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DISCIPLINA: GINÁSTICA ESCOLAR AUTORES: PROFESSOR DOUTOR ANTONIO CARLOS MONTEIRO DE MIRANDA, PROFESSORA MESTRE FERNANDA SOARES NAKASHIMA.

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DISCIPLINA: GINÁSTICA ESCOLAR

AUTORES: PROFESSOR DOUTOR ANTONIO CARLOS MONTEIRO DE MIRANDA, PROFESSORA MESTRE FERNANDA SOARES NAKASHIMA.

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INÍCIO DO CURRÍCULO LATTES DOS PROFESSORES

ANTONIO CARLOS MONTEIRO DE MIRANDA

Doutor e Mestre em Educação Física pelo Programa de pós-graduação em Educação Física UEM/UEL na área de Concentração de Práticas Sociais em Educação Física. Graduação em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá. É professor adjunto da Universidade Estadual de Maringá na área da Ginástica, atuando nos cursos de Educação Física e Artes Cênicas. Pesquisador nas áreas de ginástica, escola, teatro, atividades circenses e cultura. Autor do livro “Clown e corpo sensível: diálogos com a Educação Física”, lançado em 2016 pela editora Appris.

Link: http://lattes.cnpq.br/4465853397683797

FERNANDA SOARES NAKASHIMA

Mestre em Educação Física pelo Programa de pós-graduação associado UEM/UEL na linha Fatores Psicossociais e Comportamentais Relacionados ao Exercício Físico e ao Esporte. Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá (2004), especialização em ginástica rítmica pela Universidade do Norte do Paraná (2006). Tem experiência na área de Educação Física, atuando principalmente nos seguintes temas: iniciação desportiva, ginástica geral, ginástica rítmica e tecido acrobático. Professora do Departamento de Educação Física do Unicesumar na disciplina Estágio Supervisionado. Atuou como professora assistente do Departamento de Educação Física na Universidade Estadual de Maringá nas disciplinas: Ginástica, Ginástica Escolar e Fundamentos de Rítmica e Dança e, no curso de Artes Cênicas, na disciplina Técnicas Circenses.

Link: http://lattes.cnpq.br/2442206944592854

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INÍCIO DA APRESENTAÇÃO GERAL

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! Preparamos esse material com o intuito de levar a ginástica até você. Talvez nesse momento você conheça ou se lembre apenas das ginásticas de academia ou daquelas que passam na televisão nas competições de jogos olímpicos ou eventos nacionais ou internacionais. Isso já é um começo, porém a partir dos estudos sobre essa modalidade você perceberá que existem muitas outras formas de ginástica e muitas características específicas em cada uma delas. Nosso papel é levar você a aprender sobre essa área de conhecimento para que depois possa compartilhar toda essa aprendizagem com seus futuros alunos na escola. Veja que interessante, você terá a possibilidade de ensinar algo novo para seus alunos e ainda transformar suas vidas, fazendo com que eles se desenvolvam como sujeitos, aprendam a trabalhar coletivamente, respeitem as diferenças e, acima de tudo, conheçam e valorizem o seu trabalho como professor(a). Vamos encarar esse desafio juntos?

Para isso é importante que você absorva ao máximo todo conhecimento que adquirimos com nossas experiências e estamos dividindo com você. Aproveite esse momento de formação para aprender o quanto pode e, depois, seu papel será passar isso adiante.

Muito bem! Recados dados, vamos falar sobre como esse livro está dividido. Para facilitar a sua aprendizagem, ele contém cinco unidades: A unidade I, intitulada “Ginástica: da sua origem ao cenário atual”, retrata o trajeto histórico da ginástica desde sua origem, seus altos e baixos até os dias de hoje; na unidade II, “Elementos corporais da ginástica”, aprenderemos os princípios básicos da ginástica, os mais simples, além de informações sobre como desenvolver as aulas práticas junto aos seus alunos lá na escola; depois disso, vamos para a unidade III, na qual vamos estudar as ginásticas que são competitivas e olímpicas, seus aspectos históricos e suas características; na unidade IV conheceremos a ginástica acrobática, que se caracteriza por ser competitiva e não olímpica, e aprenderemos como fazer e como ensinar as diferentes acrobacias existentes na ginástica. É nessa unidade que vamos aprender a fazer estrelinha (roda) e a cambalhota (rolamento). E, por fim mas não menos importante, temos a unidade V, na qual vamos estudar sobre a

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“Ginástica para Todos, as Atividades Circenses e a construção de materiais alternativos”.

Ufa! Vê quanta coisa vamos aprender juntos? Por isso, prepare-se e vamos a uma viagem no universo da ginástica.

Um grande abraço e um ótimo curso!

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INÍCIO DA FOLHA DE ABERTURA

TÍTULO DA UNIDADE 1: GINÁSTICA: DA SUA ORIGEM AO CENÁRIO ATUAL

Objetivos de Aprendizagem

● Conhecer a história da Ginástica por meio de um resgate às origens do exercício físico.

● Compreender a evolução desta manifestação de acordo com as diferentes culturas e sociedades, da Pré-história ao Renascimento.

● Identificar a sistematização da Ginástica a partir do século XIX por meio das Escolas Ginásticas europeias.

● Localizar o Universo da Ginástica e seus diferentes campos de atuação na atualidade.

● Descrever a organização da Ginástica por meio das diferentes instituições internacionais e nacionais que a regulamentam.

Plano de Estudo

A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ● Tópico 1: Abordagens históricas e culturais da Ginástica

● Tópico 2: A sistematização da Ginástica: Escolas Francesa, Alemã, Inglesa e Nórdica (ou Sueca)

● Tópico 3: O Universo da Ginástica e os campos de atuação ● Tópico 4: A organização da Ginástica na atualidade

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INÍCIO DA INTRODUÇÃO

Olá, seja bem-vindo(a)! Quando falamos de Ginástica o que vem em sua mente? As atividades que vemos nas academias, como a Ginástica Localizada, a Musculação, o Step o Jumping? Ou então, pode ser que você se lembre de modalidades olímpicas, como a Ginástica Artística ou a Rítmica. Pode ser até que você pense em Pilates ou Yoga. Você não estaria errado em relacionar qualquer uma dessas atividades com ginástica, mas já refletiu sobre como surgiram essas práticas? Como elas passaram a acontecer com mais frequência em diferentes espaços? Será que estas atividades sempre tiveram as características e objetivos que apresentam hoje? Você conseguirá responder a estas questões ao final desta unidade, constituída de 4 tópicos.

No primeiro tópico vamos conhecer a origem da ginástica e sua evolução, considerando os aspectos culturais que permearam esta manifestação corporal e que a fizeram se desenvolver. No segundo tópico vamos compreender o processo de sistematização da Ginástica a partir das chamadas Escolas Ginásticas do século XIX, que foram precursoras das diversas modalidades e atividades que conhecemos atualmente. No terceiro tópico vamos identificar o universo da ginástica e seus diferentes campos de atuação na atualidade, com o intuito de perceber quais são os espaços nos quais as práticas ginásticas acontecem. No quarto tópico vamos identificar a sistematização da Ginástica pelas diferentes instituições internacionais e nacionais, almejando compreender como a mesma é organizada mundialmente.

Os assuntos abordados nesta unidade permitirão uma aproximação com o contexto ginástico, no sentido de proporcionar a você, futuro(a) professor(a), uma aprendizagem que lhe dê subsídios para trabalhar com este conteúdo no contexto escolar com consistência e capacidade crítica, de forma que esta manifestação da cultura corporal de movimento esteja na escola não apenas como uma atividade prática sem reflexão, ou nos inícios das aulas de alongamento, mas sim como um conhecimento construído historicamente pelo homem que merece fazer parte da formação de seus alunos.

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INÍCIO DO TÓPICO 1: ABORDAGENS HISTÓRICAS E CULTURAIS DA GINÁSTICA

Neste tópico vamos examinar o contexto histórico da Ginástica, compreendendo sua evolução por meio dos exercícios físicos da Pré-História até o Renascimento.

Se entendermos a Ginástica como uma atividade em que o homem se movimenta realizando diferentes ações como correr, saltar, agachar-se, levantar-se, arremessar, pendurar-se, rolar, entre outras, poderemos perceber que desde os primórdios da humanidade esta atividade física acompanha o viver do ser humano. No caso dos nossos ancestrais, a sobrevivência por meio da caça, da capacidade de fugir dos predadores, o seu nomadismo por entre as florestas, causavam a necessidade de movimentar-se de diversas formas, fazendo com que estes se desenvolvessem corporalmente. Conforme afirmam Langlade e Langlade (1970) e também Souza (1997), por meio de jogos, rituais e festividades pré-históricas, acontecia a transmissão deste repertório motor de uma geração a outra que, mesmo rudimentar, tinha caráter utilitário.

Início da descrição da imagem:

Legenda: Figura 1 – Registro das atividades físicas do homem primitivo.

Descrição: A imagem mostra uma antiga pintura na parede de atividades físicas do homem primitivo. São retratados quatro adultos, duas crianças e um animal, realizando atividades de sobrevivência e de seu cotidiano, entre estas práticas é possível notar atividades de arco e flecha envolvendo a caça, e atividades rituais.

Fonte: shutterstock.com

Fim da descrição da imagem.

Dessa forma, ao longo da história, veremos que a Ginástica, aqui entendida como todo e qualquer exercício físico praticado pelo homem, assume diferentes formas de ser realizada e desenvolve características de acordo com os objetivos do homem e da sociedade na qual este estava inserido.

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Segundo Ramos (1982), na Antiguidade podemos observar que, no oriente, os exercícios físicos se manifestavam por meio de diferentes atividades. Os egípcios praticavam a luta livre, o boxe, esgrima, natação e remo; os assírios e babilônicos desenvolviam práticas de caráter utilitário focadas em força, agilidade e resistência. Ainda de acordo com o mesmo autor, os hititas priorizavam o treinamento hípico, tornando-se exímios cavaleiros. As atividades físicas como meio de preparação para a vida e de cunho ritualístico eram priorizadas na Pérsia, Índia, China e no Japão. Jogos, cultos, recreação e preparação guerreira eram as práticas corporais dos indígenas do novo mundo.

Início da descrição da imagem:

Legenda: Figura 2 – Registros - Exercício físico no Egito Antigo

Descrição: A imagem mostra uma antiga pintura de parede colorida de registros de exercícios físicos no Egito Antigo. A pintura retrata várias atividades do cotidiano dos egípcios, é possível notar atividades de plantação, colheita, produção, armazenagem e consumo de alimentos, bem como transporte por meio de barco, realizando atividades de carregamento e remo.

Fonte: shutterstock.com

Fim da descrição da imagem.

Início da descrição da imagem:

Legenda: Figura 3 – Indígenas e o exercício físico.

Descrição: A imagem mostra um desenho preto e branco de um indígena realizando a atividade de arco e flecha. O índio está usando um grande cocar, ele está ereto, empunhando o arco e puxando a corda e a flecha com o braço esquerdo para trás, apontando para cima em diagonal.

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Fim da descrição da imagem.

Início da descrição da imagem:

Legenda: Figura 4 - Índia - atividade física de caráter ritualístico.

Descrição: A imagem mostra uma pintura colorida de uma atividade física de caráter ritualístico. A pintura retrata uma paisagem ao ar livre, a margem de um rio e com árvores, há sete personagens, cinco estão à esquerda próximos à margem do rio conversando entre eles, no centro há um personagem sentado no chão com as pernas cruzadas realizando atividade de meditação e à esquerda há um personagem azul segurando um instrumento musical de cordas.

Fonte: Wikipédia (2008, on-line). Disponível em:

<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ascetic_Bodhisatta_Gotama_with_the _Group_of_Five.jpg>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.

Fim da descrição da imagem.

Ainda na Antiguidade, no período Clássico da civilização ocidental, na Grécia, o exercício físico se estabelecia em práticas esportivas, com a realização dos Jogos Olímpicos, com grande influência mitológica e do ideal de beleza. Neste contexto destacam-se duas vertentes: Atenas e Esparta. Conforme afirma Ramos (1982), em Atenas os exercícios físicos buscavam a formação do cidadão integral, dotado de educação corporal, composta pela eficiência educacional, fisiológica, moral e estética. Já em Esparta focavam a preparação militar, disciplina cívica, endurecimento do corpo, energia física e espiritual.

Início da descrição da imagem:

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Descrição: A imagem mostra três desenhos em preto e branco de personagens realizando exercícios na Grécia Antiga. À esquerda na parte superior há um atleta realizando uma atividade de corrida. Abaixo no centro há um outro atleta projetando um movimento de corrida, ele está segurando com o braço direito um escudo redondo e usando um capacete de proteção na cabeça. Acima à direita há um atleta realizando o movimento de corrida segurando com sua mão esquerda uma tocha.

Fonte: Sem fonte.

Fim da descrição da imagem.

Ainda de acordo com Ramos (1982) e também de Souza (1997), em Roma o espírito prático e utilitário fundamentava os exercícios corporais, sendo estes importantes para a preparação militar, objetivando a defesa e conquista de territórios no período monárquico. As práticas de atividades desportivas (corridas de bigas e combates de gladiadores) e higiênicas eram também valorizadas. No tempo do Império houve uma decadência do caráter bélico, fazendo com que os combates de gladiadores e corridas de biga emergissem juntamente com os espetáculos circenses, como forma de entretenimento.

Início da descrição da imagem:

Legenda: Figura 6 – Corridas de biga – Roma Antiga

Descrição: A imagem mostra um desenho em preto e branco de um gladiador em uma biga com dois cavalos à frente na Roma Antiga. O gladiador está ereto na biga, ele está usando uma armadura e um capacete, com sua mão direita ele está segurando uma espada e com a esquerda um escudo redondo e a rédea dos cavalos.

Fonte: Sem fonte.

Fim da descrição da imagem.

Na Idade Média, com o domínio da Igreja, a preparação militar tinha como foco as Cruzadas. Práticas como esgrima, equitação, manejo de arco e flecha, luta, escalada, marcha, corrida e salto faziam parte do repertório de treinamento dos soldados. Os nobres participavam de competições de esgrima e equitação

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nos torneios e justas, buscando "enobrecer o homem e fazê-lo forte e apto." (RAMOS, 1982, p. 23). Exercícios naturais, como jogos simples e de caça e pesca, também eram praticados nesse período.

Início da descrição da imagem:

Legenda: Figura 7 – Idade Média – preparação para as Cruzadas

Descrição: A imagem mostra ilustrações em preto e branco de quatro

soldados das Cruzadas. À direita na parte superior há um soldado ereto com uma armadura de cota de malha com uma grande cruz no peitoral e uma proteção de cota de malha para a cabeça, ele está cingido de um cinto com uma pequena espada na frente e uma espada longa atrás, e um escudo nas costas. Abaixo à direita há outro soldado ereto com uma armadura de cota de malha com uma grande cruz no peitoral e uma proteção de cota de malha para a cabeça, ele está cingido de um cinto com uma espada longa na frente, e segurando um escudo triangular com os lados ligeiramente curvos com uma cruz, que está apoiado no chão. À esquerda acima há um soldado que está agachado com uma armadura de cota de malha e um capacete cobrindo todo o seu rosto, com seu braço esquerdo está segurando um escudo triangular com os lados ligeiramente curvos que está apoiado no chão, e com a mão direita está segurando uma lança. Abaixo está um soldado ereto com uma armadura de metal e um capacete cobrindo todo o seu rosto, com seu braço esquerdo está segurando um escudo triangular com os lados ligeiramente curvos com o desenho de uma grande cruz, e com a mão direita está segurando uma lança que está apoiada no chão.

Fonte: Sem fonte.

Fim da descrição da imagem.

Conforme afirmam Langlade e Langlade (1970), o período do Renascimento foi marcado por uma nova forma de pensar os exercícios físicos, fazendo ascender uma nova filosofia com respeito ao corpo e seus cuidados. Ainda, os mesmos autores relatam que as escolas renascentistas fizeram surgir uma nova tendência para a educação física, considerando-a como parte da educação, incluindo nos seus programas atividades como equitação, corridas,

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saltos, esgrimas, jogos com bola entre outros, as quais eram praticadas todos os dias pelos alunos ao ar livre.

Os renascentistas foram influenciados pelos ideais gregos. Na Grécia Antiga, todas as formas de exercício físico eram chamadas de Ginástica.

Na Idade Moderna, então, o exercício físico se afirma como componente da educação. Tal cenário é evidenciado por Souza (1997), ao tratar que:

O exercício físico na Idade Moderna, considerada simbolicamente a partir de 1453, quando da tomada de Constantinopla pelos turcos, passou a ser altamente valorizado como agente de educação. Vários estudiosos da época, entre eles inúmeros pedagogos, contribuíram para a evolução do conhecimento da Educação Física com a publicação de obras relacionadas à pedagogia, à fisiologia e à técnica (SOUZA, 1997, p. 22).

Mas quando foi então que a Ginástica passou a ter as características que a tornaram tal qual a conhecemos hoje? Para entender esse processo, nos remetemos ao século XIX, o qual será abordado no tópico dois.

INÍCIO DO REFLITA: Vimos que ao longo da história a ginástica e os exercícios físicos foram praticados com diferentes objetivos. E hoje? O que você pensa ser o fator motivador dos praticantes? FIM DO REFLITA.

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INÍCIO DO TÓPICO 2: A SISTEMATIZAÇÃO DA GINÁSTICA: ESCOLAS FRANCESA, ALEMÃ, INGLESA E NÓRDICA (OU SUECA)

Olá, prezado(a) aluno(a)! Esperamos que, por meio do primeiro tópico, você tenha conhecido um pouco sobre como a Ginástica se desenvolveu em diferentes momentos históricos da humanidade. Neste segundo tópico, trabalharemos com a sistematização da Ginástica a partir do século XIX por meio das Escolas Ginásticas Europeias, as quais nos ajudarão a entender como a Ginástica que conhecemos hoje se constituiu.

Langlede e Langlade (1970) relatam que o início do século XIX é o período considerado como data da origem da atual Ginástica. De 1800 a 1900 surge o Movimento Ginástico Europeu, composto por quatro Escolas: Inglesa, Alemã, Francesa e Nórdica (ou Sueca). Os mesmos autores descrevem que o método ou escola inglesa, também denominado de movimento esportivo inglês, pelo seu caráter competitivo, é um dos métodos mais conhecidos e difundidos mundialmente. Ele não tem influência direta no campo da ginástica, mas apresenta contribuições, sobretudo, quanto à universalização de conceitos e na promoção da ginástica como esporte olímpico. Suas bases estão assentadas nos jogos, na atividade atlética e no esporte.

Afirmam Langlade e Langlade (1970) e também Soares (2002) que é por meio das Escolas Alemã, Francesa e Nórdica que podemos entender a sistematização da ginástica, as quais serão tratadas a seguir. De acordo com Soares (2002), este movimento tinha como princípios instituir ordem e disciplina, e contribuiu para afirmar a Ginástica como parte da educação dos indivíduos, sendo baseada na ciência, técnica e condições políticas que se consolidavam na Europa do século XIX.

2.1 A Escola Alemã

Soares (2007) destaca que, por volta do ano de 1800, a Alemanha vivia um momento de busca pela união de seu território, e é nesse contexto político que surge a Escola Ginástica Alemã, inspirada nas ideias de Johann Bernard Basedow (1723-1790) e outros pedagogos como Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827) e Jean Jacques Rousseau (1712-1778). Soares (2007) ressalta que, a partir do quadro instaurado, a ideologia presente era a de que a unicidade

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territorial e a defesa da pátria só seriam garantidas a partir da criação de indivíduos de espírito nacionalista, ou seja, homens e mulheres fortes, saudáveis e vigorosos. É nesse território de intensas lutas políticas carregadas de sentimento nacional que os pedagogos da Educação Física do século XIX viveram, em especial: Johann Christoph Friedrich Guts Muths (1759-1839), Friedrich Ludwig Jahn (1778-1852) e Adolf Spiess (1810-1858). O autor aponta também que, além de contribuírem para a formação de um Estado alemão, as lutas políticas, sociais e econômicas da Alemanha influenciaram para que também deixassem uma herança para o mundo da Educação Física, por meio de suas formas especiais de exercitação.

Início da descrição da imagem:

Legenda: Figura 8 – O Turner – a ginástica alemã.

Descrição: A imagem mostra uma pintura em preto e branco de uma antiga escola alemã de ginástica. Na parte superior à esquerda, há várias pessoas realizando atividades de ginástica artística nas barras. Abaixo há um grupo realizando atividades em conjunto de ginástica. Na parte superior à direita há um grupo realizando atividades de ginástica nas barras paralelas. Abaixo há outro grupo realizando treino de atividades de esgrima. Na parte inferior à esquerda está a ilustração do prédio da escola de ginástica.

Fonte: Wikipédia (2008, on-line). Disponível em: <https://de.wikipedia.org/wiki/Datei:Turner_1895.jpg>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.

Fim da descrição da imagem.

Basedow, ao criar seu Philanthropinum em 1774, escola fundada nas ideias de Rousseau, criou o primeiro programa moderno de Educação Física partir de exercícios de corrida, marcha, jogos, bola, peteca, natação, arco e flecha, etc. Em 1874, surge uma outra escola semelhante a essa, na qual Guts Muths assume aulas de ginástica, desenvolvendo, conforme afirma Betti (1991), um novo método conhecido por “ginástica natural” ou “método natural”.

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Início da descrição da imagem:

Legenda: Figura 9 - Praticantes de ginástica natural.

Descrição: A imagem mostra uma pintura em preto e branco de praticantes de ginástica natural. A pintura retrata um ambiente ao ar livre em que um grupo de dez pessoas realizando atividades de natação, três pessoas estão na água nadando, uma pessoa projeta o salto para o mergulho e o restante estão na margem.

Fonte: Wikipédia (2014, on-line). Disponível em:

<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Boys_swimming_outdoors_Wellcome _L0045255.jpg>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.

Fim da descrição da imagem.

Sendo assim, sob a influência de Guts Muths (1759-1839), o “pai da ginástica pedagógica”, surge no início do século XIX a Escola Alemã, a qual marca, até os dias de hoje, importantes transformações na área da Educação Física e contribuições no campo da Ginástica.

Soares (2007) afirma que, para Guths Muths, a importância da fisiologia e da prática voltada à constituição de cada indivíduo era um fator fundamental na constituição da Ginástica na Alemanha. De acordo com Tesche (2001), o trabalho de Guts Muths no ensino da Educação Física e da Ginástica fez dele um nome importante para a área. Seu conhecimento na área da filosofia, artes e ciências, além de suas habilidades em trabalhos manuais e em ginástica, fez com que ele percebesse a importância e a necessidade da educação física ser praticada de acordo com as leis fisiológicas e conhecimentos de anatomia.

O pedagogo Friederich Ludwing Jahn, considerado como a figura mais representativa da Escola Alemã, trouxe contribuições significativas. Afirmam os autores Marinho (1958) e Ramos (1982) que sua atividade política expressiva e seu destaque no contexto social e educacional fizeram com que o sistema de Jahn se tornasse o preferido por mais de cem anos na Alemanha e em países influenciados por sua cultura. Nascido em Lanz, ele fundou uma ginástica patriótica, que tinha objetivo político nacionalista.

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De acordo com Soares (2007), a ginástica de Jahn ultrapassava o caráter da saúde e da moral, sendo o caráter militar bastante reforçado. Esta ginástica preconizava a preparação dos jovens para guerra e também carregava fortemente a ideologia higienista. Durante os exercícios físicos, Jahn utilizava obstáculos, os quais mais tarde foram chamados de “aparelhos de ginástica”. Com intuito de reforçar o patriotismo, Jahn substituiu a palavra gymnastik (ginástica) pela palavra alemã turnkunst, que significa “a arte da ginástica”.

O turnkunst era praticado em local aberto e arborizado chamado Volkspark Hasenheide (parque do povo). O lugar contava com instalações para a prática dos exercícios e uma praça que servia de local para reuniões. Afirma Ramos (1982) que esse tipo de organização foi construído em outros pontos do país, com intuito de incutir nos jovens o amor à Pátria, e sua preparação para o dissabor de uma possível guerra.

INÍCIO DO SAIBA MAIS: Além do turnkunst, Jahn criou outros termos como: turnen (praticar ginástica), turner (praticante de ginástica ou ginasta), turnplatz (local de prática de ginástica), voltigieren (balançar, voltear), torner (lutar, brigar) e turntag (dia da ginástica). Fonte: os autores, baseados em Publio (2005). FIM DO SAIBA MAIS.

Início da descrição da imagem:

Legenda: Figura 10 - Ilustração da prática ginástica proposta por Jahn

Descrição: A imagem mostra duas ilustrações antigas em preto e branco de atletas realizando atividades em aparelhos de ginástica. Na ilustração à

esquerda é retratado uma sequência de três ilustrações de um atleta realizando movimentos em aparelho de ginástica chamado “cavalo”. Na ilustração à direita é retratado dois atletas, o atleta à esquerda está subindo em uma corda, e o atleta à direita está subindo em uma vara.

Fonte: Wikipédia (2015, on-line). Disponível em:

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uths_Gymnastic_f%C3%BCr_die_Jugend2.png?uselang=de>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.

<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Johann_Christoph_Friedich_Guths_M uths_Gymnastic_f%C3%BCr_die_Jugend.png?uselang=de>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.

Fim da descrição da imagem.

De acordo com Ramos (1982) e Borrmann (1980), o Turnkunst foi considerado, mais tarde, como perigoso ao Estado, devido à atitude revolucionária dos praticantes, sendo assim, interditado na Prússia e em outros países alemães, constituindo o que ficou conhecido como “bloqueio ginástico”. Jahn foi condenado à prisão em 1819, e quando absolvido teve de viver confinado em casa, sem poder estabelecer-se em nenhuma cidade universitária. Só mais tarde foi libertado e honrado pela atuação patriótica. A interdição do método alemão aconteceu entre 1820-1942, contudo sua prática ainda acontecia de forma clandestina, em espaços fechados, permitindo que novos aparelhos e técnicas surgissem, contribuindo para a constituição da atual Ginástica Artística.

Outro nome importante de ser citado em se tratando da Escola Alemã é o de Adolf Spiess. Spiess estudou em uma escola influenciado por Pestalozzi e lá entrou em contato com o sistema ginástico de Guts Muths. Afirma Ramos (1982) que ele foi considerado um continuador da obra de Muths e denominado “pai da ginástica escolar alemã”.

Marinho (1958) destaca que Spiess foi considerado um inovador e suas ideias trouxeram novos ares para a escola da época, sem falar do interesse dos estudantes pela prática da Educação Física. Os aparelhos nas praças trouxeram um colorido para as escolas da época, garantindo um lugar de destaque entre os educadores como um dos líderes da pedagogia na Educação Física por meio do ensino da Ginástica. Exaltou a ginástica de exibição, como importante recurso no despertar pela prática pelos leigos e na atenção das autoridades. O autor ainda aponta que Spiess lutou pelo emprego de professores especialistas em número suficiente para as turmas, criando cursos destinados à formação de professores.

No Brasil, o método alemão de ginástica foi considerado oficial do exército brasileiro de 1860 até 1912, quando foi substituído pelo método da Escola Francesa.

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2.2 Escola Nórdica/Sueca

A Escola Nórdica/Sueca abrange um estudo das atividades físicas na Suécia, Dinamarca, Finlândia, Noruega, Islândia e Estônia-Letônia. O proponente desse método é Peher Henrich Ling (1776-1839), que desenvolveu uma ginástica impregnada de nacionalismo e destinada a regenerar o povo, tornando os homens capazes de preservar a paz na Suécia. Esta havia sido arrasada pelo imperialismo russo e guerras napoleônicas, além de ter sofrido com a tuberculose e raquitismo. Afirmam os autores Langlade e Langlade (1970) e Ramos (1982) que buscava-se por meio da Ginástica extirpar os vícios da sociedade, dentre os quais o alcoolismo, a fim de criar indivíduos fortes e saudáveis, necessários à produção da pátria.

Início da descrição da imagem:

Legenda: Figura 11 - Aula de ginástica sueca

Descrição: A imagem mostra uma fotografia em preto e branco de uma grande sala de aula de ginástica sueca. À esquerda há um grupo realizando atividades de flexões, eles estão com os pés apoiados em um banco com o tronco ereto paralelo com o chão e as mãos apoiadas no chão realizando o movimento de flexão. No centro a outro grupo que estão eretos em fila um de costas para o outro, e mais à direita outro grupo também está ereto em fila. No centro mais ao fundo há um grupo que estão com os joelhos apoiados no chão ligeiramente afastados, os braços estão flexionados com as mãos apoiadas arás da cabeça. À direita há um grupo realizando atividades físicas em aparelhos fixos na

parede.

Fonte: Gymnastik (MALMO, on-line). Disponível em:

<http://old.malmofbc.se/upload/Bort%20med%20ribbstolarna.pdf>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.

Fim da descrição da imagem.

Sendo assim, conforme afirma Ramos (1982), o método de Ling se baseava na ciência, a partir de uma análise anatômica do corpo, e a prática da Ginástica deveria ser dividida em 4 partes: Ginástica Pedagógica ou Educativa; Ginástica Militar; Ginástica Médica e Ortopédica; e Ginástica Estética, tornado

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evidente o caráter médico-higiênico e a anatomofisiológico.

Como princípios fundamentais da proposta de Ling, podemos especificar: 1. Os movimentos ginásticos devem basear-se nas necessidades e nas leis do organismo humano, escolhendo as formas mais eficazes, segundo certas regras, sem esquecer as exigências da beleza;

2. A ginástica deve desenvolver harmonicamente o corpo, atuando sobre as suas diferentes partes, dentro das possibilidades de cada praticante;

3. Para efeito de controle, todo movimento necessita ter uma forma determinada, isto é, uma posição de partida, certo desenvolvimento e uma posição final;

4. Os exercícios empregados na ginástica pedagógica devem ser convenientemente selecionados, tendo em vista exercer o efeito corretivo sobre a atitude. Além do mais, precisam ser simples e atraentes;

5. A ginástica deve desenvolver gradualmente o corpo por meio de exercícios de intensidade e dificuldade crescentes, levando em conta a capacidade do praticante;

6. A ginástica visa tanto ao corpo como ao espírito, de tal maneira que sua prática seja sempre acompanhada de prazer;

7. A ginástica precisa sempre combinar a teoria com a prática;

8. A saúde é necessária aos dois sexos, possivelmente mais à mulher, porque sua vida dará origem à outra.

Segundo Ramos (1982):

Em 1808, sob a influência de Ling, deu a Suécia os primeiros passos para o estabelecimento da ginástica escolar. O regulamento da época determinou que em todos os centros de educação, fossem criadas condições favoráveis para a prática de exercícios de escalada, saltos, acrobacias, natação e etc., sob a direção de um monitor e durante as horas de liberdade (RAMOS, 1982, p. 198).

A partir daí, a Ginástica tornou-se obrigatória nas escolas, e o jovem somente poderia ser dispensado caso este demonstrasse ser inapto para a

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prática de atividades físicas.

Início da descrição da imagem:

Legenda: Figura 12 - Apresentação de ginástica sueca

Descrição: A imagem mostra uma fotografia em preto e branco de uma apresentação ginástica de sueca realizada ao ar livre. Há um grande número de pessoas, elas estão divididas em mais de dez filas, estando todos na mesma posição, estão agachados, o pé está apoiado no chão, o calcanhar está levantado, suas pernas estão flexionadas, com o tronco ereto e os braços estendidos um para cada lado.

Fonte: Wikimedia (2014, on-line).

Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bonne-Esperance_Gym_suedoise.jpg>. Acesso em: 10 de jul. de 2016. Fim da descrição da imagem.

Ling buscava, por meio dos seus princípios, criar diferentes exercícios concebendo-os dentro de uma base anatômica e fisiológica. Sua proposta preconizava ordem militar, cantos alegres e disciplina, priorizando exercícios livres, sem aparelhos, cuja execução era em conjunto de maneira fácil e estética que permitia uma prática generalizada. Afirma Ramos (1982) que alguns exercícios mais dinâmicos também foram desenvolvidos, como natação, jogos ginásticos, patinação e esgrima.

De acordo com Langlade e Langlade (1970) e Soares (2007), no Brasil este método foi divulgado por Rui Barbosa (1849-1923), por relacionar-se com a medicina e com a ciência.

2.3 A Escola Francesa

Na França a Ginástica integra a ideia de uma educação voltada para o desenvolvimento social, sendo necessários homens completos, sendo orientada tanto para militares quanto para toda a população no intuito de criar o “homem universal”.

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Desenvolvida na metade do século XIX, a Ginástica Francesa, baseada nas ideias dos alemães Jahn e Guts Muths, tinha forte traço moral e patriótico, preocupando-se com o corpo anatomofisiológico. Seu fundador foi o espanhol Francisco de Amorós y Ondeano (1770-1848), e para ele a Ginástica iria desenvolver homens mais corajosos, intrépidos, inteligentes, sensíveis, fortes, habilidosos, adestrados, velozes, flexíveis e ágeis, características necessárias para enfrentar todas as dificuldades assinaladas pelo Estado e pela sociedade. Para isso, Amorós criou um método de ginástica próximo ao de Peher Heinrich Ling, na Suécia (1776-1839).

O método de Amorós, a partir de 1850, integra todas as escolas da França. Por valorizar o caráter científico, seu trabalho auxiliou no desenvolvimento de estudos no ramo da biologia, fisiologia e médicos envolvidos com discussões sobre os exercícios físicos. De acordo com Ramos, este método “admitia três tipos de ginástica: civil, militar e médica. (RAMOS, 1982, p. 219).

A ginástica amorosiana era composta por um conjunto de dezessete séries: exercícios de marchar, trepar (inclusive trabalho no trapézio), equilibrar, saltar, levantar e transportar, correr, lançar, nadar, mergulhar, escorregar, patinar, esgrimar, dançar, utilizar o cavalo, praticar o tiro, jogar bola, boxear com os punhos e com os pés, entre outros movimentos. Ramos (1982) afirma que a forma de desenvolvimento destas atividades tinha semelhança com o atual Circuit training.

Início da descrição da imagem:

Legenda: Figura 13 - Livro escrito por Amóros - Ginástica e moral.

Descrição: A imagem mostra a capa do livro escrito por Amóros. Na imagem aparecem os dizeres: “Encyclopédie – Roret”, “Èducation Physique”, “Gymnastique Et Morale”, “Par M. Le Colonel Amoros.”, “Atlas”, “Paris – Librairie Encyclopédique de Roret, Rue Hautefeuille”. Abaixo da palavra “Atlas” há uma ilustração de atividades físicas em aparelhos de ginástica, no “cavalo” e com varas.

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Fonte: Wikipedia (2014, on-line). Disponível em:

<https://fr.wikipedia.org/wiki/Francisco_Amor%C3%B3s?uselang=de#/media/Fil e:Amoros_1830.jpg>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.

Fim da descrição da imagem.

A figura do pedagogo e cientista Géorges Demeny (1850-1917) é de destaque quando se trata da Educação Física que primava pela ciência e não pelo empirismo. Para ele, a Educação Física era o conjunto de meios voltados a ensinar o homem a executar qualquer trabalho físico com o máximo de economia de esforço no emprego de força. Afirmam os autores Langlade e Langlade (1970), Ramos (1982) e Soares (2007) que Demeny preocupou-se com os exercícios destinados à mulher, desenvolvendo estudos sobre movimento arredondado, contínuo e com ritmo, e que foi a influência da dança que o levou a trabalhar com a ginástica feminina.

Outro precursor da Escola Francesa foi Géorges Hébert (1875-1957), oficial da Marinha que criou o chamado Método Natural. Este método foi desenvolvido a partir das viagens feitas por Hébert a lugares pouco civilizados, principalmente na região de Orenoco e nos mares do Sul (Oceania). Por meio de observação dos nativos, Hébert percebeu que estes desfrutavam de excelente saúde, postura e elevado grau de robustês. Além disso, ao estudar civilizações primitivas, verificou que a vida ao ar livre e a relação com a natureza proporcionavam ao homem perfeitas condições físicas mediante as constantes atividades na luta pela existência. De acordo com Ramos (1982), os exercícios naturais propostos por Hébert baseavam-se em marchar, correr, saltar, quadrupedar, trepar, equilibrar, levantar, lançar, defender-se e nadar.

2.4 Movimentos do século XX

Cem anos depois do advento das Escolas Ginásticas, ou seja, a partir do século XX, surgem três grandes movimentos como resposta a um fenômeno social e a uma urgente necessidade de modificações e significações das primeiras formas ginásticas, em especial das Escolas Alemã, Sueca e Francesa. Conforme afirmam Langlade e Langlade (1970), esses movimentos são:

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Início da descrição da imagem:

Legenda: Quadro 01 - Sistematização dos movimentos do Século XX.

Descrição: Movimento do Centro: Escola Alemã, manifestação artístico-rítico-pedagógica. Movimento do Norte: Escola Sueca, manifestação científica e técnico-pedagógica. Movimento do Oeste: Escola Francesa, manifestação científica e técnico-pedagógica.

Fonte: Adaptado de Langlade e Langlade (1970). Fim da descrição da imagem.

O Movimento do Centro teve uma grande influência de Émile Jacques Dalcroze (1865-1950), que criou em seu conservatório musical, em Genebra, uma metodologia de educação musical por meio dos movimentos corporais, que desenvolvia o ritmo, os sentidos e a expressividade. Seu método sempre se relacionou com os procedimento técnicos-metodológicos da cultura rítmico-musical e influenciou o surgimento da chamada ginástica moderna, voltada para as mulheres, criada por Rudolf Bode (1881-1970), com contribuições de J. G. Noverre (1727-1810) e François Delsarte (1811-1881).

Conforme afirmam Langlade e Langlade (1970), o movimento do norte é composto pela Escola Sueca (ou Nórdica) e se deu no período de 1914 a 1918, momento que começa a ter como foco as ideias de Ling a partir de outras perspectivas. De maneira geral, as contribuições ao campo prático se referiam mais à técnica de construção e execução dos movimentos em si do que desenvolvê-los numa perspectiva doutrinária. Os mesmos autores resaltam que o movimento do oeste teve características semelhantes ao do norte, manifestando-se nos campos da ciência e no foco técnico-pedagógico.

Esses movimentos, ao geraram um repensar sobre os conceitos das Escolas europeias, foram importantes para a evolução e aparecimento das diferentes manifestações gímnicas que se constituem na atualidade. A partir destes é que foram surgindo as primeiras regulamentações das ginásticas e subdivisões das diferentes modalidades.

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internacionais e, quando fazemos uma retrospectiva dessa manifestação, conseguimos perceber como as mudanças sociais, culturais e históricas ao longo dos tempos têm contribuído para que esta adquirisse significado na história do homem. É nesse sentido que as reflexões devem se encaminhar, para que se entenda de forma dialética a ação do homem sobre seu meio e sua transformação.

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INÍCIO DO TÓPICO 3: O UNIVERSO DA GINÁSTICA E OS CAMPOS DE ATUAÇÃO

Prezado(a) aluno(a), neste tópico iremos esclarecer como o Universo da Ginástica e seus diferentes campos de atuação se estruturam na atualidade. Por isso, perguntamos a você: caso tenha que classificar as diferentes ginásticas que já viu, seja na televisão, na academia, na escola, em centros de treinamento ou até em espaços públicos, que elementos você levaria em consideração para realizar esta tarefa? Saberia reconhecer nas manifestações gímnicas aspectos que pudessem estabelecer classes distintas?

Pensando sobre isto, Souza (1997) estabeleceu uma organização para as áreas de atuação da Ginástica, sistematizando-as em cinco campos, conforme mostra a Figura 14.

Início da descrição da imagem:

Legenda: Figura 14 – Campo de atuação da ginástica.

Descrição: Gráfico com retângulos hierárquicos, no qual os retângulos estão ligados por linhas, que descrevem os campos de atuação da ginástica.

Ginástica: de condicionamento físico: musculação, localizada, aeróbica, treinamento funcional, step, zumba, etc.

Ginástica: de conscientização corporal: Eutonia, Feldenkrais, Yoga, Bioenergética, Anti-ginástica, Tai Chi Chuan, etc.

Ginástica: de competição: Ginástica Artística (masculina e feminina), Ginástica Rítmica, Ginástica Aeróbica, Ginástica Acrobática, Trampolim, Roda ginástica, Tumbling, Rope Skipping, etc.

Ginástica: Fisioterápicas: redução postural, Global (RPG), Cinesioterapia, Isostretching, etc.

Ginástica: de Demonstração: Ginástica para todos. Fonte: Adaptado de Souza (1997).

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Conforme afirma Souza (1997), as ginásticas de condicionamento físico são as modalidades mais conhecidas. São vistas normalmente nas academias por meio das atividades que visam ao desenvolvimento das diferentes capacidades físicas (força, flexibilidade, resistência, velocidade). Sendo assim, estão relacionadas à manutenção da boa forma e do bom desempenho das funções orgânicas. Abrangem todas as modalidades que têm por objetivo a aquisição ou a manutenção da aptidão física do indivíduo normal e/ou atleta. Como exemplo podemos citar a localizada, aeróbica, body pump, body combat, musculação, step, entre outras.

Início da descrição da imagem: Legenda: sem legenda.

Descrição: A imagem mostra uma foto de pessoas realizando atividades de ginásticas de condicionamento físico em diferentes aparelhos em uma academia.

Fonte: sem fonte.

Fim da descrição da imagem.

Início da descrição da imagem: Legenda: sem legenda.

Descrição: A imagem mostra uma foto de pessoas realizando atividades de ginástica de condicionamento físico com o aparelho step.

Fonte: sem fonte.

Fim da descrição da imagem.

Início da descrição da imagem: Legenda: sem legenda.

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Descrição: A imagem mostra uma foto de pessoas realizando atividades de ginástica de condicionamento físico, enquanto um grupo de pessoas ao fundo realiza barras, duas pessoas a frente da imagem realizam flexões.

Fonte: sem fonte.

Fim da descrição da imagem.

As ginásticas de competição reúnem todas as modalidades competitivas, as quais vemos em eventos pela televisão, em campeonatos como os jogos panamericanos e jogos olímpicos, como a artística, a rítmica, a acrobática, a aeróbica, a de trampolim, entre outras. Estas sofreram influências das Escolas Ginásticas, surgidas no continente Europeu no século XIX, e sistematizaram-se de formas diferentes, como vimos nos tópicos anteriores.

Início da descrição da imagem: Legenda: sem legenda.

Descrição: A imagem mostra uma foto de uma atleta realizando atividades de ginástica de competição, sendo a ginástica rítmica com o aparelho fita.

Fonte: sem fonte.

Fim da descrição da imagem.

Início da descrição da imagem: Legenda: sem legenda.

Descrição: A imagem mostra uma foto de um atleta realizando atividades de ginástica de competição, sendo a ginástica artística nas argolas.

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Fonte: sem fonte.

Fim da descrição da imagem.

Início da descrição da imagem: Legenda: sem legenda.

Descrição: A imagem mostra uma foto de uma atleta realizando atividades de ginástica de competição, sendo a ginástica artística realizando um salto acrobático.

Fonte: sem fonte.

Fim da descrição da imagem.

As ginásticas fisioterápicas são as responsáveis pela utilização do exercício físico na prevenção ou tratamento de doenças. Dentre elas podemos citar isostretching, reeducação postural global, cinesioterapia, entre outras.

Essas modalidades possuem grande vínculo com o caráter médico que a ginástica ganhou a partir do século XIX. Para alguns autores como Fiorin (2002), as ginásticas fisioterápicas possuem vínculo com as técnicas orientais. Mesmo que nos séculos XIX e XX a Europa tenha servido como grande influência na ginástica, não podemos negar a forte aproximação existente entre esse tipo de ginástica e o oriente.

De acordo com Souza (1992), as ginásticas de conscientização corporal reúnem as novas propostas de abordagem do corpo, também conhecidas por técnicas alternativas, ou ginásticas suaves. A grande maioria desses trabalhos teve origem na busca da solução de problemas físicos e posturais. Afirma Barbosa-Rinaldi (2010) que a chegada desse tipo de ginástica no Brasil é recente, por volta da década de 1970, inspirada em práticas milenares como yoga e tai-chi-chuan. Como exemplos temos a eutonia, o método feldenkrais, a bioenergética e a anti-ginástica - essa última se opõe ao corpo belo das ginásticas de academia, buscando a liberação dos padrões estabelecidos pela

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sociedade e priorizando a saúde relacionada ao bem-estar.

INÍCIO DO SAIBA MAIS: O pilates poderia se enquadrar tanto como uma ginástica fisioterápica quanto de conscientização corporal, pois sua prática tem objetivos relacionados aos fins destes dois segmentos. Hoje, o pilates é uma área comum de atuação de fisioterapeutas e profissionais da educação física, cada um atuando de acordo com as especificidades da sua formação. Fonte: os autores. FIM DO SAIBA MAIS.

Início da descrição da imagem: Legenda: sem legenda.

Descrição: A imagem mostra uma foto de pessoas realizando atividades de ginástica fisioterápicas, sendo o Pilates.

Fonte: sem fonte.

Fim da descrição da imagem.

Início da descrição da imagem: Legenda: sem legenda.

Descrição: A imagem mostra uma foto de pessoas realizando atividades de ginástica fisioterápicas, sendo aYoga.

Fonte: sem fonte.

Fim da descrição da imagem.

Início da descrição da imagem: Legenda: sem legenda.

Descrição: A imagem mostra uma foto de pessoas realizando atividades de ginástica fisioterápicas ao ar livre, sendo o Tai Chi Chuan.

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Fonte: sem fonte.

Fim da descrição da imagem.

Já a ginástica de demonstração tem como representante a ginástica para todos (GPT), antiga ginástica geral (GG), cuja principal característica é a não competitividade, tendo como função a interação social, isto é, a formação integral do indivíduo nos seus aspectos motor, cognitivo, afetivo e social. A GPT engloba todas as modalidades gímnicas, desde que tenha somente caráter demonstrativo. A GPT é a única modalidade não competitiva reconhecida pela FIG.

Início da descrição da imagem: Legenda: sem legenda.

Descrição: A imagem mostra uma foto de pessoas realizando atividades de ginástica de demonstração, apresentando-se em um teatro utilizando diferentes blocos geométricos na apresentação.

Fonte: Maringá News (2015, on-line). Disponível em:

http://www.maringanews.com.br/noticiaUnica.php?codigo=9942>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.

Fim da descrição da imagem.

A Ginástica para Todos (GPT), segundo Barbosa-Rinaldi e Paoliello (2008), é um elemento da cultura corporal de movimento, podendo participar do processo de formação de indivíduos críticos e assumindo sua função educacional. A GPT é uma atividade gímnica inclusiva, da qual as pessoas podem participar independentemente de idade, gênero, condição física ou técnica. Engloba várias manifestações da ginástica, assim como outras formas de expressão corporal, como o teatro, o circo, a dança, etc. Sua prática, de caráter participativo, livre e criativo, pode ser desenvolvida tanto na educação formal como na informal, abrindo possibilidade de novas e enriquecedoras

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experiências de movimento e expressão para aqueles que a ela tem acesso. Mediante essas classificações gímnicas apresentadas e seus diferentes campos de atuação, é possível perceber o quanto é rico e amplo esse universo da ginástica na atualidade. Todavia, o mais importante é promover que esses conhecimentos cheguem à escola e que desafios sejam postos, viabilizando novas abordagens gímnicas nos mais diversos espaços de intervenção.

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INÍCIO DO TÓPICO 4: A ORGANIZAÇÃO DA GINÁSTICA NA ATUALIDADE Olá, aluno(a)! Chegamos ao último tópico dessa primeira unidade, e nele iremos descrever a organização da Ginástica por meio das diferentes instituições internacionais e nacionais que a regulamentam.

Se você já assistiu a uma ginástica de competição, seja ao vivo ou pela televisão, deve ter percebido que os atletas recebem notas pelo seu desempenho. Estas notas são dadas pelos árbitros que, baseados em um regulamento, atribuem valores aos exercícios apresentados pelos ginastas. Mas quem, então, é responsável por formular estas regras que são válidas no mundo todo?

Assim como em outros esportes, como por exemplo o futebol, que possui a Fédération Internacionale de Football Association, mais conhecida por FIFA, ou o voleibol, que tem a Fédération Internacionale de Volleyball, a FIVB, a área da Ginástica possui também uma organização denominada Fédération Internacionale de Gymnastique, ou FIG.

Em português, a Federação Internacional de Ginástica, FIG, tem como objetivo orientar, regulamentar, controlar, difundir e promover eventos na área. Segundo Souza (1997, p. 29) a FIG tem “[...] sua origem nas Federações Europeias de Ginástica (Fédérations Européennes de Gymnastique - FEG), estabelecidas em 23 de julho de 1881 em Bruxelas - Bélgica, com a participação da França, Bélgica e Holanda”. Em 1921 outros países passam a fazer parte da FEG, que passou então a se chamar FIG, com a participação de dezesseis federações (países).

Atualmente, a FIG regulamenta 6 modalidades competitivas (Ginástica Artística Masculina, Ginástica Artística Feminina, Ginástica Rítmica, Ginástica Aeróbica, Ginástica Acrobática e Trampolim, e uma modalidade não competitiva, somente demonstrativa, que é a Ginástica Para Todos (antiga Ginástica Geral), conforme mostrado na Figura 15.

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Início da descrição da imagem:

Legenda: Figura 14: Estrutura da Federação Internacional de Ginástica

Descrição: O gráfico mostra a estrutura da Federação Internacional de Ginástica.

Competitivas: Ginástica Artística Masculina, Ginástica Acrobática, Trampolim, Ginástica Aeróbica, Ginástica Rítmica, Ginástica Artística Feminina.

Demonstrativa: Ginástica para todos.

Fonte: Figura estruturada a partir do site da Federação Internacional de Ginástica (FIG, on-line). Disponível em: <http://www.fig-gymnastics.com/site/>. Acesso em: 10 de jul.de 2016.

Fim da descrição da imagem.

Dentre as modalidades competitivas, apenas quatro são olímpicas: a Ginástica Artística Masculina, a Ginástica Artística Feminina, a Ginástica Rítmica e o Trampolim. Para que uma modalidade seja incluída nos Jogos Olímpicos deve haver aprovação do Comitê Olímpico Internacional (COI), que analisa determinados requisitos para tal fim.

Para controle da Ginástica em âmbito continental, existem a União Asiática de Ginástica, a União Panamericana de Ginástica, a União Europeia de Ginástica e a União Africana de Ginástica. Estas Federações facilitam as relações entre as Confederações de cada país, a exemplo da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), responsável pela organização de competições e eventos da ginástica no nosso país. Além disso, cada estado brasileiro possui a sua Federação, que se torna responsável pelo desenvolvimento das modalidades gímnicas dentro da sua área de abrangência.

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INÍCIO DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta unidade estudamos a origem da Ginástica, que surgiu atrelada à história dos exercícios físicos. Vimos que, a cada momento histórico e em determinadas sociedades, a prática corporal estava relacionada ao contexto vivido pelos diferentes povos, possuindo assim objetivos distintos. No percurso de estudo fomos da Pré-história ao Renascimento para então chegarmos ao período do século XIX em que a ginástica é sistematizada pelas Escolas Europeias, as quais permitiram e contribuíram para que esta evoluísse e chegasse às modalidades que conhecemos hoje.

A fim de compreender como os campos de atuação da área da Ginástica se apresentam hoje, tratamos sobre o Universo da Ginástica, que define 5 campos distintos, os quais foram brevemente descritos. Para complementar o entendimento de como a Ginástica se organiza na atualidade, falamos sobre a Federação Internacional de Ginástica (FIG), órgão máximo responsável pela área e as demais instituições continentais, nacionais e estaduais, bem como cada um desses elementos regulamentam e organizam a Ginástica de acordo com o seu contexto.

Os tópicos abordados permitiram uma aproximação com o contexto da Ginástica de forma a possibilitar uma visualização abrangente desta área de conhecimento no sentido de que esses elementos sirvam como base para que você, futuro(a) professor(a), possa compartilhar com seus alunos o conteúdo discutido nesta unidade.

Por meio dos temas desenvolvidos, você poderá organizar atividades que levem seus alunos a conhecerem o contexto histórico da Ginástica, para que eles compreendam como as modalidades de hoje receberam influências de diferentes momentos históricos, fazendo com que essas tenham características próprias a partir da influência e das características que receberam. Além disso, você poderá apresentar quais os campos de atuação da Ginástica e como essa modalidade se organiza mundialmente, temas que possibilitarão fazer com que conheçam a Ginástica para além daquela vinculada pela mídia.

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INÍCIO DAS ATIVIDADES DE ESTUDO 1) Mediante os seguintes trechos:

I.Nos primórdios da humanidade o homem praticava exercícios físicos com o objetivo de tornar-se mais forte e com o corpo belo.

II.O homem da pré-história, mesmo com seus movimentos rudimentares, transmitia suas habilidades de uma geração a outra e essas práticas corporais eram bastante utilitárias.

III.Na Antiguidade os egípcios praticavam a luta livre, o boxe, esgrima, natação e remo, e os assírios e babilônios desenvolviam práticas de caráter utilitário que focavam força, agilidade e resistência.

IV.Na Antiguidade, no período clássico da civilização ocidental, os gregos praticavam atividade física com o objetivo de divertimento e liberdade, focando o simples prazer destas práticas.

Assinale o que for correto:

a) Somente as alternativas I, II e III estão corretas. b) Somente as alternativas I, III e IV estão corretas. c) Somente as alternativas I e II estão corretas. d) Somente as alternativas II e III estão corretas. e) Nenhuma das alternativas estão corretas.

2) Relacione os períodos históricos e a as práticas corporais daquele momento.

I.Nova forma de pensar os exercícios físicos, fazendo ascender uma nova filosofia com respeito ao corpo e seus cuidados.

II.O exercício físico se afirma como componente da educação. Vários estudiosos da época, entre eles inúmeros pedagogos, contribuíram para a evolução do conhecimento da Educação Física com a publicação de obras relacionadas à pedagogia, à fisiologia e à técnica.

III.A preparação militar tinha como foco as Cruzadas. Práticas como esgrima, equitação, manejo de arco e flecha, luta, escalada, marcha, corrida e salto faziam parte do repertório de treinamento dos soldados.

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IV.Na Grécia o exercício físico se estabelecia em práticas esportivas, com a realização dos jogos olímpicos, com grande influência mitológica e do ideal de beleza. ( ) Antiguidade. ( ) Idade Média. ( ) Idade Moderna. ( ) Renascimento. A sequência correta é: a) C - A - D - B. b) A - C - B - D. c) D - B - A - C. d) B - A - C - D. e) D - C - B - A.

3) O início do século XIX é o período considerado como data da origem da atual Ginástica. De 1800 a 1900 surge o Movimento Ginástico Europeu composto por quatro Escolas: Inglesa, Alemã, Francesa e Nórdica (ou Sueca). Sobre esse assunto, relacione as colunas.

I.A interdição desse método aconteceu entre 1820-1942, contudo sua prática ainda acontecia de forma clandestina, constituindo o que ficou conhecido de “bloqueio ginástico”. Em contrapartida, novos aparelhos e técnicas requintadas surgiram, como a ginástica de sala, a qual com o tempo veio constituir a atual ginástica artística.

II.Pelo seu caráter competitivo, é um dos métodos mais conhecidos e difundidos mundialmente. Ele não tem influência direta no campo da ginástica, mas apresenta contribuições, sobretudo, quanto à universalização de conceitos e na promoção da ginástica como esporte olímpico.

III.Baseava-se na ciência, a partir de uma análise anatômica do corpo, e a prática da Ginástica deveria ser dividida em 4 partes: ginástica pedagógica ou educativa; ginástica militar; ginástica médica e ortopédica;

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e ginástica estética, tornado evidente o caráter médico-higiênico e a anatomofisiológico.

IV.Essa Escola Ginástica integra a ideia de uma educação voltada para o desenvolvimento social, sendo necessários homens completos, orientada tanto para militares quanto para toda a população no intuito de criar o “homem universal”.

( ) Escola Inglesa.

( ) Escola Alemã.

( ) Escola Francesa.

( ) Escola Nórdica ou Sueca.

A sequência correta é: a) B - A - D - C. b) D - C - A - B. c) A - C - B - D. d) A - B - C - D. e) B - D - A - C.

4) Relacione os campos de atuação com as modalidades ginásticas.

I.Ginástica Para Todos.

II.RPG, Cinesioterapia, Isostretching…

III.Ginástica Artística, Ginástica Rítmica, Ginástica Aeróbica, Ginástica Acrobática…

IV.Musculação, Localizada, Aeróbica, Treinamento Funcional, Step, Zumba… V.Eutonia, Yoga, Bioenergética, Tai Chi Chuan…

( ) De Condicionamento Físico. ( ) De Conscientização Corporal. ( ) De Competição.

( ) Fisioterápicas. ( ) De Demonstração.

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A sequência correta é: a) I - II - IV - V - III. b) II - IV - V - III - I. c) V - IV - III - I - II. d) IV - V - I - II - III. e) V - IV - II - I - III.

5) Sobre as modalidades ginásticas:

I.As ginásticas Artística, Acrobática e Localizada são ginásticas competitivas. II.As ginásticas de condicionamento físico são aquelas presentes nas

academias e na preparação de atletas.

III.A Roda Ginástica, o Tumbling e o Rope Skipping são modalidades competitivas mas não fazem parte da FIG.

IV.As ginásticas Artística Masculina, Artística Feminina, Rítmica, Aeróbica, Acrobática e Trampolim são as modalidades competitivas regulamentadas pela FIG.

Assinale o que for correto:

a) Somente as alternativas I, II e III estão corretas. b) Somente as alternativas II, III e IV estão corretas. c) Somente as alternativas I e II estão corretas. d) Somente as alternativas I, III e IV estão corretas. e) Todas as alternativas estão corretas.

6) Mundialmente existem diferentes órgãos responsáveis pela ginástica. Escolha a opção correta que organiza o quadro abaixo, de forma que o primeiro nome seja o mais representativo mundialmente e assim por diante.

I.Confederações (nacionais). II.Uniões (continentes). III.Federações (estaduais). IV.FIG.

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A ordem correta é: a) II - III - IV - I. b) IV - I - II - III. c) IV - II - I - III. d) IV - III - II - I. e) III - I - II - IV.

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INÍCIO DE LEITURA COMPLEMENTAR

Leia o excerto do artigo abaixo que trata sobre o corpo no século XIX.

O movimento humano decomposto leva sua mecânica a concorrer com uma mecânica mais ampla; o esforço é separado da habilidade para ser submetido a muitos outros empreendimentos: “Esta vantagem pode ir muito além nos grandes estabelecimentos... onde é necessário fornecer uma atenção escrupulosa no cálculo da duração de cada tipo de ocupação, para proporcioná-los ao número determinado de operários que lhe são destinados, ninguém jamais permanece ocioso e o conjunto atinge o máximo de velocidade.” (DUPIN, 1826, p. 128-129).

A ginástica concorre com esse projeto explícito, desenvolvendo a “destreza” por meio de uma “disposição precisa das forças” (CLIAS, 1843, p. 14). Esse fato é percebido logo no início do século por Pestalozzi, ao propor a aprendizagem de “movimentos simples” para favorecer “a aptidão ao trabalho” (apud SOÉTARD, 1987, p. 70), chegando mesmo a pensar em até “1.000 exercícios diferentes para os braços” (LATY, p. 209). Impõem-se igualmente a esse projeto explícito as comparações, sempre mais frequentes, entre a eficácia dos movimentos orgânicos e a eficácia dos movimentos maquínicos: por exemplo, a consideração paralela e a hierarquia realizada entre a eficiência do serrador e a eficiência da serra mecânica (DICTIONNAIRE DE L´INDUSTRIE MANUFACTURIÈRE, 1843, p. 101).

As gravuras das enciclopédias, através das suas recomposições após algumas décadas, ilustram essas renovações. As mãos do operário ou do artesão, bastante presentes nas pranchas da “Encyclopédie” de Diderot na metade do século XVIII, os dedos ágeis que ocupam uma parte do quadro para acentuar a habilidade dos gestos, apagam-se na Encyclopédie moderne (Enciclopédia moderna) de Courtin, em 1823. O trabalho mecânico começa a prevalecer em relação ao trabalho de habilidade. A física prevalece em relação à agilidade, a medida ao tato. O conjunto dos registros corporais oscila, favorecendo movimentos geométricos explicitamente orquestrados, rigorosamente medidos e precisos. O programa da ginástica dos anos de 1820

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compreende, em paralelo, tanto conteúdos militares ou medicinais, quanto uma “ginástica civil e industrial” (AMOROS, 1834, p. 10).

Fonte: Vigarello (2003, p. 14-15).

Por meio deste trecho do texto, podemos observar que a prática de exercícios físicos/ginásticos não estavam voltados apenas para objetivos ligados ao prazer, preparação do corpo para guerra ou práticas esportivas das mais diversas. Ela também tinha uma forte influência na busca de um corpo preparado para o trabalho, que cada vez produzisse mais e desse bons resultados ao cenário laboral. Além disso, essa busca pela técnica, perfeição e exatidão nos movimentos também reflete nas competições das ginásticas competitivas em que cada vez mais os atletas precisam dedicar-se ao treinamento para alcançar os resultados que os regulamentos das modalidades lhe exigem.

FIM DA LEITURA COMPLEMENTAR.

INÍCIO DE MATERIAL COMPLEMENTAR - LIVRO

TÍTULO: Os exercícios físicos na história e na arte AUTOR: Jair Jordão Ramos

EDITORA: Ibrasa

SINOPSE: As pesquisas do professor Jayr Ramos estenderam-se até os tempos pré-históricos, estudando os ritos, cultos, preparação guerreira, ações competitivas e práticas recreativas. Aborda a Arte Desportiva, assinalando desde a Grécia antiga a ligação entre corpo e espírito. Traz informações sobre as antigas civilizações do Mediterrâneo e suas práticas esportivas. Traça um esboço histórico-cultural-desportivo da velha Grécia, mostrando a ligação entre Arte e desporto: os Grandes Jogos Olímpicos. Descreve os exercícios físicos na Roma antiga, na Idade Média, passando depois para a Era Moderna: a Educação Física e os desportos em vários países. Traça o perfil de alguns líderes do

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pensamento em Educação Física, discorre sobre os Jogos Olímpicos contemporâneos e a Ideologia Olímpica. Faz um estudo sobre a Educação Física no Brasil. Traça um panorama mundial da Educação Física e dos desportos.

FIM DE MATERIAL COMPLEMENTAR – LIVRO.

INÍCIO DE MATERIAL COMPLEMENTAR - WEB

APRESENTAÇÃO: Para conhecer mais sobre a ginástica mundialmente, acesse o link abaixo, no qual você poderá conhecer todas as regras, eventos e assistir a vídeos das diferentes modalidades ginásticas.

LINK: <www.fig-gymnastics.com>.

APRESENTAÇÃO: Para conhecer a organização da ginástica em nosso país, o calendário de competições nacionais e as regras das competições, acesse o link a seguir.

LINK: <www.cbginastica.com.br>.

FIM DE MATERIAL COMPLEMENTAR – WEB.

INÍCIO DE REFERÊNCIAS

BARBOSA-RINALDI I. P. A Ginástica no ensino superior: conhecimento e intervenção. In: LARA, L. M. (Org). As abordagens socioculturais em Educação Física. Maringá-PR: Eduem, 2010, p. 194.

______; PAOLIELLO, E. Saberes ginásticos necessários à formação profissional em educação física: encaminhamentos para uma estruturação curricular. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas-SP, v. 29, n. 2, p. 227-243, jan. 2008.

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3 Em:

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4 Em:

<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Johann_Christoph_Friedich_Guths_M uths_Gymnastic_f%C3%BCr_die_Jugend2.png?uselang=de>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.

5 Em:

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INÍCIO DO GABARITO 1) D. 2) E. 3) A. 4) C. 5) B. 6) C. FIM DO GABARITO.

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