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THE PRISION AND THE ELDERLY POPULATION

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Academic year: 2022

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1Acadêmica de enfermagem do CESCAGE, Ponta Grossa- Email:elistechy@gmail.com;

2Acadêmico de enfermagem do CESCAGE, Ponta Grossa- Email:guoliverdasilva@gmail.com;

3Acadêmica de Enfermagem do CESCAGE, Ponta Grossa- Email:jainepabis@hotmail.com;

4Acadêmica de Enfermagem do CESCAGE, Ponta Grossa- Email:yngridmay@gmail.com;

5Acadêmica de Enfermagem do CESCAGE, Ponta Grossa- Email: larissaamms@hotmail.com;

6Professora Orientadora do CESCAGE, Ponta Grossa- Email: elaine.portes@cescage.edu.br;

O CÁRCERE E A POPULAÇÃO IDOSA

Elisangela dos Passos Techy 1 Gustavo Oliveira da Silva 2

Jaine Leticia Pabis 3 Larissa Mayara da Silva 4

Yngrid May 5 Elaine Cristina da Costa Portes 6

RESUMO: No Brasil, vem surgindo diversas evidências do aumento exponencial da população idosa, determinado pela evoluída queda das taxas de fecundidade e natalidade vivenciada a partir dos anos 60. Há ainda uma série de agravantes que provocam discussões por todo o canto relacionados às falhas da gestão no manuseio de ações de promoção a longevidade brasileira. Esta situação de penúria evidência a queda das perspectivas sociais dos idosos, o que contribui para o aumento da criminalidade e consequentemente ao abalo do sistema carcerário brasileiro, com uma grande percentagem de detentos idosos. Esta pesquisa trata-se de uma revisão bibliográfica de artigos publicados nos últimos 10 anos, caracteriza como uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa. O sistema prisional brasileiro apresenta inúmeros problemas, estes vão desde a estrutura até a alimentação, isso ocorre devido à superlotação do mesmo, sendo assim o sistema é falho na seguridade de direitos e condições de vida básica dentro do presídio. A população idosa é muito afetada, pois a mesma possui particularidades devido a condição fisiológica do próprio organismo que acarreta na deterioração dele, porém esta é potencializada devido as circunstâncias ao qual o organismo é submetido. Portanto há necessidade de uma reforma nos âmbitos do código penal, sistema carcerário e Estatuto do idoso, onde se busca a resolução de inúmeros problemas, sendo que estes são de caráter emergencial, tendo em vista que a população idosa aumenta progressivamente a cada ano concomitante ao aumento da criminalidade, fazendo necessário um novo olhar sobre esta em especifico.

PALAVRAS-CHAVE: IDOSOS; DETENTOS; DOENÇAS.

THE PRISION AND THE ELDERLY POPULATION

ABSTRACT: In Brazil, several evidences of the exponential increase of the elderly population, determined by the evolved fall of the fecundity and birth rates experienced since the 60s. There are still a series of aggravating factors that provoke discussions around the corner related to the failures of the management in the management of actions to promote Brazilian longevity. This situation of shortage evidences the fall of the social perspectives of the elderly, which contributes to the increase of criminality

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and consequently to the shaking of the Brazilian prison system, with a large percentage of elderly prisoners. This research is a bibliographical review of articles published in the last 10 years, characterized as an exploratory research with a qualitative approach.

The Brazilian prison system presents numerous problems, ranging from structure to food, this is due to overcrowding of the same, so the system is flawed in the security of basic rights and living conditions inside the prison. The elderly population is very affected, because it has particularities due to the physiological condition of the organism itself that leads to its deterioration, but this is potentiated due to the circumstances to which the organism is submitted. Therefore, there is a need for a reform in the areas of the penal code, the prison system and the Statute of the Elderly, which seeks to solve numerous problems, which are of an emergency nature, considering that the elderly population increases progressively each year concomitant with increase of crime, necessitating a new look at this in specific.

KEYWORDS: ELDERLY, DETENTS, DISEASES.

1 INTRODUÇÃO

No Brasil, vem surgindo diversas evidências do aumento exponencial da população idosa, determinado pela evoluída queda das taxas de fecundidade e natalidade vivenciada a partir dos anos 60. Esse declínio das taxas não é identificado somente no Brasil, mas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no ano de 2000, a população com mais de 60 anos chegou a 646 milhões, e ainda é acrescida de mais incríveis 11 milhões anualmente. Esses dados retratam dois extremos completamente alarmantes para o futuro das políticas públicas nacionais e internacionais: o envelhecimento constante e a redução da juventude.

Por outro lado, esse crescimento significa a evolução da expectativa de vida em todos os países, inclusive no Brasil, que elevou o numero de 70,06 anos em 2000, para 76 em 2018. No entanto, a longevidade por muito tempo foi ignorada pela população brasileira, o que levou ao atual despreparo do atendimento qualificado dos idosos por políticas públicas, principalmente as relacionadas a saúde, economia e

segurança. Um dos conflitos mais atuais, discutido insistentemente neste ano, foi a reforma da previdência social, que chegou ao colapso financeiro em 2018 e acabou por despertar atenção dos governantes, e isso é apenas uma das dificuldades em prestar assistência a esta população.

Há ainda uma série de agravantes que provocam discussões por todo o canto relacionados as falhas da gestão no manuseio de ações de promoção a longevidade brasileira, como o setor de saúde, que persiste em promover acompanhamento paliativo, em vez de atuar na prevenção e recuperação de patologias, hoje extremamente presentes na população idosa. Outro fator importante nesta recente transição é a qualidade econômica e financeira que acaba por dificultar ainda mais o acesso a qualidade de vida (EULÁLIO, 2017).

Com os novos critérios de aposentadoria, o sistema previdenciário acaba deixando de absorver as necessidades de uma parcela de idosos, acarretando níveis sérios e degradantes de pobreza extrema. Esta situação de penúria evidência a queda das perspectivas

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sociais dos idosos, o que contribui para o aumento da criminalidade e consequentemente ao abalo do sistema carcerário brasileiro, com uma grande percentagem de detentos idosos.

Sabe-se que as condições de sobrevida humana em presídios do país, é quase nula, já que a maioria das penitenciárias se apresenta em estado de calamidade com a superlotação, falta de profissionais qualificados e má distribuição de recursos que promovam a reabilitação. Nesse contexto, torna-se necessário a atenção de profissionais que possam melhorar essa situação, principalmente os que atuam na saúde, a fim de possibilitar a correta manutenção das condições carcerárias, com a aplicação da justiça, abordando os direitos humanos e a reinserção dos indivíduos na sociedade civil (ROVERE; PALVA, 2014).

A partir desta forma de enunciação de problemáticas relacionadas a pessoa idosa no sistema carcerário brasileiro, e da relevante função de profissionais de saúde na contenção de agravos sistêmicos nestes ambientes, com isso, este trabalho tem por objetivo demonstrar as comorbidades e as condições de saúde que os idosos detentos enfrentam durante o encarceramento, abordando assim os diversos impactos que as mesmas acarretam nesta população em específico, e no sistema como um todo.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de uma revisão bibliográfica de artigos publicados nos últimos 10 anos, caracterizada como uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa. Adotou-se como critérios de inclusão de artigos originais, publicados nas bases de

dados Scielo e Google Acadêmico. Os descritores foram citados obedecendo à base de pesquisa DeCS- Descritores em Ciência da Saúde, e são eles:

Idosos, Detentos, Doenças. O período de coletas de dados foi nos meses de fevereiro e março de 2019.

Foram incluídos no estudo artigos em língua portuguesa, publicados nos últimos 10 anos, durante a pesquisa foram encontrados 35 artigos que abordaram o tema, porém foram excluídos todos os que não atenderam os critérios de inclusão.

Assim, foram selecionados 15 artigos.

A apresentação dos resultados e análise dos dados obtidos foi realizada de forma descritiva, de modo a viabilizar a aplicabilidade da revisão elaborada, e fornecer subsídios na análise das condições de saúde da população idosa carcerária.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES O Brasil enfrenta sérios problemas no que diz respeito à população carcerária, atualmente o país ocupa o terceiro lugar, em um ranking mundial, dentre os países com o maior número de presidiários, este número ultrapassa os 700 mil detentos.

Ainda relacionado aos números grande parte destes detentos corresponde à população negra, e jovens entre 18 e 29 anos, a população idosa (60 anos ou mais) corresponde a 1% do total, porém se levarmos em conta a progressão do processo de envelhecimento devido as condições que estes são submetidos, podemos considerar que o processo de envelhecimento e as doenças relacionadas a ele, iniciam mais cedo se comparado com um cidadão livre (ARAÚJO; MENDES, 2017).

O sistema prisional brasileiro apresenta inúmeros problemas, estes vão desde a estrutura até a

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alimentação, isso ocorre devido à superlotação do mesmo, sendo assim o sistema é falho na seguridade de direitos e condições de vida básica dentro do presídio (DEPEN, 2011).

A população idosa é muito afetada, pois a mesma possui particularidades devido a condição fisiológica do próprio organismo que acarreta na deterioração dele, porém esta é potencializada devido as circunstâncias ao qual o organismo é submetido. O Decreto nº 2.528 estabelece diretrizes em relação aos cuidados com o idoso na atenção básica, porém este é limitado as doenças crônicas como hipertensão e diabetes, com isso não colocando em pauta as demais alterações pertinentes ao processo de envelhecimento (KÖLLING; SILVA; PIRES, 2013).

O Estatuto do Idoso, Lei nº10.741/03 e a Política Nacional do Idoso Lei nº 8.842/94 regulamentam formas de tratamento básicas ao idoso de forma geral, porém não se sobrepõem ao Código Penal, não sendo passível a não aplicação da Lei Penal em virtude da proteção ao Idoso, porém o Código Penal estabelece formas específicas de redução da prescrição em razão da idade avançada, como previsto no art. 115 do Código Penal: “São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos”3. E a substituição da prisão preventiva pela domiciliar conforme art. 318 do Código de Processo Penal: “Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: I - maior de 80 (oitenta) anos (ARAÚJO;

MENDES, 2017).

As condições de saúde da pessoa idosa durante o processo de julgamento são avaliadas pelo

magistrado responsável pela sentença, podendo ele decidir sobre a pena domiciliar, em casos onde é inviável o encarceramento (MELO; et al, 2016).

3.1 O PROCESSO DE

ENVELHECIMENTO

Sabe-se que ocorrem diversas alterações no organismo da pessoa idosa, isso devido ao desgaste natural das células, tecidos, órgãos e sistemas, estas podem ocorrer de maneira abrupta ou progressiva, porém fatores ambientais são fundamentais para o estabelecimento das mesmas (JESUS;

et al, 2018).

Nestas alterações temos o sistema nervoso afetado, devido à perda de neurônios, desmielinização, alterações cognitivas; disfunção do sistema cardiovascular devido alteração no débito cardíaco, resistência vascular, aterosclerose;

perda do tônus muscular, perda da resistência óssea; alterações nos sentidos, equilíbrio; ineficiência do organismo na captação e transformação de diversas substâncias essenciais para o seu funcionamento (JESUS; et al 2018).

Sendo assim o idoso acaba se tornando um individuo com necessidades especiais, que necessitam serem levadas em consideração para que se possam garantir os direitos básicos.

3.2 DOENÇAS MAIS FREQUENTES A saúde é considerada um direito fundamental do ser humano, sendo esta considerada um direito e dever do estado, porém está definição prevista em constituição necessita ser aplicada em todos os âmbitos da

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sociedade e nas mais diversas situações.

Devido ao processo de envelhecimento o idoso, por situação fisiológica pode desenvolver inúmeras doenças e síndromes de perfil crônico, por exemplo: hipertensão, diabetes, Alzheimer, Parkinson, doenças do sistema cardiovascular, osteoporose, entre outras, sendo que estas

acometem indivíduos

independentemente da situação social, nível educacional, ou condição física.

De acordo com Costa e Lourenço (2017), a hipertensão arterial (HA) é a doença crônica não transmissível mais prevalente na população acima de 65 anos, segundo dados do Ministério da saúde estima-se que a prevalência na terceira idade ultrapasse os 60%. Sendo que a HA pode estar associada a origem de outras patologias, como doença cardiovascular, doença renal crônica e síndrome demencial.

O diabetes que também é um grave problema de saúde frequentemente identificado na população idosa, esta prevalente em pelo menos 16,1% desta população, sendo assim considerado um número bastante expressivo devido as comorbidades decorrentes do seu não tratamento e falta de adesão.

Todas estas patologias possuem a base de sua terapêutica nos hábitos de vida, com isso, para população carcerária, fica a dúvida sobre, como ter e ofertar o acesso aos pacientes acometidos e privados de liberdade.

Segundo Ghiggi (2016), existem diversas disparidades no que concerne o Estatuto do Idoso, isso por ele não considerar a proteção ao réu idoso, mas sim, em condição de liberdade ou em abrigos, somado a isso no código penal não houve alterações em seu conteúdo, somente em situações onde este é vitima de algum crime.

Outro fator crucial no que diz respeito a esta população, é desumanização que caracteriza o sistema prisional brasileiro, esta promovida e exacerbada pela superlotação. Um idoso que necessite de uma alimentação adequada as suas necessidades, devido a sua patologia, como diabetes por exemplo, dentro de uma cadeia é considerado algo inacessível devido a insalubridade proporcionada pela mesma (MELO; et al, 2016).

Sobre a prevalência das demências estudos indicam que ocorrerá um crescimento mais elevado do número de pessoas com demência em países em desenvolvimento, que estão em transição demográfica. O número total de pessoas que sofrem de demência mundial em 2010 foi estimado em 35,6 milhões e é previsto que este número quase dobre a cada 20 anos - para 65,7 milhões em 2030 e 115,4 milhões em 2050. O número total de novos casos de demência a cada ano, no mundo, é de quase 7,7 milhões, o que implica um novo caso a cada quatro segundos. (GUTIERREZ; et al, 2014).

Junto a síndrome demencial, há também a ocorrência comum da Doença de Alzheimer (DA) em idosos, que é caracterizada por uma degeneração neuropatológica na transmissão de impulsos nervosos, e que causa graus de esquecimento extremamente graves e debilitantes a saúde desta população. Segundo estudos, a DA se manifesta em 3 fases exponenciais. A primeira é a fase inicial, em que a deterioração é pequena e atinge a memória recente do indivíduo, que passa a esquecer de pequenas coisas, ou situações triviais, como onde colocou a chave de casa (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

A segunda fase, é chamada intermediária, em que a deterioração é

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aumentada e passa a se manifestar pelo esquecimento recorrente e atinge também a área de broca, considerada a área da fala, do pensamento e da linguagem. E então o idoso passa a não a ter dificuldades em nomear instrumentos, pessoas e possui dificuldade em escrever. A terceira fase, é considerada a mais grave da doença e é manifestada pelo estágio terminal, na qual o idoso não reconhece as pessoas mais próximas, passa a não falar, em algumas situações o indivíduo somente vocaliza gemidos, ou expressões (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

Uma das patologias que acometem a população idosa e que por muito tempo foi ignorada por ser tratar de uma doença que inicialmente foi rotulada como de homossexuais, prostitutas e usuários de drogas é a AIDS, que de 1996 a 2005 apresentou um aumento muito expressivo na população acima de 60 anos, sendo que nos homens passou de 5,9% para 8,8% e nas mulheres de 1,7% para 4,6%. Desde a descoberta da doença HIV/AIDS, os idosos não eram considerados grupos de risco, não existindo campanhas de prevenção e conscientização, fazendo com que o número de infectados se tornasse cada vez mais expressivo (ANDRADE;

SILVA; SANTOS, 2010).

O idoso possui alterações fisiológicas no seu sistema imune que o torna mais suscetível a possíveis infecções e a resposta imunológica se torna deficiente para combater agentes.

A deficiente do autocuidado, falta de informação sobre a prevenção dessa doença e o preconceito que a cerca mostra a vulnerabilidade do idoso diante dessa patologia. Uma das questões que cercam essa patologia é a sexualidade, que por muito tempo foi tratada como tabu e o aumento da incidência do HIV/AIDS nessa

população mostra que por muito tempo desvalorizamos a sexualidade, limitando os idosos nesse campo e os privando de acesso aos insumos de proteção (ANDRADE; SILVA;

SANTOS, 2010).

A terapia antirretroviral, que hoje é o único tratamento para essa patologia, traz efeitos colaterais severos, podendo aumentar o risco de doença cardiovascular, hiperglicemia, complicações neurológicas e neuropsiquiátricas. Podem ser facilmente associadas a patologias preexistentes podendo trazer pioras drásticas para a saúde desse idoso já que o HIV/AIDS traz consigo várias outras doenças oportunistas, limitando a saúde, convívio social, a vida financeira, familiar e afetiva desse idoso (ANDRADE; SILVA; SANTOS, 2010).

Estes dados corroboram para importância e o impacto destas doenças na população, e como o prognóstico das mesmas tende a piorar devido ao aumento do número de idosos e também na defasagem sobre a qualidade de vida destes, há necessidade de uma visão mais holística e integrativa, onde se busca a prevenção, levando em consideração que o sistema carcerário não é resolutivo em situações de saúde.

Neste sentido, pode-se acrescentar que políticas públicas de fortalecimento da saúde para a população carcerária idosa, faz-se necessárias para abordagem qualitativa de patologias graves como as abordadas neste tópico, visto a complexidade de tratamento. Muitas das vezes, a população privada de liberdade é marginalizada e excluída de qualquer processo de cuidado pelas autoridades competentes e também pela sociedade civil devido a prática de atos ilícitos, condenados por muitos ao exílio total e perpétuo. No entanto, um

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país só será composto de desenvolvimento expressivo, se atender a todos os quesitos de humanidade, dentre eles, os que abordam e protegem os direitos humanos, e nestes estão incluídos toda a população, condenada ou não.

Assim, a população carcerária, também necessita de atenção, visando a prática da proteção dos direitos de toda pessoa.

3.3 QUAIS MEDIDAS DEVEMOS TOMAR?

O sistema prisional brasileiro é o terceiro maior do mundo, somado a isso ele possui um alto custo aos cofres públicos, de acordo com dados do Supremo Tribunal Federal (2016), um preso no Brasil custa R$ 2,4 mil por mês, esta constatação foi feita pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Cármen Lúcia.

Sendo assim é difícil atribuir a este sistema os gastos inerentes ao sistema de saúde o SUS, são diversos os processos burocráticos no que diz respeito ao tratamento desta população em especifico, necessitando de avaliação judicial sempre que necessário. As unidades prisionais contam com uma equipe responsável por situações e urgência e emergência, porém estes atuam em situações de agudas de saúde, ou nas imunizações, falhando no quesito prevenção e promoção de saúde (ROSÁRIO, 2016).

É importante ressaltar que o Brasil é o único país que oferece um plano de saúde universal e que atende a população em todos os níveis de atenção de forma integral e universal, e que desta forma, o seu recurso deve

ser estendido a todos igualmente, incluindo a população carcerária, que dentro dos presídios corre vários riscos de contaminação e aquisição de patologias crônicas graves, demandando atenção dos profissionais de saúde do local.

Portanto se faz necessário à ação por parte de outros setores, isso possui grande amplitude, pois se realizada, atribuirá grande economia ao estado, sabe-se que a prevenção é fator fundamental para manter uma vida saudável, isso dentro das limitações do sistema carcerário. Cabe aos órgãos competentes esta visão, possibilitando assim uma integração no sistema de saúde ao prisional, com intuito de atender as necessidades deste, com isso possibilitando o cumprimento de penas sem que se faça necessária medidas de progressão de pena ou prisão domiciliar.

4 CONCLUSÕES

De acordo o exposto fica perceptível à necessidade de uma reforma nos âmbitos do código penal, sistema carcerário e Estatuto do idoso, onde se busca a resolução de inúmeros problemas, sendo que estes são de caráter emergencial, tendo em vista que a população idosa aumenta progressivamente a cada ano concomitante ao aumento da criminalidade, fazendo necessário um novo olhar sobre esta em especifico.

Vale salientar a necessidade de ações de saúde mais abrangentes não apenas com foco na resolubilidade de sinais e sintomas de determinadas doenças, mas sim na prevenção, na promoção de saúde, evitando que a

população adoeça e

consequentemente sobrecarregue o sistema saúde, ou no sistema prisional, encarcerando indivíduos em situações

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criticas e com necessidade de tratamento.

Portanto a união de forças governamentais vem a somar na administração pública, fortalecendo não apenas a população, mas também aos órgãos, que proporcionaram ações mais efetivas e capazes de promover

mudanças profundas, e

consequentemente atender aos anseios da população carcerária em especifico.

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REFERÊNCIAS

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SANTOS, M.I.P.O. Aids em idosos:

vivências dos doentes. Esc. Anna Nery. v. 14(4). p.712-719, 2010.

ARAÚJO, H. A. A.; MENDES, R. P. S.

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BRASIL. Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Dispões sobre Estatuto do Idoso e dá outras providências.

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Carmen Lúcia diz que preso custa 13 vezes mais do que um estudante no Brasil. 2016.

EULÁLIO, P.N.F. Atenção à saúde mental de idosas em situação de

encarceramento prisional: estudo de caso. 2017.

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PIRES, M. C. D. N. O Direito à Saúde no Sistema Prisional. Rev Tempus Actas Saúde Col. p. 281-297, 2013.

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