, v. 117, p. 399-404, 2002.

2. GREISENEGGER, S. et al. Is elevated mean platelet volume associated with a worse outcome in patients with acute ischemic cerebrovascular events? Stroke, v. 35, p. 1688-91, 2004.

3. HALBMAYER, W. M. et al. Platelet size, ibrinogen and lipoprotein(a) in coronary heart disease. Coronary Artery Disease, v. 6, n. 5, p. 397-402, 1995.

4. KISHK, Y. T.; TROWBRIDGE, E. A.; MARTIN, J. F. Platelet volume subpopulations in acute myocardial infarction: an investigation of their homogeneity for smoking, infarct size and site. Clin Sci (Lond), v. 68, n. 4, p. 419-25, 1985.

5. KOSTRUBIEC, M. et al. Mean platelet volume predicts early dead in acute pulmonary embolism. Disponível em: <http://heart.bmj. com/cgi/content/abstract/hrt.2009.180489v1>.

6. MARTIN, J. F.; BATH, P. M. W.; BURR, M. L. Inluence of platelet size on outcome after myocardial infarction. Lancet, v. 338, p. 1409-11, 1991.

7. VAN DER LOO, B.; MARTIN, J. F. A rolefor changes in platelet production in the cause of acute coronary syndromes. Arterioscler Thromb Vasc Biol, v. 19, p. 672-9, 1999.

Referências

Documentos relacionados

Mean platelet volume (MPV), a marker in the assessment of systemic in fl ammation, is easily measured by automatic blood count equipment.. However, to our knowledge, there are no data

vivente e alma” 31. A diferença dos outros fenomenólogos, cujo ponto de partida é a consciência [para estudar o ser humano], ela parte do corpo. Duas são as razões dessa escolha:

Com a descoberta de Alexander Fleming, abriam-se as portas de um novo mundo, com o surgimento de uma grande indústria que passou a se dedicar à produção de penicilina e

Estagiou no Departamento de Patologia e Medicina Legal da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (FM/UFMG), onde trabalhou com o Prof.. Tafuri, sob orientação

The authors (1) aimed to evaluate the mean platelet volume (MPV) in patients with cardiac syndrome X (CSX) and compare patients with coronary artery disease (CAD) with a control

Mean platelet volume is associated with disease severity in patients with obstructive sleep apnea syndrome.. Selahattin Akyol, I Mustafa C¸o¨rtu¨k, II Ahmet Oytun Baykan, I Kemal

Tendo em vista os achados literários apresentados e com a escassez de estudos sobre outros preditores de dimorfismo sexual apoiados pela Odontologia Legal, o presente

Objective: To determine whether mean platelet volume (MPV), platelet distribution width (PDW), and platelet count could be used as determinants of mortality following coronary