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PODER JUDICIÁRIO SEGUNDO TRIBUNAL DE ALÇADA CIVIL DÉCIMA CÂMARA

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Academic year: 2021

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PODER JUDICIÁRIO

SEGUNDO TRIBUNAL DE ALÇADA CIVIL

DÉCIMA CÂMARA APELAÇÃO SEM REVISÃO Nº 671.882-0/4 – PEDERNEIRAS Apelante: Instituto Nacional do Seguro Social – INSS Apelada: Benedita Maria dos Santos

ACIDENTE DO TRABALHO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. DIFERENÇAS. LIMITE TEMPORAL. MATÉRIA NÃO DEDUZIDA NAS RAZÕES DO INCIDENTE. INADMISSIBILIDADE. PRECLUSÃO. A apelação devolve ao Tribunal o conhecimento da matéria impugnada cumprindo-se o ditame "tantum devolutum quantum appellatum". O tema atinente ao limite temporal para apuração das diferenças não foi ventilado e, dessa forma, incluído no pedido aforado por meio da pretensão incidental. Quando a parte não pratica o ato ou o realiza fora do tempo, de forma irregular ou incompleta, perde a faculdade de assim agir. É o que a doutrina denomina de preclusão.

HONORÁRIOS PERICIAIS. Considerados o lugar da prestação do serviço, a natureza e a importância da causa, além do tempo e do trabalho exigidos para a execução do mister, a remuneração do Experto foi moderadamente fixada. Não comporta redução.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. A regra que orienta a fixação da verba honorária, em Ação de Embargos à Execução, está no art. 20, § 4° do Código de Processo Civil. Satisfeitas as alíneas "a", "b" e "c" do art. 20, § 3º do Código de Processo Civil, evidencia-se que o valor fixado remunera condignamente o trabalho desenvolvido pelo Advogado da Embargada.

Voto nº 5.938 Visto.

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SEGUNDO TRIBUNAL DE ALÇADA CIVIL

DÉCIMA CÂMARA

O INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS opôs Embargos à Execução na Ação de Prestações por Acidente do Trabalho que lhe é movida por BENEDITA MARIA DOS SANTOS, caracteres e qualificação das partes nos autos, alegando excesso de execução.

A Embargada apresentou impugnação (folhas 14/20). Houve manifestação da Promotoria de Justiça. Após a elaboração de cálculos pelo Perito Judicial, seguiu-se a entrega da prestação jurisdicional julgando improcedente o incidente, acolhido o laudo pericial, com a condenação do INSS aos pagamentos de honorários advocatícios de R$300,00 e honorários periciais fixados em 2 (dois) salários mínimos.

O INSS recorreu. Persegue a reforma da decisão enfatizando que:

"... não há o que se falar em diferenças, posto que houve pagamento de conta judicial homologada, na forma como tal, bem como, a imediata implantação administrativa do benefício ..." (folha 70).

Alternativamente requereu a redução dos honorários periciais e a exclusão da condenação dos honorários advocatícios.

BENEDITA MARIA DOS SANTOS apresentou contra-razões defendendo o acerto da decisão (folhas 76/78).

A PROMOTORIA DE JUSTIÇA opinou pelo não-provimento do recurso e a PROCURADORIA DE JUSTIÇA requereu "... sejam os autos remetidos ao Setor Contábil (...) para que o cálculo seja conferido ..." (folha 89).

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DÉCIMA CÂMARA

É o relatório, adotado no mais o da r. sentença.

A barafunda criada na sede de execução do título judicial impõe elucidação.

DO PROCESSO DE CONHECIMENTO

Em 29/9/88 BENEDITA MARIA DOS SANTOS ingressou com Ação de Prestações por Acidente de Trabalho contra INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS. Vencidas as diligências houve entrega da prestação jurisdicional julgando procedente a pretensão (folhas 109/113 do apenso).

DO PROCESSO DE EXECUÇÃO

Com o trânsito em julgado, os autos foram remetidos ao Contador Judicial. Elaborada a conta, manifestaram-se as partes. O r. Juízo definiu em 25/10/93:

"... Homologo para que produza jurídicos e legais efeitos a conta de liquidação às fls. 148/150.

Oportunamente expeça-se precatório ..." (folha

155 verso do apenso).

Em 5/6/91 o Cartório certificou:

"... em 21/12/93 transitou em julgado a r. sentença de fls. 154 vº ..." (folha 156).

Em 10/1/94 foi expedido ofício requisitório: "... da importância de CR$331.323,29 ..." (folha 158 do apenso).

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DÉCIMA CÂMARA

Em 30/3/94 foi juntada aos autos guia relativo ao depósito judicial efetuado pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS em 30/3/94 no valor de CR$3.149.087,05 (folhas 160/161 do apenso ).

Em 2/5/94 BENEDITA MARIA DOS SANTOS procedeu ao levantamento de CR$2.664.127,64 (folha 170 do apenso).

Os autos foram remetidos ao contador sendo apurado o valor de R$506,45 para julho de 1994,a favor da Segurada (folha 173 do apenso).

Em 8/3/95 o r. Juízo homologou o cálculo. O INSS recorreu (folhas 190/193 do apenso). O recurso não foi conhecido (folhas 225/226 do apenso).

Em 2/8/96 BENEDITA MARIA DOS SANTOS apresentou cálculo de liqüidação indicando o total de R$7.398,92 (folha 246 do apenso).

Citado, o INSS opôs Embargos que foram julgados improcedentes. No julgamento do Recurso de Apelação interposto pela Autarquia, por acórdão, foi acolhido parcialmente o apelo "... para que os cálculos sejam refeitos de acordo com os índices próprios já apontados ..." (folha 59).

Em 25/11/98 BENEDITA MARIA DOS SANTOS juntou cálculo de liquidação apontando o valor de R$9.725,78 (folha 8 do apenso).

Citado, o INSS opôs Embargos. DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO

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DÉCIMA CÂMARA

Ação de conhecimento incidental, os Embar-gos facultam ao Executado que se oponha à Ação de Execução. Para atender a Teoria da Substanciação, deve ser declinada a razão pela qual se está pedindo a prestação jurisdicional, sempre voltada à formação ou constituição do título. A natureza jurídica da decisão neles proferida, quando procedentes, é a de sentença constitutiva negativa.

Não havia lugar nem previsão legal para citação do INSS, uma vez que se tratava de cálculo de atualização para apuração de eventuais diferenças entre o valor depositado e o correto. Bastava uma decisão judicial com simples requisição de pagamento em complemento, caso existissem, ou a extinção da execução na hipótese de estar correto o depósito.

O bom senso recomenda o aproveitamento dos atos compatíveis evitando-se a nulidade do processo, circunstância que premia o esforço e o tempo já empregados.

A apelação devolve ao Tribunal o conhecimento da matéria impugnada cumprindo-se o ditame tantum devolutum quantum appellatum. O tema atinente ao limite temporal para apuração das diferenças não foi ventilado e, dessa forma, incluído no pedido aforado por meio da pretensão incidental.

Nas razões do incidente a Autarquia foi clara e precisa na matéria impugnada:

"... nada é devido à Exequente, uma vez que já houve o pagamento de tudo quanto lhe era devido dentro destes autos ..." (folha 3).

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DÉCIMA CÂMARA

Não questionou o período de cálculo das diferenças. Competia ao Embargante deduzir o tema nas razões do incidente. Não o fazendo, inadmissível a argüição após a oposição dos Embargos.

O recurso, nessa parte, não pode ser conhecido.

Quando a parte não pratica o ato ou o realiza fora do tempo, de forma irregular ou incompleta, perde a faculdade de assim agir. É o que a doutrina denomina de preclusão.

"Os embargos do executado constituem ação. De seu exercício resulta, incidentalmente, processo de conhecimento cuja lide especifica provém de conflito de interesses, no plano do juízo, embora seu escopo imediato seja conter a atividade juris-satisfativa peculiar ao processo de execução"; e, nessa linha, "os princípios que regularam o processo e o procedimento de embargos do executado são, pois, os próprios de todos os processos e procedimentos resultantes do exercício do direito de ação de conhecimento. O 'decisum´ e sua eficácia vinculam-se à postulação. A 'res in judicium deducta´ dá a medida da cognição do juiz e da 'res judicata´ decorrente da solução da lide que nela se traduz1".

"Ao Judiciário mostra-se defeso apreciar questões concernentes a direitos disponíveis e não enquadráveis entre aquelas conhecíveis de ofício (art. 267, III do CPC) se não tiverem sido argüidas de forma específica pelo interessado 2".

As diferenças do depósito feito pelo INSS e do benefício já implantado existem e devem ser pagas

1 - Celso Neves, Comentários ao Código de Processo Civil, ed. Forense, v.VII/194, n. 99.

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DÉCIMA CÂMARA

pela Autarquia. A questão foi decidida de forma definitiva no julgamento do Recurso de Apelação interposto contra a r. sentença que julgou improcedentes os Embargos à Execução opostos anteriormente:

"... a execução não se restringe à atualização da diferença já apontada na conta de fls. 172. Embora a autarquia tenha implantado o benefício a partir de setembro de 1993, não o fez de acordo com o determinado na r. sentença exequenda, de sorte que deve pagar as diferenças entre os valores pagos e aqueles efetivamente devidos. Não se trata aqui de revisão de benefício como alega a embargante, nem de inovar-se a lide, mas, simplesmente, de cumprir-se o que foi determinado no processo de conhecimento ..." (folha 59 do apenso).

Desnecessária a remessa dos autos ao Contador Judicial, como requerido pela Procuradoria de Justiça. Os elementos (dos autos) são suficientes para o desate da pendenga.

Diante da controvérsia sobre os valores apresentados, foi nomeado Perito Judicial que apresentou laudo apontando como saldo devedor do INSS o valor de R$1.939,51, aceito como correto pela Embargada e acolhido pelo r. Juízo. No cálculo foram utilizados os índices previdenciários; não há incorreção.

A composição da justa retribuição ao trabalho desenvolvido pelo Perito Judicial fica atrelada ao prudente arbítrio e à consciência do julgador, que deve traçar, objetivamente, paradigmas de ordem subjetiva. Um bom critério é a aplicação do artigo 20, parágrafos 3º e 4° do Código de Processo Civil e a utilização da equidade3.

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DÉCIMA CÂMARA

Considerados o lugar da prestação do serviço, a natureza e a importância da causa, além do tempo e do trabalho exigidos para a execução do mister, a remuneração do Experto foi moderadamente fixada. Não comporta redução.

A regra que orienta a fixação da verba honorária, em Ação de Embargos à Execução, está no art. 20, § 4° do Código de Processo Civil, uma vez que não há condenação e tem lugar a equidade4, de sorte que remete à consciência do julgador a composição da justa retribuição ao trabalho desenvolvido pelo patrono da parte vencedora, traçando, objetivamente, paradigmas de ordem subjetiva.

Satisfeitas as alíneas "a", "b" e "c" do art. 20, § 3º do Código de Processo Civil, evidencia-se que o valor fixado remunera condignamente o trabalho desenvolvido pelo Advogado da Embargada.

Em face ao exposto, na parte conhecida, nega-se provimento ao recurso.

IRINEU PEDROTTI Relator

caso concreto".

Referências

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