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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CINÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA CLAYTON DOMENES MEDEIROS

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE CINÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

CLAYTON DOMENES MEDEIROS

ASSOCIAÇÃO ENTRE A POSTURA E OS HÁBITOS DE VIDA EM

CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL.

MARINGÁ 2010

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CLAYTON DOMENES MEDEIROS

ASSOCIAÇÃO ENTRE A POSTURA E OS HÁBITOS DE VIDA EM

CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL.

Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia) apresentado à UEM - Universidade Estadual de Maringá - como requisito parcial para obtenção do título de Licenciado em Educação Física.

Orientador: Prof. Dr. Pedro Paulo Deprá.

MARINGÁ 2010

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II

CLAYTON DOMENES MEDEIROS

ASSOCIAÇÃO ENTRE A POSTURA E OS HÁBITOS DE VIDA EM

CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL.

Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia) apresentado à UEM - Universidade Estadual de Maringá - como requisito parcial para obtenção do título de Licenciado em Educação Física.

Aprovado em ______ / ______ / ______

COMISSÃO EXAMINADORA

____________________________________________ Prof. Dr. Pedro Paulo Deprá

Universidade Estadual de Maringá - UEM

____________________________________________ Prof. Dr. Dourivaldo Teixeira

Universidade Estadual de Maringá - UEM

____________________________________________ Mirieli Denardi Limana

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pois sem Ele nada seria possível.

A minha família pelo esforço, dedicação e compreensão em todos os momentos desta e de outras caminhadas.

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IV

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus que com toda sua graça sempre me abençoou e fortaleceu todos os dias de minha vida. A minha família que sempre esteve presente me incentivando, apoiando e orientando em todos os momentos. Agradeço a minha mãe Luzeniti Domenes pelo seu exemplo de força, persistência, superação e fé que sempre demonstrou, e que muito me ensinou.

Ao meu pai Mither Medeiros, pela sua preocupação, atenção e orientação que sempre me ajudaram a refletir antes de tomar qualquer decisão. A minha irmã Jessika Domenes Medeiros, pois sempre se mostrou atenciosa, companheira, carinhosa, compreensiva e prestativa me ajudando nos momentos que mais precisei. A minha vó Therezinha Garcia pelo seu carinho e dedicação na minha criação.

Agradeço ao meu orientador professor Pedro Paulo Deprá por me orientar durante todo o trajeto da realização deste trabalho essencial para a minha formação acadêmica. Aos demais professores do departamento por me fornecerem os conhecimentos necessários para a minha formação profissional.

Aos meus amigos que também foram muito importantes não só durante a minha trajetória acadêmica mas também durante toda a minha vida. Agradeço aos amigos que cresceram comigo, Anderson Luiz Rock , Marcos Vinicius Lima, Estevão Palmieri e Luiz Fernando Lima, por sempre se mostrarem dispostos a me ajudarem e me oferecerem um ombro amigo.

Agradeço aos amigos que conheci durante o curso e acompanharam o meu crescimento acadêmico e profissional, Renan William de Oliveira, Joaquim Felipe Perioto, Mylena Kato e Denise Kakitani pela amizade, companheirismo e carinho.

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Julgue seu sucesso pelas coisas que você teve que renunciar para conseguir.

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VI

MEDEIROS, Clayton Domenes. Associação entre a postura e os hábitos de vida em crianças do ensino fundamental. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Educação Física) – Universidade Estadual de Maringá – UEM, 2010.

RESUMO

O presente estudo teve por intuito descrever indícios de padrões posturais que ocorrem em crianças do ensino fundamental e sua associação com os hábitos de vida. Os maus hábitos de vida juntamente ao crescimento acelerado apresentado nesta idade, podem influenciar diretamente na postura da criança, causando alterações posturais que se não tratadas adequadamente causam transtornos ao individuo sendo passadas para fase adulta. Para verificar a relação entre hábitos de vida e a postura buscou-se associar as variáveis posturais, antropométricas e hábitos de vida. A amostra foi composta por 213 estudantes com idade entre 10 e 13 anos do Colégio de Aplicação Pedagógica (C.A.P.) da Universidade Estadual de Maringá. A coleta de dados envolveu a avaliação postural, exame antropométrico e para a constatação dos hábitos de vida foi aplicado um questionário elaborado por Longo (2008). Na análise dos dados foram encontrados desvios posturais em 58% das crianças pesquisadas, das associações feitas encontrou-se relação apenas entre o IMC e a pratica de atividade física, as demais variáveis não apresentaram associação com os desvios posturais, o que permite dizer que os desvios posturais estão associados a outras causas ou fatores que não puderam ser identificados pela pesquisa.

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MEDEIROS, Clayton Domenes. Association between the posture and habits of life in primary school children.. Work of Conclusion of Course (Graduation in Educação Física) – Universidade Estadual de Maringá – UEM, 2010.

ABSTRACT

The aim of this study was to describe evidence of postural patterns that occur in primary school children and their association with lifestyle. Bad habits of life and the fast growth shown in this age can influence on the child's posture, causing postural changes that if not treated properly may cause inconvenience to the individual being passed to adult phase. To verify the relation between life habits and posture sought to associate the variables postural, anthropometric and lifestyle habits. The sample was composed for 213 students with age between 10 and 13 years of Colégio de Aplicação Pedagógica (CAP), of Universidade Estadual de Maringá. The data involved the postural evaluation, anthropometric examination and for the realization of life habits was administered a questionnaire developed by Longo (2008). In analysis of the data were found postural deviations in 58% of children surveyed, the associations made reference only met between BMI and physical activity practice, other variables were not associated with postural deviations, which allows us to say that deviations posture are associated with other causes or factors that could not be identified by the survey.

Key-words: Posture. Health education. Habits. .

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dados pessoais dos alunos... 37

Tabela 2 - Diagnóstico do tempo livre no ambiente de casa dos alunos... 37

Tabela 3 - Diagnóstico de quantidade de material transportado... 38

Tabela 4 - Diagnóstico de prática de atividades físicas... 38

Tabela 5 - Diagnóstico de problemas físicos... 38

Tabela 6 - Associação entre gênero e desvios posturais... 39

Tabela 7 - Associação entre acesso ao computador e desvios posturais... 40

Tabela 8 - Associação entre dores após o uso do computador e desvios posturais... 40

Tabela 9 - Associação entre acordar com dores e desvios posturais... 41

Tabela 10 - Associação entre carregar muito material e desvios posturais... 41

Tabela 11 - Associação entre prática de atividade física e desvios posturais... 42

Tabela 12 - Associação entre IMC e desvios posturais... 42

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ... 11 1.1. JUSTIFICATIVA ... 12 1.2. OBJETIVOS ... 15 1.2.1. Objetivo Geral ... 15 1.2.2. Objetivos Específicos ... 15 2. REVISÃO DE LITERATURA ... 16 2.1 Postura ... 16 2.1.2 Postura na Infância ... 18 2.2 Patologias Vertebrais ... 20 2.2.1 Hipercifose ... 21 2.2.2 Escoliose ... 22 2.2.3 Hiperlordose ... 23 2.2.4 Lesões da Coluna ... 24 2.2.5 Diagnóstico e Prevenção ... 25

2.2.6 Métodos de Correção de Postural ... 26

2.3 Hábitos de Vida e alterações Posturais ... 27

2.3.1 Hábitos de Vida das Crianças e Postura ... 28

2.4 Variáveis Antropométricas e Postura ... 31

2.4.1 Obesidade e Postura ... 31

2.4.2 Obesidade e Postura na Infância ... 32

2.4.3 Crescimento e Postura... 34 3 METODOLOGIA ... 35 3.1 Característica da Pesquisa ... 35 3.2 População ... 35 3.3 Amostra... 35 3.4 Instrumento de Medidas... 35 3.5 Coleta de Dados ... 36 3.6 Tratamento de Dados ... 36 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 37

ASSOCIAÇÃO ENTRE AS VARIAVEIS... 39

5. CONCLUSÃO ... 44

(11)

X

ANEXO 1 ... 51 ANEXO 2 ... 53 APENDICE... 56

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1. INTRODUÇÃO

Com o decorrer dos anos o homem sofreu adaptações na sua estrutura esquelética, adotando um padrão ereto. Neste processo a coluna vertebral distribui harmoniosamente o esforço exigido nas atividades diárias do ser humano, evitando o desperdício energético e sobrecarga em determinadas regiões. Para Fonteque (2006), essa distribuição harmoniosa do sistema neuromusculoesquelético pode ser chamada de boa postura.

Para Verderi (2003, p.2) “A boa postura é aquela que melhor ajusta nosso sistema musculoesquelético, equilibrando e distribuindo todo o esforço de nossas atividades diárias, favorecendo a menor sobrecarga em cada uma de suas partes.”

Observa-se que as condições diárias das crianças no período escolar são propicias para o desenvolvimento de patologias relacionadas a coluna. As crianças sustentam por um longo período de tempo, uma posição inadequada que provém de inúmeros fatores, dentre eles podemos citar as carteiras de tamanho padrão, o manejo e transporte dos materiais em mochilas inapropriadas e com sobrepeso.

O excesso de peso e o transporte inadequado do material escolar, a ausência de atividade física específica, os mobiliários não adequados à necessidade do escolar e posturas incorretas adotadas durante as aulas e em período extra-escolar, são fatores predisponentes ou agravantes da escoliose em escolares. (PEREIRA, L. M, 2005,p. 135).

Outros fatores que influenciam no desalinhamento das estruturas musculoesqueléticas, são encontrados no período de contra-turno escolar, período em que as crianças passam em frente a TV, computadores, vídeo games, entre outros, favorecendo o surgimento de doenças relacionadas a coluna vertebral, como escoliose, lordose e cifose. Em Postura Correta (2000) as crianças devem ser orientadas em relação aos seus hábitos desenvolvidos diante da televisão, computador como forma de prevenção dos desvios.

A saúde do sistema estrutural das crianças é motivo de preocupação. Devido a isso há inúmeros estudos que abordam o tema da influência dos hábitos diários na postura das crianças. Como exemplo podemos citar o trabalho de Longo (2008) que realizou uma pesquisa-ação no ambiente escolar com o objetivo de promover nas crianças uma conscientização quanto a boa postura.

A maioria dos problemas posturais tem início na infância. Os principais são os relacionados com a coluna vertebral, causados por traumatismos, fatores emocionais,

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sócio-12

culturais e de ordem hereditária (PINTO, 2001). Devido a isso pode se concluir que a melhor idade para se prevenir doenças relacionadas a coluna, é entre a infância e a puberdade, onde o desenvolvimento físico é acentuado. Caso não haja um estímulo adequado para a coluna vertebral, podem ocasionar patologias irreversíveis, sendo necessário intervenções médicas. Como exemplo de doenças que podem ser desenvolvidas na infância podemos citar a escoliose. “A escoliose é uma patologia séria, e que desenvolve-se principalmente nas fases de crescimento, devendo ser tratada precocemente” (OLIVEIRAS e SOUZA, 2004, p. 107).

A prevenção durante a infância se faz extremamente necessária, onde o profissional de Educação Física e sua intervenção na escola durante as aulas devem proporcionar para as crianças os conhecimentos necessários, para que estas sejam capazes de readequar os seus hábitos diários promovendo uma educação postural. Uma avaliação física envolvendo medidas biométricas com auxilio do simetrógrafo, medidas das dobras cutâneas e altura são formas de diagnósticos que permitem a identificação de possíveis problemas que podem se manifestar.

[...] o exame realizado pelo professor de Educação Física não é um diagnóstico efetivo e nem clínico, mas, sim, uma forma de identificar prováveis problemas de postura que poderão ao longo do crescimento manifestar-se de formas variadas causando transtornos no seu dia-a-dia, tais como dores na coluna e nas pernas, dificuldade em realizar atividades ao nível do chão e dificuldade em dormir. (LONGO, 2008, p. 4).

Este estudo tem como intuito descrever indícios de padrões posturais que ocorrem em crianças entre 10 e 13 anos e sua associação com os hábitos de vida. É nesta idade em que as crianças passam por inúmeras alterações psicológicas, físicas, afetivas e sociais (DETSCH e CANDOTTI, 2001). Segundo Weis e Muller (1994), as mudanças físicas estão relacionadas ao peso corporal e a estatura, podendo ocasionar modificações posturais devido ao crescimento acelerado e por vivências corporais que cada um experimenta nas diferentes fases da vida, além da influência da hereditariedade, cultura, hábitos e traumatismos. Diante do exposto segue o seguinte questionamento: Há associação entre as variáveis posturais, antropométricas e hábitos de vida em crianças do ensino fundamental?

1.1 JUSTIFICATIVA

A coluna apresenta múltiplas funções, entre elas a sustentação, o equilíbrio, o amortecimento das forças atuantes sobre o corpo, dando proteção à medula e aos nervos

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espinhais eferente, além de fazer uma interligação entre o sistema nervoso central e as demais partes do corpo. (SCHIMIDT, 2004).

Alterações na coluna, representadas por desvios anormais ou acentuação de curvas normais já existentes é o que chamamos de desvios posturais. Esses podem levar ao uso incorreto das outras articulações corporais, uma vez que o corpo busca compensações para se manter o equilíbrio do indivíduo, podendo, também, causar encurtamento dos músculos.

Para Rita (2009) entre os fatores que afetam a postura estão a instabilidade músculo-esquelético, deslocamento do centro de gravidade e a combinação de encurtamento e alongamento excessivos, levando a utilização inadequada de outras articulações.

As condições diárias no trabalho, na escola ou fora dela podem interferir no corpo humano de maneira extremamente desgastante, sobrecarregando constantemente e levando as pessoas a adotarem posições inadequadas e prejudiciais a sua estrutura. Essa sobrecarga influencia diretamente na qualidade de vida do individuo, pois os danos causados por ela acompanham a pessoa nas demais atividades diárias, causando um imenso desconforto.

De acordo com Junior e Tomaz (2008) com o aumento da utilização de automóveis e o estilo de trabalho administrativo, a permanência na postura sentada é muito grande, o que favorece uma condição de estática muscular que ocasiona dores na coluna lombar devido à irritabilidade de estruturas teciduais.

Segundo Moffat e Vickery (2002 apud GRACIOLI, p. 3, 2005), a postura não tem uma posição fixa, sofrendo variações conforme as atividades realizadas durante o dia. Em um determinado exercício ocorrem variações da postura por diversas vezes. Essas variações podem ocorrer de forma desigual causando uma sobrecarga em determinada região. Essa sobrecarga é o que ocasiona as dores e, posteriormente, se não tratada pode provocar patologias.

Os adultos que possuem algum tipo de desvio acentuado, em sua grande maioria tiveram inicio na infância, o que poderia ter sido evitado ou minimizado, com uma intervenção durante esta fase. Segundo Braccialli e Vilarta (2000), para minimizar a incidência de afecções posturais no adulto é necessário um trabalho de base em crianças e adolescentes, para que se previna danos futuros para a saúde e melhorar os hábitos de vida inadequados. Para isso, é necessário avaliar a postura o quanto antes.

A infância normalmente lembrada pelas inúmeras horas de lazer e brincadeiras, hoje tem suas características alteradas devido a inúmeros fatores, envolvendo o desenvolvimento urbano, redução de espaço para brincarem, modernização, fatores que além de promoverem o sedentarismo, obesidade, causam também um enfraquecimento na musculatura esquelética,

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favorecem o desenvolvimento de doenças ligadas a coluna vertebral, pois as crianças não tem a oportunidade de se exercitar ou realizar brincadeira. “Muitos são os fatores externos que influenciam este equilíbrio, tais como: hábitos sedentários, os modelos dos móveis, o modismo [...]” (LONGO, 2008, p.3).

Para Fernandes (2008), as alterações posturais e dores na coluna vertebral em crianças são apontadas como multicausais. Um dos fatores mais destacados em relatos científicos refere-se aos hábitos relacionados às atividades escolares. A permanência na posição sentada por um longo período, o transporte dos materiais, que envolvem mochilas inadequadas, excesso de peso, ou forma incorreta de colocar a mochila, são as principais causas.

No período escolar, as crianças estão mais propicias a desenvolverem alterações posturais, principalmente quando estão ingressando na 5ª série do ensino fundamental, momento no qual se encontram em inicio da fase da puberdade, devido ao crescimento acelerado associado a maus hábitos posturais. Pinto e Lopes (2001, apud. FOLLE, 2008) afirmam que durante a adolescência, onde as alterações ocorrem com maior favorecem o surgimento de problemas posturais.

Hábitos posturais incorretos adotados desde o ensino fundamental podem gerar alterações irreversíveis nas crianças, considerando que as estruturas que compõem a unidade vertebral (ligamentos e discos) sofrem um processo de degeneração ao longo da vida e não apresentam mecanismos de regeneração. Para Verderi (2003) deve ser dada maior atenção ao ambiente escolar onde se encontram crianças e adolescentes desenvolvendo hábitos posturais inadequados.

Segundo uma pesquisa realizada em Porto Alegre, em 43 crianças com idade entre 9 a 17 anos, constatou-se uma grande porcentagem de desvios em todas as idades, envolvendo lordoses, cifoses e escoliose (GRACIOLI, 2005).

O professor de Educação Física seria o mais adequado para intervir no ambiente escolar, pois este como profissional da saúde pode diagnosticar crianças que apresentam indícios de desvios e orientar os pais a buscarem ajuda medica. Outro fator importante se deve ao contato direto com as crianças no ambiente escolar, o que facilita a identificação dos prováveis fatores que favoreçam o desenvolvimento de desvios podendo assim propor e desenvolver programas de hábitos saudáveis que intervenham na vida diária do aluno.

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1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a associação entre variáveis posturais, antropométricas e hábitos de vida em crianças do ensino fundamental.

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Diagnosticar as variáveis posturais em crianças do ensino fundamental com idade entre 10 e 13 anos.

Diagnosticar as variáveis antropométricas em crianças do ensino fundamental com idade entre 10 e 13 anos.

Diagnosticar as variáveis dos hábitos de vida em crianças do ensino fundamental com idade entre 10 e 13 anos.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 POSTURA

A coluna vertebral é formada por 33 vértebras separadas por discos intervertebrais, alem de ter funções como proteção, sustentação e viabilizar a postura ereta do tronco. Segundo Hall (2005) existem quatro curvaturas na coluna que permitem que esta absorva mais choques sem que sofra lesões do que se ela fosse reta.

Hall (2005) classifica as curvaturas como primárias, aquelas que estão presentes desde o nascimento (curvaturas torácica e sacra), e secundárias as que aparecem quando o peso passa a ser sustentando nas posições em pé ou sentado (lombar e cervical). O alinhamento e posicionamento destas curvaturas definem a postura.

Quando menciona-se sobre postura uma das primeiras imagens que nos surgem é a da nossa coluna posicionada de forma ereta, com ombros e pescoço alinhados. Outra imagem comum poderia ser relacionada às atitudes de uma pessoal em um circulo social. A definição de postura encontrada no dicionário Bueno (2000) é: posição do corpo; atitude; disposição; aspecto físico. Estas diversas definições são de entendimento popular, mas para que seja possível melhor entendimento do estudo em questão, se faz necessário o entendimento científico.

Por ser um aspecto muito discutido e estudado a muito tempo, encontramos diversas definições para postura, entre elas os aspectos mais comuns estão na relação entre a ação das forças internas (exercidas pela tensão dos músculos) e externas (exercidas pela gravidade) para manter o nosso corpo em equilíbrio estático com o menor dispêndio energético possível. “A postura consiste numa relação estável entre o sujeito e o meio, o que resulta numa estabilização espacial. Dessa forma, quando o indivíduo se percebe, tem a impressão de estabilidade no espaço por ele ocupado.” (NORRÉ, 1990, citado por BRACCIALLI e VILARTA, 2000, p. 160).

Outra maneira de considerar a postura seria como postura estática ou dinâmica, que segundo Longo (2008) a primeira se refere a um bom arranjo das partes do corpo na posição parada e a outra quando este está em movimento. Apesar destas definições de postura, grande parte dos autores concorda que a postura tem a capacidade de adaptar-se ou modificar-se quando influenciada pelo meio.

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Os músculos esqueléticos dos vertebrados apresentam uma extraordinária capacidade para adaptarem-se às condições extrínsecas. Ocorrem modificações no perfil molecular e estrutural das fibras musculares dependendo da alteração na demanda funcional, portanto, a propriedade de um músculo se altera devido ao aumento ou decréscimo da atividade muscular. (Weeks, 1989, citado por BRACCIALLI e VILARTA, 2000, p. 160).

Devido a capacidade de adaptar-se a condições extrínsecas, a postura pode sofrer alterações nas variações vertebrais, acentuando os desvios e saindo do padrão normal, “... as quatro curvaturas vertebrais podem ser distorcidas quando a coluna é submetida habitualmente a forças assimétricas.” (HALL, 2005, p. 271). As adaptações ou alterações sofridas pelas variações vertebrais permitem aos autores a caracterizarem a postura como boa ou ruim.

Para Antunes (2009), a melhor postura a ser adotada por um indivíduo é aquela que preenche todas as necessidades mecânicas do seu corpo e também possibilita ao indivíduo manter uma posição ereta com o mínimo esforço muscular. Já Longo (2008) considera como correta a postura que permite um perfeito equilíbrio entre as estruturas do corpo, preservando sua integridade, bem como sua perfeita circulação. Qualquer outro tipo de postura que fuja destas características e prejudique integridade ou o desempenho do corpo, se enquadra na definição de postura errônea ou má.

A ação de inúmeras forças sobre as variações das curvaturas e o fatos destas se adaptarem as condições extrínsecas, são fatores importantes que influenciam no aparecimento de vícios posturais. “A má postura e os hábitos incorretos do dia-a-dia podem levar ao aparecimento dos vícios de postura. Essas anomalias podem ocorrer em todos os segmentos do corpo.” (LONGO, 2008, p. 2). Para Barlow (1955 apud ASHER, 1976, p. 53) a velha idéia de uma postura errônea está associada com uma tensão mal distribuída. Assim pode-se dizer que a má postura esta diretamente associada ao surgimento de problemas posturais.

A má postura pode ser proveniente de fatores genéticos ou adquirida. Para Braccialli e Vilarta (2001) dos fatores que influencia a postura humana, o genético é considerado um dos mais importantes. Quando adquirida a má postura pode estar diretamente ligada as atividades diárias de cada um.

As dores e desconfortos causados por uma postura errônea são prejudiciais a saúde e ao bem estar físico, interferindo nas atividades diárias causando limitações e impedindo sua execução, e em alguns casos sendo necessários a interrupção de muitas destas atividades

Normalmente os problemas posturais e lesões adquiridas, ocorrem devido a sobrecargas e estresse muscular, exercidos sobre a coluna diariamente. Os problemas

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posturais e lesões de maior incidência são: hipercifose, hiperlordose, escoliose, lombalgia, fraturas de estresse, lesões de tecido mole e hérnia de disco. Todos estes problemas e lesões serão abordados de forma mais ampla adiante.

A melhor maneira de se evitar tais transtornos se faz através da prevenção. Para Longo (2008) a prevenção se faz necessária a fim de evitar a instalação de problemas posturais.

Independente de ser estática ou dinâmica, manter a qualidade de nossa estrutura vertebral através de uma postura correta é essencial para que possamos desenvolver nossas atividades diárias com excelência mantendo o equilíbrio corporal da melhor maneira possível, e com isso evitando futuramente o aparecimento de lesões e problemas posturais.

2.1.2 POSTURA NA INFÂNCIA

Durante a infância as crianças são expostas a inúmeras formas de estímulos, tudo é novo e empolgante, pois se encontram em continuo desenvolvimento e formação. Nesta idade quanto maior o nível de atividade e de informação que a criança recebe maior o seu aprendizado e desenvolvimento, no entanto, é o período em que estão mais vulneráveis ao surgimento de problemas posturais. Para Pinto (2001) a maioria dos problemas posturais tem inicio na infância, os principais são relacionados com a coluna vertebral, causados por traumatismos, fatores emocionais, sócio-culturais e de ordem hereditária.

Acreditamos que, para se tentar minimizar a alta incidência de afecções posturais no adulto, se faz necessário um trabalho de base abrangente, atuando, principalmente, no plano preventivo e educacional, possibilitando a mudança de hábitos inadequados. (BRACCIALLI e VILARTA, 2000, p. 159).

Até os 10 anos de idade a criança não tem uma postura definida, sua postura sofre a constantes alterações devido à grande necessidade de adaptar-se a gravidade.

Certas variações de postura podem ser consideradas normais. Se elas ocorrem em certas faixas de idade não se faz necessário nenhum tratamento, e não deveriam ser considerados defeitos de postura, uma vez que esse termo sugere alguma anormalidade. (ASHER, 1976, p. 1).

Os padrões de postura variam constantemente nas crianças com menos de dez anos; elas estão constantemente testando novas maneiras de reagir à gravidade. Adolescente e adultos, por sua vez, já possuem padrões de postura definidos que podem ou não ser considerados como satisfatórios. (ASHER, 1976, p. 53).

Ao entrar na puberdade (10 anos para as meninas e 11 ½ para os meninos) o adolescente começa a estabilizar o seu padrão postural e ao mesmo tempo iniciam o estirão de

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crescimento, quando sofrem inúmeras alterações físicas e fisiológicas, os ossos tendem a crescer e a tomar sua forma definitiva. “A estabilização do padrão de postura está se dando vagarosamente e observa-se varias tentativas de ajustar-se definitivamente à gravidade.” (ASHER, 1976, p. 41). O adolescente terá sua postura definida aproximadamente aos 17 anos, quando as mudanças estão diminuindo.

Até a estabilização completa da postura o adolescente tende a apresentar variações nas curvaturas, para ajustar-se ao desequilíbrio proporcionado pelo crescimento dos membros e aumento da estatura. “As variações de postura estão associadas aos estágios de crescimento; surgem em resposta aos problemas de equilíbrio que ocorrem em razão das mudanças nas proporções do corpo e seus componentes.” (ASHER, 1976, p.1). Nesta idade maus hábitos posturais influenciam diretamente causando o aparecimento de desvios posturais.

Durante a puberdade os vícios posturais adquiridos na infância decorrentes de uma má postura se tornam mais evidentes e de maior preocupação, os maus hábitos tendem a aumentar a incidência de desvios, piorando assim o estado postural do individuo. Para Longo (2008) os problemas de postura podem se manifestar ao longo do crescimento causando transtornos no seu dia-a-dia, como dores na coluna e nas pernas, dificuldade em realizar atividades ao nível do chão e dificuldade em dormir.

Os desvios posturais em adolescentes decorrentes de uma má postura devem ser tratados o mais breve possível, antes que este esteja próximo no final do seu crescimento, com toda sua estrutura formada, dificultando assim a correção através de métodos convencionais, sendo necessária uma cirurgia corretiva. “Sua verdadeira postura dependerá do tipo de corpo e estágio de desenvolvimento.” (ASHER, 1976, p.48). Com isso observa-se a importância do diagnóstico postural em adolescentes.

A identificação dos problemas de postura, no seu início é de suma importância. O diagnostico precoce aumenta as possibilidades e formas de correção, tornando o ato cirúrgico a ultima opção. Segundo Hall (2005) os ossos das crianças são mais flexíveis que os dos adultos, o que permite a alteração de sua estrutura favorecendo a correção dos desvios através de atividades que propiciem uma reestruturação da musculatura esquelética, promovendo um reequilíbrio estrutural.

Cabe ressaltar que não só os ossos, mas também toda a musculatura incluindo a responsável pela sustentação da coluna está em formação, o que favorece a correção dos desvios. Os músculos encurtados são um dos causadores da má postura, pois estes se encurtam justamente na busca do equilíbrio em situações desfavoráveis mantidas por um longo período de tempo, favorecendo o surgimento de desvios posturais.

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Para Brusschini e Nery (1995 apud. CALVETE, 2004, p. 68) a postura inicialmente compensatória é caracterizada como patológica no momento em que progride para uma postura fixa devido ao encurtamento das estruturas músculoligamentares podendo resultar em quadros dolorosos.

Pode-se dizer que a sobrecarga e a postura errônea mantida por um longo período de tempo, são um dos grandes influenciadores dos problemas posturais. Com isso devemos considerar o tempo em que as crianças passam em sala de aula sentadas, e muitas vezes em posições incomodas e desconfortáveis devido ao imobiliário inadequado não condizente com sua estatura. “O aluno terá de utilizar a postura sentada por, no mínimo, oito anos, cerca de quatro a cinco horas por dia, e de maneira muitas vezes inadequada.” (RITA, 2008, p. 3).

Ainda para Rita (2008) é desaconselhável manter a criança sentada por mais que 45 a 50 minutos sem interrupções, pois a postura sentada gera varias alterações músculo-esqueléticas da coluna lombar, o simples fato do individuo sentar causa um aumento de 35% na pressão interna do disco intervertebral.

Outro fator diretamente ligado a escola e que é uma das causas de problemas posturais em crianças escolares, é uso de mochilas com sobrepeso devido ao excesso de materiais, como livros e cadernos escolares. Para Pinto (2001) escoliose é um desvio de coluna visivel no plano frontal, associada aos hábitos regulares de má postura como o transporte de pastas ou mochilas de um único lado do corpo.

Apesar de alguns desvios posturais serem considerados normais quando ocorrem em determinadas fases do desenvolvimento, deve se observar atentamente o aparecimento de vícios de postura, para que estes não perdurem durante a adolescência, causando desconfortos e transtornos ao longo do crescimento e da fase adulta. Esta fase de transição entre a puberdade e a vida adulta pede extrema atenção, pois é o momento em que será definida a postura, o objetivo principal para os adolescentes deve ser a promoção de uma postura que exija o menor esforço, e que irá desse modo evitar uma fadiga desnecessária.

2.2 PATOLOGIAS VERTEBRAIS

Patologias podem ocorrer por todo corpo, decorrentes de problemas genéticos, doenças e traumatismos. Para Longo (2008) as patologias mais comuns são aquelas que afetam a coluna, estas patologias estão relacionadas a alterações nas curvaturas e na sua estrutura, ou fraturas causadas por estresse e sobrecarga.

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Como já mencionado as patologias podem ser congênitas ou adquiridas, as mais comuns são: hipercifose, hiperlordose e escoliose relacionadas ao alinhamento e equilíbrio da coluna. Também devem ser consideradas lesões como, lombalgia, fraturas, fraturas por estresse e a hérnia de disco, por serem decorrentes de vícios posturais, sobrecarga, ou ocasionarem os desvios, devido às alterações e as dores causadas por eles, essas patologias podem atingir tanto adultos quanto crianças.

Segundo Schmidt (2004) crianças e adolescentes, por estarem em fase de crescimento e desenvolvimento, podem estar vulneráveis a lesões epifisárias, principalmente em esportes de maior contato físico, rupturas apofisiárias, comprometimento do crescimento normal da superfície articular e fraturas de estresse. Essas lesões ocorrem em função de estar havendo ainda um processo de maturação do tecido ósseo.

As causas mais comuns dos desvios posturais estão associadas à má postura, fadiga, sobrecarga, fraqueza muscular, gravidez e obesidade. Dessa forma se faz necessário conhecer e compreender os desvios posturais de maneira que se possa diagnosticá-los corretamente e identificar suas prováveis causas.

2.2.1 HIPERCIFOSE

A hipercifose corresponde ao aumento da curvatura primaria da região torácica ou curvatura convexa da coluna vertebral, esse aumento tem como uma de suas principais causas a má postura. Para Asher (1979) a cifose pode ser definida como uma curvatura da coluna vertebral, com concavidade anterior.

Para muitos autores a cifose tem seu desenvolvimento associado à adolescência, devido ao rápido desenvolvimento empregado nesta idade, motivos emocionais e as atividades diárias. Para Serdeira et. al (1980, apud. GRACIOLI, 2005, p. 4) a hipercifose juvenil é comum de se desenvolver na adolescência em ambos os sexos dos 13 aos 17 anos.

A cifose se instala no inicio da adolescência, com incidência de até 8% na população geral e distribuição igual entre os sexos. Com freqüência, a cifose resulta da doença de Scheuermann, na qual uma ou mais vértebras com formato de cunha surgem em virtude de comportamento anormal da placa epifisária. (HALL, 2005, p. 271)

As principais causas da cifose são: a má postura, a doença de Scheuermann, problemas neuromusculares ou congênitos (má formação), problemas inflamatórios causados por Osteomielites, e pós traumas oriundos de fraturas e osteoporose.

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Para Barbanti (1989 apud GRACIOLI, 2005, p.6) "outra causa pode ser causada pelo surto do crescimento que ocorre nos meninos aos 12 anos de idade e pode acarretar a hipercifose por eles arquearem o corpo pela mudança da altura por terem vergonha.”

Apesar de muitos estudos não apresentarem a cifose como um desvio de alta incidência, ela tem suas principais causas e desenvolvimento associados à adolescência, o que torna necessário o aumento no nível de atenção nesta faixa etária.

2.2.2 ESCOLIOSE

Escoliose é o nome dado ao desvio lateral da coluna, quando esta se curva para um dos lados tomando a forma de “S” ou “C”. “A escoliose pode ter o aspecto de uma curva em “C” ou em “S” envolvendo a coluna torácica, a coluna lombar ou ambas”. (HALL, 2005, p. 271).

Para Pinto (2001), escoliose é um desvio de coluna no plano frontal, associada aos hábitos regulares de má postura como o transporte de pastas ou mochilas de um único lado do corpo.

A escoliose assim como a hipercifose se desenvolve geralmente durante a adolescência associada à má postura e aos hábitos de vida. Adams (1985) considera a escoliose o principal desvio da coluna, se instalando entre os 10 e 16 anos.

A escoliose é classificada de duas maneiras, como estrutural e não-postural. “A estrutural consiste em uma curvatura inflexível que persiste até mesmo com a inclinação lateral da coluna vertebral. As curvaturas escolióticas não-estruturais são flexíveis e corrigidas com a inclinação lateral.” (HALL, 2005, p. 271).

Entre as principais causas da escoliose estrutural estão às anormalidades congênitas e alguns cânceres. Já a escoliose não-estrutural pode decorrer de hábitos como, carregar materiais e mochila de um único lado.

Em cerca de 70% a 90% de todos os casos, porem, a escoliose recebe a designação de idiopática, o que significa que a causa é desconhecida. E escoliose idiopática é diagnosticada mais comumente entre os dez e 13 anos de idade, mas pode ser observada em qualquer idade. Está presente em 2% a 4% das crianças entre os dez anos de idade, sendo mais comum em mulheres.(HALL, 2005, p. 271).

Apesar de na maioria das vezes ter suas causas consideradas como idiopáticas, a escoliose pode ser considerada o desvio de maior risco no cotidiano dos adolescentes, devido a hábitos desenvolvidos pelos adolescentes, entre eles, conduzirem seus materiais em

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mochilas de uma alça, carregar materiais em um dos braços, utilizar a mochila em apenas um dos ombros, sedentarismo e a má postura.

2.2.3 HIPERLORDOSE

A lordose é uma curvatura secundária da coluna, localizada na região cervical e lombar, está é adquirida assim que a criança passa a sustentar seu peso na posição sentada e a andar. É considerada anormal quando encontrada em outras partes da coluna, o aumento do seu grau de curvatura tornando-a acentuada, se chama hiperlordose, considerada um desvio postural geralmente ocasionado pela má postura.

Lordose é o nome dado a um aumento exagerado da curvatura côncava que normalmente existe na região lombar. A curvatura pode aumentar sua concavidade com a extensão da espinha lombar que faz com que a criança se recline para trás da articulação lombossacral; ou ela pode aumentar ainda mais pela inclinação da pelve para frente. (ASHER, 1976, p. 31). A hiperlordose normalmente é acompanhada de músculos abdominais fracos com um abdômen saliente. É encontrada com maior freqüência em mulheres, podendo aumentar com o aumento da altura e redução de peso.

“As causas de lordose incluem deformidade vertebral congênita, fraqueza dos músculos abdominais, hábitos posturais inadequados e treinamento excessivo nos desportos que exigem hiperextensão lombar repetida, como ginástica, patinação artística, arremesso de dardo ou natação com braçadas do tipo borboleta.” (HALL, 2005, p. 271).

Os hábitos de vida das mulheres como, uso de salto alto, pratica de ginástica e a própria postura, favorecem o desenvolvimento da lordose, esta também pode ser desenvolvida durante a gravidez.

[...]atinge principalmente as mulheres, acostumadas ao uso do salto e a práticas físicas como o balé. As gestantes, na tentativa de compensar o peso da barriga, jogam a coluna para trás, assumindo assim uma postura incorreta [...] uma vez que após o parto a musculatura permanece flácida e acaba por dificultar o retorno à postura correta. (PEREIRA, 2009, p. 7).

Apesar de a hiperlordose poder ser desenvolvida em adultos, devido aos hábitos de vida, obesidade e situações naturais como gravidez, esta é aponta por pesquisas como segundo desvio com maior incidência em adolescentes. Com isso podemos ressaltar a importância de um diagnostico precoce e seu tratamento durante a adolescência.

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2.2.4 LESÕES DA COLUNA

Para Hall (2005) as lesões da coluna são patologias que causam dores, paralisia e dependendo da região e o tipo de lesão pode acarretar a morte do individuo. Normalmente causadas por impactos, golpes, sobrecargas e estresse, as lesões da coluna envolvem, lombalgia, fraturas, fraturas por estresse, hérnia de disco e lesões do tecido mole.

Dentre elas pode se destacar a lombalgia e a hérnia de disco que segundo Cecin HÁ (2001) tem causas semelhantes as dos desvios posturais, como, má postura, maus hábitos posturais, sobrecarga e estresse. Isto indica que podem ser desenvolvidas a longo prazo, e as tornam suscetíveis a qualquer pessoa.

A lombalgia segundo Hall (2005) é uma dor na região lombar (lombossacra) normalmente causada pela falta de estabilidade na coluna. Atingi entre 75% a 80% das pessoas em alguma época da vida, perdendo apenas para o resfriado comum como causa de falta no trabalho. Pode ser encontrada em cerca de 30% das crianças, aumentando o nível de incidência junto com a idade. Associada freqüentemente com o trabalho realizado em postura pouco natural, com movimentos súbitos e inesperados, e ao trabalhar com uma única mão, atinge normalmente mecânicos, caminhoneiros, trabalhadores domésticos, enfermeiras, pessoas que passam muito tempo em pé ou sentados.

Ainda para Hall (2005) a hérnia de disco corresponde a uma lesão no disco vertebral, podendo ser traumática ou causada pelo estresse, é causa de 1% a 5% das dores nas costas. Os locais mais comuns das protrusões ficam entre a sexta e a sétima vértebras cervicais, bem como entre a quarta e a quinta vértebras lombares e entre a quinta vértebra lombar e a primeira vértebra sacra. Se a hérnia exercer pressão sobre a medula espinhal ou sobre um nervo raquidiano, pode resultar dor ou dormência.

Com exceção da hérnia de disco que segundo Bortoletto (1998) é uma doença própria do adulto é rara em crianças, as lesões da coluna atingem crianças e adultos, prejudicando sua qualidade de vida e sua saúde. Os casos de lombalgia, hérnia de disco, assim como os desvios posturais, podem ser minimizados através da mudança de costumes inadequados e informação correta desde a infância, de como se sentar, executar suas atividades diárias evitando o estresse promovido na coluna, com isso aumentando o nível de atenção do individuo durante suas atividades.

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2.2.5 DIAGNÓSTICO E PREVENÇÃO

Com o decorrer do tempo as patologias geradas pela má postura, tende a intensificar-se, piorando o estado clinico do individuo e dificultando o seu tratamento. Através da realização de um exame periódico, as probabilidades de identificação da patologia no seu inicio e as de tratamento aumentam. “A prevenção se faz necessária a fim de evitar a instalação de problemas posturais. Atitudes de prevenção são procedimentos adotados que possibilitam a permanência de um perfeito funcionamento do corpo, impedindo que a doença se instale.” (LONGO, 2008, p. 3).

Como já mencionado, grande parte dos desvios posturais surgem durante a infância o que demonstra a importância do diagnostico e o tratamento durante esta fase da vida. Com isto, deve-se situar a importância do papel dos pais e da escola não só no diagnostico e no tratamento, mas também no papel de prevenção e educação postural.

Os cuidados com a postura das crianças devem ter início em casa, pelos pais, por exemplo, orientando seus hábitos à frente do computador ou da televisão, sua maneira de sentar-se à mesa, a vestir-se, a observar a bolsa ou mochila da escola para que não carregue peso acima de sua capacidade, entre outras. (A POSTURA CORRETA, 2000).

A escola como educadora tem o papel de orientar e educar a criança, para que esta através de uma conscientização possa mudar seus hábitos. Também se faz importante a realização de um exame postural rotineiro na escola, para a identificação de prováveis problemas. Realizado por um profissional de educação física, este ao encontrar indícios de problemas encaminha a criança a um profissional que possa fazer o diagnóstico e o tratamento do problema encontrado.

As formas de diagnóstico dos problemas posturais, variam entre exames biométricos realizados com o auxilio de um semitrógrafo, avaliações funcionais à radiografias da coluna.

Para o ambiente escolar a melhor maneira de se classificar a postura se faria com o auxilio de um semitrógrafo, pois este permite uma visualização das variáveis de forma rápida e simples, este se adéqua melhor a quantidade de exames a serem realizados. Para Verderi (2003) para que se possam identificar os desalinhamentos e até as causas da má postura, se faz necessário o uso de uma avaliação, onde se possam detectar desequilíbrios e adequar a melhor postura a cada indivíduo.

Com a reformulação das Diretrizes Curriculares da Educação Física, fica clara a participação da escola para a contribuição desta na saúde e na qualidade de vida da criança.

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Através da transmissão de conhecimentos teóricos e práticos articulados de forma a. transmitir um conhecimento que proporcione uma consciência dos limites e possibilidades de seu corpo interagindo criticamente com o outro e com o meio em que vive. “A escola deve investir em práticas que ensinem os cuidados com a saúde como investimento individual e coletivo.” (Diretrizes Curriculares da Educação Física, 2006).

Nas aulas de educação física o professor deve oferecer informações como, sobre posição ao se sentar, posição adequada de como carregar peso e compreender as suas articulações de forma que o aluno possa utilizar esse conhecimento de maneira preventiva ou indicativa, para reconhecer os prováveis fatores que lhes ocasionam dores e desconfortos, com isso tendo o conhecimento necessário para interferir no seu dia-a-dia.

A educação postural tem como finalidade possibilitar à pessoa ser capaz de proteger ativamente seus segmentos móveis de lesões dentro das condições de vida diária e profissional, seja no plano estático ou dinâmico. (BRACCIALLI e VIRLATA, 2000, p.159).

O professor de educação física deve através transmissão de conhecimentos e a realização de um exame periódico na busca de indícios de problemas posturais, transmitir conhecimentos que permitam a criança desenvolver hábitos de vida saudáveis e também auxiliem a criança na sua formação postural.

2.2.6 MÉTODOS DE CORREÇÃO POSTURAL

Os métodos de correção das patologias da coluna dependem de vários fatores como, tipo de patologia e grau de incidência. Os métodos mais comuns usados na correção dos desvios são os que envolvem exercícios fisioterápicos de correção, podoposturologia (uso de palmilhas corretiva), uso de coletes e ato cirúrgico quando em estagio avançado os demais métodos não solucionam o problema.

Existem vários tipos de tratamentos posturais, todos com a finalidade de melhorar a sintomatologia dos pacientes. Além dos procedimentos cirúrgicos, acupuntura, método Back School, temos ainda, o Isostreching, a hidroterapia, a terapia manual e a RPG (Reeducação Postura Global), um método que trabalha a globalidade do indivíduo na busca da reeducação da sua postura em todas as atitudes posturais que realize, melhorando a consciência corporal. (JUNIOR, 2008, p.128).

Para Quadros (2010) os métodos de correção global buscam através de exercícios de fortalecimento e alongamento, auxiliar ao paciente desenvolver flexibilidade muscular e no

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ganho de amplitude de movimentos, aumentando a consciência corporal e corrigindo o desequilíbrio promovido pelos desvios, podendo ser complementados com o uso de coletes.

Para Adams (1985) a identificação precoce dos desvios aumenta a possibilidade de tratamento, permitindo ao profissional escolher o melhor método para o caso, sem que seja necessário recorrer ao ato cirúrgico, evitando diversos transtornos ao paciente, como internação e período de recuperação da cirurgia.

2.3. HÁBITOS DE VIDA E ALTERAÇÕES POSTURAIS

As causas dos desvios posturais normalmente estão associadas aos hábitos de vida do individuo. Com exceção dos desvios congênitos, os desvios são em sua maioria adquiridos no decorrer da infância até a fase adulta ocasionados por traumatismos ou estresses gerados por constantes sobrecargas sofridas na coluna vertebral, decorrentes de uma má postura da coluna durante as atividades exercidas diariamente.

Os hábitos posturais inadequados executados durante toda a vida, o sedentarismo provocado pela evolução do mundo moderno, associado ao uso assimétrico do corpo humano durante as atividades funcionais fazem com que tenhamos, com o passar do tempo, um desequilíbrio do sistema neuromuscular e conseqüentemente alterações posturais. (JUNIOR, 2008, p.128).

Os hábitos de vida estão relacionados às atividades desenvolvidas diariamente pelo individuo. Consideradas como rotineiros os hábito de vida abrangem desde a maneira como se dorme, até ao tempo em que se gasta assistindo televisão e usando o computador, considerando as posições mais freqüentes imprimidas durante tais atividades, como por exemplo, a posição sentada ao utilizar o computador. (BRACCIALLI, 2001; LONGO 2008; RITA, 2009).

No exercício das atividades diárias há a manutenção de posições como, sentado e em pé, por período prolongado. A manutenção destas posições de maneira constante e repetida, causa a necessidade de uma adaptação dos músculos da coluna, na tentativa de amenizar o estresse causado pelas atividades diárias. Segundo Braccialli e Vilarta (2000) ocorrem modificações no perfil molecular e estrutural das fibras musculares dependendo da alteração na demanda funcional, portanto, a propriedade de um músculo se altera devido ao aumento ou decréscimo da atividade muscular. Estas alterações podem favorecer o aparecimento de maus hábitos e conseqüentemente gerar o desequilíbrio postural.

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A mudança no estilo de vida também é outro fator que está associado aos hábitos de vida e favorece o aumento de casos de patologias na coluna. Há algum tempo os costumes vêm mudando, contribuindo para o aumento de fatores como sedentarismo, excesso de tempo na posição sentado seja no trabalho ou nas horas livres, falta de tempo para realizar atividades físicas e a utilização de vestuário inadequado como o uso excessivo de salto alto.

Com o aumento da utilização de automóveis e o estilo de trabalho administrativo, a permanência na postura sentada é muito grande, o que favorece uma condição de estática muscular que ocasiona dores na coluna lombar devido à irritabilidade de estruturas teciduais. (JUNIOR, 2008, p.128).

Ainda para Junior (2008) os hábitos de vida atuais favorecem a assimetria corporal desenvolvida graças à dominância que apresentamos em um dos lados do corpo associada às cargas de forças assimétricas gera um aumento da hemodinâmica unilateral, aumentando assim a sobrecarga tecidual e favorecendo lesões teciduais.

Quando os hábitos de vida favorecem o aparecimento de desequilíbrios posturais, estes são associados aos maus hábitos posturais, pois favorecem a degeneração da coluna. “A rapidez da degeneração não depende só da constituição física e da carga genética, mas também do comportamento da pessoa, podendo ser acelerada pela falta de cuidado, como excesso de peso, exagero repetido de esforços, descuidos com postura, falta de exercícios, etc.” (HALPERN, 2005, p. 9).

Assim podemos dizer que os hábitos de vida por serem relacionados às atividades exercidas pelo individuo durante o dia, quando desempenhadas de maneira inadequada também podem estar relacionados aos maus hábitos posturais, já que estes dependem da maneira que o individuo executa suas atividades, causando prejuízos à postura ou não.

2.3.1 HÁBITOS DE VIDA EM CRIANÇAS E POSTURA

O cotidiano infantil tem sofrido modificações que afetam o desenvolvimento da criança e do adolescente. Fatores como o avanço tecnológico, urbanização e a modernização tem afetado a infância de maneira negativa, esta que geralmente se caracteriza pelas vivencias que a criança tem em seu cotidiano através de das experiências sociais, riqueza em estímulos motores vem perdendo suas principais características e dando espaço aos brinquedos eletrônicos e ao entretenimento visual.

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Para Consorte (2008) antes as ruas eram mais um talvez até o único espaço que as crianças tinham acesso para brincar, possibilitando a interação entre elas e a população. Com o crescimento da população urbana tornou-se exclusivamente local de tráfego de automóveis, sem mencionar o aumento na violência. Outro fator importante é o aumento no ritmo de vida, que altera os hábitos de vida diários e ocasiona a falta de tempo livre para realizar atividades de laser e atividades físicas. Mudanças estas que são sentidas por adultos e crianças.

Para melhor se exemplificar as mudanças dos hábitos cotidianos, podemos citar o aumento do sedentarismo e de crianças com sobrepeso. A incidência destes fatores tendem a promover uma sobrecarga na coluna do individuo devido ao período de tempo em que estes passam sentados, sem mencionar a falta de instrução e correção dos pais, para que estes sentem de maneira adequada minimizando os efeitos do estresse causado pelos hábitos de vida. “A postura abrange inúmeras posições corporais assumidas nas mais diversas situações. Assim, existem vários fatores influenciando a postura corporal: excesso de peso corporal, atividade física insuficiente ou inadequada, vícios posturais...” (CALVETE, 2004, p.68).

A aquisição de maus hábitos se deve a compensação que a coluna faz durante as atividades para adaptar-se as alterações mecânicas ocasionadas por sobrecargas que causam um desequilíbrio. Assim deve-se considerar todas as atividades que levam a criança a buscar um reequilíbrio corporal, seja devido à sobrecarga causada por excesso de peso, como o de mochilas, ou a do estresse causado por exposição prolongada a uma posição inadequada, que por sua vez pode ser ocasionada por mobiliário impróprio e vestuário inadequado.

O ambiente escolar, comum entre crianças e adolescentes, é também um dos grandes precursores dos maus hábitos posturais, entre um dos motivos está o longo período que se permanece sentado em posição estática em mobiliário geralmente inadequado, devido à padronização e falta de adaptação do mobiliário as características individuais de cada aluno.

Ao relacionar ambiente escolar e postura percebe-se que os problemas são diversos, como por exemplo: dificuldades ergonômicas, como as encontradas no transporte do material escolar, arquitetura desfavorável do imóvel, disposição e proporções inadequadas do mobiliário, as quais, provavelmente, serão responsáveis pela manutenção, aquisição ou agravamento de hábitos posturais inapropriados. (RITA, 2009, p.3).

Segundo as normas estabelecidas nas Diretrizes Curriculares, o ano letivo deve ter duzentos dias, com um mínimo de quatro horas diárias. Grande parte deste tempo o aluno passa sentado. “O simples fato de o indivíduo passar da postura em pé para a sentada aumenta em aproximadamente 35% a pressão interna no núcleo do disco intervertebral e todas as estruturas (ligamentos, pequenas articulações e nervos) que ficam na parte posterior são

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esticadas – isso se o sujeito estiver sentado nas melhores condições possíveis.” (RITA, 2009, p.4).

Para Reis (2005) o modelo de mobiliário para escolares de 7 a 17 anos não atende as especificações ergonômicas, pois os padrões antropométricos destes indivíduos não são compatíveis com as dimensões do mobiliário utilizado, proporcionando a adoção de posturas incorretas e desconfortos corporais, os quais poderão, além de interferir no processo educativo, contribuir também para o surgimento de patologias músculo-esqueléticas. “O assento deve ser adequado ao tipo de atividade, tenha as dimensões adequadas e que permita variações freqüentes de postura para aliviar as tensões nos discos e músculos, reduzindo assim a fadiga.” (RITA, 2009, p.4).

A mochila diretamente ligada ao ambiente escolar é outro fator que pode favorecer o surgimento de vícios posturais, esta e suas variações como bolsas de ombro e de braço ao serem sobrecarregadas ocasionam alterações na coluna, a sua incidência dependem do tipo da bolsa. “Uma carga de 15 a 20% da massa corporal nas mochilas leva a inclinação do tronco, isso não ocorre quando é utilizado o valor recomendado inferior a 10 % da massa corporal dos estudantes do ensino fundamental.” (FLORES et al, 2006, p.4).

O tempo livre da criança tem sido substituído de brincadeiras, atividades recreativas e esportivas, por jogos eletrônicos e atividades pobres em movimentos, onde há a manutenção da posição estática, que vão de variações da posição sentada a variações deitado. A falta de atividade física imprimida por estas mudanças favorecem o surgimento dos vícios posturais, pois a criança permanece sentada durante e após o período escolar. Para Braccialli (2000) exercícios que fortaleçam a musculatura enfraquecida devido a falta de exercícios são de extrema importância para permitir um reequilíbrio do tônus postural.

O exercício físico é de extrema importância principalmente na infância, este pode auxiliar no fortalecimento muscular da coluna e do abdômen, diminuindo a incidência de patologias, com a hiperlordose e a hipercifose, sem mencionar outras áreas como condicionamento físico, desenvolvimento cognitivo, fatores que influenciam diretamente na qualidade de vida da criança e do adolescente. “[...] torna-se evidente a importância do exercício físico e das práticas esportivas, [...] pois possibilitam uma melhora gradativa na condição física e, conseqüentemente, na postura corporal.” (CALVETE, 2004, p. 68).

Ainda para Calvete (2004) a atividade física e a prática esportiva devem fazer parte do estilo de vida de crianças e adolescentes e apresentam-se através de exercícios.

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O uso de vestuário inadequado como tênis gastos e salto alto, que são usados cada vez mais cedo por adolescentes são considerados fatores de risco, o seu uso por período prolongando podem ocasionar ou promover o aumento das patologias já existentes.

Com a identificação dos fatores de risco como mobiliário, mochila, sedentarismo, pode-se observar a importância da orientação e supervisão dos hábitos de vida, pois no período da infância até a adolescência se encontram mais receptivos aos vícios posturais, devido à formação de sua estrutura e o seu crescimento continuo e acelerado.

2.4 VARIAVEIS ANTROPOMÉTRICAS

As variáveis antropométricas têm grande influencia sobre a postura, as suas alterações exigem adaptações físicas da estrutura do individuo para promover o reequilíbrio do corpo devido às alterações sofridas. Entre estas alterações pode-se destacar alto IMC e o crescimento acelerado.

Para Franco (2005) o IMC é um parâmetro reconhecido cientificamente para auxiliar na avaliação das condições de saúde e hábitos de vida de uma população. O excesso de peso ou a obesidade, são fatores de risco a doenças crônicas, e no processo de envelhecimento humano esses fatores estão listados como possíveis mudanças.

As alterações nas variáveis podem estar relacionadas a fatores genéticos, hábitos de vida, disfunções hormonais que afetem o crescimento e o peso, disfunções alimentares e problemas que afetem o desenvolvimento estrutural e físico do individuo.

A puberdade é a fase que se sofre constantemente com as variações antropométricas, onde a criança passa pelo acumulo de gordura antes do estirão e em seguida cresce rapidamente. Neste período, é que o individuo está mais suscetível a mudanças posturais, que se não tratadas podem se estender a fase adulta.

2.4.1 OBESIDADE E POSTURA

A obesidade é uma doença crônica, caracterizada pelo acúmulo de gordura corporal, suas causas podem variar de, genéticas, falta de atividade física, sedentarismo, maus hábitos alimentares a problemas hormonais. Alem de estar associada a diversas doenças crônico-degenerativas como a hipertensão e o diabete, o excesso de peso também causa dificuldades locomotoras, colesterol alto e pode acarretar desalinhamentos posturais.

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O excesso de peso facilita a ocorrência de patologias ortopédicas, mas não são exclusivas a indivíduos obesos. No entanto, estes estão mais suscetíveis a lesões devido a uma sobrecarga maior nos segmentos corporais decorrentes do excesso de massa corporal. (CAMPOS et al., 2002, p.4).

O excesso de peso ocasionado pelo acumulo de gordura altera o centro de equilíbrio do individuo de forma progressiva e constante, principalmente porque o acumulo de gordura se localiza grande parte nas regiões do abdômen e tronco. O excesso de peso sobrecarrega a coluna e faz com que esta tenha que sofrer alterações para minimizar o desequilíbrio gerado.

A distribuição da gordura corporal parece ser mais relevante nos desalinhamentos posturais, especialmente em relação ao gênero. Assim, indivíduos com a concentração de gordura na região abdominal apresentarão um centro de massa deslocado anteriormente. (CALVETE, p.68, 2004).

Para Teixeira (apud CALVETE, 2004, p, 68) existem vários fatores influenciando a postura corporal: excesso de peso corporal, atividade física insuficiente ou inadequada, vícios posturais, anomalias ósseas congênitas ou adquiridas, deficiência protéica na alimentação e características psicológicas.

Para Calvete (2004) em indivíduos obesos, o excesso de gordura corporal pode acentuar tanto as curvaturas fisiológicas dos segmentos corporais como as dores osteomioarticulares.

Devido ao crescimento constante do numero de indivíduos obesos e a facilidade destes a desenvolverem patologias vertebrais, torna-se necessário maior atenção ao surgimento de desvios relacionados aos maus hábitos posturais e a ação compensatória realizada pela coluna, para que estes não venham a lhe ocasionar problemas futuros, prejudicando a qualidade de vida do individuo.

2.4.2 OBESIDADE E POSTURA NA INFÂNCIA

A obesidade não está restrita apenas a indivíduos adultos, com as alterações no padrão vida, alimentação inadequada, a diminuição de atividades físicas desempenhadas e o aumento das atividades estáticas, como jogos virtuais favorece o aumento no numero de crianças obesas, tornando a obesidade um problema freqüente nesta faixa etária.

A modernidade, a falta de atividades físicas diárias, a alimentação inadequada, o comportamento emocional e os fatores genéticos, são alguns dos fatores que contribuem para o surgimento da obesidade. A falta de

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políticas na área da saúde, com a perspectiva, tanto de prevenção como no tratamento da obesidade, aumenta a prevalência no Brasil. (FARIAS, 2005, p.13).

A obesidade esta associada a diversos transtornos, entre eles, doenças físicas e fisiológicas relacionadas ao excesso de peso. A cada dez crianças obesas oito se tornam adultos obesos.

O excesso de gordura corporal tem seus efeitos imediatos sobre a população jovem, e graves repercussões na idade adulta. Na adolescência, há um crescimento celular acelerado e é nesse período que ocorre uma maior deposição de gordura. Essa fase é extremamente crítica em relação à prevenção e ao controle da obesidade. (CALVETE, 2004, p. 2).

Para Rita (2009) é possível inferir que a obesidade, por se constituir em um problema multifatorial e plurissistêmico, influencia também no aparelho locomotor. As alterações posturais não são exclusivas dos portadores da obesidade, mas surgem com maior freqüência em virtude da ação mecânica desempenhada pelo excesso de massa corporal e o aumento das necessidades mecânicas regionais.

Estudos mostram que indivíduos obesos apresentam com freqüência abdômen protuso, conseqüentemente tem o centro de gravidade deslocado. As alterações posturais como hiperlordose, cifose e escoliose surgem como alterações compensatórias do desequilíbrio proporcionado pelo sobrepeso.

Alem do desequilíbrio ocasionado pelo acumulo de gordura geralmente na região abdominal, que gera uma adaptação do alinhamento da coluna e dos músculos responsáveis por sua sustentação , a obesidade também se oferece como um problema pela sobrecarga que gera nos sistemas muscular esquelético e ósseo, podendo ocasionar transtornos na formação dos ossos e conseqüentemente desvios posturais.“O alinhamento postural inadequado pode também acarretar assimetrias unilaterais dos músculos e dos tecidos moles e assimetrias ósseas.” (CALVETE, 2004, p3).

Com isso pode se dizer que alem dos transtornos posturais a obesidade na infância impede que a criança possa desempenhar e desenvolver suas atividades diárias normalmente. A obesidade assim como a postura devem ser fatores de extremo cuidado e atenção durante a infância e após ela, pois estão diretamente relacionados à qualidade de vida do individuo.

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2.4.3 CRESCIMENTO E POSTURA

As variáveis de crescimento, como altura e peso envolvem modificações e alterações fisiológicas que são de extrema importância para o desenvolvimento físico da criança.

Na infância e adolescência, a postura encontra-se em processo de desenvolvimento. Nesse período, qualquer alteração funcional em função da má postura irá repercutir negativamente no futuro. A adoção de uma postura incorreta fará com que todo o sistema locomotor participe e se adapte às novas condições mecânicas impostas. (RITA, 2009, p. 5).

O crescimento acelerado exige adaptações constantes da postura da criança, as alterações físicas sofridas nesta fase se dão para que a criança atinja todas as suas capacidades da fase adulta. O crescimento envolve formação óssea, desenvolvimento muscular, alterações fisiológicas, psíquicas e hormonais. Dentre estes se pode destacar o desenvolvimento ósseo e muscular, pois estão diretamente ligados a postura e a sua manutenção na posição ereta.

Segundo Weeks (apud BRACCIALLI E VILARTA, 2000, p. 160) os músculos esqueléticos dos vertebrados apresentam uma extraordinária capacidade para adaptarem-se às condições extrínsecas. Com isso, a exposição da criança a constantes situações de desequilíbrios posturais podem levá-las a desenvolverem desvios posturais.

Em Biewener e Astrand (apud BRACCIALLI E VILARTA, 2000, p. 161) considera que a modelagem do osso depende da força de tensão ao qual este é submetido durante o crescimento. A massa óssea está sujeita a um mecanismo de controle homeostático local, estresse mecânico e sistêmico e liberação hormonal. Assim sobrecargas constantes sobre a coluna podem causar deformidade da estrutura do ósseo, como a má formação e trofismo, podendo ser corrigida apenas através de intervenção cirúrgica.

Apesar de a obesidade nem sempre estar associada à má postura, tem inúmeros fatores que favorecem o desenvolvimento desta, pois influencia diretamente na estrutura de sustentação do individuo causando desequilíbrios e alterações exigindo com que este execute uma ação compensatória causando o surgimento dos desvios.

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