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A importância da atividade turística associada às Salinas de Rio Maior para a sustentabilidade do território

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(1)

A importância da atividade turística associada às Salinas

de Rio Maior para a sustentabilidade do território

Paula Sofia Subtil Matias

(2)
(3)

A importância da atividade turística associada às Salinas

de Rio Maior para a sustentabilidade do território

Paula Sofia Subtil Matias

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre

em Marketing e Promoção Turística

Dissertação de Mestrado realizada sob a orientação

do Doutor Mário João Paulo de Jesus Carvalho

(4)
(5)

A importância da atividade turística associada às Salinas de Rio Maior para

a sustentabilidade do território

Copyright

Paula Sofia Subtil Matias

Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar – Peniche

Instituto Politécnico de Leiria

2012

A Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar e o Instituto Politécnico de Leiria têm

o direito, perpétuo e sem limites geográficos, de arquivar e publicar esta dissertação

através de exemplares impressos reproduzidos em papel ou de forma digital, ou por

qualquer outro meio conhecido ou que venha a ser inventado, e de a divulgar através de

repositórios científicos e de admitir a sua cópia e distribuição com objetivos educacionais

ou de investigação, não comerciais, desde que seja dado crédito ao autor e editor.

(6)
(7)

Dedicatória

Ao meu marido e grande amor, Sérgio, que

com o seu exemplo de companheirismo e

determinação me ajudou a enfrentar mais

este desafio.

Aos meus Pais, Mário e Olímpia, pelo apoio

incondicional

e

carinho

que

sempre

demonstraram ao longo de toda a minha vida

e pelos irmãos fantásticos que me deram.

Aos meus irmãos, Rui Pedro, Ana Isabel e

João Carlos,

o meu “porto de abrigo”, pelos

laços construídos que nos unirão para

sempre.

À minha sobrinha, Laura, pela magia que

trouxe às nossas vidas.

(8)
(9)

Agradecimentos

Ao meu orientador, Professor Doutor Mário

Carvalho,

por

acreditar

nas

minhas

capacidades para desenvolver este trabalho,

por todo o empenho e dedicação, pela

disponibilidade sempre demonstrada, pelo

saber, apoio e amizade.

Aos técnicos do Posto de Turismo das

Salinas de Rio Maior.

Aos responsáveis das entidades locais,

unidades de alojamento e restauração e aos

comerciantes das Salinas de Rio Maior pelas

entrevistas

concedidas,

contributo

fundamental

na

concretização

desta

dissertação.

Às minhas colegas de Mestrado: Ana Sofia,

pelo companheirismo e amizade e Victoria,

pela partilha de conhecimentos e incentivo

nos momentos mais difíceis, principalmente

neste último ano do meu percurso académico.

(10)
(11)

Resumo

Esta dissertação de mestrado pretende abordar, de uma forma científica, o impacto da

atividade turística associada às Salinas de Rio Maior, na criação de sustentabilidade no

território.

A presente investigação tem por objetivo desenhar um quadro demonstrativo da atual

oferta no destino Salinas de Rio Maior e simultaneamente identificar e caracterizar a

procura. Com os dados entretanto obtidos foram propostas e delineadas diferentes

estratégias de reposicionamento que em nossa opinião aumentará não só a taxa de

visitação como criará importante sustentabilidade para o território. Ainda com a

contribuição dos comerciantes locais e outras entidades de relevante interesse para a

região procurou-se conhecer e evidenciar o peso da atividade turística para a economia

local.

O estudo com duas distintas fases visou a relação entre a preservação do património

natural e cultural das Salinas de Rio Maior e a sua promoção turística. A primeira,

sustentada na pesquisa e revisão bibliográfica e a segunda por inquérito com a aplicação

de questionário e entrevistas para perceção da atividade turística enquanto motor do

desenvolvimento económico local.

No fundo pretende-se demonstrar que este destino,

dotado de forte potencial no que concerne a recursos turísticos, carece de infraestruturas

e de um plano de marketing para ambicionar obter dividendos económicos para as

gentes e territórios.

Verificou-se ainda serem alguns os investimentos levados a cabo pelo poder local, dos

quais resultaram não só um reposicionamento da atual oferta como um aumento da

procura. Contudo é essencial que, de forma articulada, todos os stakeholders assumam

as suas responsabilidades no que concerne ao desenvolvimento do destino; só assim

será possível conseguir um crescente aumento da taxa de visitação e paralelamente um

maior período de permanência dos turistas na região, fatores que associados levarão a

uma maior sustentabilidade.

Palavras-chave: Salinas de Rio Maior, Património Natural e Cultural, Atividade turística,

(12)
(13)

Abstract

This dissertation of master’s degree intends to approach, in a scientific way, the impact of

the tourist activity associated to Salinas de Rio Maior, in the creation of sustainability

within the territory.

This investigation aims to draw a demonstrative board of the real supply of Salinas de Rio

Maior as a destination and simultaneously identify and characterize the demand. With the

data obtained, different replacement strategies were suggested and outlined. In our

opinion, it will increase the visiting rate and will create sustainability within the territory.

With the contribution of local traders and other entities with relevant benefit to the region

we tried to know and to show clearly the tourist activity weigh to local economy.

This study with its two different stages aimed the relationship between the preservation of

natural and cultural heritage of Salinas de Rio Maior and its tourist promotion. The first

stage was sustained by research and bibliographic revision and the second by an inquiry

by applying a questionnaire and interviews to perception of tourist activity as a motive of

local economic development. In a word, it is intended to show that this destination,

endowed with strong tourist resources potential, requires infrastructures and a marketing

plan to aspire to obtain economic share to people and territories.

It was verified that some investments are carried through the local power which turns to

not only the repositioning of real supply but also the increase of

demand. However, it’s

important that, in an articulate manner, all the stakeholders assume all their

responsibilities as the destination development is concerned; only thus, it is possible to

achieve an increasing visiting rate and, at the same time, a bigger period of stay of

tourists in the region. If these factors are associated they will take to a bigger

sustainability.

Key words: Salinas de Rio Maior, Natural and cultural heritage, tourist activity,

(14)
(15)

Índice

D

EDICATÓRIA

...

V

A

GRADECIMENTOS

...

VII

R

ESUMO

...

IX

A

BSTRACT

...

XI

Í

NDICE DE FIGURAS

...

XV

Í

NDICE DE TABELAS

...

XVII

Í

NDICE DE GRÁFICOS

...

XIX

A

BREVIATURAS

...

XXI

I

NTRODUÇÃO

... 1

CAPÍTULO

I

-

R

EVISÃO DA

L

ITERATURA

... 5

1.1. Sal ... 5

1.2. Salinas de interior ... 7

1.3. Património Geológico ... 11

1.4. Geoconservação ... 12

1.5. Geoturismo ... 13

CAPÍTULO

II

-

S

ALINAS DE

R

IO

M

AIOR

-

P

ATRIMÓNIO

N

ATURAL E

C

ULTURAL COMO

R

ECURSO

T

URÍSTICO

... 15

2.1. Localização Geográfica e Acessibilidades ... 16

2.2. Caraterização histórica ... 16

2.3. Contextualização da Oferta Turística ... 22

2.3.1. Caracterização da Oferta turística nas Salinas de Rio Maior ... 23

2.4. Projetos desenvolvidos pela autarquia de Rio Maior ... 24

2.5. Projeção turística nos media ... 26

2.6. Evolução da Taxa de Visitação das Salinas de Rio Maior ... 27

CAPÍTULO

III

-

A

PROBLEMÁTICA DO DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO

:

T

RADIÇÃO VERSUS

M

ODERNIDADE

... 29

3.1. Planeamento do turismo como garante da sustentabilidade do território ... 29

CAPÍTULO

IV

-

M

ETODOLOGIA DE

I

NVESTIGAÇÃO

... 33

4.1. Justificação da escolha do Tema e Objetivos ... 33

4.2. Linhas orientadoras da investigação ... 34

4.3. Desenho da investigação ... 36

4.4. Questionário ... 38

(16)

4.4.2. Desenho do Inquérito por questionário ... 39

4.4.3. Variáveis Motivação e Satisfação - Escalas de medida ... 40

4.4.4. Pré-teste ... 43

4.4.5. Recolha de dados ... 44

4.5. Entrevista ... 45

4.5.1. Entrevistados ... 46

4.5.2. Construção da entrevista ... 47

4.5.3. Realização da entrevista ... 49

CAPÍTULO

V

-

R

ESULTADOS

... 51

5.1. Análise descritiva do questionário aplicado a visitantes das Salinas de Rio Maior ... 51

5.2. Análise correlacional ... 57

5.3. Análise das entrevistas ... 70

CAPÍTULO

VI

-

C

ONCLUSÕES

... 81

6.1. Apresentação e Discussão de resultados ... 81

6.2. Implicações e recomendações ... 84

6.3. Limitações do estudo ... 87

6.4. Futuras linhas de investigação ... 88

B

IBLIOGRAFIA

... 89

ANEXOS ... 93

A

NEXO

I

I

NQUÉRITO POR QUESTIONÁRIO APLICADO A VISITANTES DAS

S

ALINAS DE

R

IO

M

AIOR

... 95

A

NEXO

II

A

PRESENTAÇÃO GRÁFICA DA ANÁLISE DESCRITIVA DOS DADOS

... 101

A

NEXO

III

A

PRESENTAÇÃO DOS QUADROS DA ANÁLISE CORRELACIONAL

... 115

A

NEXO

IV

T

RANSCRIÇÃO DAS ENTREVISTAS APLICADAS A

U

NIDADES DE

A

LOJAMENTO

... 137

A

NEXO

V

T

RANSCRIÇÃO DAS ENTREVISTAS APLICADAS A

U

NIDADES DE

R

ESTAURAÇÃO

... 143

A

NEXO

VI

T

RANSCRIÇÃO DAS ENTREVISTAS APLICADAS A

C

OMERCIANTES

... 149

(17)

Índice de figuras

Figura 2.1 - Monte de Sal ... 20

Figura 2.2 - Casa de Madeira ... 20

Figura 2.3 - Fechadura e Chave de Madeira ... 21

Figura 2.4 - Queijos de Sal ... 21

Figura 2.5 - Réguas de escrita ... 21

(18)
(19)

Índice de tabelas

Tabela 1.1 - Destinos Turísticos Salgados ... 10

Tabela 2.1 - Obras bibliográficas que mencionam as Salinas de Rio Maior ... 17

Tabela 2.2 - Oferta Turística ... 24

Tabela 2.3 - Visitas/Atividades - Serviço Educativo da Casa Senhorial D’El Rei D. Miguel... 25

Tabela 2.4 - Visitas/Atividades - Posto de Turismo das Salinas de Rio Maior ... 25

Tabela 2.5 - Visitantes/Ano ... 28

Tabela 4.1 - Caraterização inicial da amostra ... 39

Tabela 4.2 - Estrutura do Questionário ... 40

Tabela 4.3 - Variáveis utilizadas no questionário... 43

Tabela 4.4 - Resultados do Pré-teste ... 44

Tabela 4.5 - Recolha de dados ... 45

Tabela 4.6 - Entrevistados ... 47

Tabela 4.7 - Estrutura das entrevistas semiestruturadas ... 48

Tabela 5.1 - Hierarquização da forma como tiveram conhecimento das Salinas de Rio Maior ... 53

Tabela 5.2 - Classificação - Produtos a adquirir/adquiridos nas Salinas pelos visitantes ... 55

Tabela 5.3 - Avaliação da Motivação para visitar as Salinas ... 55

Tabela 5.4 - Avaliação da Satisfação com a visita às Salinas ... 56

Tabela 5.5 - Classificação - Motivo para revisitar as Salinas ... 56

Tabela 5.6 - Perfil sociodemográfico ... 57

Tabela 5.7 - Correlações Hipótese 1 ... 58

Tabela 5.8 - Correlações Hipótese 2 ... 61

Tabela 5.9 - Correlações Hipótese 3 - Alojamento ... 65

Tabela 5.10 - Correlações Hipótese 3 - Restauração ... 66

Tabela 5.11 - Correlações Hipótese 5 ... 67

Tabela 5.12 - Opinião dos entrevistados relativamente ao interesse da atividade turística nas

Salinas de Rio Maior ... 70

Tabela 5.13 - Evidencia a opinião dos entrevistados sobre o acolhimento aos visitantes ... 71

Tabela 5.14 - Dependência económica dos comerciantes face aos visitantes ... 71

Tabela 5.15 - Percentagem anual ... 72

Tabela 5.16 - Opinião sobre a promoção/divulgação feita às Salinas de Rio Maior ... 72

Tabela 5.17 - Investimento da autarquia na promoção das Salinas na ótica dos comerciantes ... 73

Tabela 5.18 - Conhecimento relativo à promoção/publicidade ... 73

Tabela 5.19 - Alternativas apresentadas ... 73

Tabela 5.20 - Importância atribuída às Salinas no desenvolvimento económico da região ... 74

(20)

Tabela 5.22 - Opinião dos comerciantes sobre a Instalação de um Centro de Interpretação nas

Salinas ... 75

Tabela 5.23 - Comercialização de produtos locais ... 75

Tabela 5.24 - Sugestões para tornar as Salinas mais atrativas de forma a aumentar o volume de

receitas no território ... 76

Tabela 5.25 - Opinião dos comerciantes sobre o investimento da autarquia nas Salinas ... 77

Tabela 5.26 - Importância atribuída ao Prémio Geoconservação 2012 ... 78

Tabela 5.27 - Sugestões para tornar as Salinas mais atrativas ... 78

Tabela 5.28 - Perspetivas futuras para as Salinas ... 79

(21)

Índice de gráficos

(22)
(23)

Abreviaturas

CNUAD - Comissão das Nações Unidas para o Ambiente e Desenvolvimento

ESTM - Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar

IC - Itinerário Complementar

IP - Itinerário Principal

IPL - Instituto Politécnico de Leiria

IUGS - International Union of Geological Sciences

NTIC - Novas Tecnologias de Informação e Comunicação

OMT - Organização Mundial do Turismo

PNSAC - Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros

ProGEO

– Associação Europeia para a Conservação do Património Geológico

REP - Recreation Experience Preference

RNAP - Rede Nacional de Áreas Protegidas

SPSS - Statistical Package for the Social Science

(24)
(25)

Introdução

O turismo sustentável assenta na conservação e valorização do património e, em

simultâneo, no desenvolvimento social e económico de um destino, respeitando as

tradições dos habitantes locais e melhorando as suas condições de vida. Para tal,

torna-se estorna-sencial conhecer os visitantes e utilizar estorna-se conhecimento como instrumento

estratégico, no desenvolvimento e gestão da oferta turística.

A temática desta dissertação surge da necessidade de garantir a preservação do

património natural e cultural das Salinas de Rio Maior, assegurando, em simultâneo, uma

oferta de qualidade aos seus visitantes. Este equilíbrio permitirá o desenvolvimento da

atividade turística nas Salinas de Rio Maior, com destaque para a oferta de produtos

turísticos que permitam aos visitantes descobrir e compreender o destino turístico na sua

essência, sem colocar em causa a qualidade de vida dos habitantes locais e, pelo

contrário, contribuir para o aumento da sua economia.

A monitorização e subsequente gestão dos fluxos de visitantes, terão como principal

objetivo reduzir os impactos negativos na sustentabilidade do território e das gentes das

Salinas de Rio Maior.

A escolha do objeto de estudo, não deve ser encarado como uma coisa, mas sim como

um processo e não deve ser, de todo, nesta fase do percurso académico tirar à sorte um

qualquer tema ainda que curioso ou exemplar raro como se, só por isso, a escolha fosse

a mais acertada. Ainda que existissem diversos estudos sobre o tema, o mesmo podia

ser, sempre, tratado de uma outra vertente ou perspetiva muito própria, consoante o

interesse do autor pela respetiva área de investigação.

As Salinas de Rio Maior para além de ser um destino muito sui generis, é dos mais

antigos e atualmente o único em Portugal, onde se extrai sal-gema num sistema de

exploração a céu aberto com talhos. Talvez por isso mesmo, não seja difícil encontrar

vários trabalhos publicados, sobre as mesmas.

Aliada a estes fatores surge a motivação pessoal para, em primeiro lugar, desenvolver

um trabalho sobre um local que para a autora é próximo geograficamente e, em segundo

lugar, lhe é querido, tendo-a fascinado desde sempre pela sua beleza natural, a forma

artesanal de trabalhar o sal e o harmonioso conjunto de casinhas de madeira que mais

fazem lembrar, com os montes brancos ao fundo, um lugar de histórias de encantar,

mágico mesmo.

(26)

A questão de investigação subjacente ao nosso trabalho tem como principal propósito

salientar a importância da atividade turística na sustentabilidade das Salinas de Rio

Maior.

Tendo em conta o nosso objeto de estudo entendemos como objetivos: Caracterizar a

atual oferta no destino turístico Salinas de Rio Maior; e Identificar e caracterizar a procura

que valoriza destinos turísticos com estas características.

De forma a conseguirmos atingir os objetivos inicialmente propostos, definimos cinco

hipóteses:

H1.

As Salinas de Rio Maior são no dia da visita o principal destino turístico dos seus

visitantes

.

H2.

A atividade artesanal da extração do sal é o

principal motivo de atração turística

das Salinas de Rio Maior.

H3.

Os visitantes das Salinas de Rio Maior são os grandes responsáveis pela

ocupação na hotelaria e restauração local.

H4.

Os produtos que se vendem nas Salinas de Rio Maior são produzidos por

artesãos/empresas da região.

H5.

As infraestruturas existentes nas Salinas de Rio Maior satisfazem as

necessidades dos visitantes.

A metodologia consiste, basicamente, na operacionalização de um conjunto de processos

e técnicas que nos permitem obter resposta aos objetivos inicialmente traçados. Assim,

nesta investigação a metodologia usada foi quantitativa e qualitativa, pois só a utilização

complementar destes dois métodos aumentará a fiabilidade dos resultados (Bardin,

1999). Assim e tendo em linha de conta os objetivos da investigação, contemplámos

como instrumentos de recolha de informação o inquérito por questionário e a entrevista

semiestruturada.

A aplicação dos questionários nas Salinas de Rio Maior, permite-nos classificar os

visitantes de acordo com os seus consumos e identificar oportunidades, de forma a

aumentar a taxa de visitação.

A realização de entrevistas complementa o primeiro método, na tentativa de validar a

atitude de comerciantes e entidades locais perante a atividade turística nas Salinas,

procurando-se, obviamente, soluções para contornar a sazonalidade de um destino deste

tipo, através da criação de novos produtos turísticos e nas parcerias com outros destinos.

(27)

O desenvolvimento desta investigação levou-nos a estruturar o trabalho da seguinte

forma:

Capítulo I

Revisão da literatura que aborda as diferenças entre sal marinho e sal-gema e faz uma

breve exposição sobre as salinas de interior onde se enquadram as Salinas de Rio Maior.

Faz alusão ao fenómeno geológico como fator de atração, apresentando e

desenvolvendo o conceito de Património Geológico e a necessidade de preservar esse

mesmo património através da Geoconservação. Ocupa também lugar neste capítulo o

Geoturismo, um tipo de turismo que se desenvolveu neste âmbito e que contempla

também os aspetos culturais de determinado local (geossítio).

Capítulo II

Apresenta uma breve caraterização geográfica e histórica das Salinas de Rio Maior e

contextualiza a oferta turística atual ao nível de infraestruturas, produtos e serviços (no

decorrer da investigação). Nos Projetos desenvolvidos pela autarquia de Rio Maior,

apresentam-se as iniciativas em que as Salinas se encontram ativamente envolvidas e,

aquelas em que se encontram na fase inicial de envolvimento. A projeção nos media é

outro tema em destaque neste capítulo, com especial incidência nas matérias noticiadas

na comunicação social regional, nacional e internacional, vídeos na internet, redes

sociais, entre outras.

Capítulo III

Expõe no âmbito do desenvolvimento turístico a problemática de conciliar tradição e

modernidade, enquadrando o tema da sustentabilidade e defendendo o planeamento do

turismo como garantia para o conseguir.

Capítulo IV

Apresenta de forma detalhada a Metodologia de Investigação e as linhas orientadoras no

desenvolvimento deste trabalho

.

Identifica e caracteriza o mercado do lado da procura,

com base nos dados fornecidos pela Câmara Municipal de Rio Maior e pela aplicação

dos questionários, que depois de analisados e interpretados, dão a conhecer o perfil dos

visitantes das Salinas de Rio Maior, motivação á realização da visita e a satisfação com a

mesma.

As entrevistas diagnosticam a perceção da comunidade local (comerciantes, unidades de

alojamento e restauração) e a intervenção política e associativa nas Salinas de Rio Maior.

(28)

Em conjunto, os dois métodos fornecem os dados que nos permitiram, também,

percecionar as dificuldades/potencialidades deste destino.

Capítulo V

Apresentação dos resultados obtidos durante a execução da presente investigação.

Capítulo VI

Conclusões,

onde

apresentamos

a

discussão

dos

resultados,

implicações,

recomendações, limitações e sugerimos futuras linhas de investigação.

(29)

CAPÍTULO I - Revisão da Literatura

Numa conceção construtiva de aprendizagem, é fundamental que o conteúdo não seja

apresentado de forma expositiva e construtiva e deve, sempre que possível, introduzir-se

o tema através de informações que permitam alcançar outros conhecimentos. A

construção deste capítulo apresenta uma série de conceitos e a forma como estes se

relacionam, com o principal objetivo de contextualizar o tema desta dissertação, para que

o leitor compreenda a investigação realizada.

1.1. Sal

“O sal é tão velho como a Terra e esta foi a primeira obra da Criação” (Silva, 1966: 7).

Perde-se no tempo a referência ao sal mas acredita-se que foi na pré-história que o

Homem o usou pela primeira vez na sua alimentação, vindo mais tarde a fazer uso do

mesmo na conservação alimentar da carne e do peixe.

O sal, produto natural e essencial à vida humana, tem assumido, desde sempre, um

importante papel económico nas civilizações/países detentores deste bem. Desde a sua

descoberta têm-lhe sido, até aos dias de hoje, associadas novas formas de utilização. Os

egípcios usaram-no como forma de conservarem os seus mortos, os romanos

acreditando que a vida se prolongaria para além da morte, depositavam nos túmulos

bens que consideravam essenciais, entre eles o sal.

Considerado matéria por uns e simbolismo por outros, originou muitas atividades

mercantis e movimentos sociais, indicativo, muitas vezes, de progresso da própria

humanidade. É do sal que, utilizado noutros tempos como forma de pagamento de jornas,

advém a palavra salário que atualmente ainda se mantém.

A salinicultura, das mais antigas atividades no território português, tem por base dois

elementos fundamentais: a água do mar (com exceção das marinhas de sal-gema) e a

evaporação da mesma. Com excelentes condições geográficas e climáticas e a utilização

de técnicas adequadas ao desenvolvimento da indústria salineira, o sal português chegou

a ter, noutros tempos, lugar de destaque a nível mundial (Rau, 1984).

(30)

O conjunto de marinhas de determinada região pode ser denominado de salgado. Em

Portugal são diversas as denominações usadas nos locais onde se extrai o sal: salgados,

salinas, marinhas, marinhais, marinha, etc. Geralmente os salgados encontram-se

próximos do mar e Portugal, pela dimensão da sua orla costeira, é um país propício à sua

existência em grande número. É de salientar a importância do sal pela diversidade de

aplicações que pode ter (doméstica, industrial, agrícola, etc.).

Existem dois tipos de sal consoante o seu local de extração: o sal marinho e o sal-gema.

O sal marinho é obtido a partir da água do mar e apresenta-se em cristais de forma

cúbica com diferentes dimensões, o que o classifica comercialmente como fino, traçado e

grosso. Constituído essencialmente por cloreto de sódio tem ainda outras substâncias,

consideradas as impurezas do sal, e que habitualmente são aproveitadas por exemplo

para indústria de adubos. Quimicamente não é considerado puro, por conter na sua

composição corpos estranhos ao cloreto de sódio. A extração deste tipo de sal

consegue-se através da construção de reconsegue-servatórios de terra por onde consegue-se faz entrar a água do mar,

e este é sem dúvida o tipo de sal que predomina em Portugal.

O sal-gema, como o nome indica, é obtido das rochas nas profundezas da terra, é mais

rico em cloreto de sódio e por isso, considerado mais puro que o sal marinho.

Subdivide-se em subterrâneo e de superfície, de acordo com o local onde pode Subdivide-ser encontrado e,

por isso, varia na sua extração, conforme se pode verificar adiante.

Sal-gema subterrâneo - a sua extração consiste na construção de galerias subterrâneas

que permitem através de máquinas ou sondagem (injeção de água doce quente que

dissolvem as camadas subterrâneas de sal) retirar o sal sob a forma de salmoura.

Sal-gema de superfície - obtém-se através de nascentes de água salgada, que depois de

recolhida se expõe em talhos ao ar livre e se deixa evaporar, obtendo-se assim o sal.

Esta é a forma de extração que se verifica em Rio Maior.

A evaporação solar é entre os diversos modos de produzir sal, o mais artesanal e o mais

apreciado pelos consumidores, pela sua pureza e qualidade que apresenta. Os

problemas ligados à concorrência com outras formas de produzir sal, a dureza da safra e

a sua baixa rentabilidade, têm afastado novas gerações desta atividade, talvez por isso

comecem a ser encaradas numa outra perspetiva, que tem como objetivo último, a sua

preservação nas vertentes natural e cultural.

(31)

1.2. Salinas de interior

A existência de salinas de interior, por mais estranho que pareça, surge ainda, para

algumas pessoas, associada a lendas sobre galerias subterrâneas marítimas (braços de

mar) que se estendem até locais que ficam a muitos quilómetros do oceano. É

efetivamente verdade que a maior parte das salinas de interior têm origem no mar que há

200 milhões de anos, durante o Triásico Superior, chegou a cobrir a metade ocidental da

Península Ibérica. Fenómeno relativamente comum em alguns locais do continente

asiático e africano, apresenta-se quase como um fenómeno exclusivamente ibérico na

Europa, o que por si só constitui um forte argumento na sua recuperação e preservação

(Hueso, 2006).

Apesar de se conhecerem muitos inventários históricos, a diversidade de modelos

existentes devido a fatores geográficos, topográficos, hidráulicos e técnicos, dificultam um

levantamento completo e consensual sobre as salinas de interior na Península Ibérica.

A falta de conservação de algumas salinas deve-se ao facto de estas não terem sido

construídas com um objetivo estético mas sim produtivo, levando alguns investigadores a

apontarem causas ambientais, sociais e económicas para o seu abandono, tanto por falta

de interesse das entidades competentes como pelos seus proprietários, razão pela qual

se deve apostar na sua proteção e valorização.

A dependência das condições meteorológicas e o facto de só produzirem sal nos meses

mais quentes, o que as torna menos competitivas que as salinas de costa e, mais ainda,

com as minas de onde se pode extrair sal todo o ano, acaba por ser, no fundo, fator de

conservação, já que são essas condições que permitem que em lugares muito distantes

do mar se possa aceder a este recurso tão importante no consumo humano.

O abandono ligado ao êxodo rural e consequente afastamento das atividades artesanais,

dá todo o sentido à valorização das salinas, envolvendo a salvaguarda de ofícios

tradicionais associados à atividade salineira, que pode gerar mais emprego e levar ao

desenvolvimento de novos produtos. Poderá ainda contribuir para fixar população em

locais isolados e de menor dimensão, formar os seus

“novos” trabalhadores e mais

importante ainda criar sentimento de pertença nos seus habitantes.

(32)

O abandono por causas económicas decorre da pouca competitividade provocada pela

reduzida eficiência do processo tradicional, pela necessidade de mais mão de obra e pelo

produto que esteticamente ainda não se encontra desenvolvido. É o património natural e

cultural que deve impulsionar por exemplo a atividade turística, uma vez que locais como

estes têm para oferecer paisagens diferentes e experiências autênticas com o acréscimo

de produtos ecológicos que, cada vez mais, parecem estar na moda.

Tem-se assistido nos últimos anos a uma preocupação crescente com este tipo de

salinas e a uma mobilização, através da criação de associações e desenvolvimento de

projetos, no sentido da sua proteção tanto a nível do património tangível (construção,

ferramentas e utensílios) como intangível (tradição e métodos de trabalho).

O projeto transnacional Ecosal Atlantis “Ecoturismo nas salinas Atlânticas: uma estratégia

de desenvolvimento integral e sustentável” articula Património, Desenvolvimento territorial

e Biodiversidade e turismo natural, como fatores fulcrais no desenvolvimento turístico nas

salinas do Atlântico. Conta com a participação de 13 sócios de Espanha, França,

Portugal e Reino Unido, das mais diversas tipologias (museus, ecomuseus, municípios,

associações, etc.). A Câmara Municipal de Rio Maior é um dos envolvidos no projeto,

assumindo, obviamente, a realização de determinadas ações, e usufruindo neste âmbito

de uma intervenção nas suas Salinas a nível de infraestruturas de apoio à visitação

(Posto de Turismo), na melhoria de acessos (colocação de passadiços) e em projetos de

sinalética (placas de sinalização rodoviária e painéis interpretativos).

A Associação de Amigos de Salinas de Interior

1

é uma das associações que se tem

destacado pelo desenvolvimento do seu projeto, disponibilizando serviços através da

organização de eventos (conferências, seminários, etc.), assistência no âmbito do uso

público (planificação e turismo), planos de desenvolvimento local, projetos de

investigação com a publicação de artigos e divulgação (feiras). Esta associação é um dos

parceiros no Ecosal Atlantis.

1

Associação de Amigos de Salinas de Interior

– entidade sem fins lucrativos, criada em 2002 em

Siguenza (Guadalajara), com o objetivo de investigar, recuperar, valorizar e divulgar o património

natural e cultural das salinas. http://www.salinasdeinterior.org

(33)

Podemos ainda referir que do projeto Interreg-Sal derivam outros projetos, de menor

dimensão, com objetivos comuns que envolvem preservação, recuperação e valorização

de salinas e que têm sido desenvolvidos também em Portugal, com maior predominância

nas salinas de mar, o que é perfeitamente compreensível já que as únicas salinas de

interior atualmente em funcionamento são as de Rio Maior.

Apesar de se ter verificado em 2006 a reabilitação das Salinas da Junqueira em Monte

Redondo, Leiria, no âmbito de um projeto europeu, estas encontram-se, desde a altura

da sua conclusão (2007) ao abandono. Contudo, esta é uma situação que não deve

servir de exemplo, até porque há esforços por parte da Junta de Freguesia de Monte

Redondo, para a reverter.

Investigadores, entidades responsáveis e o comum cidadão deverão, isso sim, acreditar

nos projetos, mobilizando esforços para a sua concretização, encarando-os não a curto

mas a longo prazo, tendo como referência alguns bons exemplos de projetos desta

natureza como é o caso do Etnosal na preservação etnográfica das Salinas de

Castilla-La-Mancha, a aplicação do Plano Diretor que em 2000 permitiu recuperar as Salinas de

Anana, no país Basco, o Sal do Atlântico que veio impulsionar as Salinas de Aveiro com

a dinamização do Ecomuseu Marinha da Troncalhada e Centro Interpretativo e o ALAS

que envolveu em Portugal as Salinas da Figueira da Foz e do qual resultou o Núcleo

Museológico do Sal.

Poderíamos ainda apontar muitos outros exemplos de projetos e associações que

envolvem um conjunto de parceiros (entidades, produtores, etc.), que visam garantir às

gerações futuras um património tão rico e tão antigo como o aparecimento do mundo, no

entanto a quantidade e diversidade daria para um outro trabalho de investigação.

Mundialmente são muitos os locais onde podemos encontrar sal, há até quem acredite ou

refira que em todos os países se produz sal. Neste âmbito destacamos alguns dos

destinos turísticos mais salgados, nos quais, é claro, o sal apresenta-se como principal

fator de atratividade, conforme a tabela 1.1.

(34)

Tabela 1.1 - Destinos Turísticos Salgados

Alguns dos destinos turísticos mais salgados do mundo

Catedral de sal de Zipaquirá, Colômbia

Construída dentro de um túnel de minas de sal a 50 km de Bogotá, faz parte do Parque de la Sal, uma reserva natural de 32 hectares. Para se chegar até esta catedral, uma das mais belas construções da Colômbia, é necessário passar por catorze capelas, cada uma com uma cruz talhada nas paredes de sal.

Devil’s Golf Course, Estados

Unidos

No coração do deserto de Mojave, no estado americano de Nevada, no Death Valley National Park, a cerca de 80 metros abaixo do nível do mar. Entre Las Vegas e Los Angeles, o parque tem uma área conhecida como Devil’s Golf Course (o campo de golfe do Diabo), com extensões de cristais salinos e formações curiosas que lembram paisagens pré-históricas.

Grande Lago Salgado, Estados Unidos

Conhecido como “o mar morto dos Estados Unidos”, fica no norte do estado de Utah, a menos de uma hora de carro de Salt Lake City, e é o maior lago de sal do hemisfério ocidental, com cerca de 4 400 km². Tem uma dezena de ilhas com belas praias, que podem ser visitadas em cruzeiros de um dia.

Ilha do Sal, Cabo Verde

Deve o seu nome às suas ricas salinas e é, hoje, a ilha mais turística de Cabo Verde. A mais pitoresca vila é Pedra Lume, onde uma cratera de um extinto vulcão, com um túnel artificial escavado em 1804 permitiu a extração de sal, e de onde é possível vislumbrar um cenário arrebatador de salinas em tons de azul, rosa e verde, conforme o estado de formação do sal.

Lago de Qinghai, China

Situado entre as montanhas nevadas do Tibete e as pastagens da região chinesa de Qinghai, a 3200 metros acima do nível do mar, numa área de 4400 metros quadrados, este lago é ponto de encontro de pássaros migratórios durante os meses de março e junho, principalmente na Ilha dos Pássaros.

Lago Salgado Chott El-Jerid,

Tunísia

Maior lago de água salgada da África com uma extensão de 4.920 km², fica a 16 metros abaixo do nível do mar. Geralmente no verão, a temperatura de cerca de 50 graus faz com que seque sendo assim possível aos visitantes atravessá-lo. O reflexo do Sol no sal e em algumas espécies de algas dá um aspeto avermelhado à água. Usado como palco do clássico da ficção científica com lasers, Star Wars.

Mar Morto, Israel e Jordânia

Lago salgado com mais de 1000 km² entre Israel e a Cisjordânia.

Com uma salinidade de cerca de 27% impede a vida de seres marinhos, e tem a água tão salgada que torna possível que pessoas flutuem nela.

Minas de Sal de Wieliczka,

Polónia

Próximas da cidade de Wieliczka, no sul da Polónia, são exploradas desde o século XIII e chegam a atrair mais de um milhão de visitantes por ano, motivados principalmente pelas suas caraterísticas ímpares como uma dúzia de estátuas e uma capela construída pelos mineiros nas paredes de sal, onde até os próprios candeeiros são feitos de sal.

Montanha de Sal de Cardona,

Espanha

Situa-se a 90 quilômetros de Barcelona e tem uma imagem surpreendente numa região de castelos históricos que tornam a pequena cidade ainda mais atraente. Explora serviços de visitas guiadas dentro das minas, garantindo uma qualidade na visita onde é possível usufruir a exposição de esculturas talhadas em sal.

Salar de Uyuni, Bolívia

Maior deserto de sal do mundo, com cerca de 12 mil km² , fica na região boliviana de Potosí, a mais de 3 300 metros acima do nível do mar. Na época das chuvas, as planícies ficam cobertas de uma fina camada de água, que reflete as belas paisagens onde até é possível ficar alojado num hotel de sal no coração do Salar.

Salinas de Trapani,

Itália

No oeste da ilha italiana de Sicília caraterizam-se pela existência de moinhos brancos e piscinas salgadas, formadas pela evaporação da água marinha do Mediterrâneo. Situadas na rota do sal, entre Trapani e Marsala, estão cercadas por uma vida voltada para o mar, com pesca, colheita de corais e produção de sal.

Salinas Grandes, Argentina

Imensa salina de 8900 km² ocupa o noroeste da província de Córdoban no centro da Argentina. Situam-se numa falha tectônica com ventos constantes e são de uma imensidão branca que reflete o céu em época de chuvas.

(35)

1.3. Património Geológico

O fenómeno geológico que se verifica nas Salinas de Rio Maior despertou, desde

sempre, o interesse dos mais diversos investigadores no âmbito da geologia. Constantino

Botelho de Lacerda Lobo em 1812 terá sido um dos primeiros, a fazer referência ao sal

de Rio Maior no âmbito de experiências que levou a cabo em diversas salinas do país

para o trabalho de investigação “Memorias Economicas” da Academia Real das Sciencias

de Lisboa para o Adiantamento da Agricultura, e da Industria em Portugal, e suas

Conquistas.

O conceito de património desde sempre associado a monumentos e edificações

arquitetónicas, designa-se por património histórico. Com o passar do tempo este conceito

foi-se alargando a sítios, paisagens, formas de fazer e saber de povos e passa a ser

considerado noutras vertentes como a natural e cultural.

As Salinas de Rio Maior integram o conjunto de sítios de interesse geológico do Parque

Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC). Este Parque foi criado em 1979 com

o objetivo de garantir proteção do património natural, arquitetónico e cultural, desenvolver

atividades artesanais, renovar a economia local e promover o repouso e recreio ao ar

livre (Pereira et al., 2010).

O Decreto-Lei n.

o

142/2008 que regula a Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP)

define bem os conceitos de património geológico e geossítios, evidenciando a

geoconservação como um dos objetivos da sua gestão.

Em Portugal o património geológico, comparativamente com outros tipos de património,

tem sido votado ao esquecimento (Brilha & Carvalho, 2010). No entanto são cada vez

mais as iniciativas que envolvem inventariação e interpretação do património geológico a

fim de se garantir a sua preservação. Geoconservação é o nome que se atribui à forma

de defender e valorizar estes locais.

(36)

1.4. Geoconservação

Portugal, só no final da década de 80 e na década seguinte despertou para a

necessidade de conservar o seu património geológico, através de uma série de iniciativas

que marcaram o desenvolvimento da consciencialização pública e do poder político para

a desproteção em que se encontravam determinados locais de interesse geológico

(Brilha, 2005).

O Projeto Global Geosites da International Union of Geological Sciences (IUGS) em

cooperação com a Unesco, com início em 1996, teve como principal objetivo a

inventariação do Património Geológico a nível mundial. Para a concretização deste

projeto a IUGS criou o Global Geosites Working Group, assegurando a concretização do

mesmo na Europa pelo grupo ProGEO, Associação Europeia para a Conservação do

Património Geológico, nomeadamente pelos grupos de trabalho de cada país envolvido.

Em Portugal o grupo da ProGEO foi criado em 2000 e tem, desde então, desenvolvido

iniciativas de inventariar, classificar e conservar os locais com interesse geológico. No

âmbito do projeto e como forma de alertar os media para a importância do Património

Geológico, a ProGEO-Portugal decide que no dia 22 de abril, Dia da Terra, se

comemorasse também o Dia Nacional do Património Geológico e atribui anualmente

nesta data o Prémio Geoconservação à autarquia que se tenha destacado na proteção e

promoção do Património Geológico do seu concelho.

Este prémio que conta com a participação especial da National Geographic Portugal foi

em 2012, entregue à Câmara Municipal de Rio Maior pelo projeto de preservação e

divulgação das Salinas e do vale onde estas se encontram, através da candidatura

denominada

“O Vale Diapírico da Fonte da Bica/Ecomuseu Salinas de Rio Maior – Um

Património Geológico, Natural, Histórico e Cultural a Conhecer e a Preservar”.

Reconhecimento do trabalho desenvolvido pela autarquia tanto na preservação, como na

dinamização de atividades é, por si só, forma de valorização e divulgação das Salinas de

Rio Maior. A realização de visitas guiadas, estruturadas de acordo com o público que as

procura e as atividades desenvolvidas com crianças e jovens têm também funcionado

como forma de promoção, conjuntamente com a colocação de painéis interpretativos, que

apesar de ter em Portugal uma implementação muito recente, são destinados à

(37)

sensibilização do público para a geologia e para o património geológico, como recurso

indispensável na criação de medidas de geoconservação (Dias et al., 2002).

1.5. Geoturismo

O Geoturismo apresenta-se como um conceito recente no Turismo, mas sobre o qual se

têm construído diversas definições que, por vezes, chegam a ser controversas. É no

fundo um conceito à procura da sua própria ideologia, atributos e características para se

afirmar como definição, largamente aceite por todos os seus investigadores. O

Congresso Internacional de Geoturismo que decorreu em Arouca no ano de 2011 é disso

um bom exemplo.

A primeira definição apresentada pelo geólogo inglês Thomas Hose em 1995 envolvia um

“conjunto de serviços e facilidades interpretativas que possibilitam aos turistas a

compreensão e aquisição de conhecimentos de um sítio geológico e geomorfológico,

além da sua mera apreciação estética”.

Contudo no ano 2000 o mesmo autor reformula a

definição para o que passou a ser:

“ (...) disponibilização de serviços e meios interpretativos que

promovam o valor e os benefícios sociais de sítios com interesse

geológico e geomorfológico, assegurando a sua conservação,

para o uso de estudantes, turistas e outras pessoas com interesse

recreativo ou de lazer”.

(Hose, 2000:136)

A definição do Geoturismo foi, em 2002, construída conjuntamente pela National

Geographic Society e a Travel Industry Association

como “o turismo que mantém ou

valoriza o caráter geográfico de um lugar - seu meio ambiente, património, estética,

cultura e bem-estar dos seus residentes” (Stueve, Cooks, & Drew, 2002:22).

Newsome e Downling em 2006 (cit. Garofano & Govoni, 2012) consideram a geologia e a

geomorfologia como os componentes centrais do geoturismo, definindo-o como um

turismo baseado em beleza geológicas.

Estas definições permitem-nos considerar o geoturismo como o turismo que preserva de

forma sustentável a identidade natural e cultural de determinado local, com especial

(38)

enfoque no seu património geológico. Este tipo de turismo tem assumido, cada vez mais,

um importante papel na valorização do património através da sua divulgação, com o

objetivo de ser compreendido pelos seus visitantes mas, sobretudo com o intuito de

despertar nos mesmos, curiosidade sobre o local, permitindo assim que se construa uma

ligação emocional entre o visitante e o património geológico.

No âmbito

do projeto “Slow Itineraires”, Caetano & Lamberto (2012) apresentam o

“geoturismo slow”, que envolve um conjunto de percursos geoturísticos que permite de

uma forma simples e apelativa, divulgar cientificamente o património geológico,

permitindo o seu usufruto de forma sustentável mas numa vertente da promoção turística.

As ações desenvolvidas neste contexto diferem, obviamente, de acordo com o local ou

região em que acontecem mas pautam-se pelos mesmos princípios. Com o objetivo de

atingir uma grande diversidade de público que usufrua do presente, compreendendo o

passado de forma a garantir sustentabilidade, é de referir, como exemplo, a organização

de passeios pelo programa Geologia no verão do Ciência Viva. Foi, neste âmbito, que

participámos num desses passeios que incluiu uma visita às Salinas de Rio Maior.

Rio Maior, concelho extremamente rico em património geológico, tem todas as condições

para desenvolver o geoturismo, em particular nas Salinas, focado não só no seu

património geológico mas na identidade local, promovendo a autenticidade de um lugar

único em Portugal.

“O geoturismo implica uma consciencialização para o Património

Geológico, para que haja uma compreensão do meio. Neste caso

os processos geológicos com interesse científico podem ser

associados à beleza cénica tornando-se locais de interesse

geológico com potencial turístico. Pretende-se assim estimular o

conhecimento da Geodiversidade, a geoconservação e o

desenvolvimento sustentável.”

(39)

CAPÍTULO II - Salinas de Rio Maior - Património Natural e Cultural

como Recurso Turístico

A inclusão de elementos naturais como parte do património e o mesmo entendimento em

relação ao património cultural teve o seu momento decisivo com a Convenção para a

Proteção do Património Mundial, Cultural e Natural em 1972.

A ameaça e destruição deste tipo de património, a sua não preservação e a dificuldade

da proteção de tal património à escala nacional que por conseguinte pode levar ao

desaparecimento material da história de um determinado destino, fundamentaram a

realização desta Convenção que definiu património natural e cultural, a seleção de bens

naturais e culturais que podiam vir a ser inscritos na Lista de Património Mundial e

estabeleceu os deveres dos seus Estados membros na identificação desses bens e na

sua preservação (Convenção para a Protecção do Património Mundial, Cultural e Natural,

1972).

Considerando o património natural e cultural com um dos fatores fundamentais na

procura turística é de destacar o facto de Portugal ter, atualmente, 13 sítios inscritos na

Lista de Património Mundial (data de inclusão entre parêntesis): Centro Histórico de

Angra do Heroísmo nos Açores (1983); Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém em

Lisboa (1983); Mosteiro da Batalha (1983); Convento de Cristo em Tomar (1983); Centro

Histórico de Évora (1988); Mosteiro de Alcobaça (1989); Paisagem Cultural de Sintra

(1995); Centro Histórico do Porto (1996); Sítios Arqueológicos no Vale do Rio Coa (1998);

Floresta Laurissilva na Madeira (1999); Centro Histórico de Guimarães (2001); Alto Douro

Vinhateiro (2001); Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico (2004)

2

.

A utilização do património natural e cultural como recurso turístico é atualmente um

grande desafio para o Turismo. É fundamental evitar a sua descaraterização, controlando

as ações que possam colocar em causa toda a estrutura social e cultural que lhe está

associada. O estabelecimento de uma ligação coesa entre a população local será a base

para o desenvolvimento de um turismo sustentável, será no fundo o que lhes permitirá

ficar imunes aos impactos negativos da atividade turística.

(40)

2.1. Localização Geográfica e Acessibilidades

A cidade de Rio Maior, sede de concelho desde 1836, é um município composto por 14

freguesias, que abrange uma área de 277,4 Km2 e pertence ao distrito de Santarém

fazendo a confluência entre o Ribatejo e o Litoral. Localizada a 80 Km de Lisboa, 324 Km

do Porto, 50 Km de Leiria, 30 Km de Santarém e 20 Km de Caldas da Rainha, pode ser

localizada pelas seguintes coordenadas: 39º20 Lat. N. e 8º 53´2 Long. W.

Turisticamente integra a Região de Turismo de Lisboa e Vale do Tejo e tem como limites

territoriais, a norte, os concelhos de Alcobaça e Porto de Mós, a oeste, Caldas da Rainha

e Cadaval, a leste, Santarém e, a sul, Azambuja. É hidrograficamente um concelho muito

rico, com especial destaque para o rio Maior que deu nome à localidade e concelho.

As Salinas de Rio Maior, ou Marinhas do Sal, como habitualmente são denominadas, são

o verdadeiro símbolo desta região, tanto que têm lugar de destaque no escudo do

concelho.

Situadas na zona norte do concelho, ficam num vale tifónico a 3 km da cidade

de Rio Maior, e integram a área protegida do PNSAC

3

.

A nível de acessibilidades Rio Maior está no centro rodoviário da zona oeste do país com

o Itinerário Principal – IP6 e a Auto Estrada do Atlântico A15. Esta rede rodoviária é ainda

complementada pelo IC 2 (Estrada Nacional 1). Contudo, estas não são as únicas

acessibilidades que nos permitem chegar até às Salinas de Rio Maior. Se pensarmos nas

tecnologias que temos hoje ao nosso dispor, percebemos que é possível visitar lugares

onde por diversas razões nunca iremos estar fisicamente, ou por outro lado, incentiva à

visita.

Assim, as Salinas de Rio Maior estão acessíveis, como se costuma dizer, à distância de

um clique, através de sites e blogs institucionais e outros de cariz pessoal todos com o

objetivo de dar a conhecer o destino, no fundo comunicar aos outros a sua existência,

promovendo-o.

2.2. Caraterização histórica

Atribuem-se às Salinas de Rio Maior oito séculos de existência, por encontrarmos na

história referência ao ano de 1177 como a data em

que Pero d’ Aragão e sua mulher

(41)

Sancha Soares, venderam aos Templários a quinta parte que possuíam das Salinas de

Rio Maior e do poço que, segundo contam as lendas, foi descoberto ao acaso por uma

menina que pastava animais.

Classificadas como Imóvel de Interesse Público, através do Decreto-Lei n.

o

67/97,

consistem na exploração de sal-gema proveniente de águas que atravessam uma

extensa e profunda jazida de sal-gema que se estende entre Leiria e Torres Vedras,

formada há milhões de anos quando o mar chegou a ocupar a região.

Este é o fenómeno que explica a água que brota no poço existente, bem no centro das

“Marinhas”, que comparada com a água do Oceano, é sete vezes mais salgada por

conter 96% de cloreto de sódio, enquanto a do Oceano não vai além de 77 a 78%.

O seu enquadramento paisagístico e a distância a que se encontram do mar (30 km), são

fatores, que por si só, provocam alguma estranheza nos seus visitantes mas acima de

tudo um sentimento que chega a ser um misto de curiosidade e contemplação.

Uma pequena aldeia de ruas de pedra e casas de madeira com troncos de oliveira, junto

à qual se desenham irregularmente, na sua forma e dimensão, tanques lajeados que a

partir da primavera se enchem de água salgada dando depois, origem às pirâmides de

sal, são caraterísticas que possivelmente justificam o número de publicações e artigos

que, nos mais diversos âmbitos (geológico, turístico e cultural) têm sido dedicados às

Salinas de Rio Maior, dos quais destacamos os incluídos na tabela 2.1

Tabela 2.1 - Obras bibliográficas que mencionam as Salinas de Rio Maior

Documentos

1878

Pinho Leal

“Portugal Antigo e Moderno”

Faz referência à venda do poço no ano de 1177 e afirma que as Salinas de Rio Maior são provavelmente anteriores à

nacionalidade portuguesa.

1917 Paul Choffat Relatório sobre os resultados realizados nas “Marinhas do Sal”

1936 Carles Lepierre

Inquérito A Indústria do Sal em Portugal

“A exploração da água salgada do Rio-Maior é das mais pitorescas que se pode imaginar.”

1954

João Ferreira da Silva

Inquérito Comissão Reguladora dos Produtos Químicos

Apresenta “Salgado de Rio Maior”

1956

Salinas de Rio Maior – Sal sem Mar Publicação promocional editada pela Câmara Municipal de Rio Maior

“Todos os visitantes se sentem encantados ao visitar o local das Marinhas de Sal sem Mar, (...).”

“Merecem ser visitadas e admiradas.”

“Rio Maior é uma rica região turística que merece ser visitada e desvendada. Visite, pois, as Salinas de Rio Maior, um quadro inolvidável, onde se sentirá bem acolhido.”

(42)

1961

Georges Zbysewski

Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal

“A existência das águas salgadas de Fonte da Bica é conhecida, pelo menos, desde o século XII, data em que já eram exploradas marinhas neste local.”

1966

João Ferreira da Silva

O Sal

“Em nossos dias, em Portugal, na região de Rio Maior, onde existe um poço com água tão salgada que basta expô-la um pouco ao tempo para que deposite o sal que contém, este, por alturas da feira anual que alise realiza, é trocado por arroz.”

“a exploração do poço de Rio Maior parece datar de muitos anos antes de Cristo. É local aprazível e bastante visitado por turistas.”

1977

Georgette Goucha, Calado da Maia & Fernando Duarte

Marinhas de Sal de Rio Maior (oito séculos de História: 1177-1977)

Editado pela Cooperativa Agrícola dos Produtores de Sal de Rio Maior, C.R.L. no âmbito das comemorações do 8.º centenário

“De facto, a sua grande, extraordinária e maravilhosa virtude é ter no seu seio a mina de sal-gema que dá origem às Marinhas de Sal de Rio Maior, essa curiosidade da natureza que os homens, por rotina, têm mantido quase nos seus moldes primitivos e originais, e completa este ano oitos anos de história.”

“Os salineiros são agricultores da região, (...). Gente boa e sã, tem um enorme e justificado orgulho por não haver memória, nestes oito séculos conhecidos da existência das salinas, de qualquer questão por causa do uso da água do poço.”

“Apesar de certo apoio oficial, para pôr em marcha uma obra de modernização cujos reflexos socias são do maior alcance, dificuldades, desconfianças, apego ao tradicional, provocaram o impasse. (...) A produção de sal em Rio Maior tem forte significado na economia regional mas não existe um estudo económico rigoroso por falta de dados exactos, de estatísticas completas e reais.”

1977

Ciclo de Palestras na Câmara Municipal de Rio Maior no âmbito do programa das comemorações do oitavo centenário O Engenheiro Químico Nelson Sousa Duarte Técnico de 1ª classe da Comissão Reguladora dos Produtos Químicos e Farmacêuticos, apresentou uma breve visão socioeconómica relativa ao sal Georges Zbysewski apresentou “Considerações sobre a Jazida de Sal-Gema de Fonte da Bica (Rio Maior) ”,

“A produção mundial atingiu, em 1974, cerca de 170 milhões de toneladas, (...). Portugal ocupou 0 28.º lugar com um a produção de 512000 toneladas, das quais 302000 de sal-gema.”

“A presença de sal-gema em profundidade estava comprovada pela existência de águas salgadas tiradas do poço de abastecimento das marinhas de sal de Fonte da Bica.”

1979

Fernando Duarte “A História de Rio Maior”

“As salinas de Rio Maior, mina inexgotável de cloreto de sódio e riqueza para a economia nacional é uma das maiores riquezas e das maiores atracções turísticas do Ribatejo.”

1986

Maria Eduarda Gomes Pereira da Silva “ (...), sendo uma região com tantos recursos naturais, humanos e históricos porque não se tem difundido o turismo nesta região? (...) podemos dizer que as marinhas do sal não estão totalmente aproveitadas por falta de iniciativa e dos apoios necessários.”

1988

Nuno Francisco Pereira da Silva As Salinas de Rio Maior

“As Marinhas de Rio Maior constituem um património cultural que importa proteger, dado que são um exemplo vivo de uma forma de exploração do sal que se tem conservado, pelo menos, através dos últimos oito séculos continuando a oferecer grande interesse nas economias familiares dos “marinheiros”. Por este facto representam para o concelho de Rio Maior, um objecto de atracção turística que interessa valorizar e desenvolver.”

1996

Saúl António Gomes

Notas sobre a produção de sal-gema e de papel em Leiria e em Coimbra durante a Idade Média

(43)

2002

Ivan Carlos Costa

Salinas de Rio Maior – Um Património a Conhecer e a Preservar

Raul José Rainha Coelho

Aspectos geológicos do PNSAC e sua divulgação multimédia – um contributo para o ensino das Ciências da Terra

Dissertação de Mestrado em Património e Museologia, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

Dissertação de Mestrado em Geociências, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra

2005

Renato Neves

Os salgados portugueses no séc. XX – que perspectivas para as salinas portuguesas no séc. XXI?

“A exploração de salinas solares (em que o sal cristaliza por evaporação) a partir de nascentes salgadas - as chamadas salinas interiores, esteve até início do século XX restrita a Rio Maior, região que adaptou a sua tipologia própria, com uma nomenclatura muito particular, em que até os salineiros são designados por marinheiros, facto que não ocorre nos restantes salgados portugueses.”

2009

Carlos Calado & José M. Brandão Salinas interiores em Portugal: o caso das marinhas de Rio Maior

“A preservação e valorização deste conjunto patrimonial, mediante a instalação de um Centro de Interpretação, mais do que um acto de cidadania, constituiriam um veículo privilegiado de desenvolvimento e de reforço da identidade riomaiorense.”

Fonte: Elaboração própria

Atualmente, constata-se que a tradição perdurou no tempo, atravessando gerações que,

com orgulho, ostentam ainda métodos de trabalho. Contudo, alguma modernização mais

compatível com os dias de hoje também se faz sentir.

As curiosas “picotas”, que noutros tempos fizeram correr a água através das “regueiras”

até aos “talhos” e “esgoteiros”, que evaporava ao sol, dando depois origem ao sal, são

agora utilizadas, somente, em recriações históricas como é o caso da Festa do Sal, que

este ano, teve lugar no dia 15 de julho com o objetivo de divulgar a própria história das

Salinas e toda a sua componente cultural.

A água salgada é agora retirada do poço através de uma motor elétrico que a conduz aos

concentradores, oito tanques (5000 m2), que comunicam entre si, com capacidade para

um milhão de litros de água e onde se faz a primeira evaporação. A água segue depois

para a pia de distribuição que fica junto ao poço e por último para os “talhos”, em função

da sua proximidade com o poço, através das sete “regueiras” existentes.

Os “talhos”, que antigamente eram de terra batida e exigiam anualmente um moroso e

dispendioso arranjo, têm vindo a ser substituídos por talhos cimentados, lajeados e até

revestidos de materiais plastificados. A evaporação nestes dá-se, habitualmente, em seis

dias, significando por isso a produção semanal de sal por “talho”.

Imagem

Tabela 2.1 - Obras bibliográficas que mencionam as Salinas de Rio Maior  Documentos
Tabela 2.4 - Visitas/Atividades - Posto de Turismo das Salinas de Rio Maior
Tabela 2.5 - Visitantes/Ano
Figura 4.1 - Desenho de Investigação
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