• Nenhum resultado encontrado

Poucos estu d os têm a v a lia d o o s e f e i t o s de treinam ento p r o f i s s i o n a l no B r a s il, mais notadamente o o f e r e c i d o p e lo SENAE no que d iz r e s p e i t o às suas v a r ia n t e s como a ob

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "Poucos estu d os têm a v a lia d o o s e f e i t o s de treinam ento p r o f i s s i o n a l no B r a s il, mais notadamente o o f e r e c i d o p e lo SENAE no que d iz r e s p e i t o às suas v a r ia n t e s como a ob "

Copied!
204
0
0

Texto

(1)

0 DESENVOLVIMENTO DOS PEQUENOS EMPRESÁRIOS EM CURITIEA:

UMA ALTERNATIVA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE

D i s s e r t a ç ã o a p r e s e n ta d a ao Cur­

so de P ós-G radu ação em Educação, do S e to r de Educacão da U n iv e r­

s id a d e F e d e r a l do Paraná, como r e q u i s i t o p a r c i a l ã o b t e n ç ã o do grau d e M e s tr e .

(2)

Esta d i s s e r t a ç ã o f o i j u l g a d a adequada para o b t e n ç ã o do t i t u l o de M estre em Educação (á rea de c o n c e n t r a ç ã o : R ecu rsos Humanos e Educação P erm a n en te), e aprovada em sua form a f i n a l ju n t o à banca examinadora in t e g r a d a p e l o s p r o f e s s o r e s :

P ro f f Drf' MARIA DO ROSÁRIO KNECHTEL P r o f . Dr. LUIZ KULCHETSUKI

P r o f . JOSÉ VICENTE DAS NEVES MIRANDA P r o f . JOÃO CARLOS WALTRICH

(3)
(4)

Quando se f a z i a n e c e s s á r i o , m e d ita v a . N aquelas o c a s i õ e s , sempre, um r a i o de lu z c l a r e a v a a minha t a r e f a p o r c o n c l u i r , p a ­ r e c i a s u r g i r m eio ã v e re d a de uma p o r t i n h o l a e o f a c h o me c o n ­ d u z i a .

Deus, me deu o s d i a s d e s e g u id a s semanas, s e t e m o t iv o s em um ú n ic o d e s t i n o : te r m in a r . E le f o i o meu m e str e e , p o r s e t e v e ­ z e s , o meu m uito o b r i g a d a .

A p a p a i, p e l a amizade, p e l o amor, p e l o a p o i o , p e l a com­

p r e e n s ã o , p e l a c o n f i a n ç a , p e l a c r e d i b i l i d a d e , p e l a d e d i c a ç ã o ,p e ­ l o e s f o r ç o , p e l o e s t i m u l o , p e l a p a c i ê n c i a .

Ao Rubens e à X i r l e i , p e l o c a r i n h o , p e l a c o n f i a n ç a , p e l a c r e d i b i l i d a d e p e l o s e s f o r ç o s c o m p a r tilh a d o s , p e l o i n c e n t i v o , p e ­ l o s p r e c i o s o s momentos de i n t e g r a ç ã o , p e l o r e s p e i t o a os s e r e s humanos que v o c ê s sã o.

Ao Mauro e à R egin a, p e l a amizade, p e l o s a u t ê n t i c o s mo­

m entos, p e l o c a r i n h o , p e l o com prom etim ento, p e l a c o n f i a n ç a , p e ­ l a c r e d i b i l i d a d e , p e l o i n c e n t i v o .

 p r o f e s s o r a d o u t o r a Maria do R o s á r io K n e c h t e l , p e l a ami­

za d e, p e l a c o m p e tê n c ia , p o r s e r permanente f o n t e de d e d i c a ç ã o , e s t im u l o e c u l t u r a .

Ao p r o f e s s o r J o s ê V i c e n t e das Neves Miranda, p o r ser cons­

t a n t e f o n t e c r i t i c a e c o l a b o r a d o r de t o d o s os momentos.

A t o d o s que, d i r e t a ou in d ir e t a m e n t e , c o n t r i b u í r a m para a r e a l i z a ç ã o d e s t e t r a b a l h o .

(5)
(6)

E ste e stu d o f a z uma r e t r o s p e c t i v a h i s t ó r i c a da p a r t i c i ­ pação d o s pequenos em presários, d e s d e o s é c u l o p a s s a d o , e mesmo nas p r i m e i r a s d é c a d a s d e s t e s é c u l o , d e s ta c a n d o o d e fr o n ta m e n - to d e s t e s p r o f i s s i o n a i s com p roblem as que são comuns a t é h o j e .

Em s e g u id a há ura d etalh a m en to d o s p r i n c i p a i s i t e n s de d é s e n v o lv im e n to de r e c u r s o s humanos cora aprofundamento em c o n ­ c e i t o s d e d e s e n v o lv im e n to de r e c u r s o s humanos em q u a lid a d e t o ­ t a l .

F in a lm e n te , f a z - s e uma a p r e s e n t a ç ã o de p r á t i c a s n ã o - f o r - mais d e e d u ca çã o permanente onde o s pequenos e m p r e s á r io s podem d e s e n v o lv e r sua form ação p r o f i s s i o n a l . A c r e s c e n t o u - s e , a in d a , uma complementação t e ó r i c a de como s e r i a a r e l a ç ã o i d e a l e n t r e o s pequenos e m p r e s á r io s e suas r e s p e c t i v a s e q u i p e s .

(7)

Die v o r l i e g e n d e S tu d ie s t e l l t e i n e h i s t o r i s c h e R e t r o s p e k - t i v e d e r R o l l e d e r K leinunternehm er im v e rga n ge n e n Jahrhundert und in den e r s t e n Jahrzehnten d i e s e s J a h rh u n d e rts d a r , w obei d i e W eise, in d e r s i e m it P roblem en, d i e b i s h e u tz u ta g e noch g e li i u - f i g s i n d , umgehen, b e s o n d e r s h e r v o r g e h o b e n w ir d .

A n s c h li e s s e n d werden d i e e i c h t i g s t e n Punkte d e r E n tw ick - lung von A r b e i t s k r â f t e n b e h a n d e lt und K on zep tion en über d i e E ntw icklung von A r b e i t s k r ã f t e n , d i e S p i t z e n q u a l i t ã t b e s i t z e n , v e r t i e f t .

Z u l e t z t werden e i n i g e i n f o r m a l e Formen d e r permanenten Erziehung v o r g e s t e l l t , d i e den K leinu nterneh m ern F o r t b i l d u n g e - m ô g l i c h k e i t e n b i e t e n . Eine t h e o r e t i s c h e Ergãnzung w e i s t auch noch auf d i e i d e a l e B eziehungsform sw isch e n K leinunternehm ern und d e r e n A n g e s t e l l t e n h in .

(8)

RESUMO v i

ZUSAMMENFASSUNG v i i

1 .0 INTRODUÇÃO 1

1 .1 O PROBLEMA 14

1 .2 OS OBJETIVOS 15

1.3 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS 16

1 .4 PROCEDIMENTOS ADOTADOS 16

1 . 4 . 1 R e v is ã o de B i b l i o g r a f i a 17 1 . 4 . 2 S ín t e s e de cada C a p i t u l o 17

1 . 4 . 3 C o n s id e r a ç õ e s G e r a is 17

1 . 4 . 4 Ã Guisa de C on clu são 17

2 .0 REFERENCIAL TEÓRICO 18

2 .1 R e t r o s p e c t i v a H i s t ó r i c a da Pequena Enpresa 18

2 . 1 . 1 Surgimento da Pequena Empresa 36

2 . 1 . 2 S í n t e s e 47

2 .2 D esen volvim en to de R e cu rso s Humanos 48

2 . 2 . 1 D e sen volvim en to de R e c u r s o s Humanos em

Q ualidade T o t a l 70

2 . 2 . 2 S í n t e s e 82

2.3 A Educação não Formal e a P re p a r a ç ã o para o

T rabalho 83

2 . 3 . 1 P r á t i c a s não Form ais d e s t i n a d a s aos

Pequenos E m presários 102

2 . 3 . 2 S í n t e s e 137

2 .4 Como D e v e r ia s e r o Comportamento d o s Pequenos

E m presários em R e la ç ã o ã sua Equipe 137

2 . 4 . 1 I l u s t r a ç õ e s R e a is d o Comportamento dos Pequenos E m p resários em R e la ç ã o ã sua

Equ ip e 145

2 . 4 . 2 S í n t e s e 152

3 .0 CONSIDERAÇÕES GERAIS 156

4 .0 Ã GUISA DE CONCLUSÃO 186

5 .0 BIBLIOGRAFIA 188

(9)

1 . 0 INTRODUÇÃO

O homem p r e c i s a d e s e n v o l v e r - s e p e s s o a l , s o c i a l e p r o f i s ­ sio n a lm e n te e para t a l n e c e s s i t a a d q u i r i r uma v i s ã o de mundo.

Ela merece r e l e v â n c i a p or p a r t e da s o c i e d a d e , uma vez que em p o u co s r e g i s t r o s se e n c o n t r a a lg o de c o n c r e t o nas novas p o l í ­ t i c a s de econom ia in fo r m a l ou c r i p t o e c o n o m i a , no que d i z r e s ­ p e i t o a um programa de edu cação n ã o -fo r m a l para o d e s e n v o l v i ­ mento do c i d a d ã o . P a rece que o mesmo não o c o r r e quando se bus­

ca in fo r m a ç õ e s na l i t e r a t u r a r e f e r e n t e ao d e s e n v o lv im e n to do pequeno e m p r e s á r io , em o u t r o s p a i s e s .

Na r e a l i d a d e e u r o p é ia o s n e g ó c i o s continuam a in d a mais n a c i o n a i s e r e g i o n a i s do que o s n e g ó c i o s nos E sta d os U nidos, a p e s a r d e , to d a a i n t e g r a ç ã o que buscam. Por v á r i a s razões.Uma d e l a s , sem ó b v i o , ê a d i f e r e n ç a l i n g ü í s t i c a ; o u t r a é a v a r i e ­ dade de g o s t o s , m uito m aior que a e x i s t e n t e nos E stad os U nidos.

Por e s s e m o t iv o , tê m -se m ercados l o c a i s mais f o r t e s e n e g ó c i o s l o c a i s , os q u a is - por d e f i n i ç ã o - são p r i n c i p a l m e n t e p equen os.

As p r i n c i p a i s o p o r t u n id a d e s para o s pequenos n e g ó c i o s p o ­ dem e s t a r l i g a d a s à p o s s i b i l i d a d e de v e n d e r um p r o d u to l i v r e ­ mente em q u a lq u e r p a i s da Comunidade Econômica E u ro p é ia (CEE).

Já os E stados Unidos podem t e r começado como um p a is a g r í c o l a , mas se c o n s o lid a r a m com base no p o d e r i o de sua i n ­ d ú s t r i a . Da e x p l o r a ç ã o e s p a c i a l à e s t r a t é g i a m i l i t a r , o s t e n t a ­ ram uma f o r t e l i d e r a n ç a no d e s e n v o lv im e n t o d e n ovos p r o d u to s - e não hã m elhor i l u s t r a ç ã o para uma nação que se a u t o d e f i n e c o ­ mo i n d u s t r i a l do que os nomes de seus tim e s de f u t e b o l : Pittshurg

(10)

S te e le r s . ( m e t a lú r g i c o s de P i t t s b u r g ) ou Prudue B o ile rm a k e rs (.C a ld e ir o s de Purdue) são d ois, exemplos..

Sem a i n d ú s t r i a , o p a í s sim plesm ente d e i x a r i a de f u n c i o ­ nar. Mas., p or i r o n i a , o s e t o r i n d u s t r i a l assumiu um p a p e l s e ­ c u n d á r i o , não só em r a z ã o d o s t r u n f o s d o s c o n c o r r e n t e s e x t e r ­ nos mas também p e la imagem em ergente de s o c i e d a d e de s e r v i ç o s da e ra da i n f o r m á t i c a .

Os anos o i t e n t a , que começaram com a sombra da r e c e s s ã o , acabaram fir m a n d o - s e como um p e r í o d o d e c o n s i d e r á v e l c r e s c im e n ­ t o para a economia n o r t e - a m e r i c a n a . Com o d ó l a r e s t á v e l , b a ix o d esem p rego, um número r e c o r d e de pequen os n e g ó c i o s , p r e v i s õ e s e co n ô m ica s de um c r e s c im e n t o a in d a m aior na década de n o v e n ta , o s E sta d os Unidos parecem e s t a r v o l t a n d o âs suas r a i z e s de e c o ­ nomia m a n u fa tu r e ir a , e s p e c ia lm e n t e na á rea das pequenas empre­

sas .

Para p od er c o m p e t i r , e l a s d e sco b re m n i c h o s de m erca d o, prestam mais a te n çã o à q u a lid a d e e ao a te n d im e n to e adotam a e s ­ t r a t é g i a g l o b a l de m arketing das g ra n d es com panh ias, em mais uma p ro v a de que a i n d ú s t r i a , que r e s i s t i u a d e p r e s s õ e s s e c e s ­ sõ e s e g u e r r a s , permanece como o empregador e o p a t r im ô n io mais s ó l i d o d os E stados U nidos. F o i a i n d ú s t r i a , a f i n a l , que mode­

lo u o p assado do p a í s .

Transformada em um d i n o s s a u r o e a c o s s a d a p e l a c o n c o r r ê n ­ c i a d o s p r o d u t o s im p o r ta d o s , a m anufatura n o r t e - a m e r i c a n a r e ­ começa a c o n q u is t a r seu a n t i g o v i g o r , a g o r a num r itm o m ais p r u ­ d e n t e . O p r i m e i r o im pulso f o i dado p e l o f o r t a l e c i m e n t o dó d ó ­ l a r , que e s tim u lo u a expansão das, e x p o r t a ç õ e s , e p o r uma p o l í ­ t i c a de c o m é r c io e x t e r i o r m ais c o m p e t i t i v a . 0 segundo im pulso

(11)

do f o r t a l e c i m e n t o e s t á na c r e s c e n t e p r e o c u p a ç ã o em m a n te r -s e na lin h a de f r e n t e d a s novas t e c n o l o g i a s .

Um t e r c e i r o i n d i c i o , e n fim , e s t á no r e s s u r g im e n to da ma­

n u fa tu r a d o m i c i l i a r , p r o i b i d a p o r m u ito tempo como r e a ç ã o ãs c o n d i ç õ e s in s e g u r a s de t r a b a l h o e à e x p l o r a ç ã o de t r a b a lh a d o r e s p e l o s p a t r õ e s . A gora, a p r o i b i ç ã o f o i . le v a n t a d a para c e r t o s t i ­ pos de r o u p a s , num re c o n h e c im e n to de que o s n e g ó c i o s d o m i c i l i a ­ r e s são uma t e n d ê n c ia em a l t a .

A g ir d e p r e s s a para a te n d e r ãs n e c e s s i d a d e s que as empre­

sas g ra n d es deixaram de la d o e s t á a ju d an d o as pequenas in d ú s ­ t r i a s a s o b re v iv e re m no c o m p e t i t i v o s e t o r i n d u s t r i a l .

0 p o r t e e o número de empregados também impedem as g r a n ­ d e s empresas de cria re m a q u e la a tm o s fe r a f a m i l i a r , que as p e ­ quenas normalmente exibem, e que c r i a uma e s p é c i e de e s p i r i t o de e q u ip e capaz de e s t im u la r o aumento da c o o p e r a ç ã o e da p r o ­ d u t i v i d a d e .

Os i n d u s t r i a i s , e f e t i v a m e n t e , têm se e s f o r ç a d o m uito p a­

ra r e f a z e r o c o n t a t o com os seu s em pregados. E le s conhecem a i n f l u ê n c i a d o s t r a b a l h a d o r e s no f u t u r o da empresa e sabem que p e s s o a l t é c n i c o bem t r e i n a d o é cada v e z m ais d i f í c i l de e n c o n ­ t r a r . A f i n a l , embora a automação aumente m u ito a v e l o c i d a d e , e f i c á c i a e f l e x i b i l i d a d e de uma i n d ú s t r i a , ain da são as p e s s o a s que operam as máquinas: o f a t o r d e c i s i v o do s u c e s s o ou do f r a ­ c a s s o de uma empresa.

E v ita n d o a d o ta r a pesada e s t r u t u r a a d m i n i s t r a t i v a , o s o r ­ çamentos d i la t a d o s , e a a tm o s fe r a im p e s s o a l d a s g randes em presas, as pequenas i n d ú s t r i a s são r á p i d a s , porém , em a b s o r v e r o u t r a s c a r a c t e r í s t i c a s das g ra n d es que lh e s possam s e r ú t e i s . 0 p r i n ­

(12)

c i p a l exemplo de p ensar grande é a a te n ç ã o e s p e c i a l que as p e ­ quenas vêm dando ao mercado m u n d ia l. Dos cem m il e x p o r t a d o r e s am ericanos c e r c a de dez m il são c l a s s i f i c a d o s como em c r e s c i ­ mento. Embora faturem menos de t r e z e n t o s m il h õ e s de d õ l a r e s p o r

ano, e s s a s em presas fazem, em m édia, mais de uma ce n te n a de e x p o r t a ç õ e s a nu ais e se apoiam em p r o d u t o s que sejam ú n i c o s em q u a lid a d e ou d e s ig n e não p r e c is a m , p o r t a n t o , e n f r e n t a r uma c o n c o r r ê n c i a muito p esad a.

Outra t e n d ê n c ia do momento ê o i n t e r e s s e p o r p e s q u is a e d e s e n v o lv im e n to . Se as. empresas m a io r e s podem a l o c a r g ra n d e s r e c u r s o s para o d e s e n v o lv im e n to de n ov os p r o d u t o s , as m enores,

em g e r a l , podem t r a b a l h a r mais r á p i d o e de form a mais b a r a ta ; uma dinâm ica que, a l i á s , algumas gra n d es i n d ú s t r i a s vêm p r o ­ curando i m i t a r , ao d i v i d i r seus d ep a rta m en tos de P e s q u i s a e D e ­

se n v o lv im e n to em pequenas s u b s e ç õ e s .

F in a lm en te, os pequenos i n d u s t r i a i s também começam a com­

p re e n d e r a im p o r tâ n c ia de um m arketing e f e t i v o . P rop aganda, e x ­ p o s i ç ã o em f e i r a s c o m e r c i a i s , d i s t r i b u i ç ã o de r e l e a s e s são a ú n ic a m aneira de t o r n a r seu p r o d u to c o n h e c id o e e n f r e n t a r a grande c o n c o r r ê n c i a .

A i n d ú s t r i a n o r t e - a m e r ic a n a r e a l i z o u uma lo n g a e dura j o r ­ nada. F o i o f u s c a d a p e l o s s e r v i ç o s , bombardeada p e l a c o n c o r r ê n ­ c i a e x t e r n a , d e s g a s t a d a p e l a queda de q u a l id a d e e a d m in is t r a ç ã o pouco e f i c a z . E nenhum d e s s e s p roblem as i r á d e s a p a r e c e r , p e l o menos em f u t u r o p róx im o. As im p o r t a ç õ e s c o n t i n u a r ã o a inundar o p a i s . A l e g i s l a ç ã o s o b r e j u r o s e i n v e s t i m e n t o s , c o n t r o l e da p o ­ l u i ç ã o e saúde no t r a b a l h o c o n t in u a r ã o a a p r e s e n t a r um e q u i l í ­ b r i o p r e c á r i o e n t r e o s i n t e r e s s e s d o s em pregados e d o s t r a b a -

(13)

lh a d o r e s . Apesar de t u d o , no e n t a n t o , nenhuma i n d ú s t r i a tem s i ­ do tã o p r ó s p e r a , ten a z ou i n f l u e n t e , nos ú l t i m o s cem a n o s, como a n o r t e -a m e r ic a n a , E. e l a c o n t in u a r á a s e r a m a is im p o rta n te c o n ­ t r i b u i ç ã o para a economia d o s E sta d os U n id o s.

Ao c o n t r á r i o das g r a n d e s em presas n o r t e - a m e r i c a n a s , a s j a ­ p on esa s não se in teressa m em manter l i n h a s d e p rod u çã o tão c o n ­ c e n t r a d a s . Por i s s o , con tra ta m os s e r v i ç o s de c e n t e n a s de peque­

nas em presas. Estas atendem a encomendas d e p e ç a s , planejam n o ­ v o s m o d e lo s , d i v e r s i f i c a m l i n h a s de v e n d a s e cuidam a te de emba­

la g e n s e de t r o c a de nome de p r o d u t o s . Essa i d é i a vem dando c e r ­ t o hã quase quaren ta anos e se r e v e l a ura d o s a s p e c t o s mais f o r ­ t e s da e s t r u t u r a i n d u s t r i a l n i p ô n i c a . De f a t o , as pequenas em­

p r e s a s c o n s t it u e m um n e g ó c i o im p o r t a n t ís s im o do chamado modelo j a p o n ê s ; em q u a lq u er b a i r r o , de q u a lq u e r c i d a d e d o p a i s , e l a s se fazem p r e s e n t e s , não s ó como f o r n e c e d o r e s de p e ç a s , mas su p r in d o também o u t r a s n e c e s s id a d e s da á r e a . Essa t e n d ê n c i a vem c r e s c e n d o hã algum tempo nas econ om ias mais s ó l i d a s do mundo. R e p re se n ta , p r i m e i r o , um barateam ento d o s c u s t o s - as empresas con tratam mão- d e - o b r a alta m en te q u a l i f i c a d a sem a r c a r com e n c a r g o s t r a b a l h i s ­ t a s . Atua também como i n c e n t i v o aos pequenos e m p r e s á r io s , que trabalham para s i mesmos e faturam m uito mais do que se fossem meros a s s a l a r i a d o s . É n e c e s s á r i o e s c l a r e c e r que a té a q u i n e s ta j u s t i f i c a t i v a , d e u - s e um m a io r ê n f a s e aos pequenos e m p r e sá r io s da i n d ú s t r i a am ericana, p orqu e em C u r i t i b a hã p red om in â n cia d e s ­ t a b i b l i o g r a f i a .

Antigamente se d i z i a que h a v ia d o i s B r a s is : um B r a s i l mo­

d e r n o , i n d u s t r i a l e urbano e um B r a s i l a t r a s a d o , a g r á r i o e r u ­ r a l . P e n sa v a -se que, à medida em que a i n d ú s t r i a se d e s e n v o l v e s ­

(14)

s e , o p r o g r e s s o e o b e m -e sta r ir ia m se e sp a lh a n d o p o r t o d o o p a í s ,

H o je , e s t a p o s i ç ã o e n t r e o v e l h o e o novo m o d i f i c o u - s e . A a g r i c u l t u r a para a e x p o r t a ç ã o u t i l i z a a t e c n o l o g i a mais s o ­ f i s t i c a d a e a m i s é r i a e x tr a v a s o u d o s campos para o c e n t r o e p e ­ r i f e r i a das g randes c i d a d e s . A p o b r e z a a g o r a c o a b i t a com a r i ­ qu eza . O que e x i s t e h o j e p o r t o d a a p a r t e são d o i s b r a s i l e i r o s : um bem n u t r i d o , s a d i o , m a i s . a l t o e f o r t e ; o u t r o , su b a lim e n ta d o , d o e n t e , mais b a ix o e f r a c o . Ê o povo b r a s i l e i r o que e s t á h o j e d i v i d i d o em d o i s .

E ste abismo que sep ara uma m in o r ia que v i v e bem, de uma m a io r ia que mal consegue s o b r e v i v e r , não é o b r a do a c a s o , nem de uma e s c a s s e z de r e c u r s o s .

A p o b r e z a , no B r a s i l , d e c o r r e de e s c o l h a s p o l í t i c a s . Ela é c o n s e q ü ê n c ia d e uma e s t r u t u r a s o c i a l d e s i g u a l que vem de l o n ­ g e , que tem suas r a i z e s na e s c r a v i d ã o , agravada p e l o m odelo e c o ­ nômico im posto nos ú lt im o s v i n t e a n o s , que p r i v i l e g i o u o c r e s ­ cim ento do p ó lo da r i q u e z a n a c i o n a l e não sua r e p a r t i ç ã o .

Para as e l i t e s b r a s i l e i r a s , p ov o nunca f o i g e n t e . Nunca t e v e d i r e i t o s . Para os que mandam, a p o b r e z a ê f r u t o da in d o ­ l ê n c i a , da ig n o r â n c ia e da malandragem. Para o s de c im a ,N a çã o , E stado e Governo se confundem com sua p r ó p r i a c l a s s e s o c i a l .

E n t r e t a n t o , não pode e x i s t i r d e m o c r a c ia duradoura num p a í s m a jo r it a r ia m e n t e de m i s e r á v e i s . Não pode haver c i d a d a n ia a u t ê n t i c a num p a i s onde a m aioria da p o p u la ç ã o não tem d i r e i t o a

\ima v id a com ura mínimo de d i g n i d a d e .

Houve um momento, anos a t r á s , em que uma p a r c e l a s i g n i f i ­ c a t i v a da s o c i e d a d e b r a s i l e i r a começou a se m o b i l i z a r para dar

(15)

um b a s t a à t o r t u r a e à r e p r e s s ã o p o l í t i c a . Essa tomada de c o n s ­ c i ê n c i a d o v a l o r d o s d i r e i t o s humanos f o i . o i n i c i o d o fira do regim e m i l i t a r .

A t o r t u r a a t i n g i a d i r e t a m e n t e apenas a uma pequena m ino­

r i a , mas a v i l t a v a e in tim id a v a a t o d o s . H o je , a fome a t i n g e a m a i o r i a , mas. suas m a io r e s v i t i m a s , o s m ais p o b r e s , são o s que menos podem se d e fe n d e r e f a z e r o u v ir sua v o z , o que agrava a i n ­ da mais o e s c â n d a lo d e s t a s i t u a ç ã o .

A fome no B r a s i l é um p roblem a é t i c o , p o l í t i c o e s o c i a l . Ê i n a c e i t á v e l e im o r a l que m ilh õ e s de b r a s i l e i r o s não tenham o que comer num p a is que tem r e c u r s o s p ara a l i m e n t ã - l o s . Segurança não rima com d e s e s p e r o e d e m o c r a c ia não rim a com m i s é r i a .

O problema da m is é r i a ou o aumento da v i o l ê n c i a e das t e n ­ s õ e s s o c i a i s l e v a r á o s r i c o s a terem não apenas d e s p r e z o , mas também, e cada v e z m a is , medo d o p o v o . A onda do crim e e a e s ­ c a la d a da v i o l ê n c i a nas c i d a d e s , o c la m o r p o r m ais p o l i c i a e mais r e p r e s s ã o , a h i s t e r i a da s e g u r a n ç a , os a s s a s s i n a t o s de p o s ­ s e i r o s e b õ i a s - f r i a s , tudo i s s o são s in to m a s d e uma g u e r r a c i ­ v i l n ã o - d e c l a r a d a .

Se e s t a engrenagem não f o r c o n t i d a j ã , o sonho de uma s o ­ c i e d a d e mais j u s t a e d e m o c r á t ic a t e r á se c o n v e r t i d o em p e s a d e l o . Não pode haver d e m o c r a c ia num p a i s d i v i d i d o em d o i s , em que a l e i e o s d i r e i t o s têm s e n t i d o para uns e não para o u t r o s . Se a d e m o c r a c ia , que f o i c o n q u is t a d a a d u r a s p e n a s , não se e s t e n d e r ã e s f e r a das n e c e s s id a d e s s o c i a i s b á s i c a s , e l a não s o b r e v i v e r á .

O d e s a f i o é t i c o e p o l í t i c o do B r a s i l h o j e é o e n fre n ta m e n - t o da q u e s tã o da d i v i d a e x t e r n a . D iv id a e x t e r n a e d i v i d a s o c i a l e s t ã o de t a l m aneira i n t e r l i g a d a s , que. um nô não se d e s a t a r á sem

(16)

que o o u t r o também se desate.»

D entro d e s t e parâm etro c o n t r a d i t ó r i o , p o lê m ic o e c o n f l i - t i v o , levantara-se a s c o r t i n a s do p a l c o s o c i a l para a s s e g u in ­ t e s c e n a s : a d o n a - d e - c a s a que vende d o c e s p ara a ju d a r no o r ç a ­ mento d o m é s t ic o , o a g i t a d o c o m é r c io d e m ilh a r e s de ambulantes,

nas ruas c e n t r a i s d a s gra n d es c i d a d e s b r a s i l e i r a s , o i n c r í v e l n e g ó c i o p s e u d o c l a n d e s t i n o d o s b i c h e i r o s , o s f c r a f i c a n t e s de d r o ­ gas e a enorme q u a n tid a d e d e m ic r o e pequen as empresas não r e ­ g i s t r a d a s que atuam n os m ais d i v e r s o s s e t o r e s . Todas e s s a s a t i ­ v i d a d e s (e m uitas o u t r a s ) , s o c ia lm e n t e a c e i t a s ou n ã o, c o n s t i ­ tuem a chamada economia in f o r m a l» Uma econom ia r e a l , r e s p o n s á ­ v e l p or s i g n i f i c a t i v a p a r c e l a do emprego e da renda n a c i o n a l , mas que nem sempre se d e i x a f o t o g r a f a r de c o r p o i n t e i r o p e l a s e s t a t í s t i c a s o f i c i a i s e p e l a s p e s q u i s a s .

Números do IBGE indicam que a econom ia in f o r m a l d im in u iu e n t r e os c e n s o s de 1970 e 1980. No p r i m e i r o d e s t e s d o i s c e n s o s a p a r t i c i p a ç ã o d o s s e r v i ç o s d o m é s t i c o s , das pequenas o f i c i n a s de r e p a r a ç ã o e das demais a t i v i d a d e s i n f o r m a i s f o i de 16,5% do PIB e , em 1980, e s t e número c a i u para 13%.

Uma p e s q u is a do S e r v i ç o de A p o io âs M icro e Pequenas Em­

p r e s a s (SEBRAE), d iv u lg a d a há p ou co tempo, apurou que as a t i ­ v id a d e s in f o r m a is crescera m 44% e n t r e 1986 e 1989. I n t e r e s s a d o

em e s c l a r e c e r as d ú v id a s le v a n t a d a s p o r a v a l i a ç õ e s t ã o d i v e r ­ g e n t e s , o IBGE e s t ã n e g o c ia n d o um c o n v ê n io com a U n iv e r sid a d e F e d e r a l do Rio de J a n e i r o e o SEBRAE p a ra a r e a l i z a ç ã o de p e s ­ q u is a s s o b r e a economia não r e g i s t r a d a .

A parentem ente, grande p a r t e d a s c o n t r o v é r s i a s da economia in fo r m a l tem s i d o causada p o r p rob lem a s de c o n c e i t u a ç ã o . A f i n a l ,

(17)

o que d ev e e n t r a r na d e f i n i ç ã o de in f o r m a l i d a d e ? Ê um c o n c e i t o amplo que-, como uma e s p é c i e de g u a r d a -c h u v a , s e j a capaz de abri­

g a r - além d e t o d o s o s t i p o s d e a t i v i d a d e s c la r a m e n te inform ais/

a compra e venda de. m e r c a d o r ia s sem n o t a f i s c a l , a son ega çã o de im p o s t o s , o subfaturaraento nas e x p o r t a ç õ e s e o su p erfa tu ra m en to nas im p o r t a ç õ e s , a t r o c a d i r e t a de m e r c a d o r ia s na zona r u r a l (ca so d o s p r o d u t o r e s que adquirem t r a t o r e s e o u t r o s insumos me­

d i a n t e a e n t r e g a de p a r t e da c o l h e i t a ) , a p r á t i c a do á g i o como form a de b u r l a r o c o n t r o l e d e p r e ç o s ou o co n g e la m e n to , e o v e ­ lh o c a i x a - d o i s .

Essas p r á t i c a s alargam a s f r o n t e i r a s da i n f o r m a li d a d e num p r o c e s s o s i m b i õ t i c o com o mercado f o r m a l , numa r e l a ç ã o sem c o n ­ t o r n o s e sem l i m i t e s , le v a n d o suas dim en sões p ara m u ito além das s im p le s r e l a ç õ e s in f o r m a is de t r a b a l h o .

Um e s t u d o do SEBRAE m ostrou que as a t i v i d a d e s in f o r m a is são e x e r c i d a s p r i n c i p a lm e n t e p o r p e s s o a s d o sexo m a s c u lin o , com id a d e e n t r e 30 e 39 anos e n í v e l de e s c o l a r i d a d e p r im á r io .O i n ­ g r e s s o d e s s a s p e s s o a s no s e t o r in f o r m a l e s t á l i g a d o aos p r o b l e ­ mas c o n j u n t u r a i s que p r e ju d ic a m a econom ia como um t o d o .

E viden tem ente, e s s a e s c o l h a tem v a n ta g e n s e d e s v a n ta g e n s . Os a s p e c t o s c o n s i d e r a d o s p o s i t i v o s são o não-pagam ento de im­

p o s t o s , o s ganhos m a io re s que o s o b t i d o s no s e t o r f o r m a l , l i b e r ­ dade e autonom ia, c o n t a t o d i r e t o com o p ú b l i c o e o u t r o s b e n e f í ­ c i o s , e n t r e e l e s a p o s s i b i l i d a d e de o f e r e c e r â f a m í l i a um p a ­ d rão de v id a mais e l e v a d o . As d e s v a n ta g e n s são o r i s c o de ser d e s c o b e r t o , a a p reen sã o de m e r c a d o r ia s p e l a f i s c a l i z a ç ã o , a d i ­ f i c u l d a d e de o b t e r c r é d i t o , as f l u t u a ç õ e s nos ganhos e a f a l t a d o s b e n e f í c i o s a s s e g u r a d o s p e l a l e g i s l a ç ã o t r a b a l h i s t a .

(18)

A r e a l i d a d e c a b o c l a su g e r e que e x i s t e (e sempre e x i s t i ­ r á ) um s e t o r I n f o r m a l. E le a ju d a a e n g o r d a r o PIB e a e l e v a r o emprego.. Mas tem também o seu la d o ruim na medida em que f u n ­ c i o n a como v á l v u l a de e s c a p e para a s t e n s õ e s r e s u l t a n t e s da e s ta g n a ç ã o do s e t o r f o r m a l, p r o v o c a d a p e l a f a l t a de p o l í t i c a s e co n ô m ica s adequadas, p e l a s p r e s s õ e s d o en d ivid a m en to e x t e r n o e p or o u t r o s f a t o r e s que reduzem as p o s s i b i l i d a d e s de c r e s c i ­ mento .

O e stu d o em pauta é r e l e v a n t e h o j e para a e s t im u la ç ã o e c r i a ç ã o de pequenas empresas p ara novas f o n t e s d e t r a b a l h o , a u ­ mentando a produção e a q u a l id a d e do p r o d u t o . Para que i s t o a c o n t e ç a , ê n e c e s s á r i a a ed u ca çã o d o pequeno e m p re sá rio e sua a t u a l i z a ç ã o a t r a v é s de p r á t i c a s e d u c a t i v a s n ã o - f o r m a i s que p o ­ d e r ã o se r a d q u ir id a s no p r ó p r i o t r a b a l h o e / o u f o r a d e l e .

No Paraná há um p r o c e s s o i n d u s t r i a l pouco d e s e n v o l v i d o . É a n te s de tudo um Estado com a econom ia a ss e n ta d a na a g r i c u l ­ t u r a . O ce n so i n d u s t r i a l de 1970 (IBGE) m ostra a b a ix a p a r t i ­ c i p a ç ã o do Paraná no sist e m a i n d u s t r i a l b r a s i l e i r o . Segundo o IBGE ( I n s t i t u t o B r a s i l e i r o de G e o g r a f i a e E s t a t í s t i c a ) , o p r o ­ c e s s o i n d u s t r i a l paranaense c a r a c t e r i z a - s e p e l o p re d o m ín io da pequena empresa (9 6,1 1 % ). E s te dado e v i d e n c i a que, de m aneira g e r a l , o p r o c e s s o i n d u s t r i a l se compõe d e pequenas empresas de o r g a n iz a ç ã o f a m i l i a r , fu n c io n a n d o nos m oldes a r t e s a n a i s , razão p e l a q ual se dá ê n fa s e aos m ic r o e pequenos e m p r e s á r io s n e s t e e s t u d o .

Porém, para c o n q u i s t a r seu e s p a ç o p r o f i s s i o n a l , O. em­

p r e s á r i o deve r e f l e t i r o q uan to seu la d o humano ê d e s c a r t á v e l . M i s é r i a , AIDS, c ó l e r a , t u b e r c u l o s e , m a l á r i a , fom e, d e ­ sem prego, g u e r r a s , c o r r u p ç ã o . . . Ê m u ito d i f í c i l e n c o n t r a r um

(19)

ú n ic o s u h s t a n t iv o que t r a d u z a o quadro g e r a l da humanidade h o­

j e .

C o is a s de. f i n a l de. s é c u l o . Como e r a mesmo o f i n a l do s é ­ c u l o p a ss a d o ? Mas nem p r e c i s a f a z e r r e g r e s s ã o para s e n t i r que a v i r a d a para o s é c u l o v in t e , e r a r o d e a d a de a n s ie d a d e , e x p e c t a ­ t i v a e medo. Não havia g ru p o s proclam an do o a p o c a l i p s e , o fim d o s tempos? Não f o s s e sò o e n s e j o do c a l e n d á r i o , lo g o a s e g u i r v i r i a o cometa H a lle y , dando m o tiv o p ara i s s o e p â n i c o .

C la r o que numa p r o p o r ç ã o extremamente d i f e r e n t e . P orqu e, as com u n ica ções eram demoradas - a r a d i o d i f u s ã o sô i r i a en co n ­ t r a r e v i d ê n c i a e a c e s s i h i l i d a d e nos p r i m e i r o s anos do s é c u l o

s e g u i n t e - o ritm o da v i d a c o t i d i a n a e r a l e n t o . 0 tempo, e n t ã o , t r a t a v a de c o r r i g i r o s e x a g e r o s . Quando a n o t i c i a de uma catás­

t r o f e c h e g a v a , a d i s t â n c i a e n t r e a o c o r r ê n c i a d o f a t o e sua c o ­ m unicação m eio que a b a fa v a rumores e im p a c t o s .

Cem anos d e p o i s , tudo mudou. 0 s a t é l i t e p r a t ic a m e n t e r e ­ d u ziu a z e r o a d i s t â n c i a e n t r e o s p o v o s . A c o n te c e a l g o de r e ­ l e v a n t e em algum p o n to do p l a n e t a e a humanidade i n t e i r a r f i c a sabendo em q u e s tã o de h oras e a t é de m in u to s . A t e c n o l o g i a f a ­ c i l i t o u m uito a v id a - dando c o n f o r t o , r a p i d e z , s e g u r a n ç a . Deu o c o n t e x t o da s o c ie d a d e d e consumo i n d u s t r i a l - onde o se r hu­

mano ê m u ito mais um i n d i c e e s t a t í s t i c o do m arketing d os h i p e r ­ m ercados e d o s s h o p p i n g - c e n t e r s . Não sõ as co m u n ica çõ e s fic a r a m u l t r a - l i g e i r a s , a lc a n ç a n d o um número de d e s t i n a t á r i o s cada vez m a io r , mas m u ito s o u t r o s p r o c e s s o s se a c e le r a r a m . C o n s t r õ i - s e um p r é d i o , para l o g o t o r n a r - s e a e d i f i c ã - l o - sempre m elhor - com tamanha v e l o c i d a d e que d e s c o n c e r t a os. c i d a d ã o s .

A j u l g a r p e l o s a c o n t e c i m e n t o s , pouco se c o n s e g u i u . 0 ser

(20)

humano e n tr o u na dança com l o b o s d o i n d u s t r i a l i s r a o . V irou o u ­ t r a marca, como t a n t a s que s e sucedem no s u c e s s o das p r a t e ­ l e i r a s dos: superm ercados, a p on to de- n e c e s s i t a r sempre de ura r ó t u l o n o v o , que chame a a t e n ç ã o .

As r e l a ç õ e s humanas tê m -s e c a r a c t e r i z a d o exatamente por e s s a c l a s s i f i c a ç ã o da i d e o l o g i a da s o c i e d a d e i n d u s t r i a l . Como na c o m p e tiç ã o de e t i q u e t a s , o u s o t r a z anexo a a p a t ia do c o n ­ sumo a l i a d a à e u f o r i a do próxim o m o d e lo . As p e s s o a s r e l a c i o - nam-se menos d o que se usam, umas â s o u t r a s . Exemplo d i s t o ê o fenômeno do le n ç o d e s c a r t á v e l - com a h o r r í v e l d i f e r e n ç a de que o p a p e l , mesmo u s a d o , ê r e c i c l ã v e l , enquanto que o homem se t o r n a b io d e g r a d a d o .

A v e l o c i d a d e d o s a u to m ó v e is , das ondas de r á d i o e t e l e ­ v i s ã o , as agendas l o t a d a s de c o m p ro m iss o s, f iz e r a m do homem

p r i n c i p a lm e n t e o urbano - um s e r s u p e r f i c i a l . Ona v i d a c r o n o ­ m etrada, mas pouco v i v i d a ; e s t r e s s a d a , mas sem p r a z e r ; e n t r e p e s s o a s , mas sem c e l e b r a ç ã o .

0 s e r humano perdeu a s i g n i f i c a ç ã o fundam en tal do seu p r o c e s s o h o l i s t i c o ; o e n c o n t r o c o n s i g o mesmo a t r a v é s do defron­

t e com as o u t r a s p e s s o a s .

Os e n c o n t r o s são c o r r i q u e i r o s , como se t o d o s quisessem se l i v r a r de t o d o s - quando, na v e r d a d e , a p r o p o s t a c ó s m ic a era de que as p e s s o a s se encon tra ssem e c o n v iv e s s e m , in t e n s a e p r o ­ fundamente.

A p a r t i r d a l , vêm as q u e ix a s d o s v a l o r e s d e t e r i o r a d o s e d as i n s t i t u i ç õ e s s o c i a i s f a l i d a s . Sem d ú v i d a , a c a r ê n c i a - se não a m a io r , uma d a s m a io r e s - d e s t e f i n a l de s é c u l o ê um pon­

t o é t i c o que s u s t e n t e o s e r humano. Um v a l o r que lh e p erm ita

(21)

f a z e r o caminho de v o l t a , r e s g a t a n d o a humanidade que n e l e se o c u l t o u .

F i l o s o f i a s a l t e r n a t i v a s propõem ju sta m e n te e s s a r e f l e ­ xão:. a d e que o homem e n c o n tre , ura s e n t i d o p ara v i v e r , para se

c o n h e c e r , para se l i b e r t a r , para se i n t e g r a r harmonieamente ocm o s o u t r o s homens.

Seu m aior ensinamento é m o str a r que o homem não ê um ser d e s c a r t á v e l , mas c a p a c i t a d o p ara o a u t o - c o n h e c im e n t o , para a a u t o - r e a l i z a ç ã o e para a a u t o - s a t i s f a ç ã o .

A a u s ê n c i a , ou a má l e i t u r a , do p o n to é t i c o , ê causa das g u e r r a s humanas - das d o m é s t ic a s às armadas c o n v e n c i o n a i s , a s ­

sim p or mais f o r a de moda que p o s s a p a r e c e r , ê im p o rta n te r e ­ v e r p r i n c í p i o s é t i c o s , r e a v i v a n d o - o s .

É s i n t o m á t i c o que a c r i s e tenha a t i n g i d o a f a m í l i a , a e s ­ c o l a e as i n s t i t u i ç õ e s . A d e n s id a d e d e m o g r á f ic a e a m íd ia dão a e s s a m a n ife s t a ç ã o de d e s e q u i l í b r i o p r o p o r ç õ e s g i g a n t e s c a s , co­

mo se somente duas o p ç õ e s fo ss e m p o s s í v e i s : ou a fu g a p â n i c a , ou a a p a t i a .

Hã v a l o r e s é t i c o s que p re cisa m tomar e s p a ç o nas com unica­

ç õ e s de massa. A mesma m íd ia que f e r e ê a que sana. Por e s s e siste m a n e r v o s o , a m p l i f i c a d o e e s t e n d i d o ( t e l e v i s ã o , r á d i o , j o r ­ n a l , e t c . ) devem t r a n s i t a r b i o g r a f i a s de homens f o r t e s , exem­

p l o s e d i f i c a n t e s , in f o r m a ç õ e s que permitam às p e s s o a s r e f l e t i r s o b r e suas p o t e n c i a l i d a d e s . Ninguém v a i d e v o l v e r o r e s p e i t o ao se r humano â base de re p r im e n d a s . Então a e s t r a t é g i a p r e c i s a s e r i n t e l i g e n t e .

A mensagem r e f l e x i v a , p o r v e n t u r a c o l o c a d a nos m e io s de com unicação de massa, tem que e n f a t i z a r a r e s p o n s a b i l i d a d e de

(22)

cada pe.as.oa com r e l a ç ã o à sua p r ó p r i a v i d a - Ê. m u ito f á c i l se d esp en d er tempo e e n e r g i a b r in c a n d o com a i n t e r p r e t a ç ã o a s s i s - t e m â tic a e s e n s a c i o n a l i s t a - mas f i c a r á cada v e z mai.s d i f í c i l o a lca n ce, do r e f e r i d o p on to é t i c o .

Ela p ro p õ e o d e s p e r t a r da c o n s c i ê n c i a c r i t i c a . Porque o sen so é t i c o j á e x i s t e , l a t e n t e , no mundo i n t e r i o r de cada ser humano. Em seu in tim o e l e sabe que não é d e s c a r t á v e l - apenas que lh e f a l t a uma ed ucação c o n tin u a d a n e s t e s e n t i d o .

1.1 0 PROBLEMA

J u s t i f i c a - s e t a l e s t u d o , uma v e z que não se tem dado a n e­

c e s s á r i a a te n ç ã o ao d e s e n v o lv im e n t o do pequeno e m p r e s á r io . Es­

t e segmento da p o p u la ç ã o econom icam ente a t i v a no B r a s i l e s t á me­

r e c e n d o e s t u d o s mais a p r o fu n d a d o s . Mesmo nas i n s t i t u i ç õ e s que a e l a se dedicam não se encontram e s t u d o s s u f i c i e n t e s e d a d os e s ­ t a t í s t i c o s como é o c a s o do S e r v i ç o d e A p o io ãs M icro e pequenas Empresas (SEBRAE), que possam e x p l i c i t a r , por exem p lo, se as p e ­ quenas empresas u t i l i z a m ou não de m ã o -d e -o b r a q u a l i f i c a d a .

Como p r o f e s s o r a u n i v e r s i t á r i a atuando em c u r s o s u p e r i o r no­

tu rn o de A d m in is tr a ç ã o em d i f e r e n t e s i n s t i t u i ç õ e s , bem como em c u r s o s do SEBRAE, os p a r t i c i p a n t e s , ao tra zerem p roblem as de sua r e a l i d a d e de t r a b a l h o para as a u l a s , têm c o l o c a d o , d u ra n te as d i s c u s s õ e s , a s p e c t o s que il u s t r a m as. n e c e s s i d a d e s v i t a i s nas p e ­ quenas o r g a n i z a ç õ e s , t a i s como:. " - como p o d e r e i d e s c e n t r a l i z a r as a t i v i d a d e s e n t r e p r o f i s s i o n a i s com algumas d e f i c i ê n c i a s ? Sãcy p o r ex em p lo, f u n c i o n á r i o s a n t i g o s q u e, no d e c o r r e r do tempo não

(23)

se a tu a liz a r a m e não querem se a t u a l i z a r , não a ceita m a s mu­

d anças o r g a n i z a c i o n a i s , a d m i n i s t r a t i v a s e t é c n i c a s ! " E sta ê uma d a s m a io re s d i f i c u l d a d e s da a d m i n i s t r a ç ã o * Outra f r a g i l i d a d e a p re s e n ta d a é assim e x p r e s s a : "Como c r i a r uma c u l t u r a o r g a n i ­ z a c i o n a l numa pequena empresa? Como e quando o pequeno empre­

s á r i o d e v e r e a l i z a r o acompanhamento â sua e q u i p e , sem que s e ­ j a v i s t o como i n t e r f e r ê n c i a na d e c i s ã o d e l e g a d a ? 0 que f a z e r quando são e s g o t a d a s t o d a s as p o s s i b i l i d a d e s de s o l u ç ã o para um problem a no qual e x istem c o n f l i t o s , se d e n o ta e s c a s s e z de r e c u r s o s f i n a n c e i r o s , c a r ê n c i a de p e s s o a l , d i s p e r s ã o na e s t r u ­ t u r a f i s i c a , p r e ju d ic a n d o o p r o c e s s o a d m i n i s t r a t i v o de t o d a s as form as e p rov oca n d o d e s m o tiv a ç ã o e n t r e o s f u n c i o n á r i o s ? Como c o n s e g u i r r e s p o n s a b i l i d a d e d e um s u b o r d in a d o , quando e s t e ê ' a é r e o ' , não tem i d é i a s , não tem c r i a t i v i d a d e , não tem im a g i­

n a ç ã o , ou s e j a , " v a i na o n d a '? "

Como se v ê , o d e s e n v o lv im e n to d e r e c u r s o s humanos da e p ara a pequena empresa, em C u r i t i b a , ê n e c e s s á r i o e u r g e n t e . A p a r t i r das p o n d e r a ç õ e s a n t e r i o r e s , e s e n t i n d o a im p o r t â n c ia do e s t u d o , p r e t e n d e - s e a p r o f u n d á - l o , le v a n t a n d o os s e g u i n t e s q u e s tio n a m e n t o s : 1) É v i á v e l ao pequeno e m p r e sá r io c o n s t r u i r sua form ação p r o f i s s i o n a l ? 2) A r e l a ç ã o e d u c a ç ã o /t r a b a l h o e s ­ t á p r e s e n t e na r e a l i z a ç ã o humana e p r o f i s s i o n a l do pequeno em­

p r e s á r i o ? 3) Como a edu cação permanente pode c o n t r i b u i r para o d e s e n v o lv im e n t o do pequeno e m p r e s á r io ?

1 .2 OS OBJETIVOS

Para uma r e f l e x ã o t e ó r i c a , d e s t a c a m - s e o s s e g u i n t e s o b -

(24)

j e t l v o s :

- R econ h ecer a s r e l a ç õ e s s o c i a i s e de t r a b a l h o na peque­

na empresa era s.ua p e r s p e c t i v a h i s t ó r i c a ;

- I d e n t i f i c a r a fundam entação t e ó r i c a que s u s t e n t a o d e ­ s e n v o lv im e n to de r e c u r s o s humanos na empresa m a is e s p e c i f i c a - damente na fo rm a çã o p r o f i s s i o n a l do pequeno e m p r e s á r io ;

- O f e r e c e r s u b s í d i o s que atendam à s n e c e s s id a d e s de d e ­ se n v o lv im e n to d o pequeno e m p r e s á r io a t r a v é s d e p r á t i c a s de edu­

c a çã o permanente.

1.3 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

Para uma m elhor r e f l e x ã o t e ó r i c a , a p a r t i r da b i b l i o g r a ­ f i a r e l a t i v a ao p roblem a, a d o t o u - s e e c o n s t i t u i u - s e o s s e g u i n ­ t e s p r e s s u p o s t o s t e ó r i c o s .

- Ê r e l e v a n t e , h o j e , o d e s e n v o lv im e n t o de r e c u r s o s huma­

nos na em presa, uma v e z que e s t e depende em grande p a r t e da q u a lid a d e da p ro d u çã o e d a s e x p e c t a t i v a s d o s c l i e n t e s .

- As r e l a ç õ e s s o c i a i s p r im á r ia s e s e c u n d á r ia s m esclam -se na pequena e na grande empresa não o c o r r e n d o , porém, da mesma m an eira.

- 0 d e s e n v o lv im e n t o de r e c u r s o s humanos, como m od alid a d e de e d u ca çã o permanente ou c o n tin u a d a ê uma das a l t e r n a t i v a s de m e lh o r ia p r o f i s s i o n a l do pequeno e m p r e s á r io .

1 .4 PROCEDIMENTOS ADOTADOS

Após a a p r e s e n t a ç ã o do problem a e d o s p r e s s u p o s t o s t e õ -

(25)

r i c o s , e s t e e s t u d o tem s e q ü ê n c ia cora o s s e g u i n t e s p r o c e d im e n ­ t o s para a t i n g i r o s o b j e t i v o s p r o p o s t o s ..

1 . 4 . 1 R e v is ã o d e B i b l i o g r a f i a

A n álise, e i n t e r p r e t a ç ã o d o s p r i n c i p a i s e n fo q u e s t e ó r i c o s da área com a f i n a l i d a d e de c o n s t r u i r um quadro d e r e f e r ê n c i a , c o n te n d o c o n t r i b u i ç õ e s ao e s t u d o do d e s e n v o lv im e n t o do pequeno e m p re sá rio de C u r i t i b a .

1 . 4 . 2 S í n t e s e de Cada C a p í t u lo

A p r e s e n t a ç ã o g e r a l d a s i d é i a s e s s e n c i a i s de t o d o o c o n ­ j u n t o t e ó r i c o de cada c a p i t u l o .

1 . 4 . 3 C o n s id e r a ç õ e s G e ra is

Expor as p r i n c i p a i s c o n c e p ç õ e s da r e v i s ã o b i b l i o g r á f i c a , com o aprofundamento de s u g e s t õ e s para o d e s e n v o lv im e n t o do p e ­ queno e m p r e s á r io .

1 . 4 . 4 Ã Guisa d e C o n clu sã o

A p re s e n ta çã o de uma r e f l e x ã o s o b r e t o d o o p r o c e s s o de d e ­ s e n v o lv im e n to d e s t e e s t u d o .

(26)

2 .0 REFERENCIAL TEÓRICO

A c o n s t r u ç ã o de ura quadro t e ó r i c o que a lc a n ç a r á o s o b j e ­ t i v o s p r o p o s t o s ao d e s e n v o lv im e n to d o pequeno e m p re sá rio de Cu­

r i t i b a ê o que se a p r e s e n ta a se g u ir ..

Após a l e i t u r a e o c o n t a t o com a u t o r e s que r e a liz a m a b o r ­ dagens s o b r e o tema r e l a c i o n o u - s e a q u e l e s que m ais respaldam o o b j e t o d e e s t u d o .

2 .1 R e t r o s p e c t i v a H i s t ó r i c a da Pequena Empresa

MORAES, em "A i d e o l o g i a da m ic r o e m p re sa ", t e n t a r e s g a t a r a o b s c u r a p a r t i c i p a ç ã o do pequeno e m p r e s á r io na h i s t ó r i a do Bra­

s i l .

R a stre a r a h i s t ó r i a eco n ô m ica do B r a s i l ê v i v e r uma s e ­ q ü ê n cia de p e r p l e x i d a d e e i r r i t a ç ã o . Durante s é c u l o s o p a is f o i v i t i m a de e x p lo r a ç ã o e f a t o s r e p e t i t i v o s que massacraram o o r ­ g u lh o n a c i o n a l . D entro d e s t e c o n t e x t o a i n i c i a t i v a p r iv a d a e , m uito e s p e c ia lm e n t e , os pequenos e m p re e n d e d o re s, foram s u f o c a ­ d o s em sua n a s c e n t e , como c o n s e q ü ê n c ia de uma v a s t a c o m p le x id a ­ de c u l t u r a l e de uma t i r a n i a econ ôm ica e s t r a n g e i r a . Podem-se d e ­ t a l h a r inúmeros momentos na h i s t ó r i a para j u s t i f i c a r e s t a s c o l o ­ c a ç õ e s i n i c i a i s , mas s e r i a p r e c i s o uma a n á l i s e com o s in strum en­

t o s de um h i s t o r i a d o r , e mesmo o s h i s t o r i a d o r e s p reocu p a m -se mais com o s f a t o s que fazem a h i s t ó r i a do que a q u e le s que foram o b j e ­ t o s da h i s t ó r i a . É o v e l h o p r o c e s s o da i d e o l o g i a d o m in a n te , a

(27)

h i s t ó r i a na p a la v r a d o a v i t o r i o s o s , , a l e i do mando, o s i n t e l e c ­ t u a i s t r a d u z in d o o uso do p o d e r , como p á g in a s de h i s t ó r i a .

Em 18Q8 a F a m ília Real P o r tu g u e sa ch egava ao B r a s i l , p r o ­ t e g i d a p e l a esquadra i n g l e s a . Dom João não c o n s e g u iu m a n te r -s e n e u tr o na Guerra e n t r e a França e I n g l a t e r r a e d e c i d i u o p t a r p o r a l i a r - s e à I n g l a t e r r a na c l á s s i c a Convenção S e c r e t a , a s s in a d a em L o n d re s. Para o B r a s i l a chegada da F a m ília R eal s i g n i f i c a ­ va o p r e n u n c io d e novos tempos era t o d a s as á r e a s , e s p e c ia lm e n ­ t e na econ om ia. E f o i v is a n d o i n c e n t i v a r a econom ia que, no ano s e g u i n t e , D. João a ss in o u o A l v a r á d e 28 de a b r i l de 1809, e s ­ t i p u l a n d o m edidas de ordem p r á t i c a . D e n tre as medidas estavam : - I s e n ç ã o de Im postos de E x p o r ta ç ã o para o s p r o d u t o s ma­

n u fa t u r a d o s no p a i s ;

- I s e n ç ã o de d i r e i t o s a d u a n e ir o s à s m a t é r ia s primas n e­

c e s s á r i a s ãs f á b r i c a s n a c i o n a i s ;

- C on cessã o de p r i v i l é g i o s e x c l u s i v o s , p or 14 a n o s , aos i n v e n t o r e s de novas máquinas;

- O em préstim o às m anufaturas de a l g o d ã o , l ã , se d a , f e r ­ r o e a ç o .

0 A l v a r á de D. João ê c o n s i d e r a d o como uma das p r i m e i r a s medidas d e i n c e n t i v o ã pequena econom ia b r a s i l e i r a uma tên u e p e r s p e c t i v a de dar ao pequeno em preendedor a mesma ch an ce que o g ra n d e . Mas sua l e i não t e v e nenhum r e s u l t a d o p r á t i c o , e s p e ­ c i a l m e n t e p o r d o i s m o t i v o s : p orqu e a s empresas n a c i o n a i s v i ­ viam sob a t u t e l a do E sta d o , e o E stado e r a t o t a lm e n t e r e l a p s o com o s e t o r , e p orque o s t r a t a d o s e c o n ô m ic o s a s s in a d o s em 181Q, com a I n g l a t e r r a , vieram a s u f o c a r t o t a l m e n t e a i n i c i a t i v a p r i ­ vad a n a c i o n a l .

(28)

Cento e. s e t e n t a e q u a tr o anos. de.poi.sf não é m a is D .J oã o e sim o G eneral João F i g u e i r e d o que a s s i n a o E s ta tu to da M i- c roem p resa . No p a p e l , E s ta t u to e A lv a r á eram i g u a i s : tinham o i n t u i t o de e s t im u l a r m edidas de ordem p r á t i c a para o d e s e n v o l ­ vim en to da econom ia n a c i o n a l . E. quase que p or e n c a n t o , nova­

mente e s t a s l e i s não funcionam p e l o s mesmos m o t iv o s . 0 E s t a t u ­ t o d e M icroem presa i n v i a b i l i z a - s e p o rq u e o Estado ê t o t a lm e n t e r e l a p s o com o s e t o r , embora o t r a t e cora g ra n d e dem agogia. Era segundo lu g a r , as C a rta s de I n t e n ç õ e s , a s s in a d a s e n t r e o Bra­

s i l e o Fundo M on etá rio I n t e r n a c i o n a l (FMI) , sufocavam a i n i ­ c i a t i v a p r i v a d a , a t r a v é s de a r r o c h o s s a l a r i a i s e fó r m u la s r e ­ c e s s i v a s . Os J o ã o s continuavam no p o d e r , só que ao in v é s da In­

g l a t e r r a , o B r a s i l agora t in h a como seu a l g o z , comprometendo a sua autonom ia, o Fundo M on etá rio I n t e r n a c i o n a l .

A quase t o t a l i d a d e d o s p r o d u t o s e x i s t e n t e s na c o l ô n ia ,m a ­ n u fa tu r a d o s ou não, eram i n g l e s e s . I m p o r t a v a -s e água m i n e r a l , m a n te ig a , b i s c o i t o s , r e l ó g i o s , c h a p é u s , c o n s e r v a s , e t c . Todos de q u a lid a d e i n g l e s a . As l o j a s nas g r a n d e s c i d a d e s como S a lv a ­ d o r , R io , São P a u lo , Belém e R e c i f e , também eram c o n t r o l a d a s por i n g l e s e s , que haviam s i d o b e n e f i c i a d o s p e l o a c o r d o de 1310, e n t r e o g o v e r n o i n g l ê s e a F a m ília R eal P o r tu g u e s a . Por e s t e a c o r d o , a s s in a d o p e l o Lord S t r a n g f o r d e Souza C o u tin h o , M i n i s ­ t r o de D. J o ã o , as ta x a s a l f a n d e g á r i a s a p l i c a d a s aos p r o d u to s

i n g l e s e s , seriam i n f e r i o r e s a t é mesmo a os p r o d u t o s p o r t u g u e s e s , t r a z i d o s para o B r a s i l p or n a v io s p o r t u g u e s e s , I r o n i c a m e n t e , e s ­ t e a c o r d o , que t in h a i n i c i a l m e n t e d u ra çã o d e 14 a n o s , chamava- se A l i a n ç a e Amizade. " T r a t a d o s " deste, t i p o t o r n a r a m -s e contem ­ p o r â n e o s , com alguma a l t e r n â n c i a de p erson a g en s., Hoje ê comum

(29)

o E stad o, na n e c e s s id a d e d e s u p r i r alguma d e f i c i ê n c i a no a b a s­

t e c im e n t o ou complementar alguma n e c e s s i d a d e i n t e r n a , im portar p r o d u to s com tra ta m en to t r i b u t á r i o d i f e r e n c i a d o , b e n e f i c i a n d o aos im p o r ta d o r e s , normalmente g ra n d e s empresas ou r e p r e s e n t a n ­ t e s de gra n d es g ru p o s e c o n ô m ic o s ,

0 t r a t a t o A lia n ç a e Amizade v e i o p r e s s i o n a r a in d a mais o s pequenos em preendedores que, como uma econom ia s u b s i d i á r i a , supriam as n e c e s s i d a d e s b á s i c a s da c o l ô n i a . O segmento como uma p a r c e l a o r g a n iz a d a da s o c i e d a d e , a in d a não e x i s t i a , e cada em­

p r e s á r i o , tra b a lh a n d o is o la d a m e n t e , ch ega v a a t é mesmo a d e s c o ­ nh ecer a e x i s t ê n c i a de o u t r a s a t i v i d a d e s . A econom ia : e ra e s ­ tan q u e, e t o d o s o s s e r v i ç o s eram i n t e r - r e i a c i o n a d o s somente em uma c o n v e r g ê n c i a : o aten dim ento à C o r t e . Mas, mesmo i s o l a d o s , o s pequenos e m p r e s á r io s , com p e c u l i a r i d a d e s e c a r a c t e r í s t i c a s p r ó ­ p r i a s , j á faziam a n t e v e r a sua im p o r t â n c ia como s u p o r t e d a s o l i ­ g a r q u ia s f u t u r a s e na c r i a ç ã o de uma pequena i n d ú s t r i a t i p i c a ­ mente n a c i o n a l . E ste s e m p r e s á r io s apresentavam também o u t r a s c a ­

r a c t e r í s t i c a s : algun s eram l i g a d o s ao campo, como é o c a s o d o s f e r r e i r o s e o s cu rtu m es. O u tros eram e s s e n c ia l m e n t e u r b a n o s, e ­ x e r c e n d o a t i v i d a d e s em o l a r i a s , c a r p i n t a r i a s , c e r â m ic a s , meta­

l ú r g i c a s e s i d e r u r g i a s , em sua m a i o r i a o f í c i o s m e c â n ic o s .A a t i ­ v id a d e do em p resá rio da pequena a t i v i d a d e p r o d u t i v a , dadas as c o n d i ç õ e s s ó c i o - e c o n ô m i c a s , não e r a im p u ls io n a d a , fa z e n d o com que e s t e s e m p r e sá r io s d e s e n v o lv e s s e m uma econom ia unicam ente de s u b s i s t ê n c i a . Raros foram a q u e le s que transp useram o l i m i t e en­

t r e a e s ta g n a ç ã o e o c r e s c i m e n t o , l i m i t e e s t e que e r a im posto por um mercado c o n t r o l a d o por e m p r e s á r io s i n g l e s e s . A form ação é t n i c a d e s t e s e m p r e s á r io s , n e s t e p e r í o d o da h i s t ó r i a , eram em

(30)

sua m a io r ia p o r t u g u e s e s . Mas. a in d a h a v ia c a b o c l o s , que lidavam e s p e c ia lm e n t e com a c e r â m ic a , e a lg u n s n e g r o s , que j á conhecjam a s i d e r u r g i a na à f r l c a .

D o is d o m ín io s e c o n ô m ic o s c a r a c t e r i z a r a m o s é c u l o XIX.No p e r í o d o c o l o n i a l , o s c o m e r c ia n t e s i n g l e s e s c o n tr o la r a m t o d o o c o m é r c io de im p ortação e o a b a s t e c im e n t o i n t e r n o . No im p é r i o , e s t e d om ínio passou para a a g r i c u l t u r a , com o s se n h o r e s do c a ­ f é d e f i n i n d o o s rumos da p o l í t i c a e c o n ô m ic a . D e s t a q u e -s e ainda a im p o r t â n c ia , embora um t a n t o e fê m e r a , e s p e c ia lm e n t e na s e ­ gunda d é c a d a , d o s p l a n t a d o r e s d e m an d ioca. No f i n a l do s é c u l o XIX im p o r ta n te s mudanças p o l í t i c a s i r ã o a f e t a r t o d a a econom ia b r a s i l e i r a ; algumas d e s t a s mudanças i r ã o p r o p i c i a r um r e a s s e n - tamento para o e m p resá rio da i n c i p i e n t e i n d ú s t r i a n a c i o n a l . A p r i m e i r a d e s t a s mudanças o c o r r e em 1888, com a a b o l i ç ã o da e s ­ c r a v a t u r a , uma im p o siçã o i n g l e s a que n e c e s s i t a v a a m p lia r seu mercado con su m id or, como c o n s e q ü ê n c ia da R evolu ção I n d u è t r i a l por que passava a I n g l a t e r r a . A segunda m edida, que ê c o n s e ­ q ü ê n c ia da p r i m e i r a , se r á a ch egada no B r a s i l d o s im ig r a n t e s , c r i a n d o assim uma nova f o r ç a de t r a b a l h o e , p r in c ip a lm e n t e ,u m a nova m e n ta lid a d e d e n t r o da e co n o m ia , como r e s u l t a d o d e uma p r á ­ t i c a que j á e r a d e s e n v o lv id a p o r e s t e s mesmos im ig r a n t e s na Eu­

r o p a .

A p o l í t i c a econ ôm ica do E n c ilh a m e n to , a p l i c a d a p o r Rui Barbosa no l i m i a r da p r im e ir a R e p ú b lic a , buscava r e c u p e r a r o d é f i c i t d e ix a d o p e lo Im p é rio . Também e r a uma t e n t a t i v a de e q u i ­ l i b r a r o s iste m a e c o n ô m ic o , que d e v i d o as c a r a c t e r í s t i c a s a b s o - l u t i s t a s d o s se n h o r e s do c a f é , e s t a v a t o t a l m e n t e d e s e q u i l i b r a ­ d o em f a v o r da a g r i c u l t u r a . Rui B arbosa q u e r i a um c o m é r c io na-

(31)

c i o n a l i a t a e f o r t e , uma i n d ú s t r i a que s u p r i s s e ãs n e c e s s i d a d e s do p a i s e e v i t a s s e a im p o r ta ç ã o : q u e r i a , e n fim , e s t a b e l e c e r ura m aior e q u i l í b r i o de f o r ç a s d e n t r o do mercado que e ra t o t a lm e n ­

t e c o n t r o l a d o p e l o s c a f e i c u l t o r e s , Para o f r a c a s s o d e s t a p o l í ­ t i c a c o n tr ib u ir a r a inúmeros f a t o r e s : o i n c e n t i v o a uma ação e s ­ p e c u l a t i v a no m ercado, em d e t r im e n t o d e in v e s t i m e n t o s na p r o ­ d u ç ã o . F a to c o n se q ü e n te a uma e x c e s s i v a em issão de moedas, que o c a s i o n o u uma g i g a n t e s c a i n f l a ç ã o . Mas o s g ra n d e s in im ig o s d e s ­ ta eram o s r e p r e s e n t a n t e s do c a p i t a l e s t r a n g e i r o a l i a d o s aos c a - f e i c u l t o r e s . Apenas p ara e x e m p l i f i c a r , v a i se f a z e r uso d o e s ­ tudo f e i t o p o r R ichard Grahara, s o b r e a a t i v i d a d e d os homens de n e g ó c i o s , em b e n e f i c i o do c r e s c im e n t o d o p a i s , r e g i s t r a d o em seu l i v r o "G rã-B retanha e o i n i c i o da M od ern iza çã o d o B r a s i l " . I r i - neu E v a n g e lis t a de Souza, Barão de Mauã, começou suas a t i v i d a d e s de e m p re sá rio enquanto s ó c i o da im p o rta d o ra Richard C a rru th er ,no Rio d e J a n e i r o . Sua fir m a e r a a c i o n i s t a da R e c i f e And São F ra n - c i s t o Railway Company, p o s s u í a i n t e r e s s e s menores na Mina And Rio R ailw ay. A p r im e ir a empresa de c a p i t a l n o r t e - a m e r ic a n o no p a i s , a companhia de bondes Jardim B o t â n ic o , se e s t a b e l e c e u por in te r m é ­ d i o de Mauã. Embora Mauã s e j a apontado como o p r i m e i r o f i n a n c i s ­ t a d o t a d o de i d é i a s n a c i o n a l i s t a s e bravo com batedor da i n t e r f e ­ r ê n c i a e s t r a n g e i r a , o exame da docum entação da é p o c a m o s tr a -o en ­ t u s i a s t i c a m e n t e empenhado em a u x i l i a r e c o n t r i b u i r p ara o aumen­

t o do p o d e r i o b r i t â n i c o no B r a s i l . E o a u x i l i o dado p or Mauã pa­

r a o s e s t r a n g e i r o s não term in a a q u i. Segundo Graham, " f o i um d os p r i n c i p a i s in stru m e n to s usad os para fu n d a ç ã o da Submarine T e l e - graph Company Ltda* e com a e f e t i v a ç ã o da t r a n s f e r ê n c i a p ara f i r ­ mas i n g l e s a s , da Companhia de Navegação d o Amazonas, p assou para

as mãos de e s t r a n g e i r o s , 2 .6 0 0 .0 0 0 a l q u e i r e s de t e r r a s b r a s i l e i -

(32)

ras. "

D ian te d e s t a s d i f i c u l d a d e s p o l í t i c a s , e com a i n f l a ç ã o a t in g in d o i n d i c e s a s s u s t a d o r e s , t o r n a r a - s e im p o s s ív e l para Rui Barbosa c o n t i n u a r cora sua p o l í t i c a , mas a g o t a d 'á g u a v e i o quan­

do o s bancos d o s E stados U n id os, que haviam s u b s t i t u í d o os ban­

c o s in g l e s e s ., que eram o s u p o r t e da p o l í t i c a do im p é r io , s u s ­ penderam seus f in a n c i a m e n t o s . 0 p a í s , p ara p agar a d i v i d a , en­

tr o u numa profu n d a r e c e s s ã o e Rui B arbosa d e m i t i u - s e . F a z -s e i n d i s p e n s á v e l f r i s a r que um d o s m o t iv o s que c o n t r i b u ír a m s o b r e ­ maneira para o f r a c a s s o da p o l í t i c a do E n cilham ento foram o s c r i t é r i o s u sa d o s para a l i b e r a ç ã o de v e r b a s . A d q u ir id a s nos ban­

c o s a m e r ica n o s, para f i n s de in v e s t i m e n t o s na i n d ú s t r i a e c o ­ m é r c i o , e s t a s v e r b a s , em grand e monta, tinham d e s t i n a ç ã o p o l í ­ t i c o - p a r t i d á r i a e buscavam r e f o r ç a r as p o s i ç õ e s d o s c o r r e l i g i o ­ n á r i o s de Rui B arbosa.

0 fim d e s t a p o l í t i c a e c o n ô m ic a , e o a fa s ta m e n to d e seu c r i a d o r , acabou sendo fundam ental p ara o c i c l o que i r i a i n s t a ­ l a r - s e e dominar a p o l í t i c a b r a s i l e i r a a t é 1929. C o n tin u a v a -s e importando tu d o , m an ufatu rad os, bens d u r á v e i s e g ê n e r o s a l i ­ m e n t í c i o s , p o r o u t r o l a d o , o B r a s i l e x p o r t a v a g ê n e r o s t r o p i ­ c a i s de grande a c e i t a ç ã o na Europa. O B r a s i l a t r a v e s s o u t o d o o s é c u lo XIX p r e s o a um a lv a r á de D. M aria I , a s s in a d o em 1785, que mandava f e c h a r e p r o i b i a a a b e r t u r a de empresas manufatu­

r a d a s . C o in c id e n te m e n te , e s t a d a t a marca o f l o r e s c i m e n t o da Re­

v o lu ç ã o I n d u s t r i a l na I n g l a t e r r a , mas no i n í c i o do s é c u l o XX, e s p e c ia lm e n t e com a chegada d o s i m i g r a n t e s , oco rre ra m mudanças.

Os im ig r a n t e s em sua m a i o r i a i n i c i a l m e n t e c h e g a d o s da I t á l i a , tra zia m para o B r a s i l i d é i a s l i b e r a i s . Na Europa, além d o p r o ­ c e s s o c r e s c e n t e da R e v o lu ç ã o I n d u s t r i a l , o c a p i t a l i s m o e u r o -

(33)

peu e n c o n t r a v a - s e num e s t á g i o mais. avançado que o b r a s i l e i r o . A chegada d o s im ig r a n t e s aumentou o mercado con su m id or e f o r ­ mou uma c l a s s e que i r i a c o n t r a p o r - s e aos se n h o r e s do c a f é . N e s ­

t e choque c u l t u r a l , v a i s u r g i r no B r a s i l , p e l a p r i m e i r a v e z , o movimento o p e r á r i o o r g a n iz a d o e o segmento do e m p re sá rio da pequena unidade p r o d u t i v a v a i e n c o n t r a r um mercado e s p e c i f i c o . A econom ia d o s pequenos em preendedores que a té e n tã o e r a ape­

nas uma economia de a p o i o , a g o r a p a ss a a e n c o n t r a r m eios para se d e s e n v o l v e r . 0 aumento da p o p u la ç ã o , p o r sua v e z , também a b re a p e r s p e c t i v a p ara o su rgim ento das empresas p r e s t a d o r a s de s e r v i ç o s . Era a m icroem presa r a m i f i c a n d o - s e , a u x i l i a n d o a s u s t e n t a ç ã o do c r e s c im e n t o do p a i s . Alguns i m i g r a n t e s , no en­

t a n t o , formaram d esd e sua chegada uma nova b u r g u e s ia que não t r a d u z i a o s i n t e r e s s e s d o s pequenos em p reen d ed ores. E s te s r e ­ cém -ch ega d os vinham com o a p o io do c a p i t a l e s t r a n g e i r o , a t u a n ­ do aqui no B r a s i l como g e r e n t e s d e s t e s g r u p o s . É o c a s o d o - i m i ­ g r a n t e M a tarazzo, que ao c h e g a r no B r a s i l t e v e sua p r im e ir a f á b r i c a f i n a n c i a d a p e l o c a p i t a l i n g l ê s , no i n í c i o d o s é c u l o . D ia n te d i s s o , o s e m p r e s á r io s de m ic r o e m p r e s a s , r e p r e s e n t a d o s p e l o s f e r r e i r o s , p a d e i r o s , m a n u f a t u r e i r o s , e t c . fic a v a m cada v e z mais i s o l a d o s . 0 l a t i f ú n d i o da c a f e i c u l t u r a e a b u r g u e s ia n a s c e n t e , a p o ia d a no c a p i t a l e s t r a n g e i r o , d iv id ia m o p o d e r.O s t r a b a l h a d o r e s a n ta g o n iza v a m -se a e s t e s i n t e r e s s e s , a t r a v é s de movimentos que to rn a v a m -se ca d a d i a mais f o r t e s . E o s empre­

s á r i o s de m icro e m p re sa s , a q u e l e s que com seu t r a b a l h o de p r e s ­ t a ç ã o de s e r v i ç o s e de a p o io ã i n d ú s t r i a , s i g n i f i c a v a m a e s ­ t r u t u r a o p e r a c i o n a l do modo de v i d a da s o c i e d a d e , estavam mar­

g i n a l i z a d o s . Em seu n a s c e d o u r o , a p a r t i c i p a ç ã o do em p re sá rio

Referências

Documentos relacionados

C/COMP

“Trabalhar com a equipa Meu Super ajuda-nos a melhorar o nosso trabalho dia a dia, de forma a estarmos mais preparados para continuar a dar o melhor aos nossos clientes. A

SISTEMA DE JOGO: LUSITANO (Infantis e Juniores) MARCEL CORBILLON (Veteranos). DIRETOR DA PROVA:

A presente monografia de conclusão do Curso de Direito da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, elaborada pela graduanda Andréia Frainer, sob o título O valor

As empresas que não efetuaram o pagamento dos salários nas condições estabelecidas, conforme Cláusula de Reajuste e pisos salariais, considerando a data da

2- Discutir e debater a pauta da campanha salarial 2019 adequando-a a nova realidade bem como estabelecer um calendário de luta em defesa dos servidores e dos

2.585/17 – Paulo Henrique Maiolino: Manutenção na iluminação das Ruas 43 e 80 do Bairro Parque Rodrigo Barreto.

A partir dos resultados obtidos tornou-se possível confrontar as condições gerais encontradas nos dois tipos de instituições, que classificou pelo enfoque do avaliador as