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A MENINA QUE SABIA DE TUDO

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Academic year: 2022

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A MENINA QUE SABIA DE TUDO

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Maria França

A MENINA QUE SABIA

DE TUDO

Revisão: Nadir de Santana Capa e diagramação: Maria França

1ª Edição - 2014 São Paulo

ISBN:978-85-8196-827-8

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PREFÁCIO

Maria não nasceu chorando. Nasceu sorrindo para a parteira, já achando graça da situação. Maria é uma dessas raras pessoas que todo mundo quer ter por perto. De espírito leve e altruísta, bem-humorada e com uma capacidade incrível de espantar do cotidiano da vida aquela seriedade que com o tempo se transforma em amargura. Maria revela em suas crônicas que só haverá rotina enfadonha na vida se nós permitirmos e que o bom humor e a simplicidade são o caminho para sermos felizes.

Maria Felícia

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Agradecimentos

Às minhas famílias:

maranhense paraense paulistana

À Nadir, minha amiga querida que além de personagem, a incentivadora e dos textos, a revisora.

Aos amigos que viveram comigo as histórias que pude contar.

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SUMÁRIO

7...O choro da lagartixa

13...A menina que sabia de tudo 20...Cuncum

24...O quintal 29... O embaixador 36...Parábolas 40... A aposentadoria 44...O bicho folharal 49...A capital

54...Festa junina

58...O nascimento de uma lenda 63...Questão gastronômica 68...Cócegas

72...Na Imigrantes 77...O buquê

80...A vida imita a arte 84...Caipira, quem?

88...O nervo ciático 92...Tufão

95...O jogo de futebol 99... O azedinho

103...A lição de estatística 106...Confusão no estacionamento 112...A mesa

117... Coceira nas mãos 121...Reciclando 125...A barata e o boi 131...No cinema 135...À amiga

139...Gratidão literária

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O choro da lagartixa

O fardão de João Ubaldo. Uma herança imortal, mas nós “morrendo” de rir.

A TV da cozinha dava conta do enterro de João Ubaldo.

Enquanto esperávamos o cafezinho que eu fazia, íamos falando de como seria a operação para sermos herdeiras do tão falado fardão. O fardão, esse traje confeccionado em sarja inglesa na cor verde escuro

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com ramos de café bordados em ouro, o que o encarece, segundo as prefeituras, já que elas, em primeiro lugar, é quem deve oferecer a roupa ao seu ilustre filho. Se a cidade for muito pobre, o Estado é quem lhe fornecerá. De nós quem se achava mais habilitada era eu:

- Assim como ele, vim de uma ilha. A dele, Itaparica – BA, a minha no MA. Não vou dizer o nome agora para que o prefeito não fique preocupado, já que vai ter que desembolsar algo em torno de uns setenta mil reais, para pagamento da peça. Não é uma despesa comum.

- Não se esqueça que é caro. Possui fios de ooouuro.

Outro problema sério, levantado ali, na cozinha, é quem iria pagar. Espero que não tenha tanta discussão, como no caso de FHC (Fernando Henrique Cardoso). As prefeituras de RJ e SP levaram dias argumentando pelo direito de dar-lhe o formoso presente. Por isso, dizia à minha amiga:

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- Nasci no MA, vivi muito tempo no PA e há bastante tempo em SP. Será que vai dar briga?

Melhor se unirem prá não ficar pesado prá ninguém, incluindo a minha ilhota. Mas acho, que como é para a ABL, quem deveria pagar era o DF, assumiria o caráter nacional do fardão.

ABL para quem não sabe é Academia Brasileira de Letras. Dinheiro arrumado, vamos à obra.

- É, a Obra. Essa sim é a mais difícil. Ela começou e continuou:

- Você tem pelo menos uma frase, algum escritinho, para concorrer assim pelo fardão?

Ela também não tinha, mas ficou me cutucando. Eu argumentei:

- Sei que tem muita gente, escritor, de olho no Fardão, uns também de primeira viagem, como ela. Neste momento aparecia na TV da cozinha, Fernanda Torres, a filha da Fernanda Montenegro, dando uma entrevista.

Dias atrás ela esteve no Jô, falando do livro FIM, que

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ela escreveu, que pelo jeito era bom, pois ficava até em pé e segundo a avó dela, isso por si só já era um bom sinal. Falando em Jô, o Soares, um concorrente de peso. Rimos pelo “de peso”. O café ficou pronto:

- Uma delícia, aprovou ela.

Continuou me cobrando a obra. E eu prá ganhar tempo:

- Tá bom, tá bom. Amanhã vou começar a fazer um curso de redação, destes que tem na internet e em vinte e quatro horas você já sabe tudo. Vais ver!

Depois desta ameaça rimos a valer da nossa ousadia.

Nisso, ela está na minha frente, já que é dada às Letras, é professora dos idiomas, mas no resto, estamos no mesmo barco, queremos nos eternizar.

Uma hora a gente acha que é melhor plantar uma árvore, mas uma, diz:

- Árvore demora prá crescer!

Não tivemos filhos e adotado não vale. Passou. Só nos resta mesmo, para o caso da eternização, eu disse:

- Escrever um livro.

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Sei que bastaria. Mas, pode-se querer também o fardão, o Fardão do João Ubaldo. Outra sessão de risos.

Vale a intenção. Falando em intenção eu comecei a dizer e ela me interrompeu:

- Para, para. Certeza. Sei que já sabes sobre a Obra.

- É, comecei. E se a gente reescrever aquela obra do Ubaldo? Aquela que fala do não sei o quê do lagarto.

- O Sorriso do Lagarto, disse a cutucadora.

Não pode ser com o mesmo nome. Lógico que eu sei disso, mas a ideia é a seguinte:

- Vamos mudando tudo no livro, sinonimizando todas as palavras. A gente muda a numeração das páginas, por exemplo: se é numeral cardinal a gente põe em algarismos romanos.

Rimos muito desta grande mudança.

- Mudamos a capa, é fundamental, disse ela.

- A gente ajeita o livro bem ajeitadinho, uma cor bem diferente.

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12 - E o nome? Ela queria saber.

- O que você acha de “O Choro da Lagartixa”?

Na cozinha agora, era só risadas, gargalhadas mesmo.

Que bom é rir assim!

Isso sim é que é ser eterno, como João Ubaldo.

- Sua obra.

- O seu Casaco!

- Vá em paz, João!

Referências

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