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Auditoria operacional nas disponibilidades e imobilizado de uma entidade sem fins lucrativos

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS,

CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ANDRÉ LUIS FAGUNDES

AUDITORIA OPERACIONAL NAS DISPONIBILIDADES

E IMOBILIZADO DE UMA

ENTIDADE SEM FINS LUCRATIVOS

(Trabalho de Conclusão de Curso)

IJUÍ (RS)

2018

Ca ptu re a ate nçã o do leit or co m um a óti ma cita ção do doc um ent o ou use est e esp aço par a enf atiz ar um po nto

(2)

-ANDRÉ LUIS FAGUNDES

AUDITORIA OPERACIONAL NAS DISPONIBILIDADES

E IMOBILIZADO DE UMA

ENTIDADE SEM FINS LUCRATIVOS

Trabalho de conclusão de curso apresentado no DACEC - Curso de Ciências Contábeis da UNIJUÍ, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Prof. Orientador: MARCELO LUÍS DIDONÉ

Ijuí (RS), Novembro, 2018

[ Ca ptu re a ate nç ão do leit or co m um a óti ma cit aç ão do do cu me nto ou us e est e es pa

(3)

AGRADECIMENTOS

Quero agradecer primeiramente a Deus que me proporcionou as oportunidades ao longo da minha vida me apoiando sempre nos momentos difíceis e me ajudando a ultrapassar os obstáculos que surgiam ao longo do percurso com perseverança e determinação.

Agradeço aos meus pais Alberi e Marli e minha irmã Juliana, que me deram apoio e incentivo nas horas difíceis. Obrigada a minha namorada Caroline, que me estimulou durante toda elaboração do trabalho e compreendeu minha ausência pelo tempo dedicado aos estudos além de estar sempre me apoiando e auxiliando na obtenção de materiais e informações. Sou grato também aos meus amigos que não me deixaram ser vencido pelo cansaço sempre me ajudando a superar os momentos de preocupação. Meus agradecimentos as outras pessoas que de alguma forma também contribuíram para que o sonho da faculdade se tornasse realidade.

Agradeço ao meu professor orientador Marcelo Didoné, que aceitou o desafio de nortear a ideia inicial até o resultado final deste trabalho, agradeço sinceramente pela paciência, pelos conhecimentos e ensinamentos transmitidos além do incentivo e das cobranças feitas que acrescentaram em minha formação profissional e também em minha vida pessoal.

Agradeço a todos os professores do Curso de Ciências Contábeis da UNIJUÍ, que me auxiliaram desde o início da caminhada fornecendo os conhecimentos e esclarecendo todas as dúvidas que surgiram durante o processo de formação profissional, se tornando assim, pessoas muito especiais em minha vida.

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RESUMO

Atualmente nenhuma entidade pode deixar de lado as questões que envolvem os processos do ativo disponível bem como do ativo imobilizado, pois são áreas de muita importância que influenciam diretamente na saúde financeira da entidade. Efetivamente nos serviços de auditoria do ativo disponível e a auditoria operacional do ativo imobilizado possui o objetivo de medição e prevenção, com a finalidade de apurar e oferecer soluções para as inconsistências, servindo como método preventivo para eventuais demandas que possam surgir em face de alguma divergência. O presente trabalho tem por objetivo realizar uma auditoria operacional nas contas de disponibilidades no período de janeiro a junho de 2018, bem como auditar as contas do ativo imobilizado no período de janeiro de 2013 a junho de 2018 em uma entidade sem fins lucrativos, verificando a consistência dos procedimentos operacionais adotados em relação à gestão financeira e patrimonial perante a legislação vigente e as normas internas da organização. Constatou-se que os resultados apurados com a realização da auditoria operacional tem o objetivo de auxiliar e aprimorar os controles internos. Conclui-se que a auditoria operacional avalia e otimiza os processos internos das entidades aprimorando seu desempenho evitando desta forma possíveis multas e penalidades referentes a uma auditoria externa.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Fluxograma do controle de caixa ... 57 Figura 2: Fluxograma dos pagamentos das disponibilidades do caixa. ... 58 Figura 3: Fluxograma do recebimento das mensalidades e outros eventos dos sócios patrimoniais. ... 59 Figura 4: Fluxograma do recebimento das mensalidades dos sócios contribuintes .. 59 Figura 5: Fluxograma dos pagamentos em relação ao movimento bancário ... 60 Figura 6: Fluxograma dos valores a receber dos associados. ... 61 Figura 7: Fluxograma controle dos valores a pagar. ... 62 Figura 8: Fluxograma do procedimento de aquisição dos bens do ativo imobilizado. ... 62 Figura 9: Fluxograma do controle de baixa dos bens do ativo imobilizado. ... 63

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Programa de auditoria operacional nas disponibilidades e ativo imobilizado. ... 64 Quadro 2: Papéis de trabalho de auditoria - livro-caixa de 01/01/2018 a 31/01/2018. ... 67 Quadro 3: Papéis de trabalho de auditoria - livro-caixa de 01/02/2018 a 28/02/2018. ... 68 Quadro 4: Papéis de trabalho de auditoria - livro-caixa de 01/03/2018 a 31/03/2018. ... 69 Quadro 5: Papéis de trabalho de auditoria - livro-caixa de 01/04/2018 a 30/04/2018. ... 70 Quadro 6: Papéis de trabalho de auditoria - livro-caixa de 01/05/2018 a 31/05/2018. ... 71 Quadro 7: Papéis de trabalho de auditoria - livro-caixa de 01/06/2018 a 30/06/2018. ... 72 Quadro 8: Papéis de trabalho de auditoria - saldos livro-caixa de 01/01/2018 a 31/03/2018. ... 73 Quadro 9: Papéis de trabalho de auditoria - saldos livro-caixa de 01/04/2018 a 30/06/2018. ... 74 Quadro 10: Papéis de trabalho de auditoria - idoneidade documentação de 01/01/2018 a 31/03/2018 ... 75 Quadro 11: Papéis de trabalho de auditoria - idoneidade documentação de 01/04/2018 a 30/06/2018 ... 76 Quadro 12: Papéis de trabalho de auditoria - confronto entre livro-caixa e razão-contábil de 01/01/2018 a 31/03/2018 ... 77 Quadro 13: Papéis de trabalho de auditoria - confronto entre livro-caixa e razão-contábil de 01/04/2018 a 30/06/2018 ... 78 Quadro 14: Papéis de trabalho de auditoria - disponibilização dos extratos bancários de 01/01/2018 a 31/03/2018... 79 Quadro 15: Papéis de trabalho de auditoria - disponibilização dos extratos bancários de 01/04/2018 a 30/06/2018... 80

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Quadro 16: Papéis de trabalho de auditoria - lançamentos extrato bancário de 01/01/2018 a 31/01/2018 ... 81 Quadro 17: Papéis de trabalho de auditoria - lançamentos extrato bancário de 01/02/2018 a 28/02/2018 ... 82 Quadro 18: Papéis de trabalho de auditoria - lançamentos extrato bancário de 01/03/2018 a 31/03/2018 ... 83 Quadro 19: Papéis de trabalho de auditoria - lançamentos extrato bancário de 01/04/2018 a 30/04/2018 ... 84 Quadro 20: Papéis de trabalho de auditoria - lançamentos extrato bancário de 01/05/2018 a 31/05/2018 ... 85 Quadro 21: Papéis de trabalho de auditoria - lançamentos extrato bancário de 01/06/2018 a 30/06/2018 ... 86 Quadro 22: Papéis de trabalho de auditoria - idoneidade documentação de 01/01/2018 a 31/03/2018 ... 87 Quadro 23: Papéis de trabalho de auditoria - idoneidade documentação de 01/04/2018 a 30/06/2018 ... 88 Quadro 24: Papéis de trabalho de auditoria - confronto entre extrato bancário e razão-contábil de 01/01/2018 a 31/03/2018 ... 89 Quadro 25: Papéis de trabalho de auditoria - confronto entre extrato bancário e razão-contábil de 01/04/2018 a 30/06/2018 ... 90 Quadro 26: Papéis de trabalho de auditoria – alocação itens equipamentos de informática de 01/01/2013 a 30/06/2018 ... 91 Quadro 27: Papéis de trabalho de auditoria – alocação itens móveis e utensílios de 01/01/2013 a 30/06/2018 ... 92 Quadro 28: Papéis de trabalho de auditoria – alocação itens máquinas e Equipamentos de 01/01/2013 a 30/06/2018 ... 93 Quadro 29: Papéis de trabalho de auditoria – confronto itens equipamentos de informática x bens físicos de 01/01/2013 a 30/06/2018 ... 94 Quadro 30: Papéis de trabalho de auditoria – confronto itens máquinas e equipamentos x bens físicos de 01/01/2013 a 30/06/2018 ... 95 Quadro 31: Papéis de trabalho de auditoria – confronto itens máquinas e equipamentos x bens físicos de 01/01/2013 a 30/06/2018 ... 96

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Quadro 32: Papéis de trabalho de auditoria – baixas máquinas e equipamentos de 01/01/2013 a 30/06/2018 ... 97 Quadro 33: Papéis de trabalho de auditoria – baixas itens móveis e utensílios de 01/01/2013 a 30/06/2018 ... 98

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SUMÁRIO

RESUMO... 3

LISTA DE FIGURAS... 4

LISTA DE QUADROS... 5

1 INTRODUÇÃO...11

1.1 ÁREA DE CONHECIMENTO CONTEMPLADA ... 12

1.2 CARACTERIZAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES ... 13

1.3 PROBLEMA ... 14 1.4 OBJETIVOS ... 16 1.4.1 Objetivo geral ... 16 1.4.2 Objetivos específicos ... 16 1.5 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA ... 17 2 REFERENCIAL TEÓRICO...19 2.1 CONCEITUAÇÃO DE CONTABILIDADE ... 19 2.1.1 Importância da Contabilidade ... 20

2.1.2 Áreas de atuação da Contabilidade ... 21

2.1.3 Princípios de Contabilidade ... 22

2.1.4 Normas Brasileiras de Contabilidade ... 23

2.2 AUDITORIA ... 23

2.2.1 Origem da Auditoria ... 24

2.2.2 Conceituação de Auditoria ... 25

2.2.3 Objetivos da Auditoria ... 26

2.2.4 Tipos de Auditoria ... 27

2.2.5 Normas de Auditoria Interna ... 29

2.2.6 Planejamento de Auditoria ... 30

2.2.7 Programa de Auditoria ... 31

2.2.8 Papéis de Trabalho ... 32

(10)

2.3 AUDITORIA OPERACIONAL ... 37

2.3.1 Conceituação da Auditoria Operacional ... 37

2.3.2 Objetivos da Auditoria Operacional ... 38

2.4 AUDITORIA DAS DISPONIBILIDADES ... 39

2.4.1 Disponibilidades ... 39

2.5 AUDITORIA DO ATIVO IMOBILIZADO ... 43

2.5.1 Imobilizado ... 43

2.5.2 (-) Depreciações ... 45

3 METODOLOGIA DA PESQUISA...48

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 48

3.1.1 Do ponto de vista de sua natureza ... 48

3.1.2 Do ponto de vista dos objetivos ... 49

3.1.3 Do ponto de vista dos procedimentos técnicos ... 49

3.1.4 Do ponto de vista da abordagem do problema ... 51

3.2 COLETA DOS DADOS ... 52

3.3 ANÁLISE DOS DADOS ... 53

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS...55

4.1 DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS ADOTADOS PELA ENTIDADE EM RELAÇÃO AOS CONTROLES DAS DISPONIBILIDADES E DO ATIVO IMOBIIZADO ... 55

4.2 PROCEDIMENTOS de controle REALIZADOS NAS DISPONIBILIDADES E NO ATIVO IMOBILIZADO ... 56

4.2.1 Controle das disponibilidades de caixa. ... 56

4.2.2 Controle das disponibilidades do banco. ... 58

4.2.3 Controle dos valores a receber ... 60

4.2.4 Controle dos valores a pagar ... 61

4.2.5 Controle dos bens do ativo imobilizado ... 62

(11)

4.4 PAPÉIS DE TRABALHO ... 66

4.5 RELATÓRIO DE AUDITORIA ... 99

CONCLUSÃO...114

(12)

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho de conclusão de curso tem a finalidade de elevar o conhecimento em relação à área da auditoria operacional aplicando-a em uma entidade sem fins lucrativos.

Conforme destaca Franco (1997), o objetivo da contabilidade é controlar e interpretar os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, com a finalidade de fornecer informações sobre a composição do patrimônio e suas variações. Desta forma a auditoria é uma ramificação da contabilidade que tem o objetivo de controlar e identificar possíveis erros e fraudes.

Basso, Vieira e Brizolla (2016) evidenciam que a auditoria consiste em um método que realiza exame dos documentos e procedimentos das organizações, que visa averiguar os elementos patrimoniais e a fidelidade e fidedignidade dos demonstrativos, apontando erros e fraudes e oferecendo melhorias aos processos internos de controle das entidades.

Tendo a auditoria vários campos de atuação, o trabalho de conclusão de curso teve como intuito realizar um estudo na área de auditoria operacional nas disponibilidades e imobilizado de uma entidade que não visa lucro. Na percepção de Gil (2000) a auditoria operacional tem o objetivo de avaliar o nível de operacionalização das unidades da entidade, verificando o cumprimento das normas operacionais e estimulando a qualidade organizacional, contribuindo dessa forma com a otimização da sua atuação.

Sendo a auditoria operacional composta por uma estrutura dinâmica que contemple uma gestão financeira e patrimonial de organizações sem fins lucrativos, a auditoria busca gerar transparência a todos os seus associados, bem como os demais interessados nas suas ações.

O primeiro capítulo do trabalho contempla a contextualização do estudo que expõe a área do conhecimento, caracterização da entidade sem fins lucrativos, juntamente com a identificação do tema e a proposição do problema, sendo definidos na sequência a definição dos objetivos gerais e específicos juntamente com a justificativa da escolha da temática do trabalho de pesquisa.

O segundo capítulo evidencia o referencial teórico que abrange conceitos, definições e importância da contabilidade, bem como aspectos e a relevância da

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auditoria operacional realizada, dando ênfase às normas, procedimentos e técnicas utilizadas.

O terceiro capítulo demonstra a metodologia utilizada no trabalho de pesquisa, sendo definidos os parâmetros seguidos para a realização da coleta bem como a análise dos dados que foram utilizados na elaboração do trabalho de conclusão de curso.

O quarto capítulo evidencia a análise dos resultados obtidos na realização do trabalho de pesquisa, sendo descritos os procedimentos internos de controle adotados pela entidade, bem como a preparação do programa de auditoria, os papéis de trabalho e o relatório de auditoria que demonstra as constatações, recomendações e opiniões do auditor.

O quinto capítulo refere-se a conclusão da pesquisa elaborada, em que após as análises executadas é demonstrada as conclusões obtidas em relação ao problema definido como base para a pesquisa.

1.1 ÁREA DE CONHECIMENTO CONTEMPLADA

Desde o início da trajetória da humanidade a contabilidade esteve presente e atuando de forma significativa no desenvolvimento das entidades e também nações, sendo utilizada inicialmente na contagem de rebanhos e colheitas e posteriormente passou a ser elaborada de forma mais organizada e completa, gerando informações importantes para a tomada de decisão.

Conforme Franco (1997), o objetivo da contabilidade é controlar e interpretar os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, com a finalidade de fornecer informações sobre a composição do patrimônio e suas variações. Enquanto que Iudícibus (2000) entende que a finalidade da contabilidade é municiar os usuários de informações através da disponibilização de demonstrativos contábeis e financeiros, constituindo-se como elementos uteis que os ajudarão a tomar decisões mais confiáveis.

Tendo a contabilidade várias ramificações do conhecimento e abordagens de atuação, os principais campos que ela atua são a comercial, industrial, pública, de entidades sem fins lucrativos além da perícia contábil e a auditoria contábil.

A auditoria contábil, conforme Basso, Vieira e Brizolla (2016) consiste em um método que realiza exame dos documentos e procedimentos das organizações, que

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visa averiguar os elementos patrimoniais e a fidelidade e fidedignidade dos demonstrativos, apontando erros e fraudes e oferecendo melhorias aos processos internos de controle das entidades.

Basso, Vieira e Brizolla (2016) também afirmam que a auditoria contábil assume duas características, a de auditoria externa e a de auditoria interna. A auditoria externa é executada por profissionais contadores que possuem uma organização prestadora de serviços de auditoria independente possuindo diversos clientes sem um vínculo empregatício. Já a auditoria interna é exercida por profissionais contratados pelas entidades analisando os dados fornecidos pela contabilidade e administração e emitindo relatórios à alta administração das organizações.

Da mesma forma que as organizações com fins lucrativos, as entidades sem fins lucrativos também necessitam da atuação da auditoria para avaliação dos seus processos internos, além de um trabalho de prevenção contra fraudes e erros, sendo que essas entidades sem fins lucrativos na maioria das vezes são constituídas para satisfazer as necessidades de um determinado setor da sociedade. Conforme Paes (2003), as associações sem fins lucrativos são caracterizadas como a congregação de certo número de pessoas que se colocam para o fornecimento de atividades e conhecimento comum em prol de um mesmo ideal sem o intuito de gerar lucros, e por essa razão, o controle deve ser transparente e as informações econômicas devem ser passadas com clareza a todos os membros.

Sendo assim, o presente trabalho executou uma auditoria interna nas contas de disponibilidades (caixa e bancos) do período de janeiro a junho do ano de 2018 e a auditoria do ativo imobilizado do período de janeiro de 2013 a junho de 2018 de uma entidade sem fins lucrativos, com a finalidade de prevenir erros e fraudes, além de propiciar aprimoramento em relação aos processos internos desenvolvidos pela organização.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES

Para garantir a integridade da entidade auditada, no presente trabalho, não foi divulgada a identidade desta, sendo nominada como entidade “A”.

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A entidade “A” está situada na região noroeste do Rio grande do Sul na cidade de Ijuí, sendo que essa tem como finalidade principal promover a Integração Social, Esportiva, Recreativa e Cultural entre seus associados, não visando lucros.

É administrada por uma diretoria composta por um presidente, vice-presidente, primeiro secretário, segundo secretário, primeiro tesoureiro e segundo tesoureiro. Além disso, possui conselho fiscal que é composto por 03 representantes titulares e 02 representantes suplentes com a função de analisar os demonstrativos contábeis apresentados. Possui também conselho deliberativo que é composto por 04 membros efetivos e por 02 membros suplentes. Cabe a este conselho promover alterações nas normas internas além de definir a taxa mensal de contribuição dos associados.

1.3 PROBLEMA

A Ciência contábil é uma das áreas que atualmente está em ascensão devido as grandes mudanças ocorridas no cenário mundial e pela busca cada vez maior de informações e suporte decisório que tornem mais precisas a tomada de decisão dos gestores. Sendo assim, conforme Sá (2000) comenta que a contabilidade é uma ciência que estuda e controla patrimônio e suas variações, assim como destacam Basso, Brizolla e Filipin (2017) que a contabilidade é uma ciência que observa e controla o patrimônio das entidades através de métodos e princípios com a finalidade de evidenciar seus aspectos quantitativos e qualitativos registrando e gerando informações impactantes no ambiente em que a entidade está situada.

A Ciência contábil tem um vasto campo de aplicação, Basso, Brizolla e Filipin (2017) relatam que em qualquer lugar que existir um patrimônio definido e delimitado pode ser aplicada a contabilidade. Seus principais campos de atuação são a contabilidade comercial, industrial, pública, de entidades sem fins lucrativos além da perícia contábil e a auditoria contábil.

A auditoria contábil, conforme destacam Basso, Vieira e Brizolla (2016) é caracterizada como uma técnica contábil que é utilizada para analisar documentos e procedimentos a fim de se constatar a fidelidade e a fidedignidade dos demonstrativos e informações contidas na contabilidade da entidade. Além disso, atua também avaliando a situação da organização, visando orientar a administração no

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aprimoramento dos seus procedimentos internos a fim de garantir a continuidade e crescimento dos negócios da empresa.

A auditoria contábil assume duas características, a auditoria externa e a auditoria interna. Basso, Vieira e Brizolla (2016) definem que a auditoria externa é executada por profissionais liberais e autônomos, ou reunidos em sociedades. Esses profissionais atuam com a finalidade de examinar os registros e procedimentos, apresentando ao final do exame os resultados obtidos. Já a auditoria interna, por sua vez, é exercida por profissionais da área sendo eles empregados pela própria entidade, sendo que esses examinam as informações geradas pela contabilidade e a administração, verificando a confiabilidade dos demonstrativos e relatórios emitidos. Entende-se que a auditoria interna busca realizar as atividades relacionadas a eventos passados, já a auditoria operacional além de examinar os eventos passados também se preocupa com eventos do presente.

Na percepção de Gil (2000) a auditoria operacional tem o objetivo de avaliar o nível de operacionalização das unidades da entidade, verificando o cumprimento das normas operacionais e estimulando a qualidade organizacional, contribuindo dessa forma com a otimização da sua atuação. Para que a auditoria operacional alcance seus objetivos é necessário que a entidade realize adaptações nas suas rotinas, conforme orientam as normas operacionais, acompanhando a qualidade de sua atuação e revisando a dinâmica operacional da entidade.

Cabe salientar que a auditoria operacional pode ser utilizada em todas as organizações, sendo que essas organizações podem ser classificadas em entidades com fins lucrativos e sem fins lucrativos. Segundo Young (2009) as entidades sem fins lucrativos são as participantes do terceiro setor, sendo elas associações, fundações, e organizações de caráter recreativo, cultural, cientifico, entre outros.

Conforme menciona Paes (2003) o fato de uma organização não visar lucro, não reduz a necessidade de controle das suas atividades. Como esse tipo de entidade é constituída pela união de pessoas que prestam serviços ou desenvolvem atividades em beneficio a sociedade, em algumas situações até recebendo recursos financeiros do estado para auxilio de suas atividades, o compromisso com a idoneidade e transparência de suas ações ainda é maior comparada a uma organização que tem dois a três sócios.

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Em função disso, a auditoria operacional é importante para transparecer a todos os associados e ao estado como a administração da organização estão conduzindo os seus negócios e quais resultados a organização está apresentando. O objetivo é diminuir riscos e aumentar a confiabilidade da organização perante aos seus associados bem como a sociedade em geral.

Acredita-se que o grande objetivo da Auditoria Operacional é contribuir com a gestão das organizações, no sentido de restringir erros e fraudes, além de implementar novos controles internos, bem como aprimorar os já existentes. Diante do exposto, questiona-se: a estrutura e dinâmica de gestão financeira e patrimonial da organização sem fins lucrativos, cuja contabilização é realizada pelo laboratório contábil da Unijuí, é consistente, em termos legais e operacionais exigido pela legislação?

1.4 OBJETIVOS

É de fundamental importância definir os objetivos de uma pesquisa, sendo de suma importância determinar com lucidez quais são os objetivos gerais, bem como os objetivos específicos de um trabalho a ser realizado. Entende-se que os objetivos motivam os aspectos abordados na realização de uma pesquisa.

Tendo em vista o exposto, seguem o objetivo geral e objetivos específicos da pesquisa.

1.4.1 Objetivo geral

Realizar uma auditoria operacional nas contas de disponibilidades no período de janeiro a junho de 2018, bem como auditar as contas do ativo imobilizado no período de janeiro de 2013 a junho de 2018 em uma entidade sem fins lucrativos, verificando a consistência dos procedimentos operacionais adotados em relação à gestão financeira e patrimonial perante a legislação vigente e as normas internas da organização auditada.

1.4.2 Objetivos específicos

Para a confecção do presente trabalho foi necessário estabelecer um planejamento dos procedimentos a serem executados, os quais serão destacados:

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A - Fundamentar na literatura e relacionar à Auditoria Operacional, mais especificamente na área financeira e patrimonial.

B - Realizar verificações preliminares em relação aos procedimentos adotados pela entidade elaborando um programa de auditoria com o intuito de verificar os aspectos auditados.

C - Determinar quais os procedimentos de auditoria necessários para que os objetivos sejam alcançados e elencar os elementos mínimos de controle para o objeto de exame e sua funcionalidade.

D - Analisar a documentação da entidade verificando se a mesma cumpre o que determina as normas e os princípios de contabilidade, elaborando os papeis de trabalho, mencionando as constatações e recomendações.

E - Por fim, elaborar o relatório de auditoria. Depois de toda analise realizada é necessário apresentar as constatações, recomendações e conclusões feitas em forma de relatório sendo disponibilizado aos gestores da entidade.

1.5 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

O presente trabalho foi realizado na área de auditoria operacional e direcionado a área da auditoria das disponibilidades e auditoria do imobilizado de uma entidade sem fins econômicos.

Conforme Sá (2000) a auditoria tem como objetivos, sancionar situações contábeis, assinalar erros e fraudes, prevenir futuros erros e fraudes, propondo modificações internas e reforçando os processos já existentes das entidades, tornando assim a auditoria interna uma das mais eficazes ferramentas de controle administrativo que as organizações possuem.

Sendo objeto de pesquisa as entidades sem fins lucrativos, que são obrigadas a apresentar com clareza e transparência seus resultados obtidos, é de suma importância a realização desse trabalho, aprofundando o conhecimento da área pesquisada, onde se buscou

colocar em prática o conhecimento adquirido durante a graduação, além de iniciar um trabalho na área em que se pretende atuar.

A auditoria interna operacional é uma das ferramentas de controle interno mais eficaz que existe, auxiliando na prevenção de erros e fraudes, impedindo na

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maioria das vezes que a empresa sofra penalidades fiscais indesejadas em decorrência de práticas inadequadas.

Sendo assim, pretende-se orientar a entidade “A” em relação aos resultados que foram obtidos na pesquisa, atualizando seus métodos de controle e aperfeiçoando seus processos, diminuindo assim a probabilidade de ocasionar passivos referentes a multas, aumentando desta maneira a credibilidade da entidade em relação à sociedade.

No que concerne à universidade, acredita-se que a pesquisa agregou de forma significativa o acervo que a instituição possui, servindo de bibliografia para futuras pesquisas sobre o tema abordado, gerando assim uma forma de incentivo para próximos acadêmicos do curso de Ciências Contábeis e ao público que tiver acesso e se interessar pelo assunto.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico aborda os conteúdos utilizados para a elaboração do presente trabalho, apresentando de forma atualizada informações obtidas através de consultas em revistas, internet, artigos, documentos e demais materiais que ofereceram o conhecimento necessário para o desenvolvimento e o esclarecimento dos assuntos abordados.

2.1 CONCEITUAÇÃO DE CONTABILIDADE

A contabilidade teve início nos primórdios da humanidade, em que foi usada na contagem de rebanhos passando para a fase do controle das riquezas e continuando sua evolução até atingir o seu principal objetivo, que é o controle do patrimônio.

Basso, Brizolla e Filipin (2017, p.26) elucidam que a contabilidade é:

[...] conjunto ordenado de conhecimentos próprios, leis cientificas, princípios e métodos de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativos (monetário) e qualitativo (físico), e que, como conjunto de normas, preceitos, regras e padrões gerais, se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar informações de suas variações e situação, especialmente de natureza patrimonial, econômica e financeira e, complementarmente, controla, registra e informa situações impactantes de ordem socioambiental decorrentes de ações praticadas pela entidade no ambiente em que está inserida.

Barros (2005, p.17) também reforça o conceito de contabilidade como:

A contabilidade é uma ciência social que estuda e pratica as funções de controle e de registro relativas aos atos e fatos da administração e da economia. É desse modo, a ciência que trata do controle do patrimônio das entidades (empresas).

Tendo evoluído a ponto de ter como objetivo principal o controle patrimonial, o aumento da exigência da informação fez com que a contabilidade criasse ramificações, sendo confundida como uma ciência exata, mas conforme Iudicibus e Marion (2002) a contabilidade não é uma ciência exata, mas sim uma ciência social, pois a ação humana gera e modifica o fenômeno patrimonial.

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Sendo uma das ferramentas que fornecem uma gama de informações em tempo real e com precisão, a contabilidade ganhou espaço nas entidades desenvolvendo um papel muito importante no núcleo de tomada de decisões.

2.1.1 Importância da Contabilidade

Desta forma, a contabilidade se tornou uma ferramenta de vital importância dentro das entidades e para o desenvolvimento da sociedade em si, sendo destituída a imagem do contador como um calculador de tributos passando dessa forma a fazer parte da tomada de decisões importantes nas entidades.

Evidenciando a importância da tomada de decisão Iudicibus e Marion (2002, p. 41) entendem que:

[...] frequentemente, os responsáveis pela administração estão tomando decisões, quase todas importantes, vitais para o sucesso do negócio. Por isso, há necessidade de dados, de informações corretas, de subsídios que contribuam para uma boa tomada de decisão.

Os autores Iudicibus e Marion (2002, p. 41) complementam a importância da contabilidade ao afirmar que:

A contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-mensurando-os e sumarizando-mensurando-os em forma de relatórimensurando-os ou de comunicados, que contribuem sobremaneira para a tomada de decisões.

Basso, Brizolla e Filipin (2017, p.28) contribuem elucidando sobre o assunto mencionando que “a finalidade básica da contabilidade é de gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase para o controle e o planejamento e, contribuir nas decisões dos gestores”.

Desta forma, a contabilidade é de essencial importância para os administradores das entidades que visam lucro, pois ela oferece informações relevantes da situação financeira e patrimonial para a tomada de decisões precisas e em tempo real para o crescimento da entidade.

Não sendo só importante para as entidades, a contabilidade é um pilar que sustenta os órgãos públicos de fiscalização e controle, pois é ela que envia mensalmente, trimestralmente e anualmente tanto informações fiscais quanto

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informações patrimoniais da situação das entidades com e sem fins lucrativos, sendo a contabilidade a responsável pelo cálculo e elaboração das guias de recolhimento tanto no âmbito municipal, estadual e federal.

Desta forma a contabilidade é indispensável para ambas às partes, além de ser a principal forma de controle interno de uma organização, sendo requerida muitas vezes pelas instituições financeiras com a finalidade de embasar a ideia dos gestores promovendo ao banco uma certeza de pagamento, mostrando através das demonstrações contábeis a situação da entidade e a partir disso, criando credibilidade.

Com tanta responsabilidade sendo exigida da contabilidade e por ela se tratar de conteúdos muito abrangentes, ao longo do tempo foi necessário que ela designasse ramificações sendo criadas áreas diferentes de atuação, como será exemplificado na sequência.

2.1.2 Áreas de atuação da Contabilidade

Com o passar dos anos a exigibilidade das informações foram ficando cada vez mais continuas e imprescindíveis, desta forma a contabilidade evolui criando várias áreas de atuação, sendo cada uma delas voltada a uma atividade ou campo de aplicação.

Segundo Basso, Brizolla e Filipin (2017, p.31), elucidam que:

Tendo como objeto o patrimônio, pode-se afirmar que o campo da contabilidade é o mais amplo possível, pois onde existir um patrimônio definido é perfeitamente delimitado, pode também estar ai se definindo um campo de aplicação da contabilidade: micros, pequenas, médias e grandes empresas públicas e privadas, entidades sem fins lucrativos e de natureza social, cultural, recreativa, desportiva, associações e outras, propriedades rurais e pessoas físicas em geral, representam o amplo campo de aplicação da contabilidade.

É importante salientar que a contabilidade possui várias áreas de atuação, dentre elas destacam-se a perícia contábil e a auditoria contábil. Todas as áreas de aplicação observam as peculiaridades que cada uma possui para a análise e interpretação dos dados, mas ainda assim todas respondem a princípios básicos que norteiam a atividade em si, sendo eles tratados na sequência.

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2.1.3 Princípios de Contabilidade

Na percepção de Basso, Vieira e Brizola (2016, p. 14) os princípios de contabilidade:

[...] constituem-se em imperativos na lide contábil por parte dos contabilistas e na observação atenta dos auditores quanto a sua obediência por parte da entidade na adequada apreensão do patrimônio, no correto registro dos fatos contábeis, bem como na preparação e elaboração de seus demonstrativos contábeis.

Conforme a resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) n° 750/93 que trata dos princípios da contabilidade, o artigo 2° define que.

Os princípios da contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas a ciência da contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos cientifico e profissional de nosso país. Concernem, pois, à contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objetivo é o patrimônio das entidades.

E seu artigo 3° a mesma resolução do CFC define seis princípios da contabilidade sendo:

I. Princípio da entidade: esse princípio define o patrimônio como objeto da contabilidade;

II. Princípio da continuidade: Principio que pressupõe a continuação futura da operacionalidade das entidades;

III. Princípio da oportunidade: define que os componentes patrimoniais devem ser mensurados para oferecer informações integras e tempestivas;

IV. Princípio do registro pelo valor original: Define que os componentes do patrimônio da entidade devem ser registrados pelo valor original da transação;

V. Princípio da competência: determina que os registros contábeis devem ser reconhecidos nos períodos em que se referem, não levando em consideração o pagamento ou recebimento;

VI. Princípio da prudência: determina a adoção do menor valor para os componentes dos bens e direitos das entidades e a adoção do maior valor para os componentes das obrigações da entidade.

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É importante frisar que são esses os seis princípios da contabilidade que norteiam a profissão, mas não são os únicos parâmetros que a contabilidade deve observar, existem também as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCT) que são as diretrizes disciplinadoras da profissão.

2.1.4 Normas Brasileiras de Contabilidade

As Normas Brasileiras de Contabilidade classificam-se em Profissionais e Técnicas. Basso, Vieira e Brizola (2016) tratam sobre o artigo 3° da resolução 1.328/11 do Conselho Federal de Contabilidade, que menciona sobre as normas brasileiras de contabilidade profissionais se dividirem em: Norma Profissional Geral, Normas Profissionais do Auditor Independente, Normas Profissionais do Auditor Independente, Normas profissionais do Auditor Interno e Normas Profissionais do Perito.

Já as normas Brasileiras de contabilidade técnica, especificadas pelo artigo 4° da resolução 1.328/11 do Conselho Federal de Contabilidade são classificadas em: Normas de contabilidade Geral, Normas Brasileiras de contabilidade aplicadas ao Setor Público, Normas Brasileiras de contabilidade da Auditoria Independente, Normas Brasileiras de contabilidade aplicadas a Revisão de Informação Contábil Histórica, Normas Brasileiras de contabilidade de Asseguração de Informação Não Histórica, Normas Brasileiras de contabilidade aplicadas ao Serviço Correlato, Normas Brasileiras de contabilidade de Auditoria Interna, Normas Brasileiras de contabilidade de Perícia e Normas Brasileiras de contabilidade de Auditoria Governamental.

Tendo cada uma dessas normas, tanto técnicas quanto profissionais, orientações para a elaboração dos serviços, o presente trabalho utilizará as normas brasileiras de contabilidade geral e normas brasileiras de contabilidade de auditoria interna.

2.2 AUDITORIA

Com o crescimento e desenvolvimento das empresas bem como do patrimônio em si, surge a necessidade de controlar e verificar as informações geradas, desta maneira surge a auditoria contábil que visa verificar e controlar através de normas e princípios a elaboração da contabilidade.

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É a técnica contábil composta por um conjunto de normas e procedimentos específicos, utilizada por profissional qualificado (contador – portador do diploma de ciências contábeis), que visa sobretudo demonstrar a fidedignidade dos resultados econômico-financeiros indicados nas demonstrações financeiras de uma entidade em determinado período e se os princípios fundamentais de contabilidade foram observados em uma base uniforme.

Lins (2012, p.3) elucida sobre o assunto como sendo:

De maneira geral e simplificada, auditoria, seja ela qual tipo for, interna ou externa, significa conferencia, verificação, análise avaliação e, acima de tudo, comunicação dos resultados dentro de um determinado objetivo ao qual a auditoria se propõe.

Com a demanda cada vez maior pela eficácia das informações e pelo controle das despesas, a auditoria surgiu para suprir essa necessidade, controlando erros que geram passivos para as entidades bem como verificando as informações geradas para a tomada de decisão.

2.2.1 Origem da Auditoria

Segundo estudiosos da área, a contabilidade teve seus primeiros registros no século 14 na Inglaterra com o controle das contas da coroa. Mas conforme Boynton, Johnson e Kell (2002, p.34 apud Mautz e Sharaf 1961) citam as palavras de um historiador da contabilidade:

A auditoria começa em época tão remota quanto a contabilidade. Sempre que o avanço da civilização tinha implicado que a propriedade de um homem fosse confiada, em maior ou menor extensão, a outra, a desejabilidade da necessidade de verificação da fidelidade do último, tornou-se clara.

Com o surgimento e crescimento constante das entidades e tendo a contabilidade o objetivo de controlar o patrimônio e de gerar informações, tornou-se inviável o controle da totalidade dos eventos por apenas um grupo de colaboradores.

Conforme Attie (1992, p.26):

A partir desse momento, a administração passa a necessitar de alguém que lhes afirme que os controles e as rotinas de trabalho estão sendo habilmente executados e que os dados contábeis, com efetividade, merecem confiança, pois espelham a realidade econômica e financeira da empresa. A auditoria interna neste momento é concebida, tomam forma embrionária como uma atividade necessária para a organização e desenvolve-se a fim de seguir a

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gerencia ativa, concedendo-lhe alternativas, como ferramenta de trabalho, de controle, assessoria e administração.

Assim surge a necessidade da verificação e controle do trabalho elaborado e das informações prestadas pela contabilidade, Attie (1992, p.26) complementa que:

Cabe à auditoria interna, desde este instante, convencer a alta administração e seus executivos de que pode auxiliá-los na melhoria dos seus negócios, identificando áreas problemáticas e sugerindo correção, para obter destes o apoio necessário ao desenvolvimento de prestação de serviços a toda empresa.

Sendo assim, a auditoria vem para suprir as necessidades de controle das organizações gerando confiabilidade em suas demonstrações e é conceituada a seguir.

2.2.2 Conceituação de Auditoria

Conforme o Tribunal de Contas da União (2010) tem o entendimento de auditoria como sendo o exame independente e objetivo da economicidade, eficiência, eficácia e efetividade de organizações, programas e atividades com a finalidade de promover o aperfeiçoamento da gestão.

Basso, Vieira e Brizola (2016) definem auditoria como:

Técnica contábil que consiste no exame de documentos, livros de escrituração e de registros de atos administrativos e de fatos contábeis, bem como dos procedimentos de elaboração de demonstrativos contábeis, na busca da certificação da correção e lisura dos atos administrativos, operacionais e contábeis praticados, visando a mensurar o grau de confiabilidade dos mesmos e a fidedignidade dos dados e informações constantes das demonstrações contábeis geradas pela entidade.

Já Sá (2000, p.25) afirma que:

Auditoria é uma tecnologia contábil aplicada ao sistemático exame dos registros, demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de consideração contábil, visando a apresentar opiniões, conclusões, críticas e orientações sobre situações ou fenômenos, quer por ocorrer ou prospectados e diagnosticados.

Conforme Souza e Pereira (2004, p. 21 apud Holanda 1986) auditoria é o “Exame analítico e pericial que segue o desenvolvimento das operações contábeis, desde o início até o balanço”. Lins (2012, p. 3) define auditoria como sendo “[...]

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significa conferencia, verificação, análise e avaliação e, acima de tudo, comunicação dos resultados dentro de um determinado objetivo ao qual a auditoria se propõe”.

Basso, Vieira e Brizola (2016, p. 84-85) complementam a definição de auditoria ao contribuírem que:

Mais amplamente, é possível caracterizar a auditoria como uma técnica contábil que visa a examinar fatos, documentos, procedimentos e instrumentos de controle e registros – sejam eles contábeis ou auxiliares, a guarda e conservação dos elementos patrimoniais, a fidelidade e fidedignidade dos demonstrativos, relatórios e informações geradas pela contabilidade, bem como a lisura dos atos administrativos e operacionais da administração e funcionários da entidade, além da obediência aos dispositivos legais, estatutários, regimentais e normativos – de ordem externa e/ou interna a quem está sujeita a entidade, para o final certificar a confiabilidade dos demonstrativos contábeis e dos resultados revelados pela entidade em seus relatórios parciais e de gestão, destinados principalmente aos seus usuários externos. Complementarmente, a auditoria avalia a organização, os negócios e a situação da entidade examinada, para orientar sua administração na melhoria dos seus processos e procedimentos, com vistas a garantir a continuidade e o crescimento dos negócios, gerando ganhos, tanto aos proprietários e colaboradores, como a sociedade em geral como um todo.

Accounting Review (V. 47, apud Boynton, Johnson e Kell, 2002, p. 31) define auditoria sendo:

[...] um processo sistemático de obtenção e avaliação objetivas de evidencias sobre afirmações a respeito de ações e eventos econômicos, para aquilatação do grau de correspondência entre as afirmações e critérios estabelecidos, e de comunicação dos resultados a usuários.

Desta maneira, a auditoria é a técnica contábil que examina documentos, livros, registros e demais matérias buscando dados e confrontando-os com os registros das respectivas informações com a finalidade de verificar e comprovar se as execuções dos procedimentos contábeis estão em conformidade com os princípios e normas contábeis. Sendo assim os objetivos da auditoria são descritos em seguida.

2.2.3 Objetivos da Auditoria

A auditoria é a técnica de verificação dos documentos e demais materiais com o objetivo de analisar os resultados obtidos com os resultados apresentados na origem, dessa maneira verificando erros ou identificando fraudes.

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A auditoria, como uma técnica contábil específica, é um dos meios de que se utiliza a contabilidade para atingir seus fins, uma vez que o objeto de ambas é o patrimônio; a contabilidade cabe a vigilância sobre o patrimônio e suas variações e a auditoria a fiscalização dos procedimentos de registro, bem como a certificação da confiabilidade das demonstrações e informações contábeis por ela geradas.

Conforme Lins (2012) além destes objetivos há objetivos que não aparecem em segundo plano, mas a auditoria em uma entidade possibilita uma melhor segurança nos resultados apresentados, desestimula as possíveis fraudes, pois apresenta controle e acompanhamento dos dados gerados, além de gerar uma maior segurança para o investidor e melhora os controles e operações tornando-as mais seguras e eficientes.

Attie (1992) comenta que a auditoria tem o objetivo de examinar a integridade e fidedignidade das informações, examinar os sistemas estabelecidos, examinar operações e programas e verificar os resultados obtidos.

Desta maneira, sendo a auditora conceituada e demonstrado seus objetivos, existem tipos de auditoria que possuem caráteres diferentes conforme tratado a seguir.

2.2.4 Tipos de Auditoria

A auditoria é a técnica a ser utilizada pelos profissionais com bacharelado no curso de ciências contábeis e devidamente registrado no Conselho Regional de Contabilidade, sendo que se classifica em dois tipos: auditoria interna e a auditoria externa.

Conforme Lins (2012) a auditoria interna é conduzida por funcionário da própria empresa na qual a auditoria é executada e busca a identificação de não conformidades ou prevenção de falhas ou fraudes gerando maior confiabilidade nas demonstrações geradas. Já a auditoria externa possui a finalidade de aumentar o grau de confiança das demonstrações contábeis apresentadas na forma de que é expressa uma opinião sobre as demonstrações que asseguram que elas foram elaboradas envolvendo todos os aspectos relevantes e em conformidade com as normas brasileiras de contabilidade e legislação vigente.

Conforme Boynton, Johnson e Kell (2002) a auditoria externa é exercida por contadores que operam por conta própria ou são membros de empresas de auditoria que passam por exames específicos para serem credenciados e qualificados a tal

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prática. A auditoria interna, por sua vez, é exercida pelos próprios empregados da entidade, com o objetivo de ajudar a administração da entidade a cumprir de forma eficaz suas responsabilidades.

Conforme Attie (1992, p. 28-29) complementa sobre a auditoria interna: A auditoria interna é uma função independente de avaliação criada dentro da empresa para examinar e avaliar suas atividades como um serviço a essa mesma organização. A proposta da auditoria interna é auxiliar os membros da administração a desincumbir-se eficazmente de suas responsabilidades. Para tanto, a auditoria interna lhes fornece análise, avaliações, recomendações, assessoria e informações relativas às atividades examinada.

Conforme Basso, Vieira e Brizola (2016) a auditoria externa se caracteriza por ser executada por profissionais autônomos ou reunidos sob a forma de sociedade, que prestam serviços de auditoria sem nenhum vínculo empregatício, com a entidade auditada, mediante contrato que define os prazos para a análise e apresentação dos resultados.

Já a auditoria interna é executada por contadores empregados pela entidade auditada, tendo esses profissionais o acompanhamento de toda a movimentação que a entidade possui em tempo real, tendo muito mais dados relevantes para analisar bem como possuem maior facilidade de coação perante o empregador.

Basso, Vieira e Brizola (2016) afirmam que há alguns aspectos a serem levados em consideração em relação a diferenciação dos tipos de auditoria, como o grau de independência que o tipo de auditoria possui, sendo que a auditoria externa não possui nenhum vínculo com a entidade auditada, ela possui um grau de independência maior que a auditoria interna pois o auditor interno possui vínculo com a entidade auditada e possui uma maior probabilidade de ser coagido por superiores. Os interesses atendidos se constituem como outro aspecto a ser levado em consideração, sendo que as conclusões obtidas e relatórios elaborados pela auditoria interna geralmente atendem necessidades internas da entidade auditada visando corrigir possíveis erros. Já as conclusões e relatórios elaborados pela auditoria externa servem para a administração da entidade e também para os usuários externos.

A ênfase na aplicação das técnicas é muito diferenciada entre os tipos de auditoria, sendo que para a auditoria externa é valorizado os cálculos visando os ativos, passivos, custos, despesas e receitas, por outro lado os auditores internos

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visam os procedimentos e práticas administrativas e operacionais servindo da melhor forma a administração da entidade.

Por fim, o grau de profundidade dos trabalhos é muito diferenciado entre os tipos de auditoria, sendo que o método da auditoria externa pelo motivo de cumprimento de prazos e a analise ser feita em cima de amostras do todo, possui uma análise pouco profunda comparada ao auditor interno que possui muito mais tempo para seu trabalho além de possuir toda a movimentação da empresa em tempo real.

A auditoria interna oferece à administração os meios de identificação de todos os procedimentos internos bem como a melhoria dos seus controles e processos interno. Desta maneira, o presente trabalho ira abordar uma auditoria operacional elaborada na forma de auditoria interna sendo indispensável seguir as normas vigentes à auditoria interna para a elaboração de forma correta.

2.2.5 Normas de Auditoria Interna

Para assegurar a evolução das Ciências Contábeis e a aplicação do conhecimento atualizado e globalizado no exercício profissional, o Conselho Federal de Contabilidade tem a responsabilidade de elaborar e revisar as normas de contabilidade que todos os profissionais da área seguem.

Desta maneira, o Conselho Federal de Contabilidade determina que em relação a auditoria interna existem dois tipos de legislação a se observar, sendo elas as Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica da Auditoria Interna (NBC TI 01) conforme resolução 986/03 do Conselho Federal de Contabilidade, e as Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais do auditor interno (NBC PI 01) conforme resolução 781/95 do Conselho Federal de Contabilidade

As Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica (NBC TI 01) tem por objetivo conceituar a auditoria interna além de determinar seus objetivos, definindo também a finalidade e modo de elaboração dos papéis de trabalho que o auditor deve elaborar para salvaguardar seus trabalhos e definir a diferença entre fraudes e erros esclarecendo possíveis situações que o auditor possa encontrar.

Esta norma também elucida sobre a execução dos trabalhos a serem realizados, explicando e conceituando as etapas a serem seguidas pelo auditor para realização da auditoria, tais como o planejamento da auditoria interna, os riscos da

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auditoria interna, os procedimentos da auditoria interna, a amostragem a ser definida e também o processamento eletrônico de dados.

A norma elucida também a forma que as conclusões e recomendações elaboradas devem ser repassadas aos responsáveis, definindo a composição do relatório de auditoria interna, explicando e evidenciando o modo me que as conclusões e recomendações devem ser descritas para sua apresentação.

Já a resolução 781/95 do Conselho Federal de Contabilidade que trata das Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais do auditor interno (NBC PI 01), trata sobre as exigências que o profissional de auditoria deve suprir, tais como apresentar competência técnico-profissional, evidenciando que o contador auditor deve manter sua competência profissional atualizando seu conhecimento sobre as Normas Brasileiras de Contabilidade, técnicas contábeis, técnicas administrativas e a legislação aplicável à entidade auditada.

O profissional auditor deve apresentar também autonomia profissional além de ser responsável sobre o trabalho elaborado, sendo de sua responsabilidade, quando solicitado, responder sobre questionamentos de seus trabalhos.

Pode manter relacionamento com os profissionais de outras áreas, o auditor deverá manter sigilo sobre os dados e informações de seus trabalhos durante a duração do trabalho e mesmo depois de ter terminado o vínculo empregatício com o contratante da auditoria, não revelando para terceiros.

Essa norma também define a possibilidade de atuar em conjunto com o auditor independente, sendo necessário um prévio acordo com a administração, devendo colaborar apresentando cópia dos seus papeis de trabalho.

2.2.6 Planejamento de Auditoria

O Planejamento da auditoria é a organização dos métodos a serem aplicados para a obtenção dos objetivos propostos. Boynton, Johnson e Kell (2002) comentam que muitas falhas acontecem na auditoria, pois procedimentos importantes não são adotados ou porque as evidencias colhidas não são adequadamente avaliadas, desta forma, um bom planejamento de auditoria evita esses acontecimentos.

Conforme Basso, Vieira e Brizolla (2016, p. 170) definem que:

O planejamento de um serviço de auditoria, assim como o de qualquer outra atividade, pressupõe a definição de objetivos, ainda que de forma ampla e

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abrangente. Cabe ao auditor determinar de forma antecipada a finalidade do exame, para que possa estabelecer, a partir daí os objetivos específicos de cada parte da verificação.

Attie (1992) afirma que o auditor a partir da elaboração do planejamento da auditoria, inicia a execução do seu trabalho, que consiste na reunião, classificação e avaliação dos dados obtidos gerando dessa forma uma opinião consistente bem como recomendações de melhoria.

Lins (2012, p. 209) elucida que:

O planejamento da auditoria é a etapa do trabalho na qual o auditor independente estabelece a estratégia geral dos trabalhos a executar na entidade a ser auditada, elaborando-o a partir da contratação dos serviços, estabelecendo o alcance, a época e a direção da auditoria, para orientar o desenvolvimento do plano de auditoria de modo que possa desempenhar um trabalho eficiente e eficaz.

Já Araújo (2001, p. 66) comenta sobre o planejamento da auditoria:

O planejamento de auditoria é a fase inicial do processo auditorial. Nela o auditor obtém a compreensão geral do trabalho a ser feito, ou seja, definem-se as finalidades da ação a definem-ser realizada e identificam-definem-se as questões que deverão ser respondidas. Consoante recomenda a prática auditorial, o auditor responsável pela execução dos trabalhos deve planejar seus exames de modo a atender aos objetivos da auditoria de forma eficiente e eficaz. Desta maneira, o presente trabalho irá analisar as informações sobre a movimentação das disponibilidades do período de janeiro a junho do ano de 2018 e também a auditoria do ativo imobilizado de uma entidade sem fins lucrativos durante o período de janeiro de 2013 a junho de 2018, buscando verificar a veracidade das informações além de identificar e corrigir possíveis erros ou fraudes. Para que isso seja possível é necessário elaborar um programa de auditoria que será abordado na sequência.

2.2.7 Programa de Auditoria

Tendo estabelecido as ações do planejamento da auditoria, é necessário que seja elaborado o programa de auditoria, que conforme Boynton, Johnson e Kell (2002) neste programa serão registrados os procedimentos que o auditor acredita serem necessários além das estratégias a serem seguidas tendo como objetivo estabelecer os procedimentos que serão realizados durante os trabalhos de auditoria.

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Conforme Basso, Vieira e Brizolla (2016) o programa de auditoria deve atender a três pontos cruciais que permitem a avaliação adequada dos procedimentos e atividades sendo eles.

a) Determinar o que se quer: os objetivos específicos buscados a examinar as informações;

b) Determinar os procedimentos de auditoria necessários;

c) Determinar os elementos mínimos de controle para o objeto de exame. Lins (2012, p. 59) menciona que:

Os programas de auditoria visam, em última análise, dar um roteiro, um direcionador de procedimentos mínimos que se espera que sejam executados pelo auditor responsável pela área. São elaborados ou revisados para cada trabalho normalmente pelos seniores, supervisores ou gerentes. Sá (2000, p. 131) também contribui sobre o programa de auditoria ao mencionar que:

Tarefa preliminar traçada pelo auditor, que se caracteriza pela previsão dos trabalhos que devem ser executados em cada serviço, a fim de que este cumpra integralmente as suas finalidades dentro das normas cientificas da contabilidade e da técnica da auditoria.

Desta maneira, após planejar e programar a auditoria a ser realizada, onde o auditor já previu os trabalhos a serem realizados para a elaboração da auditoria, é alcançada a parte prática do trabalho em que o profissional auditor irá analisar, recalcular e comparar dados buscando divergências e inconformidades sendo necessário o registro de seu progresso, que se dará através dos papeis de trabalho, que serão abordados a seguir.

2.2.8 Papéis de Trabalho

Para que o auditor consiga seguir o programa de auditoria e elaborar a auditoria, é necessário que ele registre o seu progresso no trabalho realizado em documentos para que nenhuma observação lhe falte na hora de formar sua opinião, desta forma, esses documentos utilizados para o registro de seu trabalho realizado são denominados de papéis de trabalho.

Sá (2000) comenta sobre os papeis de trabalho sendo eles os papéis utilizados para transcrever dados, fazer anotações, analisar contas e demonstrar

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cálculos que servem como auxilio no desempenho das tarefas de auditoria e destinam-se a servir de elementos preparatórios na formação da conclusão do auditor no trabalho realizado, tendo um bom sistema de papeis de trabalho oferecendo uma perfeita ligação entre os diversos impressos.

Attie (1992, p. 183) comenta que:

Os papéis de trabalho formam o conjunto de formulários e documentos que contém as informações e apontamentos obtidos pelo auditor durante seu exame, bem como as provas e descrições dessas realizações; constituem a evidencia do trabalho executado e o fundamento da sua opinião.

Attie (1992, p. 183) ainda afirma que:

Embora os papeis de trabalho tenham procedido dos documentos originais que são de propriedade da empresa ou de informações obtidas diretamente da área em exame, os papéis de trabalho são propriedade exclusiva do auditor, devido, principalmente, a neles estar fundamentada a sua opinião.

Já Lins (2012, p. 54) corrobora sobre os papeis de trabalho ao mencionar que:

Para todas as áreas analisadas, o auditor precisa sempre formar opinião/juízo de valor, dentro do que o seu levantamento proporciona. Nesse sentido, os papeis de trabalho são elaborados de forma a deixar sempre um “rastro” do trabalho para que possa ser verificado pelo auditor que efetuará a revisão ou mesmo por terceiros quando efetivamente autorizado, uma vez que os papeis de trabalho possuem classificação de confidencial.

Conforme Basso, Vieira e Brizolla (2016, p.140 apud Normas de Auditoria Independente NBC T11):

[...] o conjunto de documentos e apontamentos com informações e provas coligidas pelo auditor, preparados de forma manual, por meios eletrônicos ou por outros meios, que constituem a evidencia do trabalho executado e o fundamento de sua opinião. Os papeis de trabalho são de propriedade exclusiva do auditor, responsável por sua guarda e sigilo.

Basso, Vieira e Brizolla (2016) complementam o entendimento sobre papeis de trabalho ao afirmarem que os papeis de trabalho devem possuir os aspectos de identificação, retratando que devem possuir elementos que possam identifica-los e diferencia-los, concisão, o conteúdo deve ser claro e sucinto evitando assim o surgimento de dúvidas, objetividade, o conteúdo abordado deve ser objetivo, logicidade, as informações descritas devem ser organizados de forma lógica com a

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finalidade de atingir os objetivos definidos, completude, o conteúdo deve ser completo em si, flexibilidade, os papes de trabalho devem ser dinâmicos e adaptáveis a diversas situações e por fim, organização, não devem apresentar rasuras ou borrões que possam ocasionar dúvidas sobre seu entendimento.

Os papeis de trabalho podem ser divididos em dois tipos, sendo os papéis de trabalho permanente, que são ligados diretamente à entidade que não variam de um período para outro como o estatuto social ou os planos de carreira profissional. E papéis de trabalho temporário que retratam as operações e situações examinadas pelo auditor, referentes às atividades administrativas da entidade.

Basso, Vieira e Brizolla (2016) ainda elucidam sobre a estrutura dos papéis de trabalho que mesmo apresentando flexibilidade devem seguir uma estrutura de organização, sendo:

- Cabeçalho: é a parte superior do documento, que é destinado a identificação do conteúdo, como a denominação da empresa de auditoria, o código do papel de trabalho, denominação da entidade auditada, objeto e objetivo do exame.

- Corpo: é a parte do documento destinada a anotação dos dados coletados e das informações que posteriormente servirão de prova do trabalho elaborado e base para suas conclusões e recomendações que devem ser descritas juntamente com as informações coletadas.

- Fecho: parte inferior do papel de trabalho, que irá apresentar o nome do auditor que elaborou sua rubrica e a data da elaboração além do nome do auditor que revisou o documento, sua rubrica e a data da revisão.

Depois da elaboração dos papeis de trabalho, será exigido do auditor que o mesmo expresse suas conclusões bem como suas recomendações à entidade auditada através de um documento sucinto e claro denominado relatório de auditoria.

2.2.9 Relatório de Auditoria

Depois de ter chegado a uma conclusão concreta, o auditor deve fornecer à alta administração da entidade contratante da auditoria um documento onde irão constar suas conclusões e recomendações referentes ao trabalho elaborado, tal documento é denominado de relatório de auditoria.

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O relatório de auditoria é a fase final do processo auditorial e consiste numa narração ou descrição ordenada e minuciosa dos fatos que foram constados, com base em evidencia concreta, durante os exames de auditoria operacional. Representa a fase mais significativa do trabalho e se constitui no seu produto final.

Araújo (2001, p. 107) ainda afirma que “o relatório é o instrumento técnico pelo qual o auditor comunica ou apresenta os resultados dos trabalhos realizados, suas conclusões, opiniões, recomendações e as providencias a serem tomadas pela administração”.

Conforme Sá (2000, p. 183) afirma que “em sentido amplo, o relatório é um informe ou apresentação de um estado que o auditor garante existir, porém com explicações detalhadas, com a apresentação das razões que conduziram ao seu parecer”.

Attie (1992, p.270) contribui ao mencionar que:

O relatório de auditoria constitui a forma pela qual se leva à administração o produto do trabalho do auditor. É através dele que a auditoria evidencia o serviço realizado mostrando à organização suas ideias, pontos de vista e sugestões que, uma vez implementados, constituem-se numa solidez de controles.

Já Basso, Vieira e Brizolla (2016, p.332) acreditam que:

O relatório é o produto do trabalho realizado e é por ele que o auditor informa as pessoas sobre o trabalho que realizou, o alcance abrangido pelo trabalho, a forma como o elaborou e as conclusões a que chegou, que ao final culminarão com sua opinião no parecer (relatório sintético) sobre o objeto da auditoria, em geral as demonstrações contábeis ou outras peças examinadas.

Basso, Vieira e Brizolla (2016, p.332-333) ainda complementam a ideia ao afirmarem que:

Pela importância que assume o relatório de auditoria no conjunto dos papeis e documentos que compõem o “dossiê auditorial”, ele deve ser redigido de forma clara, concisa, objetiva e imparcial, sem erros ortográficos e/ou de digitação que possam macular o trabalho realizado e o conceito do auditor. Ressalte-se que o documento deve relatar com fidelidade os trabalhos executados e os fatos observados, tomando-se o necessário cuidado para não omitir fatos relevantes, o que poderia trazer prejuízos a terceiros e pelos quais o auditor possa vir a ser responsabilizado.

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Desta maneira, o relatório de auditória pode ser classificado em dois tipos. Os relatórios formais, que são elaborados na forma escrita e estão sujeitos ao regramento das normas de auditoria. E também possui o tipo de relatório informal, o qual geralmente é apresentado da forma não escrita, ou seja, são repassadas as conclusões e recomendações aos gestores verbalmente.

O método do relatório formal ainda pode se subdividir em relatório analítico que representa um relatório mais longo que abrange além da opinião do auditor as demonstrações contábeis, notas explicativas e as informações complementares caracterizando assim como relatório analítico.

Já o relatório sintético ou parecer do auditor, conforme Basso, Vieira e Brizolla (2016, p.335) é importante a medida que:

O auditor tem como objetivos formar uma opinião sobre as demonstrações contábeis com base na avaliação das conclusões alcançadas pela evidencia de auditoria obtida e expressar claramente essa opinião por meio de relatório por escrito.

Basso, Vieira e Brizolla (2016) ainda comentam que este método possui normas especificas regidas pelas normas de auditoria independente, sendo necessários aspectos mínimos, sendo eles: título, o relatório sintético deve apresentar título devendo iniciar conforme recomendado de “Relatório do(s) Auditor(es) Independente(s) Sobre as Demonstrações Contábeis.”. Endereçamento, o documento deve ser endereçado a quem encomendou a auditoria. Opinião do auditor, deve apresentar a opinião e as recomendações do auditor sobre os dados elaborados. Base para opinião, deve ser incluso também as informações que concretizaram sua opinião. Responsabilidade da administração, deve ser descrito as principais responsabilidades da administração quanto aos procedimentos da escrituração contábil e a elaboração das demonstrações contábeis. Responsabilidade do auditor, deve ser descrita a responsabilidade do auditor sobre sua opinião dos dados analisados. Base para opinião com ressalva, deve conter, resumidamente, tanto para a opinião favorável, adversa ou abstenção de opinião, as informações e dados que fundamentam a opinião. Por fim, o fecho do parecer encerra o documento com o local e data em que foi assinado bem como a identificação do auditor e da entidade de auditoria.

Referências

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