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PROPOSIÇÃO DE INDICADORES PARA AVALIAÇÃO DO PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DE UMA UNIDADE DE SAÚDE DE OURO PRETO/MG

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Academic year: 2023

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Universidade Federal de Ouro Preto

Escola de Minas – Departamento de Engenharia Ambiental Curso de Graduação em Engenharia Ambiental

Fernando Ítalo Miranda Góis

PROPOSIÇÃO DE INDICADORES PARA AVALIAÇÃO DO PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE

SERVIÇOS DE SAÚDE DE UMA UNIDADE DE SAÚDE DE OURO PRETO/MG

Ouro Preto 2023

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Proposição de Indicadores para Avaliação do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde de uma Unidade de Saúde de Ouro Preto/MG

Fernando Ítalo Miranda Góis

Trabalho Final de Curso apresentado como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Engenheiro Ambiental na Universidade Federal de Ouro Preto.

Área de concentração: Engenharia Ambiental

Orientador: Prof. D.Sc. Marina de Medeiros Machado – UFOP

Ouro Preto 2023

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Gois, Fernando Italo Miranda.

GoiProposição de indicadores para avaliação do plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde de uma unidade de saúde de Ouro Preto/MG. [manuscrito] / Fernando Italo Miranda Gois. - 2023.

Goi93 f.: il.: color., gráf., tab..

GoiOrientadora: Profa. Dra. Marina de Medeiros Machado.

GoiMonografia (Bacharelado). Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de Minas. Graduação em Engenharia Ambiental .

Goi1. Indicadores ambientais. 2. Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS). 3. Centros de saúde. I. Machado, Marina de Medeiros. II. Universidade Federal de Ouro Preto. III. Título.

Bibliotecário(a) Responsável: Maristela Sanches Lima Mesquita - CRB-1716 G616p

CDU 504:502

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DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

FOLHA DE APROVAÇÃO

Fernando Ítalo Miranda Góis

Proposição de indicadores para avaliação do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde de uma Unidade de Saúde de Ouro Preto/MG

Monografia apresentada ao Curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal de Ouro Preto como requisito parcial para obtenção do tulo de Engenheiro Ambiental

Aprovada em 09 de fevereiro de 2023.

Membros da banca

Profa. Dra. Marina de Medeiros Machado - Orientadora (Universidade Federal de Ouro Preto) Profa. Dra. Tamara Daiane Daiane de Souza - (Universidade Federal de Ouro Preto)

Prof. Dr. Hubert Mathias Peter Roeser - (Universidade Federal de Ouro Preto)

Marina de Medeiros Machado, orientadora do trabalho, aprovou a versão final e autorizou seu depósito na Biblioteca Digital de Trabalhos de Conclusão de Curso da UFOP em 24/02/2023.

Documento assinado eletronicamente por Marina de Medeiros Machado, PROFESSOR DE MAGISTERIO SUPERIOR, em 24/02/2023, às 17:56, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

A auten cidade deste documento pode ser conferida no site h p://sei.ufop.br/sei/controlador_externo.php?

acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0 , informando o código verificador 0479700 e o código CRC A75308A1.

Referência: Caso responda este documento, indicar expressamente o Processo nº 23109.002206/2023-66 SEI nº 0479700 R. Diogo de Vasconcelos, 122, - Bairro Pilar Ouro Preto/MG, CEP 35402-163

Telefone: 3135591496 - www.ufop.br

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar e sempre, agradeço a Deus por ser fonte de infinita sabedoria e por me proporcionar esta conquista.

Aos meus pais, Felício e Fernanda, que são meus alicerces e exemplos de esforço e determinação. Aos meus avós Maria Elisa, Maria José e Mário (in memoriam), meus principais incentivadores na continuidade dos estudos.

Aos meus melhores amigos Luan Soares e Janine Trindade, pelos incentivos, companheirismo e inúmeros conselhos nos momentos difíceis desta trajetória.

Aos meus amigos da Engenharia Ambiental Blendon, Bruno Neres, Daianna, Gabriel, Ítalo e Maria Clara pelos momentos de alegria e descontração vivenciados ao longo do curso.

Ao PET Ambiental por tanto aprendizado e companheirismo. Ao Chico Verde, Aníbal, Gustavo, Késia, Júlia e todo o grupo sensacional que pude conviver.

A professora Dra. Marina de Medeiros Machado, do Departamento de Engenharia Ambiental da UFOP, pela competência, incentivo e amizade com que conduziu a orientação deste trabalho.

A Fundação Gorceix por proporcionar cursos de qualidade e por me conceder a oportunidade de desenvolver projetos de excelência junto ao DEMAM. Aos colaboradores da Unidade de Saúde estudada pela solicitude, compreensão e auxílio durante a execução do trabalho.

A todos aqueles que contribuíram para enriquecer este trabalho, seja de forma técnica ou afetiva.

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RESUMO

Dentre às tipologias de resíduos gerados em um município, os resíduos de serviços de saúde ganham caráter especial devido aos riscos inerentes, como por exemplo a presença de organismos patogênicos e/ou de suas toxinas, produtos químicos de natureza diversa e os riscos radiológicos. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo propor indicadores para avaliar o Plano de Gerenciamento de Resíduo de Serviços de Saúde de uma Unidade de Saúde de Ouro Preto/MG, bem como realizar o diagnóstico do gerenciamento dos resíduos sólidos gerados; realizar o levantamento das não-conformidades na implementação do PGRSS e propor melhorias para as não-conformidades identificadas. Foi realizada a identificação dos requisitos básicos que devem compor o PGRSS por meio de consultas as legislações brasileiras. Em seguida foram realizadas visitas a unidade de saúde para identificar os diferentes tipos de resíduos produzidos no local e verificar como é feito o manejo desses resíduos, além de consulta ao PGRSS e fluxogramas de destinação. Depois foram criados e aplicados cinco indicadores para a avaliação do PGRSS. A posteriori, foram identificadas as não-conformidades, que foram aquelas classificadas como Regular ou Insatisfatório, e em seguida foram sugeridas melhorias para tais irregularidades. Os requisitos a serem cumpridos para a elaboração do PGRSS são previstos pela RDC nº 222/2018 e na CONAMA nº 358/2005, ao qual estabelecem o que deve ser descrito no documento, assim como procedimentos específicos para cada tipo de resíduo. Verificou-se no diagnóstico que o local de estudo gera resíduos dos grupos A (A1, A3 e A4), B, C, D, E. Os indicadores foram aplicados, retornando os seguintes índices de conformidade: Infraestrutura – 68%; Segregação, Acondicionamento e Identificação – 90%; Coleta e Transporte – 100%; Destinação e Disposição Final – 78%; e Segurança e Capacitação – 85%. As não-conformidades detectadas nos indicadores foram listadas e as melhorias foram propostas para tais irregularidades. Nesse sentido foi possível identificar por meio dos indicadores pontos a serem melhorados na unidade de saúde para que a mesma atenda as legislações.

Palavras chaves: Indicadores, Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, Unidade de Saúde.

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ABSTRACT

Among the types of waste generated in a municipality, the residues of health services gain special character due to the inherent risks, such as the presence of pathogenic organisms and/or their toxins, chemicals of a different nature and radiological risks. In this sense, the present work aims to propose indicators to evaluate the Health Services Waste Management Plan, through the identification of basic requirements, according to Brazilian legislation; diagnosis of the management of solid waste generated in a Health Unit of Ouro Preto/MG; application of indicators; survey of non-conformities in the implementation of the PGRSS and propose improvements to the identified non- conformities. First, the basic requirements that should be made of the PGRSS were identified through consultations with Brazilian legislation. Subsequently, visits were made to the hospital unit to identify the different types of waste produced on site and verify how this waste is handled, in addition to consultation with the PGRSS and destination flowcharts. Then, five indicators were created and applied for the evaluation of the PGRSS. A posteriori, non-conformities were identified, which were those classified as Regular or Unsatisfactory. Subsequently, suggestions were made for improvements to ensure that the effective implementation of the PGRSS. The requirements to be met for the preparation of the PGRSS are provided for by The RDC nº 222/2018 and CONAMA nº 358/2005, which establish what should be described in the document, as well as specific procedures for each type of waste. It was verified in the diagnosis that the study site generates residues from groups A (A1, A3 and A4), B, C, D, E. After diagnosis, the indicators were applied, returning the following compliance indexes: Infrastructure – 68%; Segregation, Packaging and Identification - 90%; Collection and Transportation - 100%; Destination and Final Layout - 78%; and Safety and Training - 85%. The non-conformities detected in the indicators were listed and improvements were proposed for such irregularities. In this sense, it was possible to identify through the indicators points to be improved in the health unit so that it meets the legislation.

Keywords: Indicators, Health Services Waste Management Plan, Health Unit.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Exemplos de Resíduos do Grupo A1 ... 25

Figura 2 – Exemplo de Resíduo do Grupo A2 ... 25

Figura 3 – Exemplo de Resíduo do Grupo A3 ... 26

Figura 4 – Exemplo de Resíduo do Grupo A4 ... 27

Figura 5 – Exemplos de Resíduos do Grupo B ... 28

Figura 6 – Exemplos de Resíduos do Grupo D ... 29

Figura 7 – Exemplos de Resíduos do Grupo E ... 29

Figura 8 – Etapas do Trabalho. ... 39

Figura 9 – Tela de vedação em janelas. ... 66

Figura 10 – Portas de abrigo de resíduos ... 67

Figura 11 – Identificação de Abrigo Temporário de Resíduos... 67

Figura 12 – Exemplos de caixas descarpack. ... 68

Figura 13 – Canaletas de drenagem. ... 68

Figura 14 – Sistema de combate a incêndios... 69

Figura 15 – Exemplo de Abrigo Externo de Resíduos. ... 69

Figura 16 – Exemplo de termo de doação de resíduos. ... 70

Figura 17 – Exemplo de Treinamento. ... 71

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Índice de conformidade do Indicador de Infraestrutura ... 53 Gráfico 2 – Índice de Conformidade do Indicador de Segregação Acondicionamento e Identificação ... 56 Gráfico 3 – Índice de Conformidade do Indicador de Coleta e Transporte ... 58 Gráfico 4 – Índice de Conformidade do Indicador de Destinação e Disposição Final ... 60 Gráfico 5 – Índice de Conformidade do Indicador de Segurança e Capacitação ...

... 62

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Classificação dos Indicadores ... 40

Tabela 2 – Requisitos Básicos para Destinação e Disposição Final dos RSS ... 44

Tabela 3 – Grupo de RSS gerados na Unidade de Saúde. ... 47

Tabela 4 – Distribuição de notas do Indicador de Infraestrutura. ... 51

Tabela 5 - Distribuição de notas - Indicador de Segregação, Acondicionamento e Identificação. ... 54

Tabela 6 - Distribuição de notas - Indicador de Coleta e Transporte ... 57

Tabela 7 - Distribuição de notas - Indicador de Destinação e Disposição Final. ... 59

Tabela 8 - Distribuição de notas - Indicador de Segurança e Capacitação ... 61

Tabela 9 - Síntese das não-conformidades identificadas e melhorias sugeridas ... 72

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LISTA DE SIGLAS

ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde

PNMA – Política Nacional do Meio Ambiente PNRS – Política Nacional dos Resíduos Sólidos RDC – Resolução da Diretoria Colegiada

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SUMÁRIO

1 Introdução ... 12

1.1 Objetivo Geral ... 14

1.1.1 Objetivos Específicos ... 14

2 Revisão Bibliográfica ... 15

2.1 Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) ... 15

2.2 Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) ... 16

2.2.1 Resíduos Sólidos ... 18

2.2.1.1 Problemática dos Resíduos Sólidos ... 19

2.2.1.2 Classificação dos Resíduos Sólidos ... 20

2.2.1.3 Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos ... 22

2.3 Resíduos de Serviços de Saúde... 23

2.3.1 Classificação dos Resíduos de Serviço de Saúde ... 24

2.3.2 Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde... 30

2.3.2.1 Etapas de Manejo dos Resíduos de Serviços de Saúde ... 30

2.4 Indicadores de Avaliação ... 35

2.4.1 Tipos de Indicadores ... 36

2.4.2 Uso de Indicadores ... 37

3 MÉTODOS ... 38

3.1 Identificação dos Requisitos Básicos para composição do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde (PGRSS) ... 39

3.2 Diagnóstico do gerenciamento dos resíduos sólidos gerados na Unidade de Saúde localizada no município de Ouro Preto/MG ... 40

(13)

3.3 Proposição de indicadores para avaliação de Planos de Gerenciamento

de Resíduos de Serviços de Saúde ... 40

3.4 Identificação das não-conformidades na implementação do Plano de Gerenciamento na Unidade Saúde ... 41

3.5 Proposição de melhorias para a Unidade de Saúde no que tange o gerenciamento de resíduos de saúde ... 42

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 42

4.1 Identificação dos Requisitos Básicos para Composição do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde (PGRSS) ... 42

4.2 Diagnostico do gerenciamento dos resíduos sólidos gerados da Unidade de Saúde localizada no município de Ouro Preto/MG ... 46

4.3 Proposição de indicadores para avaliação de Planos de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde ... 51

4.3.1 Indicador de Infraestrutura ... 51

4.3.2 Indicador de Segregação, Acondicionamento e Identificação ... 54

4.3.3 Indicador de Coleta e Transporte ... 56

4.3.4 Indicador de Destinação e Disposição Final ... 58

4.3.5 Indicador de Segurança e Capacitação ... 60

4.4 Identificação das não-conformidades na implementação do Plano de Gerenciamento da Unidade de Saúde ... 63

4.4.1 Não-conformidades do indicador de Infraestrutura ... 63

4.4.2 Não-conformidade do indicador de Segregação, Acondicionamento e Identificação ... 64

4.4.3 Não-conformidades do indicador de Destinação e Disposição Final .. ... 64

4.4.4 Não-conformidades do indicador de Segurança e Capacitação ... 65

4.5 Proposição de melhorias para a Unidade de Saúde no que tange o gerenciamento de resíduos de saúde ... 65

(14)

4.5.1 Melhorias propostas para as não-conformidades detectadas no indicador de Infraestrutura ... 66

4.5.2 Melhoria proposta para a não-conformidade detectada no indicador de Segregação, Acondicionamento e Identificação ... 69

4.5.3 Melhorias propostas para as não-conformidades detectadas no indicador de Destinação e Disposição Final ... 70

4.5.4 Melhorias propostas para as não-conformidades detectadas no indicador de Segurança e Capacitação ... 71

4.5.5 Síntese das não-conformidades identificadas e melhorias sugeridas . ... 72 5 CONCLUSÃO ... 76 6 REFERÊNCIAS ... 78 APÊNDICE A – FORMULÁRIO DE DIAGNÓSTICO DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ... 82

(15)

1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento acelerado e diversificado dos meios de produção, o crescimento populacional exponencial e os padrões de consumo estabelecidos, são fatores determinantes para o aumento da geração de resíduos sólidos. Nesse sentido, a destinação final ambientalmente adequada desses resíduos atualmente é um grande desafio enfrentado pelas administrações públicas (ANVISA, 2006). Desta forma, é importante ter extremo cuidado com as etapas de manejo dos resíduos sólidos, uma vez que a condução de forma inadequada pode acarretar em impactos ambientais que afetam os meios físicos, biológicos e socioeconômicos, agredindo a saúde pública e o meio ambiente ( FUNASA, 2019).

No Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), em 2022, foram coletados 76,1 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos, com uma cobertura de coleta de 93%. Destes resíduos coletados, 61% foram destinados para aterros sanitários, enquanto os 39% restantes foram direcionados para aterros controlados ou lixões (ABRELPE, 2022). Comparada a geração de resíduos sólidos urbanos, a geração de resíduos de serviços de saúde é relativamente pequena. Em 2020, segundo as informações mais recentes da ABRELPE sobre RSS, foram coletadas 290 mil toneladas de resíduos de serviços de saúde no Brasil, sendo que 43,4% desses resíduos tiveram como destinação final a incineração, 21,6% passaram por autoclavagem, 4,8% tiveram como destino os micro-ondas e, os 30,2% restantes foram destinados pelos municípios brasileiros sem nenhum tratamento prévio (ABRELPE, 2021).

Apesar da baixa geração, os resíduos de serviços de saúde ganham caráter especial devido aos seus riscos inerentes, como a presença de organismos patogênicos e/ou de suas toxinas, produtos químicos de natureza diversa e os riscos radiológicos. Soma-se a esta problemática fatores como: a formação oferecida aos profissionais da área da saúde, que não tem como prioridade o gerenciamento dos resíduos dentre as diversas atividades desenvolvidas; a diversidade de normas e regulamentos e a falta de conhecimento sobre os mesmos; a heterogeneidade dos resíduos decorrentes das ações de saúde e suas características peculiares (patogenicidade, toxidade e radioatividade); a mistura dos diversos tipos de resíduos, descartados de forma inadequada; dentre outros ( SCHNEIDER, STEDILE, et al., 2015).

Devido a essas características especiais, os resíduos de serviços de saúde necessitam de gerenciamento adequado. O processo de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde consiste em um conjunto de procedimentos planejados, visando minimizar a

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produção e, proporcionar aos resíduos sólidos gerados um encaminhamento eficiente e seguro, objetivando a proteção dos trabalhadores, à preservação da saúde pública e do meio ambiente (FUNASA, 2019), de forma a contribuir na minimização da possibilidade de riscos ocupacionais dentro e fora dos estabelecimentos de saúde.

Visando nortear as instituições de saúde no que diz respeito ao gerenciamento dos resíduos sólidos produzidos no setor, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) elaborou em 2004 a Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 306, que aborda o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Somada a essa RDC, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) elaborou em 2005 a Resolução CONAMA nº 358, que dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos de serviços de saúde. Posteriormente, a RDC nº 306 foi substituída pela RDC nº 222 de 28 de março de 2018. Ambas as resoluções propõem aos geradores de resíduos de serviço de saúde como mecanismo de gestão adequada, o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS).

O PGRSS possibilita as unidades de saúde um melhor gerenciamento dos seus resíduos, permitindo o conhecimento sobre a quantidade de resíduos gerados, os gastos inerentes à disposição final adequada, as etapas de manejo, entre outros aspectos (ANVISA, 2018). Todavia, por se tratar de um documento complexo, a sua implementação em estabelecimentos de saúde tende a apresentar algumas falhas, comprometendo o processo de gestão. Neste sentido, se faz necessário a criação de indicadores para a avaliação de PGRSS, por onde as instituições que prestam serviços de saúde poderão identificar as falhas presentes na implementação e oportunizar soluções e melhorias para as carências diagnosticadas.

Diante desta problemática, o objetivo deste trabalho é propor indicadores para avaliar os Planos de Gerenciamento de Resíduo de Serviços de Saúde, e aplicá-lo ao caso de uma Unidade de Saúde localizada no município de Ouro Preto/MG, de forma a propor melhorias no gerenciamento dos resíduos produzidos no estabelecimento.

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1.1 Objetivo Geral

O objetivo principal deste trabalho é propor indicadores para avaliar o Plano de Gerenciamento de Resíduo de Serviços de Saúde de uma Unidade de Saúde localizada no Município de Ouro Preto/MG.

1.1.1 Objetivos Específicos

• Identificar os requisitos básicos para composição do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde (PGRSS), segundo as legislações brasileiras;

• Diagnosticar o gerenciamento dos resíduos sólidos gerados na Unidade de Saúde, localizada no município de Ouro Preto/MG;

• Identificar as não-conformidades na implementação do plano de gerenciamento na unidade de saúde estudada;

• Propor melhorias para a Unidade de Saúde avaliada no que tange o gerenciamento de resíduos de saúde.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA)

A Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 cria a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), tendo por finalidade unificar as diversas regulamentações e políticas referentes ao controle dos recursos naturais e de proteção ambiental, sem causar prejuízos para o desenvolvimento do país ( BRASIL, 1981).

No Art. 2º da PNMA, é exposto o objetivo da referida lei, sendo que a mesma visa “a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana” (BRASIL, 1981). Ainda no Art. 2º, são estabelecidos alguns princípios para que seja alcançado o objetivo da PNMA (1981), sendo destacados os incisos V, VII, VIII, IX e X, que estão intimamente ligados ao gerenciamento dos resíduos sólidos, tendo em vista o potencial de degradação ambiental que os mesmos possuem quando não bem administrados.

V - Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; VII -acompanhamento do estado da qualidade ambiental; VIII -recuperação de áreas degradadas; IX – proteção de áreas ameaçadas de degradação; X – educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente (BRASIL, 1981).

No Art. 3º, inciso II, define como degradação da qualidade ambiental “a alteração adversa das características do meio ambiente” (BRASIL, 1981). No mesmo artigo, inciso III, define-se poluição como atividades que indireta ou diretamente:

a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos (BRASIL, 1981).

No Art. 9º, são definidos os 13 instrumentos da PNMA que visam garantir a manutenção da qualidade do meio ambiente. Dentre os 13, destacam-se os instrumentos I, II, III, IV, V, IX, X e XII no que diz respeito aos resíduos sólidos, sendo:

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I – o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;

II - o zoneamento ambiental;

III – a avaliação de impactos ambientais;

IV – o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;

V – os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;

IX – as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental;

X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA;

XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais (BRASIL, 1981).

Nesse sentido, considerando o contexto dos resíduos sólidos (especialmente sua disposição final), por ser uma atividade potencialmente poluidora, é fundamental a aplicação de tais instrumentos citados acima para que seja minimizado os impactos inerentes a atividade, principalmente no momento de escolha do local a ser disposto os rejeitos, a tecnologia aplicada e o monitoramento da área de disposição final.

Somado ao Art. 9º, o Art. 10º define que “a construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental” (BRASIL, 1981).

Por isso, as áreas escolhidas para disposição final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos devem apresentar as licenças ambientais, uma vez que os mesmos tem potencial para poluir a água, o solo e o ar.

2.2 Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)

Em 2 de agosto de 2010 foi criada a Lei nº 12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A partir da sua criação, a referida lei passou a ser um importante dispositivo para a área ambiental, dispondo sobre objetivos, princípios, estratégias e instrumentos para a gestão e o gerenciamento integrado dos resíduos sólidos (BRASIL, 2010).

São definidos no Art. 7º da PNRS os objetivos para que a mesma seja efetivamente aplicada, sendo que alguns desses objetivos são: a proteção da saúde pública e do meio ambiente; incentivo a indústria da reciclagem; gestão integrada dos resíduos sólidos;

estimo à adoção de padrões mais sustentáveis de produção e consumo; entre outros (BRASIL, 2010).

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Para que se alcance os objetivos, são estabelecidos no Art. 8º os instrumentos da política, como por exemplo, os planos de resíduos sólidos. A PNRS estabelece em seu Art.

14º os seis planos de resíduos sólidos que devem ser elaborados, sendo eles: 1 – Plano Nacional de Resíduos Sólidos; 2 – Planos Estaduais de Resíduos Sólidos; 3 – Planos Microrregionais de Resíduos Sólidos e Planos de Resíduos Sólidos de Regiões Metropolitanas ou Aglomerações Urbanas; 4 – Planos Intermunicipais de Resíduos Sólidos; 5 – Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos; 6 – Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010). O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, diferentemente dos outros planos que são de responsabilidade do poder público, devem ser elaborados pelos geradores de resíduos provenientes do saneamento, resíduos industriais, resíduos de serviços de saúde e resíduos da mineração (BRASIL, 2010). Além disso, estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços (inclui empresas da construção civil, responsáveis por terminais de transporte e responsáveis por atividades agrossilvopastoris) que gerem resíduos perigosos e/ou resíduos não perigosos que não são equiparáveis aos resíduos domiciliares estão sujeitos a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010).

Estes planos devem ser elaborados a nível nacional, estadual, microrregional, intermunicipal e municipal, além dos geradores de resíduos sólidos citados no Art. 20º (BRASIL, 2010).

Os planos de resíduos sólidos devem apresentar o seguinte conteúdo mínimo:

I - descrição do empreendimento ou atividade;

II - diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, contendo a origem, o volume e a caracterização dos resíduos, incluindo os passivos ambientais a eles relacionados;

III - observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa e, se houver, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos: a) explicitação dos responsáveis por cada etapa do gerenciamento de resíduos sólidos; b) definição dos procedimentos operacionais relativos às etapas do gerenciamento de resíduos sólidos sob responsabilidade do gerador;

IV - identificação das soluções consorciadas ou compartilhadas com outros geradores;

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V - ações preventivas e corretivas a serem executadas em situações de gerenciamento incorreto ou acidentes;

VI - metas e procedimentos relacionados à minimização da geração de resíduos sólidos e, observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, à reutilização e reciclagem;

VII - se couber, ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, na forma do art.31;

VIII - medidas saneadoras dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos;

IX - periodicidade de sua revisão, observado, se couber, o prazo de vigência da respectiva licença de operação a cargo dos órgãos do Sisnama (BRASIL, 2010).

2.2.1 Resíduos Sólidos

A definição de resíduos sólidos varia ao longo do tempo em decorrência do avanço das tecnologias, da conscientização ambiental da sociedade e da necessidade de se reaproveitar materiais que esgotaram sua função em um processo produtivo, mas que podem ser utilizados em outros setores. Isso decorre da ruptura da crença de que os recursos naturais são ilimitados e que poderiam ser explorados sem limites. Ainda hoje é muito comum o uso do termo Lixo coloquialmente para denominar o que se descarta (BARBOSA e IBRAHIN, 2014).

Segundo a Norma Brasileira NBR 10.004/2004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), define-se como resíduos sólidos os “resíduos no estado sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição”. A norma ainda inclui, nessa definição, os lodos provenientes de sistema de tratamento de água, resíduos de equipamentos de controle de poluição e líquidos cujas particularidades não permitem o lançamento em rede pública de esgoto ou que necessitem soluções técnicas e econômicas inviáveis diante a da melhor tecnologia disponível (ABNT, 2004).

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (2010) vai um pouco além e define de forma mais abrangente o que são resíduos sólidos, sendo:

Resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível (BRASIL, 2010).

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A PNRS ainda define que os resíduos que depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação, não apresentem outra possibilidade de inserção na cadeia produtiva, que não a disposição final ambientalmente adequada, serão denominados de rejeito (BRASIL, 2010).

2.2.1.1 Problemática dos Resíduos Sólidos

Os resíduos sólidos compõem um problema ambiental que está diretamente relacionado as etapas de manejo e disposição final. Tal problemática se faz ainda mais presente nos núcleos urbanos onde a sociedade não está alerta para os riscos inerentes a acumulação e/ou a falta de disposição final ambientalmente adequada ( SANTAELLA, BRITO, et al., 2014).

Os lixões e os aterros controlados são métodos de disposição final inadequados ainda empregados no Brasil. Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), no ano de 2021,15% dos resíduos sólidos produzidos no território brasileiro eram dispostos em lixões e 11,8% tinham como disposição final os aterros controlados ( SNIS, 2022). Somado aos métodos de disposição final inadequado, uma outra prática prejudicial ao meio ambiente e a saúde pública é a queima a céu aberto dos resíduos sólidos, forma essa de destinação final que provavelmente ainda é feita em locais onde não há coleta de resíduos sólidos ( SANTAELLA, BRITO, et al., 2014).

Alguns dos impactos ambientais causados pelo manejo inadequado dos resíduos sólidos e a precária disposição final são a poluição da água e do solo pela percolação do chorume gerado durante a decomposição dos resíduos sólidos, a contaminação atmosférica decorrente da queima de resíduos e do mal odor gerado pela decomposição dos resíduos; a propagação de doenças, seja pela água, pelo ar ou por animais que frequentam os locais de disposição em busca de alimentos e abrigo; a obstrução das redes de drenagem e esgoto; a degradação ambiental; a depreciação imobiliária; a presença de pessoas residindo em locais de disposição e/ou catando resíduos com potencial contaminação e entre outros ( TELLES, 2022).

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2.2.1.2 Classificação dos Resíduos Sólidos

Para que seja feita uma gestão eficiente dos resíduos sólidos, é necessário um diagnóstico do gerenciamento dos resíduos no que diz respeito a quantidade e qualidade do material descartado ( BARBOSA e IBRAHIN, 2014). Nesse sentido, pode-se diferenciar os tipos de resíduos sólidos produzido por meio de três classificações:

1) Quanto à periculosidade;

2) Quanto à origem e;

3) Classificação em úmido (orgânico) ou seco (inorgânico).

Para classificar os resíduos quanto à periculosidade, a ABNT NBR 10.004 (2004) diferencia os resíduos sólidos em relação aos seus potenciais riscos à saúde pública e ao meio ambiente. Nesse sentido, a norma classifica os resíduos sólidos em três categorias:

Resíduos Classe I – Perigosos; Resíduos Classe II A – Não inertes e; Resíduos Classe II B – Inertes (ABNT, 2004).

Segundo a ABNT NBR 10.004 (2004), os Resíduos Classe I – Perigosos são aqueles que apresentam periculosidade à saúde pública e ao meio ambiente em decorrência de suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, podendo ser caracterizado como inflamável, corrosivo, reativo, tóxico e/ou patogênico.

Os Resíduos Classe II A – Não inertes são aqueles que não se enquadram como resíduos classe I, mas que podem apresentar três propriedades: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. Os Resíduos Classe II B – Inerte são os resíduos que não se enquadram na classificação de resíduos classe I ou resíduos classe II (ABNT, 2004).

No que diz respeito a classificação dos resíduos sólidos quanto a sua origem, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (2010) faz a seguinte diferenciação:

• Resíduos domiciliares: são provenientes de residências urbanas;

• Resíduos de limpeza urbana: são os provenientes de serviços de limpeza como poda, varrição, limpeza de logradouro e etc.;

• Resíduos sólidos urbanos: é composto pelos resíduos domiciliares e sólidos urbanos;

• Resíduos de estabelecimentos comerciais e de prestadores de serviços: são os gerados em áreas comerciais como escritórios, lanchonetes, hotéis, restaurantes, e entre outros.;

• Resíduos de serviços públicos de saneamento: fazem parte desse grupo os lodos gerados no tratamento dos efluentes e os sólidos presos nas etapas de gradeamento e caixa de areia;

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• Resíduos industriais: são os resíduos gerados em industrias como metalurgia, celulose, petrolífera e entre outras que, devido ao emprego de materiais variados nos processos produtivos, apresentam uma gama de resíduos gerados;

• Resíduos de serviços de saúde: são os resíduos gerados em serviços de saúde como hospitais, clinicas de estética, funerárias, laboratórios clínicos, entre outros;

• Resíduos da construção civil: o representante da construção civil no que diz respeito aos resíduos são os entulhos, que são constituídos principalmente de restos de cimento, tijolos, telhas, ferragens, etc.;

• Resíduos agrossilvopastoris: são os resíduos originários nas atividades de agropecuária e silvicultura como por exemplo os pacotes usados de agrotóxico e fertilizante;

• Resíduos de serviços de transportes: são os gerados em rodoviárias, aeroportos, portos, ferrovias e etc.;

• Resíduos de mineração: são os resíduos gerados nas etapas de pesquisa, lavra e beneficiamento dos minerais.

No que diz respeito a classificação em resíduos úmidos e secos, aqueles denominados de úmidos são os resíduos orgânicos, ou seja, que tem origem animal e/ou vegetal. Fazem parte dessa classificação parte dos resíduos domésticos como por exemplo restos de alimentos, resíduos de serviços de limpeza urbana (poda de arvores, folhas, sementes, etc.), restos de carne, ossos, etc. ( TELLES, 2022).

Os resíduos secos ou inorgânicos são subdivididos em seis grupos: resíduos sólidos urbanos, resíduos industriais, resíduos hospitalares (seringas, agulhas, aventais, etc.) resíduos nucleares, resíduos da construção civil e resíduos de serviços de transporte (os produzidos em portos, aeroportos, áreas alfandegárias, etc.) ( TELLES, 2022).

Além das classificações acima descritas, existem outros meios de diferenciação dos resíduos, como por exemplo a classificação proposta pelo IBAMA em sua Instrução Normativa nº 13/2012. Esta Instrução Normativa estabeleceu a Lista Brasileira de Resíduos Sólidos, no qual a classificação dos resíduos sólidos é feita por meio da identificação do processo/atividade que deu origem ao resíduo; seus constituintes e características; a

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comparação destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido (IBAMA, 2012).

2.2.1.3 Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos

A palavra gestão origina-se a partir do termo em latim gestio, sendo definida como

“Acto de gerir. Gerência. Administração.” ( DE FIGUEIREDO, 2010). As palavras administração e gestão muitas vezes são utilizadas como sinónimos na língua portuguesa.

Todavia, Dias (2002) consegue diferenciar os dois termos, sendo a administração definida como “planejar, organizar, dirigir e controlar pessoas para atingir de forma eficiente e eficaz os objetivos de uma organização” ( DIAS, 2002). Já a gestão é definida como “lançar mão de todas as funções e conhecimentos necessários para através de pessoas atingir os objetivos de uma organização de forma eficiente e eficaz” ( DIAS, 2002).

Apesar dessa diferenciação, Oliveira e Vasques-Menezes (2018) verificaram que alguns autores consideram que o ato de gerir está diretamente relacionado com o denominado processo administrativo, definido por Fayol em 1916. Mais do que isso, a sociedade visualiza a gestão como um ato burocrático, como uma ação voltada para o planejamento da distribuição de bens e da produção desses bens ( OLIVEIRA e VASQUES-MENEZES, 2018).

Passando do conceito mais geral de gestão para o conceito específico de gestão de resíduos sólidos, observa-se que os dois são idênticos, tendo somente a diferenciação devido a área em que o conceito é empregado. Segundo Schalch e Leite (2002), a gestão de resíduos pode ser definida como todas as atividades referentes a organização do setor e as tomadas de decisões estratégicas, envolvendo instituições, instrumentos, políticas, etc. ( SCHALCH, LEITE, et al., 2002).

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (2010) define o processo de gestão integrada dos resíduos sólidos como “conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável”

(BRASIL, 2010).

No que diz respeito ao termo gerenciamento dos resíduos sólidos, o mesmo pode ser definido como os “aspectos tecnológicos e operacionais do gerenciamento, dentre eles, operacionais da questão envolvendo fatores administrativos, gerenciais, econômicos, ambientais e de desempenho (...)” ( TELLES, 2022). Segundo o Novo dicionário da língua portuguesa, a palavra gerencia significa “Acto de gerir; funcções de gerente; administração.

Exercício de funções administrativas. (Cp. gerente)” ( DE FIGUEIREDO, 2010).

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Para Schalch e Leite (2002), o ato de gerenciar os resíduos sólidos de forma integrada é um meio de estabelecer ações operacionais, normativas, financeiras e de planejamento que um município desenvolva, apoiado em critérios sanitários, ambientais e econômicos para coletar, tratar e dispor os resíduos ( SCHALCH, LEITE, et al., 2002). A PNRS (2010) define o gerenciamento dos resíduos sólidos como:

[...] conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei (BRASIL, 2010).

2.3 Resíduos de Serviços de Saúde

Os resíduos de serviços de saúde (RSS) necessitam de um tratamento especial devido as características específicas dos materiais que o compõem, podendo estes serem potencialmente patogênicos, radioativos, químicos e perfurocortantes. Nesse sentido, a Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 222 de 28 de março de 2018 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) define os resíduos de serviços de saúde como todos os resíduos provenientes de atividades exercidas pelos geradores de resíduos de serviços de saúde. A CONAMA nº 358 de 29 de abril de 2005 e ABNT NBR nº 12.807 (2013) complementam RDC nº 222, definindo que, devido as suas características, os resíduos de serviços de saúde necessitam de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio antes de sua disposição final.

Segundo a RDC nº 222/2018, os geradores de RSS são aqueles que:

[...] cujas atividades estejam relacionadas com a atenção à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias, inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses;

distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde;

serviços de acupuntura; serviços de piercing e tatuagem, salões de beleza e estética, dentre outros afins (ANVISA, 2018).

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2.3.1 Classificação dos Resíduos de Serviço de Saúde

Os resíduos de serviços de saúde são classificados de acordo com o tipo de risco que o mesmo apresenta a saúde pública e ao meio ambiente. Nesse sentido, a CONAMA nº 358/2005, a RDC nº 222/2018 e a ABNT NBR nº 12.808 (2016) classificam os resíduos como Infectantes (Grupo A), Químico (Grupo B), Radioativo (Grupo C), Comum (Grupo D) e Perfurocortante (Grupo E).

Os resíduos biológicos infectantes, também chamados de Grupo A, são os resíduos que, devido suas características de infectividade, virulência ou concentração de patógenos, podem apresentar risco a saúde pública e ao meio ambiente (ABNT, 2016). Devido a gama de resíduos existentes nesse grupo, seus diferentes estados (sólido e líquido) e patogenicidade, o mesmo é subdivido em A1, A2, A3, A4 e A5.

• Subgrupo A1: Culturas e estoques de micro-organismos; resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os medicamentos hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos, atenuados ou inativados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética. Resíduos resultantes da atividade de ensino e pesquisa ou atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco 4, microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido. Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta. Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre (ANVISA, 2018).

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Figura 1 – Exemplos de Resíduos do Grupo A1

Fonte: CANVA, 2023.

• Subgrupo A2: Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microrganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anatomopatológico ou confirmação diagnóstica (ANVISA, 2018).

Figura 2 – Exemplo de Resíduo do Grupo A2

Fonte: CANVA, 2023.

• Subgrupo A3: Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25

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centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou seus familiares (ANVISA, 2018).

Figura 3 – Exemplo de Resíduo do Grupo A3

Fonte: CANVA, 2023.

• Subgrupo A4: Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados.

Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de equipamento médico-hospitalar e de pesquisa, entre outros similares. Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes classe de risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons. Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo. Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. Peças anatômicas (órgãos e tecidos), incluindo a placenta, e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anatomopatológicos ou de confirmação diagnóstica. Cadáveres, carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de microrganismos. Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão (ANVISA, 2018).

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Figura 4 – Exemplo de Resíduo do Grupo A4

Fonte: CANVA, 2023.

• Subgrupo A5: Órgãos, tecidos e fluidos orgânicos de alta infectividade para príons, de casos suspeitos ou confirmados, bem como quaisquer materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, suspeitos ou confirmados, e que tiveram contato com órgãos, tecidos e fluidos de alta infectividade para príons. Tecidos de alta infectividade para príons são aqueles assim definidos em documentos oficiais pelos órgãos sanitários competentes (ANVISA, 2018).

Os resíduos do Grupo B, também denominados de resíduos Químicos são aqueles que apresentam substâncias químicas que, em decorrência das suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxidade, conforme a ABNT NBR 10.004, podem apresentar risco a saúde pública e ao meio ambiente (ABNT, 2016).

Os resíduos que compõem esse grupo segundo a ABNT NBR 12.808 (2016) são:

• Produtos e reagentes para diagnose;

• Reagentes para laboratório;

• Resíduos contendo metais pesados;

• Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfetantes;

• Efluentes de equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas;

• Efluentes de processadores de imagem;

• Resíduos de medicamentos e cosméticos com base farmacoterapêutica;

• Outros resíduos de substâncias e produtos químicos gerados na assistência à saúde.

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Figura 5 – Exemplos de Resíduos do Grupo B

Fonte: CANVA, 2023.

Os resíduos denominados Radioativos (Grupo C) são definidos como “qualquer material resultante de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores ao limite de isenção” (ABNT, 2016). Faz parte desse grupo os rejeitos radioativos provenientes de laboratório de pesquisa e ensino na área da saúde, laboratório de análise clínica, serviços de medicina nuclear, etc. (ANVISA, 2018).

Os resíduos denominados Comuns (Grupo D) são todos aqueles que não se enquadram como resíduo infectante, químico, radioativo e perfurocortante (ABNT, 2016).

Os resíduos comuns são: Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, gorros e máscaras descartáveis, resto alimentar de paciente, material utilizado em antissepsia e hemostasia de venóclises, luvas de procedimentos que não entraram em contato com sangue ou líquidos corpóreos, equipo de soro, abaixadores de língua e outros similares não classificados como A1. Sobras de alimentos e do preparo de alimentos. Resto alimentar de refeitório. Resíduos provenientes das áreas administrativas. Resíduos de varrição, flores, podas e jardins. Resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde. Forrações de animais de biotérios sem risco biológico associado. Resíduos recicláveis sem contaminação biológica, química e radiológica associada. Pelos de animais (ANVISA, 2018).

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Figura 6 – Exemplos de Resíduos do Grupo D

Fonte: CANVA, 2023.

Os resíduos do Grupo E, também chamados de Perfurocortantes são os materiais utilizados na assistência à saúde, capazes de causar lesões por corte, escarificação ou punctura (ABNT, 2016). São exemplos de materiais perfurocortantes: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares e entre outros (ANVISA, 2018).

Figura 7 – Exemplos de Resíduos do Grupo E

Fonte: CANVA, 2023.

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2.3.2 Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), por meio da Resolução nº 358 de 2005 define os Planos de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde como:

Documento integrante do processo de licenciamento ambiental, baseado nos princípios da não geração de resíduos e na minimização da geração de resíduos, que aponta e descreve as ações relativas ao seu manejo, no âmbito dos serviços mencionados no art. 1º desta Resolução, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, reciclagem, tratamento e disposição final, bem como a proteção à saúde pública e ao meio ambiente (CONAMA, 2005).

O gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde compreende o planejamento e a implementação de procedimentos de gestão, objetivando reduzir a geração de resíduos e proporcionar a destinação final adequada sem comprometer a segurança dos trabalhadores, preservando a saúde pública e o meio ambiente ( FERBER, 2014).

O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde é um documento de extrema importância, tendo em vista que, como ferramenta de gestão e gerenciamento, norteia os gestores e profissionais do setor de saúde nas tomadas de decisão em relação aos RSS (SCHNEIDER, STEDILE, et al., 2015). Desta maneira, a divisão dos resíduos de acordo com suas características por meio do plano de gerenciamento permite que o manejo dos mesmos seja seguro, além de possibilitar incentivos de redução de volume gerado por meio de práticas como a logística reversa, compostagem e o reaproveitamento ( FERBER, 2014).

Com a implantação do plano de gerenciamento, é possível executar de forma adequada o manejo dos resíduos, além de incentivar a redução dos resíduos sólidos por meio de práticas como compostagem, reciclagem e a logística reversa. A RDC nº 222 de 2018 define o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) como:

[...] documento que aponta e descreve todas as ações relativas ao gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde, observadas suas características e riscos, contemplando os aspectos referentes à geração, identificação, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, destinação e disposição final ambientalmente adequada, bem como as ações de proteção à saúde pública, do trabalhador e do meio ambiente (ANVISA, 2018).

2.3.2.1 Etapas de Manejo dos Resíduos de Serviços de Saúde

O manejo dos resíduos de serviços de saúde é uma importante etapa do processo de gerenciamento, visto que o mesmo auxilia na redução da geração de resíduos, atenua a possibilidade de acidentes relacionados aos resíduos de saúde, diminui a possibilidade de

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contaminação ambiental e auxilia na promoção da saúde pública (SCHNEIDER, STEDILE, et al., 2015).

As etapas que compõem esse importante processo são: Segregação, acondicionamento, identificação, coleta interna, transporte interno, armazenamento interno, armazenamento externo, coleta externa, transporte externo, destinação final ambientalmente adequada e disposição ambientalmente adequada. A RDC nº 222 de 2018 descreve cada uma das etapas do manejo dos resíduos de serviços de saúde. Além disso, as normas ABNT NBR nº 12.809 de 2013 e NBR nº 12.810 de 2020 descreve as etapas de manejo em seus textos para os ambientes intraestabelecimento1 e extraestabelecimento2.

• Segregação e acondicionamento:

Segundo a NBR nº 12.809/2013 e a RDC nº 222/2018, “todos os resíduos de serviços de saúde devem ser segregados na fonte, conforme sua característica de risco, reconhecida pelo sistema de classificação vigente”. Os trabalhadores de unidades de serviços de saúde devem ser capacitados para separar corretamente os resíduos e saber identificar os sistemas de identificação e classificação (ABNT, 2013).

Os empreendimentos geradores de resíduos de serviços de saúde devem ter recipientes adequados para o acondicionamento, compatível com a quantidade de resíduos gerada, suas características e riscos associados (ABNT, 2013). Segundo a NBR nº 12.809/2013, “sempre que em um resíduo de serviço de saúde ocorrer a presença de agentes biológicos e químicos, este resíduo deve ser gerenciado de acordo com o risco preponderante” (ABNT, 2013).

No momento do acondicionamento dos RSS, os trabalhadores devem fazer uso de equipamentos de proteção (EPI) adequados ao risco a que estão expostos. A RDC nº 222 da ANVISA coloca alguns outros itens importantes no que diz respeito ao acondicionamento.

1 Gerenciamento Intraestabelecimento – gerenciamento dos resíduos que ocorre dentro da unidade geradora.

2 Gerenciamento Extraestabelecimento – gerenciamento dos resíduos que ocorre fora da unidade geradora.

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Com o objetivo de oferecer segurança aos profissionais que manuseiam os resíduos, aos usuários e manter a qualidade do meio ambiente, os sacos para acondicionamento dos RSS do grupo A devem ser substituídos a cada 48 horas (independente do volume) ou quando chegar ao limite de 2/3 da capacidade do saco (ANVISA, 2018).Além disso, os resíduos pertencentes ao grupo A que necessitem de algum processo de tratamento antes de sua disposição final, devem ser acondicionados em sacos vermelhos (ANVISA, 2018).

Caso não seja necessário realizar algum tipo de tratamento ou após a execução do tratamento, os mesmos serão considerados rejeitos e deverão ser acondicionados em sacos brancos (ANVISA, 2018).

Para evitar a ocorrência de acidentes, contaminações e vazamentos, o coletor onde será colocado os sacos para acondicionamento deve ser de material liso, lavável, resistente à ruptura, vazamento e tombamento, tendo tampa com abertura sem contato manual (ANVISA, 2018). Pelos mesmos motivos acima citados, os resíduos de serviços de saúde em estado líquido e/ou do grupo dos resíduos químicos devem ser acondicionados em recipientes feitos de material compatível com o resíduo armazenado, sendo que o recipiente deve ser rígido, resistente e não permitir vazamentos, contendo tampa para contenção e identificação (ANVISA, 2018).

No que tange os rejeitos radioativos, para que seja feito o seu correto acondicionamento, um supervisor de proteção radiológica com certificado de qualificação emitido pela CNEN, deve definir os procedimentos necessários (ANVISA, 2018). Em relação aos resíduos do grupo D, este devem ser acondicionados de acordo com as orientações dos órgãos responsáveis pelo serviço de limpeza urbana do município e, os RSS gerados durante a atenção domiciliar devem ser acondicionados e recolhidos pelos próprios agentes de atendimento e encaminhados para à destinação ambientalmente adequada (ANVISA, 2018).

• Coleta interna e transporte interno

Para a ANVISA, a coleta e o transporte interno de resíduos são as etapas onde é feito o translado dos RSS de seus pontos de geração para os locais de armazenamento temporário ou armazenamento externo (ANVISA, 2018). Segundo a ABNT NBR 12.809 de 2013, a coleta interna deve ser efetuada em concordância com as necessidades da unidade geradora de resíduos de saúde, o que inclui horário de coleta, volume gerado, frequência, rotas e etc. (ABNT, 2013).

O coletor utilizado para o transporte dos resíduos deve ser de “material liso, rígido, lavável, impermeável, provido de tampa articulada ao próprio corpo do equipamento, cantos e bordas arredondados” (ANVISA, 2018).

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• Armazenamento interno e externo

De acordo com a definição da ABNT NBR nº 12.809 de 2013, o armazenamento interno é a guarda temporária dos recipientes já acondicionados na sala de resíduos. A RDC nº 222/2018 diz que o armazenamento interno é a “guarda do resíduo contendo produto químico ou rejeito radioativo na área de trabalho, em condições definidas pela legislação e normas aplicáveis a essa atividade”.

A ANVISA difere o armazenamento interno do armazenamento temporário no tocante ao fato dos resíduos armazenados em área temporária serem armazenados estrategicamente para que sejam deslocados para a área de armazenamento externo.

Todavia, ambos os armazenamentos são temporários, tendo em vista que será necessário a retira dos resíduos de dentro das unidades geradoras de resíduos de saúde para que sejam tratados e dispostos adequadamente.

O armazenamento externo é definido como a guarda dos coletores de resíduos em ambiente exclusivo na parte externa das unidades geradoras, com fácil acesso para coleta externa dos resíduos (ANVISA, 2018).

De acordo com a RDC nº 222 de 2018, o abrigo temporário/interno deve:

I - ser provido de pisos e paredes revestidos de material resistente, lavável e impermeável;

II - possuir ponto de iluminação artificial e de água, tomada elétrica alta e ralo sifonado com tampa;

III - quando provido de área de ventilação, esta deve ser dotada de tela de proteção contra roedores e vetores;

IV - ter porta de largura compatível com as dimensões dos coletores; e

V - estar identificado como "ABRIGO TEMPORÁRIO DE RESÍDUOS” (ANVISA, 2018).

Além disso, a Resolução da Diretoria Colegiada define como requisito para os abrigos externos:

I - permitir fácil acesso às operações do transporte interno;

II - permitir fácil acesso aos veículos de coleta externa;

III - ser dimensionado com capacidade de armazenagem mínima equivalente à ausência de uma coleta regular, obedecendo à frequência de coleta de cada grupo de RSS;

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IV – ser construído com piso, paredes e teto de material resistente, lavável e de fácil higienização, com aberturas para ventilação e com tela de proteção contra acesso de vetores;

V - ser identificado conforme os Grupos de RSS armazenados;

VI - ser de acesso restrito às pessoas envolvidas no manejo de RSS; VII - possuir porta com abertura para fora, provida de proteção inferior contra roedores e vetores, com dimensões compatíveis com as dos coletores utilizados;

VIII - ter ponto de iluminação;

IX - possuir canaletas para o escoamento dos efluentes de lavagem, direcionadas para a rede de esgoto, com ralo sifonado com tampa;

X - possuir área coberta para pesagem dos RSS, quando couber;

XI – possuir área coberta, com ponto de saída de água, para higienização e limpeza dos coletores utilizados (ANVISA, 2018).

• Coleta externa e transporte externo

A coleta externa e o transporte externo consistem no translado dos resíduos produzidos na unidade geradora para um centro de tratamento de resíduos, para que posteriormente sejam dispostos de forma ambientalmente adequada (ANVISA, 2018). Com exceção dos resíduos do grupo D, os veículos que transportam os resíduos de saúde não podem ser dotados de compactador a fim de evitar que os sacos sejam rasgados (ANVISA, 2018).

Além disso, os resíduos radioativos devem seguir normas específicas definidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). A NBR 12.810 define que: “O coletor não pode manusear ou tocar outros objetos ou superfícies com a mesma luva usada para manusear os sacos plásticos e contentores” (ABNT, 2020).

A norma também diz que: “Ao final da coleta externa, o coletor deve verificar se houve eventual derramamento de resíduos e tomar as providências cabíveis” (ABNT, 2020).

• Destinação Final

A RDC nº 222 de 2018 estabelece que somente os resíduos classificados como comuns, ou seja, que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico poderão ser direcionados para a reciclagem, compostagem, recuperação, reutilização, logística reversa ou aproveitamento energético. Ainda segunda a mesma resolução, os rejeitos que não apresentarem risco biológico, químico ou radiológico devem ser dispostos de forma ambientalmente adequada (ANIVSA, 2018).

Os resíduos com risco de patogenicidade, radioatividade ou contendo algum composto químico devem passar por tratamento e posteriormente serem dispostos de forma adequada, podendo o tratamento ser realizado dentro ou fora da unidade geradora, desde não tenha indicação específica (ANVISA, 2018).

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• Disposição Final

Para a disposição final ambientalmente adequado dos resíduos de serviços de saúde seja feita, a Resolução CONAMA nº 358 de 2005 define os critérios mínimos que devem ser adotados. Para a seleção do local de disposição, a área requerida não deve ter restrições quanto ao zoneamento ambiental, além de respeitar a distância mínima estabelecida por órgãos ambientais de recursos hídricos superficiais, subterrâneos e ecossistemas considerados frágeis (CONAMA, 2005).

Além disso, a área de disposição final deve ter sistema de controle de veículos, pessoas não autorizadas e animais, tendo vigilância contínua e sinalização de advertência quanto aos perigos existentes no local (CONAMA, 2005). Para que seja feita a disposição final, a área escolhida deve contar com sistema de drenagem pluvial, sistema de coleta e tratamento de percolado, sistema de coleta de gases, taludes com base impermeabilizada e monitoramento (CONAMA, 2005). Por último e não menos importante, a disposição final dos resíduos deve ser executada diretamente no fundo do terreno, sem compactação direta, sendo feita cobertura diária do solo, podendo ocorre a disposição em camadas, conter cobertura final e projeto de encerramento do aterro de resíduos de serviços de saúde (CONAMA, 2005).

2.4 Indicadores de Avaliação

A definição mais literal do que seria indicador parte do dicionário, onde o mesmo é apresentado como uma palavra que surgiu a partir do termo em latim indicator, sendo definido como:

Que indica. O mesmo que index, (falando-se de um dedo). M. Ponteiro, que vai indicando no mostrador telegraphico, letra por letra, os despachos que se transmitem. Nome de outros aparelhos, que indicam a tensão dos vapores nas máquinas, o trabalho effectuado, etc. Espécie de cuco africano. Livro, caderno, folheto ou periódico, que dá indicações úteis ( DE FIGUEIREDO, 2010).

As ABNT NBRs nº 14.001 e nº 14.031, ambas de 2015, definem indicador como a

“representação mensurável da condição ou estado de operações, gestão ou condicionantes”. Em contextos distintos, como por exemplo a gestão pública, os indicadores auxiliam na identificação, medição e descrição de aspectos relacionados a um

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