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Modelagem de um sistema de custeio por absorção: estudo de caso em uma indústria no Rio Grande do Norte como auxílio para tomada de decisões

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Academic year: 2021

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CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ANA KAREEN MENEZES NOGUEIRA

MODELAGEM DE UM SISTEMA DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO: ESTUDO DE CASO EM UMA INDÚSTRIA NO RIO GRANDE DO NORTE COMO AUXÍLIO

PARA TOMADA DE DECISÕES

NATAL/RN 2019

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MODELAGEM DE UM SISTEMA DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO: ESTUDO DE CASO EM UMA INDÚSTRIA NO RIO GRANDE DO NORTE COMO AUXÍLIO

PARA TOMADA DE DECISÕES

Monografia apresentada ao curso de graduação em Ciências Contábeis, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharela em Ciências Contábeis.

Orientador: Prof. Dr. Ridalvo Medeiros Alves de Oliveira

NATAL/RN 2019

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Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA

Elaborado por Shirley de Carvalho Guedes - CRB-15/404 Nogueira, Ana Kareen Menezes.

Modelagem de um sistema de custeio por absorção: estudo de caso em uma indústria no Rio Grande do Norte como auxílio para tomada de decisões / Ana Kareen Menezes Nogueira. - 2019.

65f.: il.

Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Departamento de Ciências Contábeis, Natal, RN, 2019.

Orientador: Prof. Dr. Ridalvo Medeiros Alves de Oliveira.

1. Contabilidade de custos - Monografia. 2. Tipos de custos - Monografia. 3. Indústria - Monografia. 4. Tomada de decisão - Monografia. I. Oliveira, Ridalvo Medeiros Alves de. II. Título.

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MODELAGEM DE UM SISTEMA DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO: ESTUDO DE CASO EM UMA INDÚSTRIA COMO AUXÍLIO PARA TOMADA DE DECISÕES

Monografia apresentada ao curso de Graduação em Ciências Contábeis, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharela em Ciências Contábeis.

Aprovada em: ______/______/______

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________ Prof. Dr. Ridalvo Medeiros Alves de Oliveira

Orientador(a)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

______________________________________________________________ Profa. Msc. Daniele da Rocha Carvalho

Examinadora

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

____________________________________________________

Profa. Dra. Adriana Isabel Backes Steppan

Examinadora

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Dedico este trabalho de conclusão de curso à minha família, o bem mais precioso que tenho.

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Antes de tudo, agradeço a Deus, por sempre acompanhar os meus passos e me conceder saúde e sabedoria para alcançar os meus objetivos, sem ele essa trajetória não seria possível. Agradeço aos meus pais, em especial ao meu pai Severo, por toda experiência profissional e ser uma inspiração de vida para mim todos os dias, exemplo de dedicação e coragem.

Às minhas irmãs Karinne, Karol e Kamila por estarem presentes em todos os momentos da minha vida, sejam eles bons ou ruins, e sempre me apoiarem.

Aos meus amigos de curso, especialmente Julliany, Daniela, Micael e Leticia, que estiveram comigo nesse percurso, dividindo momentos em salas de aula, por todos os conhecimentos compartilhados e por tornarem essa jornada mais alegre.

Agradeço ao local em que tenho o orgulho de ter concluído uma etapa importante da minha vida, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, por toda estrutura, bem como os docentes do Departamento de Ciências Contábeis pela metodologia de ensino, imprescindíveis para a minha formação profissional e acadêmica.

Agradeço, por fim, a todos os colegas de trabalho e profissionais com que pude compartilhar conhecimentos não só contábeis, mas também para a vida.

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“Não importa quanto a vida possa ser ruim, sempre existe algo que você pode fazer, e triunfar. Enquanto há vida, há esperança”.

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As indústrias de segmento têxtil, inseridas nas dificuldades impostas por um mercado globalizado e, a cada dia tecnológico e disputado, necessitam de um acompanhamento dos seus custos para poderem obter excelência na produção e oferecer o melhor preço, sem deixar de lado a qualidade dos seus produtos. Nesse processo, a contabilidade de custos é uma instrumento de gestão essencial que, com o intuito de observar, registrar e informar os fatos econômicos e financeiros de uma entidade, contribui para o seu crescimento financeiro e o auxílio na tomada de decisões. Sabendo-se dessa realidade, o trabalho aqui descrito apresenta um estudo desenvolvido em uma indústria de embalagens têxteis, sediada no município de Parnamirim, no Estado do Rio Grande do Norte, com o objetivo de aplicar um sistema de custeio por absorção para auxiliar o processo decisório, através da margem de contribuição, ponto de equilíbrio e margem de segurança. Para isso, foi necessário fazer uma coleta de dados de todos os custos durante o mês de setembro, com a finalidade de obter informações que permitissem a aplicação do custeio por absorção e, em seguida, realizar a análise gerencial. De início, foi feita uma revisão bibliográfica acerca do tema em livros, artigos, periódicos e outras fontes confiáveis. O estudo tem caráter quantitativo, descritivo e qualitativo, almejando observar a realidade da empresa, e as atitudes empenhadas baseado nas informações de custos, tendo em vista uma expectativa de análise gerencial desta mensuração. Através do presente trabalho, foi possível concluir que a prática contínua do controle de custos é crucial para os resultados das atividades da indústria estudada, pois é através dela que os gestores podem proceder com uma análise mais detalhada sobre a situação econômica em que se encontra a entidade, com base em relatórios que apontem a estrutura real acerca de todos os seus gastos.

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The textile industries, inserted in the difficulties imposed by a globalized market and, every day technological and disputed, need a monitoring of their costs in order to obtain production excellence and offer the best price, without neglecting the quality of their products. In this process, cost accounting is an essential management tool that, in order to observe, record and inform the economic and financial facts of an entity, contributes to its financial growth and assists in decision making. Knowing this reality, the work described here presents a study developed in a textile packaging industry, based in the municipality of Parnamirim, in the state of Rio Grande do Norte, with the objective of applying an absorption costing system to assist the process. Through the contribution margin, break-even point and safety margin. For this, it was necessary to collect data on all costs during the month of September, in order to obtain information that would allow the application of absorption costing and then perform the management analysis. Initially, a literature review of the topic was made in books, articles, journals and other reliable sources. The study is quantitative, descriptive and qualitative, observing the reality of the company and the committed attitudes based on cost information, in view of an expectation of management analysis of this measurement. Through the present work, it was possible to conclude that the continuous practice of cost control is crucial for the results of the studied industry activities, because it is through it that managers can perform a more detailed analysis about the economic situation in which they find an entity, based on reports that point to a real structure of all spending.

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Figura 1 - Composição do quadro societário ... 37

Figura 2 - Parâmetros de dimensões e denominação das partes do tubo de papelão ... 38

Figura 3 – Percentual da quantidade produzida X total...46

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Tabela 1 - Produção e receita total de vendas ... 43

Tabela 2 - Valor total dos materiais diretos ... 44

Tabela 3 - Custo direto total por produto ... 45

Tabela 4 - Custo direto unitário por produto ... 46

Tabela 5 - Apropriação de férias +1/3 e 13º salário ... 47

Tabela 6 - Mão de obra direta ... 49

Tabela 7 - Gastos com energia elétrica ... 49

Tabela 8 - Gastos com materiais auxiliares ... 50

Tabela 9 - Custos indiretos de fabricação ... 51

Tabela 10 - Alocação dos custos ... 51

Tabela 11 - Despesas fixas ... 52

Tabela 12 - Arrecadação do Simples Nacional ... 53

Tabela 13 - D.R.E produto tubete verde ... 54

Tabela 14 - D.R.E produto tubo espiral ... 55

Tabela 15 - D.R.E produto tubete laranja ... 55

Tabela 16 - Margem de contribuição ... 56

Tabela 17 - Ponto de equilíbrio ... 56

Tabela 18 - Margem de segurança ... 57

Tabela 19 - Cálculo do mark-up divisor ... 57

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ABC Activity Based Costing CD Custo Direto

CIF Custos Indiretos de Fabricação CNI Confederação Nacional da Indústria CPV Custo do Produto Vendido

DAS Documento de Arrecadação do Simples Nacional FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

RIB Revista Indústria Brasileira

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1 INTRODUÇÃO ... 13

1.1 CONTEXTO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ... 13

1.2 OBJETIVOS ... 16

1.2.1 Objetivo geral ... 16

1.2.2 Objetivos específicos ... 16

1.3 JUSTIFICATIVA ... 16

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 18

2.1 SETOR TÊXTIL NO BRASIL ... 18

2.2 A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NO PROCESSO DECISÓRIO ... 22

2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS ... 24

2.3.1 Quanto à função ... 24

2.3.2 Quanto à variação ... 26

2.4 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ... 28

2.5 PRINCIPAIS MÉTODOS DE CUSTEIOS ... 30

2.5.1 Custeio Variável ... 31

2.5.2 Custeio Por Absorção ... 32

2.5.3 Custeio Baseado em Atividades (ABC) ... 33

2.6 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO, PONTO DE EQUILÍBRIO E MARGEM DE SEGURANÇA ... 34

3 METODOLOGIA ... 36

3.1 DESCRIÇÃO DA PESQUISA ... 36

3.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO, DO PRODUTO E DO PROCESSO PRODUTIVO ... 37

3.2.1 Caracterização da organização ... 37

3.2.2 Caracterização do produto e do processo produtivo ... 38

3.3 TRATAMENTO E COLETA DE DADOS ... 40

4 RESULTADOS ... 42

4.1 CÁLCULO DOS CUSTOS DIRETOS ... 42

4.1.1 Materiais diretos ... 44

4.1.2 Custo direto total por produto ... 45

4.1.3 Custo direto unitário por produto ... 46

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4.2.2 Custos fixos ... 50

4.2.3 Custos indiretos de fabricação... 50

4.2.4 Alocação dos custos ... 51

4.2.5 Despesas ... 52

4.3 VARIÁVEIS ... 53

4.3.1 Arrecadação Simples Nacional ... 53

4.4 DEMONSTRAÇÃO DO CUSTEIO POR ABSORÇÃO ... 54

4.5 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ... 56

4.6 PONTO DE EQUILÍBRIO ... 56

4.7 MARGEM DE SEGURANÇA ... 57

4.8 DETERMINAÇÃO DO PREÇO DE VENDA PROPOSTO ... 57

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 59

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Com a Primeira Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra por volta do século XVII e final do século XIX, a indústria teve o seu surgimento e se tornou uma atividade econômica presente em todos os países, devido às necessidades humanas de produzir novos produtos transformando a matéria-prima.

Durante esse processo, o setor têxtil brasileiro foi um dos pioneiros no desenvolvimento da industrialização e, com o advento da Segunda Guerra Mundial e a impossibilidade de importar bens de consumo, potencializou as oportunidades de emprego e fonte de renda com a vantagem de possuir uma grande oferta de substâncias com a qual se fabrica os mais variados bens.

Antigamente, as primeiras fábricas atreladas ao setor têxtil possuíam uma estrutura administrativa composta por uma centralização de famílias, dessa forma, a medida que havia produção, as indústrias adaptavam à contabilidade industrial ao comércio para registrar as operações industriais do processo fabril, portanto, não haviam real fundamentação dos custos (BEUREN, 1993).

Com o decorrer dos anos, o Brasil se tornou um dos maiores produtores do setor têxtil do mundo e continua em destaque no número de contratação de funcionários para satisfazer as necessidades dos clientes, em contrapartida, ainda vive no constante processo de busca para se ascender em relação as transformações, devido às novas tendências e a rápida velocidade das mudanças quanto aos avanços tecnológicos em um ambiente a cada dia produtivo, dinâmico e complexo (AVELAR, 2011).

Ainda sob as crises econômicas e as pressões mercadológicas que afetam países e regiões, a indústria têxtil brasileira, mesmo com o crescimento do consumo mundial de têxteis e confeccionados, diminuiu a sua participação no mercado internacional, devido ao não acompanhamento da rápida velocidade das inovações, fundamentais para prosperar as indústrias que se utilizam da moda. Portanto, tem-se deparado com desafios que precisam ser superados, uma vez que o mercado sofre mudanças constantes, tais como a concorrência dos produtos e a diversificada demanda (COSTA; ROCHA, 2009).

Nessa vertente, a globalização acirrou a disputa entre as indústrias têxteis, devido, sobretudo, a inserção de novas tecnologias e ao aprimoramento dos processos produtivos.

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Assim sendo, para sobreviverem nesse mercado, é crucial para as indústrias investir na apuração do custo do produto, do qual decorrerão várias decisões empresariais, pois a concorrência cresce a cada dia, exigindo que as empresas estejam aptas para suportar as exigências impostas por um mercado de trabalho tão diversificado e concorrido.

Hoje, em um cenário altamente competitivo, sobressaem as empresas que, além de saberem se diferenciar em relação ao mercado, procuram gerir de forma eficaz os seus custos, através de práticas de apuração, análise, controle e gerenciamento, visto que eles representam gastos significativos na produção, podendo ser administrados por sistemas de custeio desde a aquisição de materiais até a entrega do produto final (PEREZ; OLIVEIRA; COSTA, 2005).

Dentro desse contexto, grandes avanços têm sido alcançados nas últimas décadas e um deles é a Contabilidade, ciência aplicada que atua em diferentes segmentos para atender às necessidades dos usuários, sendo um deles a contabilidade gerencial - que se destina ao estudo racional dos gastos com o intuito de gerar informações que servirão como um instrumento de suporte para auxiliar na tomada de decisões - seja a nível de planejamento ou de controle.

A contabilidade de custos observa os custos de forma diferenciada para gerar informações relevantes que atendam às necessidades gerenciais, determina vários sistemas de custeios e apadrinha distintos critérios de avaliação, cálculo e alocação para proporcionar informações específicas impostas por ambientes de produção e de administração em constante modificações (LEONE, 2010).

Corroborando para esse entendimento, Ribeiro (2013) afirma que, para determinar o preço de venda de um produto de forma correta, não se deve deixar de lado a avaliação do seu custo de fabricação, assim como as despesas da sua venda e as necessárias para satisfazer a margem de lucro almejada. Existem diversas maneiras para fixar o preço para venda, logo, os administradores necessitam adotar um método eficaz de formação de preço de acordo com a empresa, para obter resultados alinhados à realidade e potencializar a sua lucratividade.

Na visão de Wernke (2005, p.147), “a adequada determinação dos preços de venda cada vez mais é questão fundamental para a sobrevivência e crescimento das empresas, independente do porte ou área de atuação”. Desse modo, é uma tarefa importante para os gestores fixar o preço de venda de maneira correta, pois é através dele que a empresa começa a criar condições estratégicas necessárias para competir em um mercado crescentemente disputado.

Segundo pesquisa realizada em junho de 2019 pela Revista Indústria Brasileira, apenas 54,7% das empresas utilizam a definição da política de preços e posicionamento de custos como medidas adotadas para aumentar a produtividade.

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Logo, pressupõe-se a existência de muitas empresas que ainda não possuem, de fato, domínio sobre sistema de custeio. Dessa forma, os custos podem estar sendo alocados incorretamente, devido à ausência ou insuficiência de conhecimento e controles adequados para a identificação e diferenciação dos custos e despesas, ao fazer com que as empresas precifiquem os seus produtos apenas com base na concorrência.

No entanto, Gomes e Souza (2006), afirma que embora o método de precificação fundamentado somente nos custos seja o mais comum nas organizações, ele poderá precificar os produtos sem nenhuma medida de comparação com o mercado, resultando-o sem disputa no ambiente competitivo. Dessa maneira, não se deve deixar de lado a influência do mercado nas organizações, visto que o preço a ser desembolsado pelo consumidor deverá refletir o seu valor econômico, ao abranger tanto os custos atrelados aos elementos essenciais para a produção, quanto a sua carência no mercado e as despesas de propaganda relacionadas à venda.

Tendo em vista a abordagem de uma problemática tão relevante, infere-se que a gestão de custos e a gestão de preço de venda não devem seguir caminhos distintos, sendo crucial, portanto, a sistematização desses processos. Diante disso, todas as empresas, sejam elas de pequeno ou grande porte e independente da sua área de atuação, devem aliar-se à busca pelo conhecimento constante e profundo acerca dos custos e formação de preço do produto, visto que a sua análise permite aos gestores obterem informações qualitativas no tocante à tomada de decisões acerca dos seus negócios.

Este estudo justifica-se pela importância em pesquisar o melhor método de custeio em relação a estrutura física e operacional de uma indústria de pequeno porte do segmento têxtil de embalagens no estado do Rio Grande do Norte, para analisar o preço de venda dos produtos fabricados com o intuito de auxiliar os gestores na análise dos custos e dar suporte na busca de vantagens competitivas para a empresa e, assim, chegar a uma segura margem de contribuição.

Em virtude dos aspectos observados, levanta-se a seguinte questão: De que forma a proposta de implantação de um sistema de custeio pode auxiliar uma indústria do segmento têxtil de embalagens a definir seus custos, visando uma melhor formação do preço de venda?

O estudo, além da possibilidade de proporcionar um ganho prático para os gestores, pode contribuir para evitar desperdícios e possíveis perdas dos produtos que possam afetar a sua lucratividade assim como analisar a viabilidade econômica de manter, alterar ou retirar o produto.

Para consecução, este trabalho está dividido em cinco capítulos principais. Inicialmente, é apresentada a parte introdutória do trabalho, que compõe a Introdução acompanhada da

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contextualização e o problema da pesquisa, os objetivos gerais e específicos, assim como a justificativa do estudo. Em seguida, consta-se o referencial teórico, que apresenta a revisão da literatura, relacionada ao setor têxtil no Brasil e a contabilidade de custos. O terceiro capítulo expõe a metodologia utilizada na pesquisa, abordando a caracterização da pesquisa, da organização e do processo produtivo da fábrica, o plano de coleta de dados e o plano de análise dos dados. No capítulo quatro, é feita uma análise dos resultados da aplicação do trabalho. O quinto capítulo evidencia as conclusões e recomendações do trabalho aplicado na organização utilizada como estudo e, por fim, relacionam-se as referências utilizadas na elaboração da pesquisa.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

O presente estudo tem como objetivo geral propor à gestão de uma Indústria do segmento Têxtil de Embalagens, a implantação de um sistema de custeio eficaz para analisar a formação preço de venda dos produtos e obter os melhores resultados das atividades da empresa no mercado atual.

1.2.2 Objetivos específicos

Para alcançar o objetivo geral de forma satisfatória, traçaram-se alguns objetivos específicos a serem abordados neste trabalho:

A. Realizar uma revisão de literatura referente ao Setor Têxtil no Brasil e dos assuntos relacionados ao tema;

B. Descrever o produto e caracterizar o sistema de produção da indústria;

C. Fazer o levantamento de dados e identificar os custos diretos e indiretos de produção; D. Propor a implantação do sistema de custeio por absorção para utilização da empresa; E. Apresentar os resultados observados no estudo de caso e compará-los com resultados

praticados atualmente pela organização.

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A escolha do tema deve-se ao fato de a pesquisadora do presente estudo trabalhar no setor financeiro da Indústria alvo da pesquisa e, consequentemente, conhecer os gastos da empresa, o que facilita o acesso às informações. Atentando-se também para o efeito de que a empresa não identifica individualmente os custos envolvidos em cada processo.

Além disso, a ideia de desenvolver o estudo surgiu pelo interesse em aprofundar o conhecimento sobre custos, e residir em Estado o qual tem como destaque na sua atividade econômica industrial, o setor têxtil, porém ainda é uma área com poucos estudos e pesquisas e que continua afetada pelas crises econômicas.

Assumindo que a contabilidade de custos ainda não é tão disseminada como forma de controle de gerenciamento, seja pela dificuldade de acesso aos dados, defasagem das informações e pouco interesse por parte da gestão em empresas de pequeno e médio porte, ela pode ser utilizada como uma estratégia de sobrevivência em meio a um cenário bastante competitivo, visto que no Brasil existe um número relevante de empresas que atuam com o mesmo segmento.

Ademais, com a competitividade, só conquistarão espaço aquelas que souberem lidar com as modificações do mercado industrial, ou seja, investir em boas estratégias e controle de suas operações.

Observando que no mercado as empresas objetivam obter um menor custo e consequentemente um maior lucro, é válido o controle dos seus custos alinhados à métodos processuais, em função do importante estudo da sua gestão para evolução administrativa da organização alinhado ao poder de política da redução de custos como uma ferramenta de auxílio da administração para a tomada de decisões quanto á formação do preço de venda.

Por conseguinte, espera-se que este estudo contribua tanto para alunos com o interesse de compreender melhor a aplicação na prática de conhecimentos acadêmicos, quanto para as organizações já existentes ou para quem deseja empreender nesse segmento, uma vez que poderão ter um conhecimento do perfil de gastos da empresa, se a mesma utiliza a gestão de custos, se tem preocupação e conhecimento dessa área para aplicação na entidade.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

O que se nota nas empresas, principalmente em indústrias, é o intuito de “fazer mais, com menos”, ou seja, a importância de cortar gastos para oferecer preços mais acessíveis do que a concorrência, contudo, sem deixar de lado a qualidade dos seus produtos.

Como se sabe, a indústria e o varejo de produtos têxteis e confeccionados estão passando por grandes mudanças, e é sabido que a competitividade das empresas dependerá de novos padrões de produção, assim como novas relações de trabalho e comercialização ao longo da cadeia de valor.

Nesse sentido, um dos pilares da gestão empresarial é a contabilidade gerencial – é ela que conecta os gestores às informações financeiras da empresa e os mostra o caminho a percorrer para a lucratividade do negócio, portanto, tem um papel primordial para desenvolver estratégias de redução de custos, diferenciação no mercado, relacionamentos mais sólidos e de longo prazo entre as empresas e, além disso, maximizar as oportunidades.

No presente capítulo, serão abordados os assuntos relacionados à pesquisa deste trabalho aplicado ao estudo de caso, com o objetivo de demonstrar, através da literatura, as causas e efeitos que o estudo pode proporcionar.

2.1 SETOR TÊXTIL NO BRASIL

No século XVIII, a indústria têxtil foi a principal responsável por ascender a primeira revolução industrial, ao passo que substituiu os trabalhos manuais pela tecnologia das máquinas movidas a vapor. Desde essa época, busca investir em novas tecnologias de produção e, atualmente, está na vanguarda da implementação da chamada indústria 4.0.

Entre o período de 1974 até 1989, o setor têxtil brasileiro passou pela circunstância de proteção do governo, o que refletiu em uma certa acomodação. Durante essa época, a limitação do mercado para qualquer tipo de importação com uma concorrência baixa, resultou no aumento das taxas de lucro, o que não contribuiu para o crescimento da competitividade. Além disso, em relação ao conjunto de medidas adotas pelo país em sua moeda como forma de controle com as moedas estrangeiras, o setor apresentava dificuldades que impediam a sua modernização tecnológica, visto que dependia em grande parte das importações de máquinas e equipamentos (GAZETA MERCANTIL, 1999).

Logo após, a década de 1990 foi caracterizada pela abertura do mercado brasileiro às importações. Com o fim da Guerra Fria e a entrada de países asiáticos e da Europa do Leste no

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mundo capitalista, houve aumento de movimentações do capital, as tecnologias de informação e comunicação foram difundidas assim como o excesso de oferta internacional de força de trabalho, resultando na diminuição mundial dos preços têxteis e de vestuários, tornando mais forte a pressão sobre os custos (KAPLINSKY; MORRIS; READMAN, 2002; SCHOR, 2005; GEREFFI, 1999; 2005).

Com o intuito de recuperar a competitividade entre as empresas, várias fábricas foram transferidas para o estado de Minas Gerais, em especial para as regiões norte e nordeste, visto que os incentivos fiscais e os baixos custos com a mão-de-obra eram favoráveis nessas regiões. Ademais, alguns governos estaduais buscaram evoluir com a criação de programas de qualificação e treinamento de mão-de-obra e elevaram os trabalhadores que atuavam como subcontratados das industrias (BANCO DO NORDESTE, 1999).

Já em Estados como o Ceará, o governo abriu mão de receber parte dos impostos devidos em prol de melhorar a infraestrutura industrial, com o fornecimento de galpões, energia elétrica e a modernização de portos e aeroportos (UNE; PROCHNIK, 2000).

Assumindo que, ainda durante o século XX, os capitais dos centros econômicos do país, principalmente de filiais estrangeiras, apropriaram o controle acionário das grandes fábricas, a industrialização têxtil regional passou a ser tributada. Somente mais tarde, surgiram os primeiros diretores técnicos provenientes de São Paulo e Rio de Janeiro, que, aos poucos, tornaram-se responsáveis pela ascensão do funcionamento das grandes empresas, logo, passaram a assumir cada vez mais participações no mercado acionário.

No cenário atual, o setor têxtil e de confecção no Brasil é um dos mais tradicionais e complexos, sendo, portanto, reconhecido mundialmente. O conjunto de etapas consecutivas sofridas pelos insumos para constituição do produto final é longo, que se inicia desde a produção de fibras e filamentos, passando pela fiação, tecelagem, malharia, acabamento e confecção. É dessa maneira que as indústrias atuam em uma gama de países, desde aqueles desenvolvidos até os que apresentam baixos indicadores de desenvolvimento socioeconômico.

Ao ressaltar a produção têxtil brasileira no mercado mundial, a CNI - Confederação Nacional da indústria (2017, p. 91) revela que

A indústria têxtil e de confecção brasileira caracteriza-se, especialmente no segmento da confecção, pela grande fragmentação e pulverização das empresas em território nacional, tendo em vista a extensão do país – há Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas têxtil ou de confecção, em cerca de três mil municípios brasileiros – e uma vez que a maioria dos empreendimentos do setor estão classificados como micro e pequenos. Este cenário impõe desafios de escala, eficiência, comunicação e convergência de ações em nível

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setorial, mas também oportunidades de melhoria e expansão, incluindo o investimento em exportações.

Ainda segundo a Confederação Nacional da Indústria (2017), além de a Indústria têxtil brasileira possuir grande relevância na perspectiva econômica do mundo, devido a sua competência profissional, capacidade de criar e se reinventar tecnologicamente, ela também pode ser destacada pela proporção de seu parque industrial, visto que ela atua como a quinta maior indústria têxtil do mundo e a quarta maior em confecção. Vale salientar também que o setor permaneceu alinhado desde o seu surgimento no Brasil e, hoje, comporta a maior cadeia tecidos e de confecção ambientada no hemisfério Ocidental, ao produzir desde os fios naturais e sintéticos até o conjunto de peças para vestimenta.

Quanto à pesquisa realizada pela Instituto de Estudos e Marketing Industrial (2016, p. 27), pode-se inferir que

O Brasil ocupa a quarta posição entre os maiores produtores mundiais de artigos de vestuário e a quinta posição entre os de manufaturas têxteis. Embora o país seja um produtor notável, sua atividade no comércio mundial ainda é tímida: detém apenas 0,3% da participação (em valor exportado), ocupando a 40ª posição no ranking.

A indústria têxtil e de confecções brasileiras é evidenciada pela sua diversidade referente ao porte das empresas, lógica produtiva, e processo de modernização quanto às fases tecnológicas e níveis gerenciais. A atividade comtempla quatro segmentos de atuação, entre eles a fiação, tecelagem, acabamento e malharia que atuam em diversas áreas e fabricantes, portanto, é bem desenvolvida e capacitada para suportar a concorrência, principalmente na produção de artigos de algodão, cama, mesa e banho (GAZETA MERCANTIL, 1999).

Segundo Inês Matos (2011), a parte de confecção do estado do Ceará representa a maioria da economia local, logo, os serviços de apoio à pequenas e médias empresas tem criado projetos com o objetivo de aumentar a diferenciação dos produtos e a competitividade entre as empresas, para capacitar os micros e pequenos empresários no atendimento à demanda, favorecendo o seu fortalecimento. Assim, ao buscar inovar e capacitar os micros e pequenos empresários no atendimento à demanda para favorecer o seu fortalecimento, estarão preparadas para enfrentar a concorrência e prontas para progredir.

Com a crescente industrialização, o processo produtivo das indústrias têxteis exigiu cálculos precisos para obter a realidade dos custos do período de forma correta e com uma metodologia apropriada. Assim sendo, através da observação dos processos e ao levar em conta

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as particularidades de cada indústria, é imprescindível o estudo para aplicar o melhor método, sempre atento aos detalhes (MEYERSTAMER, 1998).

Na percepção de Kliemann Neto (1994), com a materialização pela fabricação de produtos acabados, tem-se o principal fator de produção de uma indústria, o seu trabalho. Á medida que complexidade dos processos produtivos crescem na mesma proporção das atividades ligadas ao gerenciamento de produção, é crucial para a administração de uma indústria, investir na otimização de todas as atividades relacionadas à gestão e ao controle de produção.

De acordo com Junckes (1998), para se produzir uma fiação o processo é longo e necessita de vários equipamentos para se chegar ao produto final e, este, ter uma qualidade satisfatória para se tornar competitivo com o mercado internacional. Desse modo, quanto mais a fábrica se atentar para as inovações, conseguirá produzir o fio de um modo mais rápido e com uma melhor qualidade, em um ambiente que exige cada vez mais o desenvolvimento de atividades longas com atenção para os detalhes e a agilidade dos colaboradores (JUNCKES, 1998).

Para que uma indústria de segmento têxtil obtenha sucesso em seu produto final, é primordial que a matéria prima adquirida seja de qualidade e os custos sejam compatíveis para a realização do serviço. Nos últimos anos, a medida em que produção de fios em nosso país tem crescido - tanto em qualidade quanto em volume – a procura internacional pelo produto brasileiro pronto para ser comercializado, o fio, também sofreu um aumento. Sendo assim, é uma relação que resulta em um fator decisivo para que o empresário brasileiro exporte a sua mercadoria, em função de vários fatores econômicos e financeiros como a relação entre moedas de dois países, os impostos que ocorrem sobre o produto, e os métodos de pagamento (MEYER-STAMER, 1998).

Ter o apoio de funcionários capazes de realizar as atividades de forma eficiente, através de maquinários de ponta, faz toda a diferença no cenário atual. Logo, com a suposição de que todas as indústrias têxteis e de fiações possuem o mesmo procedimento para produzir, a mão de obra qualificada e especializada é uma condição básica para produtividade e qualidade na produção. Além disso, a compra da matéria-prima oriunda de países estrangeiros tem instigado a competição dos preços internacionais, situação não atrativa para o mercado brasileiro (KLIEMANN NETO, 1994)

Assim como outros em setores mais evoluídos da economia, a indústria têxtil passa por constantes desafios e transformações para sobreviver, as quais modificam os processos produtivos ao buscar unir a flexibilidade à forma com que os custos são gerenciados para se

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tornarem compatíveis, competitivos e, assim, garantir o caminho quanto à participação da mão de obra qualificada.

As mudanças tecnológicas causaram consequências sobre a competitividade na indústria têxtil, sobretudo em relação à conquista de espaço do mercado internacional e ao não acompanhamento da rápida velocidade das inovações com o aprimoramento dos processos produtivos, uma vez que, no novo ambiente competitivo, sobressai a qualidade do produto adaptado às novas transformações, a rapidez de entrega e a lógica dos custos de produção (RECH, 2006).

Ao observar o cenário nacional atual, as indústrias têxteis brasileiras sofrem pressões mercadológicas, sobretudo dos países asiáticos, como a China. Desse modo, em um momento de crise, o setor é considerado um dos mais atingidos pelo processo de abertura de mercado, devido ao grande número das importações, principalmente nas partes que compõem os fios e tecidos artificiais e sintéticos oriundos de outros países (MENDES, 2003).

2.2 A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NO PROCESSO DECISÓRIO

Antigamente, a maioria das empresas existentes eram comerciais, estas faziam uso da contabilidade financeira determinar os valores reais e atuais de todos os bens da empresa assim como contabilizar os resultados. Com a ascensão das indústrias, a principal consequência monetária foi o surgimento da contabilidade de custos, utilizada para determinar todos os desembolsos que podem ser atribuídos ao produto final (BORNIA, 2010).

Isso significa que, os custos são todos e quaisquer gastos relativos à aquisição ou produção de mercadorias, dentre eles: a matéria-prima, mão-de-obra e gastos gerais de fabricação (GGF), como depreciação de máquinas e equipamentos, energia elétrica, manutenção, materiais de conservação e limpeza para fábrica, viagens de pessoas ligadas à fábrica etc. Dessa maneira, pode-se inferir que para o funcionamento de qualquer negócio, os custos são itens fundamentais, pois eles estão diretamente relacionados com a operação da empresa.

A leitura de Leone (2000) descreve que a Contabilidade de Custos produz informações gerenciais para planejar, controlar e decidir com maior eficiência e eficácia; e que os objetos da Contabilidade de Custos são a entidade e os produtos e serviços que ela envolve. O produto final consiste em relatórios gerenciais, sistemas de custos, sistemas de apoio, finalidades gerenciais e itens a serem custeados. O autor define que “[...] a Contabilidade de custos é uma atividade que se assemelha a um centro processador de informações, que recebe (ou obtém) dados, acumula-os de forma organizada, analisa-os e

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interpreta-os, produzindo informações de custos para os diversos níveis gerenciais” (LEONE, 2000, p. 21).

Ao contribuir para esse entendimento, Crepaldi (2010) enfatiza que o estudo da organização em relação a todos os seus aspectos financeiros e estimativas para o futuro, foi crucial para o desenvolvimento da contabilidade de custos, devido à necessidade de se ter um controle eficiente sobre os valores apropriados aos estoques dos produtos nas indústrias, assim como a importância de se tomar decisões sobre de que forma, quando e a quantidade que deverá ser produzida.

Nessa perspectiva, a contabilidade de custos vem evoluindo nas últimas décadas, passando de mera auxiliar na avaliação dos estoques e de lucros globais, para uma importante ferramenta de controle e de decisões gerenciais (MARTINS, 2010).

Ainda para Crepaldi (2010), a contabilidade custos é um método por meio do qual permite levantar informações necessárias e eficientes para a alta administração, visto que busca identificar e mensurar adequadamente os custos dos produtos e serviços para, assim, tomar as melhores decisões dentro de uma organização.

De acordo com Horngren, Foster e Datar (2000) ao adquirir ou consumir produtos, a contabilidade de custos é compreendida como uma ciência aplicada que procura medir e expor dados tanto financeiros quanto não financeiros dentro das organizações. Assim sendo, as informações de custos são essenciais para o planejamento de ações futuras nas organizações, além de comunicar aos gestores os dados de origem econômica e financeira da instituição.

Na concepção de Perez Jr., Oliveira e Costa (2005, p. 290) “a análise de custos é conhecida e praticada como sendo o processo de avaliação do impacto financeiro das decisões gerenciais alternativas”.

A Contabilidade de Custos está a cada dia em busca de aumentar a sua atuação, ou seja, não se restringe somente aos aspectos relacionados ao controle de um conjunto de bens, direitos e obrigações. Logo, segundo Bruni e Famá (2004), uma atribuição primordial exercida pela contabilidade de custos é representada por proporcionar aporte para a tomada de decisões a nível gerencial.

Desse modo, com a crescente competitividade, o que sucedeu, nos últimos anos, foi a consciência dos gestores da necessidade de utilizar a contabilidade como uma informação primordial para planejar, controlar e tomar decisões (MOWEN; HANSEN, 2001).

No entanto, como os efeitos das tomadas de decisões servem para serem visualizadas tanto no presente quanto no futuro, estas devem estar amparadas na escolha da melhor

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alternativa, ou seja, aquela que proporcionar maior vantagem em um ambiente competitivo, com base na análise de custos a longo prazo.

Dessa forma, os custos são gastos de extrema relevância na produção de bens e serviços e, para isso é necessário que se faça a separação e alocação adequada de cada tipo de custo com o intuito de eliminar a subjetividade e obter uma gestão mais eficiente. Portanto, o resultado de todas as organizações, independente do seu porte, é influenciado por elementos atrelados aos custos.

Perez Jr., Oliveira e Costa (2005), expõem que os custos podem ser classificados de diversas maneiras, de acordo com a sua finalidade. Sendo assim, quanto às alterações nos volumes durante as produções e vendas são determinados em custos e despesas fixos, custos e despesas semifixos e semivariáveis e custos e despesas variáveis.

Consoante a isso, Hansen e Mowen (2001), corroboram para o fato de que o gerenciamento de bens ou negócios deve ser feito por uma administração capaz de analisar tanto os custos dos serviços prestados como também o custo dos serviços manufaturados, logo, é imprescindível para o sucesso de uma indústria, uma gestão financeira eficiente e qualificada para apropriar de forma correta os custos aos produtos.

2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS

2.3.1 Quanto à função

Quanto à função, os custos podem ser classificados em diretos e indiretos.

2.3.1.1 Custos diretos

Para os autores Bomfim e Passarelli (2008), os custos diretos são definidos como aqueles que podem ser atribuídos de maneira direta ao produto, uma vez que existe a possibilidade de medir a quantidade que faz parte de cada um, de forma concreta e direta.

Nesse pensamento, Ferreira (2003) aborda que os custos diretos, como se pode compreender, são aqueles destinados de forma direta ao produto fabricado em consonância com o processo produtivo da entidade, dentre eles pode-se citar a matéria-prima e a embalagem. Dessa forma, são custos que não há necessidade de critérios de rateios para serem aplicados aos produtos, sejam eles matéria-prima ou mão-de-obra utilizada.

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Dessa forma, pode-se inferir que os custos diretos podem ser facilmente identificados no produto ou serviço, sendo que a sua alocação é feita de maneira direta através de uma medida objetiva de seu consumo nesta fabricação, que pode ser em quilos, horas de mão de obra direta ou de máquina ou quantidade de força consumida - ao contrário dos custos indiretos - os quais necessitam de alguma maneira de rateio para a sua adequada destinação.

Em uma indústria, a folha de pagamento dos colaboradores atrelados à produção, por exemplo, deve ser considerada como um custo de mão-de-obra direta, pois são custos envolvidos com o objetivo de transformar a matéria prima em produtos acabados, sendo assim, todos os gastos estão diretamente atribuídos no processo de fabricação dos produtos ou na prestação de serviços (WARREN; REEVE; FESS, 2001).

Contudo, há custos que são diretos, porém devido ao trabalho de controlar e apropriar, são alocados como indiretos. Segundo Martins (2003), existem alguns tipos de custos que apresentam características com certa individualidade, neste caso, mesmo devendo ser alocados diretamente, dada a sua pequena importância, conclui-se não valer a pena essa dificuldade pois muitas vezes a relação “custo- benefício” é desfavorável para itens sem muita relevância.

2.3.1.2 Custos indiretos

Em relação aos custos indiretos, Ferreira (2007) determina como sendo aqueles custos que, para serem alocados de forma correta aos produtos, é necessário a prática de critérios de rateio, através de cálculos dos dados conhecidos em cada uma das funções em que se deseja apurar custos.

Sobre custos indiretos, Martins (2010), revela que são aqueles cruciais para realizar uma produção, na maioria das vezes de mais de um produto, portanto, não devem ser apropriados de forma direta e objetiva aos produtos finais. Para serem alocados de forma indireta ao objeto de custo, precisam de critérios de distribuição, dentre eles o rateio, a alocação e a apropriação.

Conforme afirmam Bertó e Beulke (2005), os custos indiretos assim como as despesas indiretas dão suporte à continuidade das atividades. Geralmente, possuem como característica marcante a dificuldade de serem mensurados, definidos e calculados de forma direta em cada unidade comercializada. Nesse sentido, são gastos que não oferecem nenhuma condição de medidas para a alocação, sendo preciso o uso de algum tipo de rateio ou a utilização de estimativas.

Crepaldi (2010), agrega que todas as maneiras de dividir os custos indiretos, podem conter, independente do grau, certa subjetividade. Logo, quando forem distribuídos, pode haver

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ausência de regras nessas apropriações, levando em conta o nível de aceitação ou por não haver outras alternativas melhores.

O maior desafio encarado pela gestão dos custos se aplica a como distribuir os custos indiretos aos produtos ou serviços elaborados. Nessa vertente, é relevante examinar quais os custos que são realmente inevitáveis durante o desenvolvimento de produção ou prestação de um serviço e, assim, ratear os custos que sejam adequados ao propósito da empresa (BRUNI; FAMÁ, 2004)

Ademais, para muitas empresas torna-se usual encarar situações de conflitos no momento de dividir os custos indiretos. No entanto, fazer a sua distribuição correta fornecerá dados mais precisos para analisar os custos dentro de uma organização. De acordo com Perez Jr., Oliveira e Costa (2005) uma empresa que sabe descrever os seus custos do ponto de vista quantitativo e interpretá-los, através de dados quantitativos e qualitativos, ela tem controle efetivo sobre o seu sistema produtivo.

O restante dos custos que atuam na transformação da matéria-prima e na execução do serviço, ao formar um determinado produto ou serviço, são definidos como custos indiretos de fabricação. Bruni e Famá (2004) os atribuem como “gastos identificados com a função de produção ou elaboração do serviço a ser comercializado e que, como o próprio nome já revela, não podem ser associados diretamente a um produto ou serviço específico” - portanto recebem essa denominação devido não dotarem de formas de alocação direta aos produtos.

2.3.2 Quanto à variação

Quanto à oscilação de produção, os custos podem ser classificados como custos fixos e custos variáveis.

2.3.2.1 Custos fixos

No entendimento de Bornia (2002), os custos fixos são aqueles que não passam por alteração de valores em caso de aumento ou redução do volume de produção, independem, portanto, do nível de atividades da empresam, ou seja, fazem parte da estrutura do negócio.

A propósito, Bertó e Beulke (2006) revelam que conservar os custos fixos sem modificações em relação ao volume de atividades, ao se atentar para os limites de capacidade, ou seja, em relação do crescimento ou retração do volume de negócios, é uma característica

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essencial. São exemplos: a depreciação, folha de pagamento da administração e a manutenção das máquinas ou equipamentos.

Conforme os estudos de Megliorini e Padoveze (2013), os custos fixos são imprescindíveis para manter um nível satisfatório de atividade nas operações, sendo conhecidos também como custos de capacidade, justamente por não sofrerem alterações, através das variações de aumento ou redução, nas quantidades produzidas durante várias séries de produção.

Assim, pode-se inferir que são os custos que em certo período permanecem invariáveis, quaisquer que seja o volume da atividade. Portanto, independentemente do tipo de produto fabricado, os custos fixos permanecerão os mesmos, ou seja, quanto mais se produzir menor é o custo fixo, pois não variam em relação a quantidade produzida.

Na mesma linha de pensamento, os autores Perez Jr., Oliveira e Costa (2003) expõem que qualquer mudança na quantidade de produção para mais ou para menos, não irá alterar o valor total do custo, visto que os custos fixos não dependem do volume de produção e conservam-se sem alterações quanto à sua capacidade. Nesse sentido, para distribuí-los são necessários critérios de rateios determinados pela administração.

2.3.2.2 Custos variáveis

Ao definir os custos variáveis, Wernke (2011) busca atentar para o fato de que são os custos atrelados de forma direta ao volume de produção, ou seja, ao contrário dos custos fixos, eles sofrem alterações nos seus valores conforme o volume produzido aumenta ou diminui.

Consequentemente, conforme afirma o CRC-SP (1995), esse tipo de custo tem o seu valor fixado em consonância com as mudanças ocorridas, uma vez que eles que variam proporcionalmente, de acordo com o nível de produção ou atividades. Assim, os seus valores dependem diretamente do volume produzido ou volume de vendas efetivado num determinado período.

Para Bertó e Beulke (2006), não se pode deixar de considerar a relação do custo variável com o volume das vendas, visto que é uma característica fundamental devido aos seus valorem sofrerem modificações de forma direta com as quantidades de produzidas. Os impostos como o ICMS de venda, PIS e COFINS, por exemplo, são considerados custos variáveis, pois a medida em que há variações no custo total da mercadoria em virtude das variações das quantidades vendidas.

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Em consonância com Bornia (2002), os custos variáveis, por crescerem paralelamente ao aumento do nível de atividades de uma empresa, estão muito próximos em relação à produção, como por exemplo, pode-se citar os custos com a matéria-prima que passam por todos os processos produtivos, onde se transformam em mercadorias e chegam à fase de distribuição final.

Nesse seguimento, Perez Jr., Oliveira e Costa (2003) salientam que os custos variáveis possuem como principais características a distribuição dos produtos que, geralmente, é feita de forma direta, sem a importância de se aplicar algum tipo de critério para rateio. Outro fator importante é que, o seu valor permanece o mesmo por unidade, ou seja, independe da quantidade que será produzida.

Já Martins (2010), busca avaliar os custos variáveis quanto ao seu consumo ao afirmar que, quanto maior for a quantidade produzida, maior será a utilização ou aquisição de bens ou serviços, tendo em vista as necessidades da empresa. Nesse sentido, ele revela que quanto maior for a quantidade produzida, maior será o seu consumo, logo, como o valor de consumo dos materiais diretos depende do volume de produção, são considerados custos variáveis, devido ao fato de variarem proporcionalmente ao volume de produção.

Na visão de Padoveze (2013), os custos variáveis são caracterizados por sofrerem variações diante do volume de produção e a sua duração é determinada por um certo espaço de tempo durante o qual ocorre e se completa, com regularidade, a fase de produção. Assim, à medida que as vendas aumentam, também aumentam os custos variáveis e quando as vendas diminuem, os custos também diminuem. Objetivando alcançar essa mesma linha de pensamento, Leitão (2009), evidencia que os custos variáveis totais sofrem variações à medida em que são estabelecidos os processos de produção em um intervalo de tempo fixado, pois considera a natureza em que os custos variam conforme sua produção cresce ou decresce.

2.4 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

No entendimento de Lima (2005), não obstante o preço de venda seja uma prerrogativa do mercado, ou seja, o mercado é quem o define, a entidade deve ter uma postura participativa no tocante à sua elaboração. À vista disso, é dever da empresa desenvolver artifícios com o intuito de que os seus preços possam se adaptar em relação aos níveis de aceitação do mercado.

No entanto, de acordo com Gomes e Souza (2006), algumas pesquisas interpretaram que muitas empresas norte-americanas fixam o preço em seus produtos e serviços sem, antes de tudo, realizar uma análise prévia de cada caso. Logo, essas organizações apenas anexam todos

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os custos e introduzem uma margem aceita pelo mercado para determinar o valor a ser arrecadado. Acreditando-se na ideia de que as empresas também deverão se atentar, particularmente, para as variáveis econômicas de mercado em relação ao preço de venda, é importante salientar o retorno sobre o investimento, o embasamento do custo e a fixação de um preço-meta (GOMES; SOUZA, 2006).

Para Martins (2008), o preço de venda de certo produto ou serviço, pode ser atribuído tanto em função da totalidade dos seus custos para fabricá-los, quanto através do mercado, ou a união das duas escolhas. Em virtude disso, pode-se inferir que ao definir o preço de venda de um produto, é crucial considerar o valor dos bens utilizados durante a produção de outros bens, a capacidade de resposta da quantidade demandada e ofertada do mercado, a precificação dos concorrentes, a quantidade e preço dos produtos substitutos e os planos de marketing da entidade. Assim sendo, além de todos os custos necessários, é imprescindível conhecer, de fato, o mercado em que a empresa atua.

Na concepção de Lima (2005), a percepção que o cliente tem a respeito do valor de um produto é muito importante para a empresa formar o seu preço de venda, pois é através dele que o consumidor percebe todas as despesas impostas no produto e decide se vale a pena ou não desembolsar o valor monetário esperado pela organização. Nesse sentido, o preço formado é fundamentado em alguns aspectos como a eficiência produtiva da organização, a procura esperada e o capital aplicado com a intenção de retorno. Ao considerar viável a precificação com base no mercado, é função da entidade conduzir as mudanças e possibilitar que o ambiente econômico dite as regras.

Prosseguindo ainda de acordo com Lima (2005), a perspectiva dos custos, a concorrência e as particularidades para atribuir o preço de venda aos produtos, a empresa deverá levar em consideração os seguintes gêneros: o preço de mark-up, a taxa alvo de retorno, o valor dos custos do produto percebido pelo cliente e o valor de mercado. Ao deliberar o preço de mark-up a entidade deverá incorporar, no custo da sua mercadoria, a porcentagem de lucro esperada pela venda, a qual deverá ser representada por intermédio da divisão ou multiplicação de sob os custos.

Para Nascimento e Almeida Neto (2002), o custo de um produto pode ser fixado através de todos os gastos relacionados ao desempenho das funções realizadas pela atividade humana, esforço de trabalho e as ferramentas necessárias, sejam eles diretos ou indiretos portanto que sejam consumidos pela empresa durante o desenvolvimento da produção. Desse modo, os autores revelam que o preço de custo deve ser determinado somando-se todos os gastos

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indispensáveis para se produzir, juntamente com os tributos atrelados ao processo, e o lucro é o valor pago pela aquisição de uma mercadoria subtraindo o preço de custo.

2.5 PRINCIPAIS MÉTODOS DE CUSTEIOS

A importância da escolha de determinado método de custeio influenciará nos resultados das empresas e servirá como instrumento para a tomada de decisões junto aos administradores. A Contabilidade de Custos objetiva empregar alguns métodos de custeio para atribuir os seus custos, eles variam conforme necessidade e meta de cada usuário, como, por exemplo, o custeio por absorção, variável ou direto, ABC, RKW e o custeio padrão.

À vista disso, através de muito estudo, surgiram alguns métodos de custeio com o propósito de contribuir quanto ao desempenho dos custos e à maneira de precificar os produtos nas organizações. Desse modo, é válido mencionar alguns tipos de custeio mais utilizados pelas entidades, são eles: o custeio por absorção, o custeio variável ou direto, e o custeio ABC baseado em atividades). Esses metodologias aspiram dar maior confiabilidade e capacidade aos usuários que necessitam de informações para conduzir os seus custos produtivos de forma correta, em virtude destas terem relevância de aplicação na fixação do preço de venda e na tomada de decisões gerenciais (NASCIMENTO; ALMEIDA NETO, 2002).

Os sistemas de custeio, de acordo com Bruni e Famá (2004), são caracterizados por representar o método utilizado para apuração e apropriação dos custos ao produto, ou seja, a ferramenta que auxilia a contabilidade de custos na geração de informações que servirão de suporte às tomadas de decisões dentro da entidade.

Já para Megliorini (2007) e Padoveze (2013), a mensuração dos custos em uma empresa é imprescindível para a correta medição do retorno sobre o capital investido em um ativo financeiro e os gastos em relação à atividade que ela desenvolve, sendo assim, a utilização das metodologias de custeios são fundamentais durante esse processo uma vez que asseguram a acumulação dos custos e sua transferência para os produtos, da maneira mais apropriada possível. Não obstante, a escolha do método dependerá das características e tipo de produção de cada empresa para a administração e seus dirigentes poderem obter informações essenciais quanto ao planejamento, organização, coordenação, execução e controle das ações para a tomada de decisões.

Já na concepção de Leone (1997), as ferramentas de custeios possuem a finalidade de levantar, apropriar e dispor de forma ordenada as informações de custos, para fornecer informações necessárias aos gestores dentro de uma organização. Esses métodos são

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implantados através de critérios de custeios, os mais tradicionais são denominados por: custeio por absorção, custeio variável e custeio baseado em atividades (ABC).

Morais et al. (1986) diz que os métodos de custeio têm o intuito de auxiliar o usuário com uma maior quantidade de informações possíveis, que acrescentem e resultem em um bom controle e planejamento das atividades da empresa no mercado, ao contribuir para o processo das decisões a serem tomadas pelos gestores. Dessa maneira, quando o sistema de custos está em acordo com às particularidades da organização, ele define quais dados serão processados e expostos através de relatórios para os administradores, de modo a atender às necessidades gerenciais.

2.5.1 Custeio Variável

Neste método de custeio, as empresas realizam a separação dos custos fixos e variáveis, dessa forma, a parcela dos gastos variáveis são incorporadas para a apuração do custo e, de modo consequente, a parte fixa é anexada como uma despesa e entra diretamente na apuração do resultado do exercício.

O método de custeio variável ou direto é empregado para fins gerenciais, pois fornece informações que auxiliam no processo de tomada de decisões da empresa. Nesse método, só são alocados aos produtos, aqueles custos que variam diretamente conforme o volume de produção.

O critério do custo variável (ou direto) é aquele que só inclui no custo das operações, dos produtos, serviços e atividades, os custos diretos e variáveis. Para que um custo (ou uma despesa) detenha as condições necessárias para compor o custo de um produto, por exemplo, é necessário que esse custo seja facilmente identificado com o produto, isto é, seja direto (onde não haja a necessidade de rateio) e que seja variável diante da variabilidade de um indicador que represente o produto, a operação, o processo, o componente ou a atividade. A finalidade principal do critério é a determinação da contribuição marginal total ou unitária de cada objeto de custeio. Essa informação tem um poder extraordinário, principalmente por que não é poluída pelo trabalho de rateio, perigoso, porque às vezes inútil e até enganador (LEONE, 2000, p. 405).

Ainda de acordo com Leone (2000), como o método de custeio variável profetiza uma apropriação com características gerenciais, ele considera somente os custos variáveis dos produtos, porém oportuniza a apuração da margem de contribuição à medida em que os custos variáveis e a receita líquida de vendas são confrontadas dentro do período analisado. Nesse sentido, os custos fixos são destinados de forma direta na conta de resultado do exercício, em

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virtude desse sistema ter como fundamento que os custos fixos ocorrerão, independente da variação volumétrica de produção, logo, exime qualquer necessidade de critério de rateio.

Na concepção de Horngren, Foster e Datar (2000), o custeio baseado no volume pode ser definido como um método de custeio de estoque em que os custos variáveis relacionados à fabricação são inventariáveis, isto é, são representados pelos custos do período em que ocorreram. Um fator importante desse tipo de custeio é a apuração da margem de contribuição ao invés do lucro bruto, através dela, pode-se identificar que o resultado operacional da empresa ocorrerá sem o diferimento dos custos fixos pelo produtos acabados em estocagem ou através daqueles em processo de elaboração (LEONE, 2000).

2.5.2 Custeio Por Absorção

No entendimento de Martins (2003), o custeio por absorção pode ser definido como a ocupação de todos os custos causados pelo uso de recursos ligados à produção aos bens elaborados, ou seja, os gastos atrelados ao sistema produtivo devem ser apropriados à todos os produtos fabricados com a intenção de venda, e às prestações de serviço. Portanto, esta metodologia de custeio resulta na divisão de custos e despesas e a consequente classificação dos custos indiretos, através do rateio, aos produtos, bem como seus custos diretos (KAPLAN; COOPER, 1998).

Assim, de acordo com o autor, todos os gastos atrelados ao sistema produtivo, são associados à todos os produtos ou prestações de serviços realizadas. Em virtude disso, esse método visa alocar todos os custos de fabricação ao custo do produto, independentemente de serem diretos ou indiretos, fixos ou variáveis.

Para Leone (2000, p.242), “[...] o critério do custo por absorção é aquele que inclui todos os custos indiretos de fabricação de certo período nos custos de suas diferentes atividades industriais, sejam produtos, processos ou serviços”. Logo, o propósito desse critério é avaliar a rentabilidade de cada atividade, assim como os elementos que compõem o patrimônio, para resultar em conhecimentos significativos no que diz respeito o auxílio às decisões gerenciais ao fixar os preços de venda dos produtos e serviços. Todavia, é um método que necessita analisar minuciosamente uma série de rateios devido aos custos considerados de difícil identificação e até mesmo irrelevantes.

Garrison & Noreen (2001), induzem que esse tipo de custeio, por absorção, é considerado como um método de contabilização de custos que contêm todos os custos de

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fabricação – matérias, mão-de-obra e custos direto, fixo e variável – como componente dos custos de uma unidade aprontada do produto.

Em consonância com Bruni e Famá (2004, p. 216),

[...] no método de custeio por absorção os produtos fabricados pela empresa serão apurados prevendo-se, em princípio, a apropriação de todos os custos de produtos registrados no período, quer sejam de comportamento fixo ou variável.

Consequentemente, nesse critério de custeio, os custos relativos aos setores administrativos ou de apoio, geralmente representados por custos fixos, serão objetos de rateio para determinar o custo total dos produtos fabricados. Nesse caso, sobressaem, especificamente, os valores dos custos referentes às áreas de gerência industrial, como por exemplo: a engenharia industrial, supervisão, planejamento e controle de produção e transportes internos.

Ademais, o custeio por absorção é o método adotado pela maioria das empresas atuantes no Brasil, em virtude de respeitar e atender perfeitamente os princípios fundamentais contábeis, sendo, portanto, aceito pela legislação comercial e fiscal.

2.5.3 Custeio Baseado em Atividades (ABC)

Segundo Martins (2003), o custeio baseado em atividades, comumente chamado de “ABC”, é um método de custeio que objetiva diminuir o impacto das desconformidades provocadas pelo rateio dos custos indiretos. Portanto, nele, as apropriações dos custos são feitas através da execução das práticas relacionadas às atividades produtivas e a colaboração dos custos nesses processos.

Em conformidade com Gantzel (1996), o método de custeio ABC é um sistema de gestão financeira que visa evidenciar a relação entre os bens gastos, de que maneira as atividades foram produzidas e a finalidade dos produtos ou prestação de serviços.

Na visão de Casanova e Vargas (1995), o custeio ABC é uma maneira de avaliar, separadamente, o custo de cada atividade, as quais buscam unir o valor ao produto, independente das etapas dos processos durante a produção destinada ao cliente.

Para Nakagawa (1994), o custeio ABC adota como suposição básica a ideia de que os recursos de uma empresa não são consumidos pelos produtos que ela produz, mas sim pelo desempenho de suas atividades. Desse modo, os produtos originam-se como consequência do

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desenvolvimento das funções consideradas, literalmente, primordiais para a fabricação e que atenda as exigências do cliente.

2.6 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO, PONTO DE EQUILÍBRIO E MARGEM DE SEGURANÇA

Segundo Berti (2006), a margem de contribuição pode ser representada pelo valor da receita obtida com as vendas dos produtos e serviços deduzidas de todos os custos e despesas variáveis, logo, tem como consequência a quantia em dinheiro com que cada unidade coopera para formar o resultado, assim como pagar todos os custos e despesas fixas. Nesse pensamento, a margem de contribuição pode ser tanto unitária, que é a contribuição que cada unidade de produto, ao ser vendida, oferece, como pode ser também total, quando emana de várias unidade de produto e indica em determinada quantia a relevância do produto no desenvolvimento da empresa.

O conceito de margem de contribuição pode ser aplicado em diversos setores da empresa, como afirma Leone (1989, p. 376), ao evidenciar que

A margem de contribuição é a diferença entre as receitas e os custos diretos e variáveis identificados a um produto, linha de produtos, serviços, processos, segmentos, enfim, a cada um dos objetos em que se pode dividir a atividade de uma empresa.

No entendimento de Martins (2001), a margem de contribuição pode ser definida como sendo a diferença entre os recursos provenientes da venda de mercadorias ou prestação de serviços e o total de todos os custos e despesas variáveis, com a finalidade de tornar aparente a eficaz capacidade de cada produto, ao enfatizar como cada um colabora para amortizar os gastos fixos e, somente depois, resultar no lucro almejado.

De acordo com Horngren, Foster e Datar (2000), o ponto de equilíbrio representa o grau de atividade em que a totalidade das receitas e dos custos se equilibram, ou seja, o lucro é zerado. Nessa concepção, quanto à constituição do ponto de equilíbrio, é necessário considerar o total das receitas e despesas fixas - com o objetivo de se calcular as medidas para comparar e relacionar a capacidade mínima em que a organização deve produzir para não presenciar perdas ou danos financeiros - isto posto, é importante saber o percentual da margem de contribuição, causada pela incidência dos custos e despesas variáveis durante o processo de produção e comercialização dos produtos.

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Quanto ao ponto de equilíbrio, Berti (2006) diz que o valor gerado pela venda de mercadorias ou prestação de serviços da empresa tem que estar em equilíbrio com todos os custos, tanto os variáveis quanto os fixos, ou seja, é uma combinação que pode ser útil para avaliar o volume essencial para obter a receita desejada e medir o resultado de diversas formas com o intuito de incrementar o lucro. Nesse sentido, o ponto equilíbrio é onde se encontra o nível de produção e venda que se pretende atingir para cobrir todos os custos.

Segundo Wernke (2001), a margem de segurança é um indicador que pode ser expresso quantitativamente, em unidades físicas, monetárias ou percentuais e possui a finalidade de revelar a quantidade de vendas que excede as vendas apuradas no ponto de equilíbrio da empresa, isto é, retrata o quanto as vendas podem ser reduzidas sem que haja danos financeiros. Dessa forma, “[...] a margem de segurança indica a distância física em que a empresa está trabalhando em relação ao seu ponto de equilíbrio” (BRUNI; FAMA, 2004, p. 264).

Para Hasen e Mowen (2001), a margem de segurança pode ser explícita pela receita de vendas, uma vez que são as unidades vendidas ou as quais se espera que sejam vendidas, ou a receita alcançada ou que se espera alcançar, em um patamar mais elevado em relação às vendas medidas no ponto de equilíbrio.

Referências

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