RELATÓRIO FINAL
- Estágio Profissionalizante -
6º Ano do Mestrado Integrado em Medicina
Coordenador: Professor Doutor Rui Maio
Orientador: Doutor João Neves
Alexandre Patrício Mendes | 2014133 | Turma 2
2019/2020
Agradecimentos
O curso de Medicina não se faz sozinho. É necessária a intervenção de inúmeros indivíduos que, direta ou indiretamente, nos apoiam, ensinam e acima de tudo, nos moldam. A NOVA Medical School é uma faculdade única neste aspeto. E por isso começo por agradecer a todos aqueles que trabalharam para que esta “casa” se tornasse também minha. Refiro-me, assim, a todos os docentes e tutores que tiveram a sabedoria de conciliar a sua vida pessoal e profissional com as necessidades dos seus alunos, produzindo e integrando-os em atividades formativas, com o único objetivo de contribuir para algo maior. Destaco também todos os administrativos e colaboradores que me possibilitaram experiências únicas, através de um ensino moderno, agilizado e prático. Agradeço agora a todos aqueles que, de uma forma bastante relevante, me acompanharam nesta caminhada de querer ser melhor no futuro, como médico e como ser humano, em particular: Ao Professor Doutor Carlos Godinho, que deixa uma enorme saudade, por me ter acompanhado desde o primeiro momento em que entrei na faculdade, por me ter incutido um amor, outrora desconhecido, pela anatomia humana e por me ter transmitido a humildade, respeito e empatia que todo o bom médico deve possuir; À Doutora Margarida Sá Pereira, por ter transformado o meu primeiro estágio clínico numa experiência única, por todas as bases de medicina interna que me transmitiu e que até agora me acompanham e pela empatia que criou; A todos os médicos do serviço 1.2 e 1.4 de Medicina Interna do Hospital S. José, pelo apoio incondicional, amizade e formação que proporcionaram não só no 3º ano, como também no 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina; Ao Doutor Jacinto Rebordão, pela amizade e apoio que ofereceu; À Doutora Sara Oliveira, por ter tornado o meu estágio de Medicina Geral e Familiar numa experiência extremamente positiva, mantendo a preocupação de criar um ambiente de aprendizagem sério, mas também de amizade e entreajuda; Ao Doutor Henrique Cruz, ortopedista do Hospital Privado do Algarve, local onde realizei um estágio no âmbito do programa CEMEFs, pela paixão que me possibilitou desenvolver, por esta especialidade, pela paciência demonstrada face às incontáveis dúvidas que lhe coloquei e pela envolvência que me proporcionou no bloco operatório.
Termino agradecendo a todos os colegas dos diferentes anos que me apoiaram, aos amigos que para a vida criei e à minha família que, tanto nos momentos de alegria, como nos de frustração e ansiedade, estiveram sempre presentes.
Índice
1. Introdução...3
2. Estágio Profissionalizante...4
2.1 Medicina Interna...4
2.2 Cirurgia...5
2.3 Medicina Geral e Familiar...6
2.4 Pediatria Geral...7 2.5 Ginecologia e Obstetrícia ...7 2.6 Saúde Mental...8 3. Atividades Extracurriculares...8 4. Análise Crítica...9 5. Bibliografia...10 6. Anexos...11
I. Trabalhos realizados no âmbito do Estágio Profissionalizante……...11
II. Casuística...12
III. Conferências / Congressos Clínicos e Científicos...19
IV. Workshops...22
1. Introdução
O sexto ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) representa, não só, o término de uma importante etapa na formação médica, como também a ponte entre o universo académico e clínico. Deste modo, a sua estrutura consiste, maioritariamente, num percurso de 54ECTS preenchido por estágios profissionalizantes, nas diferentes especialidades basais que constituem a prática médica e cirúrgica. Paralelamente, decorreu também, ao longo do 2º semestre, a UC Opcional “Preparação para o Exame de Seriação para Ingresso nas Especialidades Médicas”, disciplina recente, com o objetivo de colmatar a incapacidade de realização de outras modalidades de ensino presencial, face à atual pandemia causada pelo SARS-CoV-2.
Tendo por base as linhas definidas no documento "O Licenciado Médico em Portugal”, as metas determinadas no consenso europeu de 2015 “Tomorrow ́s Doctors Outcomes for Graduates", os requisitos destacados nas fichas das diversas unidades curriculares parcelares que compõem o 6º ano e a minha experiência pessoal, destaco como objetivos fundamentais para a minha formação os seguintes pontos:
- Consolidação e revisão de conceitos teórico-práticos adquiridos durante os cinco anos
precedentes, com especial ênfase nos seguintes aspetos: colheita e elaboração de história clínica; realização do exame objetivo; colocação de hipóteses diagnósticas; requisição e interpretação de exames complementares de diagnóstico; formulação de uma proposta terapêutica com subsequente prognóstico.
- Integração em diversas equipas médicas e correspondente responsabilidade com um
aumento progressivo da complexidade das tarefas atribuídas.
- Desenvolvimento das técnicas de comunicação essenciais à prática clínica, com realce
na entrevista clínica e discussão de novas informações decorrentes do internamento.
- Confrontação de princípios ético-legais subjacentes à função médica. Promoção do
respeito e boa relação para com o doente, familiares e profissionais de saúde.
- Consolidação da autoconfiança na execução das tarefas desenvolvidas e o atenuar de
limitações prévias.
O presente relatório é constituído por um corpo do trabalho e uma análise crítica. O corpo integrará, primeiramente, a estruturação, objetivos gerais e atividades desenvolvidas nos estágios parcelares efetuados. De seguida, destaco as atividades extracurriculares realizadas ao longo do 6º ano do MIM que considero como mais relevantes, finalizando com a análise crítica.
2. Estágio Profissionalizante
O estágio profissionalizante teve início a 9 de setembro de 2019, cessando a atividade presencial, por declaração de Pandemia, a 9 de março de 2020. O ensino à distância terminou a 18 de Junho de 2020. De seguida, apresento uma tabela resumo da organização cronológica dos estágios.
2.1
Medicina Interna
No estágio parcelar de Medicina Interna defini como principais objetivos: desenvolver competências teóricas e práticas ao nível do diagnóstico e terapêutica das patologias mais prevalentes nesta especialidade; assumir maior autonomia na abordagem dos doentes; adquirir competências em priorizar e hierarquizar as várias situações clínicas que o doente pode apresentar; comunicar com as restantes especialidades hospitalares e requisitar a sua ajuda na avaliação de doentes; comunicar com os doentes sobre aspetos relacionados com os seus diagnósticos, terapêutica e curso clínico; referenciar doentes a outras áreas, consciencializando-me das dinâmicas do funcionamento interno hospitalar.
A enfermaria apresentou-se como o local privilegiado para o desenvolvimento das
Período de estágio Local de estágio Tutores Medicina
Interna
09/09/2019 a 01/11/2019 8 semanas
Serviço de Medicina 1.4 do Hospital São José
Dr. José Rola Dr. António Godinho Cirurgia Geral 04/11/2019 a 10/01/2020 8 semanas
Serviço de Cirurgia Geral do Hospital Beatriz Ângelo
Dra. Mónica Oliveira Medicina Geral e Familiar 20/01/2020 a 14/01/2020 4 semanas
USF Loures Saudável Dr. Sara Oliveira
Pediatria Geral
17/02/2020 a 13/03/2020 4 semanas
Serviço de Pediatria Médica 5.1 do Hospital Dona Estefânia
Dr. António Bessa Almeida Ginecologia e Obstetrícia 16/03/2020 a 17/04/2020 4 semanas
Teletrabalho Prof. Dra.
Teresinha Simões
Saúde Mental
20/04/2020 a 15/05/2020 4 semanas
Teletrabalho Prof. Dr. António Miguel Talina
atividades, onde foi possível discutir e redigir os diários de 1-4 doentes, tal como propor um diagnóstico diferencial, exames complementares de diagnóstico ou um ajuste terapêutico com base na informação recolhida. Para além disso, apresentei semanalmente dois doentes na Visita Clínica e acompanhei um grupo de dois alunos do 3º ano ao longo de seis semanas. A patologia mais observada foi o Acidente Vascular Cerebral (isquémico e hemorrágico), sendo todos os doentes do sexo masculino.
Para além do trabalho desenvolvido na enfermaria participei ainda, no Serviço de Urgência, em quatro momentos diferentes, local onde me foi atribuída a responsabilidade de avaliar doentes sozinho, com posterior discussão. Tive ainda a oportunidade de contatar, com diversas patologias, permitindo uma importante consolidação de variados conceitos previamente estudados. No âmbito da Consulta Externa assisti a cinco consultas de Hipertensão Arterial. Apresentei ainda quatro temas, nomeadamente Equilíbrio Ácido-Base, S. Febril Indeterminado, Conceitos gerais de Antibioterapia e Coma, para o Dr. José Rola, com o intuito de rever, aprofundar e discutir conceitos úteis para a prática clínica. Em conjunto com a minha colega Rebeca Santos, realizei uma sessão clínica para o serviço de Medicina Interna 1.4, denominada de “Rir é o melhor Remédio”, tema este que reflete a eficácia do riso e distração no tratamento da dor, com possíveis pontos de aplicação no respetivo serviço.
2.2
Cirurgia Geral:
Defini como principais objetivos no âmbito da Cirurgia Geral os seguintes pontos: revisão e atualização da linguagem e terminologia cirúrgica; aquisição de novos conceitos teóricos e técnicos; desenvolvimento de autonomia e segurança na realização dos procedimentos; conhecimento das técnicas de anestesia e assepsia; avaliação do risco cirúrgico e estado nutricional de um doente.
O estágio teve início com uma semana de aulas teóricas e teórico-práticas no Hospital Beatriz Ângelo, com o objetivo de introduzir e sedimentar conceitos relevantes para a componente prática que se seguiu. Após esta primeira fase, acompanhei a Dra. Mónica Oliveira, em múltiplas intervenções cirúrgicas, com foco na patologia abdominal e Pequena Cirurgia. A referir que assisti ainda a cirurgia ginecológica, oncológica, oftalmológica, vascular e ortopédica. De realçar a participação ativa como 1º ajudante em 20% das vinte cirurgias que presenciei. Assisti e colaborei ainda, duas vezes por semana,
na avaliação e discussão de doentes na enfermaria, tal como, uma vez por semana, na consulta externa. No total, a patologia das vias biliares foi a mais observada em todos estes contextos. Participei igualmente, durante uma semana, no Serviço de Urgência do Hospital Beatriz Ângelo, local onde realizei uma rotação diária por todos os sectores do mesmo, tendo observado maioritariamente patologia do foro médico.
Completei também duas semanas de estágio no Serviço de Gastroenterologia deste Hospital, tendo oportunidade de observar e discutir inúmeros procedimentos de diagnóstico e tratamento, tais como Endoscopia Digestiva Alta, Colonoscopia, Biópsia e polipoidectomia, Dilatação Esofágica por Balão, colocação de uma Gastrostomia Endoscópica Percutânea e Colangiopancreatografia Retrógada Endoscópica. Assisti ainda a consultas com o Dr. Elidio Bajas, sendo a patologia mais prevalente a Doença de Refluxo Gastroesofágico.
Finalizei com a apresentação de um caso de Colangiocarcinoma no Mini-Congresso desenvolvido pelo Prof. Dr. Rui Maio, para alunos do 6º ano, no Hospital Beatriz Ângelo.
2.3
Medicina Geral e Familiar:
No âmbito da Medicina Geral e Familiar defini como principais objetivos: abordagem centrada na pessoa com consideração do seu contexto psicossocial ao longo da marcha clínica; colheita de história e exame objetivo global e dirigido; identificação dos problemas de saúde mais frequentes na comunidade; reconhecimento dos exames auxiliares de diagnóstico mais utilizados e sua interpretação; coordenação de cuidados de saúde; identificação de riscos de saúde, efetuando as medidas preventivas indicadas; utilização de evidência científica na prevenção primária, secundária, terciária e quaternária.
Para o aluno de 6º ano, o estágio de Medicina Geral e Familiar constitui frequentemente um importante pilar no seu percurso clínico, pois permite, não só a realização de consultas de forma autónoma, como também a confrontação e consolidação das patologias mais comuns, quer ao nível da Saúde do Adulto, quer ao nível da Saúde Materna, Infantil e Planeamento Familiar. Assisti ainda a consultas de monotorização da Diabetes Mellitus, da Hipertensão Arterial e de Cessação tabágica. Para além disso, tive oportunidade de participar na reunião semanal da USF, nas reuniões com delegados de saúde e no congresso organizado por internos desta especialidade, intitulado MGF Flash. Ao longo
do estágio redigi o Diário de Exercício Orientado (DEO), que foi posteriormente discutido e avaliado presencialmente, com o respetivo júri.
2.4
Pediatria Geral
Como principais objetivos neste estágio parcelar destaco os seguintes: responsabilidade e autonomia na prática clínica; sedimentação de conhecimentos adquiridos no estágio de Pediatria Geral do 5o ano; aquisição de novos conceitos; desenvolvimento e aperfeiçoamento de técnicas e procedimentos; rotação pelas várias valências da especialidade (enfermaria, consultas e serviço de urgência).
No decorrer do estágio de Pediatria assisti, diariamente, à reunião geral que decorria pelas 9h, no auditório do Hospital Dona Estefânia, com o objetivo de refletir e presenciar a discussão de alguns casos de maior complexidade. Para além disso, participei, três vezes por semana, nas atividades da enfermaria, sempre acompanhado por um assistente atribuído no dia. Estive ainda, uma vez por semana, na consulta de Pediatria Médica do Dr. António Bessa Almeida, no Serviço de Urgência do Hospital Dona Estefânia com a equipa do mesmo e na consulta de Imunoalergologia, com a Dra. Inês Sangalho. No total, a patologia mais frequentemente observada foi a Bronquiolite Aguda, tendo a minha História Clínica Final incidido sobre este mesmo tema.
Realizei ainda outras atividades formativas, das quais destaco a sessão teórico prática de Imunoalergologia e o workshop de intervenção pediátrica através da aplicação “Virtual Patient by Body Interact”.
Por agravamento da Pandemia, o processo de ensino presencial foi interrompido, tendo este estágio terminado quatro dias antes do previsto. Consequentemente, o tema que desenvolvi “Caso de Anemia de Células Falciformes”, não foi apresentado no último dia de avaliação, tendo sido apenas contabilizada a entrega do mesmo.
2.5
Ginecologia e Obstetrícia
Relativamente ao estágio de Ginecologia e Obstetrícia, tendo em conta a mudança de paradigma do ensino em Portugal e no mundo, os principais objetivos que defini passam pelos seguintes pontos: revisão, compreensão e aquisição de conceitos teóricos abordados, não só ao longo do 4º ano do MIM, mas também através do sistema semanal de perguntas desenvolvido pela Prof. Dra. Teresinha Simões.
Ao longo do estágio em teletrabalho realizei ainda, em conjunto com mais duas colegas, uma apresentação em suporte Power Point com gravação de voz, sobre o tema “Métodos de proteção da fertilidade em doentes oncológicas”. O estágio terminou após discussão do trabalho com a Prof. Dra. Teresinha Simões.
2.6
Saúde Mental
Novamente, face à persistência da Pandemia e Estado de Emergência, o estágio de Saúde Mental foi realizado em formato teletrabalho. Deste modo, defini como objetivos principais para este período a aquisição de novos conceitos e revisão e discussão de outros lecionados ao longo do 5º ano do MIM.
Durante este período assisti a duas aulas lecionadas pelo Prof. Dr. António Miguel Talina, acerca dos temas “Patologia Psiquiátrica prevalente no Serviço de Urgência” e “Avaliação do estado mental”. Realizei ainda um relatório final constituído por duas histórias clínicas, baseadas em entrevistas gravadas e guiadas pelo Prof. Dr. António Miguel Talina, tal como seis vinhetas clínicas, onde elaborei casos clínicos com perguntas e respostas num formato idêntico à da Prova Nacional de Seriação. O estágio terminou com a discussão dos aspetos positivos e negativos deste método de ensino.
3. Atividades extracurriculares
3.1 Conferências / Congressos clínicos e científicos (anexo III) e Workshops (anexo IV): Ao
longo do 6º ano do MIM participei em diversas atividades formativas que me expandiram o espetro de conhecimentos e ideais. Integrei estes eventos, com o objetivo de aprofundar conceitos em áreas do meu interesse e por curiosidade e tentativa de colmatar alguma lacuna na minha formação académica.
3.2 Atividades Sociais (anexo V): No decorrer do primeiro e segundo semestres fui
convidado pela empresa Uphill, por utilização recorrente da sua plataforma Upevents, para um Focus Group de discussão e análise crítica do sistema. Para além disso, após realização do workshop “Virtual Patient by Body Interact” e após contato com a empresa, fiz parte do grupo de pessoas que testou a versão “Beta” desta nova aplicação, extremamente útil para a formação médica.
3.4 Outras Atividades: Iniciei a aprendizagem da língua alemã em agosto de 2019,
obtendo o nível B1, de proficiência linguística. Para além disso, fundei no 3º ano do MIM uma banda de música com quatro outros colegas, tendo concorrido no “III Concurso de Bandas NOVA Música” em 2017. Ao longo do último ano realizámos pelo menos um ensaio por semana.
Apesar destas atividades não estarem diretamente relacionadas com a minha formação médica, penso que me fizeram crescer como pessoa, proporcionando competências de organização, gestão e liderança.
4. Análise Crítica
Quando me candidatei ao curso de medicina tinha como objetivo inicial desenvolver competências na área da investigação clínica. Porém, bastou o contacto inicial com os doentes e a descoberta dos fascinantes temas da medicina, para perceber que afinal, o que realmente queria era “ser médico”. Desta forma, a conclusão de um ano baseado essencialmente na prática clínica, trouxe-me a tão aguardada oportunidade de entrevistar e contactar autonomamente com os doentes. Passo agora a analisar os aspetos positivos e negativos de cada estágio parcelar.
Considero que aqueles que me deram maior autoconfiança e me permitiram desenvolver um maior número de competências foram o estágio de Medicina Interna no Hospital S. José e o de Medicina Geral e Familiar (MGF) na USF Loures Saudável. No primeiro, integrei uma excelente equipa, não só em termos clínicos, como também didáticos, que me deram uma autonomia progressiva, um extenso contacto com técnicas e patologias de múltiplas etiologias e uma forma ainda mais humana de lidar com os doentes, com os seus problemas e com os respetivos familiares. Já tinha realizado um estágio neste serviço no 3º ano do MIM e a amizade e bem-estar que aqui se gerou, fazem com que a vontade de voltar permaneça.
Por outro lado, a independência e exigência, características do estágio de MGF, permitiram-me compreender e consolidar firmemente os passos de uma entrevista clínica e a forma de abordar a patologia, mesmo quando o diagnóstico diferencial é abrangente. Contrariamente ao que previa, foi aqui que senti a importância do trabalho em equipa,
constatando que não devemos ser apenas um médico a trabalhar numa USF, mas sim um elo de união entre a comunidade, a equipa e os funcionários.
O estágio de Cirurgia Geral, tal como lhe compete, foi totalmente diferente dos restantes, tendo em conta as limitações do bloco operatório. Quero reforçar que apesar do excelente percurso teórico-prático que me foi proporcionado, a intervenção prática não foi a mais frequente, por falta de oportunidade ou condições para tal. No entanto, entendo que, como aluno, a responsabilidade que me é possível atribuir é limitada. Apesar de tudo, faço um balanço final bastante positivo, considerando a diversidade de cirurgias a que assisti, o curso TEAM e o Mini-Congresso como momentos únicos de aprendizagem.
Relativamente ao estágio de Pediatria gostaria de sublinhar o quão importante é para a formação médica, especialmente no 6º ano. Infelizmente, o meu contacto com a especialidade no 5º ano não foi muito positivo, sendo que as expetativas que possuía não eram consideráveis. No entanto, o constante apoio do Dr. António Bessa Almeida e a participação ativa no Serviço de Urgências potenciaram-me um aumento significativo na minha motivação, bem como um maior aproveitamento de todo o meu percurso.
Por fim, relativamente aos estágios realizados em teletrabalho, penso que a forma como foram executados foi bastante adequada e útil, apesar de não reporem a intervenção clínica presencial. De realçar a importante utilização de métodos digitais, como a gravação de entrevistas, que permitem ao aluno uma análise única do doente, onde não só a linguagem verbal, como também a corporal, são relevantes. Para além disso, possibilita ainda a reavaliação da informação previamente mencionada pelo doente e que de outra forma poderia ser ignorada. Na minha opinião, seria de grande utilidade a implementação do estudo de gravações, no início da prática clínica de cada nova especialidade (essencialmente 3º,4º e 5º ano).
Concluo o MIM com uma sensação de crescimento, não só académico, como pessoal. Agora que o tão aguardado “Fim” chegou, fica a saudade de ser estudante de medicina, mas mantém-se a curiosidade, determinação e paixão de poder ser médico.
5. Bibliografia
Victorino R., Jollie C., McKim J. “Licenciado Médico em Portugal - Core Graduates Learning Out-comes Project”. Lisboa: Faculdade de Medicina de Lisboa, 2005.
6. Anexos
ANEXO I – Trabalhos realizados no âmbito do Estágio Profissionalizante
Estágio Parcelar
Tema
Tipologia
Outros autores
Medicina Interna Sessão clínica: “Rir é o melhor
remédio”
Apresentação oral Rebeca Santos Equilíbrio Ácido-Base Apresentação oral
Síndrome Febril Indeterminado Apresentação oral
Coma Apresentação oral
Conceitos gerais de Antibioterapia Apresentação oral
Cirurgia Geral Mini-Congresso: “Carpe Diem” Apresentação oral Tomás Martins Diogo Vieira
Medicina Geral e Familiar
Diário do Exercício Orientado Discussão oral
Pediatria “Caso clínico de Anemia Falciforme” Elaboração e envio Carlos Guimarães Carolina Calçado Margarida
Magalhães
Ginecologia e Obstetrícia
“Métodos de proteção da fertilidade em doentes oncológicas” Elaboração e gravação da apresentação oral Ana Mascarenhas Mónica Cardoso
Saúde Mental História Clínica sobre doente com Perturbação Depressiva Recorrente
Documento escrito
História Clínica sobre doente com Esquizofrenia
ANEXO II – 1. Casuística do estágio profissionalizante de Medicina Interna Duração do internamento < 10 dias 4 10 - 20 dias 4 20 - 100 dias 8 > 100 dias 2
Idade dos doentes
Média 69,9 Mínimo | Máximo 31 | 92 5 (28%) 3 (17%) 3 (17%) 2 (11%) 1 (5%) 1 (5%) (11%)2 1 (6%) AVC isquémico / hemorrágico
Infeção Respiratória Baixa Insuficiência Cardíaca Descompensada Lesão Renal Aguda Meningite criptocócica Politraumatizado
Estado Confusional Agudo
Tabela 1.1 – Duração do
internamento dos doentes observados no âmbito da enfermaria. (Total = 18 doentes)
Tabela 1.2 – Distribuição etária
dos doentes observados no âmbito da enfermaria. (Total = 18 doentes)
Gráfico 1.1 - Diagnósticos primários mais frequentes dos doentes observados no
1 (9%) 1 (9%) 2 (17%) 1 (8%) 1 (8%) 1 (8%) 1 (8%) 1 (8%) 3 (25%) Parotidite bacteriana HIV Demência Doença de Parkinson
Lúpus eritematoso sistémico Estase Gástrica
Colite isquémica Sífilis Secundária Anemia ferropénica
Gráfico 1.2 – Diagnósticos secundários mais frequentes dos doentes observados no
âmbito da enfermaria. (Total = 18)
Gráfico 1.3 – Diagnósticos mais frequentes dos doentes observados no âmbito do
Serviço de Urgência. (Total = 15 doentes)
3
(20%)
1
(6%)
1
(7%)
2
(13%)
1
(7%)
4
(27%)
1
(7%)
2
(13%)
Infeção Respiratória Baixa Tromboembolismo
Pulmonar
Colecistite aguda Vertigem Posicional Paroxística Benigna Edema isolado da mão Crise hipertensiva
Insuficiência Respiratória aguda
ANEXO II – 2. Casuística do estágio profissionalizante de Cirurgia Geral
Técnicas observadas Colonoscopia 1 Toracocentese 2 Paracentese abdominal 1 Punção Lombar 1
Aspirado e biópsia de medula óssea 1 Colocação de Ventilação Não Invasiva 1
Vertebroplastia 1
Colocação de PEG 1
Idade dos doentes
Média 49,01
Mínimo | Máximo 2M | 65
Tabela 2.1 – Distribuição etária
dos doentes observados no bloco operatório. (Total = 20 doentes)
Gráfico 2.1 – Intervenções cirúrgicas observadas. (Total = 20) (CVL: Colecistectomia
Video Laparoscópica; EVAR: Endovascular Aortic Repair)
4 (20%) 1 (5%) 3 (15%) 1 (5%) 1 (5%) 1 (5%) 1 (5%) 1 (5%) 1 (5%) 1 (5%) 1 (5%) 2 (10%) 1 (5%) 1 (5%) CVL Hernioplastia Inguinal Excisão de Quisto Sebáceo Excisão de Lipoma
Excisão de Fibroma Cutâneo Apendicectomia
EVAR
Colocação de Dreno Torácico Colocação de Stent Uretral Drenagem de abcesso peri-anal Manobras de Reanimação Mastectomia Direita Resseção Ileo-Cecal Mastectomia Bilateral
2 (8%) 4 (16%) 1 (4%) 5 (20%) 1 (4%) 2 (8%) 1 (4%) 1 (4%) 3 (12%) 1 (4%) 2 (8%) 1 (4%) 1 (4%)
Colelitíase assintomática Colelitíase sintomática
Status pós amputação do membro inferior esquerdo Status pós hernioplastia inguinal Status pós abdominoplastia Quisto Sebáceo
Status pós Diverticulite Controlo Úlcera de Pé Diabético
Hérnia Inguinal Hérnia Umbilical
Status pós CVL Hérnia Epigástrica
Status pós apendicectomia
Gráfico 2.2 – Consultas de Cirurgia Geral observadas. (Total = 25) (CVL:
Colecistectomia Video Laparoscópica)
1 3 1 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 1 2 1 1 2 2 3 2 1 1 1 1 1 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 O d in o fagi a Di sp n ei a G o n art ro se Tr au ma CE A n afil ax ia Lu mb ag o Pie lo n e fri te ag u d a Có lic a R e n al En ce falo p ati a A lc o o lic a O cl u são In te sti n al ag u d a Tro mb o emb o lis mo P u lmo n ar A b ce ss o H ep át ic o Is q u émi a d o me mb ro in fe ri o r In su ficiê n ci a R e n al A gu d a Ce fale ia Ci sti te ag u d a Ce lu lit e PAC Fr atu ra Co lo -F ému r En d o card it e En farte A gu d o d o M io cárd io Sí n co p e Ed ema d o me mb ro in fer io r Far in gi te Si n u si te c ró n ic a To rção t es ti cu lar A b ce ss o p e ri -an al A b ce ss o ab d o min al Co rp o e str an h o in tra-d ér m ic o
Gráfico 2.3 – Sintomas e Diagnósticos observados no âmbito da semana no serviço
Nº Exames/Interveções Diagnósticos
6 EDA Úlcera Gástrica
2 EDA Hérnia do Hiato
3 EDA Exame sem alterações (dispepsia)
1 EDA Úlcera esofágica recorrente
1 EDA + CPRE Colangiocarcinoma
2 CPRE Coledocolitíase
1 PEG Risco de Malnutrição por morte cerebral 1 PEG Malnutrição por deglutição ineficaz 6 Colonoscopia Total e Polipectomia Adenoma
4 Colonoscopia Total Adenocarcinoma do Cego 1 Colonoscopia Total e Recessão
transmural de tumor
Adenocarcinoma do Reto
1 Sigmoidoscopia Adenocarcinoma com extensão ao Colón Sigmoideu
2 Colonoscopia Total Doença de Crohn 1 Colonoscopia Total Colite Ulcerativa 2 Colonoscopia Total Diverticulite
1 Colonoscopia Total Síndrome do Colon Irritável
1 Colonoscopia Total Exame sem alterações (enviado por anemia ferropénica)
5 Colonoscopia Total Exame sem alterações (enviado por sangue oculto nas fezes +)
ANEXO II – 3. Casuística do estágio profissionalizante de Medicina Geral e Familiar.
Tabela 2.2 – Intervenções e respetivos diagnósticos observados ao longo das 2 semanas
de estágio no serviço de Gastroenterologia do Hospital Beatriz Ângelo. (Total = 41)
86 (35%) 45 (19%) 23 (9%) 16 (7%) 72 (30%) Saúde Adulto Saúde Infantil Saúde Materna Planeamento Familiar Doença Aguda
Gráfico 3.1 – Tipo de consultas observadas ao longo do estágio de Medicina Geral e
ANEXO II – 4. Casuística do estágio profissionalizante de Pediatria Geral. 11% 17% 11% 11% 8% 6% 6% 6% 10% 4% 2% 2% 2% 2%2% Bronquiolite
Outras Infeções Respiratórias Agudas Síndromes Epilépticos
ITU Sépsis
Encefalite/Meningite Infeção Cutânea
Encefalopatia isquémica/Paralisia cerebral Disfagia/Má progressão ponderal Atresia do esófago
Atresia das coanas
Hiperplasia congénita da Suprarrenal Gastrite erosiva
Catarata congénita Diabetes insipidus
Gráfico 4.1 – Patologias observadas no âmbito da enfermaria (Total = 35)
0 1 2 3 4 5 6
0-2 anos 2-8 anos 8-12 anos 12-18 anos
Gráfico 4.2 – Patologias observadas no âmbito do serviço de Urgência do Hospital Dona
4 (37%) 2 (18%) 1 (9%) 1 (9%) 3 (27%) Hematológica Genética Gastrointestinal Neurológica
Consulta de Avaliação Geral
4 (50%) 3 (37%) 1 (13%) Rinite Alérgica Asma Urticária
Gráfico 4.3 – Tipo de patologias observadas ao longo das consultas de Pediatria Médica
(Total = 11)