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# 2 . ';:;* ESTADO DE SANTA CATAFu NA

PROCURADORIA GERAL DO ESTADO

ti

Parecer n9P424 /84 T PGE/DJ Prócesso n9 0475 /34 - PGE/CJ

GOVERNA) DO E5.7ADO,

Senhor Procurador Geral do Estado:

O Excelentíssimo Secretário dos Negócios . do Oeste, solicita estudo acerca de con-- flito.envolvendo agricultores e índios "Kalgangues", que disputam gleba de terras localizadas em Sede Trentin, Municí pio de Chapecó - SC.

A matéria em questão foi recentemente a- nalisada por esta Procuradoria atrave do parecer -n9 0423/34, sendo as seguintes as conclusões da- quele trabalho:

"2. O direito de propriedade dos .colo- nos j dado irrecusável, fundado que em ato jurídico perfeito, gerador por conseqiri:ncia de direi-, tos adquiridos ao uso, fruto e disposição daquelas terras.

2. A ocupação precária das terras por pessoas de 'origem' índigena, não gera para estes quaisquer direitos, não sendo aplicável no caso o disposto no artigo 198; §§ 19 e 29 da Constituição Federai vigente.

3. Os títulos de domínio das terras, de- vidamente registradas no Registro Imobi-

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liario competente, não podem ser desconstituídos por decisão administrativa; mas tão somente judicial, o que se nos apre- sente insustentável, por decorrerem os mesmos de ato jurídi- co perfeito, efetivado em época na qual não eram as vcupa- çães indígenas juridicamente protegidas.

4. A única forma de se retirar os colo nos da área é através da desapropriação;

mediante prévia e justa indenização em dinheiro".

Em complementação aquele parecer, o qual tomámos a liberdade de anexar ao presen- te, entendemos ainda que por ora, não se devem tomar quais quer providencias que alterem a situação fática atualMente e xistente ou que gere novo foco de tensão, a fim de se possi- bilitar uma rápida decisão por parte da FUNAI.

Justifica-se esta postura pelo fato de acreditarmos em solução por parte daque le órgão, que no mínimo respeito o direito adquirido dos colonos.

Entretanto, se assim não ocorrer, dever -se-á então levar o problema ã aprecia ção do Judiciário, caso em que recomenda-se a contratação pe los agricultores, de advogado especializado na matéria, vez que não tem a Procuradoria competência legal para patrocinar ação, que em última análise visaria salvaguardar direitos de particulares.

Este o parecer que submetemos ã conside- ração de Vossa Excelência.

Florianópolis, 20 de novembro de 1984.

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Osmar 14 c3c/f's Nora Procurador do/Estado Alceu Nermínio Frasse-Èto

Procurador do Estado

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ESTAMDDESWFACATARNA PROCURADORIA GERAL DO ESTADO

Parecer n9CO3/84-PGE/DJ.

Processo n9 0408/84-PGE/CJ.

Interessada: ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO

Senhor Procurador Geral,

I. INTRODUÇÃO

Através de oficio dirigido a Vossa Ex celéncia, o Deputado HUGO BIEHL, enca minha a esta Procuradoria, para estudo e parecer, cópia de processo administrativo que tramita junto'ã FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO - FUNAI, versando sobre conflito de terras entre 13 famílias indígenas e aproximadamente 160 famílias de agricultores, residentes na localidade de Se de Trentin, Município de ChapecO-SC.

Estruturamos o presente parecer em trés partes distintas, sendo que na pri meira, apresentamos relatório referente ao referido pro cesso, relatório referente ao levantamento efetivado na região pelo INCRA e finalmente relatório de viagem que realizamos, visando colher elementos fãticos que possibi litasse uma melhor anãlise da situação.

A segunda parte, relaciona-se a consi deraçOes jurídicas em torno da questão:

oeu, 32+63

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ESTADO DE SANTA CATARINA

PROCURADORIA GERAL DO ESTADO

onde foi possível constatar que o domínio dos colonos en contra-se protegido constitucionalmente por ter origem em ato jurídico perfeito, gerador de direitos adquiri dos.

Na Ultima parte apresentamos as conclu' sOes, que entendemos pertinentes ao ca

so.

zeumpeorr~.

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ESTADO DE SANTA CATARINA

PROCURADORIA GERAL DO ESTADO

II. RELATÓRIOS

a. O Procedimento Administrativo gue tramita perante a Funai.

Em 15_06.1982, foi encaminhado pelo Ca cique.Clemente Fortes do Nascimento Xeyuiya, requerimento endereçado ao Presidente da FUNAI, no qual denuncia violencias praticadas por colonos lo- cais, bem como afirma terem estes mesmos colonos gradati vamente ocupado terras que entende como indígenas.

Solicita o Cacique o apoio da FUNAI para recuperar as terras ocupadas pe- los colonos.

•Acompanha o referido pedido inúmeros diocumentos, dos quais destacamos:

a. Parecer jurídico emitido pelo Dm Genir José Destri, Presidente da Sub- -Secção da OAB/SC de Chapecó;

b. Cópias do boletim: "Luta Indígena", publicado pela Regional Sul do CIMI,n9 11, de novembro de 1979. Título: "A dramãtica história do Toldo Chimbangue".

c. Fotocópia autenticada do levantamen to realizado no ano de 1944, pelo en- tão agente do SPI, no qual aponta como existentes naque- la região 40 índios "Caigangue".

rfs,c N-1484

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‘1 ESTADO DE SANTA CATARINA

PROCURADORIA GERAL DO ESTADO.

Do antes referido parecer emitido pelo Dr. Genir Jose Destri, constata-se con clusão no sentido de que "aquela tribo tem direito inalie nível, liquido e certo sobre as terras de ocupação tradi cionai, ocupação essa respaldada em documentos oficiais, de historiadores regionais, por depoimentos de moradores da região, pela pr6pria tradição oral da tribo e outras provas insofismáveis, como seus critérios". (fls. 25)

Em data de 25.08.1982, foi constituído pela FUNAI, Grupo de Trabalho integra- do por uma socióloga, um engenheiro agrónomo e um técni- co agrícola, com a finalidade de efetuar o levantamento dos limites da ocupação e dos títulos de domínio existen tes em relação a área em litígio.

Este Grupo de Trabalho realizouiniime- ras diligencias, tanto na área em quer tão, como nos Estados do Rio Grande do Sul è São Paulo , onde procederam a pesquisas junto a Cartórios, Museus f, Procuradoria de Justiça e pessoas que detinham documen- tos ou informaçOes sobre o assunto, visando buscar pro- vas acerca da ocupação imemorial das terras reivindica- das pelos índios.

Diversos relatórios foram elaborados.

:As fls. 207/214 do presente processo foi emitido parecer jurídico pelo advo gado da FUNAI, Dr. Alaor Gilberto Averaldo Galhardo, o qual parte para sua análise do pressuposto da existência inequívoca e centenária da ocupação daquelas terras

pe-

los índios, fato este que segundo o parecerista implica-

Ineac 3

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ria na nulidade dos títulos dê domínio dos colonos.

Entretanto, adverte o mesmo advogado que, a ãrea caracteriza-se pela tensão, social e qualquer medida a ser adotada deveria o ser com muitas cautelas.

Cabe aqui abrir um parênteses apenas para lembrar que se no Oeste Catarinen se existiam índios com ocupação centenãria, não se pode daí concluir que a região em litígio era pelos mesmos ocupada, aliãs, é o prOprio boletim Luta Indígena, junta do como prova desta ocupação que informa:

"secundo os diversos relatos, nos ia-ti mos decénios do século passado, v -cirio-á- Xaigang de Nonoai e Votouro - aldeamentos indígenas do Rio Grande do Sul - cruzaram o Rio Uruguai e abriram em plena floresta o.lugar que seria conhecido por • Passo=

dos Índios, a partir da década de J890. Passo dós In- dios é hoje a cidade de Chapecé, no Oeste Catarinense.

(...)

No inicio desse século, por volta .de 2900 a 2902, os Xaigang, do. Passo=

• dos Índios recuaram a entrada dos primeiros 'portugueses' brancos (...)". (fls. 32 - verso)

Esta versão se verídica (lembre-senão é a aceita pelos colonos), indica gue os índios apenas 'começaram a ocupar a ãrea em litítio, .apôs a entrada de colonos no lugar denominado Passo ,dos

Índios, hoje, sede do Município de Chapeei)...

lurar

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Cabe aqui ainda lembrar que inicialmen te, no ano de 1917, a sede do Municí- pio de Chapecó foi instalada no atual Distrito de Mare- chal Bormann, distante cerca de 40 Km da região, sendo que apenas no ano de 1931, foi a mesma tranferida para a, localidade denominada Passo dos Indios.

O certo e que índios oriundos do. Rio Grandé do Sul, transitavam pelo Oeste Catarinense no presente século, inclusive nas ãreas de domínio dos antecessores dos colonos lã residentes.

Voltando-se ao processo em anelíse, constata-se es fls. 258, despacho pro- ferido pelo Sr. Procurador Geral da FUNAI, aprovando o parecer jurídico antes mencionado, apontando como solu ção posteriormente aprovada pelo Diretor do D.G.P., a se guinte:

fl...2 a solução política, que impliba nos levantamentos sugeridos pelo DGPI, para posterior reassentamento dos posseiros, em ãreas de jurisdição do Incra, desintruzando-se a ãrea indígena.

À superior decisão do Sr. Presidente.

(a) Procurador Geral da Funai.

20.06.1983".

A partir desta data diversas diligen- cias foram realizadas pelos funcione rios da FUNAI, visando fundamentalmente identificar os colonos e seus títulos, para o que contaram com o auxí lio do CIMI - Conselho Indigenista Missionãrio, entidade esta que dentre outros elementos forneceu os seuuintes dados estatísticos:

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ESTADO

DE

SANTA CATARINA PROCURADORIA GERAL DO ESTADO

"PRETENSOS PROPRIETÃRIOSDO TOLDO CRIM BANGUE:

Moradores do Toldo

Chimbangue 59

Moradores fora do

Toldo Chimbangue 09

Total 68".

(fls. 427)

Novamente abre-se aqui um parênteses , apenas para informar que segundo crite rioso levantamento realizado pelo INCRA, na região resi- dem aproximadamente 180 famílias de colonos,emum total aproximado de 900 pessoas.

Às fls. 431/438, verifica-se novo rela tarjo, agora sobre todo o processado , o qual conclui pela procedência da pretensão deduiida pe los índios.

Às fls. 464/465 encontramos memorando remetido ao Sr. Presidente da FUNAI,pe lo Delegado Regional, em caráter confidencial, do qual destacamos:

"...Partilhamos de igual ponto de vis-

ta da Presidente do GT, Soci5loga Lina Sandra, quanto ã não abordagem por enquanto, da exclusão da Sede Trentim da área pretendida pelos índios. Se efe- tuada

tal

proposta agora, seria utilizada pelo CIMI e ARAI como mais um argumento para jogar os índios contra a FUNAI.

Concordamos que a visita dos índios Pa taxo ao toldo e a constante presença - do CIMI e ANA1 naquele local são extremamente danosos".

. (fls. 464)

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ESTADO DE SANTA CATA

PROCURADORIA GERAL DO ESTADO RINA

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Ás fls. 474 ã 481 constata-se a exis- tência de relatório firmado pelo Dele gado Regional da FUNAI, uma Antropóloga, um Engenheiro Agrimensor, um Engenheiro Agrónomo e um Advogado, do qual transcreve-se apenas o inicio, que cremos serve pa ra parcialmente demonstrar a situação de tensão naquela.

ãrea:

"Conforme instruções contidas na Porta ria supra, relatamos abaixo, as ocor- réncias e resultados da viagem realizada ao 'Toldo Chim- bangue':

Logo que chegamos ã cidade de Chapecõ- SC, constatamos a existjncia de uma a- meaça (doc. anexo) de que o Exmo. Sr. Delegado Regional desta 4a. D.R., seria sequestrado e mantido como refém pelos indioenas do aludido Toldo, e, nessa condição per- maneceria até a final solução dos problemas pertinentes- as terras por eles imemorial-mente ocupadas.

Constatamos mais, que o portador de tais noticias de ameaças de sequestro- ao Chefe do P.I. Zapecõ, foi, nada menos que.o Sr. Vil- mar D'Angciis, integrante do CIMI-Sul, que se encontra va acampado na terra indígena e que dela somente saiu, 1...é o que presumimos, quando de nossa chegada.

Para averiguar tais informações, Iminda mos, como nossos precursores, o Chefe do P.I Xapecé, o índio Ari Paliano, Vice-Cacique do mes- mo P.I., e, ainda, os indigenas Francisco Paliano e Do- mingos Inãcio, os quais voltaram õ nossa base (Hotel Co- meta) com as seguintes informações:

2) que os indígenas do Toldo Chimban - gue, após sua presença, se tranquiliza ram e se mostravam apaziauados;

2) que lã se encontravam o Sr. ViZmar D'Angelis, um Padre, que depois consta tomos chamar-se Pedro D'Angelis e ain1 da o índio Francisco Luiz (Chico Luiz), do P. I. Mangueirinha - PR, este a pe- dido do Delegado da 4a. DR.;

-

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4-•

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• 3) que o Sr. Vilmar,

a

cada trabalho - seu no sentido de apaziguar os indige- nas, pelas costas, voltava a agitii-Zosf

Em termos. gerais estes os ::::prinéipais fatos constantes do processo, devendo- -se aqui ressaltar que. competentes para a decisão final no presente processo são os Ministros de Estado do Inte- rior e Extraordinãrio para Assuntos Fundiãrios, nos ter- mos do Decreto 88.118/83, que em seu artigo 29, § 39 estabelece:

"A proposta da FUNAI sara examinada por um Grupo de Trabalho, composto de re- presentantes do Ministério do Interior, Ministério Extra ordinario para Assuntos Fundiarios, Fundação Nacional do Índio e de outros araãos federais ou estaduais ,julgados- convenientes, que emitira parecer conclusivo encaminhan- - do o assunto a decisão final dos Ministros de Estado do Interior e Extraordinãrio para Assuntos Fundiarios".

b. O processo instruido pelo Incra e Remetido ã FUNAI Acerca da questão em apreciação também manifestou-se o INCRA, através de am- plo e circunstanciado relatOrio que foi posteriormente encaminhado ã FUNAI, onde a partir de centenas.de certi dOes expedidas por Cartõrios de Registros de ImOveis,foi possível estabelecer a cadeia dominial e fundamentalmen- te a origem dos títulos existentes na ãrea litigiosa.

Transcreveremos aqui o que considera- mos fundamental na exposição apresenta da pelo INCRA e dividida em três parte como segue:

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"RISTÕRICO:

A postulação dos Índios Xaigang abran- ge aproximadamente 1.885 hectares, dis tribuidos em CO (sessenta) lotes coloniais provindos dj- colonização originária (...) está inserta nos seguintes limites e confrontações: ao NORTE: por uma linha reta e seca; ao SUL: pela junção do Rio Irani com o Lajeado Lam bedor; ao LESTE: pelo Rio Irani e a OESTE: pelo Lajeado- Lambedor, ponto de encerramento do perímetro. (doc. fls.

21).

Os levantamentos realizados, em canso- ._ . nancl..a como as diversas informaçoesque nos foram prestadas por antigos e idôneos moradores, da- quela regido, resamardados de qualquer implicação no pro blema, uma vez que as suas propriedades estão fora dos limites daquela área, levam-nos a crer que as terras ob- jeto do presente estudo se m a enas, como local de pousada e repouso aos índios proce en es o Rio Grande - do Sul, notadamente do Muna.ctpio de ,Vonoai, que transita vam pelo local com destino a outras regiões de Santa Ca- tarina e Paraná, sem, no entanto, fixarem-se definitiva- mente naquela área, que Zhes proporcionava,tão somente , pouso seguro e descanso das longas caminhadas, além de caça e pesca para suprir suas necessidades.

No ano de 1892, o Governo'do Estado do Paraná, a quem pertencia o domínio Ida área em apreço, por ato do seu Governador, transferiu ao Sr. José Joaquim de Moraes, através de doação, uma área de 395. 425. 435m2, ou seja, 39.542,5435 hectares da posse denominada "Barra Grande", onde se acham incrustadas as terras objeto da matéria ora enfocada.

Em 15 de dezembro daquele ano, a gleba retro citada foi adquirida, através de escritura pUblica de compra e 'venda, pelo Sr. Luiz Vicen te de Souza Quierõz, originando o Registro n9 94, Livro

3, fZs. 22, da Comarca de Palmas.

Sobrevindo o falecimento do Sr. Luiz Vicente, seu espõlio foi levada ao in- ventário e as terras pertencentes ao Registro supracita- do foram partilhadas entre os seguintes herdeiros e su- cessores: Paulo de Souza Queiroz, José Vicente de Souza Queiroz, Vicente Carlos de França Carvalho, Carlos Paes de Barros, Genebra de Aguiar Barros, Theobaldo de Souza Queirõz, Paulina de Souza Queiroz, Sebastiana de Souza Queirõz Lacerda, José Joaquim Cardoso de Mello Jiinior , Carlos Leõncio de Carvalho, Carolina de Queir5Z e Fran- cisca Maria de Souza Queirõz, os quais, em 3919, vende-

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29:R.7., 026

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ram a totalidade da gleba à Colonizadora Luce Rosa e Cia, conforme Registro n9 73 inclUso, do CRI da Comarca de Chapeei'', cuja Empresa deu início à colonização daquelas- terras através da medição, mapeamento e a venda 'de al- guns lotes coloniais.

Em 2948, no entanto, aquela Colonizado ra alienou o restante da área, num to- tal de 1.576,8900 hectares, a Severino Trentin e Giocon- do Trentin, os quais procederam a venda da totalidade dos lotes adquiridos a dezenas de colonos com larga tradição agrícola, em sua grande maioria oriundós do Estado do Rio Grande do Sul, os,quais permanecem até a presente da ta, por si ou seus sucessores, cultivando aquelas terras e produzindo anualmente centenas de toneladas de alimen- tos, afirmação que encontra- respaldo nos documentos for- necidos pela Cooperativa Regional Alfa Ltda. desta cida- de.

SITUAÇÃO ATUAL:

Analisando os dados obtidos, pode-se a firmar que a situação envolve dois pectos distintos que norteiam as pretensões de cada uma das partes: de um lado, os índios procuram dar guarida ã sua reivindicaçãó,.pleiteando a área.fundamentados em fa tos históricos, alegando a exisancia de caracteres indí ganas que comprovam a sua ocupação sobre aquelas terras, tais como, um cemitjrio localizado no lote n9 60 no qual afirmam estarem sepultados alguns índios da Tribo Xaigang, mencionando, também, a existjncia de um pj de cedro, nas imediações do aludido cemitjrio, .0 qual reve renciam como símbolo da sua fj- do outro lado, acham-se::

os agricultores ocupantes da área há longos anos, os quais gozam de uma situação ocupacional totalmente conso lidada, vez que são detentores do domínio através de es-:

crituras públicas de compra e venda, devidamente regis- tradas no Cartório de Reaistrd de Imóveis desta cidade e cuja procedência origina-se de um título definitivo de doação expedido pelo Governo do Estado do Paraná, no ano de 2892, quando detinha compete ncia para fazê-lo.

Pelos levantamentos realizados, consta tamos que dos 60 (sessenta) lotes colo niais antiaos, diversos já foram desmembrados, em conse- qüência das alienações ocorridas, atraindo para a área - um grande numero de agricultores.

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Atítu-lo'de exemplificação,. citaremos-

.o lote 719 26, o qual se acha desmembra do em 04(quatro) escrituras, devidamente reaistradas, cujos proprietãrios, a exemplo dos demais, retiram do a- manho da terra o sustento para si e para suas famílias.

Essa situação originou um adensamento-'- de mais ou menos 180 (cento e oitenta)`

famílias naquela gleba; perfazendo um total aproximado - de 900 (novecentas) pessoas, todas originarias do meio rural e com ele identificadas, estando computadas nesse total as 40 (quarenta). famílias que se encontram radica- das na sede da ãrea (Sede. Yrentin), num total de mais ou menos 200 (duzentas) pessoas.

A presença de índios e mestiços naque- le imóvel, verifica-se atravãs das o- cupações parciais dos lotes n9s 25, 26, 30, 31 e 32, nos quais estão concentrados, ali residindo 13 (treze) famí-

lias que se dizem indígenas, totalizando 50 (cingenta ) pessoas entre adultos e crianças, as quais ocupam os lo- tes em apreço pelo sistema de parcerias e arrendamentos, realizadds com os detentores do domínio, retirando dai o sustento necessãrio para a sua sobreviv -ãncia.

Os agricultores contestam a informação supra no que tange ao número de índios localizados naqueles lotes, afirmando que somente o Caci que Clemente Fortes do Nascimento Xayaya e mais um ou dois ocupantes pertencem realmente a raça indígena, ex- cluindo dessa classificação as demais pessoas lã instala das, que pertencem ou a raça mestiça ou a raça branca.

O quadro ocupacional e agrícOla da 'á- rea reivindicada pelos índios, consoan te verificação procedida no local pelos GrupamentoS Téc- nico e Fundiario deste PF, apresenta uma situação plena mente estavel em relação aos agricultores, que vieram ., atravãs dos anos, construindo patrimónios de relevante - valor económico, edificando moradias de bom porte, dota- das de energia elãtrica, palpaes, chiqueiraes, aviãrios,

cercas, açudes e outras construções necessãrias ã explo- ração da atividade agropecuãria, alãm da aquisição de di versas maquinar e implementos agrícolas indispensave7.s - ao desenvolvimento do meio rural.

Ine•: 3.54WI

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A atividade agropastoril ali desenvoZ- vida, atinge elevados índices de produ

ção. O trato da terra se processa de forma intensiva e de maneira adequada, advindo dai o seu alto grau de apro veitamento.

A produção de destina em parte ao aten' dimento das necessidades internas das.

propriedades e o excedente comercializado com o posto da Cooperativa Regional Alfa Ltda., instalado na sede da área reivindicada pelos índios, cognominada de "Sedefren tin".

Os valores provenientes da comerciali- zação dos produtos, destinam-se ao a- tendimento dos compromissos assumidos pelos agricultores no preparo da terra, plantio e, finalmente, no ato da co lheita.

Dos produtos excedentes negociados com a Cooperativa, destaca-se o milho,cuja produção prevista para a práxima safra á superior a 120.000 (cento e vinte mil) sacas de GO kg, colocando-se logo a seguir, em escala decrescente, o feijão (32_000 - sacas) e a soja (5.000 sacas), evidenciando átima pers- pectiva de uma grande produção.

A suinocultura e o seter avícola, con- tribuem igualmente de maneira decisiva com a economia familiar daqueles proprietários, os quais possuem atualmente um plantel superior a 40.000 (quaren- ta mil) suínos e 30.000 (trinta mil) aves destinadas ao abate, mantidos respectivamente, em chiqueiroes e aviá- rios especialmente construidos para tais fins.

A Sede Trentin, distante 30 km do cen- tro de Chapecá, localizada sobre os Zo tes 56, 57, 58, 59 e parte do lote nQ 60, desfruta de ma boa estrutura em termos de Prestação de serviços à co munidade, estando ali instalados os seguintes estabeleci mentos:

a) uma fábrica de moveis, b) uma serraria;

c) uma ferraria;

d) uma casa comercial, que se dedica , inclusive, a compra e venda de cereais produzidos pelos colonos das circunvizinhanças;

e) um posto de saáde, mantido pela Coo perativa Regional Alfa Ltda., de Chape co;

f) um telefone, instalado no posto da referida Cooperativa, com livre acesso aos interessados;

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g) uma Escola Básica Estadual, denomi- nada "Sede Trentin", com capacidade pa ra 600 (seiscentos) alunos, funcionando regularmente nos turnos da manhã, tarde e noite, cujo prédio é compdsto - de 06 (seis) salas-aulas, mais a secretaria, biblioteca, banheiros, etc., onde estão matriculados 222 (duzentos .e doze) alunos (as), cursando o pré-escolar e o Ensino Fun damental da la. a 8a. séries (fotos de fls. 304 e 305).

Outras 02 (duas) Escolas funcionam den tro da área em apreço, sendo uma Esta-7- dual e outra Municipal, onde estão matriculados cerca 2e 60 (sessenta) alunos.

É conveniente ressaltar, ainda, que as referidas Escolas, abrigam em seu cor- po discente vários estudantes que residem em áreas adja- centes a que ora está sendo pleiteada pela suposta comu- nidade indígena.

Além disso, atendento ao alto espirito religioso que sempre tem caracterizado os agricultores, em sua grande maioria descendentes de italianos, foi erigida em Sede Trentin uma Iareja Católi ca e um salão paroquial, este destinado aos festejos tra dicionais que a comunidade religiosa efetua periodicamen te.

TENSÃO SOCIAL:

É imperioso ressaltar no presente Rala tório, o clima de extrema tensão

cial conflagrado naquela área, onde os agricultores vi- vem momentos de completa intranqüilidade e insegurança , porém, firmemente unidos afirmam taxativamente que .ape- sar de abominarem a violéncia, jamais deixarão as suas propriedades de maneira ordeira e pacifica e, se necessé rio for, as defenderão com denodo até o último alento.

Não obstante, declaram-se, também, extremamente confian- tes nos órgãos oovernamentais que procuram dar solução - ao problema, conferindo crédito á elevada capacidade jul oadora dos seus responsáveis, que certamente não procura rão expungir o Zidimo direito de propriedade que Tias foi conferido através de compra e venda daquelas terras, devidamente registradas no Cartório Imobiliário desta ci dada, conforme atestam as certidões inclusas.

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ESTADO DE SANTA CATARINA PROCURADORIA GERAL DO ESTADO

Toddvia, o - clima de tensão social exis

• tente na Eirea, tende a recrudescer - a cada dia que passa, devido as pressões constantes a que são submetidos aqueles agricultores, inclusive com amea- ças físicas dirigidas por alguns elementos da suposta Co munidade Indígena, espelhada na atitude da esposa do Sr:

Angelin Gandão,.que,a mando destç, invadiu a proprieda- de do Sr. Adão Schmitz, armada de faca, proferindo impro pjrios e ameaças descabidas aquela família, alegando se-- rem eles (indígenas) atualmente, os detentores do doMí- nio daquelas terras.

Chapec6-SC, 04 de janeiro de 2.984.

ANTÓNIO VIEIRA FARINHA ANTONIO PRANCUTTI SUBST.CHEFE G. FUNDIARIO ADVOGADO

TAILOR CARLOS SCOPEL CHEFE GRUPM.TECNICO"

c. Reunião realizada com os representantes dos colo- nos.

Em data de 15 de outubro do corrente á no, os Procuradores signatãrios do pre sente deslocaram-se para a cidade de ChapecO-SC, visan- do coletar informações acerca do conflito de terras Áen- volvendo índios e colonos, na localidade conhecida como Sede Trentin.

Em 16 de outubro de 1984, no período vespertino realizou-se reunião da qual participamos, onde estiveram presentes, alOm dos repre- sentantes dos colonos (20 pessoas), o Coordenador Regio nal da ACARESC, Engenheiro Agrõnomo AntOnio J4 rio Sche rer.

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ES1ADO DE SANTA CATARINA PROCURADORIA GERAL DO ESTADO

Segundo o que nos fgi relatado na oca- sião, a colonização da área hoje em li tígio deu-se inicialmente entre os anos 1919 ã 1924,quan do um grupo de imigrantes alemães adquiriram lotes na re gião, a qual na época era totalmente desocupada.

Alem da agricultura de subsistência es tes proprietários iniciaram cultura de cana-de-açúcar e posteriormente implantaram um alambique visando obter como produto final a cachaça, o a qual era comercializada nas cidades próximas, para onde era trans portada no lombo de mulas. •

Afirmam os agricultores que foi duran- te estas viagens que os primeiros con- tatos com os índios foi mantido, portanto fora da ãrea que hoje se disputa. '

Estes índios eram nOmades e o encontro dava-se em regra nas pousadas, quando a cachaça era por todos consumida.

Com o decorrer do tempo os índios pas- saram a deslocarem-se para a região co ionizada por estes primeiros imigrantes, onde realizavam trabalhos esporádicos em troca de alimentos e cachaça a- te o momento em que alguns começaram a ficar mais tempo, nunca definitivamente, explorando terras de propriedade dos colonos em regime de meação.

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ESTADO DE SANTA CATARINA PROCURADORIA GERAL DO ESTADO

Afirmaram ainda os"colonos que'das 12 famílias que se encontram na área, ape nas três podem ser reconhecidos como tendo origem inálge na, enquanto que as demais seriam "caboclos", que falam o portugês, não conhecem o idioma indígena, encontram-se sindicalizados sendo que alguns inclusive são eleitores.

Levando em consideração o fato de que segundo o CIMI, uma das provas acerca da ocupação imemorial daquelas terras pelos índios seria um cemitério existente na região, solicitamos dos agri- cultores esclarecimentos sobre o assunto.

Afirmaram os colonos que efetivamente existia apenas um cemitério na região, o qual era utilizado pelos colonos, sendo que efetivamen te alguns índios foram também ali enterrados. Este cemi- tério teria sido abandonado em razão de'nele ter sido enterrado um revolucionãrio, conhecido pelas muitas mor- tes que praticou e pelo fato de ter como cruz na sepulte ra sua espada de batalha.

A partir deste momento, o padre que a- tendia os colonos determinou fosse o cemitério abandonado, pois não admitia "fossem enterra- dos cristãos juntos com um bandido".

serem pagas aios), eram tem colonos

Entretanto, para se utilizar do cemité rio novo, eram exigidas certas taxas"a ã igreja, quem não as pagasse (brancos e ín- enterrados no antigo, alias, ainda hoje exis que neste campo santo são sepultados.

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ESTADO DE SANTA CATARINA

• PROCURADORIA GERAL DO ESTADO

1.

Assim, os colonos que não negam exis- tirem alguns índios enterrados no anti go cemitério, mas afirmam veementemente que o mesmo é ocupado preponderantemente por brancos.

Deslocamo-nos até os cemitérios sendo que ai constatamos que os mesmos encon tram-se separados apenas por uma, cerca e., a espada trans formada em cruza que se referiram os colonos, lã se en- contra marcando a sepultura de um antigo "revolucionário".

Acerca do inicio dos conflitos, infor- maram os colonos que até o ano de 197S, a convivência entre todos na região era pacifica, sendo que os primeiros conflitos começaram com a interferência do Bispo de ChapecO e dos representates do CIMI, especi- ficamente do Sr. WILMAR DA ROCHA D'ANGELIS.

Cabe informar ainda que atualmente as famílias tidas pelo CIMI como indige7 nas, ocupam na região, face um acordo verbal entre pro- prietários e FUNAI, uma área de 120 hectares de terras , cedidas temporariamente por aqueles, mediante indeniza- ção pelos trabalhos de preparo das terras já realizados e o compromisso de não mais entrarem índios na região.

Entretanto, segundo estes colonos, o acordo não vem sendo honrado, jã que novas famílias têm sido para lã deslocadas, com o auxi- lio do representante local do CIMI, assertiva esta plena mente confirmada pela investigação realizada pela Delega cia de Policia da Comarca de ChapecO - SC.

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zge.c2i,L.

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Diante destes fatos possível foi cons- tatar que os colonos não mais admitem a hipótese de lhes serem retiradas terras das quais são proprietãrios e sobre as quais cultivam e habitam, _para entregar. aos índios.

Entendem como solução lógica, legal e racional, a simples transferência das famílias pretensamente indígenas para uma das Reservas e xistentes prOxima - ã Chapeei), onde atualmente vivem ín- dios Guaranis e "Kaigangues" em uma 'área de aproximada mente 15.000 hectares.

Cumpre finalmente informar que após retirarmo-nos da Sede Trentin, o que se deu por volta das 16:30 horas do dia 16 de outubro do corrente ano, segundo notícias de jornais, o representan te do CIMI, Sr. Wilmar, teria sido vítima de emboscada , tendo o carro que dirigia sofrido seis perfurações de ba la, sem que tenham sido feridos quaisquer dos quatro o -f

cupantes do veículo Volkswagen, tipo sedan.

As investigações policiais estão em an damento visando apurar o referido fato, que bem demonstra a tensão que caracteriza atualmente a- quela região.

Estes os principais fatos relacionados

a questão em exame, que permitem pas-

sarmos a anãlise jurídica da questão,

gue:

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(22)

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III. CONSIDERAÇÕES NECESSÁRIAS

a. A origem dos títulos dos colonos.

No ano de 1892, o Estado do Paranã, pOs realização de "medição judicial" ,s por ato do seu Governador, transferiu uma ãrea de terras perfazendo 395.425.435,00m2

, na qual se achava contida uma ãrea atualmente em litígio, ao Sr. José Joaquim de Moraes (doc. 01/03), o qual em dezembro do mesmo ano ven deu-a ao Sr. Luiz Vicente de Souza Queiroz, originando o Registro n9 94, do Livro 3, fls. 22, junto ao CartOrio Imobiliário da Comarca de Palmas - PR (doc, 10).

Os herdeiros de Luiz Vicente de Souza Queiroz, no ano de 1919 venderam'a to- talidade da gleba ã Colonizadora Luce Rosa q Cia, confor me registro 73, (doc. 11), do CartOrió de Registro Imobi liãrio de Chapeca, sendo que esta empresa deu início .colonização destas ãreas.

Em 1943, esta mesma Colonizadora alie- nou o restante da ãrea, num total de 1.576,890 hectares, a Severino Trentin e Giocondo Tren tin, os quais procederam a venda da totalidade dos lotes adquiridos, a dezenas de colonós com larga tradição agrí cola, oriundos do Estado do Rio Grande do Sul, sendo que estes lotes foram posteriormente subdivididos e atualmen te encontra-se ocupados por agricultores, neles estab'êle eidos conforme destacou o INCRA em relatOrio anteriormen te transcrito.

(23)

'

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b. A irretroatividade da Lei.

A irretroatividade das leis é princi- pio de direito, constitucionalmente a- colhido tanto pela atual constituição no paregrafo 39 do artigo 153, como também nas constituições de: 1924 (art.

179, § 39); 1891 (art. 11, § 39); 1934 (art. 113, 3);

1946 (art. 141, § 39); 1967 (art. 150, § 29).

Acerca do principio da irretroativida- de das leis, manifesta-se Caio Merio da Silva Pereira:

"Em doutrina pura, ou no terreno da abstração filos.-afica, vige a noção uni versalmente consagrada da não retroatividade da lei, se- ja porque a palavra legislativa se volta do presente pa- ra o futuro, com o propósito de estabelecer uma norma de disciplina que no plano tearico passa a constituir uma regra de obediência, .a que as ações humanas pretaritas - não podiam estar submissas, seja porque o

efeito - retro-

operante da Zei traz um atentado a estabilidade dos di- reitos, e violenta com a surpresa da modificação legislei tiva o planejamento das relações jurídicas instituído com base no comércio civil".

Instituições de Direito Ci vil, vol. 1, p. 133/34).

Este principio, irretroatividade das leis, conquista inegevel do Estado de Direito, a partir da Constituição de 1934, passou a ser acolhido com a redação que segue:

"A lei não prejudicara direito adquiri do, o ato jurídico perfeito e a coisa- julgada".

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Esta redação estabelece taxativamente que a retroatividade da lei encontra barreira intransponível no ato jurídico perfeito, no di- reito adquirido e na coisa julgada, não :estabelecendo distinção entre lei ordinária ou constitucional, sendo' por conseqüência legitimo concluir-se que este princípios atinge a ambas indistintamente.

Direito adquirido, nas palavras de Jo- sé Cretella Junior,•

8

a situação jurí- dica qud alguém incorporou ao seu património económico ou moral, de tal modo que nem lei, nem fato posterior possa alterá-la (In Enciclopédia Saraiva de Direito,vol.

25, p. 133).

De Plácido e Silva, em seu Vocabulário Jurídico, conceitua direito adquirido como sendo aquele qile já se incorpordu ao património da pessoa, já é de sua propriedade, já constitui uni bem,que deve ser protegido contra ataque exterior, que ouse ofpn dé-lo ou turbá-lo (2a ed., 1967, vol. 2).

Estes conceitos não deixam dúvidas, no sentido de que o direito adquirido na vigência de uma determinada lei, passa a integrar o pa- trimónio do adquirente, não podendo lei nova atingir o

"status" conquistado e sedimentado.

Se as constituições protegem o direito adquirido, da mesma forma tratam o ato jurídico perfeito, cujo conceito vamos buscar no § 19 do

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artigo 69 do Decreto Lei 4.657 ae 04.09.42, o qual pres- creve:

"Reputa-se ato juridico perfeito, o jj consumado segundo a Zei vigente ao tem, po em que se efetuou".

O principio da irretroatividade das leis, por taxativamente previsto na constituição, deve necessàriamente ser utilizado, princi palmente quando de sua própria interpretação, sendo por consegfiencia norma a aue ela mesma se submete.

Em matéria constitucional não se permi te ao hermeneuta a utilização da inter pretação restritiva e isolada de seus dispositivos, mas sim a sistemãtica, conforme ensina Celso Ribeiro Bastos:

"Efetivamente, mora no sitio da rigi dez mais uma razão-de tratamento excgT tico especial. É que, ante as dificuldades -procedimen- tais para reforma da Constituição, em face da comentadd- síntese expressional das suas normas, o intjrprete se vj na contigjncia de mais .e mais descobrir, para além da simples literal-idade dos textos, o sentido e o alcance - potenciais dos imperativos constitucionais, no todo sis- .teméitico em que se hospedam". (In "Interpretação e Apli-

cabilidade das Normas Constitucionais", p. 23)

Em uma interpretação sistemãtica, o princípio da irretroatividade das leis, o respeito ao direito adquirido e ao ato jurídico perfei- to não podem ser desconsiderados, na medida que estabele cem os próprios parãmetros em que deve ser entendido os demais dispositivos constitucionais.

Se a constituição asseaura proteção ao direito adquirido, não hã como querer- -se encontrar dispositivo constitucional que o viole,sen do neste sentido a. lição de Caio Mãrio da Silva Pereira:

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"Mas, se e a pr5pria Constituição que consigna o princípio da não retroativi dade, seria uma contradição consigo mesma se assentasse::

para todo - o ordenamento jurídico a idéia do respeito as situações jurídicas constituidas, e simultaneamente aten tasse contra esse conceito. Assim, uma reforma da Consa tuição que tenha por escopo suprimir uma garantia anteS' assegurada constitucionalmente (...), tem efeito imedia—

to, mas não atinge aquela prerrogativa ou aquela garan- tia, integrada no patrimõnio jurídico de todos que go- zam do benefício". (In

ob. cit. p. 155)

Deve-se finalmente lembrar que os nega cios imobiliários e seus efeitos re- gem-se pela norma jurídica vigente á data da :celebração do ato, principio vetusto e pacificamente esposado por todas as fontes, sem exceção, do direito brasileiro.

á. Direito de propriedade.

O direito de propriedade encontra-se garantido nas 7 Constituições que o Brasil já teve (Constituição de 1324, art. 179, § 21;

Constituição de 1931, art. 72, § 17; Constituição de 1934, art. 113, § 17; Constituição de 1937, art. 122, §

14; Constituição de 1946, art. 141, § 16;

Constituição de 1967, art. 150, § 29 e Constituição de 1969, art. 153,

§ 22), salvo o direito de desapropriação.

Desnecessário lembrar que o direito de propriedade é uma das pedras angulares sobre a qual se estrutura a ordem econômica, social e política do Brasil, sendo que o mesmo e adquirido, desde que alguém, preenchendo os requisitos pela lei vigente no momento da aquisição, seja investido no "Status" de proprietário.

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(27)

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Propriedade adquirida do Estado.

Lançados os princípios que devem, nor- tear a anãlise da presente questão, ca be agora verificar a possibilidade de serem os mesmos a-`

plicados ao caso concreto.

Inicialmente cabe lembrar que face aos termos do artigo 64 . da Constituição de 1891, as terras devolutas passaram a integrar o domínio dos Estados:

"Pertencem aos Estados as minas e ter- ras devolutas situadas nos seus respec tipos territórios, cabendo ã União somente a porção de território que for indispensãvel para a defesa das fron- teiras, fortificaçoes,construcçoes militares e estradas de ferro federaes".

O conceito de terras devolutas acei- to naquela época, era o estampado no artigo 39 da Lei 601 de 18 de setembro de 1850, o qual estabelecia:

"Art. 39 - São terras devolutas:

§ 19 - As que não se acharem aplicadas

a

algum uso publico nacional, provin- cial ou municipal.

§ 29 - As que não se acharem no domí- nio particular por qualquer

titulo

le- gitimo, nem forem havidas por sesmarias e outras conces- sões do Governo Geral ou Provincial, não incursas em-co- misso por falta do cumprimento das condições de medições, confirmação e cultural.

§ 39 -

As que não se acharem dadas por sesmarias, ou outras concessões do Go- verno, que, apezar de incursas em comisso, forem revali- dadas por esta lei.

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§ 49 - As que não se acharem ocupadas- por posses, que, apesar de não se fun-

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darem em titulo.legal, forem legitimadas por esta lei".

Neste mesmo período, a ocupação ou ha- bitação das terras era fato juridica- mente irrelevante, situação esta apenas modificada poste, riormente através da Constituição de 1934 e as subsegaen tes.

Deste feto conclui-se que independente mente de estarem à época as terras ho- je em litígio ocupadas ou não pelos indígenas (não esta- vam), passaram as mesmas por força do artigo 64 da Cons- tituição Federal ao domínio público estadual, sendo que podia o Estado transferi-las ao domínio particular como efetivamente o fez.

•Esta transferência deu-se no ano de 1892; após medição judicial figurando como adquirente o Sr. José Joaquim de Morães..

A transmissão do domínio ()Correu em um tempo que a legislação vigente a possi

• bilitava, jã que na ãrea não exisitia nenhuma reserva in digena implantada, nem estavam as terras destinadas a um determinado uso público.

Ora, a transferência consumou-se pas- sando as terras a integrar o patrima nio do adquirente, da qual somente poderia sair por ato de sua vontade, ou ã força, pelo instituto jurídico da desapropriação, desde que o Estado cumpra o que determi- na a lei, prévia e justa indenização em dinheiro.

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As terras passaram

do

domínio público ao domínio particular por ato da admi- nistração estadual, trazendo por conseqfiéncia a "marca de origem", ou seja, a presunção de veracidade e legiti- midade que milita em favor dos atos administrativos na- quela época realizados, até que o contrãrio se prove..

e.

A proteção aos terrenos ocupados pelos índios.

Conforme anteriormente afirmado, até o ano de 1934, a proteção a terras in- dígenas não era matéria pela constituição privilegiada , sendo que somente a partir dai foi assegurado 'ao írdios a posse das terras sobre as quais se achassem permanente mente localizados.

A' atual constituição trata o problema

em

dois dispositivos distintos:

"Art. 49 - Incluem-se entre os bens da União:

IV. as terras ocupadas pelos silvíco - las".

"Art. 298 - As terras habitadas pelos silvícolas são inalienãveis nos termos que a lei federal determinar, a eles cabendo a sua posse permanente e ficando reconhecido o seu direito ao usufru to exclusivo das riquezas naturais e de todas as utilicrã des nelas existentes.

§ 29 - Ficam declaradas a nulidade e a extinção dos efeitos jurídicos de qual quer natureza que tenham por objeto o domínio, a posse ou a ocupação de terras habitadas pelos silvícolas.

29 --A nulidade e extinção de .que trata .o parãgrafo anterior não dão aos ocupantes direito a qualquer ação ou indenização contra- a União e a Fundação Nacional do índio".

I .,C 3,74.M

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Cabe-nos frente ao dispositivo consti tucional, apenas verificar sua aplica bilidade em relação ã situação verificada na Sede Tren tin, o que faremos a partir das seguintes indagações:

1. No ano de 1892, quando as terras em' questão foram transferidas do domínio público para o particular, existia na legislação então vigente, mandamento que assegurasse a posse ou domínio das terras ocupadas por indígenas?

A resposta é negativa e, por conseqden cia possível juridicamente a transfe ráncia de terras do patrimõnio público para o particular.

No casó em análise, no ano de 1892, a lém de possível a transferencia das terras, deve salientar-se que segundo os dados constan tes do processo, não eram as mesmas ocupadas permanente mente pelos índios.

Por outro lado deve lembrar-se também que a proteção de terras ocupadas per manentemente por índios somente veio receber tratamento constitucional no ano de 1934, quando a situação juridi ca dos antecessores dos atuais, proprietários já encontra va-se consolidada.

2. O artigo 198 e §§ da Constituição Federal, tem como conseqfiência a nuli Jade do titulo de domínio expedido pelo Estado do Paraná no ano de 1892 e os subseqõentes?

Entendo que a Constituição Federal au

tolimita-se ao determinar o respeito ao

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Decreto

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direito adquirido e ao ato jurídico-perfeito.

O título expedido no ano de 1892, con . substancia-se em ato jurídico perfeito, gerando direito adquirido ao primeiro proprietãrio dele.

beneficiRrio, como aos seus sucessores.

Também autolimita-se a Constituição ao garantir o direito de propriedade pri vada a qual, somente poderia ser pelo Estado, no caso a União apropriada e destinada a uma determinada finalida de, mediante prévia e justa indenização em dinheiro.

Por conseafiãncia o dispositivo consti tucional antes citado, não pode reei rar do domínio particular as terras em litígio, adquiri das que foram por ato jurídico perfeito e sobre as quais hoje residem, explorando-a, mais de 900 pessoas.

Não resta dúvida que a utilização das _

f

referidas terras integram-se a exigen cia constitucional vinculada a sua função social, que é conceituada por Emílio Alberto Maya Gischkow:

"A função social da propriedade assegu ra o bem estar dos proprietários

seus empregados, assim como de suas famílias, mantendo ni veis satisfatórios de produtividadee assegurando a conse cução dos recursos naturais, além de fazer observar as justas relações de trabalho entre as que

a

possuem e cuZ tinam"

(In Revista de Direito Agrário, vol. 2, p. 66).

3. Pode uma decisão conjunta dos Mi

nistros do Interior e Extraordinário

para Assuntos Fundiários '(art. 29, § 39 do

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8.118/83), determinar a retirada pura e simples das 160 familias. proprietárias de lotes da área em litígio, para nelas fixarem 13 famílias indígenas, que hoje ocupam pro visoriamente 120 hectares cedidos pelos colonos locais?

Entendemos que uma' decisão neste senti do, não é juridicamente admissivel, já que os agricultores que na área residem são proprietã rios, com títulos devidamente registrados no Registro Imo biliário competente.

Estes registros geram a presunção de veracidade em favor dos proprietários, a qual somente poderia em tese, ser desconstitpida atra vés de decisão judicial, nunca administrativa.

Entretanto, mesmo judicialmente a des constituição dos referidos títulos se nos apresenta como incabível, pois encontram-se os mes mos protegidos pelo ato jurídico perfeito, gerador de di reitos adquiridos como antes exposto.

Qualquer decisão visando a retirada dos colonos da área em questão implica necessariamente em expropriação, possível, desde que aos proprietários se pague justa e .prévia indenização em di nheiro.

f. Outros aspectos relacionados ao problema:

Além dos pontos antes ressaltados, ca

be ainda informar que. na reunião manti

da com os colonos, sentiu-se a disposição dos mesmos em

romper o acordo verbal existente entre eles e a FUNAI,

(33)

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segundo o qual, os índios poderiam ocupar precariamente uma determinada —área de terras até decisão dos Ministros do Interior e Extraordinãrio para Assuntos Fundiãrios, a qual esperam seja-lhes favorãvel.

Os motivos que os levam a discutir o rompimento do referido acordo, podem ser sintetizados como segue:

1. A FUNAI.não o tem cumprido, na me dida em que não impede a entrada de no vos índios na região;

2. Por serem os colonos proprietãrios das terras,

tendo por elas

pago justo preço e'detendo por conseqüência os títulos de proprieda de, entendem como ilegal a invasão dos índios;

3. Entendem ainda que permitir a con tinuidade das ocupações das terras Fe los índios, seria arcar com o risco presente de novas fa milias serem introduzidas pelo CIMI, na região e, por conseqüência, o problema ao invés de ser solucionado de finitivamente, seria agravado.

Apesar de nãO constituirem estes aspec tos matéria privilegiada pelo presente parecer, apenas a titulo de recomendação, entendemos de vam os colonos manter o acordo, pois criar nesta fase, fa tos novos, implicaria tão somente no retardamento da tão esperada decisão da FUNAI, decisão esta que em principio deverã respeitar a situação fãtica e jurídica jã consoli dada na ãrea, em aue mais de 900 pessoas residem.

Um segúndo aspecto ainda a ser aqui no

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• 31771"...

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ticiado, diz respeito ã segurança na área, através de contingente policial que impeça a entrada de estranho na mesma.

No que concerne a este fato, não vis' lumbramos na legislação vigente possi bilidade de ser impedido o livre trãnsito na região.

IV. CONCLUSÃO

Frente ao exposto, apresentamos sinte ticamente as conclusões que seguem:- 1. O direito de propriedade dos colo nos é dado irrecusável, fundado que é em ato jurídico perfeito, gerador por conseqfiência de di reitos adquridos ao uso, fruto e disposição daquelas ter ras.

2. A ocupação precária das terras pdr pessoas de "origem" indígena, não gera para estes quaisquer direitos, não sendo aplicável no ca so o dispoSto no artigo 198, §§, 19 e 29 da Constituição Federal vigente.

3. Os títulds de domínio das terras, devidamente registradas no Registro Imobiliário competente, não podem ser desconstituídospor decisão administrativa, mas tão somente judicial, o que se nos apresenta insustentável, por decorrerem os mesmos de ato jurídico perfeito, efetivado em época na qual não eram as ocupações indígenas juridicamente protegidas.

4. .A única forma de se retirar os co

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lonos da-ãrea é através da desapropria ção, mediante prévia e justa indenização em dinheiro.

5. A solução que buscam os colonos, implica na retirada dos índios da

gião e conseqdente transfere-ncia para a reserva próxima' distante 40 km da Sede Trentin, onde cerca de 15.000 hec tares são destinados a esta finalidade.

Este o parecer, que submetemos ã cOnsi deração de Vossa Excelancia.

Florianópolis, 19 de novembro de 1984.

Osmar,José Nora Procurador do Estado

Pro urador do Estado

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