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GIARDÍASE PARASITOLOGIA

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Academic year: 2021

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GIARDÍASE

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GIARDÍASE

CONTEÚDO: CÍNTIA MELLO

CURADORIA: CÍNTIA MELLO

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 4 O PARASITA ... 4 CICLO DE VIDA ... 4 QUADRO CLÍNICO ... 5 DIAGNÓSTICO... 5 TRATAMENTO... 6 PROFILAXIA ... 6

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INTRODUÇÃO

A Giardíase é uma doença infecciosa para-sitária de altíssima prevalência e incidência mundial, contando com mais de 200 mi-lhões de pessoas acometidas em países em desenvolvimento. Presente principal-mente em regiões de climas tropicais e subtropicais está relacionada a condições socioeconômicas precárias e falta de sane-amento básico. Seu agente causador é o protozoário flagelado Giardia duodenalis, também conhecido como Giardia lamblia e Giardia intestinalis.

A taxonomia é complexa e ainda contro-versa, mas considera-se do filo Diplomo-nadida e que existem diversas espécies dentro do gênero Giardia. No entanto, ape-nas a Giardia lamblia causa infecções hu-manas. Em geral, a infecção é assintomá-tica, mas pode causar síndrome diarreica, sobretudo em crianças e pessoas com imunodeficiências (primárias e HIV).

O PARASITA

O protozoário apresenta duas formas em seu ciclo biológico: trofozoíto e cisto. A forma trofozoítica habita o duodeno e a porção inicial do jejuno. Morfologicamente apresenta-se em formato piriforme ou cô-nico, arredondado anteriormente e del-gado posteriormente, com simetria bilate-ral, emitindo quatro pares de flagelos e

com um disco adesivo na face ventral. O cisto é a forma infectante e possui estru-tura menos complexa, ovoide, com flagelos invaginados e membrana resistente (com-posta de quitina), o que permite a sobrevi-vência por longos períodos no meio exte-rior (até dois meses) e resistência a clora-ção da água e temperaturas até 60°C. O metabolismo dos parasitos é anaeróbio e os nutrientes são absorvidos por pinoci-tose de partículas na luz intestinal. Quando o protozoário se adere à mucosa intestia-nal, a absorção de nutrientes fica compro-metida, sobretudo de gorduras e vitaminas lipossolúveis.

CICLO DE VIDA

O ciclo biológico inicia-se pela ingestão de cistos ou trofozoítas por via fecal-oral (água ou comida contaminadas, sexo oral-anal ou outros fômites). As alterações de pH e temperatura no trato gastrointestinal e a ação das enzimas digestivas, fazem com o que ocorra o desincestamento dos cistos, gerando a forma trofozoítica. Essa forma é responsável pelo parasitismo in-testinal, por meio da fixação à luz intestinal utilizando o disco adesivo na face ventral ou disco suctorial. Nessa fase, as trofozoí-tos se reproduzem por fissão binária e grande quantidade de parasitos é gerada. Ocorre então o processo de encistamento de parte desses trofozoítos, que são elimi-nados nas fezes para o ambiente,

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inici-ando um novo ciclo. Nas fezes pastosas ou formadas, em geral, encontram-se apenas cistos e nas diarreicas, trofozoítos (que so-brevivem pouco tempo no ambiente ex-terno). Estima-se que de 300 milhões a 14 bilhões de cistos sejam eliminados nas fe-zes por dia, tornando a doença de alta transmissibilidade.

QUADRO CLÍNICO

A maioria dos portadores é assintomática, porém em uma parcela de indivíduos ocorre sintomatologia – em média, 2 sema-nas após a infecção, porém podendo levar meses. Fatores que influenciam esse pro-cesso são a linhagem e quantidade inge-rida do parasito, imunidade do hospedeiro, idade, estado nutricional, dentre outros. A imunidade por IgA é relacionada como um importante fator protetor. A fisiopatologia da infecção ainda é mal compreendida, mas acredita-se que a abundância de tro-fozoítos cobrindo a mucosa duodenal e im-pedindo a absorção do conteúdo luminal (sobretudo os componentes lipídicos) gere uma síndrome disabsortiva, levando à di-arreia. Essa diarreia pode ser líquida, pas-tosa ou mesmo com conteúdo majoritaria-mente gorduroso (esteatorreia), porém ra-ramente apresenta sangue. Em sua fase aguda, predominam os sintomas diarreicos associados a mal-estar, dor abdominal, fla-tulência, náusea, desidratação, vômitos e

febre (Enterite Aguda – até 4 semanas após o contato com os cistos). A infecção pode cronificar ou pode surgir com um curso mais indolente, apresentando fezes amolecidas (porém não diarreicas), perda de peso, desnutrição (sobretudo deficiên-cia de vitaminas lipossolúveis, B9 e B12), fadiga e dor abdominal (Enterite Crônica – diarreias recidivantes que podem gerar úl-ceras entéricas). O tempo médio de dura-ção dos sintomas de Giardíase é de 4 a 6 semanas, sendo que na maioria dos indiví-duos há remissão espontânea. Ao contrá-rio da amebíase, não há risco de invasão com formas extraintestinais.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico de Giardíase depende da suspeita clínica e é confirmado por meio de métodos microbiológicos. O Exame Para-sitológico de Fezes é o principal recurso disponível, com uma sensibilidade de 74% e uma especificidade de 100%. Dessa forma, falsos negativos são possíveis. Nas fezes formadas, utiliza-se a técnica de Faust para pesquisar cistos, enquanto que nas diarreicas utilizam-se métodos de co-loração para buscar trofozoítos. Mais re-centemente, a pesquisa de antígenos de Giárdia nas fezes apresenta boas perspec-tivas, com sensibilidade semelhante ao exame microscópico. Outro exame menos disponível é o PCR das fezes. Vale lembrar que como o parasita fica localizado no

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@jalekoacademicos Jaleko Acadêmicos @grupoJaleko

duodeno, na giardíase não se costuma en-contrar a presença de leucócitos fecais (as-sim como nas infecções intestinais virais).

TRATAMENTO

O objetivo do tratamento é reduzir o perí-odo sintomático, impedir complicações e evitar maior transmissão da doença. A te-rapia antimicrobiana de escolha e eficaz é com Nitazoxanida 500mg, 2x por dia, du-rante 3 dias. Alternativamente, pode-se usar Metronidazol 15 a 20mg/kg/dia, 2x por dia, durante 5 dias ou Tinidazol 50mg/kg/dia, por 3 dias (dose única de 2g)

ou em dose única. O tratamento de suporte envolve hidratação, correção de distúrbios hidroeletrolíticos, controle de sintomas e adequado suporte nutricional.

PROFILAXIA

Para prevenir a doença, é necessária ga-rantia de saneamento básico e água potá-vel – ferver e filtrar a água são métodos efi-cientes. Além disso, boa higiene alimentar, lavagem das mãos e dos alimentos e trata-mento de indivíduos parasitados contri-buem para a prevenção.

Referências

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