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ELETROESTIMULAÇÃO DO NERVO TIBIAL POSTERIOR NO TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA

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Academic year: 2022

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FERREIRA, Beatriz Lúcio1 FIGUEIRA, Letícia dos Santos2 POASTRELI, Raira Torres3 LUGÃO, Emiliana Alves da Costa4

INTRODUÇÃO

Incontinência Urinaria (IU) é definida como perda involuntária de urina. É um distúrbio que afeta um grande grupo da população, principalmente as mulheres, em qualquer faixa etária. Ela apresenta três tipos, IU de esforço (IUE), que é a perda de urina associada com atividades físicas que aumenta a pressão intra-abdominal, IU de urgência (IUU), perda involuntária de urina associada ao forte desejo de urinar, e a IU mista (IUM), quando apresenta os dois tipos anteriores. (FITZ et al., 2012).

O tratamento da IU pode ser de duas formas, o conservador ou cirúrgico, sendo que a primeira linha de tratamento é o conservador, caso ao longo do tempo ele seja rejeitado pelo paciente ou falhe, tenta-se a cirurgia. O conservador objetiva aumentar o suporte do trato urinário inferior, devido ao aumento da força dos músculos do assoalho pélvico, bem como promover o fechamento uretral por contração involuntária dos músculos periuretrais. (FITZ et al, 2012).

As opções terapêuticas mais utilizadas como tratamento conservador são:

perda de peso, exercícios de reforço da musculatura pélvica, biofeedback, cones vaginais, eletroestimulações, orientação do hábito miccional e retreinamento vesical, cinesioterapia e farmacoterapia (SCHREINER, 2013).

O nervo posterior é um nervo misto, contendo fibras motoras e sensoriais, saindo raízes nervosas de L4, L5, S1 a S3, compartilhando as mesmas raízes que inervam a bexiga. A eletroestimulação direta do nervo tibial, inibe as vias aferentes de S2-S3, suprimindo a atividade da bexiga, melhorando a hiperatividade do

1 Beatriz Lúcio Ferreira do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário São Camilo-ES - beatrizlfer@hotmail.com.

2Leticia dos Santos Figueira do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário São Camilo-ES - leticiasf665@gmail.com.

3Raíra Torres Polastreli do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário São Camilo-ES – rairapolastreli@hotmail.com.

4Emiliana Alves da Costa Lugão do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário São Camilo-ES – emilyanamorena@hotmail.com

5Sabrina Cunha Vargas / Fisioterapeuta - Crefito 2 - 43741-F / Mestre em Ensino de Ciências da Saúde e do Ambiente (UNIPLI). Centro Universitário São Camilo-ES – sabrinavargas@saocamilo-es.br.

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detrusor. Ainda não há conhecimento do efeito fisiológico da eletroestimulação do nervo tibial posterior, mas acredita-se que sua ação é modular os estímulos que chega na bexiga pela inervação reciproca (TOMASIL et al, 2014).

METODOLOGIA

Para a realização do estudo foi elaborado uma pesquisa de revisão bibliográfica, onde buscou-se verificar a eficácia da Eletroestimulação do Nervo Tibial Posterior (EENTP), no tratamento da Incontinência Urinária. Assim para alcançar os objetivos do estudo, utilizou-se a seguinte base de dados: SCIELO (Scientific Eletronic Library Online) e Google Acadêmico. Após a seleção de todo o material literário, foram realizadas leituras explorativas e analíticas. Dentre as publicações foram selecionados artigos que tratavam sobre o assunto. A produção desse artigo foi baseada em 17 artigos científicos, sendo 16 em português e 1 em inglês, dentre estes 7 revisão e 10 de pesquisa de campo. Foram excluídos alguns por tratarem de outros tratamentos.

DISCUSSÃO

O nervo tibial posterior origina-se no plexo lombo-sacro, divisão anterior, nos segmentos L4-S3. Trata-se de um nervo misto, com predominância sensitiva, que inerva todos os músculos posteriores da coxa exceto a cabeça pequena do bíceps femoral, que é inervada pela divisão peroneal. No joelho, o nervo tibial posterior supre ramificações para o gastrocnêmio lateral e medial, o sóleo e outros músculos menores. À medida que o nervo continua dentro da parte inferior da perna, ele ramifica-se para o tibial posterior, o flexor longo dos dedos e o flexor do hálux (ALVES, 2014).

Alves et al. (2014), explica que os eletrodos são posicionados de forma a acompanhar a altura do tornozelo onde está localizado o nervo, assim aplica-se de 1 a 5 centímetros acima do maléolo medial e outro no arco do pé, desse modo afirma- se que o nervo tibial possui fibras sensitivas e motoras, em que se originam fibras do sistema nervoso parassimpático, que inervam a bexiga e emergem de L5-S3.

Em conjunto com a eletroestimulação Viana et al. (2012), também considera a atividade dos músculos pélvicos nas diversas formas de incontinência como forma de tratamento fisioterapêutico conservador, com isso deve-se considerar a fisioterapia como um recurso que não oferece risco ou incômodo relacionado a

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outros tipos de tratamento. Isso engloba a normalização do tônus dos músculos pélvicos e treino de percepção corporal.

Contudo, ao realizar um estudo, Tomasi (2014), concluiu que das 8 mulheres participantes com IU, 62% apresentaram perda de urina após a aplicação da eletroestimulação, mas foi observado melhora na quantidade, de intensa para moderada. Moura (2011), utilizou a corrente de baixa frequência TENS no modo Burst para o tratamento com uma participante com IU, e teve como resultado igualmente a Tomasi (2014), a redução da eliminação de fluidos involuntários, melhorando dessa forma a autoestima da paciente.

De acordo com Silva et al. (2011), além da diminuição da perda de urina após o tratamento com EENTP, ocorre também uma melhora nas limitações físicas e emocionais, melhora do sono, autoestima e consequentemente melhora a participação social da pessoa, demonstrando os efeitos benéficos desse tratamento.

Berquó (2012), constatou em sua pesquisa que mesmo a fisioterapia sendo um tratamento menos invasivo e com poucos efeitos colaterais a eletroestimulação causa alguns efeitos indesejáveis como irritação vaginal, desconforto e sensações desagradáveis.

Desse modo Schreiner (2009), afirmou que a eletroestimulação é eficaz quando utilizada de forma secundária, ou seja, quando usada em associação com outro tipo de tratamento, que resulta em uma visível melhora do quadro clínico.

CONCLUSÃO

Conclui-se com esse estudo que a eletroestimulação do nervo tibial posterior é um tratamento que obtém resultados positivos na Incontinência Urinária, resultando na diminuição significativa da perda de urina. Porém, a quantidade de participantes submetidos às pesquisas é pequena.

Para obter um prognostico satisfatório, é importante que associe a eletroestimulação com outro tipo de tratamento. Portanto constatou-se que a eficácia dos resultados não se prende somente na diminuição da perda de urina, mas também na melhora da vida pessoal e social da paciente.

REFERÊNCIAS

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Referências

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