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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC-SP

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Academic year: 2018

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Renata de Moraes Queiroz

Qualidade vocal: análise acústica de ajustes

fonatório e de tensão laríngea

Mestrado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem

(2)

Renata de Moraes Queiroz

Qualidade vocal: análise acústica de ajustes

fonatórios e de tensão laríngea

MESTRADO EM LINGUÍSTICA APLICADA E ESTUDOS DA LINGUAGEM

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem sob a orientação da Profa. Doutora Zuleica Camargo.

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ii

Banca Examinadora

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iii AUTORIZAÇÃO

Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação por processos de fotocopiadoras ou eletrônicos. Renata de Moraes Queiroz _________________________________

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Dedico este trabalho

À minha mãe, ao meu pai “dado” e à minha irmã.

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v

À minha orientadora Profa Dra Zuleica Camargo, por suas grandes orientações, suas aulas desde a graduação, suas contribuições, auxílios, incentivos, horas de dedicação e fins de semana me auxiliando.

À Profa Dra Sandra Madureira, agradeço por suas aulas e ensinamentos e por toda ajuda, que foram além dos assuntos relacionados à aula.

Ao Professor Dr. Luiz Carlos Rusilo, por todo trabalho de estatística feito, pela disponibilidade empenho aos fins de semana.

À Profa Dra Lúcia Mourão, por ter aceitado o convite em participar da minha banca de dissertação.

A todos os sujeitos que aceitaram participar desta pesquisa.

À Medical Service, em especial à Flávia Ramos, por permitir a realização da coleta de dados e por incentivar a pesquisa e a busca contínua por conhecimentos.

À minha grande amiga Juliana Paes, por todo incentivo, ajuda, disponibilidade, carinho, palavra amiga e companheirismo. Sem você nada disso seria possível!

À Vanessa Medina, pelo empréstimo e ajuda com equipamentos de gravação, sem os quais não teria sido possível a coleta de dados.

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vi

de todos os arquivos, leitura e dicas. Representa uma profissional que muito admiro e que possui um grande conhecimento.

À Aline Pessoa, por toda ajuda e explicação na análise dos dados.

À Fabiana Bonfim, por esses longos anos em que nos conhecemos e pela explicação sobre a formatação do trabalho.

À Fabiana Gregio, por participar da minha qualificação e por fazer importantes acréscimos. Por todo incentivo, ajuda e companheirismo. Exemplo de profissional que tanto admiro.

Aos meus colegas do grupo LIAAC, agradeço o carinho e apoio.

À Maria de Fátima Albuquerque, pelas ajudas, preocupações e incentivo.

À Dra. Ana Carolina Spinardi, prima e companheira, pela revisão deste trabalho.

Ao Renan Almeida, por sua disponibilidade em fazer a formatação das figuras e gráficos dessa pesquisa e por ter perdido horas de sono me ajudando.

Aos meus pais, por sempre me incentivarem a estudar sempre apoiarem minhas decisões e acreditarem na pessoa que me tornei e que o foi graças a eles.

Aos meus avôs por todo incentivo, carinho, crença, pessoas que muito admiro e que sempre entenderam minha ausência.

Aos amigos, por compreenderem minha ausência, pelo carinho, torcida e por participarem como sujeitos dessa minha pesquisa.

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vii Ao CNPq, pelo apoio financeiro a esta pesquisa.

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viii

Dedicatória ... iv

Agradecimentos ... v

Listas ... xi Resumo ... xv

Abstract ... xvi

1. Introdução ... 1

2. Revisão de Literatura ... 4

2.1. A qualidade vocal do ponto de vista fonético ... 4

2.2. Ajustes fonatórios: bases perceptivas e acústicas ... 7

3. Metodologia ... 11

3.1. Grupo de Sujeitos ... 11

3.2. Procedimentos de coleta de dados ... 13

3.3. Procedimentos de análise de dados ... 14

3.3.1. Análise perceptivo-auditiva por meio do roteiro VPAS-PB ... 14

3.3.2. Análise Acústica ... 16

3.3.2.1. Extração de medidas de H1-H2 (Etapa 1) ... 16

3.3.2.2. Extração de medidas do script ExpressionEvaluatorbySG (Etapa 2) ... 20

3.3.3. Análise Estatística ... 21

3.3.3.1. Análise aglomerativa hierárquica de cluster ... 22

3.3.3.2. Análise de correlação canônica ... 22

3.3.3.3. Análise de regressão linear ... 23

3.3.3.4. Análise discriminante ... 23

3.3.3.5. Análise de componentes principais... 23

(10)

ix

4. Resultados 25

4.1. Dados perceptivos – Roteiro VPAS-PB (ajustes fonatórios e de tensão) ... 25

4.1.1. Dados perceptivos – gênero masculino ... 25

4.1.2. Dados perceptivos – gênero feminino ... 27

4.2. Dados acústicos ... 29

4.2.1. Medidas de H1–H2 ... 29

4.2.1.1. Dados H1–H2 – gênero masculino ... 29

4.2.1.2. Dados H1–H2 – gênero feminino ... 32

4.2.2. Medidas extraídas pelo script ExpressionEvaluatorbySG ... 35

4.3. Correlações entre percepção e acústica do sinal... 39

5. Discussão... 41

6. Conclusão ... 48

7. Referências Bibliográficas ... 49

(11)

x

ANEXOS

(12)

xi

Figura 1 - Adaptação Corpus elaborado para avaliação de qualidade vocal por meio do roteiro VPAS-PB com base em CAMARGO e MADUREIRA (2008) ... 13 Figura 2 - Roteiro Voical Profile Analysis Scheme para o Português Brasileiro –

VPAS-PB ... 15 Figura 3 - Etapa 1: Seleção da vogal [a] e geração do espectrograma de banda

estreita ... 17 Figura 4 - Etapa 2: Seleção de um intervalo do período estacionário da vogal [a] .. 17 Figura 5 - Etapa 3: Seleção de um determinado período da vogal [a] ... 18 Figura 6 - Etapa 4: Traçado do espectro, para extração dos valores de frequência

e de intensidade dos dois primeiros harmônicos (H1-H2) ... 18 Figura 7 - Etapa 5: Extração das medidas de freqüência e intensidade de H1 (239

Hz e 55,3 dB) ... 19 Figura 8 - Etapa 6: Extração das medidas de freqüência e intensidade de H2 (496

Hz e 34,6 dB) ... 19 Figura 9 - Dendrograma referente à análise aglomerativa hierárquica de cluster

para os julgamentos de qualidade vocal das esferas laríngea e de tensão de falantes do gênero masculino ... 26 Figura 10 - Dendrograma referente à análise aglomerativa hierárquica de cluster

para os julgamentos de qualidade vocal das esferas laríngea e de tensão de falantes do gênero feminino ... 28 Figura 11 - Análise de regressão linear de medidas de H1-H2 em função de ajustes

fonatórios e de tensão no grupo de gênero masculino ... 31 Figura 12 - Diagrama da análise de componentes principais de medidas de H1-H2

e ajustes fonatórios e de tensão no grupo de gênero masculino ... 32 Figura 13 - Análise de regressão linear de medidas de H1-H2 e em função de

ajustes fonatórios e de tensão no grupo de gênero feminino ... 34 Figura 14 - Diagrama da análise de componentes principais de medidas de H1-H2

(13)

xii

para as medidas acústicas de falantes do gênero masculino ... 36 Figura 16 - Dendrograma referente à análise aglomerativa hierárquica de cluster

para as medidas acústicas de falantes do gênero feminino ... 37 Figura 17 - Diagrama circular referente à análise de correlação canônica de dados

perceptivos e acústicos de falantes do gênero masculino ... 39 Figura 18 - Diagrama circular referente à análise de correlação canônica de dados

(14)

xiii

Tabela 1 - Valores de média, desvio-padrão (DP), variância e tratamento estatístico (F, P valor e F crítico) de valores de H1–H2 para ajustes de qualidade vocal das esferas fonatória e de tensão de falantes do gênero masculino...

30

Tabela 2 - Valores de média, desvio-padrão (DP), variância e tratamento estatístico (F, P valor e F crítico) de valores de H1–H2 para ajustes de qualidade vocal das esferas fonatória e de tensão de falantes do gênero feminino ... 33 Tabela 3 - Valores mínimo, máximo, média e de desvio-padrão de medidas

acústicas do Script ExpressionEvaluatorbySG para falantes do gênero masculino ... 37 Tabela 4 - Valores mínimo, máximo, média e de desvio-padrão medidas acústicas

(15)

xiv

Quadro 1 - Características de idade e profissão dos sujeitos segundo o gênero ... 12 Quadro 2 - Distribuição de ajustes de qualidade vocal das esferas fonatória e de

tensão de falantes do gênero masculino ... 25 Quadro 3 - Distribuição de ajustes de qualidade vocal das esferas fonatória e de

(16)

xv

Introdução: cada falante carrega um conjunto de particularidades no sinal de fala, o qual pode ser detalhado por meio da descrição da qualidade vocal. Modificações ocorridas na dinâmica das estruturas do aparelho fonador influenciam a qualidade vocal, sendo passíveis de avaliação por meio de roteiro conhecido como Vocal Profile Analysis Scheme (VPAS). Objetivo: descrever correlatos acústicos dos ajustes de qualidade vocal da esfera fonatória e de tensão constantes no roteiro VPAS. Metodologia: foram selecionados 29 falantes, divididos em dois grupos por gênero, sendo um grupo com 11 sujeitos do gênero masculino e o outro grupo com 18 sujeitos do gênero feminino. O procedimento de coleta de dados foi conduzido por meio de registro de amostras em formato áudio de corpus envolvendo trechos de emissão semi-espontânea e leitura de 3 sentenças (cinco repetições) elaboradas para avaliação da qualidade vocal. As amostras de áudio foram submetidas às análises perceptivo-auditiva (roteiro VPAS) e acústica (medidas automáticas extraídas a partir da aplicação do script ExpressionEvaluatorbySG e medidas de diferença de intensidade entre os dois primeiro harmônicos: H1-H2). Os resultados foram tratados estatisticamente por meio de análise multivariada, de forma a buscar por correspondências entre percepção e acústica nos grupos de falantes dos gêneros masculino e feminino. Resultados: o grupo de falantes do gênero feminino revelou o predomínio de ajustes de hiperfunção laríngea, além de combinação de escape de ar e voz áspera. No grupo masculino, houve associação de hipofunção laríngea, ajuste modal, voz crepitante e voz soprosa. Do ponto de vista acústico, as medidas relativas à f0 e sua primeira derivada diferenciaram ajustes neutros e não neutros de esferas fonatória, enquanto as medidas de declínio espectral e de espectro de longo termo associaram-se a ajustes de tensão laríngea e de posição de laringe elevada. As medidas de H1-H2 estiveram associadas à diferenciação de ajustes de tensão laríngea (hiperfunção e hipofunção) e de ajustes fonatórios relativos à aperiodicidade do sinal vocal, os quais foram distintos por grupos de falantes dos gêneros masculino e feminino. Conclusão: medidas referentes a f0, primeira derivada de f0, declínio espectral, espectro de longo termo e diferença de intensidade entre harmônicos revelaram a condição de diferenciar grupos de ajustes neutros e não neutros de qualidade vocal do ponto de vista fonatório e de tensão.

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xvi

Introduction: Each speaker carries a set of specific speaking signal, which can be detailed by means of description of vocal quality. Changes occurred in the dynamic of vocal tract structures influence in vocal quality, being liable of evaluation by means of script known as Vocal Profile Analysis Scheme (VPAS). Aim: Describing acoustic correlation of vocal quality adjustment from phonatory sphere and frequent tension in VPAS guide. Methodology: 29 speakers were selected, divided in two groups of gender, being one group of 11 subjects of masculine gender and another group of 18 subjects of feminine gender. The data gathering procedure was conducted by means of sample recordings in the audio format of corpus involving semi-spontaneous issuance excerpts and reading of 3 sentences (five repetitions) formulated for vocal quality evaluation. The audio samples were submitted to auditory perceptual analysis (VPAS guide) and (acoustic automatic measures extracted from application of Script Expression EvaluatorBySG and different measures of intensity between the two first harmonics: H1-H2). The results were statistically treated via multivariated analysis, in this way seeking the correspondence between perception and acoustic in the masculine and feminine gender speaking groups. Results: The feminine gender speaking group revealed predominance in laryngeal hyperfunction adjustments, besides the combinations of air escape and harsh voice. In the masculine group, there were hypofunction laryngeal associations, modal settings crackling and breathy voice. From the acoustic point of view, the measures related to f0 and its first derivative differed neutral adjustments and not neutral phonatory sphere, while spectral decline measures and the long term spectral mixed laryngeal tension adjustments and the high laryngeal position. The H1-H2 measures where associated to differentiation of laryngeal tension adjustments (hyperfunction and hypofunction) and phonatory adjustments relative to aperiodicity of vocal signal, which were distinguished by groups of masculine and feminine speaking gender. Conclusion: Measures related to f0, first derived to f0, spectral decline, long term spectral and differences of intensity between harmonics revealed the condition of distinguished neutral adjustment groups and not of vocal quality neutrals from the point of view of phonatory and tension.

(18)

1. Introdução

Diversas contribuições teóricas respaldam a investigação do sinal de fala, contemplando, inclusive, a qualidade vocal. O presente trabalho, ao enfocar ajustes de qualidade vocal de natureza fonatória e de tensão, concerne ao campo da fonética, integrando informações das esferas perceptivo-auditiva e acústica, numa abordagem interdisciplinar que congrega informações da Linguística, da Fonoaudiologia, da Engenharia, da Medicina, da Física, das Ciências da Computação, da Música e da Semiótica (LLISTERRI, 1991; CAMARGO, 2002).

As variadas áreas de conhecimento descritas passaram a estudar o sinal de fala com diferentes finalidades e objetivos. No decorrer dos anos, ao progredirem os estudos, também ocorreu o desenvolvimento tecnológico, dando impulso a novos aparatos, que proporcionam uma investigação mais detalhada do comportamento das estruturas do aparelho fonador e das propriedades perceptivas e físicas do som resultante. Tal nível de desenvolvimento conduziu à concepção de sistemas de síntese e reconhecimento de voz e fala.

A abordagem fonética da qualidade vocal propicia, por meio da análise perceptiva, a avaliação de usos lingüísticos, paralingüísticos e extralingüísticos, os quais contemplam a demarcação de fronteiras de enunciados, a veiculação de atitudes, emoções e a indicação das condições físicas ou de manifestações de condições patológicas dos falantes.

(19)

A qualidade vocal enfocada numa perspectiva fonética revela a possibilidade de estudo a partir de uma noção básica: a da plasticidade do aparelho fonador (CAMARGO, 2002).

Tal enfoque torna-se possível a partir da concepção do modelo fonético de descrição de qualidade vocal por LAVER (1980), ao propor modelo analítico e integrativo, por meio de adoção de uma unidade de análise: o ajuste.

Nesta concepção, propõe-se a abordagem de combinações de ajustes laríngeos, supralaríngeos e de tensão na descrição da qualidade vocal. Para tanto, leva em consideração fatores intrínsecos e extrínsecos, que são, respectivamente, os aspectos anatômicos e os ajustes musculares de longo termo, nomeados como settings, na versão original, e que serão mencionados

neste texto como ajustes (LAVER, 1980).

Para esta pesquisa, no que se refere à descrição acústica de análise vocal, as modalidades escolhidas são o espectro de longo termo (ELT), por refletir contribuições tanto de ajustes laríngeos quanto de ajustes supralaríngeos característicos da qualidade vocal, além de medidas de declínio espectral, frequência fundamental (f0) e sua primeira derivada de f0, intensidade e medidas de diferença de intensidade entre os dois primeiros harmônicos (H1-H2).

Com base em questões oriundas da pratica fonoaudiológica, em que se concentra um grande grupo de distúrbios de voz por alterações glóticas, algumas questões emergem, tais como:

- Quais os correlatos acústicos e perceptivos de qualidade vocal na esfera fonatória e de tensão?

- Há particularidades entre os grupos de falantes dos gêneros masculino e feminino?

(20)

Esta pesquisa integra a Linha de Pesquisa Linguagem e Patologias da Linguagem do Departamento de Linguística da Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes (FAFICLA) e do Programa de Estudos Pós-Graduados em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem (LAEL), desenvolvido no Laboratório Integrado de Análises Acústica e Cognição (LIACC) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

O grupo de Estudos Sobre a Fala tem trabalhado no sentido de adaptação do roteiro Vocal Profile Analysis Scheme (VPAS) para o português brasileiro

(VPAS-PB – CAMARGO e MADUREIRA, 2008) e de aplicação a diversas

populações para avaliar as manifestações clínicas (JORGE, 2002; SOYAMA e ESPASSATEMPO, 2002; CAMARGO et al., 2004; CUKIER, 2006; MAGRI, et al., 2007; CAMARGO e MADUREIRA 2009; LIMA-SILVA, 2012; PESSOA et al., 2012).

Desta forma, a teoria fonética poderá proporcionar subsídios importantes para a avaliação fonoaudiológica no que se refere a um diagnóstico mais completo e detalhado sobre as condições vocais. Além disso, a variabilidade de manifestações presentes na clínica fonoaudiológica pode colaborar para o aprimoramento do enfoque clínico-terapêutico.

Esta pesquisa focaliza a avaliação acústica de qualidades vocais na clínica fonoaudiológica. Tem o objetivo descrever os correlatos acústicos dos ajustes de qualidade vocal da esfera fonatória e de tensão constantes no roteiro Vocal

(21)

2. Revisão de Literatura

Este capítulo foi dividido em seções que se destinam a discutir os conceitos teóricos e estudos que respaldam esta pesquisa: a qualidade vocal do ponto de vista fonético e ajustes fonatórios em suas bases perceptivas e acústicas.

2.1. A qualidade vocal do ponto de vista fonético

A descrição do modelo fonético de qualidade vocal deu-se por meio da análise articulatórias, fisiológicas, acústicas e auditivas. Neste modelo, a qualidade vocal é considerada como o resultado da interação de dois diferentes fatores, um o de natureza intrínseca – fatores orgânicos relacionados à qualidade auditiva e, conseqüência direta da anatomia invariante do aparelho fonador do falante. O outro seria de natureza extrínseca – por influência fatores fonéticos originados dos ajustes musculares de longo termo do aparelho fonador intrínseco (LAVER, 1980, 1991).

LAVER (1980) relatou cuidadosamente os ajustes, a partir das variações do ajuste neutro, considerado ajuste de referência. Neste ajuste, a extensão do trato vocal não seria modificada pela ação da musculatura, de forma que o trato vocal supralaríngeo não sofreria perturbações em qualquer ponto por ação de lábios, mandíbula, língua ou faringe. A vibração das pregas vocais ocorreria de forma regular, periódica, sem ruído audível decorrente de aperiodicidade (ajuste modal) e o estado de tensão da laringe e da região supralaríngea seria intermediário.

Ao serem descritos por LAVER (1980), os 53 tipos de ajustes de qualidade vocal possíveis, refletiriam combinações entre os ajustes nos planos supralaríngeo (articulatório) laríngeo (fonatório) e de tensão. A descrição dos ajustes supralaríngeos envolveu aqueles relacionados à modificação da dimensão vertical do trato vocal (longitudinais) e ao diâmetro (latitudinais), além daqueles relativos ao segmento velofaríngeo.

(22)

Integram um conjunto de quatro mecanismos possíveis: laringe alta; laringe baixa; arredondamento labial e labiodentalização.

No que se refere ao grupo de ajustes supralaríngeos transversais/latitudinais destacam-se as tendências para manutenção de um efeito constritivo (ou expansivo) no diâmetro de uma dada localização ao longo do trato vocal. Modificações essas ocorridas por meio da ação de diversos órgãos definindo vários grupos de ajustes: labiais, mandibulares, linguais, faríngeos e laríngeos. São descritos separadamente no roteiro de avaliação da seguinte forma: labiais (arredondamento, estiramento e labiodentalização/extensão), mandibulares (abertura e fechamento/extensão), linguais (ponta/lâmina: avançada e recuada; dorso: elevado ou abaixado (altura) e avançado ou recuado (deslocamento ântero-posterior) e extensão; faringe: constrição e expansão faríngeas. Na categoria dos ajuste velofaríngeos foram descritos: nasal, denasal e escape de ar nasal.

No que se refere aos ajustes laríngeos (fonatórios), foco deste trabalho, a descrição iniciou-se com ajuste laríngeo neutro referindo-se à voz modal (LAVER, 1980). A partir dessa descrição, foram expostas três categorias básicas de ajustes simples: modal e falsete (podem ocorrer isoladamente e em combinações, porém não entre si); escape de ar e crepitância/vocal fry (podem

ocorrer isoladamente e combinados entre si); aspereza (elemento modificador, não propriamente um ajuste, que apenas ocorre em tipos fonatórios compostos).

Segundo modelo fonético de descrição de qualidade vocal (LAVER, 1980), a qualidade vocal foi concebida como resultado da combinação de ajustes musculares de longo termo nos segmentos laríngeo, supralaríngeo e de tensão do aparelho fonador. Modificações ocorridas na dinâmica das estruturas do aparelho fonador teriam impacto na determinação da qualidade vocal, tornando possível a sua avaliação por meio de um instrumento foneticamente motivado: o roteiro Vocal Profile Analysis Scheme – VPAS, (LAVER et al.,

(23)

Este roteiro é periodicamente revisado pela equipe da Queen Margareth

University – QMU (MACKENZIE-BECK, 2005; LAVER e MACKENZIE-BECK,

2007) e teve sua adaptação efetivada para o português brasileiro (PB); intitulado VPAS-PB (CAMARGO e MADUREIRA, 2008).

O desenvolvimento do roteiro VPAS deu-se a partir do modelo fonético

de descrição de qualidade vocal e requer formação e experiência para o seu uso. Com este instrumental, tornou-se possível à análise perceptiva da qualidade vocal, por meio da unidade analítica: o setting (ajuste) e

especialmente, de suas combinações, como ajustes complementares de natureza fonatória (laríngea), articulatória (do trato vocal ou supralaríngea) e de tensão (LAVER et al., 1981; LAVER, 2000; MACKENZIE-BECK, 2005; LAVER e MACKENZIE-BECK 2007; CAMARGO e MADUREIRA, 2008).

A partir das possibilidades de combinações mencionadas pelo modelo no grupo de ajustes fonatórios, foco deste trabalho, são sugeridos os seguintes ajustes fonatórios compostos: voz crepitante (combinação dos ajustes simples modal e crepitância/vocal fry), voz soprosa (combinação dos ajustes modal e

escape de ar) e voz áspera: combinação do ajuste simples modal com o fator aspereza (LAVER, 1980).

LAVER (1991), ao se referir ao que é considerado do ponto de vista clínico como “voz rouca” ou rouquidão indicou a combinação do ajuste composto de escape de ar e do fator aspereza. A versão resumida do VPAS

(LAVER, 2000) não exibiu os ajustes de tensão geral, porém estão presentes em LAVER et al., (1991), sendo citados os tópicos de tensão supralaríngea e laríngea (hiperfunção ou hipofunção) e retomados nas versões ampliadas subseqüentes e periodicamente atualizadas do roteiro (MACKENZIE-BECK, 2005; LAVER e MACKENZIE-BECK, 2007) e inseridas na versão nacional

VPAS-PB (CAMARGO e MADUREIRA, 2008).

(24)

manifestação do ajuste. Neste ponto, o modelo fonético diferencia-se das demais propostas de avaliação da qualidade vocal (e de seus desvios), justamente por não se basear na comparação a um ideal de “normalidade” da função vocal, mas na graduação de sua escala a partir do ajuste neutro.

O roteiro teve a descrição dos graus distribuídos da seguinte maneira de 1-3: faixa dos ajustes presentes na fala normal, sendo considerado 1 – pequena diferença em relação ao ajuste neutro; 2 – leve diferença em relação ao ajuste neutro; 3 – moderada diferença em relação ao ajuste neutro. Já a graduação de 4-6: alteração vocal ou extremos paralinguísticos da expressão da emoção, sendo 4 – notável diferença em relação ao ajuste neutro; 5 – marcante diferença em relação ao ajuste neutro; 6 – extrema diferença em relação ao ajuste neutro.

2.2. Ajustes fonatórios: bases perceptivas e acústicas

Ao longo de décadas, a avaliação vocal tem sido tema de constante aprimoramento, bem como interesse em estudos de diversificadas áreas. No campo fonoaudiológico, pode contar com a integração da avaliação perceptivo-auditiva e acústica (KENT, 1993).

A análise da qualidade vocal de forma perceptivo-auditiva e acústica tem se mostrado como ferramenta importantíssima, sendo dois dos componentes principais na avaliação vocal, remetendo ao diagnóstico vocal e à escolha terapêutica adotada na clínica fonoaudiológica, bem como um recurso para a promoção e prevenção da saúde vocal (PONTES et al., 2002; CORAZZA et al., 2004; VIEIRA et al., 2006; LIMA-SILVA, 2012).

(25)

2011). Por meio dessa avaliação é possível a inferência de dados anatomofisiológicos importantes e dos aspectos psicossociais da voz (PINHO e PONTES, 2008 ; GAMA et al., 2011).

A análise acústica, por sua vez, pode auxiliar na compreensão da atividade recorrente do trato vocal, de forma a revelar os ajustes (laríngeos, supralaríngeos e de tensão) característicos de um determinado falante ou de um grupo(CAMARGO, 2000; OLIVEIRA et al., 2011).

A análise acústica refere-se a uma técnica não invasiva de avaliação de qualidade vocal, na qual se capta o sinal sonoro emitido pela boca do falante sem que ocorra a inserção de qualquer tipo de instrumento no trato vocal. Além disso, tem seu uso ampliado, tanto do ponto de vista clínico, quanto para fins de pesquisas, desde que os dados sejam utilizados em conjunto aos dados perceptivo-auditivos para terem considerações clínicas significativas (EADIE et al., 2005; GREGIO et al., 2005; LIMA-SILVA, 2012).

A análise acústica proporciona a avaliação da situação natural de fala em pequenos intervalos de tempo é considerado um recurso de fácil disponibilidade (GREGIO, 2006). Assim, permite a incursão a eventos peculiares de diferentes níveis de atividade sonora, tais como controle e modulação do fluxo de ar pelas pregas vocais, tornando propícia a condição de decomposição do sinal de saída, sem a necessidade de registro por meios invasivos ao trato vocal, o que poderia comprometer a qualidade do sinal registrado.

A análise acústica, então, torna possível a descrição detalhada das características acústicas de uma determinada voz, além de que a voz pode ser instrumentalmente analisada em certos parâmetros em que refletem a estrutura e função da laringe, do trato vocal, supra e subglótico (KENT e READ, 1992). Da mesma forma, pode-se prever que também torna possível o detalhamento dos ajustes de qualidade vocal, do roteiro VPAS-PB, que é o objetivo deste

trabalho.

(26)

(1970). Seu destaque reside em possibilitar a integração de dados da percepção com dados da fisiologia do sinal de fala. Nesta proposta, a onda de fala é considerada como resposta dos sistemas de filtro do trato vocal a uma ou mais fontes sonoras (CAMARGO, 1999). Os sons vocálicos são vistos como resultados da excitação no trato vocal da energia produzida inicialmente pela atividade glótica, de vibração das pregas vocais: a fonte de voz.

O som vocálico, do ponto de vista fonético, possui fonte de voz (sonoridade) e trato vocal supraglótico sem obstrução à passagem de ar (CAMARGO et al., 2000; GREGIO; 2006; CAMARGO e MADUREIRA, 2009). O sinal periódico que foi gerado pela fonte laríngea sofre a função de transferência do trato vocal, de maneira que algumas frequências do sinal glótico são reforçadas pelo trato vocal supraglótico. A extensão e o diâmetro do trato vocal supraglótico são determinados a deste fenômeno (SILVA, 1997; CAMARGO et al., 2003; MAGRI et al., 2007; MAGRI et al., 2009), caracterizando assim o efeito de ressonância do trato vocal (CAMARGO et al., 2003; MAGRI et al., 2007).

Algumas medidas acústicas permitem conhecer um pouco mais deste fenômeno de produção das vogais, que passa a ser considerado como modelo de referência para as descrições acústicas de qualidade vocal.

A análise da frequência natural do falante é chamada de frequência fundamental (f0), sendo o correlato do número de vibrações produzidas pelas pregas vocais. Aproximadamente, oscilam entre 100 a 150Hz para homens e de 200 a 300Hz para mulheres, durante a produção da fala (ISSHIKI et al., 1999).

As medidas de f0 refletem condições anatomofisiológicas como comprimento, a tensão, a rigidez, e a massa das pregas vocais na sua interação com a pressão aérea subglótica (PINHO et al., 2001; BARROS et al., 2002; FELIPPE et al., 2006; PINHO e PONTES, 2008).

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mais altos há indícios de descontinuidade do contato das pregas vocais (HANSON, 1999). Dessa forma, quanto maior for o valor do da intensidade do primeiro harmônico (H1), em relação ao segundo (H2), menor é o coeficiente de contato (HAMMARBERG et al., 1980; HANSON, 1999) e maior a velocidade de fechamento das pregas vocais (HAMMARBERG et al., 1980).

Pesquisas realizadas anteriormente relatam que os valores muito altos de H1–H2 podem indicar grande soprosidade e/ou astenia (CANNITO et al., 2005), enquanto que os valores de H1–H2, baixos podem indicar tensão/hiperfunção na voz (SALOMÃO et al., 2008).

ISSHIKI et al., (1999) relatam três características acústicas relacionadas a rouquidão: menor periodicidade da vibração da prega vocal; componentes de ruído de alta frequência e valores H1–H2 reduzidos. Estes achados podem ser explicados pelo fechamento imperfeito da glote em que predominam elementos de rigidez ou imobilidade da mucosa da prega vocal e desequilíbrio entre os parâmetros mecânicos, ou entre as duas pregas vocais. O fechamento imperfeito da glote, sob influência do fluxo de ar subglótico, gera vibração irregular (menos periódica) das pregas vocais, ruído turbulento e, frequentemente amplitude reduzida da vibração da prega vocal, com conseqüente diminuição dos valores H1–H2 da voz.

Enquanto que na voz soprosa reflete um ruído de alta frequência devido à turbulência do ar e redução relativa dos componentes H1–H2. Uma pressão muito elevada, o que é raro ocorrer durante a produção de voz habitual, afastaria as pregas vocais causando quebra vocal. É descrito que o desequilíbrio extremo nas massas vibratórias de duas pregas vocais pode causar vibração irregular, produzindo uma voz áspera, mesmo quando a glote esta inicialmente fechada por completo (ISSHIKI et al., 1999).

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3. Metodologia

A apresentação da metodologia é dividida em tópicos relativos ao grupo de sujeitos, procedimentos de coleta, de análise dos dados e de tratamento estatístico. De caráter experimental (LLISTERRI, 1991), incorporou instrumentais de tecnologia de fala (análise acústica) para descrição de qualidade vocal do ponto de vista fonatório e de tensão.

3.1. Grupo de Sujeitos:

A coleta inicial de dados foi realizada com 42 sujeitos de ambos os gêneros, sendo que foram excluídos aqueles em que a gravação de áudio obteve baixa qualidade (relação sinal/ruído).

Do grupo inicial de 42 sujeitos, foram então selecionados 29 falantes, divididos em dois grupos por gênero, sendo um grupo com 11 sujeitos do gênero masculino e o outro grupo com 18 sujeitos do gênero feminino. Tal divisão justifica-se pelas diferenças, entre os gêneros de valores de medidas acústicas eleitas para o estudo por gênero (CAMARGO et al., 2012).

Os critérios de exclusão dos sujeitos participantes da pesquisa foram: presença de deformidades crâniofaciais, deficiência auditiva, comprometimentos neurológicos, uso de aparelho ortodôntico, histórico de cirurgias e intervenções em cabeça e pescoço, tratamentos de refluxo gastroesofágico e laringofaríngeo, levantados a partir de questionário aplicado anteriormente à coleta.

Todos os participantes da pesquisa apresentaram ausência de queixa vocal, bem como o perfil sócio econômico semelhante.

(29)

O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e aprovado sob o número

310/2010 (Anexo 2).

As características quanto à idade e profissão dos sujeitos estudados são apresentadas no Quadro 1.

Sujeito Idade Profissão Gênero

S01 21 Vendedor Interno Feminino

S02 20 Auxiliar Administrativo Feminino

S03 14 Recepcionista Feminino

S04 23 Operador de Telemarketing Feminino

S05 22 Operador de Caixa Feminino

S06 22 Operador de Telemarketing Feminino

S07 33 Jornalista Feminino

S08 22 Recepcionista Feminino

S09 29 Recepcionista Feminino

S10 30 Costureiro Feminino

S11 25 Operador de Telemarketing Feminino

S12 43 Supervisor Administrativo Feminino

S13 21 Recepcionista Feminino

S14 36 Operador de Telemarketing Feminino

S15 29 Enfermeiro Feminino

S16 23 Operador de Telemarketing Feminino

S17 26 Técnico de Enfermagem Feminino

S18 43 Costureiro Feminino

S19 24 Ajudante Geral Masculino

S20 20 Estoquista Masculino

S21 26 Conferente Masculino

S22 30 Operador de Telemarketing Masculino

S23 18 Auxiliar Estoque Masculino

S24 31 Porteiro Masculino

S25 25 Operador de Telemarketing Masculino

S26 19 Técnico de Edificações Masculino

S27 22 Instalador Masculino

S28 29 Ajudante Geral Masculino

S29 30 Ajudante Geral Masculino

Quadro 1 – Características de idade e profissão dos sujeitos, segundo o gênero

(30)

enfermagem e laboratorial. Os falantes foram registrados ao iniciarem a avaliação fonoaudiológica, no setor de Fonoaudiologia, em cabina acústica de 3 m2. No ambiente permaneceram somente o pesquisador e o sujeito avaliado.

3.2. Procedimentos de coleta de dados

A composição do corpus envolveu trechos de emissão semi-espontânea

(a partir de solicitações do examinador, tais como “fale sobre a cidade onde você nasceu”) e leitura de três sentenças-veículo (cinco repetições aleatorizadas) elaboradas com base CAMARGO e MADUREIRA (2008) e apresentado na Figura 1.

Sentença-chave

O objeto de estudo da Fonética é essa complexa, variável e poderosa face sonora da linguagem: a fala.

O garoto tirou muitas fotografias do tucano, da coruja, do pombo e do jaburu.

Detesto ir à casa dele, pois fica do outro lado da cidade e o acesso é difícil.

Figura 1 –Adaptação Corpus elaborado para avaliação de qualidade vocal por meio do roteiro VPAS–PB com base em CAMARGO e MADUREIRA (2008)

As sentenças-veículo foram digitadas em fonte arial tamanho 28, em folhas A4 apresentadas individualmente, em forma de fichas, em ordem aleatorizada.

A gravação do referido corpus ocorreu em cabina acústica com presença

de ruído ambiente inferior a 40 dB NPS, com uso de mesa de som Behringer

Eurorack UB502 , a partir do software Audacity 1.3 Beta (Unicode), em

freqüência de amostragem de 22050 Hz, 16 bits, extensão.wav, modalidade

estéreo (para monitoramento do nível de intensidade), com produções de fala semi-espontânea e leitura das sentenças-veículo, totalizando 16 enunciados por falante. Para tanto, o microfone headset AKG C140 foi acoplado a uma

(31)

3.3. Procedimentos de análise de dados de fala

A análise de dados constou de uma etapa de análise perceptivo-auditiva e duas etapas de análise acústica. O conjunto de dados foi tratado de forma a tecer relações entre as esferas perceptiva e acústica.

3.3.1. Análise perceptivo-auditiva por meio do roteiro VPAS-PB

Os trechos de fala semi-espontânea e as sentenças-veículos foram individualmente avaliados do ponto de vista perceptivo-auditivo a partir do roteiro Vocal Profile Analysis Scheme para o português brasileiro VPAS-PB

(CAMARGO e MADUREIRA, 2008), apresentado na Figura 2, por um juiz experiente na aplicação do roteiro. Tal avaliação permitiu compor o perfil de qualidade e de dinâmica vocal de cada falante do grupo estudado.

(32)

Ocorrências em curto termo ( )quebras ( ) instabilidades ( ) diplofonia ( ) tremor. Para ajustes de ocorrência intermitente assinalar (i)

Moderado Extremo

DINÂMICA VOCAL Neutro AJUSTE

1 2 3 4 5 6

D. ELEMENTOS PROSÓDICOS

Elevado Habitual Abaixado Diminuída Extensão Aumentada Diminuída

13.Pitch (f0)

Variabilidade Aumentada Aumentado Habitual Diminuído Diminuída Extensão Aumentada Diminuída

14.Loudness (intensidade)

Variabilidade

Aumentada

15. Tempo

Continuidade Interrompida

Rápida Taxa de elocução

Lenta

16.OUTROS ELEMENTOS

Adequado Inadequado Suporte respiratório

Presente

Figura 2: Roteiro Vocal Profile Analysis Scheme para o Português Brasileiro – VPAS-PB (CAMARGO e MADUREIRA, 2008)

QUALIDADE VOCAL PRIMEIRA PASSADA SEGUNDA PASSADA

Moderado Extremo Neutro Não neutro AJUSTE

1 2 3 4 5 6

A. ELEMENTOS DO TRATO VOCAL

Arredondados/protraídos Estirados Labiodentalização Extensão diminuída 1.Lábios Extensão aumentada Fechada Aberta Protraída Extensão diminuída 2. Mandíbula Extensão aumentada Avançada 3.Língua ponta/lamina Recuada Avançado Recuado Elevado Abaixado Extensão diminuída 4. Corpo de lingual

Extensão aumentada Constrição 5.Faringe

Expansão

Escape nasal audível Nasal

6.Velofaringe

Denasal Elevada 7. Altura de laringe

Abaixada

B. TENSÃO MUSCULAR GERAL

Hiperfunção 8. Tensão do trato vocal

Hipofunção Hiperfunção 9. Tensão laríngea

Hipofunção

C. ELEMENTOS FONATÓRIOS

Presente Graus de escala

Moderado Extremo AJUSTE

Neutro Não Neutro

1 2 3 4 5 6

Modal Falsete

Crepitância/ vocal fry 10. Modo de fonação

Voz crepitante Escape de ar 11. Fricção laríngea

Voz soprosa

(33)

3.3.2. Análise Acústica

As sentenças-veículo foram segmentadas e etiquetadas de duas formas distintas: uma com base na identificação no segmento vocálico [a] em posição pré-tônica e tônica de palavras (etapa 1) e a outra em termos das sentenças-chave, descrita mais adiante no texto (etapa 2).

3.3.2.1. Extração de medidas de H1-H2 (Etapa 1)

As emissões de vogais em contexto da sílaba tônica e pré-tônica foram analisadas por meio de software de livre acesso Praat versão 5144 (disponível

em: http://www.fon.hum.uva.nl/praat), desenvolvido por BOERSMA e

WEENINK (2002) do Institute of Phonetic Sciences - University of Amsterdam

com extração manual das medidas de diferença de intensidade entre os dois primeiros harmônico (H1–H2).

O procedimento passa a ser detalhado a seguir:

No software Praat, a partir do espectrograma de banda larga, foram

selecionadas as produções de vogal [a] em sílabas tônicas vari[a]vel, f[a]ce, f[a]la, c[a]sa, l[a]do e pré-tônica j[a]buru de vocábulos que constavam nas sentenças-veículo registradas.

(34)

Figura 3 – Etapa 1: Seleção da vogal [a] e geração do espectrograma de banda estreita

(35)

Figura 5 – Etapa 3: Seleção de um determinado período da vogal [a]

(36)

Figura 7 – Etapa 5: Extração das medidas de freqüência e intensidade de H1 (239 Hz e 55,3 dB)

(37)

3.3.2.2. Extração de medidas do Script ExpressionEvaluatorbySG (Etapa 2)

Numa segunda etapa de análise acústica, as emissões foram etiquetadas e processadas, enquanto enunciados de fala semiespontânea e sentenças-chave, pelo script ExpressionEvaluatorby.psc desenvolvido por

BARBOSA (2009 e modificado em 2011).

O script ExpressionEvaluatorbySG, disponibilizado para uso nesta pesquisa

(Anexo 3), foi aplicado ao software PRAAT para analisar os trechos de fala

previamente editados.

O script utilizado realiza a extração automática dos seguintes parâmetros:

frequência fundamental – f0 (mediana, semi-amplitude entre quartis e quantil 99,5%), assimetria e intensidade (assimetria), declínio espectral (média, desvio-padrão e assimetria) e espectro de longo termo - ELT (desvio-padrão). O referido conjunto de medidas contempla índices absolutos e normalizados, de forma que a própria aplicação do script representa uma primeira abordagem

estatística dos dados.

Segue uma breve explicação de cada uma das medidas geradas pelo script,

com base em BARBOSA (2009):

- mediana de f0 (frequência fundamental): medida que pode ser considerada como a f0 habitual do falante, uma vez que sua extração prevê a suavização de valores. É uma medida que evita erros de detecção do valor de f0 que podem ser frequentes, sobretudo os que mudam o valor para uma oitava abaixo ou acima;

- semi-amplitude entre quartis de f0: medida de variação dos valores de f0, excluindo-se valores espúrios (por motivos de normalização, foi dividida pela metade, justificando a atribuição do termo “semi-amplitude” 1);

- quantil 99,5% de f0: valores de frequência fundamental normalizados por meio do cálculo de Zscore da mediana (dobro), acrescido do valor de

1Vale salientar que o termo amplitude refere-se ao tratamento de normalização (em termos da

(38)

padrão. Esta medida busca, sem valores espúrios, detectar o limite superior de f0 do falante;

- assimetria de f0: medida da assimetria de distribuição de f0, baseada na razão da diferença entre média e mediana/semi-amplitude entre quartis de f0. Esta medida busca estimar a tendência em ter valores à esquerda (negativos) ou à direita da média (positivos);

- assimetria de intensidade: medida de intensidade normalizada, baseada na proporção de intensidade no intervalo de frequências de 0,0-1250 Hz/1250-4000 Hz 2;

- média de declínio espectral: média de valores da proporção de intensidade nos intervalos de 0-1,0 Hz/1,0-4,0 Hz. Considerada como importante medida do nível de tensão laríngea do estímulo aferido;

- desvio-padrão de declínio espectral: medida do desvio-padrão de declínio espectral (acima explanada);

- assimetria de declínio espectral: medida de assimetria de distribuição das medidas de declínio espectral (acima explanada);

- desvio-padrão de espectro de longo termo (ELT): desvio-padrão das medidas normalizadas de intensidade ao longo de intervalos de frequências do espectro sonoro.

3.3.3. Análise Estatística

Na análise estatística foram considerados os julgamentos perceptivo-auditivos e as medidas acústicas diferenciando em grupos por gêneros e falantes, uma vez que dados do VPAS-PB e medidas acústicas pelo script

ExpressionEvaluatorbySG mostraram diferençados por gênero (CAMARGO et

al., 2012), bem como os dados de análise descriminante neste estudo.

2Tal normalização permite que, mesmo amostras que não tenham sido captadas com fixação

(39)

As etapas de análise estatística constaram das seguintes comparações:

3.3.3.1. Análise aglomerativa Hierárquica de Cluster

(Software XLSTat, Addinsoft)

• Levantamento por número de ocorrências máxima, média no grupo e desvio padrão em falantes do gênero masculino e feminino, dos ajustes de qualidade vocal das esferas fonatória e de tensão de forma a compor o perfil de qualidade vocal dos pontos de vista laríngeo e de tensão dos grupos estudados;

• Análise dos agrupamentos detectados para os julgamentos de qualidade vocal das esferas fonatória e de tensão de falantes do gênero masculino e feminino;

• Análise de valores de medidas acústicas do Script ExpressionEvaluatorbySG.

3.3.3.2. Análise de correlação canônica

(Software XLSTat, Addinsoft)

• Avaliação de correlação de dados perceptivos (ajustes de qualidade vocal de esferas fonatória e de tensão) acústicos medidas do script ExpressionEvaluatorbySG de falantes do

(40)

3.3.3.3. Análise de regressão linear

(Software XLSTat, Addinsoft)

• Medidas acústicas de H1-H2 associadas aos ajustes de qualidade vocal das esferas fonatória e de tensão, por meio da análise de regressão linear no grupo masculino e no grupo feminino.

3.3.3.4. Análise discriminante

(Software XLSTat, Addinsoft)

• Avaliação da capacidade das medidas acústicas geradas pelo

script ExpressionEvaluatorbySG em discriminar ajustes (neutro e

não neutro) da esfera fonatória e de tensão;

• Avaliação da capacidade da medida acústica H1-H2 discriminar o gênero dos falantes.

3.3.3.5. Análise de componentes principais

(Software XLSTat, Addinsoft)

(41)

3.3.3.6. Testes de comparação de médias

(Anova Software Excel)

• Para medidas de H1-H2, para comparação geral de ajustes neutros e não neutros3, bem como para comparação de ajustes neutro com dos demais ajustes das esferas fonatória e de tensão presentes no VPAS-PB, assumindo-se p< 0,05.

Os dados das esferas de análise foram correspondidos entre si, como forma de se traçar correlações acústicas e perceptivas relativas aos ajustes fonatórios e de tensão da qualidade vocal aos modelos teóricos adotados (FANT, 1970; LAVER,1980).

3 Ajustes não neutros considerados neste trabalho como todos os outros ajustes que se opõem ao neutro,

(42)

4. Resultados

Os resultados são apresentados enquanto informações das esferas perceptiva e acústica sua associação na descrição dos ajustes fonatórios e de tensão de qualidade vocal.

4.1. Dados perceptivos – Roteiro VPAS-PB (ajustes fonatórios, de

tensão e de altura de laringe)

Os dados perceptivos são apresentados de forma distinta para falantes dos gêneros masculino e feminino.

4.1.1. Dados perceptivos – gênero masculino

As informações de ajustes de qualidade vocal das esferas fonatória de tensão e de altura de laringe presentes no grupo de falantes do gênero masculino são apresentados no Quadro 2.

QUALIDADE VOCAL PRIMEIRA PASSADA SEGUNDA PASSADA

Moderado Extremo Neutro Não neutro AJUSTE

1 2 3 4 5 6

A. ELEMENTOS DO TRATO VOCAL

Elevada Altura de laringe

Abaixada

B. TENSÃO MUSCULAR GERAL

Hiperfunção Tensão do trato vocal

Hipofunção Hiperfunção Tensão laríngea

Hipofunção

C. ELEMENTOS FONATÓRIOS

Presente Graus de escala

Moderado Extremo AJUSTE

Neutro Não Neutro

1 2 3 4 5 6

Modal Falsete

Crepitância/ vocal fry Modo de fonação

Voz crepitante Escape de ar Fricção laríngea

Voz soprosa Irregularidade laríngea Voz áspera

Quadro 2 – Distribuição de ajustes de qualidade vocal das esferas fonatória, de tensão e de altura da laringe de falantes do gênero masculino

Legenda: Total de ocorrências

(43)

A distribuição dos ajustes de qualidade vocal de natureza fonatória de tensão e de altura da laringe são apresentados na Figura 9 quanto ao dendrograma originado por meio da análise aglomerativa hierárquica de

cluster.

Figura 9 – Dendrograma referente à análise aglomerativa hierárquica de cluster para os julgamentos de qualidade vocal das esferas laríngea de tensão e de altura da laringe de falantes do gênero masculino

A análise aglomerativa hierárquica de cluster revelou a formação de três

(44)

para o grupo de falantes do gênero masculino: Classe 1 (laringe elevada, hiperfunção laríngea, modal, falsete, crepitância, escape de ar, voz áspera, quebras e hipofunção laríngea), Classe 2 (hipofunção de trato vocal) e Classe 3 (voz crepitante e voz soprosa).

4.1.2. Dados perceptivos – gênero feminino

As informações de ajustes de qualidade vocal das esferas fonatória de tensão e de altura de laringe presentes no grupo de falantes do gênero feminino são respectivamente apresentados na Quadro3.

A distribuição dos ajustes de qualidade vocal de natureza fonatória e de tensão são apresentados na Figura 10 quanto ao dendrograma, originado por meio da análise aglomerativa hierárquica de cluster.

QUALIDADE VOCAL PRIMEIRA PASSADA SEGUNDA PASSADA

Moderado Extremo Neutro Não neutro AJUSTE

1 2 3 4 5 6

A. ELEMENTOS DO TRATO VOCAL

Elevada Altura de laringe

Abaixada

B. TENSÃO MUSCULAR GERAL

Hiperfunção Tensão do trato vocal

Hipofunção Hiperfunção Tensão laríngea

Hipofunção

C. ELEMENTOS FONATÓRIOS

Presente Graus de escala

Moderado Extremo AJUSTE

Neutro Não Neutro

1 2 3 4 5 6

Modal Falsete

Crepitância/ vocal fry Modo de fonação

Voz crepitante Escape de ar Fricção laríngea

Voz soprosa Irregularidade laríngea Voz áspera

Quadro 3 – Distribuição de ajustes de qualidade vocal das esferas fonatória e de tensão de falantes do gênero feminino

Legenda: Valor de ocorrências

(45)

Figura 10 – Dendrograma referente à análise aglomerativa hierárquica de cluster para os julgamentos de qualidade vocal das esferas laríngea de tensão e de altura da laringe de falantes do gênero feminino

A análise aglomerativa hierárquica de cluster revelou a formação de três

(46)

4.2. Dados acústicos

Os dados acústicos são apresentados em itens referentes às medidas H1-H2 e às medidas geradas pelo Script ExpressionEvaluatorbySG.

4.2.1. Medidas de H1–H2

Quanto às medidas H1-H2, os valores são apresentados de forma diferenciada para homens e mulheres, inicialmente de forma global para ajustes de qualidade vocal (comparação neutro “versus” não neutros) e depois separados em função do ajuste neutro (modal) e não neutros (todos os demais) de qualidade vocal nos planos fonatório e de tensão, divididos em dois subitens, em função dos gêneros masculino e feminino.

4.2.1.1. Dados H1–H2– gênero masculino

(47)

H1-H2 (dB) Média DP Variância F valor-P F crítico

Modal -1,46571 5,036 25,3361 5,075 0,024* 3,851

Não modal -2,32325 -2,323 38,25774

Modal -1,46571 5,036 25,3361 27,337 0* 3,861

Crepitância -5,72857 5,083 25,83721

Modal -1,46571 5,036 25,3361 1,731 0,188 3,862

Voz crepitante -2,69333 3,236 10,48754

Modal -1,46571 5,036 25,3361 100,728 0* 3,859

Voz soprosa 4,077011 2,374 5,636907

Modal -1,46571 5,036 25,3361 27,197 0* 3,854

Voz áspera -3,61394 6,096 37,16457

Modal -1,46571 5,036 25,3361 36,273 0* 3,855

Escape de ar + voz áspera -4,14056 6,334 40,12395

Modal -1,46571 5,036 25,3361 7,170 0,007* 3,854

Hiperfunção laríngea -2,67475 7,057 49,80791

Modal -1,46571 5,036 25,3361 0,066 0,796 3,854

Hipofunção -1,51729 5,121 26,18849

Tabela 1 – Valores de média, desvio-padrão(DP), variância e tratamento estatístico (F, P valor e F crítico) de valores de H1–H2 para ajustes de qualidade vocal das esferas fonatória e de tensão de falantes do gênero masculino

*Estatisticamente significante

(48)

Figura 11 – Análise de regressão linear de medidas de H1-H2 em função de ajustes fonatórios e de tensão no grupo de gênero masculino

A análise de componentes principais para amostras do grupo de gênero masculino revelou a segregação em 4 classes: Classe 1 (medida de H1-H2), Classe 2 (hiperfunção de laringe), Classe 3 (hipofunção de laringe, modal, crepitância, voz crepitante, voz soprosa ) e Classe 4 (escape de ar e voz áspera). Os dados para o gênero masculino são apresentados no diagrama da Figura 12.

H iperf unção Laríngea

H ipof unção Laríngea

Modal

C repitância

Voz C repitante

Escape Ar Voz Soprosa Voz Aspera -0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 C o ef ic ie n te s p ad ro n iz ad o s Variável

(49)

Figura 12 – Diagrama da análise de componentes principais de medidas de H1-H2 e ajustes fonatórios e de tensão no grupo do gênero masculino

4.2.1.2. Dados H1–H2 – gênero feminino

Para as medidas de H1–H2 associadas aos ajustes de qualidade vocal, apresentados na Tabela 2, os valores médios revelaram diferenças estatisticamente significantes para a maioria das combinações, exceto modal “versus” crepitância.

H1-H2(i)

Hi p erLa

Hi pofunção Laríngea Mo dal

Crepitância Vo z Cr epitante

Es c ape de Ar Vo z Soprosa

Vo z Aspera

-1 -0,75 -0,5 -0,25 0 0,25 0,5 0,75 1

-1 -0,75 -0,5 -0,25 0 0,25 0,5 0,75 1

F

2

(2

0,

00

%

)

F1 (31,77 %)

(50)

H1-H2 (dB) Média DP Variância F valor-P F crítico

Modal -0,69455 7,009 49,1245 7,936 0,004* 3,847

Não modal -2,12085 8,187 67,03186

Modal -0,69455 7,009 49,1245 0,011 0,916 3,869

Crepitância -0,51667 6,454 41,65912

Modal -0,69455 7,009 49,1245 13,74 0* 3,862

Voz crepitante -3,36741 6,975 48,64774

Modal -0,69455 7,009 49,1245 29,71 0* 3,865

Voz soprosa -5,788 8,256 68,16431

Modal -0,69455 7,009 49,125 5,883 0* 3,848

Voz áspera -1,94677 8,267 68,33647

Modal -0,69455 7,009 49,125 6,753 0,009* 3,849

Escape de ar + Voz áspera -2,06832 8,278 68,52742

Modal -0,69455 7,009 49,125 6,319 0,012* 3,849

Hiperfunção laríngea -199884 9,037 67,38653

Modal -0,69455 7,009 49,125 12,393 0* 3,860

Hipofunção -3,20517 8,404 70,62755

Tabela 2 – Valores de média, desvio-padrão (DP), variância e tratamento estatístico (F, P valor e F crítico) de valores de H1–H2 para ajustes de qualidade vocal das esferas fonatória e de tensão de falantes do gênero feminino

*Estatisticamente significante

(51)

Figura 13 – Análise de regressão linear de medidas de H1-H2 em função de ajustes fonatórios e de tensão no grupo de gênero feminino

A análise de componentes principais para amostras do grupo de gênero feminino revelou a segregação em 4 classes: Classe 1 (medida de H1-H2), Classe 2 (hiperfunção de laringe), Classe 3 (hipofunção de laringe, modal, crepitância, voz crepitante e voz soprosa ) e Classe 4 (escape de ar e voz áspera), distribuição esta idêntica à do gênero masculino. Os dados para o gênero feminino são apresentados no diagrama da Figura 14.

H iperf uncão Laríngea

H ipof unção Laríngea

Modal

C reitânciap

Voz C repitante

Escape Ar Voz Soprosa Voz Aspera -0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 C o ef ic ie n te s p ad ro n iz ad o s Variável

(52)

Figura 14 – Diagrama da análise de componentes principais de medidas de H1-H2 e ajustes fonatórios e de tensão no grupo do gênero feminino

Finalmente, a análise discriminante revelou que a medida de H1-H2 apresentou maior valor segregatório para gênero dos falantes do grupo feminino (73,43%), em relação àqueles do gênero masculino (66,57%).

4.2.2. Medidas extraídas pelo scriptExpressionEvaluatorbySG

As informações referentes à distribuição do conjunto de medidas extraídas pelo Script ExpressionEvaluatorbySG para os grupos de falantes dos gêneros

masculino e feminino são respectivamente apresentados nas Figuras 15 e 16.

Os valores mínimos, máximo, média desvio padrão (DP) das medidas acústicas extraídas pelo referido script são apresentados nas tabelas 3 e 4,

respectivamente para os grupos de falante do gênero masculino e feminino.

H1-H2(i)

Hi p erfunção Laringe

Hi pofunção Laríngea

Mo dal

Crepitância

Vo z Crepitante

Es c ape de Ar Vo z Soprosa

Vo z Aspera

-1 -0,75 -0,5 -0,25 0 0,25 0,5 0,75 1

-1 -0,75 -0,5 -0,25 0 0,25 0,5 0,75 1

F

2

(2

3,

1

2

%

)

(53)

In te ns id ad e -a ss im et ri a E LT -D P D ec lín io e sp ec tr al -m éd ia D ec lín io e sp ec tr al -D P 1° de ri va da d e f0 -as si m et ri a f0 -qu an til 9 9, 5% D ec lín io e sp ec tr al -as si m et ri a 1° de ri va da d e f0 -m éd ia f0 -as si m et ri a 1° de ri va da d e f0 -D P f0 -m ed ia na f0 -se m i a m pl itu de 0 500000 1000000 1500000 2000000 2500000 3000000 D is si m ila rid ad e

Figura 15 – Dendrograma referente à análise aglomerativa hierárquica de cluster para as medidas acústicas do Script ExpressionEvaluatorbySG de falantes do gênero masculino

A análise aglomerativa hierárquica de cluster revelou a formação de seis

(54)

Medida Acústica N Mínimo Máximo Média Desvio padrão

f0 – mediana (Hz) 216 90,760 149,920 119,504 14,119

f0 – semi-amplitude (Hz) 216 58,340 64,980 59,473 1,415

f0 – quantil 99,5% 216 -0,170 3,910 1,493 1,240

f0 – assimetria 216 -0,190 0,560 0,147 0,141

1° derivada de f0 – média 216 -6,804 8,617 0,022 1,390

1° derivada de f0 – DP 216 0,003 0,110 0,022 0,019

1° derivada de f0 – assimetria 216 -10,200 12,400 0,056 3,072

Intensidade – assimetria 216 1,400 20,200 6,776 4,662

Declínio espectral – média (dB) 216 2,200 4,900 3,669 0,617

Declínio espectral – DP (dB) 216 2,400 5,200 3,944 0,599

Declínio espectral – assimetria 216 1,090 1,430 1,214 0,058

ELT – DP 216 1,240 3,470 2,586 0,410

Tabela 3 – Valores mínimos, máximo, média e de desvio-padrão de medidas acústicas do Script ExpressionEvaluatorbySG para falantes do gênero masculino

Figura 16 – Dendrograma referente à análise aglomerativa hierárquica de cluster para as medidas acústicas do Script ExpressionEvaluatorbySG de falantes do gênero feminino

(55)

A análise aglomerativa hierárquica de cluster revelou a formação de cinco

classes com relação às medidas acústicas para os falantes do gênero feminino: Classe 1 (mediana de f0), Classe 2 (semi-amplitude entre quartis de f0), Classe 3 (quantil 99,5% e assimetria de f0, média, desvio padrão e assimetria da primeira derivada de f0, assimetria de declínio espectral), Classe 4 (assimetria de intensidade), Classe 5 (média e desvio padrão de declínio espectral e desvio padrão de ELT).

Medida Acústica N Mínimo Máximo Média Desvio padrão

f0 – mediana (Hz) 216 90,760 149,920 119,504 14,119

f0 – semi-amplitude (Hz) 216 58,340 64,980 59,473 1,415

f0 – quantil 99,5% 216 -0,170 3,910 1,493 1,240

f0 – assimetria 216 -0,190 0,560 0,147 0,141

1° derivada de f0 – média 216 -6,804 8,617 0,022 1,390

1° derivada de f0 – DP 216 0,003 0,110 0,022 0,019

1° derivada de f0 – assimetria 216 -10,200 12,400 0,056 3,072

Intensidade – assimetria 216 1,400 20,200 6,776 4,662

Declínio espectral – média (dB) 216 2,200 4,900 3,669 0,617

Declínio espectral – DP (dB) 216 2,400 5,200 3,944 0,599

Declínio espectral – assimetria 216 1,090 1,430 1,214 0,058

ELT – DP 216 1,240 3,470 2,586 0,410

Tabela 4 – Valores mínimo, máximo, média e de desvio-padrão de medidas acústicas do Script ExpressionEvaluatorbySG para falantes do gênero feminino

A análise discriminante revelou que o conjunto de medidas acústicas foi capaz de diferenciar 79,12% de ajuste neutro e 74,95% de ajustes não neutros. Valores similares foram observados quando considerados os frupospor gêneros.

(56)

4.3. Correlações entre percepção e acústica

Neste item são expostos os achados de análise integrada de dados perceptivos (ajustes das esferas fonatória, de tensão e de altura de laringe) e acústicos (medidas acústicas do script ExpressionEvaluatorbySG) por meio da

análise de correlação canônica para falantes de grupos do gênero masculino (Figura 17) e feminino (Figura 18).

Figura 17 – Diagrama circular referente à análise de correlação canônica de dados perceptivos e acústicos de falantes do gênero masculino

Para o grupo de falantes do gênero masculino, os valores de correlações indicam maior grau de relação entre ajuste de laringe elevada e medidas acústicas de média de declínio espectral (0,328); e de desvio padrão de declínio espectral (0,291); ajuste de hiperfunção laríngea e desvio padrão de ELT (0,283); ajuste de falsete e semiamplitude entre quartis de f0 (0,264); ajuste de hipofunção de trato vocal e mediana de f0 (0,254); laringe elevada e desvio padrão de ELT (0,220); ajuste de voz soprosa e assimetria de declínio espectral (0,176); ajuste de falsete e quantil 99,5% de f0 (0,161).

f0: mediana f0: semi amplitude

f0: quantil 99,5%

f0: assimetria 1° derivada de f0: média 1° derivada de f0: DP

1° derivada de f0: asimetria

Intensidade: assimetria

ELT : DP

Declínio espectral: assimetria

Declinio espectral: DP

Larige Elevada

Hipofunçao Trato Vocal

Hipofunção Laringea

Falsete Crepitância

Voz Crepitante

Escape de Ar

Voz Soprosa

F

2

(1

8,

71

%

)

(57)

Figura 18 – Diagrama circular referente à análise de correlação canônica de dados perceptivos e acústicos de falantes do gênero feminino

Para o grupo de falantes do gênero feminino, os valores de correlações indicam maior grau de relação entre ajuste de hiperfunção laríngea à medida acústica de mediana de f0 (0,516), seguido de ajuste de voz soprosa e desvio padrão do ELT (0,338), e desvio padrão de declínio espectral (0,318); ajuste de hiperfunção laríngea e assimetria de declínio espectral (0,291); voz soprosa e média de declínio espectral (0, 287); ajuste modal e assimetria de declínio espectral (0,276); ajuste voz soprosa e semiamplitude entre quartis de f0 (0,247) e ajuste de voz áspera e assimetria de intensidade (0,191).

f0: mediana f0: semi amplitude

f0: quantil 99,5% f0: assimetria

1° derivada de f: média

1° derivada de f0: DP 1° derivada de f0:

assimetria

Intensidade: assimetria Declínio espectral: média

Declínio espectral: DP

Declínio espectral: assimetria

ELT: DP

Hiperfunção Laringea Modal

Crepitância

Voz Crepitante

Escape de Ar Voz Soprosa

Voz Aspera Quebra

F

2

(2

2,

53

%

)

F1 (42,99 %)

Imagem

Figura 2: Roteiro  Vocal  Profile  Analysis  Scheme para o Português Brasileiro – VPAS-PB (CAMARGO e  MADUREIRA, 2008)
Figura 3 – Etapa 1: Seleção da vogal [a] e geração do espectrograma de banda estreita
Figura 5 – Etapa 3: Seleção de um determinado período da vogal [a]
Figura 8 – Etapa 6: Extração das medidas de freqüência e intensidade de H2 (496 Hz e 34,6 dB)
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Referências

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