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DUBY, Georges, PERROT, Michelle. Historia de Ias mujeres. Madrid: Taurus, 1991/1993. 5t.

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Academic year: 2020

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DUBY, Georges, PERROT, Michelle. Historia de Ias mujeres. Madrid: Taurus, 1991/1993. 5t.

Os pesquisadores, professores e alunos interessados na História da Educação freqüentemente reclamam da falta de subsídios sobre as diversas histórias temáticas (da vida privada, da família, das mulheres, dos setores populares), que lhes permitam

contextualizar e aprofundar o seu próprio objeto de estudo, alguns estudos importantes foram publicados nos últimos dez anos, principalmente na área da vida privada, da família e da mulheres.

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vinculadas, tinham sido pouco analisadas nos textos de História da Educação de circulação internacional enacional. Normalmente, estes textos referem-se à educação escolarizada e masculina. Na melhor das hipóteses, a educação doméstica, familiar e feminina mereceu um parágrafo ou algum capítulo; e algum deles citou a questão das professoras. Sem dúvida, as dificuldades encontradas ao se pesquisar estas temáticas (docu-mentos não escriturados, meto-dologias específicas e inexistência de arquivos especializados) limitaram seu desenvolvimento no âmbito das ciências pedagógicas. Assim, a educação doméstica, familiar e feminina deve ser procurada e ser lida nas entrelinhas, nas histórias temáticas da vida privada e da mulheres.

O último dos cinco volumes da História da Vida Privada ainda não tinha vindo à luz, quando começou-se a pensar em uma publicação de similares características, que editasse conjuntamente os resultados das recentes pesquisas sobre a história das mulheres. Os editores italianos

' Eni Mesquita Samara e Horácio Gutiérrez, "Mujeres de Mesquita Samara e Maria Izilda Santos de Matos,' brasilenas 1890-1920", op. cit., v. 5.

Laterza solicitaram a G. Duby e M. Perrot a organização deste novo projeto editorial. Duby e Perrot formaram uma equipe de espe-cialistas, responsável pela produção de cada volume. No total, a Historia de Ias Mujeres recolhe as contri-buições de 70 pesquisadores, de ambos os sexos e de diferentes nacionalidades. A organização da coleção merece ser muito elogiada, pois consegue articular os diversos enfoques, aspectos e interpretações de forma magistral.

Para nós, latino-americanos, vale ressaltar que no volume 3 da edição espanhola da Historia de Ias Mujeres se incorpora uma parte sobre Espanha e Hispano-América, e nos volumes 4 e 5 abordam-se questões relativas à Espanha e à América Latina. Embora seja preciso destacar a ausência de Portugal, chave imprescindível para a compreensão do conjunto da América Latina, nos dois últimos volumes foram incluídos dois capítulos sobre a história das mulheres no Brasil1. Acreditamos ser provável que, na edição portuguesa em

esclavas en el Brasil del siglo XIX", op. cit., v. 4; e Eni Manos femeninas. Trabajo y resistência de Ias mujeres

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preparação, a falta de Portugal nessas análises seja compensada.

Para a ótica do historiador da educação, a Historia de Ias Mujeres contém subsídios de três tipos: a) capítulos integrais ou parcialmente dedicados à educação das meninas, moças e mulheres (muita vezes comparada àquela dos meninos, rapazes e homens); b) capítulos dedicados às temáticas vinculadas à educação (por exemplo, aqueles que descrevem e analisam a escrita e a leitura das mulheres); e finalmente, c) capítulos dedicados à vida cotidiana das mulheres nas suas diferentes dimensões (trabalho e família, fundamentalmente), permitindo compreender o contexto do fenômeno educativo. Por outro lado, as intro-duções dos volumes e os prefácios de cada parte são do maior interesse, dado que explicam ao leitor a dificuldades na escrita dessa história, definem conceitos básicos dos estudos de gênero (sensibilizando o leitor não familiarizado) e sintetizam os aspectos mais relevantes dos capítulos.

Comentar o trabalho coletivo de 70 pesquisadores é uma tarefa impossível no marco de uma resenha. Portanto, faremos referência apenas

às temáticas que dizem explicitamente respeito à educação feminina e, particularmente, às polêmicas mais relevantes. No entanto, é preciso destacar uma vez mais que o conjunto dos artigos oferece importantes subsídios para se pensar uma História da Educação que seja social e que inclua a perspectiva de gênero.

No volume dedicado à Anti-güidade, destaca-se a questão do ensino por parte das mulheres, no contexto do início do Cristianismo. A palavra pública das mulheres foi interditada pelos "Padres da Igreja", e, em conseqüência, as mulheres não deveriam ser educadoras nem receber publicamente algum tipo de instrução. O silêncio das mulheres nos espaços políticos (assembléias públicas) e a proibição de ensinar publicamente e de ditar a lei ao homem foram estabelecidas como absolutas. Mas foi a palavra dos homens que assim o dispôs.

Já nos segundo e terceiro volumes aparece uma das polêmicas escritas mais antigas e agitadas sobre a questão da educação feminina: a denominada "Querela das Mulheres". Desta querela, iniciada na França no final da Idade Média, participaram homens e

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mulheres escritores. Essa polêmica tem grande importância para os historiadores da educação, e com um duplo sentido: a) o eixo principal da querela vinculava-se ao acesso, por parte das mulheres, ao saber científico e socialmente legitimado para os homens (sem se colocar ainda a questão da igualdade entre homens e mulheres); b) mas também essa polêmica mostrou a existência de algumas mulheres de letras, inte-lectuais quase todas autodidatas, que de diversas formas conseguiram fugir ao ditado cristão que as excluía do saber socialmente legitimado.

O volume dedicado ao século XIX é talvez um dos mais ricos em termos de artigos escritos sob a ótica da educação. Esse século, permeado pelos debates sobre a igualdade, obrigatoriedade escolar, laicidade da escola e co-educação das crianças de diferentes sexos, oferece geralmente a idéia da inclusão em massa das meninas no sistema educativo formal e público. Através da leitura do vol-ume 4 da Historia de Ias Mujeres, essa imagem se transforma. Embora a alfabetização da população feminina tenha aumentado efetivamente no decorrer daquele século, o fez

principalmente em conseqüência de motivações religiosas, em escolas femininas e privadas (confessionais ou não). Por outro lado, a feminização do clero nos países que, como a França, conseguiram estabelecer a laicidade do ensino é impressionante, indicando que a secularização do ensino atingiu principalmente o sexo masculino. Finalmente, nos países que implan-taram a co-educação, não significou de forma alguma a igualdade educativa de meninos e meninas, já que o curriculum escolar era diferente para cada sexo e no nível superior continuou-se a excluir as mulheres. O século XX, visto no volume 5 da coleção, não oferece melhores perspectivas. O problema já não mais reside nos curricula escolares diferentes ou na exclusão. A discri-minação sexual no âmbito educa-cional transladou-se para o interior do sistema e das instituições escolares. As mulheres conquistaram no nosso século o livre acesso a qualquer nível ou modalidade do sistema educativo formal. No entanto, as carreiras escolares de meninos e meninas diferenciaram-se, e como resultado, as profissões se sexualizaram ainda mais.

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Finalmente, gostaríamos de destacar uma ausência parcial: as problemáticas que dizem respeito às professoras e à feminização da docência (particularmente no nível primário do sistema educativo) são raramente referenciadas nesta Historia de Ias Mujeres, embora

existam atualmente várias pesquisas (inclusive comparativas) que des-crevem e analisam essas questões.

Silvia Cristina Yannoulas Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO)/ Universidade de Brasília (UnB)

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