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CGU Controladoria-Geral da União OGU Ouvidoria-Geral da União Coordenação-Geral de Recursos de Acesso à Informação

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CGU

Controladoria-Geral da União

OGU – Ouvidoria-Geral da União

Coordenação-Geral de Recursos de Acesso à Informação

PARECER Referência: 25820.004083/2015-78

Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação.

Restrição de

acesso: Sem restrição.

Ementa: Cidadão solicita ser informado sobre a necessidade da inclusão do CID em atestados médicos. Ato normativo. Educação

Superior. Legislação. Procedimento administrativo.

Procedimentos legais – Interesse pessoal – Autoridade incompetente – Acata-se a argumentação do recorrido – Não conhecimento – Recomendações. Informar em suas respostas ao cidadão a possibilidade de recurso, o prazo para propor o recurso e a autoridade competente para apreciar o recurso. Indicar a autoridade que tomou a decisão em instância recursal. Não se omitir nas respostas ao pedido e aos recursos.

Órgão ou entidade recorrido (a):

MS – Ministério da Saúde.

Recorrente: M. V. D. M.

Senhor Ouvidor-Geral da União,

1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação com base na Lei de Acesso à Informação (LAI), Lei nº 12.527/2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado:

RELATÓR

IO Data Teor

Pedido 04/12/201

5 “O CID no atestado médico não é obrigatório peloConselho Federal de Medicina, porém a resolução da UFES obriga a presença do CID. O que deve prevalecer?

Neste site diz que não é obrigatório a presença do CID no atestado médico para ser validado:

(2)

http://www.prontmed.com/site/cid-obrigatorio-819_2007.htm

Porém no site da UFES (prograd), diz que para o aluno ter direito a amparo legal, somente se no laudo médico estiver informando o CID da doença:

http://www.prograd.ufes.br/d%C3%BAvidas-frequentes ir em: dúvidas frequentes --- amparo legal

No meu entendimento esta resolução da UFES acaba sendo mais exigente e passando por cima de um uma resolução do Conselho Federal de Medicina. Já que na universidade existe uma perícia médica, não seria apenas necessário informar o CID a este profissional? Pois atualmente, o aluno é exposto a vários profissionais administrativos, além de todos os professores do seu curso, e infelizmente recebemos algumas denúncias de professores que ficam pesquisando o CID da doença do aluno e acaba expondo o aluno dessa forma. Minha solicitação se remete ao fato de eu ser representante estudantil e me foi solicitado procurar os esclarecimentos.

No DAS - Departamento de Atenção à Saúde da UFES, existe a perícia médica. Nesses casos que o aluno, não quer expor a várias pessoas o CID da sua doença, não deveria ter um procedimento direto a perícia médica, para levar a demanda do aluno, sem passar pelo departamento que o aluno estudo, para evitar exposição?”

Resumos dos anexos:

1_Resposta – M.V.D.M.pdf: Resposta a pedido LAI NUP 23480.015995/2015-48 feito pelo cidadão à UFES sobre tema similar ao do pedido em análise. A resposta cita parte do Decreto-Lei nº 1.044/1969, que dispõe sobre tratamento excepcional para os alunos portadores das afecções que indica. A resposta lista, ainda, procedimentos a serem adotados e documentos necessários para que o estudante da UFES usufrua do direito ao tratamento excepcional, dentre eles “Laudo Médico, contendo o prazo da licença médica bem como do CID da doença”.

Recurso.docx: exposição do caso, feita pelo requerente e direcionado ao CFM.

Memo151-DAS.PROGEP.PDF: memorando do

(3)

Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), direcionado à Ouvidoria-Geral da Universidade. No memorando, a Diretora do DAS informa que o departamento somente atua na avaliação pericial dos casos, e esclarece que a análise se dá independentemente da inclusão, ou não, da Classificação Internacional de Doenças (CID) no processo administrativo que é encaminhado pela Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD).

Resposta Inicial

23/12/201 5

“PREZADO SR. ...,

EM RESPOSTA A DEMANDA SIC DE NÚMERO, O CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE - CNS, VEM ESCLARECER:

O CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE, EM CONJUNTO COM OS CONSELHOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE SAÚDE, TEM POR OBJETIVOS CONSOLIDAR, FORTALECER, AMPLIAR E ACELERAR O PROCESSO DE CONTROLE SOCIAL DO SUS.

INFORMAMOS QUE O TEMA CÓDIGO INTERNACIONAL DE DOENÇAS (CID) EM ATESTADOS MÉDICOS, DEVE SER NORMATIZADO PELO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA.

CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA DA SECRETARIA DE GESTÃO ESTRATÉGICA E PARTICIPATIVA

MINISTÉRIO DA SAÚDE

AUTORIDADE A SER DIRECIONADO EVENTUAL RECURSO DE 1ª INSTÂNCIA: SECRETARIA DE GESTÃO ESTRATÉGICA E PARTICIPATIVA- SGEP

PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DO RECURSO DE 1ª INSTÂNCIA: 10 DIAS.” Recurso à Autorida de Superior 30/12/201 5

“AUTORIDADE A SER DIRECIONADO EVENTUAL RECURSO DE 1ª INSTÂNCIA: SECRETARIA DE GESTÃO ESTRATÉGICA E PARTICIPATIVA- SGEP

PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DO RECURSO DE 1ª INSTÂNCIA: 10 DIAS.” Resposta do Recurso à 31/12/201 5 “Prezado Sr. [...],

Cumprimentando-o e agradecemos a participação de Vossa Senhoria no ano que se finda.

(4)

Autorida de Superior necessário. Atenciosamente, SIC/MS” Recurso à Autorida de Máxima 31/12/201

5 “Neste site diz que não é obrigatório a presença doCID no atestado médico para ser validado:

http://www.prontmed.com/site/cid-obrigatorio-atestado-medico/

E aqui está a resolução que diz isso:

http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2007/1 819_2007.htm

Porém no site da UFES (prograd), diz que para o aluno ter direito a amparo legal, somente se no laudo médico estiver informando o CID da doença:

http://www.prograd.ufes.br/d%C3%BAvidas-frequentes ir em: dúvidas frequentes --- amparo legal

No meu entendimento esta resolução da UFES acaba sendo mais exigente e passando por cima de um uma resolução do Conselho Federal de Medicina. Já que na universidade existe uma perícia médica, não seria apenas necessário informar o CID a este profissional? Pois atualmente, o aluno é exposto a vários profissionais administrativos, além de todos os professores do seu curso, e infelizmente recebemos algumas denúncias de professores que ficam pesquisando o CID da doença do aluno e acaba expondo o aluno dessa forma. Minha solicitação se remete ao fato de eu ser representante estudantil e me foi solicitado procurar os esclarecimentos.

No DAS - Departamento de Atenção à Saúde da UFES, existe a perícia médica. Nesses casos que o aluno, não quer expor a várias pessoas o CID da sua doença, não deveria ter um procedimento direto a perícia médica, para levar a demanda do aluno, sem passar pelo departamento que o aluno estudo, para evitar exposição?

Em anexo segue alguns arquivos para melhor entendimento.

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RECURSO DE 2ª INSTÂNCIA: SECRETARIA DE GESTÃO ESTRATÉGICA E PARTICIPATIVA- SGEP”

Resumo dos anexos:

1_Resposta – M.V.D.M.pdf: mesmo documento anexado no pedido inicial.

Memo151-DAS.PROGEP.PDF: mesmo documento

anexado no pedido inicial.

Recurso.docx: mesmo documento anexado no pedido inicial. Resposta do Recurso à Autorida de Máxima 08/01/201 6 “Prezado Sr. [...],

As atribuições do Ministério da Saúde estão definidas na Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003 (art. 27, XX). De maneira que a questão envolvida, vale dizer, sobre quais informações devem ou não ser inseridas no atestado médico, não pode ser dirimida pelo Ministério da Saúde, mas pelo Conselho Federal de Medicina, em conjunto com a Universidade.

Nestes termos, o recurso deve ser indeferido por ilegitimidade de parte, ou seja, o Ministério da Saúde não é parte legítima para figurar na demanda.

Atenciosamente, Artur Chioro

Ministro de Estado do Ministério da Saúde

Autoridade a ser direcionado eventual recurso de 3ª instância: Controladoria Geral da União

Prazo para interposição do recurso de 3ª instância: 10 dias.”

Recurso à CGU

12/01/201

6 “Neste site diz que não é obrigatório a presença doCID no atestado médico para ser validado:

http://www.prontmed.com/site/cid-obrigatorio-atestado-medico/

E aqui está a resolução que diz isso:

http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2007/1 819_2007.htm

Porém no site da UFES (prograd), diz que para o aluno ter direito a amparo legal, somente se no laudo

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médico estiver informando o CID da doença:

http://www.prograd.ufes.br/d%C3%BAvidas-frequentes ir em: dúvidas frequentes --- amparo legal

No meu entendimento esta resolução da UFES acaba sendo mais exigente e passando por cima de um uma resolução do Conselho Federal de Medicina. Já que na universidade existe uma perícia médica, não seria apenas necessário informar o CID a este profissional? Pois atualmente, o aluno é exposto a vários profissionais administrativos, além de todos os professores do seu curso, e infelizmente recebemos algumas denúncias de professores que ficam pesquisando o CID da doença do aluno e acaba expondo o aluno dessa forma. Minha solicitação se remete ao fato de eu ser representante estudantil e me foi solicitado procurar os esclarecimentos.

No DAS - Departamento de Atenção à Saúde da UFES, existe a perícia médica. Nesses casos que o aluno, não quer expor a várias pessoas o CID da sua doença, não deveria ter um procedimento direto a perícia médica, para levar a demanda do aluno, sem passar pelo departamento que o aluno estudo, para evitar exposição?

Gostaria que essa demanda fosse respondida, já enviei para o Conselho Federal de Medicina e não obtive nenhuma resposta.

Em anexo segue alguns arquivos para melhor entendimento.”

Resumo dos anexos:

Memo151-DAS.PROGEP.PDF: mesmo documento

anexado no pedido inicial e em 2ª instância.

Prograd CID - amparo legal (resposta).pdf: mesmo documento anexado no pedido inicial e em 2ª instância, então com nome “1_Resposta – M.V.D.M.pdf”.

Prograd CID - amparo legal (questionamento).pdf: trata-se do relatório gerado pelo e-SIC, referente ao NUP 23480.015995/2015-48, referido no documento anterior.

(7)

anexado no pedido inicial e em 2ª instância, então com nome “Recurso.docx”.

É o relatório. Análise

2. Registre-se que o recurso foi apresentado perante a CGU de forma tempestiva e recebido conforme o disposto no caput e §1º do art. 16 da LAI, bem como em respeito ao prazo de dez dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7.724/2012, nestes termos:

Lei nº 12.527/2011

Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se:

(...)

§ 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias.

Decreto nº 7724/2012

Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso.

[grifos nossos]

3. No que se refere às regras procedimentais previstas para os pedidos de acesso à informação, verifica-se que o Ministério da Saúde (MS) não informou, na resposta ao recurso em 1ª instância, qual foi a autoridade a proferir a decisão, e nem sobre a possibilidade de se propor recurso, o prazo e a autoridade competente para apreciá-lo. Ainda a respeito da indicação da possibilidade de se interpor recurso, ressalta-se que, em sua resposta inicial, o MS citou apenas o departamento que seria responsável pela apreciação de eventual recurso interposto, quando deveria ter sido informada também qual seria a autoridade detentora dessa competência. Por fim, observa-se que, em sua resposta ao recurso em 1ª instância, o MS não fez análise do mérito, ou qualquer menção ao pedido de acesso à informação feito pelo cidadão. A

(8)

atenção aos procedimentos mencionados é imprescindível para o correto atendimento e orientação do cidadão, e seu cumprimento está fixado no Decreto nº 7.724/2012:

Art. 19. Negado o pedido de acesso à informação, será enviada ao requerente, no prazo de resposta, comunicação com:

[...]

II - possibilidade e prazo de recurso, com indicação da autoridade que o apreciará; [...]

Art. 21. No caso de negativa de acesso à informação ou de não fornecimento das razões da negativa do acesso, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à autoridade hierarquicamente superior à que adotou a decisão, que deverá apreciá-lo no prazo de cinco dias, contado da sua apresentação.

[grifos nossos]

4. Cabe ainda mencionar que a resposta inicial foi classificada no e-SIC como “Acesso Concedido”, quando a classificação deveria ter sido “Órgão não tem competência para responder sobre o assunto”, visto que foi esse o conteúdo da resposta oferecida ao cidadão. A classificação das respostas no e-SIC tem impacto nas estatísticas elaboradas sobre a implementação da Lei de Acesso à Informação, motivo pelo qual se pede ao recorrido atenção à correta classificação das respostas em casos futuros.

5. O caso em análise trata de pedido de acesso à informação em que o cidadão apresenta questionamento a respeito da necessidade da inclusão da Classificação Internacional de Doenças (CID) em atestados médicos. O MS alega não ser o órgão competente para dirimir a dúvida do requerente, e orienta o cidadão a redirecionar sua pergunta ao Conselho Federal de Medicina (CFM). 6. Nesse contexto, cabe trazer à análise trecho da Lei nº 10.683/2003, que dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios, e dá outras providências:

Art. 27. Os assuntos que constituem áreas de competência de cada Ministério são os seguintes: [...]

XX - Ministério da Saúde: a) política nacional de saúde;

(9)

c) saúde ambiental e ações de promoção, proteção e recuperação da saúde individual e coletiva, inclusive a dos trabalhadores e dos índios;

d) informações de saúde;

e) insumos críticos para a saúde;

f) ação preventiva em geral, vigilância e controle sanitário de fronteiras e de portos marítimos, fluviais e aéreos;

g) vigilância de saúde, especialmente quanto às drogas, medicamentos e alimentos;

h) pesquisa científica e tecnologia na área de saúde; XXI - [...]

Verifica-se, portanto, que, de fato, não se encontra, dentre os assuntos que constituem áreas de competência do MS, a disciplina da atividade profissional médica, que envolve a emissão de atestados. Corroboram esse entendimento trechos extraídos do portal oficial do Ministério:

O Ministério da Saúde é o órgão do Poder Executivo Federal responsável pela organização e elaboração de planos e políticas públicas voltados para a promoção, prevenção e assistência à saúde dos brasileiros.

É função do ministério dispor de condições para a proteção e recuperação da saúde da população, reduzindo as enfermidades, controlando as doenças endêmicas e parasitárias e melhorando a vigilância à saúde, dando, assim, mais qualidade de vida ao brasileiro.1 [grifos nossos]

E, ainda, as atribuições e competências da Consultoria Jurídica do Ministério da Saúde, cuja atuação se restringe às normas na esfera do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme segue:

A Advocacia-Geral da União, por meio da Consultoria Jurídica do Ministério da Saúde-CONJUR-MS tem como competência e atribuição apoiar juridicamente as ações do Ministério da Saúde, como um todo, de forma que as políticas públicas, o gasto em saúde e a elaboração de normas, na esfera do SUS, respeitem, principalmente, a Constituição Federal, a Lei Orgânica da Saúde e a Lei de Licitações e Contratos. Assim, a CONJUR tem o objetivo de assegurar o direito à saúde da população brasileira, sem perder de vista a lisura no trato com a coisa pública.2 [grifo nosso]

Dessa maneira, é possível concluir que a alegação do recorrido, de que não é o órgão competente para dirimir a dúvida do cidadão, de fato procede.

1 Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio#64> Acessado em 16/02/2016.

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7. Nesses casos, é recomendado que, caso seja de seu conhecimento, a instituição demandada informe o cidadão sobre o órgão junto ao qual deve apresentar seu pedido. É o que faz o MS quando orienta o requerente a procurar o CFM. Em seu recurso à CGU, o cidadão afirma ter enviado seu questionamento ao CFM, sem haver obtido sucesso, mas não esclarece como foi feito esse contato. Ele anexa, ainda, um arquivo cujo nome é “Recurso - Encaminhar ao CRM.docx”, mas também não explica se o documento foi enviado ao CFM, ou a Conselho Regional de Medicina (CRM), como deixaria supor o nome do arquivo. O conteúdo desse documento é uma comunicação endereçada ao CFM em que o requerente faz um histórico do caso e registra sua expectativa de que a situação seja solucionada de forma a respeitar a intimidade dos alunos da UFES. 8. A respeito das atribuições do CFM, seu Estatuto para os Conselhos de Medicina traz o seguinte:

Art. 1° - O Conselho Federal de Medicina e os Conselhos Regionais de Medicina são os órgãos supervisores, normatizadores, disciplinadores, fiscalizadores e julgadores da atividade profissional médica em todo o território nacional.

[...]

Art. 30 - O Conselho Federal de Medicina tem as seguintes atribuições:

[...]

IX - definir e normatizar o ato médico;

X - editar as resoluções; [...]3 [grifos nossos]

9. Consoante o exposto, verifica-se que o CFM editou as Resoluções CFM nº 1.658/20024 e nº 1.851/2008,5 que normatizam a emissão de atestados médicos

e dão outras providências. Assim, parece restar comprovado que o CFM é, conforme havia sido indicado pelo MS, a entidade mais adequada para dirimir a 3 Disponível em:

<http://portal.cfm.org.br/images/stories/documentos/resolucaocfmn1541estatutodosconselhos.pdf> Acessado em 16/02/2016.

4 Disponível em: <http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2002/1658_2002.pdf> Acessado em 16/02/2016.

5 Disponível em: <http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2008/1851_2008.pdf> Acessado em 16/02/2016.

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dúvida apresentada pelo cidadão em seu pedido. Dessa maneira, o procedimento adotado pelo MS está de acordo com o que instrui a LAI, conforme segue:

Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso imediato à informação disponível.

§ 1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias:

[...]

III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da remessa de seu pedido de informação. [grifo nosso] 10. Convém mencionar, no entanto, que o atendimento à população deve ser encarado como atividade que vai além do mero cumprimento de exigências legais, tratando-se mesmo de ajudar, da melhor forma possível, o cidadão que, muitas vezes, procura o Poder Público por estar enfrentando algum tipo de problema. Assim, ainda que o assunto abordado pelo cidadão em seu pedido de acesso à informação não seja tema de responsabilidade do órgão demandado, recomenda-se que, sempre que possível, os SICs procurem atendê-lo de modo a oferecer o máximo de auxílio que lhes estiver ao alcance, para que o indivíduo se sinta acolhido pelo Poder Público.

11. Nesse sentido, em visita ao portal do CFM,6 verificou-se ser possível

formular pedido de acesso à informação,7 de forma que o cidadão pode usar

essa ferramenta para solicitar informações à entidade, já que o Conselho não está inserido no sistema e-SIC. Ademais, o Portal oferece outra ferramenta, que parece ainda mais adequada ao caso em questão: a possibilidade de se enviar consultas para emissão de parecer pelo CFM.8 É possível até mesmo pesquisar

pareceres emitidos anteriormente, dentre os quais encontra-se, inclusive, um caso de 2014 que guarda semelhança com a situação apresentada pelo 6 Disponível em: <http://portal.cfm.org.br/> Acessado em 16/02/2016.

7 Disponível em: <http://transparencia.cfm.org.br/index.php/2015-08-24-15-19-03/informacao-ao-cidadao> Acessado em 16/02/2016.

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cidadão.9 Todas essas ferramentas podem ser identificadas em rápida visita ao

portal do CFM, e poderiam ter sido indicadas nas respostas enviadas pelo MS ao cidadão, de modo a facilitar sua compreensão do caso, e até mesmo para corroborar as orientações oferecidas pelo órgão.

Conclusão

12. Diante do exposto, opina-se pelo não conhecimento do presente recurso, visto que não trata da área de competência do órgão recorrido.

13. Observa-se que o recorrido descumpriu procedimentos básicos da Lei de Acesso à Informação. Nesse sentido, recomenda-se orientar a autoridade de monitoramento competente para que reavalie os fluxos internos, de modo a assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos legais. Em especial, recomenda-se: a) Indicar a autoridade que tomou a decisão em instância recursal.

b) Informar em suas respostas ao cidadão a possibilidade de recurso, o prazo para propor o recurso e a autoridade competente para apreciar o recurso. c) Não se omitir nas respostas ao pedido e aos recursos.

ISABELA DE PAULA BONFIM OLIVEIRA Servidora Requisitada

9 Disponível em: <http://www.portalmedico.org.br/pareceres/CFM/2014/18_2014.pdf> Acessado em 16/02/2016.

(13)

D E C I S Ã O

No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n. 1.567 da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo não conhecimento do recurso interposto, nos termos do art. 23 do Decreto 7.724/2012, no âmbito do pedido de informação nº 25820.004083/2015-78, direcionado ao MS – Ministério da Saúde.

LUÍS HENRIQUE FANAN Ouvidor-Geral da União

(14)

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União

Folha de Assinaturas

Referência: PROCESSO nº 25820.004083/2015-78

Documento: PARECER nº 549 de 18/02/2016

Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação.

Ouvidor

Assinado Digitalmente em 18/02/2016 GILBERTO WALLER JUNIOR

Signatário(s):

aprovo.

Relação de Despachos:

Assinado Digitalmente em 18/02/2016 Ouvidor

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