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Cidade sustentável, políticas públicas e esporte de natureza: um caminho a se trilhar.

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(1)

Universidade Federal da Paraíba- UFPB

Sônia Maria Neves Bittencourt de Sá

Cidade Sustentável, Políticas Públicas e Esporte de

Natureza: um caminho a se trilhar

Dissertação submetida a Universidade Federal da

Paraíba como parte dos requisitos necessários

para obtenção do grau de mestre do Programa de

Desenvolvimento e Meio Ambiente área de

concentração Gestão Ambiental

Orientadora: Dra. Alicia Ferreira Gonçalves

Co-orientadora: Dra. Belinda Pereira da Cunha

João Pessoa, Paraíba

(2)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA

UFPB

Programa de Desenvolvimento e Meio Ambiente

PRODEMA

Cidade Sustentável, Políticas Públicas e Esporte de Natureza:

um caminho a se trilhar

Sônia Maria Neves Bittencourt de Sá

Orientadora: Dra Alicia Ferreira Gonçalves

Co-orientadora: Dra Belinda Pereira da Cunha

Dissertação de Mestrado

(3)

~ III ~

S111c Sá, Sônia Maria Neves Bittencourt de.

Cidade sustentável, políticas públicas e esporte de

natureza: um caminho a se trilhar / Sônia Maria Neves

Bittencourt de Sá.-- João Pessoa, 2011. 213f. : il.

Orientadora: Alicia Ferreira Gonçalves

Co-orientadora: Belinda Pereira da Cunha

Dissertação (Mestrado) – UFPB/PRODEMA

1.Meio Ambiente. 2. Sustentabilidade. 3. Políticas públicas. 4. Esportes de natureza. 5. Direito a cidades.

UFPB/BC CDU: 504(043)

(4)

~ IV ~

Cidade Sustentável, Políticas Públicas e Esporte de

Natureza: um caminho a se trilhar

Dissertação submetida a Universidade

Federal da Paraíba como parte dos

requisitos necessários para obtenção do

grau de mestre do Programa de

Desenvolvimento e Meio Ambiente área

de concentração Gestão Ambiental.

APROVADA: 13 de dezembro de 2011

(5)

~ V ~

Dedicatória

Em memória a meu pai que me ensinou que amar

é um verbo sem categoria cujo tempo extrapola a

urgência e a espera.

(6)

~ VI ~

Agradecimentos

Agradeço a minha família, sobretudo a minha mãe, que soube em momentos difíceis e de passagem compreender meu distanciamento.

Ao programa de bolsas da CAPES que possibilitou os meus estudos no PRODEMA/UFPB.

A todos os esportistas e gestores de esporte de natureza, particularmente, Badeco e aos ciclistas de mangabeira com quem pude conversar mais tempo e foram co-autores, muitas vezes invisíveis do trabalho de reflexão.

Aos professores do PRODEMA da Universidade Federal da Paraíba-UFPB pela ampla aprendizagem que me ofereceram ao longo destes dois anos de estudo, em particular a coordenadora e professora Dra.Maristela de Andrade Oliveira por sua colaboração nas primeiras leituras do meu trabalho.

A professora Dra. Alicia Ferreira Gonçalves que com simplicidade, liberdade e criatividade soube sabiamente encontrar os caminhos para me conduzir a este momento. Espero que este convívio de um ano trilhe para uma longa amizade.

Aos amigos que de longe não se furtaram em me oferecer carinho nesta etapa de transição de minha vida. A amiga Magna Célia Jacinto e seu companheiro prof. Dr. Gabriel Trindade pelo convívio e as boas conversas ao longo de caminhadas no Seixas.

As minhas tias Conceita e Zezinha pela inesquecível visitinha e ainda que distante não deixasse de me oferecer bons papos por telefone e me fizeram me sentir mais próxima de todos.

(7)

~ VII ~

Ao amigo paraense e professor emérito da Universidade Federal do Pará Dr. Manuel Ayres que num gesto de generosidade me enviou seu livro de Bioestat 5.0 e me deu ótimas dicas de estudo.

A professora Dra. Belinda Pereira da Cunha e sua filha Ana Luiza pelo carinho com o qual me acompanharam nas primeiras adaptações a cidade e no início do curso do mestrado.

Aos colegas do mestrado, em particular, João Paulo e Caio, pelas risadas e conversas filosóficas.

Aos professores Layse Mattos, Alessandra G.C Ferreira, Jamaci Gomes Chagas que muito colaboraram nas correções e opiniões sobre os questionários e foram parceiros quando tentava conciliar o mestrado com a coordenação pedagógica do Centro Educacional Felipe Tiago Gomes.

Ao professores Rômulo Reis, Rodolfo Gonçalves de L. Freire e aos estudantes Brenda e Everton do Ensino Médio pela confiança e colaboração na edição do vídeo e novas aprendizagens sobre a história da cidade e em informática.

(8)

~ VIII ~

E os cheiros dos cajus e da maresia

Vão mesclando numa só memória

A cidade e a minha vida

.

(9)

~ IX ~

RESUMO

Esta dissertação tem como objeto o esporte de natureza e sua relação com a cidade de João Pessoa. Ela se estruturou sob três eixos básicos: a sustentabilidade, as políticas públicas e o direito a cidade. O objetivo da pesquisa foi verificar, analisar e compreender como ocorre a inter-relação entre os esporte de natureza, as políticas públicas e sociais no espaço urbano, e como modalidade esportiva se articula com o conceito de sustentabilidade econômica, ambiental e social, de modo a efetivar o direito a cidade. Nesta perspectiva, a pesquisa respondeu a três hipóteses: a) verificar se há correlação entre a gestão dentro dos esportes de natureza e a formulação das políticas públicas desportivas de forma a cooperar na construção da sustentabilidade, particularmente, nos critérios relacionados a saúde, vulnerabilidade social e cuidado ambiental; b) verificar se os gestores de esporte de natureza conhecem os princípios que norteiam os conceitos de uma sociedade sustentável e por último, c) verificar se os programas de políticas públicas em esporte de João Pessoa não favorecem as práticas de esporte de natureza por não possuírem subsídios sobre os potenciais destes na cidade como indicadores de qualidade de vida. A metodologia da pesquisa se delimitou a: Levantamentos bibliográficos, questionário com questões abertas e fechadas e entrevistas semi-estruturadas. Dentre os principais questionamentos estavam: Os problemas que os esportistas enfrentam no uso cotidiano da cidade e como estabelecem redes e atuam para se fazer ouvir e ampliar suas perspectivas no que diz respeito às políticas públicas e, o modo como ocorrem as parcerias entre público e privado na organização destas modalidades. Pelos resultados constatou-se que, muitas das dificuldades encontradas são vivenciadas pela população em geral quando se pensa em oportunidades, transporte e segurança. Alguns problemas estão relacionados ao contexto específico da cidade de João Pessoa, reflexo do Estado e da região nordeste. As análises indicaram a potencialidade da cidade nas modalidades pesquisadas, com ênfase na questão ambiental, e valorizara natureza que ainda compõe o cenário da cidade. Isso exige atenção para a educação ambiental e inserção dos desfavorecidos socialmente. Estas questões foram auferidas dentro dos diversos programas de esportivos para comunidade quase sem participação do Estado. Destaque para a formação de grupos associativos e sua rede de solidariedade formada ao longo de anos, mesmo extra-competição como é o caso de alguns grupos de corrida, caminhada, mbk. Os valores de solidariedade e a cooperação são fundamentais quando se pensa em risco e segurança. A partir dos resultados surgiram algumas sugestões de melhorias extensivas a população em geral por compreender o espaço público, diferente dos esportes que ocorrem em áreas privadas. O sentimento de pertencimento presente nos esportistas lhes dá o desejo de aqui permanecer e junto ao aparato de Estado construir processos de sustentabilidade dentro das dinâmicas das cidades. Longe de ser tarefa fácil, exige compromisso político dos esportistas e da sociedade propondo de forma participativa os limites aos projetos urbanos e desenvolvimentistas que pautados, exclusivamente, na especulação imobiliária e crescimento econômico perpetuam a segregação social.

Palavras-chave: Sustentabilidade. Políticas públicas. Esporte de natureza. Direito a cidades.

(10)

~ X ~

ABSTRACT

This thesis is the result of a study of Sport of Nature and its‟ effect in the city of João Pessoa. For this reason, it´s based on three main issues: sustainability, public policy and the well being of the city. The goal of this research was to investigate, analyze and understand the inter-relation between the practice of Sports of Nature, public and social policies in the urban environment, and how this type of sport is linked to the concept of sustainability economic, environmental and social, in order to maintain the city`s rights. Based on this proposal, the research sought to answer three hypotheses: a) Check for a correlation between the form of management within Sports of Nature and formulation of public sports policies in order to effect a construction of sustainability; b) Check if Sports of Nature managers know the basic principles that guide the concept necessary for a sustainable society and finally, c) Check if the public policy programs in the sports of João Pessoa do not favor the practice of Sports of Nature, because they lack potential benefits offered by the city as indicators of quality of life. The research methodology was limited to: literature review, a questionnaire with open and closed questions and semi-structured interviews. Among the key questions guiding the study were: The main problems that athletes face in everyday usage of the city and establish networks to be heard and their perspectives in sport with regard to public policies and how they develop partnerships, both public and private during the organization of these modalities. Based on the results it was found that, when it comes to opportunities, many of the difficulties are the same ones faced by the population in general such as, transport and safety. Many of the problems are related to the specific make up of the city of João Pessoa, which is a reflection of the state and the region in which it´s part of. On the other hand, the analysis pointed to the potential of the city in the practice of these modalities, including environmental issues, to generate a strong sense of belonging and desire to care for, and preserve, the nature. This generates a focus on the environmental education and social inclusion for the less fortunate. It´s worth mentioning that the formation of associative groups that weave a network of solidarity even when out of competitive circuits, as is the case of some groups of marathon, walking, mbk . This valuable solidarity and cooperation become fundamental when one thinks about risk and safety. From the results and analysis there are some suggestions for extensive improvements in the general population to understand the public. The feeling of belonging to these sports gives them the desire to stay here, and to seek with the state, apparatus to build sustainability into the process dynamics that are typical of cities. It requires strong political commitment of the athletes of nature and society in a participatory manner by proposing limits and putting brakes on urban and development projects which are based solely on speculation and economic growth by increasing the gap of social segregation.

(11)

~ XI ~

RESUMEN

Esta tesis tiene como objeto el deporte de naturaleza y su relación con la ciudad de João Pessoa. Se estructuró bajo tres ejes básicos: la sustentabilidad, las políticas públicas y el derecho a la ciudad. El objetivo de la investigación fue verificar, analizar y comprender como ocurre la inter-relación entre el deporte de naturaleza, las políticas públicas y sociales en el espacio urbano y, como modalidad deportiva se articula con el concepto de sustentabilidad económica, ambiental y social, de forma a hacer valer el derecho a la ciudad. En esta perspectiva, la investigación respondió a tres hipótesis: a) verificar se existe correlación entre la gestión en los deportes de naturaleza y la elaboración de las políticas públicas deportivas de forma a cooperar en la construcción de la sustentabilidad, puntualmente, en los criterios relacionados a la salud, vulnerabilidad social y cuidados ambientales; b) verificar si los gestores del deporte de naturaleza conocen los principios que orientan los conceptos de una sociedad sustentable y; c) verificar se los programas de políticas públicas deportivas de João Pessoa no favorecen a la práctica de deportes de naturaleza por no poseer subsidios a las

potencialidades que estos deportes ofrecen en la ciudad, como indicadores de calidad de vida.

La metodología de la investigación delimitada fue bibliográfica, utilizó como instrumentos cuestionario con preguntas abiertas y cerradas y entrevistas semiestructuradas. Entre las principales preguntas estaban : Los problemas que enfrentan los deportistas en el uso cotidiano de la ciudad y como se establecen las redes y actúan como forma de ser escuchados y ampliar sus perspectivas con respecto a las políticas públicas y la forma como ocurre la asociación entre lo público y lo privado en la organización de estas modalidades. Por los resultados se constató que, muchas de las dificultades encontradas son experimentadas por la población en general cuando se trata de oportunidades, transporte y seguridad. Algunos problemas están relacionados con el contexto específico de la ciudad de Joao Pessoa, un reflejo del Estado y de la región Nor Este. El análisis indica el potencial de la ciudad en las modalidades investigadas, con énfasis en la cuestión ambiental, y valorizar la naturaleza que todavía constituyen el paisaje de la ciudad.Esto requiere la atención a la educación ambiental y la inclusión de las personas socialmente desfavorecidas. Estas cuestiones han sido obtenidas dentro de los diversos programas de deportes para la comunidad, casi sin participación estatal. Destaque para la formación de grupos asociativos y su red de solidaridad formada a lo largos de años, incluso fuera de la competición como es el caso de algunos grupos para carreras, caminar, MBK. Los valores de la solidaridad y la cooperación son esenciales cuando se piensa en el riesgo y la seguridad. A partir de los resultados surgieron algunas propuestas de mejora para la población en general por comprender el espacio público, diferentes de los deportes que se realizan en las áreas privadas. El sentimiento de pertenencia en los deportistas les da el deseo de permanecer aquí y junto con al aparato del Estado construir procesos de sustentabilidad dentro de las dinámicas de las ciudades. Lejos de ser una tarea fácil , exige un compromiso político de los atletas y de la sociedad de una manera participativa, proponiendo límites a los proyectos urbanos y de desarrollo que guiado exclusivamente por la especulación inmobiliaria y el crecimiento económico perpetúan la segregación social.

Palabras clave: Sustentabilidad. Políticas públicas. Deportes de naturaleza. Derecho a las ciudades.

(12)

~ XII ~

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Distribuição do gênero nos segmentos de gestores, esportistas e máster 92 Gráfico 2 Relação de Gênero e Esporte de Natureza 94

Gráfico 3 Anos de Escolaridade 96

Gráfico 4 Tipo de Trabalho de Esportistas Masters 99 Gráfico 5 Profissões dos Esportistas Masters 100

Gráfico 6 Profissões dos Gestores 101

Gráfico 7 Distribuição da Faixa etária 103 Gráfico 8 O espelho dos esportistas 105 Gráfico 9 O Espelho dos esportistas masters 106

Gráfico 10 Vida Sexual e Esporte 110

Gráfico 11 Motivação para a prática dos Esportes de Natureza 112 Gráfico 12 Relação Corporeidade e Saúde 115 Gráfico 13 Requisitos obrigatórios para atuar em projeto desportivo 136 Gráfico 14 Organização do Esporte de Natureza 137 Gráfico 15 Opções de locomoção para treinamento 140 Gráfico 16 Local que pratica esporte de natureza 142 Gráfico 17 Uso dos Espaços Públicos para esportistas 143 Gráfico 18 Uso do espaço público e privado 146 Gráfico 19 Turno da prática do esporte de natureza 147 Gráfico 20 Comparação de Freqüência das práticas entre master e esportistas 148 Gráfico 21 Segurança de esporte em área pública 151 Gráfico 22 Percepção dos gestores sobre Esporte de natureza e meio ambiente 156 Gráfico 23 Consciência Ambiental do esportista em geral 156 Gráfico 24 Relação master e Esportista com o meio ambiente 159 Gráfico 25 Esporte de Natureza e Geração de emprego 165 Gráfico 26 Parcerias no programa de esporte de natureza 168 Gráfico 27 Uso de recursos financeiros 172 Gráfico 28 Fonte de recursos financeiros 175 Gráfico 29 Fatores que interferem no planejamento 177 Gráfico 30 Relações de mercado, qualidade de vida e valores 177 Gráfico 31 Formas de ascensão ao cargo de gestão 181 Gráfico 32 Fatores que interferem na gestão 186 Gráfico 33 Diretrizes e Metas de Planejamento 187 Gráfico 34 Participação da Comunidade 189 Gráfico 35 Participação em Grupos Políticos 191 Gráfico 36 Forma de participação política 192 Gráfico 37 Potencial dos esportes de natureza 195 Gráfico 38 Forma de pagamento entre master e Esportista 198 Gráfico 39 Relação entre Infraestrutura e esporte de natureza 200 Gráfico 40 Relação entre eventos esportivos e cidade de João Pessoa 201

(13)

~ XIII ~

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Mapa de localização do Estado da Paraíba 28 Figura 2 Vista panorâmica de João Pessoa 29 Figura 3 Daniel e fabrico de prancha 36 Figura 4 Rita palestrando sobre tartarugas urbanas 71

Figura 5 Travessia picãozinho 71

Figura 6 Sr.Jackson- Vovô do caiaque 79

Figura 7 Escolinha de surf Guajiru 98

Figura 8 Equipe de bombeiros 100

Figura 9 Marina Ciclismo 100

Figura 10 Gestor de Kytesurfe 109

Figura 11 Macarrão e grupo de MBK 113

Figura 12 Jackonias ciclismo 114

Figura 13 Sandra e Selmi caminhadas 116 Figura 14 Dr.Fernando corredor master 122 Figura 15 Amigos de Esporte de natureza da praia do Seixas 133 Figura 16 Mosaico sobre Espaço Público e Esporte de Natureza 142 Figura 17 Mosaico sobre Ambiente Natural, Espaço Público e EN 144 Figura 18 Aluilson gestor natação 150

Figura 19 Badeco e Família 150

Figura 20 Djarlan instrutor surf 153

Figura 21 Helena MBK 153

Figura 22 Vista da cidade de João Pessoa 154 Figura 23 Mapa dos Parques e áreas verdes 155

Figura 24 Meio Ambiente e MBK 159

Figura 25 Áreas de conservação da Mata Atlantica e zoneamento esportista 161

Figura 26 Sr. Jackson caiaque 165

Figura 27 Mosaico Esporte de natureza e geração de emprego 168 Figura 28 Grupos de jovens praticantes de surf 171

Figura 29 Aluilson 173

Figura 30 Daniel 173

Figura 31 Marina 173

Figura 32 Jackonia 189

Figura 33 Badeco e filho 189

Figura 34 Tartarugas urbanas 190

Figura 35 Praia do Seixas 195

Figura 36 Caiaque confeccionado por Daniel 199

Figura 37 MBK 198

Figura 38 Confecção de caiaque 202

Figura 39 Sonhos de uma cidade 203

(14)

~ XIV ~

LISTADE QUADROS

QUADRO I Itens que compõem questionários 35

QUADRO II Dos entrevistados Gestores 37

QUADRO III Dos entrevistados esportistas 38

QUADRO IV Aspectos qualitativos para QV 64

QUADRO V Participação feminina no esporte de natureza 95 QUADRO VI Relação Esporte de Natureza e Saúde 117 QUADRO VII Valores presentes na sociabilidade, organização e autoestima 118

QUADRO VIII A questão da segurança 152

QUADRO IX Programas sociais e esporte de natureza 170

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Zoneamento dos esportistas por vizinhança de bairros 125

TABELA 2 Distribuição de maior participação dos esportistas por bairros 125

TABELA 3 Percentual de participação dos esportistas por bairros 126

LISTA DE MAPAS

MAPA 1 Estado da Paraíba 28

MAPA 2 Vista aérea de João Pessoa 29

MAPA 3 Localização de maior concentração de Esportistas por habitantes 127

MAPA 4 Mapa dos parques e áreas verdes na cidade 155

MAPA 5 Área de conservação de Mata Atlântica e zoneamento do esportistas 161

LISTA DE ESQUEMAS

ESQUEMA 1 Prioridades nos programas de gestores de esporte de natureza 169

ESQUEMA 2 Classes Sociais e esporte de natureza 178

ESQUEMA 3 Aspectos que interferem na gestão 182

(15)

~ XV ~

LISTA DE SIGLAS

APA ÁREA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

ACOR ASSOCIAÇÃO DOS CORREDORES DE RUA

ANPED ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

EDUCAÇÃO

ASCORPA ASSOCIAÇÃO DOS CORREDORES DA PARAIBA

BID BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO

CBCE COLÉGIO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DOS ESPORTES

CBD CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO BRASILEIRO

CEBS COMUNIDADE ECLESIAIS DE BASE

CEDES CENTRO DE ESTUDO DE EDUCAÇÃO E SOCIEDADE

CEMAM CONSELHO ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE

CMMAD COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO

COI COMITÊ OLÍMPICO INTERNACIONAL

COM COMITE OLÍMPICO NACIONAL

ECA ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

ECO-92 CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO

AMBIENTE

EMPRETEC EMPREENDIMENTO E TECNOLOGIA

EN ESPORTE DE NATUREZA

FGV FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

IBAMA INSTITUTO BRASILEIRO DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS

IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA

INDESP INSTITUTO NACIONAL DO DESPORTO

IPEA INSTITUTO DE PESQUISA

MBK MOUNTAINBIKE

ME MINISTÉRIO DO ESPORTE

(16)

~ XVI ~

ONG ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL

ONU ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

OSCIP ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE

PUBLICA

PND POLÍTICA NACIONAL DO DESPORTO

PNUD PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DAS NAÇÕES

UNIDAS

QV QUALIDADE DE VIDA

SEBRAE SERVIÇO DE APOIO A MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

SEMA SECRETARIA ESPECIAL DO MEIO AMBIENTE SESC SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO

SESI SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA

SUDEMA SUPERITENDÊNCIA DO MEIO AMBIENTE

SUDENE SUPERINTENDÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DO

NORDESTE

UCS UNIDADE DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL

UNICAMP UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

UPAS UNIDADES DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

WHOOQOL-BREF

(17)

~ XVII ~

SUMÁRIO

LISTA DE GRÁFICOS LISTA DE FIGURAS

LISTA DE QUADROS, TABELAS, MAPAS E ESQUEMAS LISTA DE SIGLAS

APRESENTAÇÃO

...

19

1 O PERCURSO METODOLÓGICO... 28

1.1 Da Coleta de dados ... 29

1.2 Da Amostra ... 30

1.3 Material e Equipamentos ... 33

1.3.1 Dos Questionário ... 33

1.3.2 Das Entrevistas ... 35

1.3.3 Dos Equipamentos ... 38

2 A INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS DE SUSTENTABILIDADE: O CASO DO DESPORTO ... 40

3 CIDADES SUSTENTÁVEIS E CIDADES DE DIREITO .... ... 51

3.1 Cidade de João Pessoa: um pouco de história ... 56

4 NOVAS TRILHAS NA PAISAGEM DA CIDADE DE JOÃO PESSOA: SUSTENTABILIDADE, POLÍTICAS PÚBLICAS E ESPORTE DE NATUREZA ... 67 5 NAS TRILHAS DAS PRÁTICAS DO ESPORTE DE NATUREZA: MATAS, RUAS E PRAIAS DA CIDADE DE JOÃO PESSOA... ... 90

5.1 Do Gênero ... 90

5.2 Escolaridade e Trabalho ... 96

5.3 Faixas Etárias ... 102

5.4 Percepção de si dos esportistas, valores e saúde ... 105

5.5 Mercado e meio ambiente ... 119

5.6 Território ... 122

(18)

~ XVIII ~

6 COM PEDAIS, REMOS E PRANCHAS, OS ESPORTISTAS

REDESENHAM A CIDADE DE JOÃO PESSOA ...

133

6.1 A dinâmica dos esportes de natureza em João Pessoa e Lei Ordinária 12.395 ...

133

6.2 O Espaço Público... 139

6.2.1 O espaço Público e acessibilidade aos Esportes de natureza. ... 139

6.2.2 O espaço Público e acessibilidade Econômica. ... 142

6.2.3 O espaço Público e instalações para Esportes de natureza. ... 146

6.2.4 Espaço Público e segurança ... 148

6.3 Meio Ambiente e Educação Ambiental ... 154

6.3.1 Área de Preservação ambiental e esporte ... 160

6.3.2 Impacto Ambiental e Esporte de natureza... 162

6.4. Emprego e Geração de Renda ... 165

6.4.1 Geração de Renda e Programa de Inclusão social ... 165

6.4.2 Recursos Financeiros: Recursos públicos e privados... 172

6.5 Planejamento e Gestão dos Esportes de natureza... 176

6.5.1 Participação Política, Gestão e Planejamento... 180

6.5.2 Condições para gestão ... 185

6.6 Organização e Forma de participação política... 190

6.6.1 Participação em grupos políticos ... 190

6.6.2 Forma de participação política... 192

6.7 Cidades, Equipamentos e Eventos de natureza... 194

6.7.1 Acessibilidade e Esporte de natureza ... 197

6.7.2 Forma de Pagamento entre master e esportistas... 198

6.7.3 Relação entre Infraestrutura e eventos de esporte de natureza... 199

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 204

REFERÊNCIAS... 212

(19)

APRESENTAÇÃO

Caminhando pelas ruas da cidade de João Pessoa, percebo uma movimentação de vários esportistas. É o corredor, é o ciclista, é o grupo que após ter marcado encontro por e-mail começa a nadar em mar aberto. São 6 horas da manhã. Na praia do Bessa, um homem ou uma mulher, não sei, de longe é apenas um silhueta que aproveita o vento e o mar e por meio de manobras e da agilidade corporal faz a união da água com o céu. Paro e aprecio este bailarino anônimo que faz com sua prancha de kite o tempo pausar em minha mente. Assim começo a criar um novo cenário da cidade na qual vivo atualmente.

O trabalho de dissertação que apresento é fruto de uma pesquisa sobre os esportes de natureza e a relação entre os seus praticantes e a cidade de João Pessoa. Na perspectiva da constituição cidadã de 1988 e nas propostas de sustentabilidade visando uma nova organização social e econômica globalizada, é mister se pensar o desporto como um direito e como um campo de ação que possibilita dividendos sociais e econômicos. Isso quando amalgamado ao campo das políticas públicas pode favorecer a diminuição da desigualdade social e a melhor inserção dos jovens em uma nova forma de se pensar o meio ambiente, a educação, os valores e a saúde.

Este movimento em prol de uma melhor simetria nas oportunidades e possibilidades de vida da população teve seus alicerces construídos com maior profundidade a partir da década de 90, em vários eventos, tais como: Conferência do Meio Ambiente e Desenvolvimento do Rio de Janeiro, conhecida como ECO 92, Conferência dos Direitos Humanos de Viena (1993), Conferência das Mulheres de Beijing (1995) e Conferência sobre Assentamentos Humanos- Habitat II de Istambul (1996), a maioria deles comprometidos com a sustentabilidade.

Todos estes eventos, os quais o Brasil foi signatário e, portanto, co-responsável em seus avanços possui o compromisso político com as propostas e agendas estabelecidas no sentido de fortalecer a participação popular e, sobretudo, a democracia, não só no âmbito das instituições, como também nas experiências vivenciadas informalmente e nas relações cotidianas. No bojo de todos os pontos abordados está a questão dos direitos humanos expressa na Constituição Brasileira, nos Direitos Fundamentais da Organização do Estado, no Capítulo do Meio Ambiente e no Capítulo da Política Urbana.

(20)

seus Direitos Fundamentais o da prática ao Esporte e ao Lazer que serão detalhados no Título VIII da Ordem Social, especificamente no Capítulo III, seção III. E como resultado dos avanços constitucionais surgiu os Ministérios do Meio Ambiente, dos Esportes e das Cidades. A inovação desta constituição também se fez presente quando foi incluída a valorização do Meio Ambiente em um capítulo específico sobre tal, a preservação dos recursos naturais, incluindo nesses a vida da fauna e da flora em seus respectivos ecossistemas. E a valorização da Política Urbana, incluindo neste, um conjunto de princípios e responsabilidades do Poder Público no que diz respeito aos cidadãos e a sua relação com as cidades.

Tantos nos países desenvolvidos e mais ainda nos países subdesenvolvidos, hoje, chamados periféricos, há uma necessidade preeminente da inserção em seus projetos de desenvolvimento, os quais possuem inúmeros vieses, um olhar aguçado sobre os problemas das assimetrias de poder e de oportunidades, o que gera um profundo desequilíbrio no contexto das sociedades. Além disso, há a questão da degradação ambiental que associado a miséria produz malefícios à saúde da população.

Estas questões citadas acima ocorrem nos espaços das cidades e diz respeito aos modelos hegemônicos do que se chama desenvolvimento e dos modelos urbanísticos. É na cidade que os direitos individuais e coletivos acabam por se materializar, já que é no seu interior e nas suas diversas formas de convivência, de valores e no seu complexo modo de produção que a vida acontece. Como analisado por Rodrigues (2007), a cidade como direito busca qualificar um modo de vida, fundamentando-se no cotidiano e no processo de se criar uma cidade possível construída na realidade e na universalização de uso. O direito a cidade implica enfatizar a promoção, o respeito, a defesa, e a realização dos direitos civis, ambientais entre outros garantidos nos instrumentos regionais e internacionais dos Direitos Humanos (Carta Mundial pelo Direito a Cidade, 2006).

(21)

21

De um lado, tem-se a política macroeconômica do Brasil que se orienta pela cartilha do neoliberalismo. Por outro lado e cada vez mais, o país é chamado para responder aos compromissos globais e locais a fim de um direcionamento de desenvolvimento que minimamente possibilite a sustentabilidade das gerações presentes e futuras. Isto além de paradoxal é conflitante, mas reflete o retrato de uma sociedade e de um Estado cujo destino sempre foi traçado pelas elites políticas e econômicas aliadas aos interesses externos ao da nação e da pátria brasileira. Ianni (2005, p. 9) ao analisar a conjuntura da América Latina, incluindo nesta o Brasil aponta para o paradoxo acima,

... A América Latina parece uma e única, em sendo realmente múltipla e invertebrada, buscando-se contínua e reiteradamente nos espelhos da Europa e dos Estados Unidos da América do Norte, do tradicionalismo e da modernidade, do capitalismo e do socialismo. Um laboratório em constante ebulição, sem nunca configurar-se nem realizar-se plenamente.

Gonçalves (2006, p.40), seguindo a mesma linha de raciocínio, afirma que a despeito das teorias que afirmam a autonomia do Estado na determinação dos rumos da política econômica da nação, o estado-nação e os processos sociais a ele associados seguem também as determinações de organismos transnacionais. No caso do esporte podemos citar as determinações da FIFA (Federação Internacional das Associações de Futebol), no caso especifico da Copa do Mundo de 2014 e do COI (Comitê Olímpico Internacional), no caso das Olimpíadas.

Para que a sociedade brasileira alcance a qualidade de vida será necessário compreender a cidade como direito estendido ao direito de liberdade de associação, de segurança, de privacidade e que o meio ambiente seja adequado a saúde física e mental. Assim, ao longo dos anos, cada vez mais se torna necessário a intervenção do Estado para atenuar as desigualdades locais e regionais por meio de dois dos seus instrumentos mais poderosos: as políticas públicas e as políticas sociais.

Partindo dos vários direitos citados acima, esta pesquisa fez a opção por integrar três conceitos importantes para o processo de construção do direito a cidade que são: o conceito de sustentabilidade, o esporte de natureza e as políticas públicas. Esses conceitos vêm ao longo da última década ampliando as discussões sobre as cidades, em suas diversas dinâmicas e perspectivas.

(22)

Olímpico1 no qual o esporte está a serviço da harmonia do homem, da paz e da preservação da dignidade humana. Em um dos seus aspectos mais relevantes situa-se o cuidar ambiental, que presente nas diretrizes esportivas do Plano Regional do COI, CON e PND2 propõe uma série de incentivos as novas tecnologias esportivas menos poluidoras como: uso de reciclados, educação para o consumo esportivo, uso de energia de forma consciente, além de salvaguardar os espaços para as práticas de esportes tradicionais em comunidades locais.

As diretrizes acima favoreceram a escolha das modalidades esportivas de natureza, como aquelas que, pelas suas próprias características, possivelmente apresentam aspectos que mais se amoldam as propostas de sustentabilidade, seguindo os valores de cooperação, coesão de grupo, cultura cívica, política e ações coletivas. Castells (1978) e Putnam (2009), ao se referir e má valorização social citam a participação popular, as formas de gestão e as percepções de normas e regras como fundamentos para se construir uma sociedade que tenha como fim o respeito à pessoa que fundamenta os direitos humanos. Não se pode deixar de analisar o esporte enquanto potencial social e econômico amplamente reconhecido não só pelos Estados como também pelo mercado.

O conceito de cidade sustentável foi definido por Alva (1997) e por Martinelli (2005) como espaços reorganizados que permitem gerir novas economias externas, eliminar as deseconomias de aglomeração, melhorar a qualidade de vida das populações e superar as desigualdades sócio-econômicas para o crescimento econômico. Para Martinelli (idem), apesar das criticas sofridas a este conceito devido aos projetos de desenvolvimento que acarretam degradação ambiental nas cidades e forte concentração humana gerando inúmeros déficits nos serviços, ainda assim, o conceito de cidade sustentável é um processo de constante busca de direitos, o qual fica subtendido o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para o presente e futuras gerações.

Para tal as cidades com mais de 20000 habitantes são obrigadas a possuir seu Plano Diretor, que inclui as políticas necessárias ao desenvolvimento econômico e social e os instrumentos necessários a implementação das mesmas. Ele passa por revisão periódica de cinco em cinco anos, prazo estabelecido pela Lei Orgânica no Artigo 240. O No título IV, Capítulo I, seção V, p.25, o plano diretor traça diretrizes para o esporte na cidade, a saber: do art. 67 até o art. 70. Neles, estão relacionados o apoio do Poder Publico Municipal ao desenvolvimento e prática do esporte, particularmente, a do esporte amador.

1 COI Movimento deflagrado após a ECO92 pelo Comitê Olímpico Internacional

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O local escolhido para o estudo foi à própria cidade de João Pessoa, capital da Paraíba. O Estado da Paraíba possui uma área de 56.439 Km² com seus 223 municípios, grande parte destes incluídos na região semi-árida. Faz limite ao norte com o estado do Rio Grande do Norte, ao sul com Pernambuco, ao Leste com o Oceano Atlântico e a Oeste com o Ceará. Sua capital é João Pessoa que se localiza no litoral. Cidade turística, conhecida mundialmente por ser o extremo oriental das Américas, “Lá onde o sol nasce primeiro”, há uma mata atlântica nativa que cobre em torno de 20% da área urbana do município. Nacionalmente reconhecida por sua beleza natural, pelo seu patrimônio histórico, pelas suas condições climáticas e localização geográfica torna-se bastante atrativa para aqueles que apreciam os esportes de natureza.

A procura por este tipo de prática reforça a valorização do discurso ecológico e de alguns símbolos de consumo ligados à natureza: aventura, risco, bucólico, selvagem, verde e inóspito. Como citado por Dias (2004) a relação entre esportes e meio ambiente funciona como uma espécie de propulsor às ações esportivas. Daí a compreensão de que é na sua “territorialidade” que reside uma das principais originalidades destes esportes. Além disso, eles promovem uma expansão dos espaços esportivos da cidade. Também Melo (2009) aponta para a explosão do crescimento dos esportes de natureza nos últimos trinta anos no mundo como uma busca por novas formas de ressignificar a corporeidade, modo de vida e saúde.

O esporte por ser um bem cultural é, portanto um direito social, que sofre alterações ao longo das histórias das sociedades. Na sociedade moderna, por exemplo, o esporte representa os valores culturais regidos pela especialização, tecnicismo, valorização do rendimento e do individualismo. Na atualidade, o esporte possui forte vínculo com os movimentos ecológicos e isto se reflete na forte pressão que as gestões públicas das cidades sofrem para garantir minimamente a possibilidade da prática de esporte de natureza urbana.

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Neste sentido, o problema central desta pesquisa é refletir sobre a relação entre cidade sustentável, esporte de natureza e políticas públicas e buscar compreender como no espaço concreto das cidades é possível se construir redes de relações institucionais e pessoais de forma a se modelar práticas que garantam melhor equidade social para a população como um todo.

Nisto se inclui a gestão das políticas desportivas, entre eles, os de natureza, pois estes, para serem de fatos incorporados no cotidiano das cidades precisam de equipamentos, instalações e espaços adequados, além da acessibilidade das pessoas a estes esportes e aos espaços públicos. Pensar equipamentos e espaços públicos urbanos propícios a determinadas práticas de esporte requer repensá-los como parte das diretrizes políticas de educação, cultura, transporte, saúde e meio ambiente.

Dentro deste horizonte, a problemática está em analisar como os esportes de natureza se estruturam e estão articulados às políticas públicas e sociais da cidade de João Pessoa; e de que forma estas práticas esportivas promovem ações afirmativas que garantam melhoria da qualidade de vida e diminuição da desigualdade social no contexto de construção permanente de uma cidade sustentável.

Esta pesquisa justifica-se à medida que os esportes de natureza, por possuírem características peculiares que os distingue dos esportes em ambientes fechados, propiciam aos seus praticantes a possibilidade de uma nova relação entre a vida urbana e a natureza, como ainda ocorre em cidades como João Pessoa. O que possibilita uma mudança de atitude quanto ao conceito de vida saudável, já que com o desenvolvimento desordenado da vida urbana há um estresse decorrente do trabalho e de aceleração no ritmo imposto na vida diária das pessoas.

Nesse sentido, os esportes, particularmente os de natureza, por serem praticados ao ar livre abrem um espaço, um tempo, uma brecha que permite a vivência de outra experiência de vida dentro do próprio cotidiano. Assim, imbuído de um novo valor eles se tornam um bem necessário ao próprio conceito de cidadania. Outro aspecto a considerar sobre a prática dos esportes de natureza é que estes trazem para a vida cotidiana a possibilidade do usufruto dos espaços públicos, o que o potencializa como um dos meios esportivos mais promissores de diminuir segregações na prática de esporte e do lazer vinculando-os em definitivo aos valores da sustentabilidade social e ambiental.

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por meio de políticas públicas. Para tanto, busco neste trabalho aprofundar o conhecimento sobre quem são os praticantes de esporte de natureza e como eles estabelecem os vínculos entre si e a cidade de João Pessoa.

Neste sentido, esta dissertação tem como objetivo geral, verificar, compreender e analisar como se constrói a relação entre os praticantes dos esportes de natureza com os espaços reservados para essas práticas, associadas às políticas públicas e sociais, bem como o modo que essa relação se articula com o conceito de sustentabilidade econômica, ambiental e social.

Para que o mesmo seja alcançado, outros objetivos mais específicos foram traçados, tais como:

1. Traçar o perfil dos esportistas de algumas modalidades dos esportes de natureza e analisar em que medida esta atividade relacionada à política desportiva local e nacional participa na construção de uma cidade mais sustentável e vinculada à melhoria do bem-estar da população;

2. Analisar se as políticas públicas desportivas, inclusive as de natureza, seguem os critérios de sustentabilidade estabelecidas nas diretrizes básicas do COI, CON, PND que são: democratização, garantia dos direitos sociais, inserção dos jovens em algum tipo de sistema produtivo e luta contra exclusão social;

3. Compreender a relação esporte e cidade como um direito: oferta de equipamentos e democratização da gestão pública.

Como forma de se pensar as diversas relações entre esportistas de natureza, cidade sustentável e políticas públicas, recorri à construção de três hipóteses que serão confrontadas com os dados obtidos e analisados nos capítulos 5 e 6, são elas:

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(II) Os gestores públicos desportivos, em João Pessoa, desconhecem os Princípios Fundamentais que norteiam os conceitos necessários a uma sociedade sustentável e suas relações com o esporte.

(III) Os programas de políticas públicas de esportes, em João Pessoa, não favorecem as práticas desportivas, inclusive as de natureza por desconhecimento dos potenciais que a cidade oferece para a prática destes como indicadores de qualidade de vida.

Esta dissertação está estruturada em uma apresentação e seis capítulos.

Na apresentação, situa-se o cenário dos esportes de natureza na cidade de João Pessoa tendo como perspectiva a Constituição Cidadã de 1998 e as reflexões sobre a relação entre os esportes de natureza, políticas públicas e a cidade como direito. Ademais, elencaram-se os objetivos gerais e específicos, a justificativa e as hipóteses que nortearam este estudo.

O primeiro capítulo descreve o percurso metodológico traçado neste estudo sobre os esportes de natureza e a cidade.

O segundo capítulo aborda o marco constitucional de 1988 quando por meio da Assembléia Constituinte se buscou a construção de uma Constituição mais democrática e voltada para a justiça social. Percorreu-se a trajetória histórica da política brasileira e desportiva deste momento denominado de Nova República e as contribuições para o panorama desportivo atual inserido no contexto da sustentabilidade e da Agenda 21 do Movimento Olímpico.

O terceiro capítulo analisa o conceito de cidade dentro do enfoque da sustentabilidade e, principalmente, de cidade como Direito tendo como referência os trabalhos de Rodrigues (2005, 2007) e as análises do modelo político patrimonialista de

Maricatto (2006) no qual se assenta nossa estrutura de poder, que se reflete na própria concepção de cidade, inclusive da cidade de João Pessoa e no modelo de democracia brasileira.

O quarto capítulo conceitua os esportes de natureza e os insere no contexto das cidades e das políticas públicas em João Pessoa refletido dentro da construção de um processo de sustentabilidade da capital paraibana.

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1 – SOBRE O PERCURSO METODOLÓGICO

Entre os meses de janeiro a julho de 2011, foi realizada uma pesquisa de campo quantitativa e qualitativa de caráter exploratório na cidade de João Pessoa, capital da Paraíba, buscando estabelecer um cenário sobre a prática de esportes de natureza nesta cidade. A localização geográfica do estado da Paraíba pode ser observada no mapa 1.

No mapa do estado da Paraíba como pode ser visualizado acima, observa-se em vermelho a capital João Pessoa, cidade onde a pesquisa foi desenvolvida. Os esportes de natureza relacionados ao ambiente praieiro desta cidade - surf, kitesurf, canoagem, natação – são praticados na orla pessoense, precisamente entre a Ponta do Seixas – localizada no bairro Cabo Branco – e o início da praia de Intermares – localizada no município de Cabedelo.

O mapa 2 mostra a vista panorâmica da orla de João Pessoa, desde a Ponta Extrema de Cabo Branco até a praia de Manaíra.

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Figura 1 – Estado da Paraíba.

Fonte: http://www3.di.ufpb.br/svr2008/site/imagens/paraiba-mapa.gif

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1.1. DA COLETA DE DADOS

A pesquisa foi dividida em três etapas:

A primeira constou de um levantamento bibliográfico e documental – a partir da Constituição e dos comentários produzidos pelos atores sociais que atuaram durante a Assembléia Constituinte - que abrangeu o processo histórico de construção da Constituição de 1988 e as discussões sobre os conceitos: desenvolvimento e cidade sustentável, cidade como direito, esporte de natureza e políticas públicas.

A segunda etapa consistiu da aplicação de questionário com perguntas fechadas e abertas e entrevistas qualitativas que foram transcritas e posteriormente analisadas. Os dados obtidos formaram um banco de dados tabelados e registrados no programa BioEstat.5.0. A partir destes dados foram confeccionados gráficos para cada bloco de tópicos, gráficos estes utilizados para as análises através dos percentuais apontados. A terceira etapa consistiu nas análises de dados dos questionários e das entrevistas. Para os testes estatísticos foram utilizados os percentuais e as análises comparativas entre os três segmentos. Relacionaram-se as atividades de esporte de natureza que mais possuem capacidade de gerar dinâmicas sociais

Figura 2 – Vista aérea de João Pessoa

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positivas, particularmente nos indicadores de inclusão social, tais como geração de renda e emprego, gênero, programas sociais, analisando a relação entre visão de esporte e valores dos gestores públicos do esporte.

Para tal, foram coletados por meio de questionários com questões abertas e fechadas dados sobre o perfil dos esportistas de algumas modalidades de esporte de natureza, doravante EN, na cidade de João Pessoa. As modalidades selecionadas - corrida, surf, kitesurf, ciclismo, moutainbike (MTB), natação, triathlon e canoagem - para a pesquisa aproximam-se das modalidades conceituadas por Melo (2009) e incluem: mobilidade, contato direto com a natureza, aventura e risco.

Além destas, outras modalidades foram acrescentadas, como: futebol e voleibol de areia, devido a informações fornecidas voluntariamente pelos próprios entrevistados. Estas novas informações apontadas pelos agentes da pesquisa fazem parte de uma técnica de amostragem conhecida como bola de neve. À medida que se aplica questionários, os sujeitos da pesquisa começam a indicar outros pares e outros eventos, informações novas que fornecem subsídios para outros tipos de análise até que se atinja o "ponto de saturação teórico".

Este "ponto de saturação" é atingido quando os novos respondentes começam a repetir as informações dadas. Este método segundo Garcia (2010), Madeira (2005) facilita a aprendizagem sobre uma população desconhecida, como é o caso desta amostra de esporte de natureza.

1.2. DA AMOSTRA

Com relação à amostra, ela foi aleatória ou randômica dentro de cada modalidade dos esportes de natureza selecionados e que a princípio são os de maior possibilidade de serem praticados na cidade.

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A amostra constou ao todo de três segmentos envolvidos com o esporte de natureza: (a)Segmento formado por 20 esportistas com idade entre 12 a 24 anos, ou seja, que ainda estão inseridos numa primeira etapa de juventude; (b) Segmento formado por 130 esportistas master com idade entre 25 e mais de 70 anos, que já estão inseridos em um contexto social diferenciado, possuindo maior autonomia de escolhas; e por fim o segmento (c) formado por 19 gestores. A amostra foi composta de 169 sujeitos- pesquisados para o preenchimento dos questionários.

Na amostra qualitativa foram entrevistados 25 sujeitos, sendo 10 gestores e 15 esportistas de natureza. A idade variou, neste caso, entre 16 e 66 anos. Consideraram-se esportistas, aqueles que praticam esporte de natureza de forma regular e sistemática, pelo menos, duas vezes por semana, não necessariamente para fins competitivos, podendo a atividade ser praticada para manutenção da saúde ou por prazer.

Esta divisão entre os esportistas permitiu diferenciar os adolescentes ou jovens dos adultos em função das diferentes necessidades fisiológicas, emocionais e financeiras, tendo os adolescentes, de modo geral, menor autonomia. De acordo com Gáspari e Schwartz (2001,

p.107):

... Adolescentes, cujos interesses e expectativas encontram-se em constante processo de transição e, contraditoriamente, são permeados por estereótipos que lhe conferem atitudes socialmente impostas... É a transitoriedade dessa etapa da vida humana, na fragilidade que o caracteriza por estar fora da cadeia produtiva e como pessoa que ainda não sedimentou hábitos, atitudes e valores esperados pela sociedade.

Já os master, categoria atribuída nesta pesquisa conforme o modelo adotado em algumas modalidades esportivas como natação, seriam aqueles esportistas adultos, com idade acima de 25 anos, cujo processo de crescimento e desenvolvimento foi praticamente concluído e que a princípio possuem mais independência financeira e social. As faixas etárias nesta categoria foram adaptadas para esta pesquisa variando não de cinco em cinco anos, mas de nove em nove anos, estendo-se até acima de 70 anos. Segundo Nina e Assumpção (2009, p.4)

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O artigo de um dos mais respeitados fisiologista do esporte brasileiro, Cláudio Gil Soares de Araújo (2002, p.3), mostra o quanto é significativa as diferenças entre adolescentes e adultos na prática do esporte. Define, assim, o esportista master:

Dentro da concepção original, o atleta master seria aquele, de idade mais alta, que competiria apenas com seus pares da mesma a faixa etária. Sendo assim, o termo parece ser mais apropriadamente aplicado para aqueles que se encontra com pelo menos 40 anos de idade, sendo ainda mais específico para o grupo de idosos competidores, que são normalmente agrupados por faixas etárias delimitadas por intervalos de cinco em cinco anos, na maioria das modalidades desportivas.

Apesar de o autor considerar 40 anos a idade que mais diferencia o esportista máster, o critério mais usado no Brasil é a partir dos 25 anos. Como o trabalho de pesquisa não visa à análise fisiológica ou de rendimento do esportista, optou-se por seguir o modelo de divisão master a partir dos 25 anos. Outro aspecto importante é que ambos os pesquisadores acentuam o aspecto competitivo do esportista master. No entanto, não há vínculo com o resultado do desempenho, mas sim em participar de forma regular das atividades competitivas.

Quanto ao segmento de gestores esportivo, ele foi definido a partir do trabalho de Borragine et ali (2010), como aqueles atores sociais que serão capazes de responder civilmente perante sua associação ou órgãos públicos pelo planejamento e condução das

modalidades esportivas de natureza. Para tal, terão que ter competência em: conhecimento

específico da área, negociação, planejamento, tomada de decisão, conhecimento jurídico da área esportiva capacitação para recursos financeiros, relações humanas e valores éticos nas relações tais como: responsabilidade, respeito, honestidade.

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1.3. DO MATERIAL E EQUIPAMENTOS

1.3.1 Do questionário

Para a realização da pesquisa foi confeccionado três modelos de questionários de acordo com os segmentos a serem estudados (esportistas; esportistas máster; gestores). Os

questionários tinham por objetivo traçar o perfil dos entrevistados e como eles percebiam a realidade do esporte de natureza e sua relação com diversos aspectos da sustentabilidade tais como: promoção social e qualidade de vida na cidade de João Pessoa.

Os questionários aplicados foram diferenciados em razão dos segmentos citados acima. Na sua primeira página, havia uma carta-explicação com breve resumo do objetivo do mesmo e a sua aprovação pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário da UFPB em 14 de dezembro de 2010, protocolo nº 744/10 e CADE Nº 0574.0; 126000-10 (ver em anexo I, cópia da certidão) e também, uma lista de procedimentos simples de como preenchê-lo. Os entrevistados foram informados sobre o uso de suas imagens e gravações e autorizaram por escrito o uso das mesmas.

Os itens dos questionários apresentavam questões de sim ou não, respostas livres, múltiplas escolhas e questões mistas. Como a aplicação do mesmo foi presencial em 90% dos casos, as dúvidas foram tiradas na hora e as observações foram feitas no próprio questionário. Foi feita uma amostra piloto num total de quinze (15) para conferir a clareza e acolher sugestões para sua melhoria. O tempo médio para a resposta dos questionários dos esportistas variou entre 15 e 25 minutos. De modo geral, as respostas dos gestores foram as mais demoradas variando entre 30 a 40 minutos. Algumas questões, aparentemente, traziam repetições em seus itens, mas o contexto da questão diferenciava a razão de sua repetição. Também ficaram registradas algumas dúvidas que envolviam a precisão conceitual.

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com sua vivência. Naquelas que isto não foi possível ser feito, as dúvidas foram retomadas nas entrevistas.

No caso dos esportistas ou gestores que apresentavam dificuldades na leitura do questionário, esta foi feita oralmente e as respostas preenchidas pelo próprio aplicador. Durante a aplicação, assuntos que surgiram e que eram consideradas relevantes ao trabalho eram anotadas no verso do questionário com a autorização verbal do entrevistado.

As questões sobre qualidade de vida foram formuladas baseadas no questionário WHOQOL-Bref e na pesquisa realizado pelo grupo de saúde coletiva/epidemiologia e atividade física da Unicamp. No entanto, como o trabalho envolve itens sobre cidades e políticas públicas e, como não foi encontrado equivalente nos trabalhos anteriores, foram criados alguns novos itens relacionados a estes tópicos. No final de sua elaboração, o questionário apresentou as seguintes subdivisões:

Esportistas I. Dados pessoas, Escolaridade, local de moradia; II. Atividade Esportiva, III. Relação entre esporte e qualidade de vida; IV. Esporte e Família grupo social; V. Esporte e Corporeidade; VI. Esporte e Meio Ambiente; VII Esporte e Cidade, VIII. Esporte e Emprego, IX. Esporte e Gênero e X. Esporte e Direitos Sociais.

Esportistas Master: I. Dados pessoas, Escolaridade, local de moradia; II. Atividade Esportiva, III. Relação entre esporte e qualidade de vida; IV. Esporte e Família grupo social; V. Esporte e Corporeidade; VI. Esporte e Meio Ambiente; VII Esporte e Cidade, VIII. Esporte e Emprego, IX. Esporte e Gênero e X. Esporte e Direitos Sociais.

Gestores: I. Dados Pessoais, Escolaridade, II. Relação com cargo de gestor, Planejamento, III. Relação do Esporte com instituições públicas e privadas, parcerias, IV. Recursos para gestão, cidades e esporte de natureza, V. Relação Estado e esporte, VI. Meio ambiente e esporte e VII. Políticas públicas e esporte. Neste questionário um item foi posteriormente anulado (tempo de deslocamento) por não ter relação direta com o assunto.

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ESPORTISTAS MASTER GESTOR

Dados Pessoais Dados Pessoais Dados Pessoais

Atividade Esportiva Atividade Esportiva Relação com cargo de gestor

Relação esporte e qualidade

de vida Relação esporte e qualidade de vida Planejamento

Esporte e Grupo Social Esporte e Grupo Social Relação do esporte com instituições públicas e privadas

Esporte e Corporeidade Esporte e Corporeidade parcerias

Esporte e Meio Ambiente Esporte e Participação Política Recursos para gestão

Esporte e Cidade Esporte e Cidade Cidade e esporte de natureza

Esporte e Emprego Esporte e Emprego Macro políticas e esporte

Esporte e Gênero Esporte e Gênero Relação Estado e esporte

Esporte e Direitos Sociais Organização do esporte

Esporte e Meio Ambiente Programas esportivos

Meio ambiente e esporte

Esporte e Políticas Públicas Esporte e Políticas Públicas

Total de subitens: 47 Total de subitens: 65 Total de subitens: 44

1.3.2 DAS ENTREVISTAS:

As entrevistas foram realizadas com o objetivo apreender e compreender melhor a realidade esportiva dos praticantes de esportes de natureza e com isto aprofundar as análises dos dados obtidos a partir dos questionários. Para tal foi considerado os diversos pontos de vista de cada entrevistado, e posteriormente traçado um paralelo com as respostas já obtidas nas análises dos questionários. A amostra para as entrevistas foi por julgamento. Neste tipo de amostra o pesquisador, define conforme seu julgamento, os indivíduos que melhor representam o universo pesquisado.

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Ao todo foram realizadas 25 entrevistas, ou seja, 15% da amostra total sendo: (10) gestores das seguintes modalidades: canoagem (2), natação (1), surf (2), kitesurf (1), ciclismo (1), MBK (2) e sendo (3) novos gestores, e (15) esportistas em geral: corridas (2), caminhantes (2), aquathlon (1), triatleta (1), ciclista (1), MBK (4), canoagem (1), surf (3), sendo (8) novos. Mais uma vez por indicação dos entrevistados foi incluída entre as falas, as

análises de gestor e esportista relacionado à canoagem, como pode ser observado na figura 1.

Elas foram feitas de modo geral, nos locais das práticas das atividades ou no espaço de trabalho do pesquisado a pedido deste. As perguntas, neste caso, partiam do histórico esportivo do esportista, sua percepção de como o esporte de natureza se relacionava com o seu modo de vida, a relação dos esportes de natureza com as políticas públicas, destacando-se: a) Infraestrutura: espaços públicos (ruas, estradas), segurança, mobilidade, acessibilidade, eventos, política social e participação política b) Relação esporte e meio ambiente; c) Esporte de natureza e a relação destes com o meio ambiente e com a cidade.

De modo geral elas tiveram uma duração de 45 a 50 minutos. O tempo total foi de aproximadamente 510 minutos, ou seja, oito horas. As transcrições foram feitas por um graduando de ciências sociais, o estudante Hector Ferreira Gonçalves Scuratto Abdal. A edição de um mini documentário no total de 18 minutos foi elaborada em conjunto com os alunos do Ensino Médio Brenda e Everton Batista Correia e a professora de História Layse Mattos, todos do Centro Educacional Cenecista Felipe Tiago Gomes, localizado na Avenida Souto Maior em João Pessoa.

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Os entrevistados – gestores e esportistas - com seus respectivos tempos de esporte e modalidades estão nos quadros II e III a seguir. O período das entrevistas foi entre os meses de junho a agosto do ano corrente.

Quadro II – Dos entrevistados: gestores

Entrevistador (a): Sônia Maria Neves B. de Sá, 2011

Gestores Tempo de

experiência

Dados Pessoais Modalidade Esportiva e

local das entrevistas

Rita Mascarenhas (48 anos)

6 anos

Doutora em Zoologia,

bióloga-co-fundadora da ONG Guajiru e coordenadora do projeto Tartarugas urbanas e Projeto Escolinha do surfista Tia Lenira. Professora pesquisadora Voluntária em zoologia da UFPB

Surf

Local: Intermares

Roberto Antonio da Silva

(55 anos) 10 anos

Presidente da Federação de

Canoagem da Paraíba e trabalha com fabrico de barcos. Empresário

Canoagem

Local: Ponta do Seixas

Aluilsson Costa

(56 anos)

8 anos

Diretor de águas abertas da Associação master de natação e Professor da APCEF. Funcionário Público aposentado

Natação

Local: Águas abertas

(mar)

Arnaldo Badeco

(38 anos)

20 anos Gestor do Projeto Arnaldo Badeco

escolinha de Surf. Funcionário Público

Surf

Local: Bessa

Paulo Pereira de Souza

(46 anos)

5 anos

Vice-presidente da Federação de ciclismo e diretor técnico de ciclismo. Funcionário Público

Ciclismo e Mountainbike (MBK)

Local:Altiplano

Fernando Carvalho

(60 anos) 30 anos

Fundador do Grupo Copas

Médico cirurgião e professor

universitário da UFPB;

Caminhadas e Corrida de Rua

Local:Cabo Branco

Joaquim Sales Filho (padeiro)

(55 anos) 8 anos

Gestor e co-fundador do grupo MBK raios do Sol,

Empresário do ramo alimentício

MBK

Local: Tambaú

Guilherme (Guiga)

(42 anos) 10 anos

Fundador e gestor de Kitesurfschool.

É instrutor certificado IKO Kitesurfe

Local: Bessa

João Corujinha

2 anos Secretario da juventude e esporte.

Vereador pelo PSDC Nomeado por RC

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Quadro III – Dos entrevistados: esportistas Fonte: SMNBS, Pesquisa de campo 2011

Esportistas

Tempo de experiência Profissão Modalidades

Alvimar Maia (44 anos)

4 anos Militar das Forças

Armadas Kitesurfe

Marina Palmeira Sobral (56 anos)

8 anos Odontóloga e dona de

uma pousada Triathlon

Sandra (50 anos)

10 anos Advogada e servidora

pública Pedestrianismo

Luiz Antonio (52 anos)

10 anos Piloto da Força Aérea

Corredor de rua

Jackson

(63 anos) –Vovô do

caiaque

40 anos Professor de

canoagem e de judô

Canoagem

José Edmilson (32 anos)

6 anos Mecânico de bicicleta

MBK

Jakonia (35 anos)

6 anos Mecânico de bicicleta

Ciclismo

Marconi 10 anos Professor De História

MBK

Daniel (28 anos)

10 anos Pescador

Canoagem

Santana (45 anos)

6 anos Bombeiro Militar

Triathlon

Djarlan (34 anos)

8 anos Motoboy de Farmácia

Instrutor de surf Surfista

Paulo Fernando (56 anos)

5 anos Metalúrgico

aposentado Esportistade natureza

Helena (24 anos)

4 anos Estudante universitária

MBK

Ítalo (16 anos)

1 ano Estudante Ensino

Fundamental Kitesurf

Marco Alexandre (59 anos)

10 anos Aposentado e

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1.3.3 DOS EQUIPAMENTOS

Os equipamentos utilizados para os registros das entrevistas e das imagens foram um gravador da marca Sony profissional, modelo ICD-PX 820; uma filmadora da marca Samsung, modelo C200, referência SMX –C200 BN/XAZ e uma máquina fotográfica Samsung digital L830 resolução 8.1megapixel, memória 10MB, sensibilidade ISSO: 3200. Zoom ótico 3.0X.

Espera-se se poder traçar o perfil dos esportistas de natureza e dos atuais gestores nas modalidades estudadas, bem como, mapear os programas esportivos que estão de algum modo relacionado às políticas públicas e sociais atuantes em João Pessoa (JP), de forma a oferecer subsídios para:

 Melhor controle social das políticas públicas direcionadas às atividades relacionadas aos esportes de natureza;

 Construir um quadro dos programas e projetos de esportes de JP, situando os possíveis beneficiários, quando se pensa em gestão de política pública desportiva para uma cidade sustentável;

 Adequar programas de esporte ao potencial ambiental e social de JP inclusive fornecendo subsídios para os projetos já inseridos no plano diretor e urbanístico da cidade de João Pessoa na perspectiva de cidade sustentável;

 Desmistificar as práticas de esporte, inclusive, os de natureza como direito quase exclusivo de uma pequena classe social economicamente privilegiada.

 Servir de referência para outros estudos que ampliem e fomentem novas informações para melhor programar as políticas públicas tendo como prioridades o meio ambiente, os anseios da população e a cidade de João Pessoa.

(40)

2. A institucionalização das políticas de sustentabilidade: o caso do desporto

[...] a descoberta da fome que fiz na infância, nos alagados de Recife onde convivi com os

afogados deste mar de miséria [...] (Josué de

Castro. Homens e caranguejos)

[...] sinto imensa alegria em ver as pessoas

saírem daqui satisfeito e sentindo bem-estar. (Djarlan, instrutor voluntário de surf)

Uma das características marcantes do cenário brasileiro é sua enorme desigualdade social e econômica, presente, inclusive, entre as regiões geográficas do país. Isto está explicitado nas obras do renomado economista Celso Furtado. Este pensador entendia ter o Brasil se modernizado em torno de seu parque industrial, mas destacava que isto fora feito com a maioria do nosso povo na miséria ou sem acesso as mínimas oportunidades. No seu discurso na sede do Banco do Nordeste no ano de 2000, quando propõe a recriação da SUDENE5 diz: “A política econômica praticada tradicionalmente em nosso país criou uma sociedade com graves distorções e sujeita a crises intermitentes de balança de pagamentos externos.” (FURTADO, 2000, p.210).

Apesar de o Brasil ter sua economia consolidada entre as maiores do mundo, ou seja, o seu inegável crescimento econômico, particularmente entre 1930 e 1950. O forte salto para a industrialização não ocorreu, de forma paralela com o desenvolvimento sociopolítico e isto se torna um entrave para consolidação dos direitos sociais constitucionais agravados durante o período de1964 até o início da consolidação da abertura política em meados da década de 1980.

Na década de 1980, em todo o território brasileiro começam movimentos pró eleições diretas. O contexto em que este desejo se estabelece está delimitado por uma economia debilitada, desgaste do governo militarista e, sobretudo, a crescente desigualdade social e econômica gerada por um modelo político e econômico fortemente centralizador e controlado pelo Estado. Em síntese, o Estado apresenta um quadro de instabilidade.

5

SUDENE – Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste. É um órgão autárquico recriado em

Imagem

Gráfico 1 - Distribuição do gênero nos segmentos de gestores, esportistas e master         Fonte: SMNBS, Pesquisa de campo 2011
Gráfico 2-Relação de Gênero e Esporte de Natureza  Fonte: SMNBS, Pesquisa de campo 2011
Gráfico 4: Tipo de Trabalho de Esportistas Masters                     Fonte: SMNBS, Pesquisa de campo 2011
Gráfico 6- Profissões dos Gestores Fonte:SMNBS  pesquisa de campo 2011
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Referências

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