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A PÓS-GRADUAÇÃO EM LÍNGUA E LITERATURA EM LÍNGUA INGLESA. Martha Steinberg

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Academic year: 2021

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A PÓS-GRADUAÇÃO EM LÍNGUA E LITERATURA EM LÍNGUA INGLESA

Martha Steinberg

Quero em primeiro lugar agradecer ao Prof. Paulo A. Froehlich a honra de me ter convidado para participar desta experiência, que julgo acima de minhas forças, mas que pro-curarei desempenhar do melhor modo possível. Na realida-de, eu não previa que esta mesa-redonda tivesse uma circun-ferência tão ampla assim.

O que tenho a dizer segue o roteiro sugerido em carta que me foi enviada com o convite. 0 curso de Língua Inglesa e Literaturas Inglesa e Norte-Americana organizou-se, em ní-vel de Pós-Graduação, em área chamada "Estudos Anglo-Ame-ricanos". Tentamos, já no ano passado, instalar um curso que seria denominado de Letras Modernas, abrangendo todos os cursos oferecidos pelas antigas Cadeiras de Inglês, Alemão, Francês, Italiano e Espanhol, mas isto não foi aceito pela Comissão Central de Pós-Graduação da Universidade de São Paulo. Houve então um desmembramento e cada antiga Ca-deira, pelo menos as que contavam com massa crítica sufi-ciente, organizou o seu próprio curso de Pós-Graduação. A área de Estudos Anglo-Americanos oferece cursos e tem orien-tadores de tese em Literatura Inglesa, Norte-Americana e Lín-gua Inglesa.

No campo literário, seguindo uma tendência que vem do antigo curso de Pós-Graduação (que ocasionalmente conduzia

à redação de uma tese) as teses são de dois tipos:

a) Estudos comparativos de autores ingleses ou norte-americanos, com autores brasileiros, como, por exemplo, Gra-ciliano Ramos e Steinbeck. São, por assim dizer, estudos ar-bitrários, uma vez que tratam de aspectos literários ou socio-lógicos comparáveis em grande escala de autores.

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b) Estudos de influências inglesas ou americanas em au-tores brasileiros, como, por exemplo, Whitman em Ronald de Carvalho, Sterne em Machado de Assis.

Essa orientação deverá permanecer, pois encontramos duas dificuldades para estudos de um só autor: falta de bi-bliografia e o fato de que num autor já consagrado dificilmente encontraremos um aspecto novo ou que ainda não tenha sido explorado, e num autor recente as variações críticas são mui-tas, constituindo-se num estudo inseguro e perigoso para quem está apenas se iniciando na carreira da crítica e da pesquisa. No campo lingüístico, nota-se também um grande inte-resse por parte dos alunos em estudos comparativos. A au-sência quase total de estudos desta natureza, no Brasil, tanto no campo da Fonologia, como na da Morfologia e da Sintaxe, oferece uma ampla variedade de escolhas. Um trabalho ori-ginal, não comparativo, dentro das atuais correntes da Gra-mática Gerativa-Transformacional, é de execução mais difícil, visto que os alunos trazem do curso de graduação apenas um ano de Lingüística Geral, de modo que temos de começar da estaca zero. Esperamos sanar essa falha incluindo, j á para o ano, os cursos oferecidos pela área de Lingüística em nosso elenco de disciplinas do domínio conexo.

Há também a possibilidade de estudos comparativos com outras línguas, como o francês, o alemão, etc, embora eu não creia que haja muito interesse.

Outra possibilidade é a aplicação de estudos lingüísticos em literatura, seja no estudo de dialetos ou falares regionais, seja na análise da poesia.

Os nossos cursos se iniciaram em agosto e não houve ainda escolhas definitivas deste ou daquele tema, primeiro porque não queremos impor temas, e segundo porque para muitos alunos este é o primeiro contacto com a Lingüística, e eles realmente ainda não sabem muita coisa.

Relativamente ao planejamento dos cursos de concentra-ção para este ano, organizamos os seguintes:

1. American English: estudo comparativo do inglês bri-tânico e do inglês norte-americano, mostrando as influências e processos lingüísticos que conduziram à constituição das duas variantes.

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M. Steinberg — Pós-Graduação em Língua e Lit. Inglesa 441

2. Morphemics and Syntax: análise dos constituintes imediatos.

3. O Teatro nas Ilhas Britânicas no séc. X X .

4. O Teatro Norte-Americano no séc. XX, com ênfase especial em O'Neil.

5. Phonetics and Phonemics of English.

Cada um dos cursos consta de uma aula teórica e de um seminário por semana, exigindo, ademais, um mínimo de qua-tro horas de estudo ou preparo. Cada disciplina semestral dá seis créditos.

Quanto às disciplinas do comínio conexo, dependemos, na-turalmente, do que as outras áreas oferecem. No caso do inglês, estamos naturalmente interessados em cursos de L i -teratura, Sociologia, Filosofia, Arte, História, Lingüística, Português e outras línguas. A escolha para o aluno depen-derá do tipo de trabalho que estiver desenvolvendo. Para este ano, pudemos incluir em nosso elenco apenas treze disciplinas, que já estavam aprovadas quando organizamos o nosso curso:

1. A ficção de Guimarães Rosa 2. Análise literária geral

3. Byron no Brasil

4. A originalidade da tragédia de Séneca 5. A poesia de Jorge de Lima

6. A sátira no teatro alemão 7. Estruturas sintáticas do alemão

8. Evolução das idéias críticas na literatura 9. O expressionismo através do gênero epistolar 10. O pensamento estético e o pensamento crítico na

Itália

11. Teoria da poesia; invenção poética e crítica da rea-lidade

12. Teoria dos gêneros narrativos 13. Principais autores da língua alemã

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Como já dissemos anteriormente, esperamos ampliar esse elenco, principalmente com as disciplinas oferecidas pelas áreas de Lingüística e Língua Portuguesa.

Quanto ao problema do recrutamento de professores, não o tivemos praticamente, pelo menos para a instalação do curso, pois a Disciplina de Língua e Literatura Inglesa e Norte-ame-ricana conta com um livre-doente e três doutores, além de um professor visitante, patrocinado pela Fulbright, este sem-pre de Literatura Norte-Americana.

O problema real que enfrentamos é o da falta de fontes bibliográficas. A Biblioteca Central e a do Curso de Inglês contam com as obras clássicas da Literatura Inglesa e Nor-te-Americana. É mais rica em obras da Literatura Norte-Americana, dadas as doações tanto do Consulado dos Estados Unidos, como da Comissão Fulbright. Em Lingüística não temos quase nada. Contamos com a colaboração da Biblioteca da União Cultural Brasil-Estados Unidos, das de outros cursos de outros departamentos, como o de Línguas Indígenas e Lin-güística, e da minha própria. Temos assinaturas de dezessete

periódicos, que estão com a coleção interrompida, pois houve corte de verbas destinadas a esse fim, e assim nos faltam muitos números. Destaco as seguintes revistas: PMLA, Hud-son Review, Sawanee Review, Kenyon Review, Suplemento Literário do Times, American Literature, Comparative Lite-ratura e Journal of English and German Philology.

INTERVENÇÕES

1. Prof. Ataliba T. de Castilho: Gostaria de conhecer a opinião da Profa. Martha Steinberg sobre a introdução da Lingüística Aplicada em nossas Universidades. Tem-me parecido que as instituições par-ticulares de ensino de línguas estrangeiras dão mais atenção às desco-bertas dessa ciência do que nossos cursos universitários.

R. — Parece que há interesse nisso, de parte das cadeiras de Lín-gua Inglesa e Francesa, mas não contamos com pessoal docente espe-cializado. Por isso, os cursos de língua têm-se desenvolvido ainda de maneira tradicional, infelizmente. E toda vez que se convida um pro-fessor estrangeiro para ministrar curso, a preferência tem recaído na literatura. Em suma, acho que há entre nós necessidade de uma di-vulgação maior da Lingüística Aplicada.

2. Profa. Solange: Qual é o número total de créditos exigidos no Curso de Pós-Graduação em Língua e Literatura Inglesa, e qual a proporção?

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M. Steinberg — Pós-Graduação em Lingua e Lit. Inglesa 443

R. — O número total de créditos é de trinta, subdivididos em ma-téria de concentração e de domínio conexo; estas devem perfazer o total de um terço.

3. Prof. Paulino Vandresen: Quais são as preocupações em seu curso com respeito à metodologia do ensino do inglês como língua es-trangeira? H á cursos voltados para a tecnologia aplicada à Educação, utilização de laboratórios, métodos audiovisuais, instrução programada e coisas assim?

R. — Esse tipo de preocupações aparece em nosso curso de Fo-nética Contrastiva. Temos à nossa disposição o laboratório da União Cultural Brasil-Estados Unidos, para onde levo os alunos sempre que necessário. Mas nem sempre tal programação pode ser desenvolvida a contento, pois muitos dos alunos pós-graduandos trabalham e seu tempo é escasso.

4. Prof. Onozor Fonseca: Tenho observado que a interpretação do curso de Pós-Graduação varia de matéria para matéria, sobretudo numa possível divisão desse curso em dois estágios, sendo o primeiro o de mestrado e o segundo o de doutorado. Como sua disciplina en-cara este problema?

R. — Geralmente o aluno não traz uma bagagem suficiente para iniciar-se imediatamente num verdadeiro curso de Pós-Graduação. As-sim, no primeiro semestre levamo-lo a tomar contacto com o que vai estudar e pode fazer. H á casos em que se faz necessária uma adapta-ção mais extensa, e então o enviamos a cursos avançados de graduaadapta-ção.

Em outras situações o aluno, por estar melhor preparado, parte dire-tamente para o curso de doutorado.

Referências

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