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Imigração, educação e mudança tecnologica : estudo de caso nas industrias de Blumenau

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Academic year: 2021

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MÔNICA CHIRSTIEN RIHL GOMES

IMIGRAÇÃO, EDUCAÇÃO E MUDANÇA TECNOLÓGICA:

ESTUDO DE CASO NAS INDÚSTRIAS DE BLUMENAU

D i s s e r t a ç ã o a p r e s e n t a d a c o mo r e q u i s i t o p a r c i a l à o b t e n ç ã o d o g r a u d e M e s t r e , p e l o C u r s o d e P ó s -G r a d u a ç ã o e m E d u c a ç ã o e m P o l í t i c a s P ú b l i c a s e S i s t e ma s E d u c a t i v o s d a U n i v e r s i d a d e E s t a d u a l d e C a mp i n a s . O r i e n t a d o r : P r o f. D r . N e w t o n A n t ô n i o P a c i u l l i B r y a n CAMPINAS 2001

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

D I S S E R T A Ç Ã O D E M E S T R A D O

IMIGRAÇÃO, EDUCAÇÃO E MUDANÇA TECNOLÓGICA:

ESTUDO DE CASO NAS INDÚSTRIAS DE BLUMENAU

MÔNICA CHRISITEN RIHL GOMES O r i e n t a d o r : P r o f. D r . N e w t o n A n t ô n i o P a c i u l l i B r y a n

Este exemplar corresponde à redação final da Dissertação de Mestrado defendida por

M ô n i c a C h r i s t i e n R i h l G o me s e A p r o v a d a p e l a c o mi s s ã o j u l g a d o r a . Data:__/__/__ Assinatura:______________________________ D r . N e w t o n A n t ô n i o P a c i u l l i B r y a n C O M I S S Ã O J U L G A D O R A _____________________ _____________________ _____________________ C A M P I N A S 2 0 0 1

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AGRADECIMENTO

A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização e divulgação deste trabalho.

Em especial agradeço:

-Sr. Hans Prayon, Presidente da Empresa Hering e Consul da Alemanha, pela entrevista concedida durante a pesquisa de campo, que oportunizou condições para a realização da mesma;

-Sr Sr.Lothar Schmidt, Presidente da Empresa Cremer S.A, que possibilitou a realização da pesquisa de campo;

-Profª Dra. Maria Luiza Renaux Hering, pela entrevista concedida, durante a elaboração do Trabalho para posterior organização do Histórico sobre a colonização em Santa Catarina;

-Aos Diretores das Empresas Hering e Cremer que forneceram dados durante a realização da pesquisa de campo;

-Ao meu orientador Newton Paciulli Bryan , pelas orientações fornecidas durante a realização do curso;

- A minha família, especialmente aos meus pais Cid e Lia pelo apoio e compreensão nos momentos difíceis durante a realização do curso.

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SUMÁRIO L I S T A D E T A B E L A S . . . x i i i L I S T A D E I L U S T R A Ç Õ E S . . . x v i i LISTA DE SIGLAS ... x i x RESUMO ... xxi ABSTRACT ... xxiii INTRODUÇÃO... 01

CAPÍTULO I – HISTÓRIA DA COLONIZAÇÃO NO ESTADO DE SANTA CATARINA ... 05

1.1 INTRODUÇÃO ... 06

1.2 PRIMEIRO REINADO ... 10

1.2.1 Colônia Nova Itália ... 10

1.2.2 Colônia de Itajaí ... 11

1.3 SEGUNDO REINADO ... 12

1.3.1 Colonização Alemã ... 12

1.3.1.1 Colônia de Blumenau ... 12

1.3.1.2 Colônia Dona Francisca ... 16

1.3.1.3 Colônia Itajaí-Brusque ... 16

1.3.2 Colonização Italiana ... 18

1.4 O SURGIMENTO DO COMÉRCIO EM SANTA CATARINA ... 19

1.4.1 Desterro ... 19 1.4.2 Itajaí ... 21 1.4.3 Brusque... 22 1.4.4 Blumenau ... 27 C A P Í T U L O I I – E M P R E E N D I M E N T O S I N D U S T R I A I S – D E 1 8 5 0 A T É 1 9 9 0 . . . 31 2.1 INTRODUÇÃO: REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NO SÉCULO X VIII ... 32

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2.2.1 Imigração e Desenvolvimento Econômico ... 36

2.2.2 Os Primeiros Empreendedores no Vale do Itajaí ... 40

2.2.2.1 Primeira Fase: De 1850 à 1915 – Implantação das Indústrias.. 40

2.2.2.1.1 Blumenau ... 40

2.2.2.1.2 Brusque ... 49

2.2.2.2 Segunda Fase: De 1915 até os dias atuais ... 56

2.2.2.2.1 Investimentos e Diversificação das indústrias ... 56

CAPÍTULO III – O DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO NA ÁREA TÊXTIL ... 71

3.1 EVOLUÇÃO DAS MÁQUINAS TÊXTEIS ... 72

3.1.1 Histórico ... 72 3.1.2 Matéria-Prima ... 77 3.1.3 Processo de Fabricação ... 81 3.1.3.1 Fiação ... 81 3.1.3.1.1 Introdução ... 81 3.1.3.1.2 Fio Cardado ... 82 3.1.3.1.3 Fio Pentado ... 83 3.1.3.2 Tecelagem ... 86 3.1.3.3 Acabamento ... 87

CAPÍTULO IV – EDUCAÇÃO E TRABALHO ... 91

4.1 INTRODUÇÃO ... 92

4.2 EDUCAÇÃO E TRABALHO EM SANTA CATARINA ... 9 3 CAPITULO V – ESTUDO DE CASO NAS INDÚSTRIAS TÊXTEIS DE BLUMENAU ... 125

5.1 INTRODUÇÃO ... 126

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5.3 POLÍTICA DE RECURSOS HUMANOS: GRAU DE

INSTRUÇÃO, QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL, FORMAÇÃO E

TREINAMENTO ... 133

5.4 INTRODUÇÃO DE NOVAS GESTÕES DE TRABALHO: POLIVALÊNCIA NO TRABALHO, SISTEMA DE QUALIDADE E CÉLULAS ... 140

5.5 REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA/NOVAS TECNOLOGIAS REORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL/TERCERIZAÇÃO ... 150

5.6 REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA E EMPREGO ... 159

CONCLUSÃO ... 171

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 179

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – OFICIOS DOS IMIGRANTES ... 37

TABELA 2 – INDÚSTRIA TÊXTIL – COMPANHIA HERING DESENVOLVIMENTO ECONOMICO:CAPITAL, FUNDOS, INVESTIMENTOS ... 45

TABELA 3 – PRODUÇÃO INDUSTRIAL:FINAL DO SÉCULO XIX A MEADOS DO SÉCULO XX ... 57

TABELA 4 – MÁQUINAS IMPORTADAS – HERING (DE 1892 A 1913) ... 58

TABELA 5 – IMPORTAÇÃO DE MÁQUINAS TÊXTEIS (DE 1893 A 1939) ... 60

TABELA 6 – BALANÇA COMERCIAL DE SANTA CATARINA (1921) ... 61

TABELA 7 – INVESTIMENTOS EM MÁQUINAS – COMPANHIA HERING ... 63

TABELA 8 – IMPORTAÇÃO DE MÁQUINAS TÊXTEIS NO PERÍODO ENTRE 1941 E1960, EM TONELADAS E VALORES CORRENTES ... 64

TABELA 9 – IMPORTAÇÃO DE MÁQUINAS TÊXTEIS ENTRE 1970 E 1987 (MILHÕES DE DOLARES DE 1987) ... 65

T A B E L A 1 0 – G A S T O S C O M M Á Q U I N A S E E Q U I P A M E N T O S T Ê X T E I S N A D É C A D A D E 8 0 ( M I L H Õ E S D E D Ó L A R E S D E 1 9 8 7 ) . . . 66 TABELA 11– NÚMERO DE EMPREGADOS ENVOLVIDOS COM NOVAS TECNOLOGIAS NO VALE DO ITAJAÍ ... 67

TABELA 12 – JARDINS DE INFÂNCIA ... 107

TABELA 13 – ENSINO PRIMÁRIO ... 107

TABELA 14 – CURSOS COMPLEMENTARES ... 108

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TABELA 16 – NÚMERO DE UNIDADES, MATRÍCULA,

FREQUÊNCIA – SITUAÇÃO EDUCACIONAL DE

SANTA CATARINA ... 110 TABELA 17 – ENSINO PRIMÁRIO EM SANTA CATARINA ... 111 TABELA 18 – SITUAÇÃO DAS ESCOLAS EM SANTA CATARINA ... 112 TABELA 19 – DESPESAS ESTADUAIS – ASSISTENCIA

EDUCACIONAL E CULTURAL – 1940 ... 112 TABELA 20 – GASTOS COM A EDUCAÇÃO NO ESTADO DE

SANTA CATARINA... 118 TABELA 21 – DESPESAS COM ENSINO PRIMÁRIO E MÉDIO EM

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LISTAS DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – COLONIZAÇÃO ALEMÃ EM SANTA CATARINA ... 15

FIGURA 2 – FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO FIO CARDADO ... 83

FIGURA 3 – FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO FIO PENTEADO ... 84

FIGURA 4 – OCUPAÇÕES QUE SOFRERAM ALTERAÇÕES ... 161

FIGURA 5 – SETOR DE BENEFICIAMENTO ... 162

QUADRO 1 – DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO ESTUDANTIL POR NÍVEL DE ESCOLARIDADE –1993... 123

QUADRO 2 – DADOS SOBRE A ALFABETIZAÇÃO ... 123

QUADRO 3 – SETOR DE RECURSOS HUMANOS NAS EMPRESAS .. 139

QUADRO 4 – IMPLANTAÇÃO DE NOVAS GESTÕES DE TRABALHO ... 149

QUADRO 5 – REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA/NOVAS TECNOLOGIAS. REORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL/TERCERIZAÇÃO .... 158

QUADRO 6 – MODIFICAÇÕES NA ÁREA ADMINISTRATIVA ... 163

QUADRO 7 – REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA E EMPREGO ... 170

GRÁFICO 1 – NÚMERO DE TRABALHORES ... 131

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LISTAS DE SIGLAS CAO - Cursos de Aprendizes de Ofício

CAI - Cursos de Aspirantes a Indústria CEA - Centro de Educação de Adultos

CETIQT - Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil CCQ - Círculos de Controle de Qualidade

COSIPA - Companhia Siderúrgica Paulista CEP - Controle Estatístico do Processo CNC - Comando Numérico Computadorizado

DIESSE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos DNMD - Departamento Nacional de mão de obra

EMBRAER - Empresa Brasileira de Aeronáutica

FURB - Fundação Universidade Regional de Blumenau FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

IDORT - Distúrbio do sistema osteomuscular relacionados ao trabalho ISO - International Organization for Standardization

JUST-IN-TIME - “na hora certa” - sistema de organização da produção para produzir na quantidade no tempo exato

KAIZEN - Filosofia japonesa que significa busca da melhoria contínua

KANBAN - Sistema de informação que alimenta o just-in-time. Originalmente é composto por cartões coloridos (ou anéis)

LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação MEC - Ministério da Educação e Cultura PIPMO - Programa Intensivo de mão de obra RH - Recursos Humanos

SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial TWI - Trainning Whithin Industry

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RESUMO

Com o estudo de caso de duas empresas, procurou-se verificar através do mesmo até que ponto a educação contribuiu para o desenvolvimento econômico de Blumenau e investigar os impactos provocados no mercado de trabalho pela implantação de novas tecnologias. No período de colonização alemã, a organização do trabalho era interfamiliar. Os conhecimentos eram transmitidos de pai para filho, e a religião auxiliava a preservar a cultura germânica, facilitando o domínio dos dirigentes da colônia sobre os habitantes. A atividade econômica na colônia de Blumenau era baseada na produção e no beneficiamento de produtos agropastoris, para subsistência e exportação, estruturando-se forte mercado interno que, associado ao processo de acumulação de capital e a conhecimentos técnicos trazidos pelos imigrantes, constituíram infra-estrutura para a industrialização. Nessa conjuntura, surgiram indústrias, como a pioneira Gedrüder Hering, em 1880, especializada no ramo têxtil, e: Johann Karsten, Empresa Garcia, Curtume August Otte, Eletro-Aço Altona, Cremer, Fábrica de Tecidos Renaux, Empresa Buettner, Companhias Hoepcke. O ensino profissionalizante era realizado no próprio local de trabalho, e em alguns casos os conhecimentos técnicos eram adquiridos pelos filhos de donos das empresas através de estágio na Alemanha. Durante a I Guerra Mundial, o Governo Brasileiro preocupou-se em criar escolas públicas, com receio de que os alemães viessem a criar uma nação à parte, com administração própria, dissociada do estado nacional, apesar de estarem em território brasileiro. Por isso em Santa Catarina as escolas públicas apareceram principalmente nos municípios que tinham escolas alemãs. Esta política nacionalizadora perdurou até 1938, com grupos escolares sendo implantados nos centros urbanos e escolas reunidas, nas zonas rurais. Os interesses passaram a não ser mais os mesmos do período de colonização: muitos deles tornaram-se antagônicos entre as classes dos empresários e dos trabalhadores. Surgiram então os centros de aprendizagem no interior da empresa. Escolas industriais foram disseminadas; havendo novo regime disciplinar para preparar os futuros trabalhadores a atender as necessidades capitalistas. A constituição de 1934 delegou a União a responsabilidade de traçar as diretrizes educacionais. Para educar mão-de-obra não qualificada, o governo Brasileiro investiu no sistema educacional técnico, criando o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e o SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) em 1942 e 1946. A Escola do SENAI de Blumenau somente foi fundada em 1956, mas em 1946 já funcionava o primeiro curso profissionalizante nas dependências das empresas acentuando as diferenças sociais. A globalização da economia ocorrida de modo acelerado nos anos 90 abriu o mercado; os produtos asiáticos ameaçaram as indústrias nacionais, principalmente as têxteis. Frente a esse desafio as empresas pesquisadas adotaram a terceirização, banco de horas, novas gestões de trabalho, demissão e cursos supletivos. A educação sempre esteve presente: na colônia, no surgimento da indústria, no seu crescimento e desenvolvimento e na introdução de novas tecnologias. São necessários recursos humanos qualificados para enfrentar os desafios impostos pela globalização da economia.

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ABSTRACT

The present work - a study case in two companies - has aimed at verifying to what extent education has contributed towards the economic development of Blumenau and at investigating the impacts caused in the market by the establishment of new technologies During the German colonization time, the work organization was interfamilial. The teachings were passed down from father to son, and religion helped to preserve the German culture, making the dominion of the colony rulers over the population easy. The economic activity in the Blumenau colony was based on the production and processing of agricultural and pastoral products, both for subsistence and exportation, providing a strong home market which, associated to the process of accumulation of capital and to technical know-how brought by the immigrants, made up an infrastructure for the industrialization In this situation, industries originated, such as the pioneer Gedrüder Hering, in 1880, specialized in the textile sector, and others: Johann Karsten, Empresa Garcia, Curtume August Otte, Eletro-Aço Altona, Cremer, Fábrica de Tecidos Renaux, Empresa Buettner, Companhias Hoepcke. The applied teaching was carried out at the very workplace, and in some situations, the technical know-how was secured by the company owners' sons through internship in Germany .During World War I, the Brazilian Government was concerned in creating public schools, fearing that the Germans would create a separate nation, with its own administration, apart from the national state, though being located in national territory. For this reason, in Santa Catarina the public schools started especially in the municipalities where there were German schools established. This nationalizing policy lasted until 1938, with school groups being established in the urban centers and united schools, in the rural areas. The interests were no longer the same as those of the colonization period: many of them have become opposing between the businessmen and workers classes. The in-company learning centers arise. Industrial schools are spread out; there is a new disciplinary regime for preparing the future workers as to meet the capitalist needs. The 1934 constitution delegated the Union the responsibility of sketching the educational guidelines. As to educate the unqualified labor, the Brazilian Government invested in the technical educational system, by creating SENAI (National Service for Industrial Learning)and SENAC(National Service for Commercial Learning) in 1942 and 1946.The SENAI school in Blumenau was only founded in 1956, but in 1946 the first applied course was already available in the facilities of the company stressing the social differences: education was available for the privileged few. The economic globalization has opened the market; the Asian products have threatened the national industries, especially the textile ones. To cope with conjuncture, the firms researched adopted the following alternatives: third-party services, time database, new management for work dismissal and short-term courses and agreements with both state and municipal organizations. Education have always been there: in the colony, at the arrival of industry, in the growth and development, and in the introduction of new technologies, as qualified human resources are necessary in order to face the challenges imposed by the economic globalization.

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INTRODUÇÃO

Procurou verificar-se com o presente trabalho até que ponto a educação contribuiu para o desenvolvimento econômico de Blumenau (SC) e para realizá-lo foram feitos estudos de casos em indústrias daquela cidade.

A escassez de estudos sobre o tema serviu de estímulo à autora para reunir subsídios sobre a contribuição da educação para o desenvolvimento econômico de uma determinada região, pesquisando a colonização no Estado de Santa Catarina e como o comércio e a indústria surgiram na região do Vale do Itajaí, onde está localizada a cidade de Blumenau.

O primeiro capítulo aborda a Colonização no Estado de Santa Catarina; como surgiram as primeiras colônias e sua instalação; onde se situaram; informações sobre os primeiros habitantes e o aparecimento do comércio.

No segundo capítulo, realizou-se um estudo sobre os empreendimentos industriais no Vale do Itajaí no período de 1850 à 1990, verificando como ocorreu o processo de industrialização nessa região e qual foi a contribuição dos imigrantes alemães com os seus hábitos, costumes e conhecimentos técnicos para a implantação das indústrias. Durante o levantamento de dados foi constatado que muitos imigrantes que se fixaram na região de Blumenau já possuíam determinado ofício, o que facilitou o desenvolvimento da colônia.

Na colônia se desenvolveu primeiramente o comércio e depois a indústria, mais especificamente a indústria têxtil, daí a necessidade de estudar o desenvolvimento de toda a tecnologia implantada pelos

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imigrantes alemães. O terceiro capítulo aborda o desenvolvimento das máquinas do setor têxtil, a evolução da matéria-prima, a criação de novas fibras, sua utilização pela indústria têxtil, seus tipos e características.

As indústrias cresciam e era necessário implantar máquinas e equipamentos, nova tecnologia. Analisou-se como ocorreu a transmissão do conhecimento e da tecnologia entre os imigrantes e seus filhos, bem como destes para os habitantes que já se encontravam, à época, no Vale do Itajaí – os índios e os colonos. Nesse período, o indivíduo deixava suas vestes de homem rural e passava a vestir trajes de operário, o que lhes conferem nova aparência, provocando uma outra maneira de ser e, conseqüentemente, de agir.

Primeiramente foram implantadas escolas particulares que se caracterizavam por transmitir valores culturais básicos da colônia e que ministravam o ensino da língua alemã. Os conhecimentos técnicos eram inicialmente transmitidos no próprio local de trabalho e os filhos dos donos de empresas realizavam estágios na Alemanha. No quarto capítulo se verificará a relação da educação e trabalho.

A formação da sociedade industrial em Santa Catarina foi marcada pela presença da pequena propriedade familiar e pela ousadia de homens fortes, que abriram a mata virgem. Com a união de sua pertinácia ao suor do colono e do operário, foi possível concretizar esta sociedade, porque o homem deixou o campo e dirigiu-se para a fábrica, fazendo surgir às indústrias no Vale do Itajaí.

Através da leitura e da pesquisa sobre a imigração, da invenção das máquinas de tecer e a matéria-prima utilizada pela indústria têxtil buscou-se verificar, na prática, qual o atual estágio de desenvolvimento econômico das empresas do Vale do Itajaí. Para tanto, no capítulo cinco, consta um estudo de caso feito em indústrias de Blumenau, realizando entrevistas com chefias e trabalhadores dessa empresa, seguindo-se um

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roteiro pré-estabelecido e também visitas aos representantes sindicais dos trabalhadores. Com a pesquisa, é possível entender a dinâmica de como se organiza uma empresa, como os diversos setores desenvolvem seu trabalho, como são introduzidas novas tecnologias, novas gestões de trabalho. Essas transformações tecnológicas que estão ocorrendo atualmente têm atingido a todas as atividades humanas e a todos os países que estão ou não investindo em novas tecnologias. Essas inovações vão de produtos a processos industriais, de novas máquinas a sistemas computadorizados, processadores, portanto, de informação. São movidas, armazenadas e integradas em redes por processos microeletrônicos sofisticados que têm alcançado todas as partes do mundo.

Observou-se que o desenvolvimento tecnológico provocou uma mudança social que exigiu a adaptação do trabalhador à nova realidade, e isso implicou a necessidade de novos parâmetros de ação que requerem treinamento específico.

No final da pesquisa, uma análise dos aspectos estudados durante o desenvolvimento do trabalho em função das informações adquiridas possibilitou a comprovação de que a educação está presente em todos os lugares e que, sem ela, é impossível haver desenvolvimento na empresa e, conseqüentemente, na sociedade.

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CAPÍTULO I

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1.1 INTRODUÇÃO

No período de 1580 a 1649, quando houve a unificação da Coroa Portuguesa e da Espanhola, os portugueses passaram a preocupar-se com a fixação da fronteira meridional de sua colônia na América. Assim, os bandeirantes, homens de posses da Capitania de São Vicente, começaram a deslocar-se com escravos e agregados para terras catarinenses, onde fundaram ao longo da costa, São Francisco, em 1658; Desterro, em 1673; e Laguna, em 1676. Também foi fundada a colônia de Sacramento, defronte a Buenos Aires, em 1680.

A C a p i t a n i a d e S a n t a C a t a r i n a e r a d e e s c a s s a p o p u l a ç ã o . D . J o ã o V p r o mo v e u , e n t ã o , a t r a v é s d a r e s o l u ç ã o d e 1 º d e a g o s t o d e 1 7 4 6 , a c o l o n i z a ç ã o d e a ç o r i a n o s e ma d e i r e n s e s , q u e c o me ç a r a m a c h e g a r e m 1 7 4 8 , v i n d o s d a s s u p e r p o v o a d a s i l h a s p o r t u g u e s a s d o A t l â n t i c o , o r d e n a n d o o t r a n s p o r t e d e c a s a i s d a s i l h a s d e M a d e i r a e d o s A ç o r e s q u e fo r a m e n v i a d o s p a r a o P a r á , M a r a n h ã o e S a n t a C a t a r i n a . E m s e u c o n j u n t o , e s t i ma - s e a v i n d a p a r a S a n t a C a t a r i n a d e 6 . 0 0 0 a ç o r i a n o s , e n t r e 1 7 4 8 e 1 7 5 6 ( P I A Z Z A , 1 9 8 9 , p . 4 5 ) .

Muitos desses imigrantes eram agricultores e pescadores. Portanto, “a atividade econômica era a da pequena propriedade, de produção agrícola diversificada, como farinha de mandioca, açúcar, aguardente, peixe seco, arroz, milho e café. Também se plantava algodão, para suprir o artesanato, que se resumia na fiação e tecelagem de panos grosseiros e na produção de renda” (HERING, 1987, p. 20).

Nessa época havia também exportação de madeira e de couros crus, que eram destinados aos portos do Sul, até o Prata, do Rio de Janeiro e do Nordeste.

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E s s a p o p u l a ç ã o l i t o r â n e a n ã o p o d i a , p o r é m, o c u p a r t o d o o s e u t e mp o e m s u a s a t i v i d a d e s p a r t i c u l a r e s . E r a - l h e e x i g i d o o c u mp r i me n t o d a fu n ç ã o mi l i t a r j u n t o à s mi l í c i a s e n c a r r e g a d a s d a d e fe s a d a c o s t a , b e m c o mo a c o n t r i b u i ç ã o p a r a a ma n u t e n ç ã o d a t r o p a e b u r o c r a c i a a d mi n i s t r a t i v a ( H E R I N G , 1 9 8 7 , p . 2 1 ) .

A economia urbana, no primeiro século e meio de colonização, praticamente inexistiu. A economia era mais voltada para a exploração do solo. O comércio estava limitado aos pequenos mercadores ambulantes, que percorriam o interior à procura de fregueses.

Segundo Oswaldo Cabral (1968, p.100) em Santa Catarina, no ano de 1810, a produção total foi de 401.397 cruzados, para uma exportação de apenas 188.257 cruzados, avultando como principal gênero, tanto de consumo quanto de exportação, a farinha de mandioca[sic], da qual se abasteciam importadores desde o Rio Grande do Sul até Pernambuco, seguindo-se o arroz, a aguardente, o café, o alho, a cebola, o peixe seco, o feijão e, em pequena quantidade, milho, algodão e o linho.

Com a vinda da família real para o Brasil, surgiu uma política de povoamento em que a exploração econômica foi feita através da divisão de terras, distribuídas aos imigrantes de origem alemã. Nesse período, a atividade econômica no Sul era voltada para a agricultura, diversificada e em pequena escala, o que não acontecia nas demais partes do Brasil.

Assim, a colonização alemã concentrou-se em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, por pressão dos grandes plantadores de café em relação à concessão de terras a estrangeiros, e muitos foram os imigrantes que permaneceram na Região Sul, praticando atividades relacionadas à agricultura de subsistência. Neste sentido, surgiram várias colônias, onde eram distribuídos pequenos lotes aos imigrantes que permanecessem na região.

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L o g o d e p o i s d a i n d e p e n d ê n c i a d o B r a s i l , e m 1 8 2 2 , o I mp e r a d o r D . P e d r o I e x p ô s a o p a r l a me n t o a n e c e s s i d a d e d e p o v o a r t e r r a s n o v a s e a n u n c i a q u e a p e l a r á p a r a a g r i c u l t o r e s l i v r e s , b r a n c o s , ma s n ã o p o r t u g u e s e s , p o i s q u e a i n s t i t u i ç ã o d a e s c r a v a t u r a d e g r a d o u o t r a b a l h o ma n u a l a o s o l h o s d o s l u s o -b r a s i l e i r o s ( R O C H E a p u d H E R I N G , 1 9 8 7 , p . 2 5 ) .

Vários foram os imigrantes que chegaram à região: irlandeses, belgas, franceses, poloneses e russos. Já em 1836 vieram imigrantes italianos. Porém, foram as colônias alemãs as primeiras a se desenvolverem economicamente, passando da agricultura à industrialização. A s r a z õ e s q u e l e v a r a m mi l h õ e s d e a l e mã e s a i mi g r a r fo r a m, b a s i c a me n t e , a s me s ma s q u e i n d u z i r a m i r l a n d e s e s , i t a l i a n o s e o u t r o s p o v o s ma r g i n a l i z a d o s p e l o me n o s t r a n s i t o r i a me n t e , p e l o p r o c e s s o d e i n d u s t r i a l i z a ç ã o , a a d o t a r a t i t u d e i d ê n t i c a . Q u a l q u e r g r u p o h u ma n o e m c r e s c i me n t o , c u j a t é c n i c a d e p r o d u ç ã o n ã o s e d e s e n v o l v e , a c a b a e s g o t a n d o o s r e c u r s o s n a t u r a i s d o t e r r i t ó r i o e m q u e v i v e . O a u me n t o d e mo g r á fi c o t e m q u e , ma i s c e d o o u ma i s t a r d e , e s b a r r a r c o m a d i s p o n i b i l i d a d e l i mi t a d a d e s t e s r e c u r s o s , d i s p o n i b i l i d a d e e s t a q u e s ó p o d e s e r a mp l i a d a a t r a v é s d o u s o d e t é c n i c a s n o v a s , o q u e g e r a l me n t e i mp l i c a u ma mu d a n ç a d o mo d o d e p r o d u ç ã o v i g e n t e ( S I N G E R , 1 9 7 7 , p . 8 6 ) .

A década de 50 do século XIX foi marcada por grande número de imigrantes vindos da Europa, como conseqüência da Lei nº 601, 18 de setembro de 1850, em Santa Catarina conhecida por Lei das Terras, e a colonização passou a merecer atenção especial.

E s t a l e i d i s p u n h a s o b r e a s t e r r a s d e v o l u t a s d o I mp é r i o d e t e r mi n a n d o a me d i ç ã o , a d e ma r c a ç ã o e a u t i l i z a ç ã o p a r a a c o l o n i z a ç ã o . E s p e c i fi c a v a t a mb é m s o b r e a r e s e r v a d e t e r r a s p a r a o s i n d í g e n a s , a fu n d a ç ã o d e p o v o a ç õ e s , s o b r e a a q u i s i ç ã o d e t e r r a p o r e s t r a n g e i r o s e s o b r e o i n g r e s s o d e i mi g r a n t e s e u r o p e u s , à s c u s t a s d o G o v e r n o I mp e r i a l ( P I A Z Z A , 1 9 8 9 , p . 7 0 ) .

(31)

A lei, contudo, causou muitos atritos entre os latifundiários das áreas açucareiras e cafeeiras e aqueles que viam na pequena propriedade a possibilidade de desenvolver a economia nacional. Na mesma época, foi aprovado também o transporte para imigrantes a fim de estabelecer colônias no estado. Em 1879, por outro lado, foi criada a Inspetoria Geral de Terras e Colonização.

A c o mp a n h i a d e c o l o n i z a ç ã o , g e r a l me n t e u ma s o c i e d a d e a n ô n i ma c o n s t i t u í d a n o p a í s d e e mi g r a ç ã o , c o me ç a v a p o r t e n t a r o b t e r u m c o n t r a t o d e c o l o n i z a ç ã o d o g o v e r n o d e u m p a í s d e i mi g r a ç ã o . P o r e s t e c o n t r a t o a c o mp a n h i a s e o b r i g a v a a i n t r o d u z i r , n o p a í s , u m c e r t o n ú me r o d e i mi g r a n t e s e m d e t e r mi n a d o p e r í o d o d e t e mp o , e a i n s t a l a r o s s e r v i ç o s p ú b l i c o s n e c e s s á r i o s a o s e u e s t a b e l e c i me n t o n a t e r r a , t a i s c o mo t r a n s p o r t e , d e ma r c a ç ã o d e t e r r a s , s a ú d e , e d u c a ç ã o , e t c . E m c o n t r a p a r t i d a o g o v e r n o d o p a í s i n t e r e s s a d o n a c o l o n i z a ç ã o c o n c e d i a u ma á r e a d e t e r r a c o mp a n h i a e a s u b v e n c i o n a v a , p a g a n d o - l h e c e r t a q u a n t i a p o r i mi g r a n t e , p o r q u i l ô me t r o d e e s t r a d a s c o n s t r u í d o , e t c . ( S I N G E R , 1 9 7 7 , p . 8 8 ) .

Sendo assim, no Primeiro Reinado, são fundadas as colônias Nova Itália, Itajaí e Vargem Grande; no Segundo Reinado, as colônias Industrial do Saí, Flor da Selva, Blumenau, Dona Francisca, Militar Santa Tereza, Teresópolis, Itajaí-Brusque, Nacional Angelina, Militar de Chapecó, Grão-Pará e Jaraguá.

A distribuição dos imigrantes no Estado de Santa Catarina, por nacionalidade é a seguinte:

ALEMÃES – Blumenau, Gaspar, Indaial, Timbó, Rodeio, Harmonia e

Rio do Sul, Joinville, Jaraguá do Sul, Brusque, Bom Retiro, Salto Grande, Alto Perimpó, São Bento, Itajaí, Palhoça, Santo Amaro, Rancho Queimado, Teresópolis, São Bonifácio, Anitápolis, Luís Alves, São José,

(32)

São Pedro de Alcântara, Angelina, Tijucas, Boiteuxburgo, Nova Trento, Campo Alegre, Tubarão, Rio Fortuna, Braço do Norte, Capivari, Pedras Grandes, Orleans, Criciúma, Mãe Luzia, Araranguá, Canoinhas, Caçador e Concórdia;

ITALIANOS – Vale do Rio Tubarão: Tubarão, Urussanga, Criciúma,

Jaguaruna e Orleans e ainda em Tijucas, Rodeio, Nova Trento, Ascurra, Araranguá, Brusque, Caçador, Campos Novos, Chapecó, Concórdia, Cruzeiro e Timbó;

POLONESES – Harmonia, Itaiópolis, Mafra, Canoinhas, Porto União e

Caçador;

RUSSOS – Urussanga, Criciúma, Harmonia, Porto União, Caçador,

Cruzeiro, Concórdia e Chapecó.

Devido ao grande número de colônias, são objeto deste estudo

somente aquelas de maior importância para o desenvolvimento econômico do Estado de Santa Catarina.

1.2 PRIMEIRO REINADO

1.2.1 Colônia Nova Itália

A vinda de imigrantes italianos para o Brasil estava ligada à situação do país de origem: “A primeira metade do século XIX caracterizou-se por uma série de revoltas liberais nos estados italianos, ora com o objetivo de estabelecer regimes constitucionais, ora contra o domínio estrangeiro. Aos movimentos revolucionários aliavam-se as crises econômicas” (PIAZZA, 1989, p. 58).

Os primeiros imigrantes eram originários da ilha da Sardenha, local submetido em determinados momentos à dominação francesa.

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A firma colonizadora Demaria & Schutel encontrou dificuldades para estabelecer a colônia, por falta de experiência. Isto propiciou momentos de tensão entre os imigrantes e os proprietários da empresa. Outro aspecto negativo está relacionado com os ataques constantes dos indígenas, levando os imigrantes a perderem a coragem de desbravar a mata tropical do Município de São Miguel, que ficava às margens do Rio Tijucas. Somente quando a direção da empresa passou para o suíço Luc Montadon Boiteux foi que se iniciou a comercialização das mercadorias produzidas pelos imigrantes e conseqüentemente a situação da empresa melhorou, conseguindo recuperar seu capital. Construiu-se uma escola, esta era particular, pois não existia o Sistema Brasileiro de Educação e se destinavam aos filhos dos imigrantes, os filhos dos nativos eram excluídos.Também foram construídos uma capela e um cemitério.

Essa colônia serviu, mais tarde, de apoio para as colônias São Pedro de Alcântara e Angelina, bem como para as do Vale do Itajaí, como Brusque e Blumenau (1860).

1.2.2 Colônia de Itajaí

A Colônia de Itajaí estava localizada onde hoje é o Município de Porto Belo. Ela representou a penetração gradual e sistemática de imigrantes luso-açorianos ao longo do rio Itajaí-Açu, que servia de base para a Colônia São Pedro; em 1850, auxiliou, também, na fixação da Colônia de Blumenau.

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1.3 SEGUNDO REINADO

1.3.1 Colonização Alemã (Colônia Alemã) 1.3.1.1 Colônia de Blumenau:

Na metade do século XIX, a Europa, em especial os estados de língua alemã, passaram por períodos de dificuldades financeiras devido ao crescimento excessivo da população. Isso era provocado, também, pelo fato de estarem as propriedades rurais sob o poder da aristocracia, o que dificultava a vida dos camponeses. “O regime político era o absolutismo dominante após a implantação da Dieta, em conseqüência do Congresso de Viena, em 1815” (PIAZZA, 1989,2 p. 70).

Foram esses fatores que atraíram a vinda de um número muito grande de alemães, acreditando que aqui existiriam condições para melhorar sua situação sócio-econômica.

O imigrante alemão concentrou-se mais nas regiões Sul e Sudeste, estabelecendo algumas lavouras cafeeiras em regime de parceria com os proprietários. O p o v o a me n t o e a d i s t r i b u i ç ã o d e t e r r a s n o V a l e d o I t a j a í s e g u i u a fo r ma p r ó p r i a d a s á r e a s d e c o l o n i z a ç ã o a l e mã n o S u l d o p a í s , p a r a a s q u a i s , p o r s u a v e z , fo i e s t a b e l e c i d o p a r a l e l o c o m o s i s t e ma c o n h e c i d o p o r W a l d h u fe n d o r f a d o t a d o p e l o c a mp e s i n a t o a l e mã o n a s r e g i õ e s mo n t a n h o s a s e d e fl o r e s t a d a A l e ma n h a , d e s d e a I d a d e M é d i a ( S E Y F E R T H , 1 9 7 4 , p . 4 7 ) .

Segundo HERING (1987), o Waldhufendorf, característico da Floresta Negra, Odenwald, leste do Mittelgehing e das florestas das terras baixas do norte da Alemanha, consiste na distribuição de lotes

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contínuos (Hufen) às famílias camponesas. A Hufen era demarcada a partir de uma via fluvial, indo do vale até o topo de uma montanha em estreitas faixas de terra que variavam de 100 a 300 metros de largura, por mais quilômetros de extensão, constituindo a propriedade particular do camponês.

Entretanto, muitos foram os problemas enfrentados por essa colonização. Para auxiliar a adaptação, foi criada a Sociedade de Proteção aos Imigrantes Alemães.

E m 1 8 4 6 , fo i e n v i a d o a o B r a s i l o j o v e m H e r ma n n B r u n o O t t o B l u me n a u , c o mo p r o c u r a d o r d a S o c i e d a d e P r o t e t o r a d o s I mi g r a n t e s a l e mã e s n o S u l d o B r a s i l , c o m s e d e e m H a mb u r g o . ( . . . ) E s t e t o r n a - s e t a mb é m r e g e n t e d a s c a d e i r a s d e M i n e r a l o g i a e Q u í mi c a n o R i o , ma s a o c h e g a r a q u i v e r i fi c o u q u e a e s c o l a s e q u e r e s t a v a i n s t a l a d a . B l u me n a u p e r ma n e c e u n o R i o a l g u n s me s e s , s u b me t e u p l a n o s d e c o l o n i z a ç ã o a o g o v e r n o i mp e r i a l , v i s i t o u c o l ô n i a s a l e mã e s n o R i o G r a n d e d o S u l e D e s t e r r o ( F l o r i a n ó p o l i s ) c a p i t a l d a P r o v í n c i a d e S a n t a C a t a r i n a . E m fi n s d e 1 8 4 7 a s s o c i o u - s e a u m o u t r o a l e mã o , F e r d i n a n d d o H a c k r a d t , a q u e m c o n h e c e r a n o R i o , e r e s o l v e u e x p l o r a r p e s s o a l me n t e a r e g i ã o d o V a l e d o I t a j a í , p a r a v e r i fi c a r a p o s s i b i l i d a d e d e a l i l o c a l i z a r o p r o j e t o d e c o l o n i z a ç ã o q u e t i n h a e m mi r a ” ( S I N G E R , 1 9 7 7 , p . 9 4 )

No entanto, a “Sociedade de Proteção dos Imigrantes” foi extinta, sendo que “Blumenau e Hackradt resolveram, em face de tudo isto, constituir uma firma particular e tentar executar o seu plano por conta própria. A firma começou por adquirir terras à margem do Itajaí, num

total, em 1850, de 155. 000 jeiras” (SINGER, 1977, p. 95) 1

Hermann Blumenau chega à Alemanha em 1849, em uma época em que existiam numerosas companhias que disputavam as preferências dos

1 J e i r a s : A n t i g a u n i d a d e d e me d i d a d e á r e a d e s u p e r fí c i e a g r á r i a , e q u i v a l e n t e a 4 0 0 b r a ç a s q u a d r a d a s , o u s e j a , 0 , 2 h e c t a r e .

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imigrantes. Em situação desvantajosa diante dos demais competidores financeiros mais poderosos, ele consegue recrutar somente 17 imigrantes, em 1850, cujo destino era a Colônia de Blumenau.

Eram originários principalmente do norte da Alemanha (Saxônia) e exerciam as mais diversas profissões: carpinteiro, marceneiro, charuteiro, funileiro, ferreiro e lavrador. “Deve-se ressaltar que o Dr. Blumenau teve uma preocupação em selecionar os imigrantes, não só no tocante às qualidades pessoais, mas principalmente quanto às aptidões, no sentido de haver uma diversificação profissional” (PIAZZA, 1989, p. 72). Por outro lado, a predominância dos artesãos sobre os lavradores firmaria a base econômica na região.

Paralelamente à construção da colônia, novos imigrantes chegavam, entre eles o naturalista Fritz Müller, que mais tarde auxiliaria, com seu trabalho, as pesquisas de Darwin.

Cada família adquiria um lote através de pagamento a Sociedade de Proteção aos Imigrantes que comprava as terras do Governo Brasileiro. Na época o trabalho era feito com a participação de todos os seus membros, com exceção dos idosos e das crianças pequenas. O homem derrubava as árvores, a mulher realizava os serviços domésticos,

e ambos preparavam a terra e faziam o plantio e a colheita. A produção

de fubá e farinha expandiu-se muito rapidamente nas colônias, sendo que os engenhos e atafonas eram movidos a força animal. Os arados, os animais de tração, os reprodutores e até as roças eram alugados; o agricultor, como forma de pagamento, dava a seu proprietário um terço ou a metade da colheita.

Em 1859, já existiam engenhos de farinha e de açúcar, alambiques, moinhos de milho, serrarias, fábricas de vinagre e de cerveja e olarias. No ano seguinte, a colônia passou para a responsabilidade do Governo Imperial, deixando de ser estabelecimento particular, embora o Dr.

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Blumenau permanecesse na administração.

O desenvolvimento da colônia se deu, ainda, com a entrada de

italianos (1875) provenientes do norte da Itália, da região trentina.

A colônia projetou-se a partir de 1877, com a exportação de açúcar, aguardente, charutos, madeiras serradas, araruta, manteiga e couros, através da Companhia de navegação Fluvial de Itajaí-Blumenau. Os alemães também deram início à produção de carne defumada, lingüiças e queijos de variados tipos.

Figura 1 – Colonização Alemã em Santa Catarina

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1.3.1.2- Colônia Dona Francisca

A vinda de imigrantes para essa colônia ocorreu em 1851, estabelecendo-se na atual cidade de Joinville, onde se situa os rios Cachoeira e Bucarein. “A área inicial da colônia, dote da princesa Dona Francisca, filha de Dom Pedro I, casada com o príncipe de Joinville, era de 25 léguas em quadro, fechando-se seu perímetro em 1872 com 155.812 ha. ou seja, 1.558.12 km².” (HERING, 1987, p.34)

O contingente imigratório aumentava progressivamente, crescendo também a heterogeneidade étnico-cultural:suíços, noruegueses, alemães, dinamarqueses. Eram oficiais do antigo exército alemão, capitalistas, agrimensores, teólogos, médicos, artesãos. Os agricultores já possuíam, naquela época, boas técnicas de cultivo, pois utilizavam arado puxado por cavalo.

Em 1865 foi aberta uma estrada em direção ao planalto norte-catarinense, dos campos de São Miguel e ao Vale do Rio São Bento, denominada Estrada da Serra, posteriormente chamada de Estrada Dona Cristina, facilitando assim a exportação de erva-mate.

Em 1866, a colônia passa a ser chamada de Joinville, desligando-se de São Francisco do Sul.

1.3.1.3 Colônia Itajaí-Brusque

Em 1860 recebeu imigrantes de origem germânica, vindos do sudeste da Alemanha (Baden), mais tarde completada por imigrantes italianos e franceses. Passou a ser chamada de Brusque, em homenagem ao presidente da província, Francisco Carlos de Araújo Brusque. Media 1936 km² e era dividida em quatro distritos.

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Nessa colônia, como acontecia na Colônia de Blumenau, a família participava de todo o trabalho na agricultura. Vários eram os produtos comercializados: fubá, farinha de mandioca, milho, cana-de-açúcar e fumo. Já “a cana-de-açúcar era largamente cultivada em Brusque. Seus derivados, açúcar, melado e cachaças, além do consumido em casa, alcançavam bom preço no mercado” (HERING, 1987, p. 43).

Os imigrantes dedicavam-se a uma agricultura de subsistência e, já nesse período, iniciavam a transformação de produtos agrícolas . Essa transformação artesanal foi aprendida junto aos nativos, pois o conhecimento que eles trouxeram da Europa não dava conta dessa nova realidade.

Em Brusque, encontramos ainda, como atividade rendosa, a exportação de madeira. Em 1880, já havia 38 serrarias, de propriedade de comerciantes. Havia também olarias, que fabricavam tijolos para a construção das casas. O comércio era feito através da troca de produtos, ou seja, o agricultor procurava um vendeiro, nome pelo qual os comerciantes eram chamados, que trocava os produtos da colônia por outros ali não produzidos.

O v e n d e i r o n ã o a p e n a s d i t a v a o s p r e ç o s a o s c o l o n o s i s o l a d o s n e s s a s c o mu n i d a d e s , p o r a s s i m d i z e r n o me i o d a fl o r e s t a , ma s e r a t a mb é m o ‘ fa c h e i r o d a c i v i l i z a ç ã o ’ , c o m a s n o v i d a d e s q u e t r a z i a d e fo r a , v e r d a d e i r a s p r e c i o s i d a d e s d o mu n d o mo d e r n o q u e t o r n a v a m d i fí c i l a v a l i a r u ma t r o c a j u s t a , s e m fa l a r q u e a n o ç ã o d e c a p i t a l e d i n h e i r o , c l a r a a o s v e n d e i r o s , e r a mu i t o a b s t r a t a p a r a q u e m e s t a v a e n v o l v i d o n a l u t a p r i mi t i v a p e l a s o b r e v i v ê n c i a , fr e n t e à n a t u r e z a ( B U G G E N H A G E N , 1 9 4 1 , p . 4 9 ) .

Os produtos que o vendeiro comercializava com os colonos eram adquiridos através de transações realizadas com os atacadistas, geralmente importadores e exportadores. Com isso realizavam-se as

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transações e os negócios iam crescendo, servindo ao mesmo tempo de “casas de crédito”, chegando muitas vezes a funcionar como filiais de bancos internacionais que faziam operações em grandes centros.

Os primeiros colonos atuaram quando aqui chegaram na agricultura de subsistência, embora fossem de origem urbana. Tinham as mais variadas profissões como: alfaiates, sapateiros, tecelões, carpinteiros, ferreiros. “O crescimento econômico, amparado no artesanato, promoveu uma indústria fabril familiar até transformar-se nas indústrias têxteis dos dias atuais” (PIAZZA, 1989, p. 76).

A tradição tecelã existia desde 1862 e ampliou-se com a chegada de tecelões poloneses de língua alemã. Através da construção de teares de madeira, passaram a fabricar tecidos, como autônomos ou trabalhando para o empresário Carlos Renaux, em 1892.

1.3.2 Colonização Italiana

Para o Brasil, veio um grande contingente de italianos. Os fatores que levaram a isso foram, de um lado, as dificuldades econômicas na Itália, principalmente na agricultura, considerando-se que as terras estavam nas mãos de um restrito número de pessoas; de outro lado, a instabilidade política decorrente da unificação dos estados italianos. Assim, tinham esperança de encontrar no Brasil melhores condições de vida.

A imigração italiana ocorreu através do contrato celebrado em 1874 entre o Governo Imperial e o comendador Joaquim Caetano Pinto Júnior, que se comprometeu a trazer 100.000 imigrantes em dez anos. Aqui chegando, os italianos tiveram problemas para adaptar-se, pois não conheciam a realidade brasileira. Muitos deles dispersaram-se por toda a

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província.

“Instalaram-se na bacia do Rio Itajaí, quer na Colônia Blumenau, às margens do Itajaí-Açu, a partir de 1875; quer na Colônia Brusque, junto ao Itajaí-Mirim e seus afluentes. Daí, espalharam-se pelo vale do Rio Tijucas e alcançaram, também, as margens do Rio Luís Alves, onde fundaram a colônia do mesmo nome.” (PIAZZA, 1989, p. 80). No entanto, alguns prosseguiram em direção ao Vale do Rio Tubarão, a partir de 1877, e a outras localidades do sul de Santa Catarina, como Urussanga e Araranguá. Em 1875, chegam a Blumenau 30 famílias, provenientes de Trento; seguiram em direção ao Rio dos Cedros. Dedicam-se ao cultivo de feijão, batata-doce, milho, videiras e também à criação de bicho-da-seda e tornam-se grandes produtores de arroz.

Outros localizaram-se na “picada” de Rodeio; eram provenientes de Trentino. No ano seguinte (1876) surgiu outra colônia, que recebeu o nome de Ascurra, lembrando a vitória brasileira na Guerra do Paraguai. Ficava localizada às margens do Ribeirão São Paulo e do Guaricana.

1.4 O SURGIMENTO DO COMÉRCIO EM SANTA CATARINA

1.4.1 Desterro

Na região de Desterro houve uma grande expansão de casas comerciais. As áreas que apresentavam maior desenvolvimento no comércio eram Nossa Senhora do Desterro (hoje Florianópolis), Laguna, Brusque, Blumenau e Joinville.

No Desterro, desenvolveram-se grandes casas comerciais, onde a imigração era, em sua grande maioria, alemã, o que facilitava muito os contatos e a confiança para comercialização dos produtos, entre os

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negociantes que residiam nessa região e os empresários de Brusque e de Blumenau. Dessa forma, inúmeros comerciantes auxiliaram no desenvolvimento econômico da região, como, por exemplo, a empresa Bade & Wellmann. Seus proprietários, donos de empresas de importação/exportação em Hamburgo e Desterro, vieram a desentender-se, o que ocasionou a criação da casa comercial “Carlos Hoepcke”.

W e l l ma n n , a o d e s me mb r a r - s e d a s o c i e d a d e , p r e s t o u a u x í l i o fi n a n c e i r o e t é c n i c o a o v a r e j i s t a F e r n a n d o H a c k r a d t , q u e p r o s p e r o u e c h a mo u , p a r a g u a r d a -l i v r o s , o s o b r i n h o , p r o fe s s o r n a P o me r â n i a ( A l e ma n h a ) e , n a é p o c a , s e r r a d o r d e ma d e i r a e m B l u me n a u , C a r l H o e p c k e . H a c k r a d t a o s p o u c o s s e a fa s t o u d o n e g ó c i o , t o r n a n d o - s e c ô n s u l d a P r ú s s i a n o D e s t e r r o . S e u fi l h o , F e r n a n d o H a c k r a d t J r . , q u e e n t r o u e m 1 8 7 1 n a fi r ma , s a i u e m 1 8 9 8 , fi c a n d o , c o mo a s s o c i a d o s , o s i r mã o s C a r l e P a u l H o e p c k e , a t é 1 8 9 4 . C a r l H o e p c k e t r a n s fo r mo u a a n t i g a s o c i e d a d e n a ma i o r e mp r e s a c o me r c i a l c a t a r i n e n s e , t e n d o c o mo h e r d e i r o s o s fi l h o s C a r o l u s e M a x . A t r a v é s d o c a s a me n t o d a s fi l h a s , n o v o s a c i o n i s t a s fo r a m a t r a í d o s , e n t r e o s q u a i s Z i p s e r - M o l e n d a , W e i n e c k A l p e r s t e d t , e a mp l i o u - s e o n e g ó c i o . O s p a r e n t e s d a e s p o s a d e C a r o l u s H o e p c k e , D i e t r i c h e H a n s v o n W a n g e n h e i m, t o r n a r a m- s e g r a n d e s a c i o n i s t a s e p r i n c i p a i s d i r e t o r e s d a e mp r e s a ( H E R I N G , 1 9 8 7 , p . 6 1 ) .

Mais tarde, com a segunda guerra mundial e com a perseguição contra os alemães, o controle acionário da firma passa para o Sr. Aderbal Ramos da Silva, casado com Ruth Hoepcke, filha de Carl Hoepcke.

Segundo HERING, muitos ligados à família Hoepcke tinham algum grau de parentesco com os Hering e os Renaux, de forma que eles impulsionaram o comércio na região de Desterro, o qual permanece até

os dias atuais.2

2

E n t r e v i s t a r e a l i z a d a c o m M a r i a L u i z a R e n a u x H e r i n g n a F U R B ( F u n d a ç ã o U n i v e r s i d a d e d e B l u me n a u e m 1 9 9 6 )

(43)

O s s e n h o r e s E r n e s t V a h l ( c ô n s u l a u s t r í a c o ) e F r a n z S a l l e n t h i e n , i mp o r t a n t e c o l o n i z a d o r d e I t a j a í , d o n o d e s e r r a r i a e m B r u s q u e [ . . . ] c o n t r a t a r a m, n o fi m d o s é c u l o X I X , d o i s e s p e c i a l i s t a s d a A l e ma n h a : E r n e s t o S t o d i e c k , c o me r c i a n t e fe r r a g i s t a d i p l o ma d o e m S o l i n g e n , e H e r ma n n B e c k , t é c n i c o t ê x t i l d a B a v i e r a , q u e l o g o s e t o r n a r a m p r o c u r a d o r e s e p r o p r i e t á r i o s d a fi r ma – a p a r t i r d e e n t ã o , E r n e s t o , B e c k & C i a . ( H E R I N G , 1 9 8 7 , p . 6 2 ) .

Temos, ainda: os Busch e os Schmithausen, que se dedicaram ao negócio de artefatos de couro. Desterro exportava café, fécula, tapioca, couro cru, óleo de peixe, óleo de nogueira e linhaça para pintura. A capital tinha — e tem — como indústria a Fábrica de Rendas e Bordados Hoepcke. Outra firma “de destaque [foi] fundada por André Wendhausen, que se especializou no comércio importador/exportador e, como suas congêneres, deveu sua importância ao fato de ser correspondente de vários bancos, nacionais e do exterior” (HERING, 1987, p. 62).

Estas foram algumas das importantes iniciativas comerciais que ocorreram na localidade de Desterro, que mais tarde se chamaria de Florianópolis.

1.4.2 Itajaí

Em Itajaí também surgiram muitas casas comerciais. Entre elas, convém citar a de maior porte, que pertencia às famílias Malburg e Konder. Foi fundada em 1860, por Nicolau Malburg, imigrante da região do Mosela e professor em Pocinho, às margens do Itajaí. “Da mesma forma, Marcos Konder, professor rural, emigrado da Mosela com a finalidade de educar os filhos de Nicolau Malburg, tornou-se procurador

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deste e quatro anos após formou sua própria firma comercial, enriquecendo com a exportação da madeira” (HERING, 1987, p. 63).

O comércio de Itajaí, à época, voltava-se principalmente para a exportação de madeira, tendo sido criados setores para importação e exportação, nos quais havia representação de companhia de navegação e de bancos. A firma Konder era importadora e responsável pela exportação de muitos gêneros coloniais. Mais tarde montou escritório de comissões e despachos e tornou-se agente do Banco Nacional do Comércio e do Banco Alemão Transatlântico.

Os produtos de Blumenau e de Brusque eram exportados por uma companhia de navegação de Itajaí.

E m 1 8 7 7 , G u i l h e r me A s s e b u r g , c ô n s u l a l e mã o e m I t a j a í e p r o p r i e t á r i o d a fi r ma A s s e b u r g , à q u a l ma i s t a r d e a s s o c i o u - s e W i l l e r d i n g , t a mb é m d e I t a j a í , c r i o u a p r i me i r a e mp r e s a d e t r a n s p o r t e s fl u v i a i s . L a n c h a s a v a p o r p a s s a r a m a l i g a r d u a s v e z e s p o r s e ma n a o p o r t o ma r í t i mo a B l u me n a u , e m s u b s t i t u i ç ã o à s b a l s a s , b a r c a ç a s e c a n o a s ” ( H E R I N G , 1 9 8 7 , p . 6 6 ) .

Essa facilidade em criar empresas para exportar produtos de Blumenau e de Brusque se devia à localização geográfica estratégica de Itajaí, que possuía um dos melhores portos do Estado.

1.4.3 Brusque

A Colônia de Brusque foi fundada em 1860. “Os primeiros imigrantes da Colônia de Brusque foram 54 agricultores alemães, e por mais quatorze anos a grande maioria de seus colonizadores continuou a ser formada por camponeses alemães”.(DIAS, 1987, p. 99).

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Como registra HERING (1987), em 1860 os relatórios da diretoria da colônia já indicavam a existência de cinco casas de negócios, subindo este número para quatorze em 1876.

Havia nessa colônia, como “apontava a estatística: dois ferreiros, um padeiro, três sapateiros, dois alfaiates, seis marceneiros, seis carpinteiros, três pedreiros e um fabricante de embarcações” (PIAZZA, 1981, p.117)

Brusque, como as outras colônias, tinha produção diversificada, que também era exportada. A produção do ano anterior [1862]: 524 arrobas de fumo, 497 arrobas de açúcar, 51 barris de aguardente, 529 alqueires de farinha de mandioca, 4.378 de milho, 737 de feijão, 3.259 de tubérculos diversos, e 1.031 de arroz. Vários foram os comerciantes em Brusque. O primeiro foi o itajaiense Joaquim Pereira Liberato; em seguida vieram os alemães e merece menção a cervejaria de Friedrich Wilhelm Thies. “... O comércio brusquense, contudo, culminaria em grandes vendas: Krieger, Buettner, Bauer e Renaux, as três primeiras fundadas por alemães imigrados pouco depois da fundação da colônia”. (HERING, 1987).

Guilherme Krieger, padeiro de Oldemburg (Alemanha), que chegou a Brusque em 1861, tinha seus negócios de exploração de madeira, criação de gado e cultivo de cana-de-açúcar em vários locais: Cedro, Águas Negras, Porto Franco, Riberão do Ouro e Morro do Baú (Blumenau).

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K r i e g e r fe z e n c o me n d a à A l e ma n h a d e ma q u i n a r i a p a r a a r a s p a g e m, p r e n s a g e m e s e c a g e m d a ma n d i o c a , a fi m d e p r o d u z i r a fé c u l a , q u e s e t o r n a r i a i mp o r t a n t e a r t i g o d e e x p o r t a ç ã o . A i n t e r r u p ç ã o d a s r e l a ç õ e s c o m a E u r o p a , n a P r i me i r a G u e r r a , i mp e d i u o r e c e b i me n t o d a s má q u i n a s , s i g n i fi c a n d o p r e j u í z o n ã o s ó p e l a s p a r c e l a s p a g a s e m a d i a n t a me n t o , ma s p e l a c o mp r a d o s b ô n u s d e g u e r r a ( K r i e g s a n l e i h e n ) e m q u e s e e n v o l v e r a m a l g u n s i mi g r a n t e s a l e mã e s , e q u e n u n c a fo r a m r e s g a t a d o s ” ( H E R I N G , 1 9 8 7 , p . 7 1 ) .

Muitas foram as dificuldades encontradas pelos imigrantes para fortalecer o comércio da cidade. Outro imigrante que possuía comércio em Brusque era Eduardo Von Buettner, vindo da Silésia, que emigrou para o Brasil em 1851. Ele e sua família trouxeram o instrumental necessário para a fabricação de charutos, pois havia na colônia uma grande produção de fumo.

E m 1 8 7 5 , fi x o u - s e e m B r u s q u e , a d q u i r i n d o t e r r a s e m Á g u a s N e g r a s ( r u mo à s e r r a d e V i d a l R a mo s ) , n o d i s t r i t o d o C e d r o , n o B r i l h a n t e ( a c a mi n h o d e I t a j a í ) e n o B a ú ( e m B l u me n a u ) . E x p l o r o u i n i c i a l me n t e a ma d e i r a , p l a n t o u c a fé e c a n a - d e - a ç ú c a r , c o n s t r u i n d o u ma t o r r e fa ç ã o p a r a o s g r ã o s e u ma d e s t i l a r i a p a r a a p r o d u ç ã o d e á l c o o l , q u e d e v e r i a s e r v i r a o p r o j e t o d e i l u mi n a ç ã o d a V i l a d e I t a j a í . T r a n s fe r i n d o - s e d e Á g u a s N e g r a s p a r a o c e n t r o d e B r u s q u e , a b r i u u ma l o j a d e fa z e n d a s , s e c o s , mo l h a d o s e a r ma r i n h o s , g i r a n d o s u a a t i v i d a d e e m t o r n o d a p r o d u ç ã o a g r í c o l a d a r e g i ã o . ( H E R I N G , 1 9 8 7 , p . 7 1 ) .

Eduardo von Buettner faleceu em Brusque em 1902. Outro comerciante influente à época foi João Bauer, que nasceu em 13 de novembro de 1849, na Baviera, vindo para o Brasil com 11 anos de idade, em companhia de seu pai viúvo Balthazar Bauer. “João Bauer, assim, iniciou-se no Brasil e logo após teve de dedicar-se ao trabalho num engenho de serra, localizado na Guabiruba, a 12 km de Brusque, onde trabalhava, muitas vezes, até 24 horas por dia. Tal tipo de trabalho era,

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na verdade, uma dura escola, que deixava pouca margem de lucro, o que desanimava o pai” (PIAZZA, 1974, p.28).

Por encontrar dificuldades em viver em Brusque, João Bauer

resolveu residir em Itajaí, onde iniciou suas atividades em uma padaria, como ajudante de padeiro. Com o trabalho, juntou algumas economias, que lhe permitiram a compra de terras em Guabiruba, onde já possuía um engenho de serra. Posteriormente abre uma loja em Brusque.

Em 1871, casa-se com Dª Maria Olinger, de origem luxemburguesa. Desse matrimônio nasceram os filhos João, Leopoldo, Matilde, Jacob, Augusto e Maria Rosa, sucessores nos negócios do pai.

A s u a c a s a c o me r c i a l , ‘ g r a ç a s a o s e u e s p í r i t o j o v i a l , b e m d i s p o s t o , p r o n t o a s e r v i r ’ , p a s s o u a c r e s c e r e a s e r v i r ‘ a q u a l q u e r h o r a d o d i a o u d a n o i t e , e m fe r i a d o s e me s mo a o s d o mi n g o s , q u a n d o o s c o l o n o s d o i n t e r i o r l h e t r a z i a m, a p ó s a mi s s a , o s s e u s p r o d u t o s a g r í c o l a s , e m t r o c a d e me r c a d o r i a s d e s e u c o mé r c i o ’ ( P I A Z Z A , 1 9 7 4 , p . 2 9 ) .

Além de produtos agrícolas, comercializavam-se madeiras da região. E m 1 8 9 0 , p a r a l e l a me n t e à v e n d a q u e ma n t i n h a c o m s u a mu l h e r , J o ã o B a u e r d e s e n v o l v e u s e u p r i me i r o p l a n o p a r a o a p r o v e i t a me n t o d a ma d e i r a d e e x c e l e n t e q u a l i d a d e d a r e g i ã o ( c a n e l a , p e r o b a , c e d r o , i mb u i a , ó l e o [ ? ] , c a mb a r á ) , q u e e r a d e s p e r d i ç a d a n o p r ó p r i o p r e p a r o d a s t e r r a s p a r a a fo r ma ç ã o d e r o ç a s . S e u p r o j e t o c o n s i s t i u n a o fe r t a d e c r é d i t o a o s c o l o n o s p a r a a c o mp r a d e 2 0 s e r r a s T i s s o t ( g r a d e v e r t i c a l c o m u ma l â mi n a ) e n a p o s t e r i o r e x p o r t a ç ã o d a s t á b u a s s e r r a d a s p e l o p o r t o d e I t a j a í . ( H E R I N G , 1 9 8 7 , p . 7 3 ) .

O porto de Itajaí era um dos maiores de Santa Catarina, através dele se realizavam as exportações de madeira e demais produtos

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agrícolas da região do Vale do Itajaí. Houve, entretanto, uma significativa contribuição de João Bauer para o município de Brusque: a instalação de uma usina hidrelétrica que aproveitava uma bonita queda d’água do salto da Planície Alta. “Com esse empreendimento ‘lançou os fundamentos de novos tempos, impulsionando definitivamente a indústria têxtil de Brusque, na época representada por Carlos Renaux, Gustavo Schlösser, Edgar Buettner e Rodolfo Tietzmann e suas próprias indústrias’” (PIAZZA, 1974, p. 29). A usina hidrelétrica foi inaugurada em 13 de novembro de 1913. “Mas João Bauer teve outros empreendimentos como a instalação da primeira fábrica de tecidos de seda natural com teares de ferro, e fábrica de gelo, fazendas e armarinhos” (PIAZZA, 1974, p. 30).

O comerciante Carlos Renaux nasceu em Loerrach, no antigo Grão-Ducado de Baden, a 11 de março de 1862, filho de Johann Ludwig Renaux e Dª Sofia Ludin. Emigrou para o Brasil em 1882, com apenas 22 anos. R e n a u x d i r i g i u - s e i n i c i a l me n t e a B l u me n a u , p a r a a l o c a l i d a d e d e S a l t o W e i s s b a c h , p r o v a v e l me n t e e n c a mi n h a d o p o r L u í s A l t e n b u r g , j á me n c i o n a d o a n t i g o c o me r c i a n t e n a r e g i ã o , o q u a l o e mp r e g o u c o mo c a i x e i r o n o n e g ó c i o d e s e u g e n r o , T h e o d o r L ü d e r s . P o s t e r i o r me n t e fo i a G a s p a r , o n d e o p r ó p r i o A l t e n b u r g t i n h a u ma c a s a d e n e g ó c i o , c o n h e c e n d o a í a c u n h a d a d e s t e , S e l ma W a g n e r , p r o fe s s o r a e m B l u me n a u e fi l h a d o ma i s p r ó s p e r o c o l o n o d a r e g i ã o , o p i o n e i r o P e d r o W a g n e r ( H E R I N G , 1 9 8 7 , p . 7 5 ) .

Em 1884, passa a gerenciar a firma Asseburg & Wiilerding, tradicional no ramo do comércio de transporte de Blumenau e de Itajaí. No ano de 1888, vai para Brusque como gerente dessa firma,

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estabelecendo-se por conta própria em 1890, colocando uma venda comercial. [ C a r l o s R e n a u x ] e mp r e g o u , c o n t u d o , p r i n c í p i o s c o me r c i a i s a t é e n t ã o d e s c o n h e c i d o s , o u me l h o r , n ã o u s a d o s n o l o c a l , a o s u b s t i t u i r a t r o c a e m e s p é c i e d a s me r c a d o r i a s p o r d i n h e i r o , e a o i mp r i mi r ma i o r e x a t i d ã o a e s s a s t r o c a s , p e s a n d o o s p r o d u t o s a g r á r i o s e e s c r e v e n d o a d i fe r e n ç a fa v o r á v e l a o s c o l o n o s , n o c r é d i t o d e s t e s . N a t u r a l me n t e e s s a s p r á t i c a s ma i s r a c i o n a i s t i v e r a m a c e i t a ç ã o g e r a l e s i g n i fi c a r a m o c r e s c i me n t o d e s u a v e n d a , a t a l p o n t o q u e , d e z a n o s a p ó s a v i n d a a o B r a s i l , e s t e v e p r o n t o a d a r o p a s s o d e c i s i v o n a h i s t ó r i a e c o n ô mi c a d e B r u s q u e , c r i a n d o s u a p r i me i r a i n d ú s t r i a . ( H E R I N G , 1 9 8 7 , p . 7 5 )

Também atuou na política local, sendo superintendente municipal (prefeito), presidente da câmara e deputado estadual em 1891. Assim, a indústria de Carlos Renaux teve início em 1892.

1.4.4 Blumenau

Nessa região havia, em 1861, cinco casas comerciais, passando para 27 em 1885. “A maior, fundada em 1855, além da venda semi-oficial de Victor Gaertner, sobrinho do doutor Blumenau, era Mayer e Spierling, que, segundo referências, foi liquidada em 1884, devido à oscilação de preços, causando grandes transtornos à população.” (HERING, 1987, p. 65). Nessa época, diversos eram os produtos exportados de Blumenau para a Alemanha.

N a e x p o r t a ç ã o , o s n o me s ma i s t r a d i c i o n a i s fo r a m o s d e V i c t o r G a e r t n e r , j á c i t a d o ( ma n t e i g a , o v o s , l i n g ü i ç a ) ; J e n s J e n s e n ( ma n t e i g a , b a n h a , o v o s , l i n g ü i ç a e a l g u n s p r o d u t o s c o l o n i a i s ) ; F r i d e n r e i c h ( c e r v e j a ) ; H o s a n g ( c e r v e j a ) ; R i s c h b i e t e r ( c e r v e j a ,

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fu mo , c h a r u t o s , v i n a g r e , o v o s , ma n t e i g a , l i n g ü i ç a , b a n h a ) ; B a y e r ( i d e m) ; K r u e g e r ( g a l i n h a s , ma n t e i g a , o v o s , t o u c i n h o , p e l e s d e c a ç a , a r a r u t a , mi l h o , fa r i n h a d e mi l h o ) ; P r o b s t ( fu mo e t c . ) ; L a n g e ( g a l i n h a s , ma n t e i g a , b a n h a , a r r o z , l i n g ü i ç a , t o u c i n h o , c a r n e s a l g a d a e mi l h o ; P e t e r s e W i l l e ; H a r t w i g B a u mg a r t e n ( g a l i n h a , o v o s , l i n g ü i ç a , t o u c i n h o , ma n t e i g a , a r a r u t a ) ; S c h r a d e r ( a r r o z ) e H o l e t z ( H E R I N G , 1 9 8 7 , p . 6 5 )

Em algumas dessas casas comerciais realizaram importação de produtos como ferragens, combustíveis, cimento, porcelanas e vidros, tintas, drogas, tecidos, artigos de moda. Isso favoreceu o crescimento econômico da região. A firma, Paul & Cia foi a primeira casa comercial a promover a importação direta da Alemanha.

Também outras iniciativas ocorreram nessa região para incrementar crescimento econômico. Podemos citar o sócio da firma Salinge & Cia.:

F e d d e r s e n d e s e n v o l v e u u ma s é r i e d e a t i v i d a d e s v o l t a d a s a o b e n e fi c i a me n t o d o s p r o d u t o s r e g i o n a i s , v i s a n d o u ma p r o d u ç ã o ma i s h o mo g ê n e a q u e a s s e g u r a s s e me l h o r e s c o n d i ç õ e s d e c o n s e r v a ç ã o e e x p o r t a ç ã o . I n s t a l o u mo i n h o s d e fa r i n h a , d e s c a s c a d o r e s d e a r r o z , s e r r a r i a s e me l h o r o u a c u l t u r a d o fu mo , s e l e c i o n a n d o s e t e d i fe r e n t e s q u a l i d a d e s , e x p o r t a d a s p a r a o me r c a d o a l e mã o . P a r a a e mb a l a g e m d o s p r o d u t o s d e s e n v o l v e u fá b r i c a s d e c a i x a s , d e a r a me fa r p a d o e l a t o a r i a . P a r a l e l a me n t e p r e s t o u a s s i s t ê n c i a a o s c o l o n o s , fo r n e c e n d o - l h e s t é c n i c a s ma i s a p r i mo r a d a s d e p r o d u ç ã o a o s u b s t i t u i r , p o r e x e mp l o , o s a n t i q u a d o s c i l i n d r o s d e ma d e i r a , n a mo a g e m d a c a n a , d e p o u c o r e n d i me n t o , p o r mo e n d a s d e fe r r o , e i n t r o d u z i u t a mb é m t a c h o s d e c o b r e , g r a n d e s e r a s o s , p a r a o c o z i me n t o d a g a r a p a , a s s i m c o mo a l a mb i q u e s p a r a o fa b r i c o d a c a c h a ç a . A fi r ma fo i a o me s mo t e mp o r e s p o n s á v e l p e l a i n t r o d u ç ã o d e c e n t r í fu g a s d e l e i t e e má q u i n a s d e c o r t a r fo r r a g e n s , a p r i mo r a me n t o s t é c n i c o s q u e s e e s p a l h a r a m p o r t o d a a r e g i ã o ( H E R I N G , 1 9 8 7 , p . 6 6 ) .

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Em outros momentos, essas iniciativas provocariam o surgimento das primeiras indústrias da região. Através das casas comerciais de beneficiamento se originaram as indústrias de beneficiamento agropecuário, sobretudo do leite, passando logo em seguida para a exportação da manteiga. “Foi assim que se originou a Companhia Jensen, fundada em 1867 por Jens Jensen, marinheiro do Mar do Norte. Jensen instalou-se em Blumenau como colono e pequeno comerciante, expandindo sua firma na agricultura e na indústria e comércio de derivados de pecuária” (HERING, 1987, p. 67).

Outras firmas de beneficiamento surgiram no município, tais como Hermann Weege S.A. (1901) e Hardt (1905). Segundo HERING (1987), a indústria surgiu como alternativa e causa de desenvolvimento econômico no Vale do Itajaí a partir do momento em que o solo, após trinta anos de exploração contínua, manifestou sinais de esgotamento, sem que houvesse intenções ou projetos para a recuperação do sistema produtivo de pequena propriedade.

Assim, a agricultura deixa de ser a principal atividade econômica na região, surgindo o processo de industrialização.

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CAPÍTULO II

Referências

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