ACORDO COLETIVO DE TRABALHO 2010/2011
NÚMERO DE REGISTRO NO MTE: SP010897/2010 DATA DE REGISTRO NO MTE: 07/10/2010 NÚMERO DA SOLICITAÇÃO: MR051575/2010 NÚMERO DO PROCESSO: 46384.000104/2010-38 DATA DO PROTOCOLO: 29/09/2010
SINDICATO DOS EMPREGADOS RURAIS DE LEME, CNPJ n. 96.509.112/0001-41, neste ato representado(a) por seu Presidente, Sr(a). SANDOVAL ALVES BRITO; SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE IBATE - SP, CNPJ n.
02.686.162/0001-50, neste ato representado(a) por seu Presidente, Sr(a). DANIEL VICENTE;
SINDICATO DOS EMPREGADOS RURAIS DE DESCALVADO, CNPJ n. 47.545.918/0001-80, neste ato representado(a) por seu Membro de Diretoria Colegiada, Sr(a). SEBASTIAO CRUPPI;
SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE SAO CARLOS, CNPJ n. 59.622.431/0001-32, neste ato representado(a) por seu Vice-Presidente, Sr(a). JOSE GARCIA DIAS;
E
USINA IPIRANGA DE ACUCAR E ALCOOL LTDA, CNPJ n. 47.544.176/0001-78, neste ato representado(a) por seu Diretor, Sr(a). HUMBERTO TITOTO;
celebram o presente ACORDO COLETIVO DE TRABALHO, estipulando as condições de trabalho previstas nas cláusulas seguintes:
CLÁUSULA PRIMEIRA - VIGÊNCIA E DATA-BASE
As partes fixam a vigência do presente Acordo Coletivo de Trabalho no período de 1º de maio de 2010 a 30 de abril de 2011 e a data-base da categoria em 1º de maio. CLÁUSULA SEGUNDA - ABRANGÊNCIA
O presente Acordo Coletivo de Trabalho, aplicável no âmbito da(s) empresa(s) acordante(s), abrangerá a(s) categoria(s) Canavieiros, com abrangência territorial em Descalvado/SP, Ibaté/SP, Leme/SP, Porto Ferreira/SP, Santa Rita do Passa Quatro/SP e São Carlos/SP.
Salários, Reajustes e Pagamento Piso Salarial
CLÁUSULA TERCEIRA - PISO SALARIAL
O Piso Salarial da Categoria a partir de 01/05/2010 é de R$ 643,98 por mês, R$ 21,47 por dia e R$ 2,93 por hora.
Reajustes/Correções Salariais CLÁUSULA QUARTA - REAJUSTE SALARIAL
A partir de 1º de maio de 2010, o piso salarial será corrigido com o percentual de 10,00% (dez por cento) e o preço da tonelada de cana será corrigido com o percentual de 7,00% (sete por cento) sobre o valor pago pela tonelada de cana em 1º de Maio de 2009, em cumprimento ao disposto nos artigos 10 e 13 § 2º da Medida Provisória nº 1.950-64, de 26/05/2000, ficando quitados eventuais direitos dela decorrentes e de toda legislação em vigor
Pagamento de Salário Formas e Prazos CLÁUSULA QUINTA - PAGAMENTO DE SALÁRIOS
Obrigação do pagamento dos salários em dinheiro ou ordem de pagamento bancária, excluída qualquer outra modalidade, e durante a jornada.
PARÁGRAFO PRIMEIRO - Os pagamentos quinzenais não deverão ultrapassar o 5º (quinto) dia subseqüente.
PARÁGRAFO SEGUNDO - Ficam convalidados eventuais acordos firmados entre as empresas e as respectivas entidades sindicais representativas dos trabalhadores, disciplinando a concessão de adiantamento quinzenal -
vale .
Salário produção ou tarefa CLÁUSULA SEXTA - PREÇO TONELADA DE CANA
O preço da tonelada para o corte de cana-de-açúcar a partir de 1º de maio de 2010, são os seguintes: para o corte de cana de 18 meses é de R$ 3,5424 por tonelada e para o de outros cortes é de R$ 3,4123 por tonelada, respeitadas as condições regionais mais favoráveis.
PARÁGRAFO ÚNICO Os demais salários praticados no âmbito da empresa serão reajustados em 7,00% (sete por cento), a partir 01/05/2010. CLÁUSULA SÉTIMA - REMUNERAÇÃO DO BITUQUEIRO
Durante o período de safra, aos trabalhadores, CATADORES DE CANA (bituqueiros), seja qual for o critério da respectiva remuneração, será assegurado, como remuneração mínima, o valor da diária estipulada
conforme os critérios da cláusula segunda com o adicional de 20% (vinte por cento).
Descontos Salariais CLÁUSULA OITAVA - DOS DESCONTOS
Ficam proibidos os descontos genéricos, devendo cada parcela ser discriminada a que título for e o motivo do desconto.
Outras normas referentes a salários, reajustes, pagamentos e critérios para cálculo
CLÁUSULA NONA - PAGAMENTOS DE SALARIOS INTEGRAIS
Pagamento pelos empregadores aos trabalhadores da diária nos dias em que não houver trabalho em virtude da ocorrência de chuvas, falta de cana
queimada, ou outros fatores alheios à vontade do trabalhador, anotada sua presença no local de serviços e, desde que permaneça à disposição
daquelas, sendo obrigatória a presença do veículo transportador no local costumeiro de embarque.
PARÁGRAFO ÚNICO- Na hipótese de o trabalhador não trabalhar parte do dia em razão dos motivos acima, fará ele jus ao pagamento de sua efetiva produção no dia e ao pagamento da diária, proporcionalmente, às horas de complementação da jornada.
CLÁUSULA DÉCIMA - MODO DE AFERIÇÃO-PREÇO-TONELADA E MUDANÇA NA FORMA DE REMUNERAÇÃO TONELADA
No início do corte de cada talhão, o representante dos empregadores
comunicará aos trabalhadores o preço provisório para o corte do metro linear da cana desse talhão.
Esse preço provisório será considerado mínimo, estando sujeito a alteração a maior em função do resultado da pesagem da cana de amostra para a conversão de metros lineares em tonelada, na forma descrita a seguir:
- A produção de cana cortada será diariamente medida por metro linear, na terceira rua ou linha com emprego de compasso fixo de dois metros, com ponta de ferro, na presença do trabalhador interessado, fazendo-se, nesta oportunidade, a conversão do preço da tonelada para o preço correspondente
do metro linear.
Para esse efeito, ao se iniciar o corte de um talhão, um caminhão será carregado com carga colhida pelo trabalhador oriunda de até três pontos diferentes desse talhão, o qual servirá de amostragem, devendo essa carga de cana ter sido medida com o compasso nas condições acima.
O caminhão seguirá para a balança para pesagem de carga, assegurado o direito de acompanhá-lo, sem ônus para os empregadores.
A relação tonelada/metros lineares encontrada na carga de cana será observada como padrão para a conversão de toda a cana do mesmo talhão. As Usinas ou Destilarias darão prioridade a pesagem e descarga de cana de amostragem a que se refere esta cláusula, seja ela das companhias agrícolas ou de fornecedores, ficando assegurado que, até o final de cada dia, os cortadores terão conhecimento do preço do corte do metro linear de cana que cortaram durante esse dia.
PARÁGRAFO ÚNICO: As partes se comprometem a manter tratativas no sentido de alterar o sistema de remuneração passando de tonelada para metro linear, se possível ainda na vigência da presente convenção Coletiva. CLÁUSULA DÉCIMA PRIMEIRA - COMPROVANTES DE PRODUÇÃO Obrigatoriedade do empregador em fornecer, diariamente, comprovante de produção com seu nome e do trabalhador, o número do talhão, a quantidade de cana cortada e seu correspondente valor em dinheiro.
CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA - ENVELOPES DE PAGAMENTO Fornecimento a cada trabalhador de comprovante de pagamento com a discriminação das importâncias pagas e dos descontos efetuados, e a identificação daquele e do empregador, devendo em caso de dúvida ou erro prevalecer os valores de produção constantes dos comprovantes previstos na cláusula décima sexta.
CLÁUSULA DÉCIMA TERCEIRA - COMPLEMENTAÇÃO DE REMUNERAÇÃO
Os empregadores se obrigam a pagar a diferença correspondente à
complementação da remuneração devida ao trabalhador durante o período de inatividade por acidente de trabalho com estabilidade do trabalhador na forma da Lei.
PARÁGRAFO ÚNICO - Se a Previdência não conceder o auxílio acidente, por motivo atribuível àquele Órgão e cabendo a prova de tal fato ao
trabalhador por via de documento oficial por aquela concedida , ficam os empregadores obrigados aos pagamento do salário normativo durante o período de até de até 45 (quarenta e cinco) dias do afastamento do serviço, na data do pagamento dos demais salários.
Gratificações, Adicionais, Auxílios e Outros Adicional de Hora-Extra
CLÁUSULA DÉCIMA QUARTA - HORAS EXTRAS
Remuneração das 02 (duas) primeiras horas extras com acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) , e subseqüentes de 70% (setenta por cento) em relação a remuneração das normais.
Adicional Noturno
CLÁUSULA DÉCIMA QUINTA - ADICIONAL NOTURNO
A hora noturna, nos termos da Lei, será remunerada com o adicional de 30% (trinta por cento) , a incidir sobre o valor da hora normal.
Outros Adicionais
CLÁUSULA DÉCIMA SEXTA - SALÁRIO IN ITINERE
Os trabalhadores não residentes em propriedades dos empregadores, remunerados por produção, que tenham direito ao salário in itinere nas condições dos Enunciados 90, 324 e 325 do TST, farão jus durante ao período de corte de cana a 01 (uma) hora extraordinária por dia, no valor do salário estabelecido acrescido de 50% (cinqüenta por cento), a título de salário in itinere , que fica assim pré-fixado.
PARÁGRAFO PRIMEIRO - Os trabalhadores com salário fixo, farão jus à remuneração da hora in itinere , sem qualquer acréscimo, se essa hora estiver integrada na jornada normal de 7,20 horas de trabalho diário e, com acréscimo de 50% (cinqüenta por cento), se extraordinária.
PARÁGRAFO SEGUNDO - Na entressafra a hora in itinere , se integrada à jornada normal de trabalho, será remunerada no valor da simples e
calculada em função da diária estabelecida, sem qualquer acréscimo.
Participação nos Lucros e/ou Resultados
CLÁUSULA DÉCIMA SÉTIMA - PPR-PROGRAMA DE PARTICIPAÇÃO NOS RESULTADOS
PPR - PROGRAMA DE PARTICIPAÇÃO NOS RESULTADOS
11.1 - ABRANGÊNCIA: Este programa abrangerá todos Trabalhadores registrados na Usina Ipiranga de Açúcar e Álcool Ltda, que desenvolvem as atividades de corte, plantio e do cultivo da cana de açúcar.
11.2 - OBJETIVO E VIGÊNCIA: A empregadora proporcionará aos seus empregados no período de 01/04/2010 à 31/03/2011, o PROGRAMA DE PARTICIPAÇÃO NOS RESULTADOS - PPR, como meio de motivação, interação, comprometimento com as atividades da empresa, e melhores condições de trabalho.
11.3 - INDICADORES DAS METAS E RESULTADOS: As partes estabelecem o programa de metas e resultados a serem atingidos no período de 01/04/10 à 31/03/2011, conforme abaixo:
11.3.1 - PARA OS TRABALHADORES RURAIS: - As tabelas com as metas de resultados e as distribuições correspondentes encontram-se nos anexo I, que passam a ser parte integrante do presente acordo.
1. FATORES DE AVALIAÇÃO SAFRA CORTE e PLANTIO 1.1 - QUALIDADE;
1.2 - ABSENTEÍSMO INDIVIDUAL;
1.3 - PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA; 1.4 - COMPORTAMENTO.
11.4 - QUOTA DE PARTICIPAÇAO: Atingidos as metas e os resultados mencionados nos itens 11.3.1, o pagamento da participação será a seguinte: 11.4.1 Para os trabalhadores rurais: Será pago aos empregados elegíveis no PROGRAMA DE PARTICIPAÇÃO NOS RESULTADOS PPR o percentual alcançado, respeitando seu grau parcial ou total de obtenção de êxito, calculado sobre a média do salário bruto recebido no período de abril de 2010 a março de 2011 para o trabalhadores fixos. Para os trabalhadores safristas, o pagamento será de acordo com o item 11.6.
11.5 PAGAMENTO PARA EMPREGADOS FIXOS: O pagamento da quota de participação no PPR será efetuado da seguinte forma:
A quitação do PPR será no dia 20/04/2011, utilizando-se como base de cálculo, para os trabalhadores rurais, a média do salário bruto, recebidos no período de abril de 2010 a março de 2011.
Haverá adiantamento no importe de 60% do valor apurado até 31/12/2010 que será pago no dia 06/02/11, utilizando-se como base de cálculo, para os trabalhadores rurais, a média do salário bruto recebido no período de maio à dezembro de 2010, desde que não seja extrapolado o limite de faltas até a data do efetivo pagamento;
O pagamento será feito através de crédito em conta corrente, sendo certo que o funcionário que não possuir conta corrente ou por algum motivo a mesma esteja indisponível/bloqueada, o valor a que fizer jus ficará à disposição do funcionário na sede da empresa.
11.5.1 - Fica ajustado que o valor a título de adiantamento do PPR efetuado aos funcionários que fizerem jus ao mesmo, nos termos do caput desta cláusula quinta, será descontado do valor do PPR a ser pago no dia 20/04/2011.
11.5.2 - Caso o empregado receba o adiantamento (60%) no dia 06/02/2011 e após esta data tiver faltas, e em decorrência delas perder o direito ao PPR, ou mesmo que o seu valor a receber seja inferior ao valor pago à título de adiantamento, fica autorizada a empresa à descontar o valor pago à maior do salário do mês de abril de 2011.
11.5.3 - Caso o empregado receba o adiantamento (60%) no dia 06/02/2011, e após esta data venha a solicitar demissão ou seja dispensado por justa causa, a empresa fica autorizada a descontar das verbas rescisórias o valor pago a título de adiantamento.
11.6 PAGAMENTO PARA EMPREGADOS SAFRISTAS: O pagamento da quota de participação no PPR será efetuado da seguinte forma:
- Após os resultados das metas do período, de acordo com o percentual atingido, a quitação do PPR será de uma única parcela, no pagamento da rescisão de contrato, utilizando-se como base de cálculo a média do salário bruto recebido ns meses laborados no período considerado de safra.
11.7 ELEGIBILIDADE: São elegíveis no PPR, todos os empregados que tiverem cumprido pelo menos 30 dias de trabalho no período de vigência desse programa.
11.7.1 - Empregados admitidos após 01/04/2010, terão direito ao PPR proporcional ao número de meses trabalhados.
11.7.2 - Os empregados que pedirem demissão ou forem dispensados por Justa Causa não terão direito ao recebimento do PPR.
11.7.3 - Os empregados dispensados sem justa causa, receberão o PPR proporcional ao número de meses trabalhados até a dispensa.
11.8 - PROPORCIONALIDADE DA PARTICIPAÇÃO: Terão direito a participação de 1/12 avos, respeitando-se as condições previstas nesta
clausula e seus respectivos itens, independentemente do tipo de contrato firmado com a empresa, EXCETO o período de experiência caso não seja efetivado, e em sendo efetivado será retroagido para contagem de tempo de serviço desde o primeiro dia de trabalho.
11.8.1 - Terão direito ao pagamento proporcional de 1/12 avos do PPR os funcionários que tenham efetivamente trabalhado 15 (quinze) dias no mês de admissão ou demissão, respeitando-se as condições estabelecidas na cláusula 11.7.
11.8.2 - Para fins de proporcionalidade para o potencial pagamento, será considerado o período de 01/04/2010 à 31/03/2011.
11.9 - DIVERGÊNCIA: Fica estabelecido que eventuais dúvidas ou divergências que surgirem sobre os termos deste Acordo Coletivo serão dirimidas pela comissão prevista na cláusula 11.13.
11.10 - DIVULGAÇÃO E INFORMAÇÃO: As partes se comprometem a divulgar mensalmente até o décimo dia útil do mês subsequente os resultados parciais do PPR, sendo que o resultado final será divulgado até o décimo dia do mês de abril de 2011. A divulgação deverá ser realizada de forma clara e objetiva, devendo constar dos quadros de avisos, reuniões, circulares e outros meios que se fizerem necessários para alcançar de forma plena o conhecimento e esclarecimentos dos empregados.
11.11 CONTROVÉRSIAS: As controvérsias e/ou dúvidas resultantes da aplicação desta cláusula, não sanadas pela via eleita no item 11.13, serão dirimidas pela Justiça do Trabalho, conforme disposto no artigo número 625 da C.L.T.
11.12 INCIDÊNCIAS: Conforme estabelecido no artigo 3º da lei 10.101 de 19/12/2000, o pagamento deste Programa de Participação nos Resultados (PPR) não constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista ou previdenciário, não se lhe aplicando o principio da habitualidade, com exceção do imposto de renda, se houver, ficando a cargo da empresa a retenção e recolhimento de referido tributo, nos termos do parágrafo quinto do referido artigo.
11.13 COMISSÃO: A Comissão prevista na referida lei que representará os empregados no acompanhamento e controle do PPR será integrada pelos seguintes funcionários: Armando C. Alves de Mello, Gilberto Andriolli, Gabriela Cristina Bentlin, Benedito Moreno.
11.13.1 - Aos empregados membros que integram a Comissão do Programa de Participação nos Resultados não será garantido nenhum tipo de estabilidade na empresa.
CLÁUSULA DÉCIMA OITAVA - CESTA BÁSICA OU TICKET ALIMENTAÇÃO
A Empresa compromete-se a conceder a partir de 01/05/2011, a todos os seus funcionários abrangidos por este acordo coletivo, a entrega mensal de cesta básica ou ticket alimentação, cujos valores serão oportunamente estabelecidos.
Auxílio Doença/Invalidez
CLÁUSULA DÉCIMA NONA - AFASTAMENTO DE SERVIÇO POR DOENÇA
Os empregadores se comprometem a pagar a diferença entre o salário normativo e o auxílio previdenciário ao trabalhador, durante o período de até 45 dias de afastamento, dos serviços por motivo de doença, devidamente comprovada perante a Previdência Social Rural, nos termos da Lei 7.604/87 e da Portaria PT-GM 4.048/87.
PARÁGRAFO ÚNICO - Se a Previdência não conceder o auxílio doença, por motivo atribuível àquele Órgão e cabendo a prova de tal fato ao trabalhador, por via de documento oficial concedido pela Previdência Social, ficam os empregadores obrigados ao pagamento do salário normativo durante o período de até 45 dias do afastamento do serviço, na data do pagamento dos demais salários.
Auxílio Morte/Funeral CLÁUSULA VIGÉSIMA - AUXILIO FUNERAL
Garantia da percepção única de 08 (oito) salários normativos ao dependente legal do trabalhador morto, acidental ou naturalmente habilitado pela
Previdência Social ou pelo Juízo Cível, que serão pagos em única vez, pelas Empregadoras ou Companhias Seguradoras.
Aposentadoria
CLÁUSULA VIGÉSIMA PRIMEIRA - APOSENTADORIAS -GARANTIA Aos empregados que comprovadamente estiverem a um máximo de 12 (doze) meses da aquisição do direito a aposentadoria, por tempo de serviço integral, e que contarem no mínimo com 10 (dez) anos de serviço,
ininterruptos, na mesma empresa, fica assegurado o emprego ou salário durante o período que faltar para aposentar-se, ressalvada a falta grave. O empregado, para fazer uso do benefício desta cláusula, deverá comprovar
sua condição no prazo de 30 dias a contar do desligamento.
Contrato de Trabalho Admissão, Demissão, Modalidades Normas para Admissão/Contratação
CLÁUSULA VIGÉSIMA SEGUNDA - CONTRATOS DE TRABALHO Os contratos de trabalho, na vigência desta convenção, serão celebrados, diretamente entre o empregador e o trabalhador rural, evitando-se a contratação por intermediários, salvo empresas regularmente constituídas, hipótese em que o tomador da mão de obra ficará obrigado solidariamente pelo fiel cumprimento de todas as cláusulas desta Convenção.
PARÁGRAFO ÚNICO - O instrumento de contrato individual de trabalho firmado entre o trabalhador rural e os empregadores, obrigam-se estes a fornecer a 2ª (segunda) via ao contratado.
CLÁUSULA VIGÉSIMA TERCEIRA - CONTRATOS DE TRABALHADORES RURAIS
Os empregadores, durante a presente safra, darão preferência à contratação dos trabalhadores da safra anterior e residentes no município sede daquela, em igualdade de condições, respeitadas as demais cláusulas desta
convenção também para os oriundos de outras regiões.
CLÁUSULA VIGÉSIMA QUARTA - CADASTRAMENTO NO PIS
Cadastramento no PIS de todos os trabalhadores rurais com a indispensável entrega, por parte dos empregadores rurais, da RAIS na Caixa Econômica Federal, no prazo da Lei.
CLÁUSULA VIGÉSIMA QUINTA - EXTRATOS DOS DEPÓSITOS DE FGTS
Para os trabalhadores residentes nas propriedades dos empregadores, quando seu extrato for entregue pela Caixa Econômica Federal no endereço do empregador, este providenciará a distribuição do mesmo na data de entrega do comprovante e pagamento, subseqüente ao recebimento.
CLÁUSULA VIGÉSIMA SEXTA - VERBAS DOS TRABALHADORES RURAIS
A parcela do 13º salário, o documento para saque do FGTS e parcelas das férias serão devidas apenas aos empregados safristas despedidos durante ou no final da safra.
PARÁGRAFO PRIMEIRO - Para os que permanecerem trabalhando no período de entressafra essas parcelas serão pagas de acordo com a lei. PARÁGRAFO SEGUNDO - A parcela referente ao descanso semanal remunerado só será devida se houver o comparecimento do trabalhador durante a semana, de acordo com a Lei.
Outras normas referentes a admissão, demissão e modalidades de contratação CLÁUSULA VIGÉSIMA SÉTIMA - ADMISSÃO APÓS A DATA BASE
Ficam assegurados os MESMOS PERCENTUAIS contidos nas cláusulas acima aos trabalhadores rurais admitidos após a data base (01 de maio de 2010), limitando-se ao salário reajustado do trabalhador mais antigo admitido até (30/04/2010) que exerça a mesma função.
CLÁUSULA VIGÉSIMA OITAVA - ENTREGA DE DOCUMENTOS
Obrigatoriedade dos Empregadores Rurais, através de seus prepostos, se exigidos pelos mesmos, quando do recebimento da CTPS, certidão de nascimento ou casamento, o façam mediante recibo a favor do trabalhador rural.
CLÁUSULA VIGÉSIMA NONA - ATESTADOS MÉDICOS E ODONTOLÓGICOS
Serão aceitos os atestados médicos e odontológicos expedidos nos termos da Lei
Relações de Trabalho Condições de Trabalho, Normas de Pessoal e Estabilidades
CLÁUSULA TRIGÉSIMA - GRATUIDADE DE INSTRUMENTOS DE TRABALHO
Fornecimento gratuito pelos empregadores aos trabalhadores de
instrumentos de trabalho no local da prestação de serviços, cujo transporte poderá ser feito no mesmo veículo, em compartimento separado, onde as ferramentas e as limas necessárias ficarão, diariamente, guardadas e repostas quando necessário.
Igualdade de Oportunidades
CLÁUSULA TRIGÉSIMA PRIMEIRA - GARANTIA DE SALÁRIO DO SUBSTITUÍDO
Garantia ao trabalhador rural admitido para função de outro dispensado, de salário igual ao do trabalhador de menor salário naquela função sem
considerar vantagens pessoais.
CLÁUSULA TRIGÉSIMA SEGUNDA - NÃO DISCRIMINAÇÃO
Proibição de diferenças de salários, de exercício de função e de critérios da admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.
Estabilidade Serviço Militar
CLÁUSULA TRIGÉSIMA TERCEIRA - CLÁUSULA TRIGÉSIMA QUARTA - SERVIÇO MILITAR
Serão protegidos nos termos da Lei, os trabalhadores em idade de prestação de serviço militar
Outras normas referentes a condições para o exercício do trabalho CLÁUSULA TRIGÉSIMA QUARTA - CORTE DE CANA
Estabelecimento do corte de cana pelo sistema de 5 ruas, despontada, amontoada ou esteirada, respeitados os usos e costumes de cada região.
Outras estabilidades
Fica assegurada a estabilidade provisória para gestante nos termos da Lei. PARÁGRAFO ÚNICO - Recomenda-se que, a critério do médico, devendo ser o da empresa quando houver, quando o estado de gravidez da
trabalhadora estiver sendo prejudicado pelas condições de trabalho, e na impossibilidade da mesma exercer outra função compatível com o seu
estado, e a vista do atestado do médico que a acompanha, os empregadores antecipem o afastamento.
Jornada de Trabalho Duração, Distribuição, Controle, Faltas Compensação de Jornada
CLÁUSULA TRIGÉSIMA SEXTA - COMPENSAÇÃO DE FERIADOS Os empregadores poderão estabelecer programa de compensação de dias úteis intercalados entre domingos e feriados e fins de semana e carnaval, de sorte a conceder aos empregados um período mais prolongado de descanso, mediante entendimento direto com a maioria dos empregados dos setores envolvidos.
A ratificação pela Diretoria do Sindicato se dará no próprio documento da compensação.
Fica autorizado a implantação no âmbito das empresas acordantes, o sistema de compensação de jornada BANCO DE HORAS , com fundamento no Artigo 59 da CLT, com nova redação dada pela Lei 9.601, de 21/01/98, cujos termos deverão ser rubricados pela Entidade Sindical.
Férias e Licenças
Outras disposições sobre férias e licenças CLÁUSULA TRIGÉSIMA SÉTIMA - FÉRIAS
Obrigatoriedade dos Empregadores Rurais ao concederem férias individuais ou coletivas de que as mesmas sempre se iniciem no 1º (primeiro) dia útil da semana.
Na hipótese de casamento os empregadores rurais, farão coincidir a data daquele com a data do gozo de férias de seu trabalhador rural, desde que o empregado comunique ao empregador com trinta dias de antecedência.
Saúde e Segurança do Trabalhador Condições de Ambiente de Trabalho CLÁUSULA TRIGÉSIMA OITAVA - MARMITA TÉRMICA
Os empregadores, uma única vez, no início da safra ou quando da admissão do trabalhador rural, mediante recibo, fornecerão gratuitamente marmita térmica , preferencialmente revestida de plástico, para cumprir o disposto nos itens 24.6.3.1 e 24.6.3.2, da Portaria nº 13, de 17/09/93, da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho.
O trabalhador rural fica responsável pela guarda, uso adequado e conservação e higienização regular da marmita térmica , obrigando-se a devolvê-la quando da cessação do contrato de trabalho. A não devolução da
marmita térmica , implicará na autorização do desconto.
Os Empregadores se comprometem a cumprir integralmente a NR n. 31, sob pena de incidir em multa diária, até o adimplemento da mesma, cuja multa será revertida aos trabalhadores.
CLÁUSULA TRIGÉSIMA NONA - INSTALAÇÃO SANITÁRIA, ABRIGO, ÁGUA POTÁVEL E CAIXAS COM MEDICAMENTOS E MATE
Obrigatoriedade do empregador no oferecimento aos trabalhadores, no mínimo, de barracas removíveis para fins sanitários abrigos contra chuvas e outras intempéries, onde haverá obrigatoriamente água potável em
recipientes higiênicos, podendo servir como abrigo o próprio veículo
transportador que, nesse caso, permanecerá nos locais de trabalho durante toda a jornada.
Manutenção pelos Empregadores, nos locais de trabalho, de caixa com medicamentos e materiais de primeiros socorros.
Em caso de acidente de trabalho, os empregadores providenciarão condução adequada para o socorro imediato do acidentado.
Equipamentos de Segurança
CLÁUSULA QUADRAGÉSIMA - APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
Quando for exigido pelos empregadores a aplicação de defensivos agrícolas serão fornecidos aos trabalhadores equipamentos adequados à segurança
nos termos da Lei.
PARÁGRAFO ÚNICO - Os empregadores rurais deverão ministrar aos trabalhadores rurais, que exerçam esta atividade, curso para aplicação de defensivos agrícolas, onde serão esclarecidos os riscos deste trabalho.
Equipamentos de Proteção Individual
CLÁUSULA QUADRAGÉSIMA PRIMEIRA - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO E SEGURANÇA
Fornecimento gratuito pelo empregador de equipamentos e meios de proteção individual necessários à execução dos serviços, tais como luvas, sapatão, óculos, polainas próprias para o corte de cana e roupa adequada ao trabalho, mantendo-se peças de reposições urgentes que precisas forem.
PARÁGRAFO ÚNICO - Nos termos da NR-31, item 31.6.10, as partes acordam que a EMPREGADORA, por manter atividades agrícolas e industriais interligadas, poderá constituir um único Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT - que será dimensionado de acordo com os critérios estabelecidos na NR-4. Esse Serviço Especializado tratará das questões relacionadas à segurança e saúde de todos os seus empregados, independentemente de categoria profissional.
Outras Normas de Prevenção de Acidentes e Doenças Profissionais CLÁUSULA QUADRAGÉSIMA SEGUNDA - CONDIÇÕES TÉCNICAS DE SEGURANÇA
Obrigatoriedade de os veículos de transporte de trabalhadores rurais
satisfazerem, integralmente, as condições de segurança e comodidade, sem ônus algum para o trabalhador.
PARÁGRAFO ÚNICO - Compromisso dos empregados em ter cuidado na seleção de seus motoristas para garantir maior segurança aos seus trabalhadores rurais.
Outras Normas de Proteção ao Acidentado ou Doente CLÁUSULA QUADRAGÉSIMA TERCEIRA - ATESTADO DE
AFASTAMENTO E SALÁRIOS
Os empregadores deverão preencher o atestado de afastamento e salários (A.A.S.) quando solicitado pelo empregado nos seguintes prazos:
a) máximo de 10 dias úteis, contados da data da solicitação, nos casos de obtenção de benefícios por auxílio doença;
b) máximo de 10 dias úteis, contados da data da solicitação nos casos de obtenção da aposentadoria.
Relações Sindicais Contribuições Sindicais
CLÁUSULA QUADRAGÉSIMA QUARTA - CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL/ASSOCIATIVA
A Contribuição Assistencial e a Associativa da categoria, que forem devidas na forma da Lei serão descontadas em folha de pagamento.
PARÁGRAFO PRIMEIRO - Nos termos das deliberações das Assembléias Gerais Extraordinárias, realizadas conforme convocação por Editais, e nos termos do Artigo 8º da Constituição Federal, Inciso IV, artigo 545 e parágrafo único da CLT, os empregadores efetuarão os descontos assistenciais, no dia 10 de Agosto de 2010, no valor de uma diária do salário normativo dos trabalhadores rurais, associados ou não, em favor da entidade sindical cuja sede é o domicílio do trabalhador, em conta vinculada sem limite à Caixa Econômica Federal, até o 5º (quinto) dia útil subseqüente a seu efetivo desconto.
PARÁGRAFO SEGUNDO - A Contribuição Associativa será estabelecida conforme as Assembléias Gerais Extraordinárias de cada Sindicato de base, sendo que o desconto não poderá ser superior a R$ 24,00 por empregado, cujo valor reverterá em favor da entidade Sindical Obreira.
PARÁGRAFO TERCEIRO - As Contribuições Assistencial/Associativa serão destinadas única e exclusivamente para atendimento jurídico e médico de todos os integrantes da Categoria Profissional Obreira.
PARÁGRAFO QUARTO - A multa fixada nos termos da cláusula quadragésima terceira, será revertida a favor do sindicato prejudicado, no caso de descumprimento da obrigação contida no caput desta cláusula. PARÁGRAFO QUINTO Fica mantido o quanto previsto no Precedente
Normativo 74 do C.TST, ou seja, o direito de oposição ao desconto da
contribuição Associativa, devendo o trabalhador entregar a carta de oposição na Sede do Sindicato de Empregado na localidade onde residir.
Disposições Gerais
Descumprimento do Instrumento Coletivo CLÁUSULA QUADRAGÉSIMA QUINTA - MULTA
Estabelecimento de uma multa no valor de 10% (dez por cento) do salário normativo, por infração e trabalhador, no caso de violação das condições acordadas, com reversão à parte prejudicada, excluindo as cláusulas que tem multa específica.
Outras Disposições
CLÁUSULA QUADRAGÉSIMA SEXTA - QUADRO DE AVISO
Os avisos, enviados pelo Sindicato para serem afixados nos veículos que transportam os trabalhadores rurais, serão submetidos à aprovação prévia do setor competente das empresas.
CLÁUSULA QUADRAGÉSIMA SÉTIMA - ELEIÇÃO
Eleição da Justiça do Trabalho para a solução de quaisquer pendências decorrentes desta Convenção Coletiva de Trabalho.
SANDOVAL ALVES BRITO Presidente
SINDICATO DOS EMPREGADOS RURAIS DE LEME DANIEL VICENTE
Presidente
SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE IBATE - SP SEBASTIAO CRUPPI
Membro de Diretoria Colegiada
SINDICATO DOS EMPREGADOS RURAIS DE DESCALVADO JOSE GARCIA DIAS
Vice-Presidente
HUMBERTO TITOTO Diretor
USINA IPIRANGA DE ACUCAR E ALCOOL LTDA
A autenticidade deste documento poderá ser confirmada na página do Ministério do Trabalho e Emprego na Internet, no endereço http://www.mte.gov.br .
