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Jornal da Madeira/ Economia /2007-10-05

O administrador da Portway, José Manuel Santos, recorda que, no início da operação na região autónoma, a empresa iria co

Carga da Madeira é vital para avião cargueiro

A viabilidade da rota da Madeira mede-se através do sucesso da ligação Madeira-Lisboa. O Lisboa-Madeira não constitui preocupação para nós. Quem o diz é José Manuel Santos, administrador da Portway, que esteve esta semana no Funchal por ocasião da primeira viagem do avião

cargueiro cuja operação lhe pertence.

Mais acrescenta que, mesmo que voe cheio de Lisboa, não há rendibilidade querendo manter uma política de preços competitiva. A comprovar a importância que atribui à Madeira, evidencia que a

empresa vende a imagem da Madeira como estivéssemos a vender a sua própria imagem.

Até que ponto é importante haver procura do mercado madeirense na viagem de regresso a Lisboa do avião-cargueiro que Portway cololou na linha esta semana?

Não se trata de uma operação fácil. E, na realidade, está muito dependente da procura do mercado da Madeira.

De Lisboa para o Funchal está cheio. Pode haver alguma oscilação de um dia para outro, mas está bem.

Como está a ser trabalhado o mercado da Madeira no sentido de fazer surgir a procura pelo espaço de carga disponibilizado com este avião? Existem três grandes áreas onde devemos intervir. Estou à espera da Madeira e dos madeirenses. Tenho algumas dúvidas se vão ser capazes de dar o passo, mas acredito que o vão conseguir porque reconheço muita coragem nas pessoas daqui.

Há uma área que é a pesca. Temos potencial para transportar o atum capturado e o peixe-espada preto e ainda aquele que é criado em piscicultura.

Outra área é a das flores. Podem ser cultivadas mais espécies e com maior regularidade. Sei que uma nova estufa está para abrir e novas

oportunidades irão surgir, admitindo-se que 2008 será um ano de grande produção de flores.

Uma terceira área assenta nos frutos. Aqui a questão é diferente. Há fruta todo o ano com preços variáveis. Falo de casos como os da banana e da anona.

Cadeias têm vantagens

Onde entram as cadeias de supermercados neste processo?

Modelo, Jerónimo Martins e Grupo Sá já são nossos parceiros. Qualquer um dos três, sem prejuízo de outros supermercados de menor dimensão, não só podem ter interesse no que poderá vir de Lisboa como no sentido inverso.

Um empresário dizia-me outro dia que poderia enviar, por exemplo, bolo do caco todos os dias para Lisboa. Considero a ideia fantástica. Gosto imenso

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Onde entram as cadeias de supermercados neste processo?

Modelo, Jerónimo Martins e Grupo Sá já são nossos parceiros. Qualquer um dos três, sem prejuízo de outros supermercados de menor dimensão, não só podem ter interesse no que poderá vir de Lisboa como no sentido inverso.

Um empresário dizia-me outro dia que poderia enviar, por exemplo, bolo do caco todos os dias para Lisboa. Considero a ideia fantástica. Gosto imenso de bolo do caco e não há ninguém em Lisboa que o faça tão bem como na Madeira.

Além deste produto, as pessoas podem enviar os seus produtos caseiros, como pão, vinho, ou mel.

Mas é evidente que as cadeias de supermercados têm a vida mais facilitada na medida em que já dispõe de canais de distribuição.

Madeirenses já ganharam

O aparecimento desta oferta no mercado vem esbater os preços na carga aérea?

Não vou falar em preços. Estudamos o mercado. É óbvio que os preços vão sofrer uma redução. Aliás, já sofreram desde que entrámos na linha, na ordem dos 20 a 40 por cento.

Independentemente das reacções que possam surgir no mercado, que podem haver todas, a partir de agora, quem já ganhou foram os

madeirenses. Quem pode perder é a Portway, a Agroar, a companhia portuguesa que assume o avião, e todos os parceiros de negócio que arriscaram quebrar com o imobilismo e estagnação que existia na Madeira. Colocamos a Madeira no mapa

Disse, há algum tempo, que a Portway ia colocar a Madeira no mapa... ... já a colocamos. Primeiro com a companhia Santa Bárbara. Não a

trouxemos. É mérito do aeroporto e do Turismo, mas começamos a dar-lhe assistência a um preço mais baixo.

A companhia começou a ganhar nos preços do handling e passou a poder praticar preços mais baixos.

Ganhamos aí.

Depois, dissemos que iríamos pôr as companhias a voar para a Madeira. Pelo menos aquelas que são nossas clientes. Queremos que os clientes nossos que voam para o continente, também o façam para a Madeira e, se possível, também para os Açores, para onde já temos licença para operar, mas ainda não estamos. Mas um dia havemos de estar.

Temos relações privilegiadas com os nossos clientes. Vão para além de relações comerciais. São quase de amizade.

Por isso, não foi difícil convencer a easyJet a vir conhecer a ilha da Madeira. As primeiras vezes que a easyJet veio foram patrocinadas pela Portway. Depois foram encaminhados para as entidades competentes, da ANAM, do Turismo e do Governo da Madeira, que, com mérito, concluíram o processo. Vendemos a imagem da Madeira como estivéssemos a vender a nossa própria imagem.

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E, a juntar a esses dois pontos, há agora a carga...

Era talvez o desafio mas difícil. A liberalização é uma realidade recente e conseguimos montar a operação em tempo recorde.

Obtivemos um avião, uma companhia aérea, o licenciamento do INAC e um grupo de parceiros da Madeira e do continente, e ainda uma equipa de handling que conseguisse fazer uma rotação rápida todos os dias, e a horas certas, e a custos controlados.

Estes três projectos foram três remates e três zero. Em três oportunidades, não houve bolas ao poste. Foram remates certeiros.

E agora?

Em jeito de brincadeira, digo que não sei que desafio me vão colocar agora. Mas o nosso desejo é crescer mais. E já vou crescer com a easyjet e outras companhias, como a Sterling e a Aer lingus, que vão começar a voar para a Madeira no Inverno. São companhias assistidas por nós no continente. É evidente que há muito trabalho do turismo da Madeira e do aeroporto, mas temos um grande papel nesta questão.

50% pelo menos

O que representa para a Portway a Madeira?

É um óptimo destino turístico. Tem uma qualidade de vida boa, bons hotéis, pessoas acolhedoras, boa comida . É isto que tem de ser vendido. Existem destinos muito competitivos aqui à volta pelo que há que trazer tráfego para a Madeira.

Quais são os patamares mínimos que a Portway delineou para sustentar a operação cargueiro para a Madeira?

Há uma questão que surge clara nos nossos estudos. Sem falar em números, posso dizer que o sucesso desta rota mede-se única e

exclusivamente através do sucesso da ligação Madeira-Lisboa. O Lisboa-Madeira não constitui preocupação para nós.

Soubemos sempre que tínhamos de apostar num avião grande. Não tem capacidade para um 747 [Boeing], mas também não poderia ser pequeno, que seria muito curto para esta operação.

Mas também é verdade que só funcionaria se houvesse carga da Madeira. Sabemos que as ilhas, normalmente, tem problemas de produção.

Quer dizer que, mesmo que o avião voe cheio de Lisboa para cá, não é suficiente, se não existir procura da Madeira para o continente...

... não tem rendibilidade. Ou seja, não há rendibilidade querendo manter uma política de preços competitiva.

O que são os mínimos exigidos na viagem para Lisboa?

Nunca poderá ser inferior a 50% da capacidade de carga do avião. Mas há sempre que ponderar a relação densidade-peso.

Mas queremos, acima de tudo, contribuir para que a economia da Madeira funcione mais. Não é tanto a região autónoma, mas motivar as famílias para exportarem as suas bolachas, os seus vinhos, a banana das suas

fazendas... Ou o pescador, ou o produtor de peixe.

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disso, a juntar aos muitos madeirenses que vivem em Lisboa, existem muita gente de lá que gosta dos produtos da Madeira.

Que vantagens evidencia por ter sido o primeiro a chegar com uma operação de um avião cargueiro desta dimensão?

Quem chega primeiro, marca lugar. Hoje já existe procura para trazermos carga e não podemos corresponder.

Daqui para lá acabará por acontecer a mesma coisa.

Neste sentido, procuramos alocar carga para as empresas nossas parceiras neste projecto. Isto permite, às próprias empresas, planear.

Compromisso de um ano

Quando falou à pouco em particulares, a quem devem dirigir-se, se, na realidade, pretenderem expedir as suas produções? Com certeza não vão directamente à Portway...

A Portway negociou com dois transitários esta operação: um da Madeira e outro de Lisboa....

... têm o exclusivo, ou podem recorrer a outro transitário não parceiro? Qualquer transitário pode operar, através dos dois nossos parceiros que são a Logis Madeira e a Abreu Carga. Consideramos que é preciso planear bem para agir melhor. Se isto suceder, o que acredito, ganham os madeirenses, os continentais e as empresas da Madeira e do continente.

Gostava de deixar bem claro que a Portway não é uma companhia aérea. Somos um agente de handling que, a pedido de várias interesses, montou este projecto.

Há algum compromisso da Portway para se manter na linha durante determinado período de tempo?

Devo confessar que a Portway assumiu um compromisso anual. Flutuações podem influenciar

Isso quer dizer que, pelo menos durante um ano, vai aguentar a linha, independentemente dos resultados?

Obviamente que estamos muito dependentes do mercado e de flutuações de algo que não perspectivamos que podem influenciar o

desenvenvolvimento do projecto. Não estamos aqui para perder.

Com todo o respeito que temos pela senhora, não somos a Madre Teresa de Calcutá.

No Funchal, já empregamos cerca de 50 pessoas e temos vindo a

aumentar. Há que produzir suficiente para continuar a pagar os salários a estas pessoas.

Isto só é possível se, obviamente, gerarmos lucros nos nossos negócios. Não contem connosco para gerir um negócio que dá prejuízo. Não

acreditamos que tal venha a acontecer, mas, se porventura surgir, devido a qualquer flutuação do mercado, teríamos de pensar todo o projecto.

Fazemos mais que os outros

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na Madeira, é possível fazer o balanço destes primeiros meses de actividade na ilha?

Estamos muito satisfeitos com a aposta na Madeira, que sabíamos que era muito difícil. O mercado não é muito grande.

Mas dissemos desde o início que não vínhamos para cá para repartir mercado. Antes nos proposemos a alargar mercado.

Ao contrário do que acontecia antes, em que as pessoas ficavam apáticas nos aeroportos, entendemos que temos de ajudar a conquistar o mercado. Foi isso que fizemos através das companhias que assistimos.

Somos uma companhia pequena e sabemos as nossas limitações. Agora, o que é verdade é que em cerca de 10 meses de operação na Madeira, já fizemos mais do que muitos fizeram em muitos anos de actividade. Além disso, conseguimos que passasse a existir uma competição no mercado, que não havia na Madeira.

Vamos admitir que a operação do avião cargueiro é um sucesso e que existe grande procura nas duas “pernas” da ligação. Admite fazer mais que uma viagem diária ou ter um aparelho maior?

Essa é uma questão que, obviamente, colocamos em cima da mesa. Quando escolhemos este aviação, consideramos que é suficientemente generoso. Aviões curtos rapidamente ficariam cheios e obrigaria a elevar os preços.

Mas, se de hoje para amanhã consideramos necessário, em lugar de um 737 [Boeing] ter um 757 [Boeing], um Tupolev ou qualquer outro avião como um A330 [Airbus], iremos estudar com atenção.

Com quantas companhias trabalha a Portway nos aeroportos portugueses de Lisboa, Porto e Faro?

Com mais de 80 companhias. Entre elas temos as duas maiores, a easyJet e a Raynair.

Temos um controlo rigoroso de custos e praticamos os preços adequados às operações.

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