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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

Competência da Justiça do Trabalho.

Prof. Antero Arantes Martins

AULA “3”

(AULAS “5” E “6” – Noturno)

(2)

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

PARTE 1

(3)

COMPETÊNCIA

Competência é o limite da jurisdição.

Para a fixação destes limites o direito processual utiliza-se de cinco critérios.

1. Material;

2. Funcional ou hierárquico;

3. Territorial;

4. Em razão da pessoa;

5. Em razão do valor da causa.

O Processo do Trabalho utiliza-se apenas dos três primeiros, havendo apenas uma hipótese para o critério número “4”.

(4)

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MÁTÉRIA

• A competência em razão da matéria é fixada pelo art. 114 da CF, que sofreu profundas alterações pela EC 45/2004 e merece análise mais aprofundada.

• Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:

I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

(5)

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MÁTÉRIA

• Redação anterior:

• Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta dos Municípios, do Distrito Federal, dos Estados e da União, e, na forma da lei, outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, bem como os litígios que tenham origem no cumprimento de suas próprias sentenças, inclusive coletivas.

A competência nunca foi pela natureza do Objeto.

Precedente jurisprudencial de 1.991 de suma relevância (STF – Pleno – Conflito de Jusridição n. 6.959-6, Rel.

(Designado) Ministro Sepúlveda Pertence. DJU 22.02.1991.

(6)

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MÁTÉRIA

• “Justiça do Trabalho. Competência. CF, art. 114. Ação de empregado contra o empregador visando à observação das condições negociais de promessa de contratar formulada pela empresa em decorrência da relação de trabalho:

• 1 – Compete à Justiça do Trabalho julgar demanda de servidores do Banco do Brasil para compelir a empresa ao cumprimento da promessa de vender-lhes, em dadas condições de preço e modo de pagamento, apartamentos que, assentindo em transferir-se para Brasília, aqui viessem a ocupar, por mais de cinco anos, permanecendo a seu serviço exclusivo e direto.

• 2- À determinação da competência da Justiça do Trabalho não importa que dependa a solução da lide de questões de direito civil, mas sim, no caso, que a promessa de contratar cujo alegado conteúdo é o fundamento do pedido, tenha sito feita em razão da relação de emprego, inserindo-se no contrato de trabalho”.

(7)

COMPETÊNCIA MATERIAL

• Principais inovações em relação ao texto anterior:

Suprimiu a expressão trabalhador x empregador.

Competência não se fixa mais por sujeitos.

Objeto: Relação de Trabalho e não relação de emprego.

A questão das ditas “relações de consumo”.

Funcionários Públicos.

(8)

Competência Material. Relações de consumo.

• Súmula 363, STJ

– Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente.

(9)

Competência Material. Funcionários Públicos.

Art. 114, I, CF (Redação original): as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, exceto os servidores ocupantes de cargos criados por lei, de provimento efetivo ou em comissão, incluídas as autarquias e fundações públicas dos referidos entes da federação;

A parte sublinhada foi excluída do texto final;

(10)

Competência Material. Funcionários Públicos.

• Liminar do Ministro Nelson Jobim, então presidente do STF, nos autos da ADIN nº 3.395:

“... Concedo a limnar ... Dou interpretação conforme ao inciso I do art. 114 da CF, na redação da EC n. 45/2004.

Suspendo, “ad referendum”, toda e qualquer interpretação dada ao inciso I do art. 114 da CF, na redação dada pela EC 45/2004, que inclua na competência da Justiça do Trabalho, a “... Apreciação ...

de causas que ... Sejam instauradas entre o Poder Publico e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico administrativo...” (27/01/2005).

(11)

Competência Material. Funcionários Públicos.

“Inconstitucionalidade. Ação direta. Competência.

Justiça do Trabalho. Incompetência reconhecida.

Causas entre o Poder Público e seus servidores estatutários. Ações que não se reputam oriundas de relação de trabalho. Conceito estrito desta relação.

Feitos da competência da Justiça Comum. Interpretação do art. 114, inc. I, da CF, introduzido pela EC 45/2004.

Precedentes. Liminar deferida para excluir outra interpretação: O disposto no art. 114, I, da Constituição da República, não abrange as causas instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação jurídicoestatutária” (ADI 3.395-6-MC/DF, Plenário do STF, Relator Ministro César Peluso, DJ 10.11.2006)

(12)

Competência Material. Funcionários Públicos.

INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA. DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.

REPERCUSSÃO GERAL. Diante do entendimento exarado pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, no RE 573202-AM, Relator Ricardo Lewandowski, DJ 05/12/2008 e na ADI 3.395-MC/DF, Relator Ministro César Peluso, DJ 10/11/2006, esta Corte cancelou a Orientação Jurisprudencial nº 205 da SBDI- 1, por meio da decisão Plenária de 23.04.2009. Adotou-se, então, o entendimento de que a contratação temporária de servidor público, por ente público, por meio de regime especial estabelecido em Lei Municipal ou Estadual, com fulcro nos artigos 114 e 37, IX, da CF/1988, é da competência da Justiça Comum, ainda que quaestio envolva a interpretação de contrato de Trabalho regido pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho . Isso porque, o que importa é que esteja caracterizada a natureza jurídica estatutária da relação de emprego de cunho temporário, e estabelecida entre as partes, por meio de regime especial previsto em lei especial, para que esteja caracterizada a incompetência da Justiça do Trabalho. Repercussão Geral de matéria constitucional reconhecida pelo Eg. STF. Observância do RE 573202- AM, Relator Ricardo Lewandowski, (DJ 05/12/2008). Declarada a incompetência da Justiça do Trabalho, merece conhecimento e provimento o recurso de revista para determinar a remessa dos autos à Justiça Estadual Comum. Recurso de revista conhecido e provido. Processo: RR - 127100- 75.2008.5.11.0017 Data de Julgamento: 28/04/2010, Relator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 07/05/2010.

(13)

Competência Material. Funcionários Públicos.

• Lembrar que a Lei 8.112/90 já havia tentado esclarecer a redação do art. 114 da CF nos seguintes termos:

• Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da Constituição Federal, o direito à livre associação sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes:

• ...

d) de negociação coletiva; (Mantido pelo Congresso Nacional) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

e) de ajuizamento, individual e coletivamente, frente à Justiça do Trabalho, nos termos da Constituição Federal.

(Mantido pelo Congresso Nacional) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

(14)

COMPETÊNCIA MATERIAL

II as ações que envolvam exercício do direito de greve;

• Pode-se pensar que este inciso apenas explicitaria uma competência que sempre foi da Justiça do Trabalho que, através dos chamados dissídios coletivos, sempre julgou se as greves eram abusivas ou não abusivas.

Entretanto, amplia a competência da Justiça do Trabalho no que se refere às ações correlatas à greve, como, por exemplo, as ações possessórias (interdito proibitório, reintegração de posse, reparação de danos, etc).

(15)

COMPETÊNCIA MATERIAL

III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;

• A grande questão aqui, no aspecto interpretativo é se a fixação dos sujeitos está vinculada ou desvinculada do objeto (ações sobre representação). Aqui o STF tem decisão com interpretação ampliativa.

• Precedente no STF. CC 7221/RS, rel. Min. Marco Aurélio, 1º.6.2006. (CC-7221)

(16)

COMPETÊNCIA MATERIAL

IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição.

• Auto-explicativo. Observar: Por enquanto a JT não tem competência criminal. O HC refere-se apenas à prisão civil do depositário infiel.

• Com o inciso VII (abaixo) há possibilidade de MS na primeira Instância.

• Empregado Público não tem MS contra empregador.

(17)

COMPETÊNCIA MATERIAL

V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o;

• Da mesma forma, quando o conflito de competência envolve apenas autoridades judiciárias trabalhistas, a competência para solução permanece interna corporis. Trata-se de competência fixada em lei infra constitucional apenas elevada ao nível constitucional.

(18)

COMPETÊNCIA MATERIAL

VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;

• Ao julgar o Conflito de Competência 7204, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a competência da Justiça do Trabalho para julgar as ações de reparação de danos morais e materiais decorrentes de acidente do trabalho.

• A decisão reformula o entendimento da Corte no Recurso Extraordinário 438639, que dava por competente a Justiça Comum.

(19)

COMPETÊNCIA MATERIAL

• CONFLITO DE COMPETÊNCIA. ACIDENTE DO

TRABALHO. MORTE DO SEGURADO. AÇÃO DE

INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAL E MORAL.

VIÚVA E FILHOS. COMPETÊNCIA. JUSTIÇA

ESTADUAL.1. No caso de morte do trabalhador, em virtude de acidente do trabalho, prevalece no Superior Tribunal de Justiça o entendimento de ser competente a Justiça estadual para conhecer e julgar a ação de indenização por danos material e moral proposta pela viúva e pelos filhos, porquanto cessada a relação de trabalho e se estabelecendo uma relação de natureza civil.2. Precedente - Código Civil 54210-RO.3.

Conflito de competência conhecido para declarar competente oJuízo de Direito da 1ª Vara de Caçador - Santa Catarina.

• (CC 81687 / SC - CONFLITO DE COMPETENCIA - 2007/0057576-9 - Relator(a) - Ministro ARI PARGENDLER (1104) - Ministro FERNANDO GONÇALVES (1107)- DJ 08/10/2007 p. 207)

(20)

COMPETÊNCIA MATERIAL

• SÚMULA 366:

• Compete à Justiça estadual processar e julgar

ação indenizatória

proposta por viúva e filhos de empregado

falecido em acidente de

trabalho.

(26/11/2008)

(21)

COMPETÊNCIA MATERIAL

VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;

(22)

COMPETÊNCIA MATERIAL

• Muitas violações de direitos trabalhistas ensejam também multas administrativas a serem aplicadas pela fiscalização do trabalho (DRT). Estas multas sempre foram discutidas na esfera da Justiça Federal Comum.

CONFLITOS.

• Em tramitação: JT aplicar e executar ex officio as penalidades administrativas. Aprovada no Senado retornou à Câmara dos deputados.

(23)

COMPETÊNCIA MATERIAL

VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;

• Este dispositivo é o antigo § 3º do art. 114, inserido pela EC 20/98. Quer dizer que as contribuições do INSS, da parte do empregado e do empregador, que decorrem da sentença judicial trabalhista, devem ser cobradas na própria ação e ex officio pelo Juízo.

(24)

COMPETÊNCIA MATERIAL

IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.

• Há incompatibilidade com o inciso I.

I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

• Se são todas as controvérsias decorrentes da relação de trabalho porque o inciso IX?

(25)

COMPETÊNCIA MATERIAL

• A existência dos dois incisos causa espanto na doutrina.

• É preciso encontrar uma solução no sentido de harmonizar.

• Carlos Henrique: Se há lei para justiça comum, então precisa de lei para JT. Se não há lei para JT, então passou a ser da JT. Ex: Representante comercial.

• Wagner Giglio: Para a maioria foi simples descuido, porque supérfluo. Considra, entretanto, possibilidade de autorizar outras competências conexas à relação de trabalho.

• Oriundo (originário) x decorrentes (derivado). As originárias são da JT. As derivadas podem ser da JT se houver Lei.

(26)

COMPETÊNCIA MATERIAL

§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.

• A autocomposição (negociação coletiva) dos conflitos trabalhistas é o indicativo preferencial segundo este dispositivo. Sendo impossível a autocomposição, o dispositivo indica que a solução seguinte é a heterocomposição privada (arbitragem).

(27)

COMPETÊNCIA MATERIAL

• § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.

(28)

COMPETÊNCIA MATERIAL

• A heterocomposição pública (jurisdição = dissídio coletivo) pode ser instaurada apenas se as partes estiverem de comum acordo.

Antes da EC 45/2004 qualquer das parte poderia instaurar dissídio coletivo e provocar a solução do conflito através do poder normativos da Justiça do Trabalho.

(29)

COMPETÊNCIA MATERIAL

O poder normativo continua mas o dissídio coletivo que ensejará a sua aplicação não pode mais ser instaurado unilateralmente. Assim o dissídio coletivo passou a ser uma espécie de

“arbitragem pública”.

• DISCUTIR CONSTITUCIONALIDADE. Art. 5º, XXXV da CF.

(30)

COMPETÊNCIA MATERIAL

§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.

• Sem acordo de vontade restará apenas a greve como recurso para forçar a parte patronal a negociar. A greve, entretanto, pode trazer malefícios a toda sociedade (atividade essencial). Entre caso, o dispositivo faculta (não obriga) o MPT a instaurar o dissídio coletivo para solução do conflito.

(31)

COMPETÊNCIA FUNCIONAL

• Regra geral: 1º Grau é 1ª Instância. Somente a Lei pode excepcionar. Na JT:

Dissídios Coletivos;

M.S. Contra ato de Juiz;

Ação Rescisória;

Ação Anulatória de Cláusula Normativa;

“HC” contra ato de Juiz que determina prisão civil.

(32)

COMPETÊNCIA TERRITORIAL

• Também chamada de competência de foro. Cuida de distribuir a parcela de jurisdição entre juizes da mesma condição (material, funcional), em função do local onde atua este Juiz.

• A CLT fixa a competência territorial no “caput” do art.

651, sendo regra geral o local da prestação de serviços, ainda que o empregado tenha sido contratado em outro local ou no estrangeiro. Pouco importa o domicílio do autor ou o domicílio do réu, ou ainda, o local da contratação. Será competente o Juízo da localidade onde o empregado prestou serviços ao empregador.

(33)

Competência territorial

Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.

(34)

Competência Territorial – Regra do último

• Se o empregado prestou serviços em mais de um local, a competência será do último local de prestação de serviços.

Não será aplicada a regra do último quando:

• A) A lide envolver inteiramente objeto de outro local;

• B) A última transferência for obstativa ao exercício do direito de ação.

(35)

• § 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.

Competência Territorial – Exceções:

(36)

Competência Territorial – Exceções:

O parágrafo primeiro do art. 651 da CLT trata do vendedor viajante e pode ser aplicado por analogia a todo aquele que é itinerante. Se o trabalhador é itinerante, não tem um local de trabalho, mas vários. Nesta situação, a competência é fixada pela localidade onde estiver a filial a que é subordinado. Se não houver filial (ou seja, subordinado diretamente à matriz) a competência é da localidade onde o empregado tiver domicílio.

(37)

Competência Territorial – Exceções:

• § 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário.

(38)

Competência Territorial – Exceções:

• O parágrafo segundo garante ao empregado brasileiro a competência da Justiça do Trabalho brasileira para conhecer de conflito que tenha ocorrido no estrangeiro. Por força do art. 5º da Constituição Federal, esta competência é extensível aos estrangeiros residentes no país.

• Exemplo: Empregado brasileiro contratado para trabalhar no Cairo, Egito. Poderá mover ação contra o seu empregador no Brasil, na localidade em que foi contratado. Se foi contratado no estrangeiro, na localidade onde tiver domicílio.

(39)

Competência Territorial – Exceções:

• O dispositivo fixa a competência (instituto de direito processual) brasileira, mas, não estabelece, desde logo, que o contrato será regido pelo Direito brasileiro.

• Princípio de D. Internacional: “Locus regit actum”.

• Por regra geral, o contrato é regido pelas normas vigentes no local de sua execução.

• Exceção: Se o contrato contiver previsão de que a legislação brasileira será a aplicada.

(40)

Competência Territorial – Exceções:

• § 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.

• Cuidado para não realizar interpretação que afronte o “caput” do artigo.

• Era aplicável somente a empregador itinerante.

• A partir de 2014 o TST passou a entender que pode haver tal opção se a aplicação da regra geral importar em negativa de acesso ao Poder Judiciário.

(41)

MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA

• Antes de iniciarmos o estudo de modificações de competência, devemos analisar se esta competência é absoluta ou relativa.

• A distribuição de competência se dá em virtude do interesse público na maioria das vezes, ou pela comodidade das partes, em outras ocasiões.

(42)

Modificação de Competência (Cont)

• Absolutas

– Matéria – Função – Pessoa

• Relativas

– Territorial

– Valor da causa.

(43)

Modificação de Competência (Cont)

• Absolutas:

– São Improrrogáveis;

– Podem ser declaradas ex officio

– Podem ser argüidas em qualquer Instância ou grau de Jurisdição

– Decisão transitada em julgado passível de Ação Rescisória

(44)

Modificação de Competência (Cont)

• Relativas:

– São Prorrogáveis;

– Não podem ser declaradas ex officio. Dependem de argüição. Art. 337, 5º do CPC/2015.

– Há preclusão em caso de não argüição;

– Não é causa de ação Rescisória.

(45)

Modificação de Competência (Cont)

• Ocorre a prorrogação legal quando houver:

• Conexão: (Art. 55, CPC/2015):

Identidade de objeto ou causa de pedir.

Deve ser argüida em defesa, pena de preclusão. (Doutrina e Jurisprudência).

(46)

Modificação de Competência (Cont)

• Ocorre a prorrogação legal quando houver:

• Continência: (Art. 57, CPC/2015): Identidade de parte e causa de pedir. Objeto de uma abrange o objeto da outra.

• Nesta hipótese, o Juíz pode ordenar, de ofício ou a requerimento da parte, a reunião das ações.

(47)

Modificação de Competência (Cont)

• Ocorre a prorrogação voluntária quando:

• Houver eleição de foro (art. 63, CPC/2015).

Trata-se de uma prorrogação expressa e obriga os herdeiros e sucessores (§ 2º). Não existe no Direito do Trabalho. IN 39 do TST.

• A ação for proposta por Juízo incompetente em razão do lugar e a outra parte não apresentar exceção de incompetência, o que equivale à prorrogação tácita.

(48)

Modificação de Competência (Cont)

• Não se considera a prevenção como fator de modificação de competência. “Prae-venire”

significa “chegar primeiro”. A prevenção apenas destaca um Juiz competente de todos os demais. Dá-se prevenção ao Juízo que recebeu a primeira causa por distribuição.

• Ocorre prevenção mesmo que a ação anterior tenha sido arquivada ou julgada extinta sem resolução do mérito. Preservação do Princípio do Juiz Natural.

(49)

ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

Material de estudo

(50)

Organização da Justiça do Trabalho.

• A Justiça do Trabalho é um ramo da Justiça Federal.

• Está estruturada em três níveis hierarquizados.

– Tribunal Superior do Trabalho.

– Tribunais Regionais do Trabalho.

– Varas do Trabalho ou Juízes de Direito onde não houver (inaplicável no Estado de São Paulo, onde todo o seu território está abrangido pela Justiça do Trabalho).

(51)

Organização da Justiça do Trabalho.

• O Tribunal Superior do Trabalho tem sede em Brasília-DF e jurisdição em todo território nacional.

• Como todo Tribunal Superior, seus componentes são divididos em Turmas e denominados “Ministros”.

• Contém, ainda, as chamadas seções especializadas:

– Seção de Dissídios Individuais-1 – Seção de Dissídios individuais-2 – Seção de Dissídios Coletivos

(52)

Organização da Justiça do Trabalho.

• Após a Constituição Federal de 1.988, todo Estado componente da Federação deve ter ao menos um Tribunal Regional do Trabalho.

• São Paulo é exceção. Tem 02 (2ª e 15ª Regiões).

• Pela lei seus componentes são denominados de Juízes.

Alguns Regimentos Internos (como o da 2ª Região, por exemplo), fixa a denominação de “Desembargador do Trabalho”.

• São Igualmente divididos em Turmas. O regimento interno pode prever outras sub-divisões.

(53)

Organização da Justiça do Trabalho.

• As Varas do Trabalho são os órgãos de Primeiro Grau de Jurisdição.

• Onde não houver, o Juiz de Direito da Comarca é investido de jurisdição trabalhista e faz as vezes do Juiz do Trabalho.

• Lembrar: Os graus de jurisdição são invariáveis (Vara do Trabalho – 1º Grau, TRT – 2º Grau e TST – 3º Grau). A Instância pode variar, conforme competência funcional.

(54)

Magistratura. Características.

• O sistema de organização judiciária brasileiro é composto por vários órgãos, de diferentes competências e graus de jurisdição. Podem ser individuais (monocráticos) ou coletivos (Colegiados). Estes órgão são tradados genericamente pelo Código de Processo Civil como “Juiz”.

Assim, quando usa esta expressão, não está dirigindo-se à pessoa física do Juiz, mas ao órgão julgador, seja ele individual ou coletivo.

• Juiz, portanto, é o agente individual ou coletivo, representante do Estado, investido de Jurisdição ao qual se dirige o direito de ação e, nos limites da sua competência, pacifica o conflito de interesses mediante a conciliação ou o julgamento.

(55)

Magistratura. Características.

Requisitos do Juiz:

• Jurisdicionalidade, ou seja, investidos do poder de Jurisdição;

• Competência: devem atuar dentro dos limites de jurisdição que lhe impõe o ordenamento jurídico;

• imparcialidade ou alheabilidade: O Juiz é inter e supra partes. Deve manter-se alheio aos interesses de cada uma, entre e acima destas, em equidistância;

• Independência: O Juiz não é subordinado a ninguém a não ser à Lei e à sua consciência. Nem mesmo aos Tribunais Superiores, ao Legislativo, ao Executivo ou à vontade das massas e suas formas de pressão (imprensa, etc).

• Processualidade: Deve obedecer a ordem processual, evitando assim a arbitrariedade e o tumulto.

(56)

Magistratura. Características.

Garantias da Magistratura.

• Para assegurar a independência do Juiz, existem garantias constitucionais ao magistrado. São três as essenciais:

• Vitaliciedade: Não podem perder o cargo a não ser por decisão judicial. Vitalício é diferente de estável, porque significa por toda a vida. O Juiz aposentado continua sendo Juiz.

• Inamovibilidade: Não pode ser removido de seu local de trabalho compulsoriamente. Exceção: Juiz Substituto e a bem do interesse público, assim decidido por 2/3 do Tribunal. Visa evitar o afastamento do Juiz que eventualmente incomode alguma pessoa influente da localidade;

• Irredutibilidade de vencimentos.

(57)

Magistratura. Características.

• O Juiz tem alguns impedimentos em sua vida civil, a fim de garantir sua total imparcialidade e dedicação à sua tarefa.

Estão no art. 95 da Constituição Federal.

– Exercer qualquer outro cargo ou função, ainda que em disponibilidade, salvo uma de magistério;

– Receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação nas custas do processo;

– dedicar-se à atividade político-partidária.

• Com estas condições e impedimentos, o legislador visa a entrega da tutela jurisdicional com absoluta isenção de animo por parte do julgador.

(58)

Magistratura. Características.

Poderes e deveres do Juiz.

• Inicialmente devemos esclarecer que a colocação acima como dar a entender que poderes se constituiriam em direitos, porque contrapostos a deveres. O poder do Juiz nada mais representa que um dever de utilizar determinadas ações processuais para atender ao jurisdicionado. Poderes nada mais representam do que um dever de utiliza-los.

• Estão definidos no art. 139 do CPC/2015. O Juiz dirigirá o processo conforme o disposto no estatuto legal, competindo-lhe.

– assegurar às partes igualdade de tratamento;

– velar pela rápida solução do litígio;

– prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da Justiça;

– tentar, a qualquer tempo, conciliar as partes (Lei 8.952 de 13/12/94).

(59)

Magistratura. Características.

• Reza o art. 140 do CPC/2015 que o Juiz deve julgar de acordo com a legislação em vigor. Somente quando o tema da decisão estiver em lacuna ou obscuridade da Lei é que pode aplicar analogia, os costumes e os Princípios Gerais do Direito. Daqui decorre um princípio importante que é o da Indeclinabilidade da Jurisdição. Até porque estaria violando dispositivo constitucional (art. 5º, inciso XXXV).

Importante: Cabe ao Juiz obstar a fraude, quando se convencer de que autor e réu se serviram do processo para praticar ato simulado ou conseguir objetivo ilegal. (art. 142, CPC). Comentar acordos antes da primeira audiência.

Importante: O art. 370 permite ao Juiz que indefira prova e diligências inúteis. Permite ao Juiz a produção de provas de ofício ou a requerimento da parte.

(60)

Ministério Público. Características.

Conceito: O Ministério Público, também chamado de “Parquet” está conceituado no art. 127 da Constituição Federal como sendo:

“instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”.

Campo de atuação: Defendem a ordem jurídica, na função de “fiscal da Lei”, velando pelo cumprimento do ordenamento jurídico.

• Atua no campo dos interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos.

• Pode atuar como parte (art. 177, CPC/2015) ou como “custos legis”

(Art. 178, CPC/2015) .

(61)

Ministério Público. Características.

Organização do Ministério Público.

• Não é órgão do Judiciário e sim do executivo. Pode ser da União ou Estadual.

• O Ministério Público da União é: Federal (STF, STJ e Justiça Federal), do Trabalho (Justiça do Trabalho); Militar (Justiça Militar da União) e do Distrito Federal e Territórios (Junto à Justiça local do DF e Territórios).

• Estes Ministérios Públicos são independentes entre sí. Autônomo, entretanto, é o Organismo do Ministério P’bulcio da União. (Lei orgânica do M.P. da União é 8.625 de 12/02/93).

• O M.P. de cada Estado é autônomo e atua junto à Justiça estadual da localidade. (Lei orgânica do M.P. do Estado de S.P. é 734 de 26/11/93).

(62)

Ministério Público. Características.

Princípios.

• São dois os Princípios básicos do M.P.: Unidade e independência funcional.

– Unidade significa que todos os membros pertencem a uma só corporação, e a atuação de um ou outro no processo não provoca alteração subjetiva;

– Independente para que cada qual atue de acordo com sua própria consciência jurídica, sem ingerência do poder executivo, do juiz e de seus superiores hierárquicos. Também no sentido de que podem podem propor projeto de lei que trate a criação e extinção de cargos auxiliares e fazer sua proposta orçamentária.

(63)

Ministério Público. Características.

Garantias.

Da instituição:

– Estruturação em carreira;

– Relativa autonomia administrativa e orçamentária;

– limitações à nomeação e destituição do Procurador-Geral;

– Exclusividade da ação penal pública

(64)

Ministério Público. Características.

Garantias.

Dos promotores individualmente

– Tríplice predicado da vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos.

– Ingresso mediante concurso público observado o critério de classificação para nomear

– Promoção por antiguidade e merecimento, alternadamente, prevalecendo critérios objetivos;

– Sujeição à competência originária do T.J. nos crimes comum e de responsabilidade.

(65)

Ministério Público. Características.

Impedimentos:

– Exercer advocacia;

– Consultoria a entidades públicas;

– Participar de sociedade comercial;

– Exercer qualquer outro cargo ou função salvo uma de magistério;

– Receber, sob qualquer pretexto, honorários, custas ou participação nas custas do processo;

– dedicar-se à atividade político-partidária.

Referências

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