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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA DIRETORIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, PESQUISA E EXTENSÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PROJETOS EDITORIAIS IMPRESSOS E MULTIMÍDIA

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Academic year: 2018

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, PESQUISA E EXTENSÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PROJETOS EDITORIAIS IMPRESSOS E

MULTIMÍDIA

ANÁLISE DO NOTICIÁRIO DA REDE GLOBO: DA TV ÀS MÍDIAS DIGITAIS Um prisma do “novo” noticiário com a convergência midiática da contemporaneidade.

ALUNO: Thalita Gabriela Almeida Daher Maia Chiste PROFESSORA ORIENTADORA: Priscila Borges

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ANÁLISE DO NOTICIÁRIO DA REDE GLOBO: DA TV ÀS MÍDIAS DIGITAIS Um prisma do “novo” noticiário com a convergência midiática da contemporaneidade*

Thalita Gabriela Almeida Daher Maia Chiste 1

Resumo

Sob uma perspectiva de que os processos de comunicação humana evoluem e se alteram com a revolução digital, e que a adaptação a eles não é só um fator preponderante para o mercado das mídias, bem como também para as relações sociais, analisar esse universo de ideias possibilita uma ampliação dos recursos jornalísticos. A comunicação tem passado por diversos meios (mídias) para se construir e transmitir informação aos variados segmentos de usuários e telespectadores. A adaptação às tendências de comunicação global posiciona empresas de comunicação em lugar de destaque no mercado. A convergência de mídia é uma prova de que os recursos comunicacionais se ampliaram e podem ser fortalecidos por meio da pesquisa. E que os mesmos não apenas podem otimizar os lucros das empresas de comunicação como também prestar um serviço à sociedade por meio de um jornalismo democrático, colaborativo e abrangente.

Palavras-Chave: Cibercultura, mídias digitais, convergência, televisão.

*Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para Priscila Borges, no curso de pós-graduação em Projetos Editoriais Impressos e Multimídia

1 Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo pelo Centro Universitário Newton

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INTRODUÇÃO

A necessidade e a potencialidade do ser humano de produzir e consumir informação é muito anterior à prensa de Gutemberg. As pessoas já utilizavam os escritos para noticiar desde antes de Cristo. O mais antigo dos jornais conhecidos, o Acta Diurna foi uma iniciativa do líder e general romano Júlio César em 69 a.C. E de lá para cá a importância dada ao Jornalismo foi ganhando um caráter cada vez mais social, formador de opinião, coletivo, colaborativo e transformador da sociedade. O papel do jornalista no contexto social e também das novas mídias passa ao longo dos anos por desdobramentos fruto do avento da Internet. Principalmente na contemporaneidade em que o conhecimento assume um novo papel cultural. Portanto, faz-se cada vez mais necessário pesquisar as mudanças de significado que a notícia pode ganhar de acordo com o a mídia utilizada.

Pretende-se assim por meio deste artigo, analisar e refletir sobre os caminhos pelos quais a comunicação tem passado para se construir o posicionamento da informação apresentada aos diversos segmentos de usuários e telespectadores, não apenas intuitivamente, mas tecnicamente. Para isso, são analisadas algumas questões a respeito da convergência de mídia, sobretudo no que diz respeito à notícia veiculada na televisão e à notícia veiculada nas mídias digitais. Entende-se convergência no sentido dado por Henry James (2009, p. 29) que se refere “ao fluxo de conteúdos através de múltiplos suportes midiáticos, à cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao comportamento migratório dos públicos dos meios de comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca das experiências de entretenimento que desejam.”

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4 fundamentais no discurso, linguagem e forma da apresentação da notícia nas duas mídias. Além disso, esta pesquisa almeja compreender se realmente há interatividade e “diálogo” entre os canais de notícia na web e seus usuários e refletir sobre as características desse novo noticiário pós-convergência midiática e seus efeitos na vida social.

Para alcançar esse objetivo, esta pesquisa usa como caso de análise as notícias veiculadas sobre os últimos episódios alarmantes e contínuos de violência no Estado de São Paulo ocorridos desde novembro de 2012, quando uma onda de ataques contra policiais explodiu no estado. Este ano, 96 policiais foram mortos no estado de São Paulo. As investigações da Corregedoria apontam que 37 policiais foram executados. Pelo menos em dois casos, já se sabe que os criminosos deviam dinheiro para uma facção criminosa e o pagamento foi o assassinato de policiais (dados de Novembro/2012). Nos últimos dez anos, a taxa de homicídios no estado de São Paulo, que era de 33 por 100 mil habitantes em 2001, cai para dez no ano passado. Mas nos últimos meses uma onda de violência interrompeu essa queda, principalmente na Grande São Paulo. Em outubro, o número de assassinatos subiu de 182 no ano passado para 329. Para estudo de caso desta pesquisa é analisada a semana de dois de dezembro a nove de dezembro de 2012, um mês após os desdobramentos dos primeiros episódios dessa nova onda de violência em São Paulo.

A presente pesquisa é classificada como exploratória e explicativa. Utilizou-se o raciocínio lógico dedutivo, uma vez que foram analisadas algumas questões a respeito da convergência de mídia, sobretudo no que diz respeito à notícia veiculada na televisão e a notícia veiculada nas mídias digitais, tomando como base padrões e regras já existentes, a fim de analisar e verificar se tais regras atendem a um padrão geral de notícias nestes meios. A investigação foi feita por meio da pesquisa bibliográfica e também do estudo de caso.

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5 O universo que compõe esta pesquisa é a TV Globo, os site Globo.com e G1 e os perfis da Globo no Twitter. O G1 está no Twitter em cada um dos estados da Federação. Também o público destes veículos: as pessoas que consomem notícias na TV e na Internet. Para tanto, foi usada uma amostra específica, não-probabililística. No caso desta pesquisa, foi escolhida a semana de dois de dezembro de 2012 a nove de dezembro de 2012 mostrando quais conteúdos estão sendo publicados após a onda de violência que estourou em São Paulo na primeira quinzena de novembro de 2012. Foi feita assim uma análise específica do Jornal Nacional, dos sites e das mídias sociais em relação a uma mesma notícia.

UM PRISMA DO CAMPO

Dentro da perspectiva de multimídia estabelecida por Santaella (2003), as quatro formas principais da comunicação humana são realizadas por meio de documento escrito (imprensa, magazine, livro); do áudio-visual (televisão, vídeo, cinema), das telecomunicações (telefone, satélites, cabo) e da informática (computadores, programas informáticos). A esse processo em sua totalidade é o que muitos teóricos (SANTAELLA, 2003; ALEX PRIMO, 2005; JENKIS, 2009) têm se referido pela expressão “convergência de mídias”. No jornalismo diário, a maneira como os responsáveis pela comunicação manejam os recursos contemporâneos da convergência midiática incidirá sobre o resultado do posicionamento, visibilidade e credibilidade das empresas no mercado. Sobretudo, no que diz respeito à reinvenção do jornalismo pós-moderno, em função da mudança significativa da função do jornal impresso desde o processo ao estabelecimento do jornalismo digital.

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6 interligadas e relacionadas nas amplas possibilidades de uso que elas alcançam. Escolher o que imprimir é um resultado de pesquisa de público ao qual a informação se destina. Já que é cada vez mais possível falar especificamente para quem se deseja alcançar em distintas mídias, o impresso (livro, revista) não vive seu dias finais mas o ampliar de suas possibilidades.

Tomando como base as seis eras culturais descritas por Santaella (2004): oral, escrita, impressa, de massas, das mídias e digital, percebe-se que por meio de cada uma delas a comunicação atravessou e ainda atravessa significativas transformações. Transformações essas que não podem passar despercebidas aos comunicadores das grandes empresas de comunicação ou daquelas que almejam se fortalecer ou alcançar novas fatias no mercado. Para comunicar para essa grande massa de interlocutores, os especialistas em comunicação precisam se adaptar à evolução das ideias, das pessoas e do público ao qual se destinam.

É importante salientar que “o telejornal faz parte da programação da TV brasileira cumprindo uma determinação legal. O decreto de lei 52.795 de 31.10.1963, que trata do regulamento dos serviços de radiodifusão, estipula que as emissoras dediquem cinco por cento do horário da programação diária ao serviço noticioso” (CURADO, 2002, p.15), assim sendo, ele tem a missão de oferecer ao público informação sobre os acontecimentos.

A escolha da Rede Globo de Televisão como fonte de análise para este artigo se deve ao fato de que, há mais de quatro décadas, a empresa foi criada para ser um veículo de informações, notícias e entretenimento na televisão brasileira, que acabou alcançando projeção e espaço internacional, e hoje é o maior grupo de mídia da América Latina. Sua fundamentação como fonte de notícias se deu por causa de uma ideia de se produzir notícias e veiculá-las pela rede de televisão. Como emissora de informações, a Rede Globo passou do pioneirismo na TV aberta nacional, ao pioneirismo digital, com o portal de notícias Globo.com, o G1, e seus desdobramentos com o uso de novas mídias, entre as quais se destaca neste artigo as redes sociais, especificamente, o Twitter.

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(http://felixbahon.wordpress.com/) que “talvez ainda seja cedo para analisar e avaliar impactos, mas o ‘nanoblogging’, também chamado ‘microblogagem’, é uma interessante colaboração das novas tecnologias ao jornalismo”, pode-se refletir sobre a influência desses “microbloggings” como o Twitter no processo de formação do conhecimento. Essa influência é fundamental para compreender a real importância do noticiário na TV uma vez que ao longo do dia as pessoas podem ser “editoras” de seu próprio conteúdo navegando por diversos sites, blogs e redes sociais, principalmente com as possibilidades que o uso dos celulares e computadores móveis oferecem.

Os microblogs não teriam muito sentido se tivessem que ser publicados a partir de um computador e um navegador, como os blogs tradicionais. Mas eles podem ser publicados a partir de diversos dispositivos e aplicativos, como um telefone celular – por meio de uma mensagem de texto ou SMS –, um smartphone – a partir do navegador, do e-mail ou de aplicativos especiais –, aparelhos multimídia com acesso à Internet, serviços da Web 2.0 como Twitterrific, redes sociais. (FRANCO, 2009, p. 157)

Na presente pesquisa não são abordados os critérios de noticiabilidade usados na veiculação de notícias na programação do telejornal Jornal Nacional, nem nas veiculadas no site Globo.com e/ou G1. O que se pretende analisar é a convergência de mídia experimentada pela Rede Globo, que serve como referencial de pesquisa para se empreender uma comunicação efetiva e preponderante nas grandes empresas na contemporaneidade. Sergio Amadeu da Silveira, organizador do artigo “Cidadania e redes digitais” aborda a compreensão comum da instrumentalização da tecnologia:

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vêm definidos pelo âmbito da ética e da política. (SILVEIRA, 2010, p. 13)

Trata-se nesta pesquisa de veículos distintos de comunicação: uma rede de televisão, criada em 1965; um site, criado em 2000, e uma conta no Twitter, criada em 2007. A primeira relação dessa adaptação à convergência é que a primeira mídia foi adotada pela Rede Globo há quase meio século, e as últimas mídias, na última década. A aglutinação de mídias e interações em um mesmo período – curto – de tempo é o que marca o processo contemporâneo de comunicação. Pierre Lévy (1996), ciberteórico francês, precursor da ideia de inteligência coletiva, ainda nas primícias desse conhecimento já concluiu:

Um novo espaço de comunicação das redes locais e mundiais, redes de computação interativa, capazes de trocar informação e atravessar oceanos e continentes, ligando instituições em todo o mundo. Por meio dessas redes, amplia-se, a cada dia, um espaço mundial no qual todo elemento de informação encontra-se em contato virtual com todos em com cada um (LÉVY, 1996, p.50)

Assim sendo, as formas de cultura oral e visual que eram e continuam sendo apresentadas pelo Jornal Nacional se fundem em um novo espaço de sociabilidade que se chama digital, onde transitam espectadores, usuários com os mais diversos perfis de leitores e receptores de mensagens, no ciberespaço Globo.com e G1. Encontramos na variedade de mídias trabalhadas pelas Organizações Globo os três tipos de leitores sugeridos por Santaella (2004). O leitor contemplativo encontra seu espaço nas revistas e livros que as Organizações Globo produzem; o movente (fragmentado), na notícia transmitida pela televisão, e o imersivo no ambiente virtual.

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Vivemos um período de sincronização de todas as linguagens e de quase todas as mídias que já foram inventadas pelo ser humano. Todas as seis eras culturais coexistem, convivem simultaneamente na nossa contemporaneidade. A cultura oral continua existindo, a escrita também, a impressa, nem se fale. Continuamos a conviver em grupos de discussão presenciais, as formas antigas de escrita alimentam o imaginário dos artista e designers, continuamos a frequentar salas de concertos e a visitar museus, os circos ainda se instalam nos arredores das grandes e pequenas cidades, as camadas populares continuam a tomar conta das praças públicas. (SANTAELLA, 2003, p. 78-81).

Com a convergência, a segmentação passa a ser feita não pela especificidade do conteúdo a quem se destina, mas também a especificidade da mídia utilizada para sua difusão, o que inclui as diferentes linguagens das mídias. Seja pelo texto representado e noticiado na televisão pelo Jornal Nacional, pelo site ou pelas mídias sociais, pulsantes, latentes nos dias de hoje, a mensagem é transmitida, e o receptor a ‘consome’. E o melhor: com possibilidade de respostas, feedbacks mais expressivos e rápidos por meio das novas mídias. Se nenhuma era cultural – ainda - desapareceu com o surgimento de outra, a televisão como responsável pela ideia do homem de massa junto a ideia do mass media, reinventou um novo paradigma de construção de conteúdo que modifica a ideia do receptor que participa e não só consome passivamente que a internet apenas solidificou. Natural que a pioneira em se fazer notícias pela televisão, a Rede Globo, fosse, no Brasil, também umas das pioneiras no aprimoramento da convergência de mídia.

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10 qual em seus respectivos lares, com suas respectivas famílias e realidades. As notícias nacionais e internacionais destacadas no telejornal são automaticamente reproduzidas, alteradas, adaptadas, acrescentadas para a linguagem característica da mídia digital. No site, áudio, vídeo e texto se mesclam para produzir nova significação ao usuário, cada vez que ele acessa o conteúdo. No Globo.com, por exemplo, trechos em vídeo das reportagens e matérias mais interessantes são reproduzidos, novos textos são incorporados, áudios vindos de outras partes do planeta adaptados e o usuário pode acessar o que mais lhe interessar, quando mais lhe interessar e até quando lhe interessar.

Na contemporaneidade, a televisão é esse ambiente de representação de todas as mídias que também já estão representadas na internet. O que se difere é a acessibilidade que determinado público tem à televisão e à internet, e como esses usuários interagem nesses espaços culturais, uma vez que a televisão já faz parte do universo midiático há mais tempo, como a exemplo do Jornal Nacional, que desde 1969 faz parte do universo dos usuários atuais das novas mídias. E a internet é, apesar de tudo, um ambiente ainda novo. Usando como referência o objeto de análise deste artigo, esta geração contemporânea de novos usuários de tecnologia e mídias comunicacionais já experimentou e conviveu muito tempo com a televisão e por isso aceita e tem mais facilidade de se conectar com o mundo das ideias por meio da Internet mais facilmente. A televisão por algum tempo foi o grande laboratório da Internet e o que talvez separe essas duas mídias é o potencial de alcance e a variedade de público com que comunicam especificamente.

O noticiário na Rede Globo: no Jornal Nacional e nas novas mídias

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11 fatos, em diferentes prismas, focos e para distintos segmentos. Passa-se por uma alteração na disponibilização de informação por causa das novas mídias. O monitoramento da repercussão de cada notícia e a contagem do número de acessos e compartilhamentos ganham papel determinante para a visibilidade de uma notícia na rede digital e talvez nunca o ibope tenha alcançado tamanha importância. O que não repercute e não interessa perde espaço na “home” dos sites, portais e blogs e dá espaço a novos temas, novas notícias.

Como a tendência das novas mídias é voltar-se para audiências mais segmentadas e diversificadas, o Globo.com disponibiliza em cinco categorias principais (notícias, esportes, entretenimento, tecnologia, vídeos), mais de 100 subcategorias de conteúdo segmentado. Especificamente, neste artigo, consideram-se as nove editorias (Editorias, Serviços, Especiais, Seu Estado, Jornais, Rede Globo, Revistas, Rádio, Globo News) distribuídas em 48 subcategorias que compõem a categoria “Notícias” no portal Globo.com. Ao contrário do que apresentado no Jornal Nacional, no Globo.com cada usuário pode fazer sua própria edição de qual conteúdo acessar de acordo com o significado que o mesmo gera nos usuários em cada acesso, pesquisa e consulta. Assim, ainda é preciso analisar o significado e impacto que a notícia veiculada no maior telejornal brasileiro tem na vida do telespectador que já foi bombardeado com - normalmente as mesmas – informações ao longo do dia tanto por meio da TV, como do site e das mídias. Agora ele pode entrar em contato com esse amplo universo de informação por meio dos blogs, Twitter, Youtube e tantos outros. “O cidadão não se informa mais apenas através de veículos jornalísticos consagrados, nem aceita a definição de terceiros sobre o que é crível ou que tenha boa reputação” (PRIMO, 2011, p.141).

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12 A edição do Jornal Nacional, por mais direcionada, feita com critérios meticulosos de noticiabilidade e análise de público, dificilmente contempla tantas possibilidades como agora com as novas mídias. Segundo Scroferneker (2005, p.1), o uso da Internet pelas organizações passou a representar a possibilidade de relações com seus diversos públicos. Nos sites as organizações se apresentam, se tornam ‘visíveis’, se dão a conhecer. Preocupam-se com o seu conteúdo, mas também com a forma como este é apresentado, buscando atender aos diferentes perfis de seus usuários.

O Jornal Nacional surge na cultura brasileira praticamente na década de 70, período do surgimento de novas máquinas que pudessem coexistir com a televisão, entre elas, o videocassete, videogames, segmentação das revistas e programas de rádio, e, a TV a cabo. Sua consolidação como agente formador de opinião e não apenas de difusão de conhecimento, nos anos 80, período em que os microcomputadores pessoais e portáteis já estavam penetrando o mercado doméstico. Se a televisão visa o grande público, o computador permite a comunicação mais personalizada, solitária e específica. Não há coincidências na construção do pensamento e da expansão das ideias, há tendências de processos comunicacionais as quais cada veículo de acordo com sua linha editorial vai se adaptando e se reinventando.

O Jornal Nacional já nasce numa época em que a cultura de massa se segmentava e se voltava a mercados específicos por causa da possibilidade de gravar dada pelos videocassetes, a possibilidade de escolha dada pelo controle remoto e a segmentação que já ocorria no meio impresso, principalmente no mercado editorial das revistas, começa a acontecer na televisão. Ele foi assim se adaptando a um mercado cada vez mais segmentado que viria a surgir com a TV a cabo e com a internet. Do seu nascimento até hoje, cada intervenção na linguagem, no formato, no cenário e até nos apresentadores foi sutil o bastante para não causar nenhum incômodo aos telespectadores e prejuízos ao seu ibope. Ao contrário do site e das mídias que são tão dinâmicas, inovadoras, que mudam e passam como que por vários testes de aprovação a cada dia. No ambiente virtual parece ser mais fácil mudar o rumo quando o resultado não agrada o usuário.

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13 Globo com os sites e otimizada com o uso das redes sociais, sobretudo o Twitter. Na acessibilidade às informações que o site Globo.com produz e na difusão de conteúdo que as redes sociais oferecem, cada usuário pode tornar-se produtor, criador, compositor, montador, difusor de seus próprios produtos, ideias e mensagens. Algumas delas, reafirmando a ideia noticiada pelas Organizações Globo e algumas vezes contestando-as. Quanto menor a censura maior as possibilidades de leitura, interpretação e significação por parte do leitor/usuário. Com o fluxo livre de ideias na rede web, às vezes elas se encontram, às vezes se distanciam.

Uma rede acontece quando os agentes, suas ligações e trocas constituem os nós e elos de redes caracterizadas pelo paralelismo e simultaneidade das múltiplas operações que aí se desenrolam. [...] Essa noção de rede difere radicalmente das redes de televisão. Por isso mesmo, redes de televisão e computadores são quase o contrário uma da outra. (SANTAELLA, 2003, p.89)

São quase que o contrário uma da outra, mas se convergem e se complementam nas novas mídias. Composta por uma rede de computadores conectados, na cibercultura observamos a formação das comunidades virtuais e uma possível inteligência coletiva, provocada pela interface, a interação entre o humano e a máquina que se dá por meio da linguagem digital. Neste novo modelo, mídia corporativa e mídia alternativa, e, porque não, mídia colaborativa, se cruzam. Surge, então, o jornalismo democrático que por meio da Internet permite uma troca de informações ainda maior, produzindo conhecimento por seguimentos distintos da sociedade. A cultura é participativa, o espectador não é passivo, apesar das corporações, como a Rede Globo, exercerem maior poder dentro do processo de comunicação. As organizações não conseguem mais centralizar todo o poder em si mesmas. As empresas de comunicação que entendem a lógica do ambiente virtual sabem que a rede não se forma apenas com o seu próprio poder. Por essa razão elas devem fomentar que outras pessoas o busquem e o produzam para manter o interesse, a curiosidade e o acesso ao conhecimento.

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14 marcantes como o que aconteceu nos movimentos de resistência à ditadura no Egito que começaram em janeiro de 2011, que levou uma multidão às ruas e a possibilidade de encontrar por meio do Youtube familiares e amigos que se perderam após o dia 11 de Março de 2011, quando a costa leste do Japão foi atingida por um terremoto de 9.0 graus na escala Richter seguido de um tsunami, fazem das mídias um fenômeno da comunicação. Com isso, o que era um processo verticalizado de se fazer notícias passa então por um processo de horizontalização (PRIMO, 2011).

No G1, por exemplo, os usuários podem produzir suas próprias notícias em um formato de jornalismo colaborativo e enviar para edição e aprovação para divulgação no site, em um espaço conhecido como Você no G1. Observa-se que apesar dos usuários colaborarem, eles não têm total liberdade e são submetidos ao poder da empresa de comunicação uma vez que a notícia será avaliada e publicada somente se as organizações Globo a acharem adequada. Na era em que os telefones com câmeras, internet e outras vastas funções são mais acessíveis, “jornalistas colaborativos” têm sido geradores de conteúdo, conhecimento e de opinião.

Não se faz o Jornal Nacional como se faz o Globo.com. Não só pelas distinções no que diz respeito ao formato, linguagem e discurso que cada rede oferece, mas pelas diversas possibilidades de interações que seus respectivos veículos possibilitam aos seus usuários, ainda que o conteúdo do Jornal Nacional seja integralmente disponibilizado no site. A aliança do computador com a televisão já prevista por Rosnay (1997) e Negroponte (1995), efetivando a TV interativa por meio do acasalamento da informática e as telecomunicações, pode-se dizer, encontra pioneirismo na Rede Globo. Se Georde Gilder já defendia que (1996, p. 166) “a curto ou médio prazo, o telecomputador suplantará a televisão nas comunicações de vídeo, assim como o telefone suplantou o telégrafo nas comunicações verbais”. Segundo Heinrich (2011), foi a partir do século XX, que se consolidou o sistema linear de jornalismo, após essa substituição do telégrafo pelo telefone.

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15 notícias. E é importante pensar como usar essas ferramentas de modo eficaz como difusores de notícia, informação e conhecimento.

Atualmente, a Rede Globo já está se preparando para essa realidade aproveitando a demanda gerada pelas mídias digitais,, se adaptando ao novo cenário comunicacional coexistente hoje nas mídias sociais e nos seus portais de notícia. Mas no que diz respeito às mídias móveis a organização, até o momento, apenas reproduz o conteúdo (notícias) disponibilizado nos portais e na TV, não produz um conteúdo específico para essa plataforma.

No ambiente cultural e social chamado de mídias sociais, a Rede Globo promove, inclusive, uma nova imagem do Brasil a partir das redes. E por falar nelas, o G1, o canal online de notícias da Globo, tem uma conta ativa no Twitter para cada uma das categorias do link de notícias. Perfis específicos para cada Estado, revistas, jornais, globo nacional e internacional, ‘Você no G1’ (jornalismo colaborativo), para estilos de vida e realidades sociais específicas, reproduzem de forma segmenta todo o conteúdo do site, em 140 caracteres, a um clique no mouse apenas do usuário.

O Brasil está entre os cinco maiores mercados do mundo no Twitter. Os brasileiros são um dos usuários mais ativos da rede social. A América Latina representa 16% da audiência do Twitter globalmente. O Twitter está disponível em mais de 33 idiomas e 70% dos seus usuários estão fora dos EUA. Só no Twitter @g1saopaulo são 50.980 seguidores e mais de 77 mil tweets (09/12). No Twitter @g1 são mais de 1.612.267 seguidores e 240 mil tweets (09/12) e no Twitter @JNTVGloboBrasil são 347.554 seguidores e 4.200 tweets (09/12)

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16 publicadas no telejornal (esporte, economia, saúde) mas nenhuma delas retomou o assunto até a edição de sábado (08/12). No Site Globo.com e G1 foi publicada pelo menos uma notícia por dia a respeito do assunto, mas só teve destaque na “home” do site no dia 09/12 (um dia após a notícia no telejornal), nos demais dias apareceram rapidamente sem destaque. As notícias publicadas no site foram também publicadas no Twitter @g1. O maior acompanhamento desta onda de violência em São Paulo e situações ligadas a essa realidade de violência, com base nas publicações no Twitter @g1saopaulo ocorreu no Twitter criado especificamente para abranger essa região. O que fundamenta a discussão proposta nesta pesquisa de que a informação está cada vez mais segmentada e dirigida a um público específico e que as diferentes mídias têm assumido funções diferentes na difusão da informação. Todas as notícias publicadas estão nos anexos desta pesquisa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este tema não se esgota neste artigo, ele apenas introduz uma discussão a esse respeito que pode ser usada como fundamentação teórica para outras abordagens sobre a comunicação e seus desdobramentos a partir da análise da convergência de mídia. Assim como a televisão, antes vista como uma ferramenta das elites tornou-se ainda mais onipotente do que o telefone e o automóvel, internet acessada por diferentes equipamentos eletrônicos também deverá se tornar indispensável. E como muitos teóricos como os já citados nesta pesquisa (NEGROPONTE, 1995; ROSNAY, 1997; SANTAELLA, 2003; ALEX PRIMO, 2005; JENKIS, 2009) preveem, tudo parece indicar que os telefones, os televisores e os videogames deverão ser modificados e quem sabe incorporados nos PCs, tablets e smartphones com hipermídia e redes. Com essa perspectiva, empresas como a Rede Globo, que entendem que a revolução digital não quer dizer que os velhos meios de comunicação estão sendo substituídos, mas sendo reinventados pela introdução de novas mídias, reposicionam-se no mercado uma vez que a disseminação de notícias na rede faz com que as organizações também lucrem.

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17 mercados e consolidar seus compromissos com o público. E todo o trabalho, empreendimento, produtos e serviços que são vendidos pela Rede Globo nas entrelinhas da notícia e de sua imagem pelos mais diversos suportes de mídia que a instituição dispõe no momento, estão sendo alinhados há uma nova tendência vigente: a convergência de mídia.

Subentende-se que esse novo público consumidor das notícias da Rede Globo, não mais o que buscava intuitivamente um texto unidirecional e fixo, que passa agora a ser interativo e aberto, promove novas demandas que influenciam a linguagem e o direcionamento da notícia. Isso porque essa não linearidade das mídias faz parte da maneira com que as pessoas vivem: globalizada e multifacetada na contemporaneidade. Pretende-se reproduzir na convergência essa liberdade e acessibilidade disponíveis no momento.

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REFERÊNCIAS

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CURADO, Olga. A notícia na TV. O dia a dia de quem faz telejornalismo. São Paulo: Alegro, 2002.

FRANCO, Guilhermo. Como escrever para a web: elementos para a discussão e construção de manuais de redação online. Austin-TX (EUA): The Knight Center for

Journalism in the Americas, 2009. Disponível em:

http://knightcenter.utexas.edu/como_web_pt-br.pdf Acesso em Dezembro / 2012.

JENKINS, Henry. Introdução: Venere no altar da convergência. In: JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. 2ed. São Paulo: Aleph, 2009.

PRIMO, Alex Fernando Teixeira. Transformações no jornalismo em rede: sobre pessoas comuns, jornalistas e organizações; blogs, Twitter, Facebook e Flipboard. Universidade Federal do Rio Grande do Sul , 2003.

ROSNAY, Joël de. O homem simbiótico: perspectivas para o terceiro milênio. Petrópolis: Vozes, 1997.

SANTAELLA, Lucia. Três tipos de leitores: o contemplativo, o movente e o imersivo. In: SANTAELLA, Lucia. Navegar no ciberespaço: o perfil cognitivo do leitor imersivo. São Paulo: Paullus, 2004.

SANTAELLA, Lucia. Subtratos da Cibercultura. In: SANTAELLA, Lucia. Cultura e artes do pós-humano. Da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo: Paullus, 2003.

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Figura 1 – página do Twitter do G1 na semana dois de dezembro a nove de  dezembro

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