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Edifício multifuncional Holanda: diversidade e qualidade ambiental em edificações verticais

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Academic year: 2021

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(2) UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE. GIULIANO BEZERRA CALDAS. EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL HOLANDA DIVERSIDADE E QUALIDADE AMBIENTAL EM EDIFICAÇÕES VERTICAIS. VOLUME I. Natal - RN, 2016.

(3) 1. GIULIANO BEZERRA CALDAS. EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL HOLANDA DIVERSIDADE E QUALIDADE AMBIENTAL EM EDIFICAÇÕES VERTICAIS. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, Mestrado. Profissional. em. Arquitetura,. Projeto e Meio Ambiente da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como parte dos requisitos para a obtenção do grau de mestre.. Orientadora: Profa. Dra. Maisa Veloso Coorientador: Prof. Aldomar Pedrini, Ph.D.. Natal - RN, 2016.

(4) Catalogação da Publicação na Fonte. Universidade Federal do Rio Grande do Norte / Biblioteca Setorial de Arquitetura.. Caldas, Giuliano Bezerra. Edifício multifuncional Holanda: diversidade e qualidade ambiental em edificações verticais / Giuliano Bezerra Caldas. – Natal, RN, 2016. 116f. : il. Orientadora: Maisa Veloso. Coorientador: Aldomar Pedrini. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Departamento de Arquitetura. 1. Edifício multifuncional – Dissertação. 2. Projeto – Dissertação. 3. Estratégias bioclimáticas – Dissertação. 4. Qualidade ambiental interna – Dissertação. I. Veloso, Maisa. II. Pedrini, Aldomar. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Título. RN/UF/BSE15. CDU 725.

(5) 2. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE. EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL HOLANDA DIVERSIDADE E QUALIDADE AMBIENTAL EM EDIFICAÇÕES VERTICAIS. GIULIANO BEZERRA CALDAS. BANCA EXAMINADORA:. Professora Doutora Maísa Dutra Veloso– PPGAU/ UFRN (Presidente – Orientadora). Professora. Doutora. Solange. Virginia. Galarca. Goulart. –. PPGAU/. UFRN. (Examinadora interna). Professor Leonardo Salazar Bittencourt, Ph.D. – FAU/ UFAL (Examinador externo).

(6) 3. Dedico. este. trabalho. a. Mariana,. minha maior fonte de inspiração para tudo nesta vida, a Clarinha, Bruninha e ao meu saudoso pai, Odemar..

(7) 4. AGRADECIMENTOS. A Deus. A minha esposa Mariana, por todo apoio e incentivo, no mestrado e na vida. Aos meus pais Odemar (in memoriam) e Olga, por todo esforço e dedicação na educação dos filhos. A professora Maísa Veloso, pelos valiosos ensinamentos e pela generosidade, paciência e carinho na orientação deste trabalho. Ao professor Aldomar Pedrini, por mostrar que as coisas podem (e devem) ser mais simples do que parecem, para que possamos viver com qualidade. Aos meus irmãos Odemar Neto, Fabrizio e Tatiana, pelo eterno apoio. A Clarissa e Tatiana, por todo incentivo e delicadeza. A Tarcísio, Ione, Bruno e Fernanda, por acreditarem sempre. A Henrique, Aulo, César, Flavio e André pelas discussões, apoio e terapia conjunta durante essa trajetória. Aos amigos Ludmila, Tasso, Henrique, Petterson e Cynara, pela colaboração e companherismo. A Juliana Portela, pela luz que trouxe ao trabalho, sempre disposta a ajudar. A Priscila Macedo, pela confiança e empenho nos momentos mais difíceis. A Vitor e Carol, futuros arquitetos, por serem tão prestativos e dedicados. A minha inesquecível turma do mestrado profissional, meus antigos e novos colegas, que fizeram da união a força para atingirmos nossos objetivos. Aos professores do mestrado profissional, por toda ajuda, dedicação e aprendizado adquirido nesse período em que convivemos. A. turma. de. arquitetura. 2012.2,. pela. recepção. e. convivência,. me. proporcionando uma experiência nova e motivadora. A todos aqueles que, de alguma forma, colaboraram e estiveram comigo nessa caminhada..

(8) 5. RESUMO. O presente trabalho descreve o processo de concepção e desenvolvimento do projeto de um edifício multifuncional vertical localizado no bairro de Lagoa Nova (Natal/RN), com ênfase na qualidade ambiental interna e na eficiência energética da edificação, por meio de estratégias projetuais bioclimáticas para o clima quente e úmido. O processo consistiu de revisão de literatura e de normas pertinentes, estudos de referências projetuais, programação arquitetônica, definição de conceito e de partido arquitetônico, e desenvolvimento em nível de anteprojeto. Foi feita também a análise da viabilidade do empreendimento, com a definição do bairro e da área de superfície ideais para o projeto, o que conduziu à escolha do terreno e o cálculo de seu potencial construtivo, até chegar à definição das quantidades e dos tamanhos das unidades privativas residenciais e comerciais. Vários esboços de tipos edilícios distintos foram desenvolvidos, assim como estudos sobre possíveis estratégias projetuais, buscando a qualidade ambiental interna. Nesse sentido, a composição da edificação em torre única, composta por usos diversos e distribuídos em blocos sobrepostos com acessos individualizados para pedestres e veículos, foi a que melhor atendeu às premissas conceituais e programáticas. Os princípios bioclimáticos foram aplicados ao tipo edilício escolhido, desde as fases iniciais do projeto. Esta pesquisa pretende contribuir, assim, com a identificação das estratégias projetuais mais adequadas para edifícios verticais residenciais e comerciais, localizados em clima quente e úmido, com informações e soluções que possam ser incorporadas por arquitetos e projetistas, no intuito de promover e incentivar a elaboração de projetos de arquitetura mais eficientes e com maior qualidade ambiental interna.. Palavras-chave:. projeto,. qualidade ambiental interna. edifícios. multifuncionais,. estratégias. bioclimáticas,.

(9) 6. ABSTRACT. This research describes the process and development of the design of a vertical multifunctional building located in the Lagoa Nova neighborhood (Natal / RN), with an emphasis on indoor environmental quality and energy efficiency for building, through bioclimatic design strategies for hot and humid climate. The process consisted of bibliographic review, as well as review of relevant building regulations, studies of architectural references, architectural programming, design concept and parti definition, leading to the developed design. It was also analyzed the feasibility of the project, defining the neighborhood for its implementation and the ideal surface area for the building, which led to the choice of the land and the calculation of its constructive potential, up to the definition of number and sizes of private residential and commercial units. Several sketches of different building types were developed, as well as studies on possible design strategies, seeking indoor environmental quality. In this sense, the composition of the building as a single tower, housing different uses in the shape of overlapped blocks, observing differentiated access for pedestrians and vehicles, was the one design option that best met the conceptual and programmatic assumptions. Bioclimatic principles were applied to the building type chosen from the early stages of the design process. Therefore, the aim of this research is to identify the most appropriate design strategies for vertical residential and commercial buildings located in hot and humid weather, with information and solutions that can be incorporated by architects and designers in order to promote and encourage the development of more efficient architectural design and indoor environmental quality.. Keywords:. design,. environmental quality. multifunctional. buildings,. bioclimatic. strategies,. indoor.

(10) 7. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Edifícios em Natal com apartamentos na torre e comércio no térreo 18 Figura 2: Boletim Construir Natal 2014 – Alvará de Construção ....................... 19 Figura 3: Boletim Construir Natal 2014 – Habite-se .......................................... 19 Figura 4: Estratégias bioclimáticas para projeto em Natal – RN ....................... 22 Figura 5: Sistemas de iluminação natural ......................................................... 24 Figura 6: Carta Bioclimática .............................................................................. 28 Figura 7: Localização e implantação do complexo Tirol Way ........................... 29 Figura 8: Fachadas do complexo Tirol Way ...................................................... 30 Figura 9: Tipologias das torres do complexo Tirol Way .................................... 31 Figura 10: Vista do Brascan Century Plaza e entorno ...................................... 32 Figura 11: Praça aberta do Brascan Century Plaza .......................................... 33 Figura 12: Implantação do Brascan Century Plaza ........................................... 33 Figura 13:Plantas das torres do Brascan Century Plaza .................................. 34 Figura 14: Volumetria do Menara Mesiniaga .................................................... 35 Figura 15: Jardins em espiral vertical ............................................................... 36 Figura 16: Escalonamento dos terraços ........................................................... 37 Figura 17: Persianas de alumínio nas fachadas Leste e Oeste ........................ 37 Figura 18: Piscina na cobertura ........................................................................ 38 Figura 19: Zoneamento Bioclimático Brasileiro e os dados da cidade de Natal 41 Figura 20: Mapa da cidade de Natal com limites de bairros ............................. 42 Figura 21: Bairro de Lagoa Nova e seus confrontantes .................................... 43 Figura 22: Localização do Conjunto Roselândia no bairro de Lagoa Nova ...... 44 Figura 23: Entorno do terreno ........................................................................... 44 Figura 24: O terreno e seus limites ................................................................... 45 Figura 25: Vista geral do terreno e da praça ..................................................... 46.

(11) 8. Figura 26: Vista geral do terreno e da praça ..................................................... 46 Figura 27: Cartas solares do terreno ................................................................ 47 Figura 28: Quadro para cálculo de recuos ........................................................ 48 Figura 29: Controle de gabarito no entorno do Parque das Dunas ................... 49 Figura 30: Quadro com dimensões mínimas para compartimentos .................. 50 Figura 31: Quadro de áreas privativas identificadas por cruzamento de dados 57 Figura 32: Cinco grupos familiares fundamentais ............................................. 58 Figura 33: Quadro com unidades e áreas privativas definidas ......................... 59 Figura 34: Pré-dimensionamento das unidades privativas ............................... 62 Figura 35: Pré-dimensionamento das áreas comuns........................................ 62 Figura 36: Pré-dimensionamento das áreas comuns........................................ 63 Figura 37: Esboço inicial de implantação .......................................................... 66 Figura 38: Esboços da torre e elementos de proteção solar ............................. 66 Figura 39: Estudo de duas torres unidas na base e no topo ............................. 67 Figura 40: Blocos sobrepostos e separados por elemento de fachada ............ 68 Figura 41: Croquis de estratégias bioclimáticas da proposta ............................ 68 Figura 42: Implantação e zonas de pressão nas superfícies externas ............. 69 Figura 43: Proposta conceitual de edifício multifuncional ................................. 70 Figura 44: Maquete volumétrica........................................................................ 70 Figura 45: Pavimentos tipo residencial e comercial em formato “barra” ........... 71 Figura 46: Elemento volumétrico representacional do projeto .......................... 72 Figura 47: Volumetria desmembrada em sólidos .............................................. 72 Figura 48: Volumetria com protetores solares .................................................. 73 Figura 49: Proposta volumétrica de edifício multifuncional ............................... 74 Figura 50: Sombreamento da praça no pavimento térreo ................................. 75 Figura 51: Recuo das esquadrias dos terraços das unidades privativas .......... 76.

(12) 9. Figura 52: Painéis móveis do salão de festas ................................................... 77 Figura 53: Portas de acesso às unidades privativas em madeira com tabicão . 78 Figura 54: Esquema mostrando a ventilação cruzada nas salas comerciais .... 79 Figura 55: Vistas internas dos jardins nos apartamentos com pé-direito duplo 79 Figura 56: Fachadas e terraços ajardinados em projetos de Ken Yeang ......... 81 Figura 57: Tipos de núcleos de serviços e plantas adequados ao clima .......... 82 Figura 58: Núcleo de escada e elevadores na planta baixa do pavimento tipo 83 Figura 59: Fachada lateral sem aberturas ........................................................ 84 Figura 60: Elementos de proteção solar na fachada oeste ............................... 84 Figura 61: Praças e espaços de convívio na edificação ................................... 85 Figura 62: Máscaras de sombra para aberturas das salas comerciais ............. 87 Figura 63: Simulação da iluminação natural nas salas comerciais ................... 90 Figura 64: Simulação da iluminação natural nas salas residenciais (mod. 1) ... 91 Figura 65: Simulação da iluminação natural nas salas residenciais (mod. 2) ... 92 Figura 66: Simulação da iluminação natural nas salas residenciais (mod. 3) ... 92 Figura 67: Simulação da taxa de renovação do ar nos ambientes ................... 93 Figura 68: Implantação do edifício no pavimento térreo ................................... 95 Figura 69: Subsolo 01 (vagas rotativas comerciais) ......................................... 96 Figura 70: Subsolo 02 (vagas privativas comerciais) ........................................ 97 Figura 71: Mezanino e estacionamento elevado (residencial) .......................... 98 Figura 72: Pavimento lazer e academia ............................................................ 99 Figura 73: Pavimento convenções (auditório e restaurante) ........................... 100 Figura 74: Pavimento tipo comercial ............................................................... 100 Figura 75: Pavimentos tipos residenciais........................................................ 102 Figura 76: Mirante ........................................................................................... 103 Figura 77: Corte e fachada esquemáticos ...................................................... 104.

(13) 10. Figura 78: Perspectiva do edifício multifuncional Holanda .............................. 105 Figura 79: Perspectivas do edifício e da praça ............................................... 106 Figura 80: Blocos cerâmicos modulares ......................................................... 108 Figura 81: Detalhes do composto e fixação do painel wall ............................. 109 Figura 82: Perfil de esquadria de PVC e utilização em fachada ..................... 110 Figura 83: Brises e marquises vazadas do projeto ......................................... 111 Figura 84: Esquema para aquecimento de água por coletor solar.................. 112.

(14) 11. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 13. 2. REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL ............................................... 16. 3. 4. 5. 6. 2.1. Edifícios Multifuncionais ..................................................................... 17. 2.2. Estratégias Bioclimáticas e Qualidade Ambiental da Edificação ........ 20. 2.3. Eficiência Energética na Edificação ................................................... 26. ESTUDOS DE REFERÊNCIA ................................................................... 29 3.1. Tirol Way ............................................................................................ 29. 3.2. Brascan Century Plaza ....................................................................... 32. 3.3. Menara Mesiniaga .............................................................................. 35. 3.4. Considerações sobre o capítulo ......................................................... 38. CONDICIONANTES PROJETUAIS .......................................................... 41 4.1. Área de intervenção ........................................................................... 41. 4.2. Aspectos físicos e ambientais ............................................................ 45. 4.3. Aspectos legais .................................................................................. 48. 4.4. Aquisição da área e análise de viabilidade......................................... 50. 4.5. Aspectos funcionais............................................................................ 55. CONCEPÇÃO E PROCESSO DE PROJETO .......................................... 64 5.1. Esboços e análises de implantação e volumetria do edifício.............. 65. 5.2. Definição do Partido Arquitetônico ..................................................... 71. 5.3. Rebatimentos da obra de Armando de Holanda no projeto................ 74. 5.4. Aplicação dos princípios de Ken Yeang no projeto ............................ 80. 5.5. Inserção de estratégias bioclimáticas no processo projetual.............. 86. 5.6. Desenvolvimento da proposta arquitetônica....................................... 94. SISTEMA CONSTRUTIVO E MATERIAIS.............................................. 107 6.1. Sistema construtivo .......................................................................... 107.

(15) 12. 7. 6.2. Vedações externas ........................................................................... 108. 6.3. Vedações internas ............................................................................ 109. 6.4. Esquadrias e vidros .......................................................................... 109. 6.5. Brises e protetores solares ............................................................... 111. 6.6. Coletores solares ............................................................................. 111. 6.7. Aproveitamento de águas pluviais .................................................... 112. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 113. REFERÊNCIAS .............................................................................................. 114.

(16) 13. 1. INTRODUÇÃO O crescimento urbano desordenado e a intensificação no uso e ocupação do. solo, aliados à necessidade de melhorar a qualidade do ambiente urbano, tornam fundamentais ações mais sustentáveis do ponto de vista ambiental. A preocupação com a saúde ambiental das cidades resulta em uma incessante procura de novas soluções para minimizar esses problemas. A criação de edificações com maior conforto, qualidade ambiental e que, de fato, produzam redução do consumo de energia tem se tornado algo cada vez mais difundido e necessário em todo o mundo. São crescentes as discussões envolvendo questões de sustentabilidade que têm influenciado positivamente o posicionamento de diversos setores produtivos, entre eles o da construção civil, gerando iniciativas que buscam aperfeiçoar o desempenho ambiental dos edifícios, desde a concepção até sua utilização. O arquiteto possui papel fundamental na criação de edifícios mais eficientes ao desenvolver projetos em que as condições do clima determinam as soluções formais e a utilização de materiais e técnicas construtivas. Trata-se de uma revalorização da prática projetual em que o arquiteto precisava ter o domínio dos condicionantes climáticos para conseguir solucionar as questões de conforto ambiental nos edifícios. Dessa forma, interessa-nos compreender como princípios e diretrizes para um melhor desempenho ambiental em edifícios verticais podem ser incorporados ao processo projetual desde a concepção. Neste contexto, o objeto de estudo do trabalho é a elaboração do projeto de um edifício multifuncional vertical com ênfase na qualidade ambiental, tendo como objetivo geral alcançar qualidade ambiental interna e eficiência energética por meio da utilização de estratégias bioclimáticas projetuais na cidade de Natal, RN. Os objetivos específicos do trabalho consistem em compatibilizar princípios bioclimáticos com estratégias projetuais para edificações multifuncionais, registrar o processo de projeto observando a inserção de estratégias bioclimáticas em suas diversas fases, visando qualidade ambiental interna e eficiência energética na edificação e desenvolver um projeto de arquitetura com a aplicação das estratégias identificadas e desenvolvidas..

(17) 14. O terreno escolhido para a implantação do edifício multifuncional está situado no bairro de Lagoa Nova, na zona Sul da cidade de Natal/RN, em localização privilegiada, já que se encontra inserido em um bairro atualmente considerado central na cidade. A área apresenta vocação tanto residencial, com significativa presença de residências próximas ao terreno, quanto comercial, apresentando em seu entorno equipamentos de usos diversos, tais como faculdade, supermercado, hospital, edifício de escritórios, escola, academia, padaria, dentre outros. Além disso, a área possui potencial para especulação imobiliária, devido à existência de grandes terrenos e por se tratar de um bairro que permite alto adensamento e gabarito. Para a realização desta pesquisa, o percurso metodológico incluiu a revisão da literatura sobre edificações multifuncionais e arquitetura bioclimática, a identificação e análise de projetos e soluções arquitetônicas que conciliassem princípios bioclimáticos com estratégias projetuais e o desenvolvimento de estudos de referência sobre conceitos de multifuncionalidade e princípios bioclimáticos em edifícios verticais, feitos de forma indireta, através de informações coletadas em dissertações, livros, artigos e sítios na internet. A análise de projetos existentes foi fundamental para o entendimento do objeto e o desenvolvimento do projeto. O processo de concepção do projeto apoiu-se nestas referências téoricas e empíricas construídas na fase anterior (revisão de literatura e dos princípios, diretrizes e normas pertinentes ao tema, seguido de estudos de referência projetuais), à qual se seguiram as etapas de programação arquitetônica, definição do. conceito. e. do. partido. arquitetônico,. desenvolvimento. e. análise. de. esboços/alternativas de soluções, até a definição do projeto final do edifício multifuncional. No que se refere à estrutura dos capítulos desta dissertação (volume I), o primeiro é composto por esta introdução. No segundo, apresenta-se um breve referencial. teórico-conceitual. com. os. conceitos. adotados. para. o. projeto,. contemplando a multifuncionalidade e o uso de estratégias bioclimáticas como forma de alcançar qualidade ambiental e eficiência energética nas edificações. No terceiro capítulo, são apresentados os estudos de referências projetuais, que contemplaram exemplos locais, nacionais e internacionais..

(18) 15. No capítulo quatro, são apresentados os aspectos que condicionaram o projeto em sua fase inicial, no que se refere à área de intervenção, à viabilidade do empreendimento e às questões ambientais, legais e programáticas. No quinto capítulo, são apresentados o processo de concepção e evolução do projeto, registrando a definição do partido arquitetônico adotado e os esboços e análises de implantação e volumetrias. O capítulo demonstra a inserção das estratégias bioclimáticas no projeto, por meio da aplicação de soluções e técnicas construtivas propostas pelos arquitetos Armando de Holanda e Ken Yeang, e o desenvolvimento da proposta arquitetônica final. No capítulo seis são apresentados os materiais e o sistema construtivo definidos para o projeto. O último capítulo reúne as considerações finais, seguidas das referências bibliográficas e de internet utilizadas. O volume II deste trabalho contém a apresentação das pranchas do projeto do edifício multifuncional vertical proposto..

(19) 16. 2. REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL Segundo Maciel (2003), a ideia de conceito deve participar como elemento. indutor do processo de projeto; é o esforço do arquiteto de compreender, interpretar e transformar dados pré-existentes do problema arquitetônico, que se constituem em fundamento para o seu trabalho. Desde o início do processo seletivo para o mestrado profissional, existiu a intenção de desenvolver algo que pudesse refletir a realidade da produção arquitetônica deste autor, que abrange essencialmente empreendimentos verticais comerciais e residenciais. Sempre foi intenção adotar no projeto princípios de sustentabilidade e acessibilidade como princípios geradores, de forma natural e inerente à própria concepção, assim como acontece com os condicionantes legais. Havia, porém, uma necessidade de fazer algo novo, mesmo se mantendo a ideia de desenvolver um produto com demanda de mercado já existente. Algo que pudesse unir a temática dos edifícios verticais, residenciais e comerciais, com uma concepção também centrada na relação do edifício com a cidade. Assim, a multifuncionalidade surgiu como uma maneira de inovar, pois a cidade de Natal possui poucos exemplares de empreendimentos dotados de várias funções (como habitar e trabalhar em um mesmo lugar, por exemplo), e os existentes não possuem qualquer interação entre seus usos propostos, em geral separados em torres. ou. pavimentos. independentes.. Dessa. forma,. entendendo. que. a. multifuncionalidade promove não apenas a diversidade de usos, mas também de pessoas, propõe-se a integração entre comércio e moradia numa mesma edificação, enfocando também a relação do edifício com a cidade. Considerando que usos distintos necessitam de soluções de projeto coerentes para cada um destes, surgiu a necessidade de se estudar e propor estratégias projetuais bioclimáticas direcionadas para cada uso específico, com o intuito de alcançar qualidade ambiental em toda a edificação. Além das unidades privativas, o edifício possuirá áreas de uso comum, como mirante, salão de festas, academia e auditório (dentre outros ambientes), que podem adotar soluções projetuais diferenciadas entre si, para alcançar a eficiência desejada. Sendo assim, o referencial teórico-conceitual desta pesquisa contempla estudos sobre edifícios multifuncionais e sobre estratégias projetuais bioclimáticas.

(20) 17. para o clima quente e úmido que devem ser empregadas no projeto, buscando eficiência energética e qualidade ambiental na edificação. 2.1. Edifícios Multifuncionais No contexto urbano atual, em um período de constantes transformações,. associadas às mudanças nos processos econômicos e tecnológicos, bem como aos modos de viver e habitar as cidades, é perceptível um maior interesse de arquitetos e urbanistas por alternativas de melhoria da qualidade da vida urbana, em que moradia, trabalho e lazer são atividades cada vez mais interligadas. Os grandes centros urbanos têm se caracterizado, ultimamente, pela verticalização. e. alto. adensamento,. gerando. demandas. que. estão. sendo. acompanhadas por edificações dotadas de múltiplas funções, favorecendo a diversidade de usos e fazendo com que o convívio entre atividades distintas, como morar, trabalhar, comprar e conviver, se torne a base da vitalidade do espaço. Os edifícios multifuncionais são aqueles que integram diferentes usos no mesmo projeto, sendo em geral independentes entre si, cada um com sua própria gestão. No entanto, além de abrigar as funções internas, os edifícios multifuncionais podem gerar uma influência mútua com a dinâmica urbana, de acordo com a sua configuração e permeabilidade espacial, ou seja, a relação entre o espaço público na escala do pedestre (praças, ruas, calçadas) e o espaço semi-público, caracterizado, geralmente, pela presença do comércio no térreo desses edifícios. Dessa forma, edifícios multifuncionais que contemplam a permeabilidade entre espaço público-privado, podem desempenhar importante papel na regeneração urbana das cidades (DZIURA, 2009). Não existe ainda um consenso entre arquitetos e urbanistas sobre a utilização do termo “multifuncional” na arquitetura, sendo este tipo de edifício considerado mais como um conceito, uma ideia, do que propriamente uma tipologia. A multiplicação das funções (e do programa) e suas implicações na forma arquitetônica têm sido objeto de estudo de vários arquitetos e escritores ao longo das últimas décadas. Em seu livro “Nova York Delirante” (1978), o arquiteto Rem Koolhaas relata episódios marcantes da formação da cidade de Nova York, dentre eles, a invenção do elevador, o adensamento vertiginoso e a diversificação de funções num mesmo edifício. Segundo Dziura (2009, p.36), “o uso misto caracteriza-se pela combinação.

(21) 18. de funções (habitação, trabalho, comércio e lazer) em uma determinada dimensão espacial, seja na escala da cidade, do bairro, da rua, da quadra, do lote, do edifício ou ainda em uma composição entre esses locais”. Dessa forma, é possível dizer que empreendimentos de uso misto também podem ser denominados de multifuncionais. Na cidade de Natal (RN), os empreendimentos que possuem mais de um uso são denominados “mistos” pela legislação e órgãos responsáveis por expedições de licenças e alvarás. Normalmente, esses empreendimentos contemplam mais de um uso no mesmo terreno, porém, em edifícios específicos para cada função e com limites bem definidos entre eles (separados por muros com acessos individualizados para pedestres e veículos), apesar de serem legalizados nos órgãos competentes como um projeto unificado. O resultado final desse tipo de empreendimento é similar ao de empreendimentos distintos, porém, vizinhos de quadra. Ambos os casos subdividem a quadra e segregam os espaços, impedindo qualquer possibilidade de integração direta dos edifícios/usos entre si e destes com a cidade. Apesar da distribuição de usos por torres ser bastante comum nesse tipo de empreendimento, essa não é a única forma de configuração para projetos mistos. Numa pesquisa exploratória que realizamos em Natal, foram encontrados alguns edifícios com mais de um uso distribuídos em torre única (Figura 1).. Figura 1: Edifícios em Natal com apartamentos na torre e comércio no térreo. Fonte: Produção do autor, 2015.. Esses edifícios possuem tipos e portes similares, pois se resumem a um pequeno espaço para comércio na sua base e unidades residenciais na torre, geralmente com vários apartamentos por pavimento. As lojas localizadas no pavimento térreo são geralmente pequenas, estreitas e atraem um tipo de comércio.

(22) 19. mais popular, em função da baixa qualidade do ambiente construído, enquanto que os apartamentos variam de pequeno a médio porte e possuem as áreas comuns prejudicadas em função da utilização do potencial destinado ao comércio, uma vez que essas funções (residencial e comercial) são totalmente independentes, mesmo estando sobrepostas. Os empreendimentos de uso misto ainda não se configuram como uma realidade relevante dentre os lançamentos no mercado imobiliário na cidade. Dados obtidos no SINDUSCON/RN1 mostram que em 2014 o número de empreendimentos mistos que tiveram expedição de alvará e habite-se foram mínimos, diante do total de empreendimentos aprovados no mesmo período (Figura 2 e Figura 3).. Figura 2: Boletim Construir Natal 2014 – Alvará de Construção. Fonte: Sinduscon/RN (2015).. Figura 3: Boletim Construir Natal 2014 – Habite-se. Fonte: Sinduscon/RN (2015).. 1. Sindicato da Indústria da Construção Civil do RN.

(23) 20. Nesta pesquisa, foram estudados e comparados dois empreendimentos multifuncionais, sendo um deles amostra da recente produção na cidade de Natal para esse tipo de empreendimento e um segundo (não tão recente e já consolidado), localizado em São Paulo/SP e considerado referência no tema. Ambos serão apresentados no capítulo 3 deste trabalho. As análises têm por objetivo identificar as principais características dos edifícios multifuncionais relacionados, no que se refere à concepção, zoneamento, programação arquitetônica, composição formal e sistemas tecnológicos, e analisar as relações dos edifícios com o contexto urbano onde estão inseridos, visando encontrar maneiras de inovar e melhorar a qualidade do projeto de edifícios multifuncionais na cidade de Natal. 2.2. Estratégias Bioclimáticas e Qualidade Ambiental da Edificação Na antiguidade, Aristóteles já escrevia que a comunidade mais importante é a. cidade, que ele define como a comunidade das comunidades, cuja finalidade principal é proporcionar a melhor condição de vida possível para seus cidadãos (BESS in Nesbitt, 2006, p.406). Como é possível perceber, a questão da qualidade ambiental é bem mais antiga do que se pode pensar à primeira vista e, cada vez mais, a arquitetura necessita tomar para si o papel de trazer um equilíbrio ecológico na relação entre os seres humanos e seu entorno, através de uma visão mais comunitária, conforme o pensamento aristotélico. Durante a Conferência de Cúpula da Eco-92, no Rio de Janeiro, o arquiteto William McDonough propôs diretrizes éticas para elaboração de projetos e disse que “o novo papel dos arquitetos seria o de assumir a liderança no desenvolvimento de novas definições e medidas de prosperidade, produtividade e qualidade de vida, em termos que não se limitem à acumulação de bens materiais” (DONOUGH in Nesbitt, 2006, p. 427). Para o desenvolvimento do projeto proposto, a adoção de estratégias que permitam à edificação um maior equilíbrio na relação com o entorno e na utilização dos recursos naturais (tão abundantes na área de intervenção escolhida), são fundamentais para que se possa prover o edifício de qualidade ambiental aos seus usuários..

(24) 21. A bioclimatologia é um ramo da climatologia que estuda os efeitos do clima e dos fatores ambientais sobre os organismos vivos. Segundo Olgyay (1968), a bioclimatologia consiste no estudo das relações entre o clima e os seres vivos. A aplicação da bioclimatologia na arquitetura ocorre por meio de estratégias projetuais, conhecidas como “estratégias bioclimáticas”. Porém, para a adoção destas estratégias, é fundamental compreender a relação das variáveis climáticas, humanas e arquitetônicas com as questões de conforto ambiental e eficiência energética. Cada localidade possui características próprias e que precisam ser analisadas antes de se construir um projeto. Uma região como o Nordeste, que possui características climáticas diversas, necessita de uma arquitetura que aproveite as potencialidades dos elementos e fatores climáticos, sem que os mesmos causem danos ou desconforto às pessoas que utilizarão o espaço. Diante disso, o arquiteto Armando de Holanda (que é homenageado no nome do edifício projetado para o mestrado), em seu livro “Roteiro para construir no Nordeste” (1976), ressalta a importância de se fazer uma arquitetura para a região em questão e não simplesmente importar tendências arquitetônicas internacionais. Através de soluções construtivas simples, que se baseiam principalmente no sombreamento e ventilação, Holanda (1976) registra as possibilidades de como construir no Nordeste de uma forma adequada. Diversos autores destacam a importância da utilização de estratégias projetuais bioclimáticas para o conforto térmico das edificações em climas tropicais quentes e úmidos: Em tais climas, as construções oferecem um enorme potencial de integração entre os espaços internos e os externos, por meio do uso de varandas, pérgulas, janelas com venezianas e elementos vazados que, em geral, permitem permeabilidade à corrente de ar, enquanto sombream e filtram a intensa luminosidade natural. (BITTENCOURT, 1996, p. 09).. De acordo com Holanda (1976), o sombreamento, aproveitamento da ventilação e iluminação natural, escolha dos materiais e integração com a natureza são as principais recomendações projetuais a serem seguidas para a criação dos espaços arquitetônicos no Nordeste brasileiro, possibilitando a obtenção de um melhor desempenho térmico do ambiente construído. Lamberts et al. (2004) destacam a importância da implantação da edificação no lote, para o melhor.

(25) 22. aproveitamento de ventilação e iluminação naturais. Sobre a escolha dos materiais, Holanda (1976) indica que seja considerado o desempenho térmico, a facilidade de execução e utilização de mão-de-obra e materiais locais. A NBR 15.575 (ABNT, 2013) e a NBR 15.220-3 (ABNT, 2005) normatizam o desempenho térmico das edificações e o Zoneamento Bioclimático brasileiro, respectivamente. A NBR 15.220-3 (ABNT, 2005), com base na homogeneidade climática do país, recomenda, para a Zona Bioclimática 8 - Zona em que a cidade de Natal está inserida -, as seguintes estratégias projetuais: a) grandes aberturas para ventilação sombreadas; b) paredes externas leves e refletoras; c) cobertura leve e refletora; e d) ventilação cruzada permanente (Figura 4).. Figura 4: Estratégias bioclimáticas para projeto em Natal – RN. Fonte: MARANHÃO et al. 2012. A seguir serão feitas algumas considerações sobre as estratégias e ações que influenciam diretamente no conforto do usuário em edifícios verticais, visando à qualidade ambiental interna na edificação..

(26) 23. 2.2.1 Qualidade do ar interno Dentre as estratégias que o arquiteto pode utilizar para manter o ar interno livre de poluentes, algumas são bastante simples, como zonear a edificação de forma a identificar fontes poluidoras e colocá-las distantes das áreas principais de ocupação (medida bastante utilizada em edifícios comerciais), especificação de materiais que tenham baixa emissividade de COV (compostos que possuem carbono na composição), tais como seladores, pinturas e madeira composta, além de prever formas de otimizar a ventilação interna utilizando ventilação cruzada, por meio de aberturas orientadas ou captadores de vento que promovam a circulação do ar. 2.2.2 Conforto térmico O conforto térmico de uma edificação está diretamente relacionado à temperatura do ar e à umidade relativa, e varia conforme as diferentes zonas climáticas. Está condicionado também à velocidade do ar, radiação solar incidente sobre a edificação, vegetação empregada, topografia, materiais utilizados, regimento das chuvas e mudanças ocasionadas pelo homem que possam interferir sobre essas condições (FROTA e SCHIFFER, 2003). 2.2.3 Desempenho térmico de materiais A envoltória do edifício responde de forma mais ou menos eficaz por meio da seleção de materiais com maior ou menor resistência aos ganhos ou perdas de calor, precisando ou não de condicionamento artificial, influenciando no gasto energético da edificação. 2.2.4 Ventilação natural Segundo Bittencourt e Cândido (2006, p.5), “a ventilação é apontada, frequentemente, como a estratégia bioclimática mais eficiente para obtenção de conforto térmico nos espaços urbanos e arquitetônicos”. É importante priorizar as características que maximizem a eficácia da ventilação natural, além de garantir um nível aceitável de qualidade de ar e conforto térmico em locais natural ou mecanicamente ventilados. Dentre as soluções mais comuns está a ventilação cruzada, a ventilação da cobertura, a ventilação sob a edificação e utilização de captadores de vento. A ventilação cruzada ocorre quando as aberturas de um ambiente são colocadas em paredes opostas ou adjacentes, no sentido dos ventos.

(27) 24. locais, permitindo a entrada e saída do ar e promovendo a higienização dos ambientes internos através da renovação do ar. 2.2.5 Iluminação interna O êxito de um projeto eficiente energeticamente depende também do aproveitamento da iluminação natural dentro da edificação. As aberturas de uma edificação devem ser projetadas para atender as necessidades de ventilação, renovação do ar interno e de iluminação. De acordo com a NBR 5413 (ABNT, 2013), as iluminâncias mínimas são definidas em função da tarefa no ambiente. Dentre algumas das estratégias para iluminação natural, estão o uso da forma retangular no pavimento tipo do edifício, gerando fachadas alongadas que possibilitam maior entrada de luz natural por meio de aberturas adequadas; a utilização de modelos computacionais ou tridimensionais para realizar medições e como ferramenta de desenvolvimento do projeto, a fim de otimizar o desempenho da iluminação natural; o uso de cores claras, que refletem a luz; utilizar a contribuição do entorno, e não apenas a luz solar ou proveniente da abóbada celeste; além de outras soluções arquitetônicas (Figura 5).. Figura 5: Sistemas de iluminação natural. Fonte: Lamberts; Pereira; Dutra. 1997.

(28) 25. Algumas estratégias de iluminação artificial podem interagir com as soluções de iluminação natural e reduzir bastante o consumo de energia, mesmo quando essa interação não se faz necessária. Dentre elas, estão o uso de lâmpadas mais econômicas, luminárias com controle antiofuscamento, sensores com fotocélula (controle fotoelétrico) integrados aos sistemas de iluminação. Atividades que exigem níveis de iluminação mais altos, porém adequados, devem ser colocadas de preferência próximas às janelas. A iluminação artificial pode ser utilizada numa área mais específica para o plano de trabalho, enquanto a iluminação natural é destinada para o ambiente. As aberturas têm de ser projetadas com múltiplas funções ou específicas de ventilação e/ou iluminação natural. 2.2.6 Sombreamento das aberturas O sombreamento é uma estratégia fundamental para a redução dos ganhos solares através do envelope da edificação. No clima quente e úmido o excesso de calor transmitido para os ambientes é a principal causa de desconforto nas edificações, daí percebe-se a importância que o sombreamento das aberturas possui na obtenção de níveis mais altos de conforto ambiental e eficiência energética (BITTENCOURT, 2004). Para evitar os ganhos solares nos períodos mais quentes, do dia e do ano, sem obstruí-los no inverno e sem prejudicar a iluminação natural através das aberturas, é fundamental o uso de protetores solares projetados corretamente. Uma proteção solar mal projetada pode obstruir, além da radiação solar direta, uma porção da abóbada celeste que possibilitaria o uso da luz difusa do céu para iluminação natural. Para que isso não ocorra, é necessário o conhecimento do projetista sobre a geometria solar de inverno e verão em relação ao lugar de implantação do edifício. Dependendo da sua localização, a própria sombra provocada por áreas construídas ou massas de vegetação vizinhas pode minimizar a necessidade de sombreamento nas fachadas. Desta forma, é muito importante que o estudo da insolação também considere o entorno da área edificada, antes mesmo de planejar a orientação da edificação e as proteções necessárias às fachadas. Elementos como brises, marquises, beirais, cobogós, caramanchões e varandas são recursos arquitetônicos que podem evitar ganhos de calor excessivos.

(29) 26. e problemas de ofuscamento em regiões com altos níveis de luminância, como no Nordeste brasileiro. 2.2.7 Ruído e acústica O desempenho acústico da edificação deve ser pensado desde a fase inicial do projeto, pois muitas características de acústica são determinadas pelas dimensões e pela forma da edificação. Dentre as soluções arquitetônicas, destacam-se a atenuação de ruídos nas áreas principais de ocupação através da envoltória, paredes e pisos construídos com materiais isolantes acústicos, paredes divisórias de salas em edifícios comerciais e residenciais multifamiliares e proteção das principais áreas de ocupação dos locais geradores de ruídos maquinários da edificação. 2.3. Eficiência Energética na Edificação O conceito de preservação do meio ambiente surgiu a partir da década de. 1960, depois de um período de intenso avanço industrial, quando recursos naturais foram explorados de forma intensa e despreocupada, fazendo com que duas questões viessem à tona, considerando a relação homem – ambiente natural: (...) a impossibilidade de renovação dos recursos naturais frente à intensidade de sua exploração e a necessidade de adoção de uma visão sistêmica da natureza, considerando que atividades praticadas em um território podem afetar diretamente o meio natural de outro. Essas premissas demonstraram a necessidade de revisão das chamadas atividades humanas e sua relação com os ecossistemas e os recursos naturais (Caderno Condutas de sustentabilidade, p. 13).. Desde então o assunto sustentabilidade está em pauta no mundo, através de congressos,. certificações,. publicações,. pesquisas. e. publicidade,. sempre. considerando as três premissas que o compõem, nos diversos segmentos das atividades. profissionais,. humanas. e. empresariais.. Assim,. o. conceito. de. sustentabilidade, em sua plenitude, atende ao mesmo tempo a aspectos sociais, ambientais e econômicos. Segundo Goulart (1994, p.02), a sustentabilidade não é um objetivo a ser alcançado, e sim um processo, um caminho a ser seguido. Assim, um projeto de arquitetura sustentável procura aumentar a eficiência nos edifícios e minimizar o impacto ambiental negativo gerado por estes, através de um uso racional da energia e da incorporação de fontes renováveis de energia, buscando uma diminuição no consumo dos usos finais de iluminação, equipamentos e aquecimento de água..

(30) 27. Edificações energeticamente mais eficientes, somente são possíveis através de projetos que desde a sua concepção incluam critérios de eficiência energética. A elaboração de projetos mais eficientes energeticamente, encontram na fase projetual as melhores possibilidades de aplicação, especialmente por meio da utilização de estratégias bioclimáticas, que diminuem a dependência do ambiente construído de sistemas artificiais através do melhor aproveitamento dos recursos naturais. A eficiência energética pode ser entendida como a obtenção de um serviço com baixo dispêndio de energia. Portanto, um edifício é mais eficiente energeticamente que outro quando proporciona as mesmas condições ambientais com menor consumo de energia. (Lamberts et al., 1997, p.14). Segundo Olgyay (1973), “A zona de conforto representa aquele ponto no qual a pessoa necessita de consumir a menor quantidade de energia para se adaptar ao ambiente circunstante". Todo projeto deve considerar as especificidades climáticas do local, a luz natural, o conforto ambiental e a eficiência energética como parâmetros para o desenvolvimento de uma arquitetura sustentável. Em arquitetura, o termo conforto ambiental refere-se o estudo das condições térmicas, acústicas, luminosas e energéticas como um dos condicionantes da forma e da organização do espaço para atender às necessidades ambientais do homem. Como abrigo, qualquer edificação deve proteger o homem das intempéries do meio ambiente, proporcionar-lhe conforto, independentemente de como estão as condições do meio ambiente. O edifício deve criar condições internas para que o habitante se sinta não somente protegido do sol e da chuva, da umidade do solo, do vento e do frio, mas possa estar em condições de conforto térmico em seu interior. Sendo assim, conforto térmico e eficiência energética possuem forte correlação no que se refere à economia de energia em uma edificação. Para análise de conforto térmico, uma ferramenta adequada às condições climáticas brasileiras é, segundo Lamberts et al. (2004), a Carta Bioclimática para Edifícios, desenvolvida por Givoni (1976), que consiste em um diagrama psicrométrico sobreposto por zonas que relacionam as condições climáticas às estratégias bioclimáticas mais adequadas a cada situação (Figura 6). A carta de Givoni foi desenvolvida a partir do aperfeiçoamento do diagrama idealizado por.

(31) 28. Olgyay na década de 1960. A principal diferença entre as metodologias encontra-se na aplicação de cada diagrama. Enquanto Givoni propõe estratégias construtivas para adequar o edifício ao clima, Olgyay aplicava seu diagrama estritamente para as condições externas.. Figura 6: Carta Bioclimática. Fonte: LAMBERTS et al. 2004.. Por meio da sobreposição na Carta Bioclimática dos valores de temperatura e umidade relativa nos principais períodos do ano em uma localidade específica, é possível identificar quais estratégias bioclimáticas devem ser utilizadas para melhor obtenção de conforto térmico. São três os principais tipos de variáveis com papel determinante na obtenção de conforto térmico e eficiência energética numa edificação: humanas, climáticas e arquitetônicas. Para a criação de ambientes construídos que atendam às exigências de conforto, é necessário o conhecimento e o domínio das exigências humanas de conforto, dos condicionantes climáticos e das características das escolhas e soluções arquitetônicas, especialmente do desempenho térmico dos materiais nas envoltórias. Desta forma, para se ter uma maior eficiência energética, é fundamental que a edificação esteja totalmente adequada ao clima e contexto locais..

(32) 29. 3. ESTUDOS DE REFERÊNCIA Como exemplos de empreendimentos multifuncionais para os estudos de. referência, foram escolhidos o complexo Tirol Way, localizado no bairro do Tirol, um dos mais valorizados na cidade de Natal e com maior potencial de adensamento, e o Brascan Century Plaza, localizado em São Paulo/SP e considerado referência nacional entre os projetos de edifícios multifuncionais. Para um melhor entendimento da aplicação dos princípios bioclimáticos em edificação vertical foi analisado o Menara Mesiniaga, localizado em Subang Jaya, Malásia, projetado pelo arquiteto malaio especialista em biologia ambiental e ecologia, Ken Yeang. Por fim, foram feitas considerações sobre o capítulo, comentando a importância de cada estudo no desenvolvimento da proposta arquitetônica. 3.1. Tirol Way O Tirol Way é um empreendimento, localizado no bairro do Tirol, na esquina. das avenidas Senador Salgado Filho e Alexandrino de Alencar. O complexo é composto de três torres com tipologias e usos distintos (residencial e comercial) e de lojas em seu pavimento térreo, permitindo que diversas outras atividades comerciais possam ser alocadas no complexo. O empreendimento está disposto em uma área de muita visibilidade e grande fluxo de veículos (Figura 7), porém, sua relação com o entorno é prejudicada pela acessibilidade pública pouco eficiente e pelos frequentes engarrafamentos que acontecem nas duas principais vias de acesso ao complexo.. Figura 7: Localização e implantação do complexo Tirol Way. Fonte: Google Earth (Acesso 25/05/2015). Imagem editada pelo autor, 2015..

(33) 30. Por não existir interligação entre as torres, já que as mesmas foram projetadas como empreendimentos distintos, os acessos, estacionamentos, segurança e equipamentos de lazer e serviço são independentes, ou seja, cada torre é autônoma e possui seu próprio condomínio. Esse formato impede que ocorra a integração entre os usos propostos e acaba por delimitar os edifícios em subáreas, eliminando a possibilidade de um convívio direto entre as diversas atividades presentes no complexo. A similaridade compositiva das torres (escala, formas, cores e materiais) confere unidade visual ao empreendimento, mesmo se tratando de produtos independentes entre si (Figura 8). A própria implantação das torres, locadas lado a lado em forma de “L”, sugere unidade ao complexo.. Figura 8: Fachadas do complexo Tirol Way. Fonte: Produção do autor, 2015.. No que se refere às plantas baixas dos pavimentos de cada edifício, o conjunto apresenta três tipologias distintas (Figura 9). Enquanto a torre comercial se mostra como uma barra, com as salas comerciais posicionadas lado a lado em sequência, as torres residenciais apresentam plantas dispostas em formatos de “L” e “H”. Esse conjunto se comporta, verticalmente, como um grande muro quando dispostos lado a lado, sendo o edifício “L” responsável por fazer a “ligação” entre as outras torres, justamente por se adequar à esquina do terreno em sua composição..

(34) 31. Figura 9: Tipologias das torres do complexo Tirol Way. Salas comerciais de 34m². Apartamentos de 59m². Apartamentos de 98m². Fonte: http://www.rossiresidencial.com.br (Acesso 02/03/2015). Imagem editada pelo autor, 2015.. Sobre o programa, entre as três torres que compõem o empreendimento, duas são residenciais e uma é comercial. Uma das torres residenciais possui 96 apartamentos de 98m² de área privativa (04 unidades por andar em 24 pavimentos tipo), enquanto a outra é composta de 110 apartamentos de 59m² de área privativa (04 unidades por andar em 28 pavimentos tipo). A terceira torre comporta 276 salas comerciais de 34m² de área privativa (distribuídas em 23 pavimentos tipo com 12 unidades por andar). Além das torres, o complexo apresenta no pavimento térreo um espaço para 08 lojas, variando entre 50 a 163m² de área privativa e com estacionamento próprio. Esse programa atende a uma demanda de mercado existente na cidade para apartamentos de tamanho médio, apresentando opções de apartamentos que variam de 02 a 03 dormitórios (sem ultrapassar a área privativa de 100m²), e para salas comerciais com metragem ideal para profissionais autônomos, escritórios e clínicas, além da possibilidade de atividades comerciais diversas no térreo, visando atender a um público externo e à própria população do complexo. Apesar do programa bem definido e equilibrado, no que se refere às metragens privativas, o Tirol Way tem como ponto negativo a grande quantidade de unidades habitacionais e comerciais, devido ao alto adensamento permitido na área e presente no projeto. Esse adensamento elevado, somado ao intenso tráfego nas vias que circundam o empreendimento e à falta de permeabilidade espacial colaboram para a baixa qualidade ambiental na área e entorno imediato, gerando poluição do ar, sonora e visual. Quanto ao sistema estrutural, o empreendimento foi construído em concreto armado e aço, com vigas, pilares e lajes moldados no local, e alvenarias em blocos.

(35) 32. de cimento. O sistema utilizado é o mais comum e presente na maior parte das construções de edifícios verticais em Natal na última década. Por ser um empreendimento que se apresenta como “um bairro inteiro dentro de um condomínio”, com residências, comércio e serviços, o projeto do complexo Tirol Way apresenta uma composição de unidades privativas bastante diversa, mas não prioriza a interação entre esses usos, o que promoveria maior vitalidade à construção e maior integração com a cidade. 3.2. Brascan Century Plaza Um exemplo de edifício multifuncional fora de Natal e referência nacional em. empreendimentos do tipo é o Brascan Century Plaza, que é composto por três edifícios com volumetrias e usos distintos (Figura 10), ocupando quase uma quadra inteira na Zona Sul de São Paulo/SP. Projetado pelos arquitetos Jorge Königsberger e Gianfranco Vannucchi, em 2003, o conjunto está situado numa área de 12.600m² que reúne 31 pavimentos de flats hoteleiros, 24 pavimentos de conjuntos comerciais, 15 lajes corporativas, centro de convenções e uma praça aberta no térreo. A praça é dotada de lojas, restaurantes com mesas externas, livraria, espaços de convívio e bloco com seis salas de cinema, mostrando que os espaços da iniciativa privada podem ser permeados pelo uso público.. Figura 10: Vista do Brascan Century Plaza e entorno. Fonte: http://www.vitruvius.com.br (Acesso 10/12/2014). O complexo localiza-se no Itaim Bibi, bairro industrial que passou, ao longo dos anos 1990, por profunda transformação, com verticalização intensa e mudança de.

(36) 33. usos, tornando-se uma região nobre, com prédios de apartamentos, equipamentos e serviços adequados aos novos habitantes locais. Sem a presença de fechamentos como muros ou gradis, o conjunto apresenta como grande diferencial a praça aberta e arborizada no térreo (Figura 11), responsável pela articulação entre os blocos e utilizada por usuários do condomínio e moradores da região, além de funcionar como importante referência urbana na região. Os acessos de pedestres no térreo ocorrem basicamente por três entradas, uma em cada rua, além das entradas independentes dos prédios com a praça unindo um ao outro (Figura 12). Figura 11: Praça aberta do Brascan Century Plaza. Fonte: http://www.vitruvius.com.br (Acesso 10/12/2014). Figura 12: Implantação do Brascan Century Plaza. Fonte: http://www.vitruvius.com.br (Acesso 10/12/2014).

(37) 34. Assim como o Tirol Way, analisado anteriormente, o complexo Brascan Century Plaza apresenta edifícios específicos para cada uso presente no complexo. A grande e fundamental diferença, porém, encontra-se exatamente na integração dessas atividades, promovida principalmente pela grande praça aberta no pavimento térreo. Os aspectos programáticos do empreendimento visam a atender a atividades distintas e essenciais para o homem, como moradia, trabalho e lazer (em três turnos diários), por meio das unidades habitacionais e comerciais que compõem as torres e da intensa atividade comercial presente no térreo e proporcionada pela total ausência de fechamentos entre os edifícios, acarretando em permeabilidade espacial e fluidez de pedestres pela quadra. Sobre as plantas dos pavimentos, percebe-se uma intenção de proteção contra incidência de sol nas janelas, por meio de um peitoril largo que cria uma espécie de balcão. Essa profundidade gerada pelo recuo das esquadrias também cumpre um papel na composição das fachadas, criando uma modulação que é valorizada por essa “grelha” que garante profundidade para as janelas. Enquanto a preocupação com a questão da radiação solar é perceptível, apesar de discreta, o mesmo não ocorre com o tratamento dado aos ventos, pois as plantas baixas dos edifícios de flat e hotel possuem uma configuração de circulação central (Figura 13), o que acaba por dispor unidades ao longo dos dois lados da circulação, dificultando ainda mais a permeabilidade de ventos, já prejudicada pelo alto adensamento no local.. Figura 13:Plantas das torres do Brascan Century Plaza. Fonte: http://www.vitruvius.com.br (Acesso 10/12/2014).

(38) 35. A modulação é uma característica bastante visível na composição das fachadas dos edifícios do Brascan, contribuindo com o aspecto sóbrio do complexo e funcionando como um elo visual entre os edifícios, que possuem volumetrias próprias e distintas entre si, mas carregam elementos que são suficientes para serem visualizados e entendidos como um conjunto único e aberto. Os prédios apresentam estrutura convencional de concreto, lajes protendidas, divisões internas em painéis de gesso acartonado e fechamento externo em painéis pré-fabricados. 3.3. Menara Mesiniaga O Menara Mesiniaga é um projeto do arquiteto malaio Ken Yeang e consiste no. edifício sede da IBM na cidade de Subang Jaya, localizada dentro da região metropolitana de Kuala Lumpur, capital da Malásia. O projeto foi concebido em 1989 e teve sua obra finalizada em 1992. O edifício está localizado sobre uma rodovia importante do aeroporto para Kuala Lumpur, em local altamente visível com a presença de alguns edifícios em seu entorno. Possui 6.503m² de área construída, distribuídos em 15 pavimentos, sendo um subsolo, e atinge 63m de altura (Figura 14). O clima na região é considerado tropical, com temperatura e umidade bastante semelhantes ao longo no ano, tendo pequena variação da temperatura entre dia e noite. Figura 14: Volumetria do Menara Mesiniaga. Fonte: www.akdn.org/architecture/pdf/1356_Mal.pdf (Acesso 16/07/2015).

(39) 36. Nascido na Malásia, o arquiteto Ken Yeang foi educado na Inglaterra e teve seu trabalho centrado no uso e desempenho da energia em clima tropical. Seu objetivo era atingir o padrão sustentável na utilização de recursos naturais para gerar bem-estar e conforto nas edificações. Yeang projetou o Menara Mesiniaga utilizando seus princípios bioclimáticas para projetos de edificações verticais. O edifício, em formato circular, apresenta uma paisagem inclinada que relaciona a terra (base) com sua verticalidade, em um espiral circular contínuo em seu corpo, que cria paisagens e permite alívio visual para os usuários dos escritórios. A ideia de um jardim tropical urbano foi concebida através da sua visão sobre a relação do edifício com a paisagem e clima. Para Yeang, “O plano deve refletir os padrões de vida de uma cultura do lugar. Plantações devem viajar verticalmente para gerar oxigênio”. Algumas das principais soluções bioclimáticas de Yeang para o Menara Mesiniaga são a introdução de jardins em espiral vertical (Figura 15 e Figura 16), as janelas embutidas e sombreadas nas orientações Leste e Oeste, as cortinas de vidro na Norte e Sul e a fachada dotada de “peneiras” como filtro, permitindo a redução de ganho solar. Edifícios altos são expostos, em sua extensão, às condições climáticas do local e paredes externas vazadas podem fornecer proteção solar, bem como prover ventilação cruzada.. Figura 15: Jardins em espiral vertical. Fonte: www.akdn.org/architecture/pdf/1356_Mal.pdf (Acesso 16/07/2015).

(40) 37. Figura 16: Escalonamento dos terraços. Fonte: www.akdn.org/architecture/pdf/1356_Mal.pdf (Acesso 16/07/2015). A estrutura principal do Menara Mesiniaga é exposta através de tubos de aço e o piso composto de placas de concreto sobre treliças de aço. Os escritórios são ventilados naturalmente e o edifício está equipado com um sistema automatizado que controla recursos energéticos (incluindo ar condicionado) e é utilizado para reduzir a energia dispendida pelo consumo dos equipamentos. O corpo do edifício é recortado por terraços e todas as janelas no Leste e Oeste têm persianas de alumínio para reduzir o ganho de energia solar (Figura 17).. Figura 17: Persianas de alumínio nas fachadas Leste e Oeste. Fonte: www.akdn.org/architecture/pdf/1356_Mal.pdf (Acesso 16/07/2015).

(41) 38. A cobertura é habitável e contém uma piscina e um ginásio, seguindo a ideia fundamental de Yeang de conectar o prédio de volta à terra (Figura 18). A estrutura da tela de sol é feita de aço e possui painéis de alumínio. O sistema para coleta de água de chuva também encontra-se na cobertura.. Figura 18: Piscina na cobertura. Fonte: www.akdn.org/architecture/pdf/1356_Mal.pdf (Acesso 16/07/2015). O Menara Mesiniaga apresenta vários dos princípios bioclimáticos utilizados pelo arquiteto Ken Yeang em seus projetos de edifícios verticais em clima tropical, contribuindo para esta pesquisa com soluções que se traduzem em eficiência energética e participam de maneira significativa na composição formal do edifício, uma vez que todos os elementos e estratégias adotados surgiram durante o processo de concepção da proposta. 3.4. Considerações sobre o capítulo Os projetos analisados apresentam conceitos e soluções que contribuíram em. vários aspectos na concepção da proposta arquitetônica, proporcionando ao autor uma nova experiência no que se refere à metodologia e processo projetual. As referências apresentadas colaboraram de diversas formas com a pesquisa e o.

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