• Nenhum resultado encontrado

III Seminário: Sistemas de Produção Agropecuária - Zootecnia

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "III Seminário: Sistemas de Produção Agropecuária - Zootecnia"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

CORRELAÇÃO ENTRE AS VARIÁVEIS FITOMORFOLÓGICAS E EVOLUÇÃO NO NÚMERO DE PERFILHOS PARA CULTIVARES DE TRIGO DUPLO PROPÓSITO EM DIFERENTES ESTANDES

Cláudio César Simionatto1, Sidney Ortiz1, Patrícia Bertoncelli1, Thomas Newton Martin2*, Magnos Fernando Ziech3, Marcel Hastenpflug4

1 Acadêmicos do curso de Zootecnia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos,

(UTFPR-DV) claudiosimionatto@zootecnista.com.br; ortizsidney@hotmail.com; patybertoncelli@hotmail.com

2

Prof. Dr. UTFPR-DV, CEP: 85.660-000, CP. 157, e-mail: thomas.martin@hotmail.com, *Autor correspondente, Tutor Grupo PET-Zootecnia

3 Prof. MSc. da UTFPR-DV, E-mail: magnos@utfpr.edu.br

4 Zootecnista, MSc. Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, UFSM. E-mail: marcel.h@hotmail.com

Resumo: O presente trabalho foi realizado com objetivo de verificar a correlação entre as variáveis fitomorfológicas e a evolução no número de perfilhos para cultivares de trigo duplo propósito em diferentes densidades de semeadura. O delineamento experimental foi de blocos completamente casualizados, onde os tratamentos foram distribuídos em um bifatorial com quatro cultivares e cinco densidades de semeadura. Os cultivares de trigo utilizados foram: BRS Figueira, BRS Guatambu, BRS Tarumã e BRS Umbu fornecidos pela EMBRAPA e as densidades de semeadura foram 50, 200, 350, 500 e 650 sementes por metro quadrado. As variáveis avaliadas foram: número de espigas, massa de espigas, produção de grãos, massa dos grãos em cinco espigas, número de grãos em cinco espigas, massa de cem grãos, número de espiguetas, estatura de plantas, matéria seca da parte aérea e perfilhamento. A maior correlação foi entre a estatura de planta e a produção de matéria seca. A evolução do número de plantas se diferiu entre os cultivares e indica que as plantas sofreram estresse devido à competição intraparcelar conforme se aumentou a densidade de semeadura.

Palavras-chave: afilhamento, culturas de inverno, integração lavoura-pecuária, Trticum aestivum

Introdução

Desequilíbrios nutricionais são observados nos rebanhos do Sul do Brasil no período hibernal, onde ocorre queda no valor nutritivo das pastagens perenes, acarretando diminuição da produção de leite e carne (Wendt et al., 2006). A integração lavoura-pecuária é um método eficaz de reverter esse desequilíbrio, fornecendo pastagem de alto valor nutritivo. Uma alternativa de alimentação aos animais é o uso de cereais de dupla aptidão, que servem para prover forragem aos animais até um determinado momento e posteriormente, a cultura é diferida para produção de grãos. Nesse sistema de dupla aptidão pode ser utilizado o trigo, onde serve de forragem para pastejo dos animais e logo após é diferido para produção de grãos.

Em trabalhos experimentais envolvendo trigo duplo propósito muitas variáveis são coletadas podendo ser classificadas como qualitativas e quantitativas. Muitas dessas variáveis possuem correlação entre si, uma forma de avaliar a correlação entre variáveis é através do coeficiente de correlação de Pearson que indica o grau de correlação entre variáveis que pode ter valores entre -1 e +1. Algumas classificações dos valores de correlação são realizadas, as mais aceitas indicam que os valores acima de ±0,70 indicam forte correlação, de ±0,30 a ±0,69 a correlação é moderada e de 0 a ±0,29 existe fraca correlação entre as variáveis (Beiguelman, 2006). A importância do estudo das correlações está na possibilidade da redução do trabalho experimental. Sendo que se for conhecida à correlação entre duas variáveis, pode haver somente a avaliação de uma das variáveis. Isso facilita e reduz o trabalho experimental, porém deve-se ter absoluta certeza que o sistema irá apresentar novamente o mesmo comportamento.

(2)

exclusiva de cereais de inverno o espaçamento utilizado entre linhas é de 17 cm, e o recomendado é que não se ultrapasse 20 cm. Alguns estudos como o de Valério et al. (2008) já estudaram alguns fatores relacionados com o perfilhamento e a produção de grãos em cultivares de trigo no estado do Rio Grande do Sul, o que faz com que já se tenha algum conhecimento a respeito do comportamento da cultura quando submetido a diferentes densidades de semeadura, avaliando o padrão de desenvolvimento de afilhos bem como o efeito do rendimento de grãos.

O perfilhamento sofre influências da fertilidade do solo, ou seja, quanto maior forem à fertilidade do solo, maiores condições das plantas emitirem afilhos. No que diz respeito ao clima, verifica-se que em temperaturas mais baixa existe um maior incentivo ao perfilhamento. Além disso, no que diz respeito a densidade de semeadura utilizada, em densidades menores ocorre uma menor competição das plantas por recursos do meio (água, luz, nutrição, dentre outros) o que favorece a planta a possuir melhores condições de perfilhamento. Contudo a dinâmica do perfilhamento após a aplicação de um estresse como corte, pastejo, seca, estresse hídrico, dentre outras ainda pode ser mais estudado, fazendo com que surjam hipóteses que podem alterar a densidade de semeadura que é indicado para o trigo duplo propósito.

O estudo da dinâmica do perfilhamento em cultivares de trigo duplo propósito ainda possuem poucos estudos relacionados, principalmente no Estado do Paraná, onde a atividade de integração lavoura pecuária pode ser incentivado. Dessa forma, o objetivo da realização do presente trabalho foi verificar a correlação entre as variáveis fitomorfológicas e a evolução no número de perfilhos para cultivares de trigo duplo propósito em diferentes densidades de semeadura.

Material e Métodos

O experimento foi realizado na área experimental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos. O clima é classificado como subtropical úmido mesotérmico (Cfa), segundo a classificação de Köppen (MAAK, 1968)

.

O solo pertence à Unidade de mapeamento NITOSSOLO VERMELHO distroférrico úmbrico, textura argilosa fase floresta subtropical perenifólia, relevo ondulado (Bhering et al., 2008). As práticas culturais foram seguidas conforme as indicações da COMISSÃO SUL BRASILEIRA DE PESQUISA DE TRIGO (Embrapa-CNPT). A área foi adubada com 60 kg ha-1 de N-P-K (10-15-15) a partir de uma análise prévia do solo. No início do perfilhamento foi realizada uma adubação nitrogenada, sendo utilizado como fonte de nitrogênio sulfato de amônio (20% de N, 60 kg ha-1). O delineamento experimental utilizado foi de blocos completamente casualizados, onde os tratamentos foram distribuídos em um bifatorial constituindo-se de quatro cultivares e cinco densidades de semeaduras. Os cultivares de trigo utilizados foram: BRS Figueira, BRS Guatambu, BRS Tarumã e BRS Umbu fornecidos pela EMBRAPA (Wendt et al., 2006). As densidades de semeadura foram de 50, 200, 350, 500 e 650 sementes por metro quadrado de área semeada. O corte foi realizado quando o trigo atingiu uma estatura de aproximadamente 0,3 m realizada a 0,1 m do solo. A parcela experimental foi constituída de cinco fileiras espaçadas 17 cm uma das outras, totalizando um metro de largura por 3,5 m de comprimento, a área útil das subparcelas foram compostas por três fileiras de 0,5 m de comprimento totalizando uma área de 0,255 m2.

(3)

momento do corte e secada em estufa de circulação forçada a 55 ºC por 72 horas) e perfilhamento (estimado em pleno desenvolvimento vegetativo, onde as plantas foram contadas na fileira central ao longo de 0,5 m). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (teste F), a evolução do número de plantas foi submetida à análise de regressão (até terceiro grau). O grau de correlação entre as variáveis fitomorfológicas foi avaliado pela correlação de Pearson. Os dados foram analisados através software Soc-NTIA (Embrapa, 1997).

Resultados e Discussão

A Tabela 1 apresenta a correlação entre variáveis fitomorfológicas referentes aos dados com corte e sem corte. As correlações positivas e significativas que ocorrem entre manejo com corte e sem corte são o número de espigas e a massa de espigas, porém com uma maior magnitude para o manejo com corte, a produção de grãos e a massa de espigas correlacionaram-se significativamente (r>0,97) nos dois manejos sendo uma correlação forte (Beiguelman, 2006). A produção de grãos obteve correlação fraca com a massa de grãos em cinco espigas para ambos os manejos, bem como a massa de grãos de cinco espigas obteve correlação fraca com o número de grãos em cinco espigas.

A massa de cem grãos e o peso do grão também tiveram correlação fraca. A massa de cem grãos também se correlacionou com a massa de grãos em cinco espigas, porém em maior magnitude para o manejo sem corte. A massa de cinco espigas correlacionou-se significativamente com a massa de grãos em cinco espigas (positiva e alta), porém o número de espiguetas em cinco espigas correlacionou-se com o número de grãos em cinco espigas (para ambos os casos). A massa de cinco espigas correlacionou-se com o número de espiguetas em cinco espigas e com a massa de cem grãos. Outra correlação importante que ocorreu é a correlação entre a estatura de plantas e a fitomassa seca de plantas.

Dessa forma, em trabalhos de melhoramento ou de experimentação vegetal envolvendo a cultura do trigo duplo propósito nem sempre é necessário realizar a coleta de todas as variáveis, pois muitas possuem correlação entre si, além de serem valores altos, essa correlação é obtida na maioria dos casos nos dois manejos (sem corte e um corte). Dessa forma, a indicação de cultivares de trigo para a integração lavoura-pecuária deve levar em consideração a densidade de semeadura, manejo de corte e o objetivo principal da produção.

Quanto à evolução do número de plantas na parcela verifica-se que houve interação entre os cultivares e a densidade de semeadura (Figura 1). O número de afilhos por planta foi superior quando se utilizou o manejo sem corte (3,29), em comparação ao manejo com corte (2,69), isso indica que as plantas sofreram estresse ocasionando o abortamento dos afilhos e ou devido aos diferentes estádios de desenvolvimento das plantas, onde o ponto de crescimento estava acima da região do corte. Segundo Wendt et al. (2006), a capacidade da planta em produzir afilhos após o corte é uma característica que influencia a produção dos cereais, sendo evidenciado na Figura 1. Bortolini et al. (2004), conclui que a capacidade do surgimento de novos afilhos em cereais de inverno submetidos a duplo propósito influencia diretamente a produção de forragem. No trabalho em questão pode-se discutir o momento da realização do corte levando em conta o estádio em que a cultura se apresenta para evitar que ocorram danos ao meristema apical, fato que causa abortamento de afilhos.

(4)

Conclusão

Muitas variáveis fitomorfológicas avaliadas correlacionaram-se tanto no manejo com e sem corte. A maior correlação é verificada entre a estatura de planta e a produção de matéria seca. Desta forma não se faz necessária à coleta de todas as variáveis para avaliar um experimento sabendo que algumas possuem correlação forte entre si.

A evolução do número de plantas se difere entre os cultivares e demonstra que as plantas sofrem estresse, ocasionando o abortamento dos afilhos devido à competitividade pela luz aumentando-se a densidade de semeadura.

Agradecimentos

À EMBRAPA Trigo de Passo Fundo, na pessoa do Dr. José Pereira, por ter cedido às sementes dos cultivares de trigo de duplo propósito.

Referências

BEIGUELMAN, B. Curso Prático de Bioestatística. Ribeirão Preto, 2006. 235p.

BHERING, S. B.; SANTOS, H.G. Mapa de solos do Estado do Paraná: legenda atualizada. Rio de Janeiro: EMBRAPA/IAPAR. 2008. 74p.

BORTILINI, P. C.; SANDINI, I.; CARVALHO, P. C. F.; MORAES, A. Cereais de inverno submetidos ao corte no sistema de duplo propósito. Revista Brasileira de Zootecnia. Viçosa, 2004. 45p.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Ambiente de software NTIA, versão 4.2.2: manual do usuário - ferramental estatístico. Campinas: Centro Nacional de Pesquisa Tecnológica em Informática para a Agricultura, 1997. 258p.

MAAK, R. Geografia Física do Estado do Paraná. Curitiba. Banco de desenvolvimento do Paraná, p.350, 1968. VALÉRIO, I. P.; CARVALHO, F. I. F.; OLIVEIRA, A. C.; MACHADO, A. A.; BENIN, G.; SCHEEREN, P.

L.; SOUZA, V. Q.; HARTWIG, I. Desenvolvimento de afilhos e componentes do rendimento em genótipos de trigo sob diferentes densidades de semeadura. Pesquisa Agropecuária Brasileira. Brasília, 2008, p.319-326.

(5)

Tabela 1. Correlação de Pearson para as variáveis: perfilhamento (PER), número de espigas (NE), massa de espigas (ME), produção de grãos (PG), massa dos grãos em cinco espigas (MG5E), número de grãos em cinco espigas (NG5E), massa de cem grãos (MCG), número de espiguetas (NE5E), massa de cinco espigas (M5E), estatura de planta (EP) e massa seca de parte aérea (MS), para os manejos com corte e sem corte. UTFPR, campus Dois Vizinhos.

PER NE ME PG MG5E NG5E MCG NE5E M5E EP

PER -0,028 -0,101 -0,206 -0,149 0,124 -0,382 0,309 -0,029 0,115 (0,832) (0,443) (0,115) (0,257) (0,344) (0,003) (0,016) (0,827) (0,381) NE 0,148* 0,286 0,113 -0,396 -0,359 -0,374 -0,221 -0,449 -0,059 (0,106) (0,027) (0,392) (0,002) (0,005) (0,003) (0,089) (0,000) (0,654) ME 0,135 0,863 0,937 0,367 0,316 0,294 -0,009 0,226 0,105 (0,142) (0,000) (0,000) (0,004) (0,014) (0,022) (0,947) (0,083) (0,425) PG 0,045 0,780 0,970 0,537 0,395 0,509 -0,136 0,336 0,081 (0,629) (0,000) (0,000) (0,000) (0,002) (0,000) (0,302) (0,009) (0,540) MG5E -0,149 -0,175 0,070 0,192 0,834 0,805 0,191 0,895 0,080 (0,103) (0,056) (0,449) (0,036) (0,000) (0,000) (0,144) (0,000) (0,545) NG5E -0,120 -0,307 -0,054 0,053 0,831 0,375 0,471 0,828 0,127 (0,193) (0,001) (0,556) (0,566) (0,000) (0,003) (0,000) (0,000) (0,333) MCG -0,186 0,198 0,230 0,284 0,568 0,079 -0,143 0,637 0,043 (0,043) (0,030) (0,012) (0,002) (0,000) (0,391) (0,276) (0,000) (0,747) NE5E 0,213 -0,146 0,000 0,001 0,430 0,521 0,022 0,397 -0,080 (0,020 (0,111) (0,997) (0,994) (0,000) (0,000) (0,810) (0,002) (0,542) M5E -0,048 -0,233 0,029 0,117 0,917 0,839 0,392 0,598 0,024 (0,602) (0,010) (0,756) (0,202) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,855) EP -0,069 -0,029 -0,027 0,011 -0,039 0,013 -0,045 0,014 -0,065 (0,453) (0,754) (0,773) (0,904) (0,674) (0,888) (0,624) (0,877) (0,478) MS -0,069 -0,029 -0,027 0,011 -0,039 0,013 -0,045 0,014 -0,065 0,999 (0,453) (0,754) (0,773) (0,903) (0,674) (0,888) (0,624) (0,878) (0,478) (0,000) As correlações com o fundo cinza referem-se aos dados com corte e as correlações com o fundo transparente referem-se aos dados sem corte. * os valores entre parênteses referem-se aos níveis mínimos de significância.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 0 100 200 300 400 500 600 700 Densidade de Semeadura (m2) E v o lu çã o d o N ú m er o d e P la n ta s . BRS Figueira/ENP = 8,62434215 - 0,03396840x + 0,00003422x2 , r2 = 0,84 (◊◊). BRS Guatambu/ENP = 10,72796120 - 0,04428247x + 0,00004605x2, r2 = 0,84 (□□). BRS Tarumã/ENP = 16,47212698 - 0,06576889x + 0,00006692x2, r2 = 0,86 (∆∆). BRS Umbu/ENP = 5,20831393 - 0,02012123x + 0,00001991x2, r2 = 0,90 (x x).

Referências

Documentos relacionados

No entanto, maiores lucros com publicidade e um crescimento no uso da plataforma em smartphones e tablets não serão suficientes para o mercado se a maior rede social do mundo

IMPEDIMENTO DE LICITAR E CONTRATAR COM ADMINISTRAÇAO PÚBLICA - Aquele que, convocado dentro do prazo de validade de sua proposta, não assinar o contrato ou ata de registro de

O Laboratório de Produção e Avaliação de Materiais de Ensino de Ciências e Divulgação Científica pertence ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em

A amostra foi constituída por 82 díades, divididas por três grupos: o grupo de estudo (n=29) no qual a pega incorrecta foi corrigida após a primeira avaliação, um segundo grupo

O objetivo do trabalho é verificar, portanto, como as consequências advindas da pandemia deflagrada pela COVID-19 contribui para a modificação da paisagem urbana

No quinto exemplo, em cada ponta há um ginasta na base em posição ajoelhado, o da esquerda está com a perna direita flexionada formando um ângulo de aproximadamente 90º, com o

A solução, inicialmente vermelha tornou-se gradativamente marrom, e o sólido marrom escuro obtido foi filtrado, lavado várias vezes com etanol, éter etílico anidro e

As inscrições serão feitas na Comissão Permanente de Vestibular da UFMG (COPEVE), situada no Prédio da Reitoria da UFMG, à Av. Presidente Antônio Carlos, 6627 – Campus da